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Academic year: 2021

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TÍTULO: ANÁLISE DA CONTAMINAÇÃO EM INSTRUMENTAIS ORTODÔNTICOS. TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: ODONTOLOGIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE BRASIL INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): SUELEN ALBUQUERQUE JOLVINO AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): TAIS PEREIRA LEAL ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): CRISTINA LÚCIA FEIJÓ ORTOLANI, HATSUO KUBO, INGRID FRANCO DELGADO, VERA LÚCIA FUKUDA TAKEI

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Análise da contaminação em instrumentais ortodônticos.

RESUMO

A prática da odontologia predispõe a um alto risco de contaminação dos instrumentos ortodônticos por microrganismos presentes na saliva, sangue e vias respiratórias. A biossegurança visa a proteção do paciente e toda equipe envolvida no tratamento. Estes procedimentos são cada vez mais seguros, acessíveis e fáceis de executar. Entretanto, muitas vezes essa medida preventiva não é efetiva. Na especialidade ortodôntica é comum o atendimento de um grande número de pacientes, muitas vezes não sendo possível realizar todo o processo de esterilização dos instrumentais entre os atendimentos. O objetivo deste estudo foi avaliar a possibilidade de contaminação por meio de alicates utilizados na prática ortodôntica, os quais foram selecionados em caixas de armazenamento de alunos do curso de pós-graduação, em uma instituição de ensino particular, em São Paulo. Foram analisadas 50 (cinquenta) amostras de alicates, sendo 25 (vinte e cinco) alicates de corte fino e 25 (vinte e cinco) alicates de corte distal. O material coletado foi isolado nos meios de cultura, Ágar MacConkey e Ágar MitisSalivarius. Nos resultados foram identificados a presença de colônias sugestivas de Streptococcus salivarius, Streptococcus

mutans e Pseudomonas aeruginosa. Todos os alicates avaliados estavam

contaminados, comprovando a necessidade de método mais eficaz na descontaminação dos materiais ortodônticos antes de seu manuseio pelos profissionais e uso em pacientes evitando a contaminação cruzada.

DESCRITORES: Exposição a agentes biológicos, Infecção, Contaminação de Equipamentos, Ortodontia.

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A rotina de trabalho dos cirurgiões dentistas faz com que estejam expostos a uma gama enorme de microrganismos patogênicos presentes no sangue, saliva e vias respiratórias dos pacientes. O termo biossegurança tem papel de destaque na área da saúde, se fazendo necessário a afirmação de normas de procedimento e rotina de biossegurança nos ambientes de atendimento, principalmente em cursos acadêmicos, onde o profissional adota medidas e costumes que muito provavelmente serão levados à pratica clínica em seu local de trabalho. Diversos procedimentos são necessários para assegurar que não haja transmissão de microrganismos patogênicos e tão pouco a contaminação cruzada. A quebra de protocolos de biossegurança torna-se grave risco de infecções. 1

O Conselho Federal de Odontologia preconiza as seguintes normas de biossegurança: limpar, desinfetar e esterilizar todo instrumental reutilizável antes do uso em cada paciente. A sequência ideal para garantir qualidade desse processo é: descontaminação, limpeza, enxague, secagem, armazenagem em embalagens ou caixas, esterilização (artigos críticos) ou desinfecção (artigos semicríticos) e nova armazenagem dos instrumentos (já desinfetados ou esterilizados) em área separada, limpa, livre de poeiras, em armários fechados. Os artigos esterilizados podem ser estocados até uma semana em prateleira aberta ou até um mês se colocados sob cobertura plástica ou bolsa selada. 3

Dentro desse panorama sugere que a falta de informação dos profissionais envolvidos faça com fique uma falsa impressão de que o contagio e transmissão só ocorra em contato direto entre o sangue do paciente e do operador, no entanto a maior contaminação ocorre por meio de aerossóis e contato com saliva. A contaminação cruzada é realizada basicamente através de três veículos: sangue, saliva e instrumental contaminado. E duas vias de contaminação: inalação de spray aerossol e inoculação com materiais perfuro cortantes. 5

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O objetivo deste trabalho foi verificar uma possível contaminação por microrganismos em dois dos alicates mais utilizados na prática da ortodontia, de forma a expor pacientes e profissionais a infecções.

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A coleta das amostras foi promovida nas pontas ativas dos alicates armazenados nas caixas em que os alunos fazem o transporte dos mesmos, por meio de Swab esterilizado, que consiste em uma haste longa de polipropileno com algodão envolto em uma ou nas duas extremidades. Em seguida as amostras foram acondicionadas em tubos de ensaio, previamente esterilizados, que continham caldo infuso cérebro-coração (pesados e hidratados conforme as instruções do fabricante), meio ideal para o cultivo de Stretococcus,

pneumococcus, meningococcus, enterobactérias, não fermentadores, leveduras

e fungos. Este meio é caracterizado como um líquido de coloração originalmente amarelo claro e límpido. Então as amostras foram condicionadas e transportadas em estantes de tubos de ensaio e submetidas ao período de incubação de 48 horas em estufa a 42ºC para observação de crescimento bacteriano. Após este período foi observado a presença de turvação no meio, indicando crescimento bacteriano. 7

A partir destas amostras, onde se pôde observar características sugestivas de crescimento bacteriano, elegemos outros dois meios de cultura, pesados e hidratados conforme instruções dos fabricantes, com o intuito de investigar que tipos de bactérias estariam presentes nessas amostras, são eles: Ágar MacConkey e Ágar MitisSalivarius.

As cinquenta amostras iniciais foram encubadas em ambos os meios, para que fosse possível observar a presença tanto de bactérias gram positivas (com parede celular simples), quanto bactérias gram negativas (com parede celular complexa), com o intuito de verificar posteriormente relações entre o tipo de uso do alicate e a patogenicidade da bactéria encontrada.

O meio Ágar MacConkey, tem como principal uso o isolamento de bactérias Gram Negativas, e inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos 9. O preparo do meio consistiu em aquecer sob agitação até fundir o ágar completamente, esterilizar em autoclave, resfriar até 50°C e distribuir 20 a 25 ml em placas de Petri estéreis, deixar em temperatura ambiente até resfriar, embalar as placas com plástico PVC transparente e guardar em geladeira de 4 a 8°C. Após este preparo inoculamos parte das amostras obtidas previamente no meio e incubamos por 24 horas. Observou se crescimento bacteriano em 7 (sete) amostras, na cor original do meio, rosa avermelhado, sugerindo crescimento de Pseudomonas aeroruginosas.

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O meio Ágar MitisSalivarius, é indicado para o isolamento de bactérias gram positivas e diferenciação de Streptococcus9.O meio foi preparado seguindo-se a técnica padrão para isolamento de colônias, foi incubada a 35ºC por 48 horas. Observou se crescimento bacteriano em todas as amostras, sendo possível identificar basicamente duas culturas diferentes: a primeira sugestiva de Streptococcus salivarius foi encontrada em 21 (vinte e um) amostras, caracterizada por uma colônia grande, azul claras, opaca, mucóide, 2-5 mm, lisa ou rugosa, elevada, com aspecto clássico de “bala de goma”; e a segunda sugestiva de Streptococcus mutans encontrada em todas as amostras, caracterizada como colônia elevada, convexa, ondular, opaca, azul clara, 0.5-1 mm, com margem rugosa; granular com aspecto de ” vidro fosco”.

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Foram selecionados e analisados cinquenta alicates de uso ortodôntico, sendo vinte e cinco de corte distal e vinte e cinco de corte fino, dos alunos de pós graduação em ortodontia de uma instituição de ensino superior particular na cidade de São Paulo.

A coleta das amostras foi promovida nas pontas ativas dos alicates com Swab esterilizado e condicionado em tubos de ensaio contendo caldo infuso cérebro-coração e levado ao período de incubação de 48 horas em estufa a 42ºC.

Os meios escolhidos para cultura foram: Ágar MacConkey e Ágar Mitis

Salivarius. O preparo dos meios, consistiu em aquecer sob agitação até fundir o

ágar completamente, esterilizar em autoclave, resfriar até 50°C e distribuir 20 a 25 ml em placas de Petri estéreis, deixar em temperatura ambiente até resfriar, embalar as placas com plástico PVC transparente e guardar em geladeira de 4 a 8°C.

As placas foram semeadas em ambiente esterilizado por bicos de bunsen, embaladas com plástico PVC e incubadas a 35ºC por 48 horas.

A análise das amostras para obtenção dos resultados foi feita após a incubação a 35ºC por 48 horas.

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Em todas as cinquenta amostras colhidas foi possível observar a proliferação de pelo menos um tipo de cultura bacteriana estudada, portanto todos os alicates estavam contaminados. Encontrou-se colônias com características sugestivas de Streptococcus salivarius, Streptococcus mutans e

Pseudomonas aeruginosa em todas as amostras.

Foi realizado um estudo observacional quantitativo, para a obtenção dos resultados apresentados.

No quadro abaixo podemos observar a distribuição em porcentagem de cada uma das três culturas de bactérias encontradas nos dois meios utilizados. Neste quadro foi possível observar que os alicates de corte distal, utilizados em contato direto com estruturas intraorais dos pacientes, apresentaram relevante aumento no número de cultura de bactérias comparado com os de corte fino, que de forma geral não tem relação direta com o paciente.

QUADRO I – Apresenta a quantidade de alicates contaminados por tipo

de bactérias (critério de classificação - parede celular).

Tipo de bactéria Alicate Corte-Fino Alicate Corte- Distal

Gram Negativa 1 6

Gram Positiva 25 25

Gram Negativa e

Positiva 1 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todos os alicates utilizados pelos acadêmicos apresentaram contaminação por microorganismo. Nas amostras foram evidenciadas colônias

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sugestivas de Streptococcus salivarius, Streptococcus mutans e Pseudomonas

aeruginosa em todas as amostras.

São necessários protocolos de assepsia e desinfecções mais efetivas, que comportem a rotina ortodôntica de forma a não disseminar microrganismos patogênicos entre pacientes e evitar a exposição dos profissionais à riscos ocupacionais.

Há necessidade de uma formação continuada, com treinamentos frequentes, sobre medidas de biossegurança para todos os profissionais da saúde.

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FOTO 1

Coleta das amostras com swabs estéreis em diferentes instrumentais: alicate de corte distal e alicates de corte de fio.

FOTO 2

Material coletado e armazenado em tubos de ensaio.

FOTO 3

Material coletado ao ser semeado em placa de Petri com meio de cultura.

FOTO 4

Materiais coletados em placa de Petri com meio de cultura pelo período de 48 horas.

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1. Pimentel MJ, Batista Filho MMV, Santos JP, Rosa Marize RD. Biossegurança: comportamento dos alunos de Odontologia em relação ao controle de infecção cruzada. Cad. saúde colet. 2012; 20(4): 525-532. 2. Ministério da Saúde. Políticas de Saúde. Controle de infecções e a prática

odontológica em tempos de AIDS: manual de condutas. Brasília (DF); 2000.

3. CFO. Manual de Biossegurança. 1999.

4. Ribeiro MM, Neumann VA, Padoveze MC, Graziano KU. Eficácia e efetividade do álcool na desinfecção de materiais semicríticos: revisão sistemática. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2015; 23(4): 741-52.

5. Krieger D, Bueno RE, Gabardo MCL. Perspectivas de biossegurança em odontologia. Rev. Gestão & Saúde. 2010; 1(2): 1-10.

6. Ferrari P. Princípio de Biossegurança é uma questão de consciência profissional. Rev. Interativo. Jun/Ago 2001; VL (48).

7. Haddad Filho MS, Leal TP, Belasalma LFF, Bacci JE, Santos MTBR, Medeiros JMF. Análise da presença de microrganismos do interior de maletas transportadas por alunos de graduação. Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo. 2012 Jan-Apr;24(1): 26-34.

8. Ministério da Saúde. Vigilância em Saúde. Recomendações para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material biológico: hiv e hepatites b e c. Brasília. 2004.

9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos. 2004.

10. Navarro CA, Miguel JAM, Hirata Júnior R, Quintão CCA. Avaliação da efetividade de métodos de controle de infecção em alicates ortodônticos. J. bras. ortodon. ortop. facial. 1999; 4(24):516-525.

11. Bardini ACQ. Avaliação da contaminação de alicates ortodônticos durante rotina clínica e após processo de desinfecção com álcool etílico 70% [tese]. Campinas: São Leopoldo Mandic; 2009.

Referências

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