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ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - OUTROS TEMAS RELACIONADOS A TEMÁTICA DO EVENTO

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Academic year: 2021

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ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - OUTROS TEMAS RELACIONADOS A TEMÁTICA DO EVENTO

A LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE PET E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE

IORRANA VASCONCELOS COIMBRA, JOSÉ DAMATO NETO

Iorrana Vasconcelos (Acadêmico- FUPAC-Ubá/MG) 1, Jiane Aparecida Lodron (Bacharel - FUPAC-Ubá/MG) 2, Carlos Augusto Ramos (Orientador MSc - FUPAC-Ubá/MG) 3, Israel Iasbik (Orientador MSc - FUPAC-Ubá/MG) 4, José Damato Neto (Orientador MSc - FUPAC-Ubá/MG) 5.

Resumo

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo analisar a logística reversa de garrafas PET no Brasil e evidenciar seus benefícios ecológicos através de uma revisão bibliográfica. Um dos temas ambientais mais destacados na agenda de discussão sobre o meio ambiente refere-se aos resíduos sólidos, especialmente nos grandes centros urbanos. Os resultados apontam avanços significativos para o volume de PET reciclado no país. A logística reversa de garrafas PET entra como fator competitivo na organização trazendo ganhos de natureza socioambiental, financeira, e de imagem corporativa além de contribuir significativamente para a limpeza e preservação do meio ambiente. No entanto, ainda se encontram importantes desafios a serem superados no que diz respeito às normas de regulação da atividade, às estratégias de inovação tecnológica e gerencial e, sobretudo, às interações dos atores na cadeia.

Palavras-chave: Logística Reversa. Garrafas PET. Reciclagem.

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INTRODUÇÃO.

Atividades logísticas foram exercidas durante muitos anos pelos indivíduos e as empresas também estiveram de maneira constante envolvidas em atividades de transporte-estoque. Além de bens materiais, a logística envolve também o fluxo de serviços. Com isso abrange a noção de que o fluxo das mercadorias deve ser acompanhado desde o ponto em que existem como matérias-primas até aquele em que são descartadas.

Segundo Novaes (2007), admitindo-se que o produto seja deslocado corretamente desde a origem até o destino dentro dos prazos preestabelecidos, ainda assim não estariam completas as funções logísticas. O processo logístico, porém, não se encerra na entrega do produto ao cliente, consumidor ou usuário, mas segue até o ponto que seu valor entra em fase de declínio para seu utilizador. Neste ponto, o produto começa a ser tratado como sucata, lixo, rejeito ou resíduo, e não mais como produto. Segundo Ballou (2001), a missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa. Para o gerenciamento logístico todas as atividades que ligam o mercado fornecedor ao mercado consumidor são importantes e precisam estar interligadas. Aqui será visto o processo inverso, que é do ponto de pós-consumo até o ponto de origem. Esse processo é conhecido como logística reversa.

Há muito se fala sobre o reaproveitamento e reciclagem de materiais. Uma crescente preocupação com os diversos tipos de lixos que estão sendo produzidos fez com que surgissem os questionamentos de clientes sobre as responsabilidades socioambientais das empresas. Algumas normas e legislações estão sendo criadas em vários países com a intenção de reduzir a extração de matéria-prima da natureza e encaminhar os resíduos para o adequado descarte. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (estabelecida pela Lei Nº12.305 de 02/08/2010), a logística reversa pode ser definida como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

O Politereftalato de Etileno, mais conhecido como PET, é um tipo de plástico muito utilizado na fabricação de garrafas (refrigerantes, água, sucos, óleos, produtos de limpeza) e de alguns tipos de tecidos. Ele é um grande causador de degradação do meio ambiente. Após o consumo do líquido, as garrafas são geralmente descartadas de maneira inadequada. Uma das grandes vantagens do PET é que ele pode ser reprocessado várias vezes, facilitando e

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favorecendo seu processo de reciclagem e uso contínuo na cadeia produtiva (TRABALHOS, 2013).

OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo estudar a logística reversa, revisando bibliograficamente o tema, assim como identificar e analisar o fluxo reverso de garrafas PET para evidenciar seus benefícios ecológicos para o país. Será analisado o volume anual de garrafas PET que são recicladas, apontando as vantagens obtidas pelas empresas que adotam a logística reversa em seu sistema organizacional e as legislações ambientais.

REFERENCIAL TEÓRICO

O aumento do uso das garrafas PET, principalmente a partir da década de 1990, apresenta-se como uma grande preocupação ambiental. Muitas destas garrafas são descartadas de maneira incorreta e acabam parando em terrenos, rios, esgotos, mares e matas. Como este material pode levar cerca de 400 anos para se decompor, tornou-se fundamental a sua coleta e reciclagem.

Além de favorecer o meio ambiente, diminuindo o volume de lixo nos aterros sanitários, a reciclagem de garrafas PET gera empregos nas cooperativas de catadores de lixo reciclável e também nas empresas que trabalham diretamente com o processo de reciclagem e produção de matéria-prima a partir dessas embalagens. Há uma crescente tendência das empresas passarem a integrar o ciclo reverso de seus produtos de pós-consumo em suas atividades. Ao invés de ficar poluindo o meio ambiente, o material pode voltar à cadeia produtiva.

O Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006) institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis (FREITAS FILHO et al., 2013). Assim, uma análise do consumo crescente desse material e o estudo dos métodos de logística reversa associados, tornam-se necessários para a identificação dos sistemas gerenciais adotados.

Logística

A logística é a ciência (e a arte) de assegurar que os produtos corretos chegarão ao local certo na quantidade correta e nas condições desejadas, satisfazendo a exigência dos clientes (SANTOS; OLIVEIRA, 2012).

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Segundo Novaes (2015), a Logística, na sua origem, estava essencialmente ligada às operações militares, onde era preciso ter uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. Depois, os conceitos logísticos passaram a ser utilizados também nas indústrias para transportar seus produtos da fábrica para os depósitos ou para as lojas de seus clientes; para providenciar e armazenar matéria-prima em quantidade suficiente para garantir os níveis de fabricação planejados. Atualmente, existem diversos estudos e teorias que tratam de produtividade, logística empresarial e qualidade nos meios de produção. O tema logística reversa, porém, apesar da sua grande importância, ainda não possui uma literatura tão ampla quanto o gerenciamento da cadeia de suprimentos, ou seja, do fluxo tradicional de materiais (da matéria-prima ao cliente final, consumidor) (PEREIRA, 2010).

Logística Reversa

Com o aumento da população e a invenção de máquinas que ampliaram a forma com que o homem utiliza os recursos naturais e desta maneira altera o ambiente, a sociedade vem tomando consciência da pressão que o acúmulo de resíduos pode exercer sobre o meio ambiente e consequentemente, sobre a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos (PEREIRA, 2009). O aumento do interesse nesse ramo se deu pela crescente preocupação com o meio ambiente e acima disso, com a preocupação de atender aos desejos dos clientes e reduzir custos. Com relação ao meio ambiente, através das legislações ambientais, as empresas devem fazer estudos de descarte de materiais para não haver degradação do mesmo. Diante disso, elaboram políticas e programas para descartes do lixo industrial e administrativo e um dos meios para isso é através da logística reversa (PEREIRA, 2010). Observa-se uma crescente preocupação com a preservação dos recursos ambientais e com a busca de certificações. O estudo do tema se faz importante diante da vivência da presente preocupação com a reciclagem e descarte de resíduos e, principalmente, com seu retorno ao destino correto.

Talvez uma das maiores questões a ganharem destaques em todos os aspectos dos negócios e da sociedade nos primeiros anos do século XXI é a “sustentabilidade”. A crescente preocupação com o meio ambiente, em especial a possibilidade de alterações climáticas causadas pelo aquecimento global, dirige o foco para o modo como as atividades humana e econômica tem potencial de afetar negativamente a sustentabilidade do planeta em longo prazo (CHRISTOPHER, 2011). A partir desta preocupação, a chamada logística ambiental, baseadas nos conceitos de logística reversa, visa gerenciar da melhor forma, ou seja, com menor impacto ambiental possível, os resíduos gerados pela população. Os ciclos dos produtos na cadeia comercial não terminam quando, após serem utilizados, são descartados. O

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tema reciclagem e reaproveitamento dos materiais é muito utilizado e é uma questão fundamental para a sociedade que cada vez mais sofre pelas consequências da ausência de atitudes preventivas em relação ao descarte final dos resíduos.

Para SANTOS (2012) a logística reversa entra como fator competitivo na organização. Para tanto, é preciso controlar os fluxos reversos dos produtos, de maneira que, uma determinada parcela desses produtos descartados no ambiente possa retornar ao ciclo produtivo ou de negócios da empresa, ou então que sejam armazenados de forma segura num determinado local para só assim gerar retornos econômicos, ambiental e social.Portanto, a logística reversa utiliza das mesmas ferramentas da tradicional logística, sendo que esta é considerada mais complexa, pois envolve outros fatores como a criação de um canal físico de suprimento reverso que promova o preenchimento da lacuna existente de tempo e lugar onde as matérias-primas serão obtidas para posterior processamento (SANTOS, 2012). De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305 de 2/08/2010), a logística reversa pode ser definida como “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

De acordo com Novaes (2007), “a Logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final”. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é o conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.

Além dos retornos tradicionalmente previsíveis como os decorrentes do vencimento de prazo de validade de produtos, desistência da compra ou assistência técnica, as recentes preocupações com a poluição ambiental voltam-se para o retorno das embalagens e descarte de produtos pós-consumo, principalmente os de maiores potenciais poluidores. A gestão inadequada do lixo gera inúmeros danos ambientais que comprometem seriamente a qualidade de vida, tais como: a emissão de gases nocivos pela putrefação; descarte em galerias pluviais provocando alagamentos e inundações; depósito em áreas de preservação ambiental que contaminam o solo e poluem as águas superficiais e subterrâneas; disposição inadequada que contribui para transmissão de doenças; entre tantos outros.

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Os Bens de Pós-consumo são os produtos já adquiridos e que foram jogados fora devido a defeitos ocorridos ao longo do tempo, cujo conserto é considerado inviável, ou por não se adequarem mais às conveniências do consumidor. Em outras palavras, são os produtos ou materiais cujo prazo de vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. No entanto, o reaproveitamento desses produtos formam as etapas de ciclo reverso de pós-consumo. Os canais de distribuição reversos de pós-consumo podem ser de reciclagem ou de reuso.

Canais reversos de reciclagem: Devido ao impacto ambiental e social, a reciclagem tornou-se uma importante atividade econômica, pois não beneficia somente a empresa que a adota, mas também uma parcela da população que enxerga nessa atividade a possibilidade de tirar seu sustento e obter alguma renda. Reciclar significa transformar objetos ou materiais usados em novos produtos para o consumo. O processo de reciclagem envolve várias etapas, como coleta de material ou produto, seleção do item que será reaproveitado, preparação para reaproveitamento, processo industrial e consequente reintegração do material reciclado ao processo produtivo, sob forma de matéria-prima.

Canais reversos de reuso: Diz respeito à reutilização de produtos ou materiais classificados como bens duráveis, cuja vida útil estende-se por vários anos. Pode ser citado como exemplo mais comum desse tipo de canal reverso, o comércio de automóveis usados, que representa uma grande parcela do comércio de automóveis.

O retorno dos produtos de pós-consumo em muitas regiões, principalmente nas grandes e médias cidades, onde há um acúmulo exorbitante de produtos e materiais poluidores do ecossistema, é visto como problema a ser resolvido. A sensibilidade do setor público e privado para essa questão é de suma importância, pois ajuda a equacionar melhor o retorno dos produtos em geral e reduz o impacto ao meio ambiente, além do que pode ser vista também como oportunidade de lucratividade (SANTOS, 2012). Já os Bens de Pós-venda tratam-se dos bens com pouco ou nenhum uso que, após triagem, retornam pelos elos diretos da cadeia de suprimentos ou, dependendo do nível de dano, são direcionados aos canais de consumo (LEITE, 2009). O objetivo desse sistema é o de agregar valor ao produto de pós-venda retornado na cadeia por diversos motivos. O objetivo econômico da logística reversa de pós-venda, conforme Leite (2009) é a recaptura do valor financeiro do bem retornado. Esse retorno pode acontecer pela nova venda no mercado primário, geralmente em remanejamentos de estoque, casos em que o produto conserva sua característica inicial e pode ser vendida a preços semelhantes ao original. Outra possibilidade é a revenda em mercados secundários. As atividades da logística reversa resumem-se em cinco funções básicas:

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- Planejamento, implantação e controle do fluxo de materiais e do fluxo de informações do ponto de consumo ao ponto de origem;

- Movimentação de produtos na cadeia produtiva, na direção do consumidor para o produtor; - Busca de uma melhor utilização de recursos, seja reduzindo o consumo de energia, seja diminuindo a quantidade de materiais empregada, seja reaproveitando, reutilizando ou reciclando resíduos;

- Recuperação de valor;

- Segurança na destinação após utilização

O Ciclo Reverso de Garrafas PET no Brasil

A entidade que representa a indústria do Pet no Brasil é a ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET). Sem fins lucrativos, a ABIPET reúne a cadeia produtiva do setor de PET: fabricantes da resina PET, fabricantes de embalagens de PET e seus recicladores. A entidade representa cerca de 80% da indústria do PET no Brasil e é a maior deste segmento em toda a América Latina. Fundada em 1995, a ABIPET tem como objetivos promover a utilização e reciclagem das embalagens de PET, incentivar o desenvolvimento tecnológico, aplicações para o PET reciclado e divulgar as ações do setor (ABIPET, 2013).

Atualmente o PET está presente nos mais diversos produtos (ABIPET, 2013). O Brasil possui condições logísticas, tecnológicas e econômicas para que as embalagens de PET retornem por meio do canal reverso de reciclagem ao ciclo produtivo pelo mercado correspondente, sendo reaproveitadas e constituindo matérias-primas (SANTOS; OLIVEIRA, 2012). Grande parte das soluções encontradas, através do reuso, reutilização e reciclagem material, tornou-se fonte de geração de recursos econômicos, além de representarem significativas contribuições ambientais. Quando o consumidor opta por um produto, a embalagem, naturalmente, vai junto. Ela faz parte do produto e muitas vezes não pode ser separada antes do término do consumo daquilo que realmente interessa: o que está dentro da embalagem. Neste momento o consumidor pode optar entre simplesmente jogar sua embalagem no lixo ou dar a ela o destino correto, para o qual foi concebida: a reciclagem (ABIPET, 2013).

De acordo com o Nono Censo de Reciclagem de Pet realizado pela ABIPET em 2013, o número de cidades com Coleta Seletiva de Resíduos no Brasil vem crescendo expressivamente nos últimos anos. Várias são as vantagens de se realizar um sistema de logística reversa bem implementado. Além de grande economia em relação aos custos das empresas, ela também consegue com que as mesmas ganhem novos olhares de clientes e

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parceiros como sendo uma empresa comprometida com o meio ambiente. De acordo com a ABIPET (2013), no Brasil – e em qualquer lugar do mundo onde a reciclagem do PET aconteça – a indústria têxtil é a maior usuária do insumo. Somente aqui, entretanto, a diversidade de usos permite que o valor pago pela sucata seja altamente atrativo o ano todo, o que mantém em atividade muitas empresas que comercializam o material, bem como inúmeras Cooperativas e seus catadores, permitindo que a rentabilidade destas permaneça em patamares aceitáveis, garantindo remuneração justa aos trabalhadores e a despeito da ausência de sistemas de coleta seletiva. A Indústria Recicladora do PET no Brasil é economicamente viável, sustentável e funcional. Basta citar que cerca de um terço do faturamento de toda a Indústria Brasileira do PET provém da reciclagem. Gera impostos, empregos, renda e todos os demais benefícios de uma indústria de base sólida. Seu crescimento anual constante, em média superior a 11% desde 2000, permite planejar novos investimentos – incrementados e incentivados pela criação de novos usos para o PET reciclado (ABIPET, 2013). Os dados do último censo realizado pela ABIPET apontam um crescimento de 12% na Reciclagem de PET. O gráfico a seguir confirma a reciclagem de PET como uma atividade em crescimento. Em 2012 foram coletadas 331 mil toneladas de embalagens de PET e a correta destinação de cada uma dessas garrafas foi garantida, sendo totalmente recicladas e utilizadas em novos produtos no Brasil.

Vantagens obtidas com a Logística Reversa

Estudos revelam que, em média, os fabricantes gastam com o gerenciamento dos retornos 9 a 14% do total das vendas, ou seja, a logística reversa deve ser gerenciada corretamente, pois geram grande impacto nas operações da empresa. A logística reversa tem a finalidade de amenizar os impactos gerados pelos descartes de produtos no meio ambiente, por isso, tem que ser bem gerenciada para alcançar os objetivos tanto individuais, que neste caso encontram-se as empresas, quanto ao coletivo, que é representada pela sociedade em geral (SANTOS, 2012). Outro fator importante é que somente 20% dos produtos retornados não possuem possibilidade de revalorização, os outros 80% se bem gerenciados são funcionais e podem ser revalorizados e incluídos novamente nos processos produtivo e de vendas. São visíveis as vantagens que a logística reversa agrega aos bens de pós-venda e de pós-consumo.

- Vantagem econômica e financeira: o processo de reutilização de embalagens pode agregar alguns custos adicionais para classificar, administrar e transportar o retorno, mas com certeza reduzirá os custos com a aquisição de embalagens. A venda de resíduos ao mercado

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secundário pode gerar receitas e a reciclagem pode reduzir os custos de coleta e processamento

- Vantagem Legal: em função da criação de legislações relacionadas ao meio ambiente, muitas empresas têm sofrido fiscalizações e têm sido forçadas a se adequar às normas ambientais. Os recursos investidos nesta área, além de retornos econômicos e ambientais, vêm impedindo que as empresas sofram penalidades, conseguindo obter desta forma, também um valor legal. Como visto, em alguns casos, implementar a logística reversa já não é mais uma opção, é uma obrigação prevista em lei. Dessa forma, empresas que se adiantaram e há algum tempo têm implementado práticas de logística reversa, obtendo diversas vantagens legais no sentido de não serem penalizadas ou até mesmo correr o risco de ter suas operações paralisadas por alguma infração legal.

- Vantagem Ambiental: As empresas que investirem em projetos de logística reversa obtêm vantagem ecológica e ambiental quando, por consequências de suas práticas, deixam de poluir o meio ambiente e o preservam para as gerações futuras. Essas empresas buscam solucionar o problema do descarte dos resíduos sólidos no meio ambiente, reduzindo a poluição e os desperdícios através da reciclagem, reutilização de materiais, recuperação de produtos e desenvolvimento de embalagens retornáveis. Algumas empresas têm adotado posturas ambientalmente corretas, mesmo antes de serem sancionadas as legislações ambientais. - Vantagem de imagem corporativa: Diante dos ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos e da constante busca do desenvolvimento sustentável, possuir processos de logística reversa é ter um diferencial em relação à concorrência, de forma que através de uma postura ambiental correta a empresa consiga influenciar a relação com os clientes e a sociedade de forma positiva e também agregar valor à sua imagem corporativa, pois os clientes buscam empresas ambientalmente responsáveis no momento do consumo. Muitas empresas já estão obtendo benefícios com a implementação de práticas ambientalmente corretas, dentre elas a Logística Reversa, o que lhes possibilita obter a tal da “vantagem competitiva sustentável”, tão desejada atualmente. O que falta é uma maior conscientização, conhecimento e criatividade das empresas para descobrirem oportunidades em situações que anteriormente eram consideradas “problema”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A crescente competitividade entre as empresas faz com que estas invistam na oferta de seus produtos, pois o cliente no mercado atual é mais exigente tanto em relação à qualidade do produto, quanto ao serviço prestado. Para tanto, a logística reversa é uma modalidade cada vez mais explorada por empresas em todo o mundo, pois podem oferecer uma maior

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adaptabilidade às características e exigências de mercado. A logística reversa vem se fortalecendo como atividade estratégica dentro da organização, fazendo a reciclagem de produtos e colocando-os novamente no ciclo produtivo da empresa, beneficiando a organização em termos de lucratividade, o meio ambiente e o social.

Como o PET é um grande causador de degradação do meio ambiente, pois, após o uso do líquido, as garrafas são geralmente descartadas como resíduos domésticos ou abandonados na natureza, a indústria recicladora do PET no Brasil é economicamente viável, sustentável e funcional. Aplicando-se a logística reversa, o material reciclado do PET pode retornar à cadeia produtiva e ser utilizado para a fabricação de uma diversidade de produtos, contribuindo significativamente para a limpeza e preservação do meio ambiente. Conclui-se, portanto, que o volume de garrafas PET recolhidas no Brasil tem seu crescimento anual constante, em média superior a 11% desde 2000, e normas regulamentadoras estão sendo criadas com objetivo de diminuir a extração de matéria-prima da natureza e dar aos resíduos o ideal descarte. Além disso, inúmeras são as vantagens para as empresas que se adiantarem e implementarem práticas de logística reversa em seu sistema organizacional.

REFERÊNCIAS

ABIPET. Associação Brasileira da Indústria do Pet. Disponível em: <http://www.abipet.org.br/index.html> Acesso em: 26 nov. 2014.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2001.

FREITAS FILHO, Ary de. et al. Implantação da coleta seletiva solidária em uma empresa pública de logística com atuação nacional. V Seminário sobre tecnologias limpas. Porto Alegre, 10 p., jul. 2013. Disponível em: <http://www.ct.ufrgs.br/leamet/gestao/Ary%20de%20Freitas%20Filho%20ABES%20

PmaisL.pdf>. Acesso em 04 mar. 2015.

LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2009. 272 p.

NOVAES, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 399 p.

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SANTOS, Dennis A. C.; OLIVEIRA, Tatiana S. M. Logística reversa de garrafas de pet: uma alternativa ecologicamente correta para os municípios. 2012. 23 f.

Referências

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