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Princípios da anterioridade, não-confisco e liberdade de tráfego

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Princípios da anterioridade,

não-confisco e liberdade de

tráfego

(2)

Princípio da Anterioridade

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

III – cobrar tributos

(...)

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os

instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a

lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

(3)

Exceção às anterioridades

Anterioridade Anterioridade Nonagesimal

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA

EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO EM CASO DE GUERRA OU CALAMIDADE

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO

IMPOSTO DE RENDA

EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO EM CASO DE GUERRA OU CALAMIDADE

IMEDIATO

IMEDIATO IMEDIATO IMEDIATO

Só 90 dias Só ano seguinte

IMEDIATO

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA

CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL

(Art. 195º §6º, CF)

Base de Cálculo do IPTU e IPVA

CIDE – REESTABELECIMENTO DA ALÍQUOTA

(4)

Princípio da Anterioridade

Imposto de Renda e Contribuição Social. Medida Provisória nº 812, de 31.12.94, convertida na Lei nº 8.981/85. Artigos 42 e 58. Princípio da Anterioridade.

- Medida Provisória que foi publicada em 31.12.94, apesar de esse dia ser um sábado e o Diário Oficial ter sido posto à venda à noite. Não-ocorrência, portanto, da ofensa, quanto à alteração relativa ao imposto de renda, ao princípio da anterioridade.

- O mesmo, porém, não sucede com a alteração relativa à contribuição social, por estar ela sujeita, no caso, ao princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal do art. 195, §6º, da CF, o qual não foi observado.

Recurso Extraordinário conhecido em parte e nela provido.

(5)

Súmula Vinculante 50

Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação

tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

(6)

Princípio da Anterioridade e

revogação de benefícios

Art. 104, CTN. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte

àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a

impostos sobre o patrimônio ou a renda:

(...)

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de

maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo

178.

(7)

Anterioridade: lei que majora taxa não vale para mesmo ano

Cobranças de serviços médicos e psicológicos do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso são

consideradas taxas, não podendo sua majoração ser exigida no exercício financeiro do mesmo ano em que foi instituída, conforme o princípio da anterioridade. Com esse entendimento, a Quarta Câmara Cível do Tribunal de

Justiça de Mato Grosso (de Direito Público) acolheu o Agravo de Instrumento nº 118304/2009, impetrado pelo Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado em desfavor do Detran-MT. O agravante buscou, com êxito, a reforma da decisão de Primeiro Grau que indeferiu mandado de segurança e considerou que o valor cobrado pelos médicos e psicólogos credenciados teria natureza jurídica de tarifa e poderia valer a partir do mesmo ano.

O agravante argumentou que o aumento no valor dos exames ocorreu em 14 de agosto de 2009 e passou a ser exigida no dia 20 do mesmo mês, desrespeitando o princípio da anterioridade. Afirmou que, ao instituir a

majoração, a Lei Estadual número 9.197/2009 considerou como tarifas os valores exigidos. Os exames médicos são requisitos obrigatórios para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação. Por isso, aduziu o agravante que muitos Centros de Formação de Condutores firmaram contratos de prestação de serviços de ensino de direção de veículo com base nos valores anteriores, e os clientes não concordam com o aumento, fato que provocaria prejuízos às empresas e aos clientes.

Os desembargadores (...) consideraram unanimemente os serviços cobrados pelo Detran (exames médicos e psicológicos para a expedição da CNH) como taxas e não tarifas.

(8)

Em seu voto o relator explicou em que implicaria essa diferença: “Os tributos são receitas derivadas, que

se originam do patrimônio dos particulares, e são obtidas mediante prestação compulsória, já que decorrentes de lei. Por outro lado, as tarifas são tidas como receitas originárias, oriundas da exploração econômica do patrimônio do Estado, agindo como se particular fosse, e obtidas mediante acordo de vontades”. Dessa forma, explicou que o vínculo jurídico entre o Detran e os cidadãos não seria contratual,

mas compulsório, haja vista que necessariamente para a expedição da CNH é obrigatório o pagamento dos exames profissionais credenciados por esse departamento. Esse fato demonstra ter o valor cobrado, natureza de taxa e não de tarifa ou preço público.

Logo, para o desembargador Márcio Vidal, houve ilegalidade na exigência da majoração da taxa de exames médicos e psicológicos no exercício financeiro de 2009, instituída pela Lei 9.197/2009, que não respeitou o princípio da anterioridade. O magistrado considerou presentes os requisitos legais da relevância no motivo (fumus boni juris) e do risco de dano (periculum in mora), pelo fato da cobrança imediata do aumento do tributo estar prejudicando as relações comerciais firmadas para aquele ano entre o agravante e seus clientes, deferindo o recurso para o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado.

(9)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

“Confisco é a tomada compulsória da propriedade privada pelo

Estado, sem indenização. [...] refere-se à forma velada, indireta, de

confisco, que pode ocorrer por tributação excessiva. Não importa a

finalidade, mas o efeito da tributação no plano dos fatos. Não é

admissível que a alíquota de um imposto seja tão elevada a ponto de

se tornar insuportável, ensejando atentado ao próprio direito de

propriedade. Realmente, se tornar inviável a manutenção da

propriedade, o tributo será confiscatório”

(Leandro Paulsen, Direito Tributário. Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência, 8ª Ed., 2006)

(10)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

“... O poder de taxar somente pode ser exercido dentro dos limites que o

tornem compatível com a liberdade de trabalho, de comércio e de

indústria e com o direito de propriedade.”

(STF, RE 18.331/SP, rel. Min. Orozimbo Nonato, DJ 21.09.1951)

“Por que a Constituição utiliza a expressão ‘efeito de confisco’? Porque

confisco é a sanção, é medida de caráter sancionatório. Não nos

esqueçamos que se designa por confisco a absorção total ou parcial da

propriedade privada, sem indenização. Seria equivocado dizer, pois, ‘é

vedado o confisco’. O que se proíbe é que, por via da exigência de tributo,

se obtenha resultado cujo efeito seja equivalente ao do confisco.”

(11)

Nem mesmo a progressividade no tempo do IPTU (182, §4º, II, CF) pode resultar em confisco.

Lei 10.257/01 - Art. 7º Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5º desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5º do art. 5º desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.

§1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5º desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.

§2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8o.

Princípio do Não Confisco

(12)

Multas desproporcionais ou com “efeito confiscatório” também são inadmissíveis

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO. CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTAFISCAL. Em se tratando de débito declarado pelo próprio contribuinte, não se faz necessária sua homologação formal, motivo por que o crédito tributário se torna imediatamente exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação do sujeito. O valor da obrigação principal deve funcionar como limitador da norma sancionatória, de modo que a abusividade se revela nas multas arbitradas acima do montante de 100%. Agravo regimental a que se nega provimento.

(STF, AI 838302 AgR /MG. Relator Min. Roberto Barroso. J. 25/02/2014, Primeira Turma)

Princípio do Não Confisco

(13)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA DE 30%. CARÁTER CONFISCATÓRIO RECONHECIDO. INTERPRETAÇÃO DO PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO À LUZ DA ESPÉCIE DE MULTA. REDUÇÃO PARA 20% NOS TERMOS DA JURISPRUDÊNCIA DA CORTE. 1. É possível realizar uma dosimetria do conteúdo da vedação ao confisco à luz da espécie de multa aplicada no caso concreto. 2. Considerando que as multas moratórias constituem um mero desestímulo ao adimplemento tardio da obrigação tributária, nos termos da jurisprudência da Corte, é razoável a fixação do patamar de 20% do valor da obrigação principal. 3. Agravo regimental parcialmente provido para reduzir a multa ao patamar de 20%.

(STF, AI 727872 AgR / RS - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: 28/04/2015, Primeira Turma)

(14)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

Lei 13.296/98 – Lei do IPVA em SP

Art. 27 - O imposto não recolhido no prazo determinado nesta lei estará sujeito a acréscimos moratórios correspondentes a 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, até o limite de 20% (vinte por cento), calculados sobre o valor do imposto.

Parágrafo único - Após a inscrição em dívida ativa, os acréscimos moratórios corresponderão a 40% (quarenta por cento) do valor do imposto. (Redação dada ao parágrafo pela Lei16.498, de 18-07-2017; DOE 19-07-2017; Efeitos a partir de sua regulamentação)

Parágrafo único - Após a inscrição em dívida ativa, os acréscimos moratórios corresponderão a 1 (uma) vez o valor do imposto.(Redação revogada pela Lei 16.498/17)

(15)

Não confisco x Capacidade Contributiva

“Estamos

também

convencidos

de

que

o

principio

da

não

confiscatoriedade... Deriva do principio da capacidade contributiva.

Realmente, as leis que criam impostos, a levam em conta a capacidade

econômica dos contribuintes não podem compeli-los a colaborar com

gastos públicos além de suas possibilidades. Estamos vendo que é

confiscatório o imposto que, por assim dizer, esgota a riqueza tributável

das pessoas, isto é, que não leva em conta as suas capacidades

contributivas”

(Roque Antonio Carrazza, Curso de Direito Constitucional Tributário, 9ª edição, Malheiros, 1997, p.70)

Princípio do Não Confisco

(16)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Veda a limitação ao tráfego de pessoas e de bens por meio de tributos

interestaduais e intermunicipais. Impede que sejam instituídos tributos

pela passagem ou pela remessa de bens, garantindo a livre circulação das

pessoas e de mercadorias, independente do pagamento de tributos.

Todavia, ressalva a cobrança de pedágio pelo uso da rodovia conservada

pelo Poder Público

(17)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

“O art. 150, V, da Constituição de 1988 põe término à discussão sobre o caráter tributário do pedágio. Não permite mais questionar: pedágio é

tributo. E da espécie taxa. Remunera os serviços de conservação pelo

serviço dos usuários, na medida do uso. O art. 150, V, do Texto Constitucional dá a essência da materialidade da hipótese de incidência dessa taxa: ‘pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público’. Essa descrição é plenamente harmônica com o conceito geral de taxa (145, II): ‘pela utilização... De serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição’.”

(18)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PEDÁGIO. Lei 7.712, de 22.12.88. I.- Pedágio: natureza jurídica: taxa: C.F., art. 145, II, art. 150, V.

II.- Legitimidade constitucional do pedágio instituído pela Lei 7.712, de 1988. III.- R.E. não conhecido.

(STF RE 181475 / RS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO. -J. 04/05/1999 - 2ª Turma)

(19)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

Manutenção de rodovia = Serviço Público que normalmente é feita por concessão

CF, “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre: I – (...)

III - política tarifária; (...)”

(20)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO.

NATUREZA JURÍDICA DE

PREÇO PÚBLICO

. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL. CONSTITUCIONALIDADE. 1.

O pedágio

cobrado pela efetiva

utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança

está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição

de 1988,

não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço

público

, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao

princípio

da

legalidade

estrita.

2.

Ação

direta

de

inconstitucionalidade julgada improcedente.

(STF ADI 800/ RS AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI -J. 11/06/2014. Órgão Julgador: Tribunal Pleno)

(21)

Contatos

Professor Rubens Kindlmann

@kindlmann

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