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O ICMS nos transportes rodoviários internacionais de cargas

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GRANDE DO SUL

ISABELA ALBARELLO DAHMER

O ICMS NOS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS INTERNACIONAIS DE CARGAS

IJUÍ (RS) 2018

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ISABELA ALBARELLO DAHMER

ICMS NOS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS INTERNACIONAIS DE CARGAS

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.

UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

DCJS- Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientadora: MSc. Maristela Gheller Heidemann

IJUÍ (RS) 2018

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Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo, apoio e confiança em mim depositados durante toda a minha formação acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente à Deus, pela vida e pela família que tenho. Foi à Ele que recorri, muitas vezes no desespero, durante todo o período de faculdade.

À minha família, que sempre esteve presente e me incentivou com apoio e confiança nas batalhas da vida e com quem aprendi que os desafios são as molas propulsoras para a evolução e o desenvolvimento.

À minha orientadora Maristela Gheller Heidemann, com quem eu tive o privilégio de conviver e contar com sua dedicação e disponibilidade, me guiando pelos caminhos do conhecimento.

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O presente Trabalho de Conclusão de Curso faz uma análise sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, quanto a sua incidência, ou não, nos transportes rodoviários internacionais de cargas. Com o intuito de contextualizar o estudo, direciona-se apenas para um dos impostos pagos pelo brasileiro, apresentando alguns pontos importantes sobre a arrecadação tributária do Estado, trazendo uma conceituação sobre os impostos, taxas, contribuições de melhorias, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. Após um panorama geral, o trabalho apresenta, com uma maior ênfase, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, trazendo alguns conceitos, e analisando a sua incidência, não incidência, imunidade, isenção, base de cálculo e alíquota, além de apresentar um estudo da arrecadação tributária, referente ao ICMS em relação ao Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Conclui apresentando onde há, ou não, a incidência de ICMS nos transportes. Ainda, apresenta como são as formas de recuperação do referido imposto pago no setor de cargas e que ao término do transporte não pode mais haver a sua incidência.

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This Course Conclusion Paper analyzes the Tax on the Circulation of Goods and Services (ICMS), as to its incidence, or not, in international road freight transport. In order to contextualize the study, it is directed only to one of the taxes paid by the Brazilian, presenting some important points about the tax collection of the State, bringing a conceptualization about taxes, rates, contributions of improvements, compulsory loans and special contributions. After a general overview, the work presents, with greater emphasis, the Tax on the Circulation of Goods and Services, bringing some concepts, and analyzing their incidence, non-incidence, immunity, exemption, calculation basis and rate, besides presenting a Tax collection study, related to ICMS in relation to International Road Transport of Loads.

It concludes by showing where there is or is not the incidence of ICMS in transportation. Still, it presents how are the forms of recovery of said tax paid in the cargo sector and that at the end of the transportation can no longer have its incidence.

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INTRODUÇÃO ... 7

1 ARRECADAÇÃO DO ESTADO ... 9

1.1 Tributos: conceito e espécies tributárias ... 9

1.2 Impostos: federais, estaduais e municipais ... 13

1.3 O ICMS: Conceito, incidência, não incidência, imunidade e isenção ... 15

1.4 Aspectos quantitativos: base de cálculo e alíquota ... 19

2 TRANSPORTES RODOVIÁRIOS INTERNACIONAIS DE CARGAS ... 22

2.1 A incidência do ICMS no setor de cargas ... 22

2.2 A não incidência do ICMS no transporte internacional ... 24

2.3 Formas de recuperação de tributos: ... 26

2.3.1 Procedimento administrativo ... 27

2.3.2 Ação judicial ... 27

CONCLUSÃO ... 29

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta um estudo acerca da arrecadação do Estado, com o intuito de apresentar as espécies tributárias, além de aprofundar o conhecimento acerca dos Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS em relação aos Transportes Rodoviários Internacionais de Cargas. Essa busca é necessária uma vez que a maioria das importações e exportações se dá por meio dos transportes rodoviários de cargas. Sabe-se ainda que ao realizar o transporte é pago ao Estado valores a título de ICMS, porém, esse valor deixa de ter incidência quando fora de território nacional. Diante desse cenário, realizou-se a pesquisa, com o intuito de verificar as possibilidades de recuperação dos valores pagos.

Para a realização deste trabalho foram efetuadas pesquisas bibliográficas e por meio eletrônico, analisando inclusive a legislação vigente em relação ao imposto estudado, a fim de enriquecer a coleta de informações e permitir um aprofundamento no estudo da arrecadação do Estado, sendo possível analisar as formar de arrecadação do ICMS e como recuperar os valores pagos nos transportes internacionais, considerando que ao cruzar a fronteira o Imposto não possui incidência.

Inicialmente, no primeiro capítulo, foi feita uma abordagem com relação a arrecadação do Estado. Foram trazidos conceitos a respeito das espécies tributárias. Ainda, foram analisados os impostos federais, estaduais e municipais. Em seguida, trabalhou-se apenas com a conceituação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, analisando a incidência, não incidência, isenção, imunidade, base de cálculo e a alíquota do referido imposto.

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No segundo capítulo é analisado mais profundamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, aplicado ao Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Por ser um imposto pago sobre os transportes, mas ainda, se tratar de um imposto cuja obrigação deve ser em âmbito nacional, o presente trabalho vai analisar a incidência do ICMS no que tange aos Transportes Rodoviários Internacionais de Cargas. Também é analisado a não incidência desse imposto no mesmo setor, apresentando as formas em que não são pagos valores referentes ao Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços. Por fim, é apresentado as formas de recuperação dos valores pagos à título do imposto nas transações de Transportes Rodoviários Internacionais de Cargas.

A partir desse estudo verifica-se que são pagos valores de ICMS pelo transportador, com relação ao transporte da carga em que o destino final seja fora das fronteiras nacionais, onde o ICMS não possui incidência, uma vez que se trata de imposto que possui incidência apenas em território nacional. Neste sentido, faz-se necessária a apresentação deste estudo, porque o transporte rodoviário é um dos sistemas mais utilizados para realização de transportes de mercadorias no país. Assim, muitos empresários do ramo deixam de investir, pois já possuem uma carga tributária bastante elevada, sendo que em alguns casos, a tributação pode ser devolvida por não possuir incidência ou até mesmo substituída, como no caso do imposto aqui referido.

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1 ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA DO ESTADO

Recurso público se constituí no conjunto das verbas que ingressam no cofre público. A arrecadação estatal está dividida em duas espécies. Uma delas é quando o próprio Estado realiza a cobrança, sendo denominada de arrecadação direta e ainda a forma de arrecadação indireta, que ocorre nos casos em que o recebimento da receita é feita por terceiros. Esses terceiros são denominados agentes de arrecadação, os quais são responsáveis pelo recolhimento, os quais também ser divididos em dois tipos: os agentes públicos e os agentes privados.

Feitas essas primeiras colocações, esclarece-se que o presente capítulo tem por objetivo analisar a conceituação de tributo e as espécies tributárias existentes, além de estudar o conceito, a incidência, a não incidência, a imunidade, a isenção, a base de cálculo e a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS.

1.1 Tributos: conceito e espécies tributárias

Em um primeiro momento será abordado o conceito de tributos e suas espécies tributárias, além das formas de arrecadação do Estado e a destinação de cada uma delas.

Sabe-se que o tributo se refere a todas as verbas que o Estado arrecada por meio de impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. Normalmente, a legislação não traz conceitos dos termos utilizados. No entanto, no artigo 3° do Código Tributário Nacional, o legislador trouxe a conceituação de tributo, assim estabelecendo:

Art.3°. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

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Cuida-se de prestação em dinheiro exigida compulsoriamente pelos entes políticos de pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem promessa de devolução, forte na ocorrência de situação estabelecida por lei que revele sua capacidade contributiva ou sua vinculação a atividade estatal que lhe diga respeito diretamente, com vista à obtenção de recursos para o financiamento geral do Estado ou para o financiamento de atividades ou fins específicos realizados e promovidos pelo próprio Estado ou por terceiros no interesse público.

O gênero tributo está dividido em cinco espécies, que são elas: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios.

O Direito Tributário desenvolveu-se a partir de uma das perspectivas do Direito Financeiro, que diz respeito às receitas públicas derivadas, consubstanciadas nos tributos que o Estado arrecada junto aos particulares (pessoas físicas e jurídicas), cabendo aqui adiantar que o tributo constitui gênero das seguintes espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. (MARTINS; DIMAS, 2017, p. 3, grifo do autor).

Analisando os conceitos abordados pelos doutrinadores pode-se perceber que tributo nada mais é do que uma obrigação de pagar, criada por lei. Uma obrigação entre o Estado e os cidadãos.

Em se tratando de imposto, há que se destacar a inexistência de vinculação do arrecadado com a prestação estatal. Nesse sentido, imposto nada mais é que um pagamento realizado pelo contribuinte de forma obrigatória, mas que não lhe garante uma contraprestação estatal específica, conforme leciona Volésio Lauro Martins (2017, p.28).

O imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte (CTN, art. 16). Trata-se, portanto, de um tributo de caráter não vinculado, cuja hipótese de incidência consiste na descrição de um fato qualquer que não seja atuação estatal. (grifo do autor).

Corrobora com esse pensamento o doutrinador Leandro Paulsen (2012), acrescentando ainda que impostos são os tributos cujo produto não pode ser previamente afetado a determinado órgão, fundo ou despesa, mas que incidem, necessariamente, sobre revelações de riqueza do contribuinte.

Com relação as taxas, de acordo com o artigo 77 do Código Tributário Nacional, as taxas podem ser cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, ou seja, as pessoas de Direito Público não podem

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interferir na competência umas das outras. Por exemplo, a União não poderá cobrar taxas que são de competência dos Município.

Conforme Eduardo Sabbag (2015), taxa, é um tributo imediatamente vinculado a uma ação estatal, atrelando-se à atividade pública, e não à ação do particular. Nesse mesmo viés, Paulsen (2012) afirma que “as taxas, diferentemente dos impostos, são tributos com finalidade específica a determinar o destino do seu produto”.

Corrobora com tal pensamento o doutrinador Hugo de Brito Machado (2010, p. 443):

Enquanto o imposto é uma espécie de tributo cujo fato gerador não está vinculado a nenhuma atividade estatal especifica relativa ao contribuinte (CTN, art. 16), a taxa, pelo contrário, tem seu fato gerador vinculado a uma atividade estatal especifica relativa ao contribuinte.

Da análise da doutrina pode-se afirmar que a taxa é um tributo que está relacionado a uma atividade estatal específica, além de uma finalidade específica.

Em relação a Contribuição de Melhoria, Machado (2010, p. 455) definiu-a como a espécie de tributo cujo fato gerador é a valorização do imóvel do contribuinte decorrente de uma obra pública, e que tem por finalidade uma justa distribuição dos encargos públicos, fazendo retornar ao tesouro público o valor despendido com a realização de obras públicas, na medida em que destas decorra valorização dos imóveis.

Assim dispõe a Constituição Federal:

Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - Contribuição de Melhoria, decorrente de obras públicas.

Esse tributo é pago pelo contribuinte no caso de realização de obra pública onde há valorização de imóveis particulares nas imediações da obra, podendo englobar os custos da obra pública realizada até uma porcentagem sobre os benefícios auferidos com a obra.

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O empréstimo compulsório confunde-se com o tributo, em razão de ambos se tratarem de uma prestação pecuniária instituída por lei. Sendo restituível, o empréstimo não corresponderia a uma receita pública, mas a um simples ingresso. Porém, no que tange a doutrina tributária, o mesmo é caracterizado como uma espécie de tributo.

Esse tributo é instituído apenas pela União, e mediante lei complementar. Deve ser utilizado para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidades públicas, de guerra externa ou sua iminência. Há incidência desse tributo, ainda, quando há investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, desde que, neste caso, se respeite o princípio da anterioridade tributária.

Contribuições especiais é mais uma das espécies de tributo existentes no Sistema Tributário Nacional. São três as espécies de contribuições especiais: social, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais.

As contribuições sociais são aquelas que financiam direitos sociais, tais como, educação, saúde, moradia e lazer, podendo-se citar a contribuição ao INSS, a PIS, COFINS etc; as contribuições de intervenção no domínio econômico são as que necessitam um motivo para atuação estatal, bem como uma finalidade e destinação para o dinheiro arrecadado, podendo ser citada como exemplo a CIDE; e as contribuições de interesse de categoria profissional ou econômica (corporativas) são contribuições feitas para as categorias profissionais, como por exemplo a contribuição a OAB.

Conforme Paulsen (2012), designa-se simplesmente por “contribuições” ou por “contribuições especiais” (para diferenciar das contribuições de melhoria) tal espécie tributária de que cuida o art. 149 da Constituição. Já as subespécies são definidas em atenção as finalidades que autorizam a sua instituição: a) sociais, b) de intervenção no domínio econômico, c) do interesse de categorias profissionais ou econômicas e d) de iluminação pública.

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1.2 Impostos: federais, estaduais e municipais

Como já citado anteriormente, imposto é apenas um dos tributos pagos pela população brasileira, ou seja, um imposto sempre é um tributo, porém, um tributo nem sempre será um imposto.

Os impostos podem ser de competência federal, estadual, distrital e municipal, conforme estabelecido na Constituição Federal. Diante desse cenário, os impostos federais são aqueles instituídos somente pela União, sendo a sua grande maioria.

1.2.1 Impostos Federais

Os impostos a serem pagos à União são sete, além das mais diversas taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. Na linha de pensamento de Luciano Amaro (2006, p. 29).

A Constituição arrola na competência da União os impostos sobre a importação de produtos estrangeiros; sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; sobre a renda e os proventos de qualquer natureza; sobre os produtos industrializados; sobre as operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários; sobre a propriedade territorial rural; e sobre as grandes fortunas (art. 153)

Além desses impostos nominados (em lista exemplificativa), autoriza-se a União instituir outros impostos (art. 154, I), e, ainda, impostos extraordinários de guerra (art. 154, 11).

A Constituição Federal, em seu artigo 153, define como competência da União, a instituição dos seguintes impostos:

I - importação de produtos estrangeiros;

II exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Os impostos federais, como o próprio nome já remete, são pagos ao governo federal, sendo a destinação dos recursos arrecadados também realizada por este governo.

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1.2.2 Impostos Estaduais

Os impostos estaduais são aqueles em que a competência é destinada aos Governos Estaduais e ao Distrito Federal. A Carta Magna, em seu artigo 155 define aspectos referentes às competências dos Estados e do Distrito Federal, acerca da instituição de impostos, sendo previstos três impostos a serem arrecadados:

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

III - propriedade de veículos automotores.

Buscando realizar uma análise do disposto no artigo supracitado, Amaro (2006, p.29) reforça o disposto na Constituição Federal:

Na competência dos Estados e do Distrito Federal, são listados pela Constituição os impostos sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos; sobre as operações relativas a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; e sobre a propriedade de veículos automotores.

Nota-se que tanto a União quanto os Estados têm poder para legislar em matéria de impostos, sendo cada ente na sua competência tributária. Portanto, não há que se falar em hierarquia das leis federais e estaduais referentes aos impostos. A hierarquia se dá apenas das leis referidas em relação a Constituição Federal.

1.2.3 Impostos Municipais

Os impostos municipais, como o próprio nome já diz, são os de competência dos Municípios e do Distrito Federal. São exemplos de impostos municipais o IPTU, o ISS e o ITIV (ITBI).

Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 156, os Municípios têm poder de legislar sobre os seguintes impostos:

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I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel; IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.

Ao ser arrecadado pelo município, conforme o disposto pelo artigo citado, o imposto permanece, na integralidade, com o município.

1.3 O ICMS: Conceito, incidência, não incidência, imunidade e isenção

Nesta parte o estudo irá abordar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços-ICMS, apresentando sua conceituação, incidência, não incidência, imunidade e isenção, a fim de estabelecer uma base teórica para os demais assuntos a serem abordados no segundo capítulo do trabalho.

1.3.1 Conceito

O ICMS, imposto pago sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços, possui alíquota, obrigação principal e acessória, incidência e não-incidência, base de cálculo, integral ou reduzida, estabelecidos na legislação estadual. Esse imposto é pago sobre os mais diversos serviços e mercadorias que os Estado possuem.

No Estado do Rio grande do Sul, referido imposto possui regulamentação prevista na Lei -RS 8.820/89 e no Decreto nº 37.699, de 26 de agosto de 1997, bem como cabendo destaque para a Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”).

Conforme o artigo 155 da Constituição Federal de 1988,

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

[...]

II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

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Conforme o doutrinador Leandro Paulsen (2012), o ICMS é um dos impostos mais complexos do sistema tributário brasileiro. Sua legislação é extensa, começando pela Constituição Federal, no art. 155, inciso II e seus longos parágrafos 2º a 5º, passando por Resoluções do Senado que estabelecem alíquotas máximas e mínimas para determinadas situações, seguindo com a intermediação de lei complementar que uniformiza diversos pontos do seu regime jurídico (art. 155, § 2º, XII, da CF, LC 87/96), envolvendo também convênios entre os estados (Convênios CONFAZ) que especificam os benefícios fiscais que podem ser concedidos.

Como mencionado, o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, é um imposto estadual que incide sobre a movimentação de mercadorias em geral. A cobrança do ICMS é de responsabilidade de cada estado.

1.3.2 Incidência

Segundo o autor Volésio Lauro Martins (2003), denomina-se incidência tributária a projeção da norma jurídica sobre a ocorrência de determinado fato por ela abstratamente contemplado. Isto é, o legislador atribui consequência jurídica a determinados fatos naturais. Assim, quando esses fatos naturais ocorrem, a consequência jurídica (no caso, tributária) que lhes foi atribuída é gerada, daí dizendo-se que houve incidência tributária.

Sabe-se que a incidência desse imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, sobre as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores e também na prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza.

O ICMS também tem incidência no fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos municípios e no fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência

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dos municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

Também há a incidência do referido imposto na entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento, no serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior e na entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente da mercadoria ou do serviço.

1.3.3. Não incidência

Conforme o mesmo autor, a não-incidência está diretamente relacionada ao princípio da legalidade (art. 5°, inciso II, da Constituição Federal). Trata-se da inexistência de norma válida que impõe ao contribuinte o dever de recolher determinado tributo. Nesse caso não há o fato gerador. Portanto, nenhuma obrigação tributária chega a nascer.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

O imposto não incide sobre operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, operações e prestações que destinem ao exterior, mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semielaborados, ou serviços.

Não há incidência, ainda, em operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização, operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial e operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de

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serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar.

Há que se falar que nas operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie, nas operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor, nas operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário e nas operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras também não há incidência do ICMS.

1.3.4. Imunidade

Volésio (2003) vai dizer ainda, que a imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar que impede a instituição ou a criação de tributos sobre fatos (operações ou prestações, no caso do ICMS) potencialmente tributáveis. Vale lembrar que somente a Constituição Federal pode conceder imunidade tributária.

A imunidade tributária ocorre quando a Constituição, ao realizar a repartição de competência, não insere na esfera tributária certos bens, pessoas, patrimônios ou serviços. Na imunidade não há fato gerador, porque a Constituição não permite que se encontre nos acontecimentos características de fato gerador de obrigação principal.

São diversas as imunidades que os impostos oferecem. Em relação ao ICMS, tem-se, por exemplo, a imunidade objetiva de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, previsto na Constituição Federal, artigo 150, inciso VI, "d".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

[...]

VI – instituir impostos sobre: [...]

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Também existe a imunidade específica, prevista no art.155, da Constituição federal, em seu inciso X, citando que:

X- Não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;

Em ralação à imunidade tributária, importante ainda salientar que ela ocorre apenas sobre a obrigação tributária principal1, permanecendo intactas as obrigações acessórias.

1.3.5 Isenção

A isenção, segundo Paulsen (2012), é uma dispensa legal do pagamento do tributo. Na isenção ocorre o fato gerador, mas o sujeito ativo, credor da obrigação, fica impedido de efetuar o seu lançamento, a fim de posteriormente poder exigir o seu pagamento.

A isenção do ICMS é um tratamento tributário específico concedido a determinados produtos ou serviços tributados pelo imposto, visando desonerar o custo tributário do mesmo e assim possibilitar a redução de seu preço para o consumidor.

1.4 Aspecto quantitativo: a base de cálculo e alíquota

Quanto ao aspecto quantitativo do fato gerador, ou seja, a base de cálculo e alíquota, o mesmo é importante para que se possa evidenciar como é elaborado o cálculo para o pagamento do imposto.

1OArt. 113. do Código Tributário Nacional apresenta obrigação tributária, como sendo principal ou acessória.

Em seu § 1º, conceitua a obrigação principal, dizendo que esta surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

Ainda, em seu § 2º, apresente a obrigação acessória como decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

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1.4.1 Base de cálculo

A base de cálculo do ICMS é o montante da operação, também contemplando os fretes e demais despesas cobradas do consumidor, sobre a qual será aplicada a alíquota respectiva.

Nesse mesmo viés, o autor Volésio (2003) apresenta que a base de cálculo é o elemento numérico definido em lei, sobre o qual incidirá a alíquota do tributo, apurando-se assim o “quantum” devido. A doutrina costuma definir a base de cálculo como sendo um dos elementos do aspecto quantitativo da hipótese de incidência, por revelar a expressão numérica inicial do fato gerador.

Denomina-se a base de cálculo de integral quando identificada perfeitamente com o valor pecuniário do respectivo “bem tributável” ou “objeto da incidência”. A base de cálculo integral é a regra geral na apuração do tributo.

Já a base de cálculo reduzida é de caráter excepcional; nesta, a alíquota é aplicada apenas sobre uma parcela do valor pecuniário identificado como base de cálculo integral.

A base de cálculo é uma grandeza que dimensiona a incidência de determinado tributo. O valor a ser pago, normalmente em dinheiro, é individualizado por meio da alíquota que está presente na base de cálculo.

1.4.2 Alíquota

Apesar de ser um termo pouco usado pelas pessoas, trata-se de algo muito presente na vida das pessoas. A alíquota é caracterizada, geralmente, como um percentual aplicado sobre uma base de cálculo para calcular um tributo, sendo sempre desta forma no caso do ICMS. É uma espécie de controlador de intensidade de um tributo.

Na lição do autor Volésio Lauro Martins (2003, p.15) a respeito de alíquota:

Trata-se de um elemento indispensável para o cálculo do tributo. A alíquota é sempre representada por um percentual, que aplicado sobre a base de cálculo (integral ou reduzida), determina o valor do tributo devido. São características da

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alíquota do ICMS: a obrigatoriedade de sua fixação por lei e a possível variação em razão da essencialidade da mercadoria ou do serviço, objetos da operação ou da prestação respectivamente. As alíquotas do imposto (ICMS) estão previstas no RICMS, Livro I, arts. 26 a 29.

A alíquota é uma variável de um cálculo tributário. Ela não está atrelada a fatores intrinsecamente ligados ao cálculo em questão, pois é um percentual deliberado. Em outras palavras, as alíquotas são determinadas de acordo com a estratégia pública que a define.

Como dito anteriormente, o valor do ICMS varia de um Estado para o outro. Contudo, será analisada a alíquota básica utilizada no Estado do Rio Grande Sul, que no ano de 2018, é de 18% a ser aplicável sobre o preço da mercadoria. Dessa forma, exemplificativamente, o produto que custa R$1.000,00, possuindo um tributo cuja alíquota corresponda a 18%, o valor pago a título do referido imposto será de R$ 180,00, ou seja, este mesmo produto, se fosse adquirido sem o imposto incidente, teria o valor de R$820,00.

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2 TRANSPORTES RODOVIÁRIOS INTERNACIONAIS DE CARGAS

No Brasil, um dos principais meios de transportes, seja de cargas ou de pessoas, se dá pelas rodovias que ligam cada um dos estados e também com os demais países que fazem fronteira com o nosso território.

Diante desse cenário, o transporte rodoviário internacional de cargas é uma das mais importantes ligações entre o Brasil e os demais países da América Latina. Assim, o deslocamento físico de muitas das mercadorias cujo o destino final seja outro país, tem se utilizado desse meio de transporte para se concretizar.

2.1 A incidência do ICMS no setor de cargas

Apesar do ICMS ser um dos impostos que a população brasileira mais tem contato, uma vez que o mesmo incide sobre toda e qualquer mercadoria que for adquirida pelo consumidor, apenas uma minoria tem conhecimento sobre o quantum que está sujeita sobre os produtos e serviços adquiridos.

Ao realizar a leitura do artigo 155, II, extrai-se que o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços incidirá sobre: as operações relativas a circulação de mercadorias, sobre as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, também haverá incidência quando houver a prestação de serviços de comunicação, sobre a produção, importação, circulação, distribuição ou consumo de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos e de energia elétrica; e ainda haverá incidência na extração, circulação, distribuição ou consumo de minerais.

Assim, considerando o exposto anteriormente, sabe-se que em razão da frota de veículos de carga circular quase que em todo o território nacional, onde cada Estado possui sua alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS torna-se o principal vilão do segmento.

O ICMS é pago em relação a toda circulação de mercadoria e sobre os serviços de transporte e comunicação. Com relação aos transportes, eles possuem incidência apenas dentro do país, pois se trata de imposto nacional.

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Segundo Regina Helena Costa (2014), o ICMS, via de regra, é devido na origem, sendo irrelevante se o destinatário final está ou não no mesmo Estado. No entanto, quando a operação ocorre no exterior, inverte-se a diretriz, sendo devido o ICMS ao Estado-membro ou Distrito Federal onde estiver localizado o destinatário final da mercadoria.

Em relação aos transportes intermunicipais e interestaduais, o ICMS alcança o deslocamento de pessoas ou cargas, com objetivo de lucro, por qualquer meio inclusive oleodutos, esteiras rolantes etc.

Nesse sentido, a jurisprudência é pacífica:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. ICMS. TRANSPORTE TERRESTRE DE PASSAGEIROS E

MERCADORIAS. LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE DA

INCIDÊNCIA. ARTIGO 155, II, DA CF. LEI COMPLEMENTAR N.º 87/96. LEI ESTADUAL N.º 8.820/89. MATÉRIA PACIFICADA PELO STF NO ÂMBITO DA ADI N.º 2669/DF. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DA CORTE SUPREMA. ARTIGO 927, I, DO CPC. 1. De acordo com o que dispõe o artigo 155, II, da Constituição Federal, compete aos entes federados instituir impostos sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal. Em linha com a disposição constitucional, a Lei Kandir (Lei Complementar n.º 87/96), e no âmbito estadual a Lei n.º 8.820/89, preveem a incidência de ICMS sobre o transporte terrestre de passageiros e mercadorias. 2. Constitucionalidade de tais previsões e legalidade da cobrança de ICMS sobre o transporte terrestre que já foram definidas pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da ADI n.º 2669/DF. Observância da decisão da Suprema Corte que se dá por força do que dispõe o artigo 927, I, do Código de Processo Civil. Isenção tributária vigente em face do transporte pelo modal aéreo que não é aplicável ao modal terrestre. Embargos à execução desacolhidos, ante a validade das CDAs emitidas pela Fazenda Pública. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70077123164, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Julgado em 09/05/2018).

Destarte, substancialmente fica instituído que qualquer mercadoria que se locomova para dentro ou fora do estabelecimento comercial, industrial, município ou estado deve conter no seu custo o valor agregado de ICMS correspondente a alíquota do estado de origem da mercadoria.

Cabe salientar, como mencionado anteriormente, que cada um dos Estados-membros possui uma alíquota própria em relação ao ICMS. Diante desse cenário, lembra-se ainda, que a responsabilidade do recolhimento do referido imposto será do destinatário, quando ele foi contribuinte do imposto, ou do remetente, quando o destinatário não for o contribuinte.

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Assim, dependendo do tipo de mercadoria, o ICMS tem sido um dos principais vilões dos transportadores de cargas.

2.2 A não incidência do ICMS no transporte internacional

O regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS) do Estado do Rio Grande do Sul, em seu art. 2°, apresenta-se as hipóteses de incidência do referido imposto:

Art. 2° - O imposto incide sobre: [...]

IV - a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade.

Não obstante, no artigo 3° da referia norma, com o intuito de dar mais visibilidade aos produtos brasileiros destinados ao mercado exterior, concedeu-se imunidade tributária às empresas que realizam transportes desses produtos do recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

Art. 3º. O imposto não incide sobre: [...]

II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

Sabe-se que muitas das mercadorias que saem do país são transportadas por meio dos transportes rodoviários de cargas. Do referido transporte, apesar do disposto do artigo 3° do RICMS, são cobrados valores de ICMS, pois a origem do transporte ocorre onde há incidência do referido imposto.

Porém, por se tratar de um “imposto nacional”, ao cruzar a fronteira, esse imposto não tem mais incidência, devendo resultar, assim, em crédito tributário para o transportador, que ao término do transporte não poderá reaver o valor pago do destinatário final, como ocorre nas demais incidências desse imposto.

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Destarte, da análise do artigo 3° da referida Lei, bem como do artigo 155, I, “b”, da Carta Magna, muitos doutrinadores, inclusive de Sacha Calmon Navarro Coelho e Moysez Candini (apud MAMEDE, 1997, p.02), dizem que:

Serviço de transporte internacional é o que é prestado entre países, isto é, inicia-se dentro dos limites territoriais do Brasil e encerra-se dentro dos limites territoriais de outro país. Esta modalidade de transporte, com prestação de serviço iniciada no Brasil, está fora da área de incidência do ICMS.

Assim, as empresas que realizam transportes de mercadorias destinadas ao mercado externo estão amparadas pelo artigo 3º, inciso II da LC n.º 86/97 por estar consubstanciada a hipótese da imunidade ali regrada, fazendo jus, destarte, ao não recolhimento do ICMS quando da prestação desses tipos de serviços.

Todavia, os fiscos estaduais vêm cobrando o ICMS sobre esses serviços de transporte, vale dizer, as empresas que realizam transportes de mercadorias destinadas ao exterior vêm sendo obrigadas a recolher o ICMS sobre a prestação desses serviços, mesmo tendo a LC n.º 87/96 expressamente previsto a não incidência desse tributo sobre essas operações.

Com essa tributação indevida, as empresas vêm sofrendo graves prejuízos, de ordem econômico-financeira, o que, reflexamente, acaba por encarecer os produtos de seus tomadores de serviços, em detrimento da indústria nacional e desenvolvimento do país.

A jurisprudência tem assim se manifestado:

ICMS - TRANSPORTE INTERNACIONAL DE MERCADORIAS - NÃO INCIDÊNCIA. O transporte internacional de mercadorias não atrai a incidência do ICMS, ainda quando iniciado no Brasil. O fato de haver transbordo de mercadorias em território nacional não descaracteriza o transporte como internacional, nos termos do artigo 411 do Regulamento do ICMS.

(TJ-MG 1368414 MG 1.0000.00.136841-4/000(1), Relator: PÁRIS PEIXOTO, Data de Julgamento: 02/03/1999, Data de Publicação: 05/03/1999).

Neste mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça julgou o seguinte embargos de divergência procedente:

TRIBUTÁRIO. ICMS. TRANSPORTE INTERESTADUAL DE MERCADORIA DESTINADA AO EXTERIOR. ISENÇÃO. ART. 3º, II DA LC 87/96.

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1. O art. 3º, II da LC 87/96 dispôs que não incide ICMS sobre operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, de modo que está acobertado pela isenção tributária o transporte interestadual dessas mercadorias.

2. Sob o aspecto teleológico, a finalidade da exoneração tributária é tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional.

3. Se o transporte pago pelo exportador integra o preço do bem exportado, tributar o transporte no território nacional equivale a tributar a própria operação de exportação, o que contraria o espírito da LC 87/96 e da própria Constituição Federal.

4. Interpretação em sentido diverso implicaria em ofensa aos princípios da isonomia e do pacto federativo, na medida em que se privilegiaria empresas que se situam em cidades portuárias e trataria de forma desigual os diversos Estados que integram a Federação.

5. Embargos de divergência providos.

(STJ-EREsp:710260 RO 2005/0179881-0, Relator: Ministra ELIANA CALMON, data de julgamento: 27/02/2018, S1 – PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 14/04/2018 RET vol.61 p.112 RT vol. 873 p.139 RTFP vol81 p.287)

Diante do exposto, na hipótese de saídas de mercadorias ou serviços realizados com o fim específico de exportação e destinada a empresa comercial exportadora, armazém alfandegário ou entreposto aduaneiro, não incide o ICMS sobre este serviço de transporte, ainda que realizado por uma ou mais empresas.

2.3 Formas de recuperação de tributos

Como dito anteriormente, apesar de não possuir incidência, muitas vezes o ICMS é cobrado para que se realize o transporte rodoviário internacional de cargas. Este tributo estadual pode gerar um crédito compensatório se houver incidência e cobrança em casos como o acima descrito.

Segundo a doutrinadora Regina Helena Costa (2014), para reaver os valores de ICMS pagos indevidamente nos transportes internacionais de cargas, há dois os aspectos a serem observados: um no nível administrativo e outro no nível judicial.

2.3.1 Procedimento administrativo

O processo administrativo tributário vem ganhando cada vez mais a atenção dos contribuintes, eis que essa modalidade serve como um filtro das lides a serem apreciadas pelo Poder Judiciário.

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Esse procedimento tem como objetivo resolver um conflito de ordem tributária entre o fisco e o contribuinte, restando solucionado a maior parte desse tipo de demandas na instância administrativa, sem a necessidade de utilização da via judicial, que se restringirá a casos singulares, de maior complexidade.

O processo administrativo obedece algumas fases: instauração, preparação e instrução, visando tornar o processo apto ao julgamento, que corresponde a uma decisão monocrática, passível de recurso, que uma vez proferida a decisão em primeiro grau, abre-se a possibilidade de recurso

Segundo ensinamento de Ricardo J. Ferreira (2006, apud BETHONICO, 2010), o Processo administrativo-tributário é o conjunto de atos necessários à solução, na instância administrativa, de questões relativas à aplicação ou interpretação da legislação tributária.

Para o referido autor (2006 p. 01),

O processo administrativo tributário versa sobre a aplicação ou a interpretação da legislação tributária. Logo, o processo administrativo tributário destina-se “a regular a prática dos atos da administração e do contribuinte no que se pode chamar de acertamento da relação tributária”.

Em suma, o processo administrativo fiscal visa resolver um conflito em matéria tributária entre o fisco e o contribuinte, geralmente relativo à determinação, exigência ou dispensa do crédito tributário.

2.3.2 Ação judicial

Nos dias atuais as lides tributárias adquiriram especial importância. Nas relações jurídico-tributárias o Fisco geralmente vai ocupar o polo ativo da relação jurídica, eis que se trata de execuções fiscais. Portanto, as ações judiciais, quase sempre são movidas pelo sujeito ativo, com vistas a exigência fiscal.

Em relação as ações judiciais do contribuinte contra o fisco, pode-se citar os embargos à execução, o Mandado de Segurança, que é impetrado visando geralmente a concessão de

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medida liminar para a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, havendo ainda as ações anulatórias e declaratórias de indébitos tributários. A ação declaratória é frequentemente utilizada pelo sujeito passivo quando este pretende se eximir do pagamento de tributo que reputa indevido. Já a ação anulatória, por sua vez, tem por objetivo a invalidação de lançamento tributário ou de decisão administrativa desfavorável ao contribuinte.

No que tange as ações anulatórias, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul tem se posicionado da seguinte maneira.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO

DECLARATÓRIA. ICMS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE INSUMOS APLICADOS E CONSUMIDOS NA ATIVIDADE FIM DA EMPRESA (PNEUS, PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO, INCLUSIVE CÂMARA DE AR E MATERIAL DE LIMPEZA). INAPLICABILIDADE DO ART. 166 DO CTN. PRECEDENTES DO STJ. 1. É reconhecido o direito ao creditamento, na forma do art. 20 da LC 87/96 c/c art. 155, II, e §2º, I da Constituição Federal, na mesma proporção das saídas tributadas, à empresa que atua no setor de prestação de serviço de transporte intermunicipal e interestadual, referente a aquisições de pneus, partes e peças de reposição, inclusive câmara de ar e material de limpeza, insumos diretamente relacionados e imprescindíveis à atividade empresarial, sendo aplicados e consumidos na atividade-fim da empresa. 2. Em se tratando de insumos imprescindíveis à atividade empresarial, como no caso dos autos, há o direito imediato de creditamento de ICMS, não havendo falar em aplicação do art. 33 da LC 87/96, concernente à aquisição de mercadorias destinadas ao uso e consumo do estabelecimento e ao ativo fixo/ permanente, que impõe limitação temporal. 3. Não se exige para o reconhecimento do direito ao creditamento de valor de tributo, no âmbito da sistemática da não-cumulatividade, a prova da assunção do encargo financeiro correspondente ou a autorização daquele que o assumiu, porque a norma do art. 166 do CTN aplica-se exclusivamente à hipótese de repetição de indébito. (AgRg no REsp 938367/SP, Relator Ministro José Delgado, Primeira Turma, J. 02/10/07, DJe 07/05/08). Sentença de procedência mantida. Precedentes do STJ. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70077754554, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de Fátima Cerveira, Julgado em 26/06/2018)

Da análise da presente jurisprudência do Egrégio Tribunal de Justiça de Rio Grande do Sul, temos que em relação aos transportadores de cargas, pode-se requerer a ação de anulação de débitos tributários no que se refere inclusive sobre a aquisição de insumos diretamente ligados com à atividade desenvolvida.

Considerando a jurisprudência do referido Tribunal, temos mesmo posicionamento em ralação as ações declaratórias de indébitos.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO

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INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE INSUMOS APLICADOS E CONSUMIDOS NA ATIVIDADE FIM DA EMPRESA (PNEUS, PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO, INCLUSIVE CÂMARA DE AR E MATERIAL DE LIMPEZA). INAPLICABILIDADE DO ART. 166 DO CTN. PRECEDENTES DO STJ. 1. É reconhecido o direito ao creditamento, na forma do art. 20 da LC 87/96 c/c art. 155, II, e §2º, I da Constituição Federal, na mesma proporção das saídas tributadas, à empresa que atua no setor de prestação de serviço de transporte intermunicipal e interestadual, referente a aquisições de pneus, partes e peças de reposição, inclusive câmara de ar e material de limpeza, insumos diretamente relacionados e imprescindíveis à atividade empresarial, sendo aplicados e consumidos na atividade-fim da empresa. 2. Em se tratando de insumos imprescindíveis à atividade empresarial, como no caso dos autos, há o direito imediato de creditamento de ICMS, não havendo falar em aplicação do art. 33 da LC 87/96, concernente à aquisição de mercadorias destinadas ao uso e consumo do estabelecimento e ao ativo fixo/ permanente, que impõe limitação temporal. 3. Não se exige para o reconhecimento do direito ao creditamento de valor de tributo, no âmbito da sistemática da não-cumulatividade, a prova da assunção do encargo financeiro correspondente ou a autorização daquele que o assumiu, porque a norma do art. 166 do CTN aplica-se exclusivamente à hipótese de repetição de indébito. (AgRg no REsp 938367/SP, Relator Ministro José Delgado, Primeira Turma, J. 02/10/07, DJe 07/05/08). Sentença de procedência mantida. Precedentes do STJ. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70077754554, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de Fátima Cerveira, Julgado em 26/06/2018)

Como percebe-se a ação declaratória de indébitos tributários tem um caráter preventivo. Cabe ressaltar aqui que para propor referida ação encontra-se fundamentação legal no art. 19, I, do CPC. Ainda, a presente ação possui requisitos a serem observados e que estão devidamente elencados no art. 319 do referido Código Pátrio.

Há que se falar, ainda, da ação de compensação, cabível pelo contribuinte que possui crédito em relação à Fazenda Pública. Tal procedimento tem se tornado muito valioso para a solução de conflitos tributários.

Sabe-se que muitas vezes a Fazenda Pública se utiliza de precatórios para o pagamento de créditos tributários. Em relação a utilização desse método o TJRS tem se posicionado da seguinte maneira:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS. MANDADO DE SEGURANÇA. COMPENSAÇÃO DE DÉBITO TRIBUTÁRIO COM CRÉDITO INSCRITO EM PRECATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO À ORDEM CRONOLÓGICA DE PAGAMENTO DOS PRECATÓRIOS ESTABELECIDA NA CARTA FEDERAL. AUSÊNCIA DE PRÉVIA E EXPRESSA

AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA. SENTENÇA DENEGATÓRIA DO

"MANDAMUS" MANTIDA. A utilização do precatório como instrumento de compensação significa quebra da ordem cronológica de pagamento dos débitos judiciais da Fazenda Pública estabelecida no art. 100 da Constituição Federal. Outrossim, compensação de créditos inscritos em precatório com débitos tributários do contribuinte somente é viável quando houver prévia e expressa autorização legislativa nesse sentido, a teor do disposto no art. 170 do CTN. APELO

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DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70074842030, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 28/06/2018).

Em análise da jurisprudência se percebe que a utilização de precatórios não é a medida mais aceita em relação aos pagamentos de créditos, uma vez que quebra a ordem cronológica de pagamento dos débitos judiciais da Fazenda Pública.

Em razão do estudo apresentando no presente trabalho, percebe-se que em relação as existências de créditos tributários, alguns entes da federação têm aceitado a transferência de créditos tributários de uma empresa para outra, desde que apresentados alguns requisitos. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul também tem entendido nesse sentido, conforme jurisprudência do ano de 2018.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. IMPETRAÇÃO DE MANDAMUS PARA OBTER O DIREITO À TRANSFERÊNCIA A TERCEIROS DE CRÉDITOS FISCAIS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. POSSIBILIDADE. LIMITAÇÃO EXPRESSA NO REGULAMENTO DO ICMS ESTADUAL. DESCABIMENTO. São ilegais as restrições ao aproveitamento de crédito que está disciplinada no Decreto n. 37.699 e impede o contribuinte a utilizar integralmente o saldo credor de ICMS decorrente de operações de exportação. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o art. 25, § 1º da LC 87/96 tem eficácia plena, não podendo o direito de transferência do saldo remanescente a outros contribuintes do mesmo Estado ser restringido ou vedado pela legislação local. APELO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA EM REMESSA NECESSÁRIA. UNÂNIME. (Apelação e Reexame Necessário Nº 70076499763, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francisco José Moesch, Julgado em 26/04/2018).

Os requisitos a serem preenchidos para tal transferência varia de acordo com o Regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (RICMS) de cada Estado-membro. Porém, é importante ressaltar que tal transferência só poderá ocorrer em empresas do mesmo Estado-membro, uma vez que estão sujeitas ao mesmo regulamento do referido imposto.

Os transportadores que realizam viagens para lugares onde não há incidência do referido imposto, devem utilizar um desse meios acima citados para conseguir reaver os valores pagos em ICMS. A categoria, além de sofrer com o aumento de vários dos insumos necessários à atividade, não tem recebido valores suficientes para se manterem. Assim, com a devolução desses valores pagos indevidamente, os transportadores possuem condições de melhorarem suas frotas e terem um instrumento de trabalho mais seguro e lucrativo.

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CONCLUSÃO

A incidência de impostos sobre todas as atividades desenvolvidas no país, tem tornado o custo de vida no território nacional ainda mais alto. Além disso, é comum ouvir que a carga tributária no Brasil é muito alta, que o brasileiro paga muitos impostos e que recebe poucos serviços, sendo necessários cinco meses de trabalho apenas para pagar a elevada carga tributária.

O estudo apresentou os vários tributos que o brasileiro paga e que, por desconhecimento, muitas vezes são confundidos como impostos. Infelizmente, imposto é apenas um dos tributos pagos pelos brasileiros.

Após apresentar a conceituação dos tributos e suas espécies, a pesquisa apresentou o ICMS-Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, com um enfoque específico voltado a tributação dos Transportes Rodoviários Internacionais de Cargas.

Após entender melhor todas as conceituações, foi possível perceber que o ICMS possui incidência na circulação de mercadorias, sendo que com relação as mercadorias transportadas, normalmente o custo do pagamento do referido imposto recai sob o consumidor final, que ao pagar o preço da mercadoria adquirida, acaba por também pagar o imposto estudado, já que o mesmo é embutido no valor do produto.

Ainda, o referido imposto também incide nos serviços de transportes intermunicipais e interestaduais, enquanto nos transportes que ocorrem dentro do Município não há que se falar em pagamento de ICMS, mas sim de ISS, considerando que se trata de imposto devido ao município.

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No entanto, como mencionado, no que se refere ao transporte interestadual e intermunicipal, seja ele de cargas ou de pessoas, há a incidência de ICMS, uma vez que esse serviço, bem como o serviço de comunicação, são alcançados pela hipótese de incidência desse imposto.

Não obstante, por se tratar de um imposto cuja incidência, apesar de possuir alíquotas diferentes, se apresenta em todo o território nacional, ao sair das fronteiras do país, esse imposto não possui mais a incidência, razão pela qual, os transportadores, seja qual for o meio de transporte, não deveriam pagar ICMS para o serviço que prestam, razão pela qual possuem o direito a restituição do crédito tributário que se originou em decorrência do pagamento do ICMS para realização do serviço de transportes internacionais de cargas.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.> Acesso em 08 de outubro de 2017.

CAMARGO, Jeliabe. Processo administrativo: conceito, classificação e características. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/57168/processo-administrativo-conceito-classificacao-e-caracteristicas.> Acesso em 08 de outubro de 2017.

CARNACCHIONI ADVOGADOS ASSOCIADOS. Contribuição de Melhoria. Disponível em: < https://juridicocerto.com/p/carnachionibrunasoar/artigos/contribuicao-de-melhoria-350>. Acesso em 08 de outubro de 2017.

Consultor ASSEINFO. Tributos, impostos, taxas e contribuições: conheça as diferenças. Disponível em: <http://www.asseinfo.com.br/blog/tributos-impostos-taxas-contribuicoes/> Acesso em: 08 de outubro de 2017.

COSTA, Regina Helena. Curso de direito Tributário: Constituição e Código Tributário Nacional/Regina Helena Costa – 4 ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2014

FERRAZ, Rafael. O que são Contribuições de Melhorias. Disponível em: <https://rafaeelferraz.jusbrasil.com.br/artigos/199014689/o-que-sao-contribuicoes-especiais>. Acesso em 08 de outubro de 2017.

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MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 31 ed. São Paulo: MALHEIROS EDITORES LTDA, 2010.

MAMEDE, Gladston. Incidência de ICMS sobre o serviço de transporte internacional de cargas. Disponível em : https://jus.com.br/artigos/1411/incidencia-de-icms-sobre-servico-de-transporte-internacional-de-cargas acesso em 14 de abril de 2018.

MARTINS, Volésio Lauro. Manual Prático do ICMS. Principais Operações e Prestações. Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003.

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