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AS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS EM ASSENTAMENTOS RURAIS NO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO OESTE MT

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AS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS EM ASSENTAMENTOS RURAIS NO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO OESTE – MT

THE ENTREPRENEURIAL CHARACTERISTICS IN RURAL SETTLEMENTS IN THE MUNICIPALITY OF ROSARIO OESTE - MT

Flavia Cristina Solidade Nogueira1 Debora Fabiana Aparecida Tenutes Silva2 Paulo Augusto Ramalho de Souza3 Sandro Ribeiro da Costa4 Francisco Mirialdo Chaves Trigueiro5 RESUMO: As práticas de extensão rural voltadas para o empreendedorismo e comercialização tem-se mostrado uma importante ferramenta na modificação de hábitos rurais positivamente. Através da aplicação de questionários em quatro assentamentos rurais, a pesquisa procurou identificar como práticas de extensão no campo, voltadas para o empreendedorismo e a comercialização de produtos agrícolas, podem auxiliar no desenvolvimento econômico no município de Rosário Oeste MT. Os dados coletados apontam a necessidade de que esse conhecimento, que pode ser conquistado através de ações de extensão precisam ser disseminados, tanto na área do empreendedorismo como da comercialização.

PALAVRAS CHAVES: Empreendedorismo; Comercialização Agrícola; Extensão Rural.

ABSTRACT: The extension of practices focused on entrepreneurship and marketing has proven to be an important tool in changing rural habits positively. Using questionnaires in four rural settlements, the survey sought to identify as an extension of practices in the field, focused on entrepreneurship and marketing of agricultural products, can help in the economic development in the city of Rosario Oeste MT. The collected data indicate the need for such knowledge, what can be achieved through

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Graduanda em administração em administração pela Universidade Federal de Mato Groso (UFMT). Email: flaviacristina_ptga@hotmail.com

2

Graduanda em administração em administração pela Universidade Federal de Mato Groso (UFMT). Email: tenutesd@gmail.com

3

Graduado e Mestrado em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Estágio Doutoral pela Universidade do Minho (UMINHO), Doutorando em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e Professor do Departamento de Administração da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Email: paramalho@gmail.com. Dados para correspondência: Universidade Federal de Mato Grosso - Depto de Administração - Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 2367 - Bairro Boa Esperança - Cuiabá - MT - 78060-900.

4

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Especialista em Educação Ambiental pela Universidade da Cidade de São Paulo (Unicid) e Mestre em Biociência Animal pela Universidade de Cuiabá (Unic). Email: sandrorcr@gmail.com

5

Graduado e Mestre em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Doutorando em Administração pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e Professor do Departamento de Administração da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Email:trigueiro@ufmt.br

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extension actions need to be disseminated both in the area of entrepreneurship and marketing.

KEY WORDS: Entrepreneurship; Agricultural Commercialization; Rural Extension.

1 INTRODUÇÃO

As comunidades agrícolas se organizam em torno da produção de gêneros alimentícios com foco tanto no incremento da alimentação da unidade familiar, quanto para transacionar em seu entorno. Entretanto, evidencia-se a necessidade de acúmulo de conhecimento, muitas vezes técnico relacionado com o processo de produção agrícola.

Com a prática da extensão rural é possível acompanhar a evolução de produção, assim como o desenvolvimento de sua comunidade, mostrando a importância dessas ações para a população rural, que muitas vezes não tem acesso às novas tecnologias. Este processo de construção coletiva de conhecimento, proporcionado pelas atividades de extensão, acontece por meio da interação agricultor e extensionista.

O desenvolvimento da agricultura familiar é de suma importância para a economia rural brasileira e pode ser estimulada por ações empreendedoras relacionadas com a produção agrícola e a comercialização dos produtos rurais, por meio da utilização de novas técnicas de gestão que auxiliem tanto na produção quanto no escoamento.

No estado do Mato Grosso a agricultura familiar é a base para o desenvolvimento de vários municípios. Entretanto, evidencia-se a necessidade de uma melhor organização da atividade produtiva nas propriedades locais nesta região.

Neste cenário, a escolha do município de Rosário Oeste MT se deu em virtude de um conjunto de fatores: o primeiro foi o seu baixo IDHM (Desenvolvimento Humano por Município) avaliado em 0,650, sendo muito inferior ao restante dos municípios do Estado (PNUD, 2013). O segundo fator foi a inexistência de instituições que incentivam o desenvolvimento regional através de pesquisa ou extensão. Por fim, a proximidade da cidade com as comunidades da zona rural e municípios vizinhos, o que seria estrategicamente significativo na disseminação das ações implementadas na região.

A presente pesquisa tem por objetivo identificar características empreendedoras nos estágios de comercialização presentes em assentamentos rurais no município de Rosário Oeste no Estado de Mato Grosso.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O capitulo do referencial teórico visa salientar quais teorias e pressupostos estão presentes no ambiente de estudo em questão e como estas se comportam no embasamento das ações técnico acadêmicas.

2.1 Extensão rural

A possibilidade de desenvolvimento rural está ligada diretamente a capacidade de empreender, por meio da assimilação do empreendedorismo, incorporando inovações ao campo sendo necessário que haja o aprimoramento na comercialização, que quando

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utilizada para valorização dos produtos do meio rural, atribuindo um preço justo ao consumidor e ao produtor, tornando dessa maneira a produção competitiva.

De acordo com o conceito de extensão rural adotado pelo Ministério da Agricultura, confirma-se que a extensão é uma das formas de acesso a novos aspectos e possibilidades antes desconhecidos pelas comunidades rurais, sendo configurado como:

Serviço de educação não formal de caráter continuado no meio rural, que promove processos de gestão; produção; beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários; inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais (BRASIL, 2013, p. 3).

O objetivo da prática de extensão rural é determinado pela busca da melhoria tanto do bem estar social quanto das condições de vida das famílias rurais, através do aumento da produtividade agrícola, alcançado por meio de tarefas educacionais (CAPORAL, 1991). Para Emma (2002), a extensão rural deve, por meio de todas as suas ações, fortalecer os sujeitos sociais em um processo de conscientização e promoção da cidadania.

Nesse contexto, Vivan (1999) afirma que através da aplicação de práticas educativas e de treinamento, os programas de extensão colaboram no estímulo dos produtores a acreditarem em sua capacidade, buscando aumento da produtividade e cultura individual.

Quanto à prática dos extensionistas, defende Caporal (1991) que sejam práticas educativas voltadas a assistência técnica, através de um processo que desperte a criatividade dos produtores e a adoção de novas ideias. Dentro desta visão, é preciso salientar que a ação do extensionista deve estimular os agricultores a serem experimentadores e inventores, resgatando a sua capacidade criativa.

Dentre os resultados provenientes dos projetos de extensão rural almeja-se a troca de conhecimentos entre os extensionistas e os agricultores familiares; a melhoria da qualidade de vida das famílias rurais de forma sustentável; a habilitação de produtores rurais para que posteriormente, difundam as práticas desenvolvidas; e por fim, a conexão dos produtores com os mercados locais e regionais (LOURENZANI, 2006).

2.2 Empreendedorismo

O conceito de empreendedorismo segundo Schumpeter (1942) está diretamente ligado à inovação, na capacidade do empreendedor de acrescentar novas tecnologias no ambiente onde de ele está inserido, o que acaba movimentando a economia.

Considerando o empreendedor como ator principal desse processo, Dornellas (2001) o define como um agente que necessita ter uma visão do futuro organizacional e que se adiante aos fatos, fazendo com que mudanças aconteçam, sendo essas características básicas de um empreendedor.

As características dos atores locais ligados ao setor rural no Brasil têm sofrido relevantes transformações. Entretanto, pouca atenção é dedicada ao estudo dos fatores relacionados ao empreendedorismo rural, mesmo que a agricultura familiar possua representatividade na economia brasileira.

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[...] a característica empreendedora do produtor rural reveste-se de grande importância para melhor compreender o seu processo de decisão e de ação com vistas à otimização dos recursos econômicos no meio rural e inclusão dos pequenos proprietários e suas famílias.

A atividade rural é “praticamente” herdada, o que faz com que o agricultor tenha uma afetividade em relação à terra, uma vez que a história de sua família foi constituída nesse espaço, mas o que necessita acontecer é uma evolução na forma de gerenciar os negócios para adequação das necessidades do mundo globalizado (BASTIANE, 2001).

O revigoramento das regiões rurais brasileiras depende, antes de tudo, de iniciativas que procurem associar, no meio rural, o trabalho ao conhecimento, que ofereçam horizontes promissores aos jovens e, sobretudo, que transformem a experiência de gestão de unidades produtivas agropecuárias em fonte de estímulo ao empreendedorismo, à criação de novas organizações econômicas que não sejam a pura repetição daquilo que os pais já faziam. (ABRAMOVAY, 2001 p. 136).

Para Veiga (2002, p. 8) “O desenvolvimento do Brasil rural ajudará não somente o dinamismo do conjunto da economia nacional, como poderá pôr fim às práticas de exploração predatória dos imensos recursos naturais do País”.

2.3 Comercialização agrícola

Partindo da premissa de que qualquer empreendimento depende da comercialização de seus produtos para a obtenção de lucro e de seu sustento, o que também se aplica às unidades familiares, sendo que a viabilidade se dá através da comercialização eficiente dos seus excedentes.

A comercialização agrícola, segundo Mendes (2007, p. 6), “é o desempenho de todas as funções ou atividades envolvidas na transferência de bens e serviços do produtor ao consumidor final”. Para Waquil (2010) a comercialização envolve também o processo de produção agrícola, a industrialização dos produtos, o transporte, a relação com os consumidores, dentre outras atividades.

As definições evidenciam que a comercialização agrícola pode ser considerada como um conjunto de métodos que devem ser planejados antes da produção, como o que produzir, quanto produzir, como produzir, quando produzir e para quem produzir. Em suma, esses métodos envolvem análise dos processos produtivos e do mercado consumidor.

Os empreendimentos agrícolas familiares necessitam de uma gestão administrativa efetiva. Os princípios básicos da Administração utilizados no comércio e na indústria também são sobrepostos ao setor rural, no qual, o produtor é o gestor da sua “empresa”.

Santos e Marion (1996, p. 16) expõem que:

O principal papel do administrador rural é planejar, controlar, decidir e avaliar os resultados, visando à maximização dos lucros, à permanente motivação, ao bem-estar social de seus empregados e à satisfação de seus clientes e da comunidade na qual está inserido.

Partindo desse conceito, evidencia-se a necessidade de que o produtor rural faça uso dos princípios básicos da Administração no planejamento sistêmico da comercialização, almejando a eficiência produtiva. Consequentemente, para atingir o

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lucro e satisfação dos clientes, que são os objetivos principais de um empreendimento, os produtores precisam realizar uma comercialização eficaz.

3 MATERIAL E MÉTODOS

A formatação metodológica tem a finalidade de dar apoio ao entendimento do fenômeno empreendedorismo e comercialização em assentamentos rurais como no caso do município de Rosário Oeste. Para tal, em virtude das características abstratas e relacionadas com a percepção dos atores locais com seu papel no meio.

A abordagem deste estudo é qualitativa; com base em Vergara (2009) a mesma visa identificar características subjetivas e não quantificáveis da relação objeto/problema de uma pesquisa. Como defende Gil (2002), a pesquisa exploratória tem o intuito de proporcionar um maior aprofundamento frente ao tema de pesquisa, com a finalidade de torná-lo mais explícito, técnico e acadêmico.

O presente trabalho se utilizou de pesquisa bibliográfica, pois permite aos pesquisadores uma ampla cobertura dos fenômenos relacionados ao presente objeto de estudo, através de materiais já desenvolvidos por outros autores como artigos, livros e dissertações (GIL, 2002).

Em virtude da pouca proximidade com o objeto de estudo e o rudimentar número de pesquisas acadêmicas pautadas na prática de extensão rural, na região da Baixada Cuiabana, se faz necessário esse método de abordagem.

A pesquisa de campo foi realizada no mês de maio de 2013, onde foram aplicados cinquenta e três questionários semiestruturados em quatro diferentes assentamentos rurais: Cedral Grande, Passagem do Chiqueiro, Raizama e Santa Helena. A análise desses dados foi realizada por meio de técnicas de estatística básica e da técnica de análises de conteúdo, que com base nas características dos dados tem por finalidade categorizar por meio de procedimentos sistemáticos a percepção dos atores frente ao objeto de estudo (VERGARA, 2009).

A técnica da observação direta, que, segundo Gil (2002), é utilizada na interação pesquisador/comunidade com intuito de descrever as características cotidiana, também foi utilizada. Essa técnica viabilizou o entendimento da dinâmica da prática rural diante ao fenômeno empreendedorismo e comercialização de produtos agrícolas nos quatro assentamentos pesquisados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Localizado na Baixada Cuiabana, o município de Rosário Oeste – MT possui economia baseada na agricultura influenciando na cultura dos habitantes, dos quais 58% residem na zona urbana e 42% na zona rural, de um total de 17.679 habitantes (IBGE, 2010). Ainda de acordo com o IBGE (2013), o município possui o IDH de 0,650, bem abaixo do Estado.

Quatro comunidades rurais foram escolhidas para a realização da pesquisa: Passagem do Chiqueiro, Cedral, Raizama e Santa Helena. Localizados nas proximidades da cidade, são constituídas por propriedades com área de pequeno porte, porém produtivas, o que é evidenciado pelos resultados que dentre as cinquenta e três, quarenta e oito produzem alguma cultura.

Diferentes temas foram abordados no plano de entrevista buscando a estruturação do perfil das comunidades; no entanto, para essa pesquisa foram

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selecionados os dados referentes ao empreendedorismo e a comercialização dos produtos agrícolas.

Ao tentar entender as raízes da motivação que os atores locais tinham para iniciar e permanecer na vida rural, a pesquisa evidenciou que os agricultores que residem nos assentamentos, em sua maioria, afirmaram possuir outros familiares também agricultores como pais, avós, tios e irmãos, confirmando assim que a atividade rural pode ser considerada como uma herança.

Através dessas informações é possível perceber a influência de familiares na decisão de viver no campo, continuando na atividade rural, tendo os pais como principal referência, sendo que quando foram questionados sobre qual atividade econômica os seus pais exercem, identificou-se a ocorrência de trinta casos, nos quais os pais dos entrevistados atuam ou atuavam no campo.

O costume pela vida no campo é aprendido/assimilado desde a infância, outro dado confirmado pelos produtores, que alegaram possuir seus pais como modelo, como pode ser observado na Tabela 1. Isso pode ser confirmado pela ocorrência de vinte e sete casos, nos quais os atores locais relatam que iniciaram na vida rural por meio da influência familiar.

Tabela 1: Influência familiar.

Tem alguém como modelo?

Comunidades Pais Tios Avós Irmãos Não

Cedral Grande 8 0 1 0 6

Passag. Chiqueiro 8 1 1 1 2

Raizama 6 0 0 1 2

Santa Helena 5 0 0 1 4

Total 27 1 2 3 14

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa.

Através de observação durante a pesquisa, notou-se que o interesse de permanecer e produzir no campo parte dos mais velhos, senhores e senhoras de idade, que demonstram vontade em aproveitar a terra que lhes foi oferecida, por se tratarem de assentamentos.

Através dos resultados evidencia-se a necessidade da implementação de ações empreendedoras a serem introduzidas no meio rural, considerando a relevância da produção agrícola brasileira, que por sua maioria é constituída pela agricultura familiar.

Tabela 2: Finalidade da produção.

Qual a finalidade da produção?

Comunidades Comercialização Apenas consumo Não produz

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Passag. Chiqueiro 4 10 4

Raizama 10 0 0

Santa Helena 7 2 1

Total 35 13 5

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa.

Com base na Tabela 2, da totalidade de famílias entrevistadas, a pesquisa identificou a ocorrência de trinta e cinco casos nos quais os atores produzem gêneros alimentícios, sendo a comercialização da produção, a principal atividade geradora de renda destes atores.

O perfil da comercialização destas propriedades é de pequena escala, principalmente a criação de frangos, hortaliças e poucas cabeças de gado, exceto no assentamento Cedral, onde o objetivo é o cultivo de mandioca para produção de farinha. No assentamento Cedral, em específico, os moradores se organizaram em cooperativa, o que permite organização, planejamento e a comercialização da produção. A cooperativa possui um cronograma de produção e de entrega da farinha, além de possuir um comprador intermediador que transaciona a farinha produzida na comunidade. A pesquisa evidenciou que este processo acontece sem que os atores utilizem de conhecimento técnico formal, sendo o processo de planejamento realizado de forma intuitiva.

Nas demais comunidades, um número significativo de moradores produz somente para a subsistência, principalmente na comunidade Passagem do Chiqueiro, na qual, dos dezoito produtores entrevistados, apenas quatro realizam atividade comercial.

Como pode ser evidenciado na Tabela 2, cinco unidades familiares não produzem nenhum gênero alimentício, utilizando a propriedade rural apenas como moradia. Contudo, não foi possível identificar os motivos do porquê não comercializam ou não produzem. Esses dados remetem à discussão da origem das rendas dessas dezoito famílias.

Tabela 3: Famílias que não comercializam e que recebem auxílios governamentais.

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa.

Por meio da pesquisa foi possível identificar, demonstrado na Tabela 3, que quatorze unidades familiares recebem auxílios governamentais ou participam de algum

Recebe algum auxílio governamental?

Comunidades Sim Não

Cedral Grande 0 1

Passag. Chiqueiro 12 2

Raizama 0 0

Santa Helena 2 1

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programa de transferência de renda. Essas famílias são as que produzem apenas para a subsistência ou não produzem, e, por conseguinte, não comercializam. Isso sugere que as rendas desses produtores familiares são formadas por esses auxílios, possuindo, assim, baixo poder econômico.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da pesquisa, pode-se evidenciar as características do empreendedorismo e dos processos de comercialização dos produtos agrícolas de assentamentos rurais do município de Rosário Oeste-MT.

Os assentamentos foco da pesquisa apresentam processos de produção baseados em experiências empíricas. Observou-se que mesmo quando os atores relatam a participação em cursos e oficinas de capacitação, estas práticas não são efetivamente aplicadas na propriedade rural.

Outro fator a ser apresentado é o caso do Assentamento “Passagem do Chiqueiro” que possui um relevante número de famílias tomadoras de programas de transferência de renda condicionada, como o “Bolsa Família”. Estas não desenvolvem a atividade agrícola com finalidade comercial e em alguns casos, nem para sua própria subsistência. Este fato, sugere que na região os programas de transferência de renda condicionada devem ser analisados mais profundamente com o intuito de reconhecer seu impacto no desenvolvimento das unidades produtivas.

A partir da análise, evidencia-se a necessidade da aplicação de ações de extensão empreendedoras voltadas para o meio rural por meio do processo de construção entre extencionistas e atores locais, para o desenvolvimento de suas atividades econômicas de maneira efetiva.

Um melhor entendimento das práticas rurais pode proporcionar o aproveitamento de sua produção, através de técnicas empreendedoras e comerciais, gerando, assim, condições favoráveis para permanência dos atores locais nas comunidades, pois alguns agricultores relataram que não gostariam que seus filhos dessem continuidade a atividade rural.

Por fim, pode-se inferir com base na pesquisa a necessidade de um maior aprofundamento nas características dos processos de gestão e os possíveis impactos de programas de transferência de renda no desenvolvimento da produção agrícola em comunidades rurais.

6 AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Ministério da Educação MEC, que por meio do Edital Proext financiou o desenvolvimento desta pesquisa.

7 REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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produtos agrícolas. 1. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2010.

Artigo recebido em: 11.04.2015 Avaliado em: 29.05.2015 Aceito para publicação em: 15.06.2015

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