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Prof. Leandro Cadenas Prado

Auditor Fiscal da Receita Federal

DIREITO

ADMINISTRATIVO

RESUMO DOS TÓPICOS MAIS IMPORTANTES

PARA CONCURSOS PÚBLICOS

1ª Edição – fevereiro/2005 Atualizada pela EC nº 45/2004

MAIS DE 850 ÍTENS E SUBITENS IMPORTANTES PARA CONCURSOS PÚBLICOS

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2

O Autor

Leandro Cadenas Prado é Auditor-Fiscal da Receita Federal,

aprovado na área de Tributação e Julgamento, 1ª Região

Fiscal, no concurso de 2.000/2.001, exercendo suas atribuições

em Campo Grande (MS). É Instrutor da Escola de

Administração Fazendária do Ministério da Fazenda

(ESAF/MF) e professor de Direito Constitucional, Administrativo

e Penal, ministrando aulas em cursos preparatórios para

concursos públicos. É autor dos livros Servidores Públicos

Federais - Lei nº 8.112/90, Ética na Administração Pública e

Resumo de Direito Penal – Parte Geral, todos pela Editora

Impetus, além do Resumo de Direito Constitucional, desta

mesma série. É também professor colaborador do site

www.pontodosconcursos.com.br.

Palavras do Autor:

Após anos lecionando para concursos públicos, e depois do

sucesso do Resumo de Direito Constitucional, a pedido dos

alunos preparamos esta obra, com um apanhado dos assuntos

recorrentes no âmbito do Direito Administrativo.

Com o intuito de auxiliar na preparação daqueles que desejam

seguir a carreira pública, organizamos os assuntos, de maneira

prática e didática que, acreditamos, deve proporcionar uma boa

fonte de revisão dos pontos já estudados.

Neste trabalho, estão abrangidas quase que a totalidade de

temas cobrados em qualquer das próximas provas de Direito

Administrativo.

Agora é sua vez. Faça sua parte. Estude. Revise. O sucesso

virá!

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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SUMÁRIO

CAPÍTULO ASSUNTO PÁGINA

Capítulo I Conceito, fontes, regime administrativo e princípios 04

Capítulo II Administração Pública 08 Capítulo III Poderes administrativos 14

Capítulo IV Atos administrativos 16

Capítulo V Serviços públicos 25

Capítulo VI Regime jurídico dos servidores públicos federais 28

Capítulo VII Responsabilidade civil do Estado 45

Capítulo VIII Controle da Administração Pública 49

Capítulo IX Licitações 58 Capítulo X Contratos administrativos 71 Capítulo XI Parceria público-privada – PPP 80

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4

RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO I

CONCEITO, FONTES

REGIME ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS

1. Direito Administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que

tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir às

finalidades do Estado.

2. O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principal

característica encontramos no fato de haver uma desigualdade jurídica

entre cada uma das partes envolvidas, ou seja, a Administração Pública se

encontra num patamar superior ao particular.

3. Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas do

Estado, qualquer que seja o Poder que a exerce, ou o ente estatal a que

pertença: se a atividade é administrativa, sujeita-se aos comandos do Direito Administrativo.

4. Quatro são as principais fontes do Direito Administrativo: a. lei: fonte primária, principal, normalmente abstrata e geral;

b. jurisprudência: conjunto de decisões do Poder Judiciário no mesmo sentido, é fonte secundária;

c. doutrina: teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, é fonte secundária;

d. costumes: reiteração uniforme de determinado comportamento, é fonte secundária.

5. Regime jurídico administrativo é o conjunto das regras que buscam

atender aos interesses públicos.

6. São princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia do

interesse público sobre o particular e indisponibilidade do interesse público. 7. No Brasil, a Jurisdição é una, cabendo apenas a um órgão a competência de dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo coisa julgada material: Poder Judiciário.

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5

8. Diz-se que a Jurisdição é dual quando há previsão de que dois

órgãos se manifestem de forma definitiva sobre o Direito, cada qual com

suas competências próprias, como na França.

9. As decisões em matéria administrativa só fazem coisa julgada material quando tomadas pelo Judiciário.

10. Dualidade de jurisdição e duplo grau de jurisdição não se confundem. Dualidade: dois órgãos dizendo o Direito no caso concreto, de forma definitiva. Duplo grau: duas instâncias, dentro do mesmo órgão, decidindo a mesma matéria, uma superior à outra.

11. Pelo princípio específico da legalidade, a Administração Pública só poderá fazer o que estiver previsto na lei.

12. Duas são as vertentes do princípio da impessoalidade. Na primeira, qualquer ato da Administração Pública deve zelar pelo interesse público, não pessoal. Na outra, os atos são imputados à entidade a que se vincula o agente público, não a ele próprio.

13. O princípio da moralidade diz respeito à moral interna da instituição, que deve pautar os atos dos agentes públicos, como complemento à lei. Os atos devem ser, além de legais, honestos, e seguir os bons costumes e a boa administração.

14. Seguindo o princípio da publicidade, a regra é de que todos os atos devem ser públicos, garantindo a transparência estatal. As exceções devem ser legalmente previstas e também devem atender ao interesse público.

15. O princípio da eficiência prega a maximização de resultados em qualquer ação da Administração Pública, que deve ser rápida, útil, econômica, voltada para os melhores resultados esperados por todos.

16. Cinco são os princípios básicos da Administração, expressos na Constituição Federal, em seu art. 37, caput: legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência. LIMPE a Administração Pública: L egalidade

I mpessoalidade M oralidade P ublicidade E ficiência

17.

A supremacia do interesse público é um princípio basilar da Administração Pública, que deve ser observado tanto pelo legislador, no momento de produzir a lei, quanto pelo administrador, quando de sua

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6

execução. O interesse público é indisponível, tendo o agente público o poder-dever de agir de acordo com esse princípio.

18.

Em face do atributo da presunção de legitimidade, tomam-se como existentes os fatos alegados e como legais os atos administrativos praticados, até prova em contrário. É uma presunção relativa, “juris tantum”, ou seja, cabe prova em contrário.

19.

O princípio da continuidade estabelece a necessidade de que a Administração Pública não interrompa a prestação de seus serviços, pois fundamentais e essenciais à coletividade.

20.

O princípio da hierarquia determina que haja coordenação e subordinação entre os órgãos da Administração Pública, com a possibilidade de revisão de atos, delegação, avocação e punição.

21.

Pelo princípio da auto tutela cabe à Administração Pública rever seus próprios atos, anulando os ilegais e revogando os inconvenientes ou inoportunos. É controle interno, diferente da tutela, que é controle externo, sujeição exercida por outra pessoa.

22.

Qualquer ação tomada dentro da esfera pública deve ser pautada no princípio da razoabilidade, implicando em coerência entre os meios e os fins, considerando-se todas as situações e circunstâncias que afetem a solução.

23.

O princípio da motivação exige que a Administração Pública fundamente todos seus atos adequadamente, sempre vinculando o ato aos motivos apresentados. Ainda que um ato discricionário esteja entre as exceções de obrigatoriedade de motivação, segundo a Teoria dos Motivos

Determinantes, o motivo alegado se adere e se vincula ao ato: se aquele for

inexistente, este também será.

24.

Pelo princípio da igualdade, todos devem receber tratamento isonômico da Administração Pública. Sendo iguais, o tratamento não pode ser diferente. As diferenças devem ser consideradas e, atendendo ao princípio da razoabilidade, adequadamente motivadas.

25.

Pelo princípio da segurança jurídica, garante-se a estabilidade relativa das relações jurídicas, não passíveis de mudança aleatória pela Administração Pública, mas apenas dentro das possibilidades e prazos legais de alterações.

26.

Todo processo, inclusive o administrativo, deve obediência ao devido

processo legal (“due process of law”), de onde provém também os

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7

27.

O contraditório assegura que a parte tem o direito de se manifestar sobre todas as provas produzidas e sobre as alegações feitas pela parte adversa.

28.

Por ampla defesa entende-se a possibilidade que o acusado tem de usar todos os meios lícitos admitidos para provar o que alega, inclusive manter-se calado (art. 5º, LXIII, CF/88) e não produzir provas contra si.

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8

CAPÍTULO II

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

29. Administração Pública é o Estado; administração pública é a atividade administrativa do Estado.

30. Administração Direta/Centralizada: prestação de serviços públicos pelos próprios órgãos estatais.

31. Administração Indireta/Descentralizada: prestação de serviços públicos por delegação ou outorga do poder público.

32. Descentralização: repasse de atividades de uma pessoa para outra. 33. Desconcentração: repasse de atividades dentro da mesma pessoa jurídica.

34. O repasse de serviço público pode ser feito para pessoas jurídicas de direto público ou de direito privado.

35. Mesmo as pessoas privadas têm limitações, impostas pela derrogação do direito privado pelo público.

36. A descentralização pode ser via outorga (por lei, da titularidade e da execução), ou delegação (por contrato/ato, da execução somente).

37. Características das autarquias:

a. criação por lei específica; organização por decreto, regulamento ou estatuto;

b. personalidade jurídica de direito público; c. auto-administração;

d. atuação em nome próprio;

e. especialização dos fins ou atividades; exercem atividades típicas de Estado;

f. sujeita a controle ou tutela ordinária, preventiva ou repressiva, de legalidade ou de mérito;

g. dotadas de patrimônio próprio, inalienável, impenhorável e imprescritível;

h. admissão de servidores públicos por concurso (art. 37, II, CF/88), sob regime estatutário ou da CLT; admissão sem concurso só na hipótese de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária (art. 37, IX, CF/88);

(9)

9

i. reclamações trabalhistas processadas perante a Justiça do Trabalho (art. 114, CF/88) se o vínculo for trabalhista, e perante a Justiça Comum, se for estatutário (art. 109, I, CF/88 e Súmula 137/STJ);

j. impossibilidade, em regra, de seus servidores acumularem cargos públicos (art. 37, XVI e XVII, CF/88);

k. atos dos dirigentes podem ser questionados por mandado de segurança e ação popular;

l. imunidade (recíproca ou ontológica) de impostos sobre patrimônio, renda e serviços (art. 150, § 2º, CF/88);

m. débitos pagos mediante precatório, exceto os definidos em lei como de pequeno valor (art. 100, §§ 1º e 3º, CF/88);

n. prazos processuais privilegiados: em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar (art. 188, CPC) e garantia do duplo grau de jurisdição obrigatório, quando a sentença lhe for desfavorável (art. 475, II, CPC e Lei nº 9.469/97, art. 10);

o. atos com presunção de legalidade;

p. créditos cobrados via execução fiscal (Lei nº 6.830/80 e art. 578, CPC);

q. responsabilidade objetiva e possibilidade de ação de regresso contra seus servidores (art. 37, § 6º, CF/88);

r. sujeita às regras licitatórias (Lei nº 8.666/93).

38. Autarquia Territorial é a divisão geográfica, com personalidade jurídica própria, criada para prestar serviços genéricos à sociedade (é uma exceção ao princípio da especialização).

39. Autarquia em Regime Especial é uma característica dada a certas autarquias pela lei que as cria, correspondendo apenas a presença de um

maior número de privilégios. Em geral, são subdivididas em: Agências

Reguladoras e Agências Executivas.

40. Agência Reguladora é uma autarquia criada sob regime especial, com a atribuição de exercer o poder normativo das concessões e permissões de serviços públicos, competência essa que, originalmente, é do Poder

Público.

41. Agência Executiva é uma qualidade ou atributo de pessoa jurídica de direito público que celebre contrato de gestão. Tal qualidade pode ser atribuída tanto às autarquias quanto às fundações, desde que cumpram os

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10

42. Fundação instituída pelo poder público é um patrimônio dotado de personalidade jurídica, destinado à prestação de atividades públicas na área social. Segundo STF, é espécie do gênero autarquia.

43. Principais características das empresas públicas:

a.

criação autorizada por lei específica (art. 37, XIX, CF/88); uma vez autorizada, a criação seguirá o modelo do direito privado, por meio de decreto; extinção também por lei;

b.

podem ser sociedades mercantis, industriais ou de serviços;

c.

vinculam-se aos fins previstos na lei;

d.

podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica em caráter suplementar, se necessária à segurança nacional ou relevante interesse coletivo;

e.

sujeitas às regras do direito privado, derrogado (parcialmente revogado) pelo direito público, quando exploradora de atividade econômica e às regras do direito público, com as ressalvas constitucionais e legais, quando prestadora de serviço público;

f.

devem licitar, com regras próprias ou da Lei de Licitações nº 8.666/93;

g.

capital exclusivamente público (unipessoal se 100% do capital pertencer a um ente da federação; pluripessoal se dividido entre dois ou mais entes);

h.

sujeitas às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias;

i.

vedados privilégios fiscais não extensivos ao setor privado;

j.

a responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88) somente se aplica àquelas prestadoras de serviços públicos, não às exploradoras de atividades econômicas;

k.

admitem qualquer forma societária prevista em direito (sociedade anônima, de responsabilidade limitada, capital e indústria, comandita etc);

l.

servidores regidos pela CLT, com acesso mediante concurso público (art. 37, II, CF/88), sendo possível mediante seleção simplificada, no caso de exploradora de atividade econômica;

m.

impossibilidade de acumulação de cargos de seus servidores (art. 37, XVI e XVII, CF/88), e equiparados a funcionários públicos para fins penais (art. 327, CP) e de improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92);

(11)

11

n.

sujeição ao teto de remuneração, se receber recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º);

o.

competente a Justiça do Trabalho nas causas em que a controvérsia é decorrente de contrato de trabalho (STJ, MAS 1.691/PE, 06/09/91);

p.

competente a Justiça Federal, com as exceções do art 109, I, CF/88, no caso das empresas públicas federais, e da Justiça Estadual, no caso das estaduais e municipais. CF, art. 109, I: “Aos juízes federais compete processar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. STJ, Súmula nº 15: Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.

q.

atos dos dirigentes podem ser questionados por mandado de segurança (se de natureza pública) e ação popular (se lesivos ao patrimônio público).

44.

Sobre falência, tem-se que, se for prestadora de serviço público,

não se sujeita a ela, por suas próprias características. Além disso, a Lei nº

11.101/2005, previu expressamente que não se aplica à empresa pública e à sociedade de economia mista a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.

45.

Características comuns às empresas públicas e às sociedades de

economia mista:

a.

criação e extinção por lei;

b.

personalidade jurídica de direito privado;

c.

sujeição parcial ao direito público e ao controle do Estado;

d.

atividade de natureza econômica.

46.

Características próprias das empresas públicas: a. capital integralmente público;

b. constituída sob qualquer forma admitida em direito.

47.

Características próprias das sociedades de economia mista:

a.

capital misto público/privado, com participação majoritária daquele;

b.

exclusivamente sob a forma de sociedade anônima.

48.

Enquanto a empresa pública tem foros diferentes (Justiça Federal, no caso das empresas públicas federais, e Justiça Estadual, no caso das

(12)

12

estaduais e municipais), as sociedades de economia mista têm como foro

sempre a Justiça Estadual.

49.

Convênios são ajustes entre pessoas públicas entre si ou entre elas e

particulares para realização de serviços ou obras públicas.

50.

Consórcio é o ajuste entre pessoas públicas da mesma espécie (ou

seja, entre Estados, entre Municípios) para consecução de interesse comum entre as partes.

51.

Serviços Sociais Autônomos são pessoas jurídicas de direito privado

que colaboram com a Administração Pública, sem fins lucrativos e que, regra geral, se vinculam a categorias profissionais. Atuam nas áreas de educação, saúde, assistência social etc.

52.

Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado sem

fins lucrativos, voltadas ao desempenho de atividades de interesse público, em especial nas áreas de saúde, cultura, ensino, pesquisa, tecnologia, meio ambiente que, declaradas de interesse social ou de utilidade pública,

celebram contratos de gestão com a Administração Pública.

53.

Os contratos de gestão são acordos entre a Administração Pública Centralizada e as entidades da Administração Indireta, ou entre aquela e as organizações sociais, com o objetivo de estabelecer metas e diretrizes, em

contrapartida de uma maior autonomia administrativa. Se o pacto é entre

a Administração Pública e uma organização social, pode haver repasse de verbas públicas, com o controle estatal de atingimento dos objetivos contratados.

54.

O controle é de resultados e o princípio basilar desses contratos é a

eficiência.

55.

Pactuado com um órgão, amplia sua autonomia, vinculada ao atingimento das metas estipuladas no mesmo contrato.

56.

Celebrado com uma organização social, haverá um aumento no

controle estatal sobre essa entidade, uma vez que passará a lhe fornecer

(13)

13

CAPÍTULO III

PODERES ADMINISTRATIVOS

57.

A Administração Pública faz uso de seus diversos poderes para que a finalidade de interesse público seja atingida.

58.

Para o exercício do Poder Vinculado, devem ser observados todos

os contornos traçados pela lei, que não deixa margem de manobra à

autoridade responsável. A lei estabelece todos os detalhes, como deve ser feito, quando, por quem etc.

59.

São elementos dos atos administrativos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

60.

No exercício do Poder Vinculado, esses cinco requisitos são previstos na lei e de observância obrigatória. Os três primeiros

(competência, finalidade e forma) são sempre vinculados, mesmo no âmbito do Poder Discricionário.

61.

No caso do Poder Discricionário, a lei também estabelece uma série de regras para a prática de um ato, mas deixa certa dose de prerrogativas à autoridade, que poderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos. Se a lei deixa certo grau de liberdade, diz-se que há

discricionariedade.

62.

Não existe poder discricionário absoluto, pois sempre a lei fixará os

limites de atuação.

63.

Mérito administrativo = conveniência + oportunidade.

64.

Não compete ao Judiciário a apreciação do mérito administrativo. Porém, como exceção, o Judiciário pode rever critérios de mérito, mas apenas dos seus próprios atos administrativos, ou seja, quando atua em

suas funções secundárias, não jurisdicionais.

65.

O Poder Hierárquico advém da estrutura hierarquizada da Administração Pública, podendo o superior, com relação a seu subordinado:

a.

dar ordens: que devem ser obedecidas, exceto quando

manifestamente ilegais;

b.

fiscalizar: verificação e acompanhamento das tarefas executadas

pelos subordinados;

c.

delegar: repasse de atribuições administrativas de responsabilidade

(14)

14

d.

avocar: representa o caminho contrário da delegação, é dizer,

acontece a avocação quando o superior atrai para si a tarefa de responsabilidade do subordinado;

e.

rever: os atos de seus subordinados, enquanto não for tal ato

definitivo, mantendo-o ou modificando-o.

66.

O Poder Disciplinar representa o poder-dever de a Administração Pública punir seus servidores sempre que cometam faltas, apuradas mediante sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar, ou o particular submetido ao controle estatal, como no caso daquele que descumpre contrato administrativo.

67.

O Poder Regulamentar foi conferido pela Constituição Federal aos

chefes do Poder Executivo federal, municipal e estadual, cabendo-lhes editar normas gerais e abstratas que, em complemento à lei, a explicam,

dando sua correta aplicabilidade. São também chamados de decretos de

execução.

68.

A partir da edição da Emenda Constitucional nº 32/2001, que alterou a redação do inciso VI do mesmo art. 84, também é competente o Presidente da República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Esse é o chamado decreto

autônomo.

69.

Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública

para condicionar o uso, o gozo e a disposição da propriedade ou liberdades, em prol da coletividade ou do Estado.

70.

Elementos essenciais que caracterizam os atos de polícia: editado

pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes; fundamento num vínculo geral; interesse público e social; incidir sobre a propriedade ou sobre a liberdade.

(15)

15

CAPÍTULO IV

ATOS ADMINISTRATIVOS

71.

Atos jurídicos são aqueles que produzem efeitos jurídicos, ou seja,

interessam ao estudo do Direito. Uma espécie desses é o ato administrativo.

72.

Atos administrativos são aqueles advindos da vontade da

Administração Pública na sua função própria, com supremacia perante o particular, sob as regras do regime jurídico administrativo, de forma

unilateral.

73.

Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

74.

São praticados por todos os Poderes, no exercício da função Administrativa.

75.

Os atos praticados pela Administração Pública, sem a utilização do atributo de império de poder público são ditos atos de gestão.

76.

Fatos administrativos são meras ações de implementação da função

administrativa, como manter a cidade limpa ou cortar uma árvore. São os atos materiais.

77.

Elementos dos atos administrativos:

a.

competência;

b.

finalidade;

c.

forma;

d.

motivo;

e.

objeto.

78.

Em qualquer ato, seja ele vinculado ou discricionário, os três

primeiros requisitos serão de observância obrigatória, ou seja, sempre

serão vinculados.

79.

Competência é a capacidade, atribuída pela lei, do agente público

para o exercício de suas atribuições.

80.

Quando o agente atua fora dos limites da lei, diz-se que cometeu

(16)

16

81.

A competência é obrigatória, intransferível, irrenunciável, imodificável, imprescritível e improrrogável:

a.

improrrogável significa dizer que se é incompetente hoje, continuará

sendo sempre, exceto por previsão legal expressa em sentido contrário, é dizer, um fato futuro não vai prorrogar, ampliar, a competência do agente.

b.

imprescritível é aquela que continua a existir, independente de seu

não uso.

c.

dizer que é irrenunciável corresponde à impossibilidade de o agente competente “abrir mão” de praticá-la.

d.

intransferível, ou inderrogável, é a impossibilidade de se transferir a

competência de um para outro, por interesse das partes.

82.

É possível a delegação ou avocação de competência.

a.

delegar corresponde ao repasse de atribuições administrativas de

responsabilidade do superior para o subalterno;

b.

avocar representa o caminho contrário da delegação, ou seja,

acontece a avocação quando o superior atrai para si a tarefa de responsabilidade do subordinado.

83.

A delegação pode ocorrer, não havendo impedimento legal, quando

for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

84.

Está proibida a delegação nos casos de edição de atos de caráter normativo, decisão de recursos administrativos, matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

85.

O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade

delegante.

86.

Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

87.

A única e exclusiva finalidade de todo ato administrativo é sempre o

interesse público, jamais podendo ser praticado com a finalidade de

atender a interesse privado, caso em que será nulo e eivado de vício de

desvio de finalidade.

88.

A forma é o modo através do qual se exterioriza o ato administrativo, é seu revestimento.

(17)

17

89.

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada se não quando a lei expressamente a exigir. Nesse caso, a forma será vinculante.

90.

O motivo é a circunstância de fato ou de direito que determina ou autoriza a prática do ato.

91.

Esse componente do ato nem sempre está previsto na lei. Quando está nela descrito, é vinculante, ou seja, o ato depende da ocorrência da situação prevista. Em outras ocasiões, a lei defere ao agente a avaliação da

oportunidade e conveniência da prática do ato que, nesse caso, será discricionário.

92.

O mérito administrativo é a análise da oportunidade e da conveniência ao praticar o ato.

93.

Motivação é a série de motivos externados que justificam a realização

de determinado ato.

94.

Os atos administrativos deverão ser motivados, quando:

a.

neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

b.

imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

c.

decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

d.

dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

e.

decidam recursos administrativos;

f.

decorram de reexame de ofício;

g.

deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

h.

importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

95.

Objeto é o conteúdo do ato. Juntamente com o motivo, pode não estar

previsto expressamente na legislação, cabendo ao agente competente a opção que seja mais oportuna e conveniente ao interesse público, caracterizando, então o exercício do Poder Discricionário.

96.

Nos atos discricionários, os objetos e motivos podem ser avaliados, valorados, dentro dos limites legais, pela autoridade responsável por sua prática.

97.

Nos atos vinculados, todos os elementos são previstos

(18)

18

98.

Qualquer que seja o ato, vinculado ou discricionário, a competência,

finalidade e forma sempre são de observância obrigatória,

distinguindo-se um do outro apenas pelo motivo e objeto.

99.

Mérito administrativo: verificação do motivo e do objeto, em atenção

à oportunidade e conveniência da prática do ato de uma ou outra maneira.

No ato vinculado não existe verificação do mérito, pois a lei já esgotou as

regras para sua prática.

100.

MÉRITO ADMINISTRATIVO = CONVENIÊNCIA + OPORTUNIDADE

101.

Os atos vinculados são analisados do ponto de vista da legalidade; os discricionários, além da legalidade, também são vistos do ponto de vista do mérito.

102.

Não há controle judicial do mérito administrativo, quando ato é

praticado dentro dos limites impostos pela lei. Por exceção, pode ser apurado o atendimento aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

103.

Ao Judiciário, no exercício de sua atividade principal, só cabe análise de legalidade do ato.

104.

O Judiciário, quando no exercício de sua atividade secundária de

administrador de seus órgãos e servidores, também pratica atos, inclusive

discricionários. Nesse caso, ele mesmo pode rever seus critérios de

oportunidade e conveniência.

105.

Naqueles em que a motivação não é obrigatória, quando o motivo é expressamente declarado, vincula-se ao ato, de tal forma que a validade

desse ato dependerá da validade do motivo externado. Essa é a Teoria dos Motivos Determinantes.

106.

Não se confunde a vinculação do motivo expressado com a prática

de um ato vinculado.

107.

A discricionariedade está em praticar o ato de uma forma ou outra, em face dos motivos possíveis. Uma vez feita a opção por um dos caminhos, e declarado o motivo dessa escolha, o ato passa a ter sua existência e validade diretamente ligada a tal motivo, mas a natureza do ato continua sendo discricionária.

108.

Atributos são as características, as qualidades dos atos administrativos, que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois submetidos ao regime jurídico administrativo.

109.

Atributos dos atos administrativos: presunção de legitimidade e

veracidade; imperatividade; auto-executoriedade; tipicidade.

110.

Diz-se que se presume legítimo determinado ato administrativo baseado no princípio de legalidade. Se ao administrador só cabe fazer o

(19)

19

que a lei admite, e da forma como nela previsto, então, se produziu algum ato, presume-se que o fez respeitando a lei.

111.

A presunção de veracidade refere-se aos fatos citados pela Administração Pública.

112.

A presunção é relativa, ou seja, admite prova em contrário.

113.

Alguns efeitos dessas presunções:

a.

não é necessária prévia manifestação do Judiciário validando o

ato;

b.

todos devem cumpri-lo, enquanto não anulado;

c.

cabe prova em contrário, a ser produzida por quem alega o vício,

ou seja, há inversão do ônus da prova;

d.

não há manifestação judicial de ofício quanto à validade do ato

administrativo, mas somente com provocação do interessado;

e.

em obediência ao princípio da auto-tutela, pode/deve a

Administração Pública rever seus próprios atos, de ofício.

114.

Os atos administrativos são imperativos, se impõem aos destinatários independentemente de concordarem ou não com ele. É também chamado esse atributo de Poder Extroverso.

115.

Esse não é um atributo comum a todos os atos, mas tão somente

aos que impõem obrigações aos administrados.

116.

A auto-executoriedade garante que a Administração Pública possa fazer executar o ato, por si mesma e imediatamente, independente de ordem judicial.

117.

Não significa dizer que esse ato escapa ao controle judicial:

poderá ser levado ao crivo desse Poder, se houver provocação da parte interessada.

118.

O ato administrativo deve corresponder a tipos previamente definidos pela lei para produzir os efeitos desejados.

119.

CLASSIFICAÇÃO

a. Concretos: são atos produzidos visando um único caso,

específico, e nele se encerram.

b. Abstratos: chamados também de normativos, são os que atingem

a um número indefinido de pessoas, e que podem continuar sendo

(20)

20

c. Ato simples: nasce da manifestação de vontade de apenas um

órgão, seja ele unipessoal ou colegiado.

d. Ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestação

de vontade de dois ou mais órgãos diferentes.

e. Ato composto: é aquele que nasce vontade de apenas um órgão,

porém, para que produza efeitos, depende da aprovação de outro ato, que o homologa.

f. Individuais: são aqueles que têm destinatários certos, nominados. g. Gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos por uma característica em comum, que os faz destinatários do mesmo ato abstrato.

h. Constitutivo: geram uma nova situação jurídica aos destinatários.

i. Declaratório: simplesmente afirmam ou declaram uma situação já

existente, seja de fato ou de direito. Também é dito enunciativo.

j. Modificativo: altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou obrigações.

k. Extintivo: pode também ser chamado desconstitutivo, que é o ato que põe termo a um direito ou dever existentes.

l. Internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não atingindo terceiros.

m. Externos: tem como destinatárias pessoas além da

Administração Pública, e, portanto, necessitam de publicidade para

que produzam adequadamente seus efeitos.

n. Vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como deve ser feito, quando, por quem etc, não deixando ao agente qualquer grau de liberdade.

o. Discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para a prática de um ato, mas deixa certo grau de liberdade à autoridade, que poderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos.

p. Válido: é o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.

q. Nulo: é o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido.

r. Anulável: é o ato que contém defeitos, porém, que podem ser

(21)

21

s. Inexistente: é aquele que apenas aparenta ser um ato

administrativo, mas são produzidos por alguém que se faz passar por

agente público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.

t. Perfeito: é aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.

u. Imperfeito: não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus efeitos.

v. Pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou

termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas

aguardando o implemento desse acessório. Condição é evento futuro e

incerto; termo é evento futuro e certo.

w. Consumado: é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.

120.

Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todo cumprido.

121.

Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei.

122.

Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos.

123.

Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos

imediatamente.

124.

Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido com

alguma ilegalidade. Pode ser declarada pela própria Administração Pública, no exercício de sua auto-tutela, ou pelo Judiciário. Opera efeitos retroativos, “ex tunc”.

125.

Revogação é a forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas que não é mais conveniente, útil ou oportuno. Como é um ato perfeito, que

não mais interessa à Administração Pública, só por ela pode ser revogado,

não cabendo ao Judiciário fazê-lo, exceto no exercício de sua atividade

secundária administrativa, ou seja, só pode revogar seus próprios atos administrativos. Seus efeitos são proativos, “ex nunc”.

126.

Revogação total = ab-rogação.

127.

Revogação parcial = derrogação.

128.

Não podem ser revogados, entre outros:

a.

os atos vinculados;

b.

os já consumados;

(22)

22

129.

Convalidar é tornar válido, é efetuar correções no ato administrativo,

de forma que ele fique perfeito, atendendo a todas as exigências legais.

130.

A convalidação será sempre retroativa, “ex tunc”, lançando seus

efeitos sempre à data da realização inicial do ato.

131.

A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados.

132.

A forma pode ser convalidada, desde que não seja fundamental à validade do ato.

133.

Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que não sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver delegação ou avocação. Assim, desde que não se trate de matéria exclusiva, pode o

(23)

23

CAPÍTULO V

SERVIÇOS PÚBLICOSS

134.

As principais características das concessões e concessionários são: a. é delegação de serviço público, obra ou uso de bem público, feita pelo poder concedente (União, Estados-membros, Distrito Federal ou Municípios) em cuja competência se encontra o serviço delegado;

b. não transfere a titularidade, somente a execução ou uso;

c. feita através de contrato bilateral, precedido de licitação, na modalidade concorrência (art. 175, CF/88);

d. contrato é de natureza administrativa, ou seja, sujeito às regras do direito público;

e. cabe à União fixar normas gerais de contratação, em todas as modalidades (art. 22, XXVII, CF/88);

f. a execução do serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, e

paga mediante tarifa, com natureza de preço público;

g. concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso do bem público, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas;

h. concessionário tem direito à manutenção do equilíbrio

econômico-financeiro da concessão;

i. concessionário se sujeita às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias;

j. a subcontratação é possível desde que prevista no edital e no contrato, e com prévia anuência da Administração Pública concedente, que não se obriga a tal, ainda que haja previsão no edital e no contrato (Lei nº 8.987/95, art. 26);

k. poderá haver encampação, que é a retomada do serviço pela Administração Pública antes do prazo estabelecido, por interesse público, com a conseqüente indenização do concessionário. Trata-se de ato unilateral da Administração Pública;

l. por inadimplemento contratual por parte do concessionário, poderá haver caducidade ou decadência, sem direito à indenização, exceto à parte não amortizada dos equipamentos que reverterão para o poder concedente; também é ato unilateral;

m. reversão é a incorporação dos bens do concessionário pelo poder público, para prosseguimento na prestação do serviço, nos casos de

(24)

24

extinção da concessão, com direito à indenização (Lei nº 8.987/95, art. 36);

n. a responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88) se aplica ao concessionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência da prestação de serviço público;

o. em regra, é necessária lei autorizativa para a execução indireta de serviços mediante concessão.

135.

Em resumo, temos as seguintes características das permissionárias: a. é delegação de serviço público ou uso de bem público, feita pelo poder concedente (União, Estados-membros, Distrito Federal ou Municípios) em cuja competência se encontra o serviço delegado;

b. não transfere a titularidade, somente a execução ou uso;

c. feita através de contrato de adesão, no caso dos serviços

públicos, precedido de licitação, revogável unilateralmente e precário

(art. 175, CF/88);

d. se a permissão é de uso de bem público, será feita por ato

unilateral, precário;

e. tal contrato é sujeito às regras do direito público;

f. cabe à União fixar normas gerais de contratação, em todas as modalidades (art. 22, XXVII, CF/88);

g. a execução do serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, e

paga mediante tarifa, com natureza de preço público;

h. concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso do bem público, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas;

i. a responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88) se aplica ao permissionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência da prestação de serviço público;

j. em regra, é necessária lei autorizativa para a execução indireta de serviços mediante permissão.

136.

Entre as principais diferenças com a concessão, destacam-se a necessidade de contrato bilateral para este, bem como licitação na modalidade concorrência e maiores garantias ao contratado

137.

A autorização é ato administrativo precário, discricionário, pelo

qual a Administração Pública investe o particular na execução e exploração de serviço público, repassada via termo de autorização, não se exigindo licitação. Tem lugar em situações de urgência e transitórias.

(25)

25

CAPÍTULO VI

REGIME JURÍDICO DO SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

138.

Regime jurídico é o conjunto de regras que disciplina determinado

instituto.

139.

Essas normas podem ser estabelecidas por lei (regime legal ou estatutário) ou por contrato (regime contratual).

140.

O gênero agentes públicos abrange todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, mesmo que transitoriamente e sem remuneração, prestam algum tipo de serviço ao Estado.

141.

Entre os agentes, encontram-se três espécies principais, quais sejam, os agentes políticos, os agentes em delegação e os servidores públicos.

142.

Agentes políticos são os que compõem os altos escalões do Governo

(Presidente da República, Governador, Prefeito, Senador, Deputado, Vereador e Magistrado).

143.

Agentes em delegação são aqueles particulares que recebem do

Estado a competência para executar determinada atividade pública, ou prestação de serviço público ou, ainda, construção de obra pública (leiloeiros, peritos, tradutores, concessionários, permissionários e autorizatários).

144.

Servidores públicos (ou agentes administrativos), em sentido amplo,

são todos os que prestam serviços ao Estado, incluindo a Administração Pública Indireta, tendo vínculo empregatício e pagos pelos cofres públicos. Nessa classificação estão: servidores estatutários, sujeitos ao regime legal,

empregados públicos, do regime contratual, e os temporários, nos termos

do art. 37, IX, da CF/88.

145.

Os servidores estatutários (ou funcionários públicos), são os titulares de cargos públicos e estão sujeitos ao regime legal.

146.

Empregados públicos são aqueles contratados, seguindo o regime

trabalhista, próprio da iniciativa privada.

147.

Os temporários são aqueles contratados para atividades, obviamente, temporárias, submetidos a um regime jurídico especial.

148.

O conteúdo original do caput do art. 39 determinava que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam instituir, no âmbito de sua competência, regime jurídico único (RJU) e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

(26)

26

149.

Não se exigia, obrigatoriamente, o regime estatutário, mas sim um mesmo regime para todos.

150.

Com a EC nº 19/98, alterou-se o texto do artigo 39, deixando de ser necessária a fixação de um único regime jurídico para todos os servidores, passando a ser possível a convivência, numa mesma esfera de governo, de múltiplos regimes jurídicos, cada qual estabelecendo regras de determinada carreira, com peculiaridades próprias de cada caso.

151.

O Estatuto não é imutável. Ao contrário, não cabe argüir violação ao

direito adquirido contra mudanças no regime jurídico. Para o STF, não há direito adquirido que garanta imutabilidade do regime jurídico.

152.

Pode a Administração alterar unilateralmente as regras.

153.

Quando da mudança unilateral da lei, as situações já consolidadas devem ser respeitadas.

154.

Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. É

criado por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão:

a.

efetivo: se o preenchimento pressupõe continuidade e permanência

no cargo;

b.

em comissão: também chamado de confiança, está atrelado à

confiança que determinada autoridade tem em seu auxiliar, e é temporário.

155.

Ao celetista cabe o emprego público, que também é um conjunto de atribuições, mas que se diferencia exclusivamente pelo vínculo que une seus titulares ao Estado.

156.

Funcionário (estatutário) será titular de um cargo; empregado (celetista), titular de um emprego.

157.

Função: refere-se a uma atribuição específica, pelo Poder Público, a

um agente. Ou seja, é o acréscimo de algumas atribuições àquelas já destinadas ao agente, em especial relativas à chefia, direção ou assessoramento. É dita função de confiança.

158.

Funções de confiança → servidores ocupantes de cargo efetivo.

159.

Cargos em comissão (= cargo em confiança) → servidores de carreira

ou não.

160.

A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as

(27)

27

nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

161.

Aprovado em concurso público, dentro do número de vagas, o candidato ainda não tem direito ao cargo. Porém, tem dois direitos

assegurados: o de ver respeitada a ordem de classificação e o de ser

chamado com prioridade sobre os demais aprovados em concurso subseqüente, dentro do prazo de validade do primeiro.

162.

A aprovação em concurso público gera mera expectativa de direito à investidura no cargo pleiteado.

163.

Exige-se a realização de concurso em atendimento ao princípio da

isonomia, ou igualdade, de forma que todos aqueles que atendam aos

requisitos estabelecidos tenham as mesmas condições para concorrer ao cargo público. Não é um princípio absoluto. Características peculiares do cargo podem justificar níveis de exigência ou particularidades específicas em cada caso.

164.

Provimento é o ato administrativo pelo qual se preenche o cargo vago.

165.

Requisitos básicos para investidura em cargo público:

a. a nacionalidade brasileira; b. o gozo dos direitos políticos;

c. a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

d. o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; e. a idade mínima de dezoito anos;

f. aptidão física e mental.

166.

A relação dos requisitos é meramente exemplificativa, podendo a lei exigir outros, de acordo com as atribuições do cargo.

167.

Duas são as formas de provimento de cargo público: originário e derivado. Aquele se refere a um vínculo inicial do servidor ao cargo, este

depende de vínculo anterior dele com a Administração Pública.

168.

A única forma de provimento originário possível atualmente é a

nomeação.

169.

O acesso, ou ascensão, que seria provimento sem concurso público,

representando a passagem de uma carreira para outra, foi julgado

inconstitucional pelo STF.

170.

A transferência, que é a passagem de servidor de um cargo para outro, pertencente a quadro de pessoal diverso, sem o indispensável concurso público, foi também declarada inconstitucional.

(28)

28

171.

A nomeação, única possibilidade de provimento originário de cargo público diante da atual Carta Política, é precedida necessariamente de concurso público, exceto nos casos de cargos em comissão, preenchidos por pessoas de confiança da autoridade competente e nas hipóteses de promoção na mesma carreira.

172.

A promoção é um movimento ascendente dentro da mesma carreira, com acréscimo de vencimentos e de responsabilidades. Dá-se por merecimento ou antiguidade.

173.

Por readaptação entende-se a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. Em não havendo vaga, o readaptado entrará em exercício como excedente.

174.

Reversão: o aposentado tem duas formas de retorno à ativa por

provimento derivado. A primeira é daquele aposentado por invalidez que

deixou de ser inválido, declarada essa situação por junta médica. Neste

caso, como é de interesse da Administração Pública, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. A segunda possibilidade de ocorrência de reversão

dá-se no interesse da Administração, desde que sejam atendidos, pelo

aposentado, os seguintes requisitos: a. tenha solicitado a reversão;

b. a aposentadoria tenha sido voluntária; c. estável quando na atividade;

d. a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

e. haja cargo vago.

175.

Aproveitamento é o retorno ao serviço público daquele que estava em

disponibilidade. Enquanto em disponibilidade, é remunerado proporcionalmente ao tempo de serviço, e não tempo de contribuição, como é o caso dos proventos de aposentadoria (art. 40, §§ 1º e 9º, CF/88). A disponibilidade é exclusividade de servidor estável.

176.

Quando um servidor é ilegalmente desligado de seu cargo, deverá ser

reintegrado, com o conseqüente ressarcimento de todos os prejuízos

sofridos.

177.

Na hipótese de estar provido o cargo, aquele que foi nomeado para esse cargo do reintegrado poderá seguir três caminhos distintos, desde que seja estável (art. 41, § 2º, CF/88):

(29)

29

b. aproveitado em outro cargo;

c. posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

178.

Se não estável, o ocupante do cargo do reintegrado será exonerado.

179.

Duas são as possibilidades de provimento derivado via recondução: a. inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

b. reintegração do anterior ocupante.

180.

Segundo a Súmula Administrativa AGU nº 16, de 19/06/2002, o servidor poderá desistir do estágio probatório e pedir recondução ao cargo anteriormente ocupado.

181.

Promoção é, a um só tempo, vacância num cargo inferior e provimento

noutro cargo, superior, ambos dentro da mesma carreira, por motivos de merecimento ou antiguidade.

182.

Em resumo, temos os seguintes casos de provimento de forma

derivada:

a. Readaptação: de quem sofreu limitação física ou mental;

b. Reversão: do aposentado por invalidez, que deixou de ser inválido, ou a pedido;

c. Reintegração: do injustamente demitido;

d. Recondução: do reprovado em estágio probatório em outro cargo ou de quem ocupava o cargo do reintegrado;

e. Aproveitamento: daquele que está em disponibilidade;

f. Promoção: movimento ascendente dentro da mesma carreira.

183.

Cargo de provimento efetivo é aquele assim definido em lei, que será

preenchido via concurso público e que garante ao nomeado estabilidade após três anos de efetivo exercício.

184.

Cargo de provimento vitalício também gera direito à estabilidade,

sendo duas as principais diferenças entre este e o cargo efetivo:

a. a Carta Magna estabeleceu os cargos que devem assim ser providos, não cabendo à legislação infraconstitucional ampliar esse rol;

b. a perda do cargo só se dará por sentença judicial transitada em julgado.

185.

A vitaliciedade constitui uma exceção à regra da estabilidade, dando mais garantias aos titulares dos cargos com essa prerrogativa, quais sejam, membros da Magistratura (art. 95, I, CF/88), do Tribunal de Contas (art. 73, §

(30)

30

3º, CF/88) e do Ministério Público (art. 128, 5º, ‘a’, CF/88). Outra característica própria, no caso dos juízes (primeiro grau) é o tempo para adquirir a vitaliciedade, que será de dois anos de exercício, sendo obrigatória a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados para processo de vitaliciamento. O mesmo ocorre com os membros do Ministério Público.

186.

Os cargos em comissão são os de livre nomeação e exoneração, não necessitam de concurso público e não oferecem qualquer garantia de permanência ao seu titular, posto que transitórios.

187.

Enquanto a nomeação é ato unilateral da Administração Pública, a ser praticado segundo sua conveniência, mas dentro do prazo de validade do concurso, a posse é ato bilateral entre o aprovado em concurso público e Administração. A iniciativa é do nomeado, também de acordo com sua conveniência, no prazo improrrogável de trinta dias.

188.

A posse poderá ocorrer mediante procuração específica.

189.

O prazo é de quinze dias para o servidor empossado em cargo

público entrar em exercício, contados da data da posse.

190.

Estágio probatório é o período a que se submete todo o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo.

191.

O estágio probatório, no Poder Executivo Federal, é de 3 anos

(Parecer nº AGU/MC-01/2004).

192.

Segundo a ESAF, o período de duração do estágio probatório dos servidores públicos é igual ao tempo necessário para a aquisição da estabilidade (3 anos).

193.

Fatores a serem observados durante o estágio probatório: a. assiduidade;

b. disciplina;

c. capacidade de iniciativa; d. produtividade;

e. responsabilidade.

194.

O estágio servirá para a confirmação das qualidades do servidor para o desempenho das atividades próprias do cargo. Indispensável que, a cada nova nomeação originária seja ele submetido a novo período probatório, haja vista que a avaliação é para o cargo.

(31)

31

195.

A estabilidade é uma garantia de ordem constitucional deferida aos ocupantes de cargos públicos de provimento efetivo, com o intuito de assegurar sua permanência no cargo, enquanto atendidos os requisitos legais.

196.

São quatro as possibilidades de perda do cargo do servidor

estável:

a. em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

b. mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

c. mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho;

d. para o cumprimento dos limites com a despesa com pessoal ativo e inativo.

197.

Vacância é a situação do cargo público que está vago, ou seja, sem

titular, e pode decorrer de: a. exoneração;

b. demissão; c. promoção; d. readaptação; e. aposentadoria;

f. posse em outro cargo inacumulável; g. falecimento;

h. recondução: o estatuto não a inclui no rol de vacâncias. Contudo, na prática, quando de sua ocorrência, há provimento de um cargo e, ao mesmo tempo, outro fica vago.

198.

A um só tempo, são formas de provimento e vacância do cargo público: a. segundo o Estatuto - promoção e readaptação;

b. segundo a doutrina - promoção, readaptação e recondução.

199.

Demissão é sanção, penalidade disciplinar a ser aplicada nos casos

legalmente previstos.

200.

Não se confunde com exoneração, que não é sanção. São muitos os casos de exoneração, mas nunca decorrentes de alguma falta grave, como:

a. a pedido (art. 34, caput);

(32)

32

c. quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido (art. 34, II);

d. desempenho insuficiente mediante procedimento de avaliação periódica (art. 41, § 1º, III, CF/88);

e. excesso de despesas com pessoal ativo e inativo (art. 169, § 4º, CF/88);

f. do ocupante do cargo do reintegrado, se não era estável (art. 41, § 2º, CF/88);

g. para o caso específico de cargo em comissão, há exoneração a juízo da autoridade competente ou também a pedido do próprio servidor.

201.

Promoção é, a um só tempo, vacância num cargo inferior e provimento

noutro cargo, superior, ambos dentro da mesma carreira, por motivos de merecimento ou antiguidade.

202.

Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e

responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica.

203.

Aposentadoria se refere à passagem do servidor da atividade para a

inatividade, segundo as regras próprias.

204.

Transferência é a passagem do servidor estável de cargo efetivo para

outro de igual denominação, pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder, e foi considerada inconstitucional, visto que não exige concurso público para provimento.

205.

Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no

âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Não é forma de

provimento ou vacância.

206.

O servidor é dito removido quando é deslocado, dentro do mesmo quadro de servidores, de um lugar para outro, que pode ser dentro da mesma cidade, ou entre cidades distintas.

207.

Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,

ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal.

208.

Substituição: os servidores investidos em cargo ou função de direção

ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

209.

Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público,

(33)

33

210.

O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível. O vencimento mais essas vantagens também é dito “vencimentos”.

211.

Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das

vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. A remuneração é variável, e pode ser reduzida a depender das parcelas que a compõem, como o adicional noturno ou hora-extra.

212.

Subsídio é modalidade de remuneração conferida a certos cargos e

fixada em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.

213.

É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

214.

Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.

215.

Teto remuneratório:

a. Municípios: o subsídio do Prefeito; b. Estados e Distrito Federal:

I. no âmbito do Poder Executivo: o subsídio mensal do Governador; II. no âmbito do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados

Estaduais e Distritais;

III. no âmbito do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento (90,25%) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

c. União: o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Este limite, além de vincular a União, é também geral, valendo para todos os entes, que também têm limites individuais.

216.

Considerações importantes sobre o teto das remunerações e subsídios:

a. engloba tanto os que recebem remuneração quanto os que recebem

(34)

34

b. inclui servidores da Administração Direta, autárquica, fundacional (art. 37, XI, CF/88), bem como as empresas públicas e as sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para

pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37,

§ 9º, CF/88). No que se refere às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, a regra é própria. Assim, só se sujeitam ao limite imposto se receberem recursos estatais para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral;

c. o limite relativo ao subsídio do Ministro do STF vale para todos os servidores dos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como seus agentes políticos, sendo previstos limites diferenciados para cada ente;

d. as aposentadorias e pensões também estão limitadas a esses tetos; e. em caso de acumulação permitida, a soma das remunerações não poderá ultrapassar os limites de cada ente. Em sessão administrativa, o STF fixou, por unanimidade, o entendimento de que, no caso específico da acumulação dos cargos de Ministro do Supremo Tribunal Federal e Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, determinada pelo artigo 119, inciso I, letra ‘a’ da Constituição, não se aplica a cumulação das

remunerações para fins de incidência do limite estabelecido pelo

inciso XI do artigo 37, CF/88. Assim, receberão ambos os subsídios cumulativamente.

217.

Há garantia constitucional de revisão geral anual e na mesma data para todos, sem distinção de índices, não alcançando, no entanto, as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

218.

O servidor perderá a remuneração:

a. do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

b. a parcela diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas e as saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.

219.

Compete à justiça comum processar e julgar causas de interesse de servidor público submetido ao regime jurídico único e relativas a vantagens desse regime.

220.

Hipóteses de indenização: a. ajuda de custo;

(35)

35

c. transporte.

221.

Ajuda de custo: destina-se a compensar as despesas de sua

instalação, inclusive com transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais, quando o servidor, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

222.

Diária: indenização a que faz jus o servidor deslocado da sede, em

caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou para o exterior, por razões do serviço, para fazer face aos custos desse afastamento, ou seja, passagens e diárias destinadas a cobrir as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.

223.

A indenização de transporte é devida ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo.

224.

Retribuições, gratificações e adicionais:

a. retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;

b. gratificação natalina;

c. adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

d. adicional pela prestação de serviço extraordinário; e. adicional noturno;

f. adicional de férias;

g. outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

225.

A função se refere a uma atribuição específica, pelo Poder Público, a um agente, sendo o acréscimo de algumas atribuições àquelas já destinadas ao agente. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.

226.

Importante destacar as diferenças conceituais entre as retribuições por função e por cargo em comissão. Na primeira situação, exige-se que seu titular seja servidor público efetivo, recebendo, em conseqüência, acréscimo à sua remuneração ordinária. No segundo caso, a retribuição não é parte da remuneração, pois não se exige que seja servidor. Assim, o titular de um cargo em comissão recebe o valor correspondente a esse cargo, e é essa a retribuição prevista. Todo o valor recebido por este refere-se ao cargo em comissão. No caso da função de confiança, parte do valor recebido por seu titular é devido em face dela e parte em face de seu cargo efetivo.

Referências

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