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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

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Academic year: 2021

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Anais da

Semana de Pedagogia da UEM

ISSN Online: 2316-9435

XXI Semana de Pedagogia

IX Encontro de Pesquisa em Educação 20 a 23 de Maio de 2014

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

SILVA, Ana Paula Brito

paulynhabritto@hotmail.com

SIMONI, Ariela Borges

arielasimoni@hotmail.com

OLIVEIRA, Daniele Monteiro da Silva

dani_monteiro_1992@hotmail.com

MONTAGNOLI Gilmar Alves

gil_montagnoli@hotmail.com

Universidade Estadual de Maringá (UEM) Formação de professores e intervenção pedagógica

INTRODUÇÃO

Busca-se analisar e discutir neste artigo a importância do processo de alfabetização e letramento e os desafios encontrados pelos professores, para desenvolver junto ao educando tal processo, além disso, pretende-se apresentar possíveis possibilidades de mudanças que possam contribuir para a melhora do fracasso escolar na alfabetização. Essa discussão se desenvolveu a partir de estudos, pesquisas e reflexões, que expõem a importância do papel do professor frente aos desafios da alfabetização e letramento.

A alfabetização e o letramento são condições essenciais para formar um cidadão atuante, pois é por meio da leitura e da escrita que o individuo comunica-se, informa-se, se expressa e defende pontos de vista, compartilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento, entre outros. Sabendo-se da importância deste processo se faz necessário que o professor domine e articule uma gama de saberes docentes para que possa mediar, com sucesso, tal aquisição.

Com a elaboração desse estudo, almeja-se contribuir com conhecimentos sobre essa temática, para auxiliar a reflexão dos profissionais e estudantes da área educacional acerca de suas práticas metodológicas, em relação à utilização de métodos diferenciados de alfabetização.

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Neste sentido o objetivo deste artigo é analisar e discutir a importância do processo de alfabetização e letramento e os desafios encontrados pelos professores, para desenvolver junto ao educando tal processo. Essa discussão se dará por meio das descrições de métodos e técnicas que podem ser trabalhadas no processo de alfabetização e letramento, visando assim demonstrar a importância destes conhecimentos para pratica docente.

Ao se discutir alfabetização e letramento, muitos são os desafios que se impõem, e que levam a vários questionamentos, tais como: Quais os principais métodos de alfabetização e suas características básicas? Qual o melhor método para alfabetizar? Que habilidades devem ser desenvolvidas no aluno, para que este aprenda a ler e escrever? Porque escolas e professores encontram tanta dificuldade para alfabetizar seus alunos? Alfabetizar letrando é a melhor forma de se ensinar? Entre muitas outras dúvidas que se fazem presentes. Sabendo que em algumas questões não é possível chegar a soluções exatas, procura-se discutir sobre estas indagações apresentando métodos e técnicas para se trabalhar a alfabetização de crianças.

Para tanto, este texto apresenta uma pesquisa bibliográfica realizada a partir de estudos feitos acerca da temática alfabetização, letramento e formação docente. A iniciativa visa propiciar conhecimentos sobre a importância do processo de alfabetização e letramento e os desafios encontrados pelos professores, para desenvolver junto ao educando tal processo. Para isso fundamenta-se em, Mortatti (2010), Cagliari (2009),Emília Ferreiro, Ana Teberosky (1985) e Magda Soares (2004) entre outros autores, que tratam das questões aqui.

Com base nos esclarecimentos expostos acima, apresenta-se a seguir os pressupostos teóricos que fundamentam este artigo. Primeiramente é focado nos principais métodos de alfabetização. Em seguida, discute-se a importância de alfabetizar letrando, e na sequência os desafios e possibilidades do processo de alfabetização e letramento e por fim as considerações finais.

Breve contextualização histórica dos métodos de alfabetização

Desde o final do século XIX, discutem-se quais seriam os métodos mais eficazes para a alfabetização. O método analítico parte de uma visão global para depois focar-se nos detalhes. Já o sintético, começa a ensinar por partes ou palavras, como: letras, sons ou sílabas para depois combiná-los, ou ainda o método analítico-sintético, que combina os dois métodos anteriores.

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È importante ressaltar que não é possível defender ou afirmar um único método como verdadeiro e correto, pois cada método possui suas especificidades, dependem do momento histórico, das necessidades, da concepção de educação e de aluno, que os envolvidos possuem. Sendo também possível desenvolver dois ou mais métodos, ao mesmo tempo, buscando assim obter melhores resultados.

Sabendo disso, ao discutir os métodos de alfabetização e letramento, é importante mencionar os períodos mais marcantes do processo de alfabetização no Brasil, evidenciados por Mortatti (2010). Estes períodos se deram em quatro momentos cruciais, importantes de serem lembrados.

O primeiro momento apresentado por Mortatti (2010) vai de 1876 a 1980. Destaca-se a disputa dos professores que defendiam o antigo método sintético, ou seja, da parte para o todo. A leitura era ensinada partindo de cada letra até as frases, sempre na ordem crescente de acordo com a dificuldade, ou seja, começavam ensinando cada letra, seu nome e sua família silábica, depois ensinavam a ler palavras formadas com essas letras e sílabas para então ensinar a leitura de frases, podendo ser isoladas ou agrupadas. Com relação à escrita o destaque era para o desenho das letras (caligrafia), e seu ensino se restringia a cópia, ditado e formação de frases.

No segundo momento, que ocorre de 1890 a 1920, Morttati (2010) descreve a reforma na educação ocorrida na data de 1890, na cidade de São Paulo que tinha como objetivos se estender aos demais estados, realizado nas escolas normais e com isso a criação da escola modelo, em São Paulo. Essa reorganização teve como base a reestruturação do ensino. A partir desse momento os professores passaram a defender o chamado método analítico, o qual tem como objetivo a leitura no todo, além de que nesse ensino a leitura e a escrita seriam adaptadas a uma nova concepção de criança.

O terceiro momento citado por Mortatti (2010) compreende de 1920 até 1970. Neste período, buscando conciliar o método sintético e o analítico, passou a utilizarem-se dos métodos mistos: caligrafia ou ecléticos, considerados rápidos e eficientes em que basearam as cartilhas e os manuais do professor. Neste momento, a escrita era entendida como questão de ortografia que deveria ser ensinada simultaneamente à leitura.

O quarto e último momento que se inicia em 1980, e de acordo com Mortatti (2010) este é o período em que os métodos anteriores passam a ser sistematicamente questionados, em decorrência de novas exigências políticas e sociais que se fizeram acompanhar de propostas de mudança na educação, a fim de se enfrentar o fracasso da escola na alfabetização de

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crianças. A busca de soluções para esse problema introduziu no Brasil o pensamento construtivista sobre alfabetização, defendido por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985).

Com isso segundo Mortatti (2010) muda-se o eixo das discussões dos métodos de ensino para o processo de aprendizagem da criança. O construtivismo se apresenta não como um método novo, mas como uma “revolução conceitual”, demandando, dentre outros aspectos, abandonarem-se as teorias e práticas tradicionais, desmetodizando o processo de alfabetização que da ênfase em quem aprende e o como aprende a língua escrita, pois esta ênfase havia criado um ilusório consenso de que a aprendizagem independe do ensino, o construtivismo também veio questionar a necessidade das cartilhas.

Conforme Cagliari (2009), os métodos citados anteriormente são baseados em duas modalidades básicas, conceituadas por ele como método de ensino e método de aprendizagem. O método de ensino é exclusivamente para o processo de ensino, e é nele que o professor programa o que vai ensinar sem sequer conhecer seus alunos, e inicia o ensino como um começo absoluto de tudo, partindo do fácil para o difícil. Este método é profundamente mecanicista, dando tudo pronto para o aluno, esperando que ele siga sempre o modelo proposto. Este é um bom método para adestramento, que funciona melhor com os animais.

O método de aprendizagem é o oposto do método de ensino e caracteriza-se por estar voltado para o processo de aprendizagem. Este leva em conta que o aprendiz é um ser racional, e vai juntando os conhecimentos adquiridos pela vida toda, sendo, portanto, centrado na reflexão e oposto ao método de dependência. Como as crianças são seres racionais, se dão melhor com este método. O ensino parte sempre da realidade da criança, e que cada aluno é diferente um do outro. O professor neste método deve ter um preparo profissional de alta qualidade, para agir de forma correta nas diferentes situações que lhe ocorra, assim como ser um mediador e ajudando o aluno a construir seu conhecimento, neste sentido, segundo Cagliari,

Os dois métodos podem alfabetizar, mas o método de ensino o fará de uma maneira indesejável, embora aparentemente adequada. O método de aprendizagem exige experiência e competência do professor, paciência dos pais e uma escola preparada, não apenas uma sala de aula onde o professor ensina e o aluno tem de se virar para aprender. (CAGLIARI, 2009, p.61)

Como podemos notar o “Método de Aprendizagem” demonstra uma boa forma não só para alfabetizar o aluno como para qualquer outra atividade de ensino e aprendizagem, mas na maioria das vezes não é este o método desenvolvido nas escolas, pois é muito mais cômodo

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para os professores simplesmente se utilizar do método de ensino seguindo a programação curricular já pronta no livro didático. Além da importância do “Método de Aprendizagem” para a prática pedagógica do professor alfabetizador, também tem que se considerar a necessidade da alfabetização se desenvolver junto do letramento, como sugere a discussão a seguir.

Alfabetização na perspectiva do letramento

Os textos trabalhados no decorrer da pesquisa enfatizam a importância dos processos de alfabetização e letramento caminharem juntos, pois embora, os termos sejam distintos, alfabetização e letramento são interdependentes e indissociáveis.

Para Soares (2004), a alfabetização só tem significado se for desenvolvida na conjunção com as práticas sociais de leitura e de escrita, em um contexto de letramento e com atividades que só podem se desenvolver na dependência e por meio da aprendizagem do sistema de escrita.

Por isso, torna-se importante a leitura e a escrita serem desenvolvidas ao mesmo tempo, para que a criança desenvolva o conceito da língua escrita como uma forma de representação dos sons da fala, tornando-se alfabética e letrada.

Portanto o professor tem a função de oferecer instrumentos para que o aluno possa construir seu processo de aprendizagem de leitura e escrita. Para o sucesso da alfabetização, são necessários bons mediadores, para contribuir com a prática pedagógica. Sendo assim, se faz necessário que saibam desenvolver desde o principio nos alunos o conceito da língua escrita como uma forma de representação dos sons da fala, isso com o objetivo de oportunizar aos alunos a possibilidade de se tornarem alfabetizados e letrados simultaneamente, mesmo que este não constitua um conceito fácil de ser desenvolvido no educando, no entanto, é o que vem demonstrando melhores resultados. Sendo assim, o papel do professor torna-se um desafio e também é de extrema importância para uma aprendizagem com êxito.

Algumas habilidades devem ser desenvolvidas no aluno para que ele tenha um melhor desempenho e é papel do professor motivá-lo e incentivá-lo para que então tenham resultados frutíferos. A alfabetização envolve, por exemplo, o treino de uma pessoa para utilizar um lápis ou caneta para escrever, o modo de associar letras e palavras ao ler, o aprendizado dos elementos gráficos da escrita tais como a noção de paragrafação, de linhas, da leitura como um movimento dos olhos que se dá da esquerda para a direita e de cima para baixo, a

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percepção de letras que representam sons e que alguns sons são representados por mais de uma letra etc.

O letramento, conforme define Kleiman (2004, p.19), é “um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”. Alguns exemplos de práticas sociais que usam a escrita são as seguintes: assistir a um filme legendado, escrever uma carta para reclamar de algum produto defeituoso a um fabricante, ler um jornal ou revista, escrever um e-mail etc. O letramento é um fenômeno muito amplo e que não está restrito apenas ao circuito escolar, ao espaço da escola, embora seja na escola que tais práticas sejam mais efetivas.

Entende-se assim que um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita. Assim, o educando deve ser alfabetizado e letrado. Contudo, o processo de alfabetização e letramento apresenta alguns desafios que precisam ser superados, para isso expomos algumas possibilidades na sequência.

Desafios e possibiidades do processo de alfabetização e letramento

Ao se discutir alfabetização e letramento, muitos são os desafios que se impõe e que necessitam de melhoras para que o fracasso escolar relacionado ao processo de alfabetização e letramento não continue a ocupar os primeiros lugares nos rankings de analfabetismos.

Para que ocorra tais melhoras faz se necessário algumas mudanças na formação inicial do professor alfabetizador, que de maneira geral, é frágil. Durante a graduação a alfabetização é vista em uma disciplina separada das outras áreas. O ensino da leitura e da escrita deve ser entendido interdisciplinarmente. Mas para que isso aconteça, é fundamental que haja uma mudança na grade curricular dos cursos de Pedagogia. É preciso uma visão curricular interdisciplinar, na qual a disciplina que "ensina como alfabetizar", não ensine somente a teoria e métodos de alfabetização, mas que busque na teoria respostas para a prática docente. Com isso, se gera uma dificuldade para alfabetizar o aluno.

Os currículos dos cursos de Pedagogia dão destaque às questões estruturais e históricas da Educação, sem refletir o "quê" e o "como" alfabetizar. Não fazem a correlação entre teoria e prática, e quando esses professores chegam às classes de alfabetização não sabem como

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lidar com a realidade escolar. Essa situação fica ainda pior, quando esses professores não aceitam que o ensino está ruim por consequência de sua má formação.

Segundo a antropóloga, os professores:

Podem até estar cientes do baixo nível do ensino no país, mas costumam atribuir o fiasco a fatores externos, como o fato do governo não lhes prover a formação necessária e de eles ganharem pouco. É um cenário preocupante. Os professores se eximem da culpa pelo mau ensino e, consequentemente, da responsabilidade. (DURHAM, 2008, p. 20).

Os professores alfabetizadores necessitam de formação especial, mais sólida e aprimorada, devido à importância de seu trabalho. Na sua formação são estudados alguns métodos de alfabetização, uns não são bem entendidos e outros distorcidos.

Esses métodos são repetidos sem que o professor saiba como fazê-los funcionar na prática de sala de aula. É fundamental que os cursos de graduação mostrem na prática como funcionam as teorias que eles ensinam. Encher os futuros professores de teoria não assegura a qualidade da formação. Uma bela teoria que não funciona na prática acaba contribuindo para o aumento do fracasso dos alunos

Outro aspecto que influencia no aprendizado são as condições de vida das famílias desses alunos. Ou seja, crianças que vivem em um ambiente no qual a família utiliza e valoriza a leitura e a escrita, tem mais facilidade para aprender. Já as que não têm esse ambiente podem apresentar maior dificuldade.

O hábito da leitura na família tem influência notável no desenvolvimento da criança. O ambiente letrado é estimulador e favorável para o aprendizado da leitura e da escrita. A criança que no seu dia a dia, no seu convívio familiar está rodeada de pessoas que têm o hábito de ler será levada facilmente a adquirir esse hábito e virá a ser um leitor ativo.

Entretanto, é necessário que a equipe pedagógica busque conhecer a realidade de seus alunos, para que assim a escola possa adaptar as práticas pedagógicas à sua clientela, e não se utilizar deste conhecimento como álibi para eximir a escola de seu papel na produção do fracasso escolar. Sendo assim, é indispensável que a escola utilize esse conhecimento e modifique suas práticas, e busque a causa do insucesso desses alunos nela mesma, em vez de justificar o baixo rendimento como uma causa orgânica inerente a eles.

Outro fator significativo no fracasso das crianças das classes menos favorecidas é a linguagem privilegiada pela escola, que é diferente daquela utiliza por eles no seu contexto social. De acordo com Magda Soares:

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[...] a linguagem é também o fator de maior relevância nas explicações do fracasso escolar das camadas populares. É o uso da língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças entre grupos sociais e que gera discriminações e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes linguísticas social e escolarmente estigmatizadas provoca preconceitos linguísticos e leva a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante-padrão socialmente prestigiada. (SOARES, 1991, p.17).

Sendo assim, a escola necessita levar em consideração o conhecimento que a criança, de classe menos favorecida ou não, já traz sobre a linguagem, que é um produto cultural. Por isso, a escola não deve afirmar que essas crianças não sabem falar corretamente, e que como consequência não aprenderão a ler. Elas aprenderam a falar dentro de seu contexto familiar e social, que é diferente do dialeto-padrão utilizado e valorizado pela escola.

De acordo com os fatos mencionados, percebe-se que o insucesso na alfabetização ocorre, muitas vezes, por causa do despreparo das escolas e dos professores. Alguns dos professores até passaram, pela graduação, mas isso não garante a qualidade do ensino já que alguns dos cursos de Pedagogia não estão formando profissionais com competências essenciais para alfabetizar.

Para mudar esse quadro é necessário investir na formação inicial e continuada do professor, para desenvolver as competências inerentes à prática alfabetizadora. Mas para que essa formação seja de qualidade, os currículos dos cursos de Pedagogia precisam ser revistos e reformulados a fim de englobar também a realidade concreta de sala de aula. Já que os nossos cursos dão mais destaque as questões teóricas, do que a prática docente.

Com relação às crianças que não aprendem, faz se necessário uma Pedagogia diferenciada, ou seja, a individualização do ensino fazendo com que cada aprendiz vivencie, tão frequentemente quanto possível, situações fecundas de aprendizagem. Com a individualização do ensino, deve-se buscar acabar com as desigualdades dentro da escola, fazendo com que todos tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem.

Para acabar com o fracasso escolar na alfabetização, ou diminuí-lo significativamente, é essencial que se faça uma mudança em todo o âmbito educacional. A escola precisa mudar seus métodos para atender esses alunos provenientes das camadas populares, sem gerar mais discriminação e preconceito, dando oportunidades iguais para todos. Já os cursos de Pedagogia necessitam reformular sua grade curricular a fim de abordar melhor a prática

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docente, oferecendo subsídios para os professores desenvolverem práticas alfabetizadoras que levem seus alunos a aprenderem de fato a ler e a escrever.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao realizar o presente artigo, decorrente de estudos, pesquisas e reflexões, ao qual teve como objetivo analisar e discutir a importância do processo de alfabetização e letramento e os desafios encontrados pelos professores, para desenvolver junto ao educando tal processo, foi possível evidenciar diferentes percepções.

Esta pesquisa permitiu realizar uma análise sobre a formação dos professores, onde se observou uma lacuna na formação do professor no que se refere a sua qualificação. Isso porque durante a graduação a alfabetização é vista em uma disciplina separada das outras áreas. O ensino da leitura e da escrita deve ser entendido interdisciplinarmente. Mas para que isso aconteça, é fundamental que haja uma mudança na grade curricular dos cursos de Pedagogia.

Nesse sentido, vê-se a necessidade de mudanças de concepções, ideias e consequentemente de atitudes do processo reflexivo, de reconstrução, que implica na transformação e ressignificação do aprender. Sendo assim, os professores alfabetizadores necessitam de formação especial, mais sólida e aprimorada, devido à importância de seu trabalho.

Considera-se assim que a formação de professores alfabetizadores deve partir de análises reflexivas que é de fundamental importância para o sucesso de busca e construção de conhecimentos no que diz respeito tanto ao educador como ao aluno.

Acredita-se que só se consegue ser um professor atualizado aquele que também se coloca na posição de aprendiz. Para isso, não existem modelos acabados, mais sim, comportamentos e atitudes que vão além do respeitar das competências, que favorecem o desenvolvimento das habilidades, podendo assim gerar o desenvolvimento necessário do educador, não somente para que ele continue trabalhando nas próximas décadas, mas para que este educador forme alunos autônomos dentro e fora do campo profissional, e do processo ensino-aprendizagem.

A formação dos professores alfabetizadores constituiu requisitos indispensáveis para a evolução do Brasil, desde que as autoridades encarregadas do sistema educacional ofereçam

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condições materiais e todas as facilidades operacionais e funcionais para que o professor possa capacitar-se de forma adequada.

Nesse contexto, a formação de professores alfabetizadores merece numerosos estudos e debates na perspectiva de contribuir para a mudança do curso da história e promover a articulação escola- aluno- sociedade, resgatando a complexa tarefa da educação: transformar criticamente a realidade por meio da construção e da disseminação do conhecimento.

Conclui-se assim, que a formação inicial do professor constitui-se em uma etapa formativa necessária para que o processo de alfabetização e letramento se torne eficaz e prazeroso.

REFERÊNCIAS

CAGLIARI, Luiz Carlos. O ensino e a aprendizagem: os dois métodos. São Paulo, Scipione, p. 61, 2009.

DURHAN, Marília Claret. Alfabetização: Teoria e prática. Disponível em: <www.crmariocovas.sp.gov.br >Acesso em: 25/09/2013.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Trad. Diana M.T.L. et.al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

KLEIMAN, A. B. Introdução: O que é letramento? Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In:_____(org.). Os significados do letramento. São Paulo : Mercado de Letras, 2004.

LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 16ªed. São Paulo: Ática, 2006.

MORTATTI, Maria Rosário Longo. Alfabetização no Brasil: conjecturas sobre as relações entre políticas públicas e seus sujeitos privados. In: Revista de Educação, v.15, n.44, maio/ago. 2010.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. In: Revista pátio, n29, fev. de 2004.

______. A reinvenção da alfabetização. Disponível em: <www.cereja.org.br> Acesso em: 10/11/2013.

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