• Nenhum resultado encontrado

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PARA UMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA EM NATAL - RN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PARA UMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA EM NATAL - RN"

Copied!
31
0
0

Texto

(1)

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PARA UMA

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA EM NATAL - RN

Lara Gabriele Ferreira de Medeiros (UFRN) lara.gabriele@gmail.com Livia Mariana Lopes de Souza Torres (UFRN) livia_maryanna@hotmail.com Barbara Vaz Ferreira (UFRN) babivaz_@hotmail.com Fadja D`julia Cavalcanti Souza (UFRN) fadjadcs@gmail.com

A evolução da indústria farmacêutica se deu consoante ao crescimento da preocupação com o meio ambiente e com a qualidade dos medicamentos. Pensando na preservação dos recursos disponíveis, o presente estudo objetiva elaborar um diagnóstico, análise crítica e proposições para gestão dos resíduos de uma indústria farmacêutica pública de Natal-RN, por meio da criação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) . Tendo como base a redução, o aproveitamento e a destinação dos resíduos gerados, esta pesquisa utilizou para a realização de um estudo de caso, métodos de abordagens qualitativa e descritiva. Como resultados, através da utilização das etapas do desenvolvimento de um Plano de Gerenciamento de Resíduos, esta pesquisa identificou o gerador, classificou os resíduos gerados, relatou os tratamentos já realizados para estes e sendo assim, apresenta sua contribuição quando propõe programas de redução, reciclagem, reuso e educação ambiental para o melhor desempenho da organização. Conclui-se sabendo que a implantação do PGRSS permitirá à indústria o uso controlado dos recursos naturais e o gerenciamento do tratamento dos resíduos, trazendo benefícios não só para esta, mas para a sociedade e gerações futuras.

Palavras-chave: Plano de Gerenciamento de Resíduos, indústria farmacêutica, gestão de resíduos

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

(2)

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

2 1. Introdução

Devido à evolução das sociedades e da tecnologia, a produção de resíduos e a toxicidade destes crescem progressivamente. Somado a isto, a falta de conscientização e suporte do governo implica na destinação inadequada destes resíduos, tornando-os riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Em especial, os Resíduos de Serviço de Saúde geram grande riscos caso não gerenciados adequadamente porque podem apresentar algum tipo de contaminação por agentes patogênicos.

Todavia, o gerenciamento e controle dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) continua ineficiente no Brasil. Segundo Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE (2012), a coleta de RSS executada pela maioria dos municípios é parcial, acarretando desconhecimento sobre a quantidade total gerada e o destino real dos RSS. Embora existam resoluções e legislação orientando o tratamento dos RSS, as organizações não estão destinando corretamente seus resíduos devido à falta de conscientização e/ou suporte do governo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), em torno de 51% dos resíduos sólidos ainda são dispostos em vazadouros em céu aberto (lixões) apesar do crescimento da utilização do aterro controlado e aterro sanitário no Brasil.

Logo, faz-se necessário um gerenciamento adequado dos RSS afim de minimizar o impacto desses resíduos no meio ambiente e os riscos à saúde. Neste sentido, este trabalho objetiva analisar como é feito atualmente o gerenciamento dos RSS no Departamento de Qualidade do Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (NUPLAM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte através da caracterização dos resíduos gerados e seu manejo, propondo assim um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS.

O trabalho se justifica devido à necessidade de um tratamento e uma disposição final ambientalmente adequada para os resíduos gerados no Departamento de Qualidade do NUPLAM. Assim, o PGRSS consistirá na proposição de práticas e políticas ambientalmente

(3)

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

3

corretas aos seguintes aspectos dos resíduos gerados: Segregação, Acondicionamento, Coleta,

(4)
(5)

2.1 Indústria farmacêutica e a gestão de resíduos

A indústria farmacêutica, em seus processos, apresenta manejo de diversos componentes químicos reagindo entre si e, desse modo, os resíduos, tanto dos processos quanto o resíduo do produto final, necessitam de especial cuidado quanto a sua disposição final, fato que nem sempre é respeitado pelas empresas. Rezende et al diz que esses cuidados ambientais são caminho obrigatório a ser seguido pelas indústrias farmacêuticas, seja pelos fundamentos da competitividade ou por motivos éticos.

A adoção de posturas como implantação de ISO 14.001, ou de obtenção de outros certificados ambientais permite mostrar um comprometimento com a mitigação dos impactos causados pela empresa no meio ambiente. No panorama nacional percebe-se que certificações como a ISO 14.001 não são mandatórias pela legislação, entretanto com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, que institui a responsabilidade compartilhada dos resíduos, assim como a responsabilidade dos mesmos pelo seu gerador, as empresas estão sendo forçadas a realizar mudanças devido a legislação em vigor.

Arjona& Ruiz (1997) observaram esta atividade e listaram os pontos críticos que levam a formação de resíduos: a devolução e recolhimento de medicamentos do mercado, o descarte de medicamentos rejeitados pelo controle de qualidade, às perdas inerentes aos processos e, sobretudo, às embalagens que transportam os insumos e matérias-primas. Estes podem ser caracterizados como resíduos industriais ou como resíduos de serviços de saúde, em ambos os casos o resíduo pode ser incinerado e em caso de resíduo de industrial Aterro Sanitário Classe I.

De posse de tais informações, pode-se inferir que a indústria farmacêutica se constitui em um campo de estudo vasto necessitando de diversas medidas para a gestão dos resíduos tendo em vista que grande parte de seus processos geram resíduos, sendo esses diversos e alguns apresentando caráter tóxico e de alta periculosidade. Logo, analisar quais ações aplicar visando melhorar a gestão dos resíduos por esse setor constitui em uma importante ação, não somente para adequar as empresas a legislação, mas também como modo de evitar que essa se torne grande poluidora do meio ambiente.

(6)

O Plano de Gerenciamento Resíduo de Serviço de Saúde (PGRSS) tem como objetivo cumprir as normas, leis e regulamentações vigentes de forma que ocorra a prevenção e redução dos riscos à saúde e ao meio ambiente, bem como a redução do volume de resíduos perigosos e a incidência de acidentes ocupacionais. Importante frisar que práticas que favoreçam a substituição de materiais perigosos por outros de menor periculosidade serão aplicadas sempre que possível. O PGRSS também tem a finalidade de avaliar as rotinas atuais para que se possam programar medidas de correção das rotinas constatadas como inadequadas ou inexistentes.

O PGRSS foi dividido de acordo com as etapas de gerenciamento de resíduos, segundo a Resolução CONAMA nº 307/2002 se inicia com a etapa de caracterização, onde gerador identifica e quantifica os resíduos. A próxima etapa, a segregação, deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade. Já na etapa do acondicionamento, o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem. O transporte e a destinação deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes. Além das etapas citadas, ainda serão consideradas as seguintes etapas: Programa de redução da fonte geradora; Programa de educação ambiental; e Plano de Ação e Indicadores.

3. Aspectos metodológicos

Averiguar a situação do gerenciamento dos RSS no Departamento de Qualidade do Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (NUPLAM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte é o foco principal desta pesquisa. Destarte, problemas não documentados, que tem como objetivo a descrição de características de determinada amostra, são levantados neste estudo. Sendo assim, no que se diz respeito à tipologia relacionada aos objetivos da pesquisa, classifica-se este estudo como do tipo descritivo. Segundo Gil (1999), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Quanto à abordagem científica utilizada, a

(7)

De acordo com Martins (2000), estudo de caso é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma unidade social. Por conseguinte, essa pesquisa também se classifica como estudo de caso.

Os procedimentos utilizados para fazer a pesquisa se iniciam com um embasamento teórico no tema de gerenciamento e gestão de resíduos sólidos, no que se refere principalmente à indústria farmacêutica. A coleta de informações se deu principalmente por meio de visitas técnicas ao local, onde ocorreram entrevistas de caráter semi-estruturado. Definiu-se este modelo de entrevista, pois nele o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre suas experiências a partir do escopo principal proposto pelo entrevistador; além disso, Triviños (1987) fundamenta que os resultados qualitativos que se desenvolvem mediante a entrevista semi-estruturada são melhores, pois parte dos questionamentos básicos. Visto isso, foram-se entrevistados a gerente do setor assim como seus funcionários.

O estudo foi realizado em uma indústria farmacêutica pública da cidade de Natal-RN. Esta empresa foi selecionada devido a grande importância da minimização de impactos negativos oriundos da indústria farmacêutica, caracterizada pela grande produção de resíduos de classificação perigosa. O estudo presente faz referência apenas ao setor de gerência de qualidade da supracitada empresa.

4.Estudo de caso

4.1 Identificação do gerador

A empresa analisada é do ramo de indústrias farmacêuticas, atuando no setor público há 41 anos. O presente estudo tem como foco o setor de Gerência de Qualidade, especificamente o Departamento de Controle de Qualidade. A empresa apresenta quadro funcional entre 60 a 70 funcionários, sendo 15 funcionários trabalhando no setor analisado, e sua área total

corresponde a 27.000 m2.

(8)

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

8

(9)

farmacêutica vinculada ao Sistema Único de Saúde. Dentre os produtos licenciados pela empresa, apenas dois estão sendo produzidos (vide Figura 1).

Figura 1 – Composição dos medicamentos produzidos.

Fonte: Elaboração própria (2014)

4.2 Caracterização dos resíduos gerados

Os resíduos gerados no NUPLAM não são caracterizados como Resíduos Industriais, apesar de serem oriundos de uma indústria. São Resíduos de Serviço de Saúde tendo em vista que sua utilidade é voltada para tal setor de acordo com a NBR 10.004/2004.

Para análise, os resíduos foram separados em dois grupos devido a natureza da atividade realizada. A classificação se dá em resíduos químicos (de origem química ou com algum tipo de contaminação) e comuns (não contaminados, por exemplo, materiais de escritório); a Figura 2 caracteriza os resíduos químicos.

Figura 2 - Resíduos químicos gerados (Grupo B)

(10)
(11)

Figura 3 - Resíduos comuns gerados (Grupo D)

Fonte: Elaboração própria (2014)

Quanto as classes dos resíduos, as atividades do controle da qualidade geram resíduos de classes A, B, D e E. Na Figura 4, encontra-se a descrição, subcategoria e categoria para cada uma destas classes.

Figura 4 - Classificação dos resíduos gerados.

(12)
(13)

Os resíduos classe A são separados no momento e local de sua geração e submetidos a um tratamento prévio, a descontaminação dos resíduos através do processo de autoclavação. Primeiramente, é descartado o material orgânico sólido em uma lixeira reservada apenas para este tipo de resíduo. Os recipientes e placas de vidro passam pelo processo de autoclavação, de forma a descaracterizar os resíduos infectantes tornando-os resíduo comum. Após a autoclavação, o resíduo líquido é drenado e depois descartado na pia e os sólidos são descartados como lixo comum (Classe D) em uma lixeira específica para este tipo de resíduo.

A Classe B é formada pelos os resíduos químicos. A Figura 5 apresenta as classificações e o procedimento para estes.

Figura 5 - Procedimento dos resíduos do Grupo B

Fonte: Elaboração própria (2014)

O destino final dos resíduos da Classe D são detalhados na Figura 6. Figura 6 - Procedimento dos resíduos do Grupo D

(14)
(15)

Figura 7 - Procedimento dos resíduos do Grupo E

Fonte: Elaboração própria (2014)

5. Plano de gerenciamento de resíduo de serviço de saúde 5.1. Segregação

Os resíduos gerados devem ser segregados quanto ao Grupo (A, B, C, D e E), conforme a Figura 8.

Figura 8 - Segregação dos resíduos por grupo

Fonte: Elaboração própria (2014)

Para que haja um maior controle e organização da etapa de segregação, faz-se necessário identificar os resíduos por meio da utilização de etiquetas com nomes e figuras, de acordo com a classificação por grupo, nos recipientes e embalagens onde serão acondicionados.

5.2. Acondicionamento

O acondicionamento deve ser específico para cada tipo de resíduo. Os resíduos do Grupo A1 ficam acondicionados dentro dos recipientes adequados para as análises microbiológicas. O

(16)

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

16

(17)

são sempre manuseados com luvas e bem vedados visando evitar vazamentos ou contaminar o material ali presente. Após a utilização, os recipientes são acondicionados em um carrinho para a autoclavagem dos mesmos. Caso existam meios de cultura não utilizados, entretanto vencidos, esses são destinados conjuntamente com os resíduos químicos sólidos.

Os resíduos químicos (Grupo B) são trabalhados no laboratório dentro de vidrarias como Becker, erlenmeyer. Entretanto, após o uso desses para análises esses são acumulados em vidros de âmbar de capacidade de 1000 ml e depois de atingido 2/3 dessa capacidade ficam em bombonas fechadas de 200 L, que também são utilizadas com o máximo de 2/3 de sua capacidade. Quando os 2/3 de capacidade são atingidos os vidros de âmbar que são identificados através de etiqueta especificando o tipo de líquido que contém, são transportados cuidadosamente até o pass-through para serem depositados nas bombonas. Além dos resíduos líquidos provenientes de análises, existem os químicos sólidos. Esses são acondicionados em recipientes plásticos com pedal e com identificação para esse tipo de resíduo. O recipiente também apresenta saco plástico, esse é pesado, etiquetado e acondicionado no abrigo temporário de resíduos do setor.

Os resíduos químicos sólidos estão muito relacionados com a proteção dos funcionários quanto a manipulação dos produtos químicos, são em sua maioria EPI’s como luvas, máscaras e jalecos descartáveis. Ou seja, após a utilização do EPI, esse é descartado no recipiente adequado.

Os resíduos do Grupo D, também denominados RSU, são acondicionados em recipientes plásticos revestidos com sacos plásticos. Os recipientes são dotados de pedal de modo a não sujar as mãos. Os sacos plásticos depois de retirados dos recipientes são enviados para o tratamento final dos resíduos. O recipiente para armazenamento de papéis apresenta capacidade aproximada de 36L enquanto que os demais são menores apresentando em torno de 20 a 25 L.

O resíduo perfurocortante (Grupo E) é gerado devido a quebras ou devido a trincas em vidrarias. Desse modo, existem recipientes plásticos com pedal e identificados com o nome desse tipo de resíduo, forrados com sacos também plásticos. Os sacos são retirados dos recipientes, pesados, etiquetados e acondicionados em bombonas no abrigo temporário de

(18)

Por se tratar de um laboratório, os funcionários sempre se encontram usando luvas e jalecos, em caso de manuseio de produtos químicos e microbiológicos utilizam-se também máscaras. Esses EPI’s, após a utilização, podem ser classificados de duas formas, resíduo sólido comum, caso não apresente contato com produtos químicos, ou resíduo químico sólido em caso de contato.

5.3. Coleta/transporte interno dos resíduos

O procedimento de coleta interno é manual. Para a realização de tal processo, os funcionários utilizam luvas, botas e máscaras. Os resíduos RSU são levados para fora da instituição, enquanto os demais são armazenados temporariamente no abrigo temporário de resíduos. Na Figura 9, os dois fluxos estão destacados na planta baixa do setor, o fluxo azul indica o fluxo de pessoas para adentrar o laboratório e o fluxo laranja indica o fluxo amostras que são analisadas no laboratório, que entram pela sala de recebimento de amostras e serão encaminhadas de acordo com o tipo de teste a ser realizado.

(19)
(20)

Na Figura 10, o fluxo destacado em vermelho indica o caminho que os reagentes devem seguir quando chegam ao laboratório. Os verdes indicam os dois caminhos genéricos que o resíduo deve percorrer, quando os RSU são retirados devem ser recolhidos em todo o laboratório, ou seja, das salas passam pela circulação 3, depois pela 4 e enviados para a parte externa do prédio para a sua coleta por parte da universidade. O outro caminho está indicado pelas setas nas salas de lavagem, os resíduos químicos ou os perfuro cortante são recolhidos no laboratório e levados para o armazenamento temporário de resíduos do local, denotado na planta como Resíduos, através de pass-through em ambas as salas. Essas também são destacadas tendo em vista que nelas observa-se a maior geração de resíduo perfuro cortante devido ao processo nela realizado. Observa-se também que os resíduos químicos circulam do lado esquerdo da planta baixa, tendo em vista esse ser o lado destinado ao laboratório de análises químicas, enquanto o lado direito representa o laboratório de análises microbiológicas, apresentando em sua maioria de circulação e geração resíduos microbiológicos e RSU.

(21)
(22)

5.4. Acondicionamento/estocagem temporária

Após a coleta dos resíduos, esses são armazenados temporariamente no Abrigo Temporário de Resíduos do setor. Esse pode ser visualizado na planta baixa apresentada na Figura 11.

Figura 11 - Planta baixa com área de armazenamento destacada

Fonte: Elaboração própria (2014)

Em relação ao acondicionamento dos resíduos temos que os resíduos líquidos são bem armazenados, entretanto pelo fato de não apresentar nenhum isolamento na área em estão alocados, existe o risco de contaminar os demais em caso de vazamento, tendo em vista que alguns ficam armazenados em sacos, estando esses na superfície de palets. As bombonas apresentam bom estado de conservação e boa vedação e estão rotuladas. Por último devemos mencionar que o local é observado pelos funcionários para garantir seu bom funcionamento.

(23)

Devido ao alto nível de periculosidade, os RSS necessitam de um tratamento prévio para que a etapa de disposição final seja realizada. Para os resíduos do Grupo A, considera-se os seguintes processos de tratamento: Autoclave, Tratamento químico, Irradiação, Microondas e Incineração. A incineração também é recomendada para os resíduos do Grupo B. Os resíduos do Grupo D, não necessitam passar por nenhum tipo de tratamento específico. Quanto aos resíduos do Grupo E, estes devem receber um tratamento específico de acordo com a contaminação biológica, química ou radiológica. (CONAMA, 2005)

A Figura 12 abaixo compara os tratamentos de alguns processos. Em itens com “(*)” não se

considera a capacitação necessária para manejar equipamentos de produção de vapor e com

“(**)”

significa com incineradores de tecnologia avançada.

Figura 12 - Comparação de alguns processos de tratamento de RSS

Fonte: Adaptado de Guía de Capacitación - Gestión y Manejo de Desechos Sólidos Hospitalarios (1996) apud BRASIL (2001)

Já a Figura 13 apresenta quais são os resíduos que podem receber tratamento interno e qual é seu procedimento.

(24)

Fonte: Elaboração própria (2014)

5.6. Coleta/transporte externo

Os resíduos sólidos do Grupo A, Grupo B e Grupo E são recolhidos pela empresa SERQUIP em um veículo próprio para esta atividade. A SERQUIP é uma empresa especializada na coleta, transporte, tratamento e destinação final desses resíduos. A coleta acontece mensalmente e a quantidade máxima é de 50kg. Os resíduos do Grupo D são coletados pela UFRN e são levados para a Unidade de Armazenamento Temporário de Resíduos (UATR) da UFRN, sendo os resíduos recicláveis são posteriormente destinados às cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Natal. O serviço de coleta desses resíduos acontece periodicamente. Os resíduos líquidos do Grupo B também são coletados pela UFRN. A Figura 14 apresenta um resumo dos principais dados da coleta e transporte externo.

Quanto aos veículos coletores, para os resíduos do Grupo A, Grupo B e Grupo E, os veículos devem atender os padrões descritos da NBR 12.810 – Coleta de resíduos de serviços de saúde. Para os resíduos do Grupo D, pode-se utilizar de veículos de coleta domiciliar. Em caso de acidente, caso o acidente seja de pequeno porte, a equipe que estiver realizando a coleta e transporte deve realizar a limpeza e desinfecção imediata. Caso seja um acidente de grande porte, o responsável pela execução da coleta externa informar imediatamente os órgãos municipais e estaduais de controle ambiental e de saúde pública.

(25)

Fonte: Elaboração própria (2014)

5.7. Destinação final

A Figura 15 apresenta o detalhamento da destinação final apresentando o tratamento adequado e o equipamento utilizado, bem como as condições para disposição final.

(26)

Fonte: Elaboração própria (2014)

5.8. Plano de ação

Foram identificadas algumas medidas que precisam ser tomadas para que haja uma melhor adequação às legislações vigente e o PGRSS atinja os objetivos propostos. Um plano de ação (Figura 16) foi estruturado afim de facilitar a execução dessas atividades.

Figura 16 - Plano de Ação proposto

Fonte: Elaboração própria (2014)

5.9 Programa de redução na fonte geradora

Este trabalho propõe a segregação dos materiais com potencial para reciclagem e a separação dos resíduos químicos, em classes, possibilitando que seja dado outro destino aos resíduos, que não a disposição em aterro.

(27)

 Redução de 20% da quantidade de plástico, através do controle da quantidade

de EPI’s utilizados e das paradas no processo; 

 Redução de 15 % dos resíduos farmacêuticos através do controle estatístico do

processo e da manutenção preventiva das máquinas. 

5.10 Programa de educação ambiental

Todos os colaboradores do serviço, temporários ou não, que estejam diretamente ou indiretamente envolvidos com o gerenciamento de resíduos, devem ter conhecimento do sistema adotado na organização para gerenciamento dos resíduos. A capacitação e a educação continuada deve ser oferecida constantemente para o pessoal que se relaciona do diretamente com o manejo destes resíduos.

Para a indústria farmacêutica, Azevedo (2008) ainda propõe temas que um programa de educação continuada pode contemplar (Figura 17):

(28)
(29)

Tais temas podem ser apresentados na forma de palestras, cartazes, etc.

6. Considerações finais

O presente estudo objetivou analisar a situação de uma indústria farmacêutica em relação a sua gestão de resíduos. Desta forma, fez-se necessário a identificação e classificação dos seus resíduos gerados pelas atividades do setor de qualidade da referida empresa. De acordo com esta categorização, foi possível elaborar programas de redução, educação ambiental, concluindo as etapas de um Plano de Gerenciamento de Resíduos.

Pode-se observar que as indústrias químico-farmacêuticas, em função de uma maior cobrança legislativa, obedecem a normas rigorosas no que diz respeito aos seus resíduos, considerando os passivos ambientais gerados nos processos industriais. Nesse sentido, a implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos vai permitir a empresa obter uma maior eficácia no processo, além de maior lucratividade para a empresa.

Sendo assim, a implantação do PGRSS vai permitir à indústria fazer uso controlado dos recursos naturais e do gerenciamento de tratamento dos resíduos, trazendo benefícios não só para a empresa, mas para a sociedade de forma geral e, sobretudo, às gerações futuras.

REFERENCIAS

ARJONA, B.; RUIZ, J. Diseño e implementacion de um programa de minimizacion de resíduos de la

indústria farmacêutica. Centro de Calidade Ambiental, ITESM, Copyright, BTA-CTL-04-130398, 1997.

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos resíduos

sólidos no Brasil. São Paulo: ABRELPE, 2012. Disponível em:

<http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2012.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2014.

AZEVEDO, S.M.Z.Gerenciamento de resíduos no Laboratório Farmacêutico do Estado do Rio Grande

do Sul (LAFERGS) como contribuição para a otimização da produção de medicamentos. Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Projeto Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde (REFORSUS). Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde,

Secretaria Executiva, Projeto Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério

da Saúde, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Manual_RSS_Parte3.pdf> Acesso em: 11 nov. 2013.

(30)

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

30 Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. Publicada no DiárioOficial da União em 17/07/2002.

(31)

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente (2002). Resolução Nº 358, de 29 de abril de 2005. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. Publicada em 2005.

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução Luciana de Oliveira da Rocha. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

GIL, E. de S.; GARROTE, C. F. D.; CONCEIÇÃO, E. C. da C., SANTIAGO, M. F., SOUZA, A. R. Aspectos

técnicos e legais do gerenciamento de resíduos químico-farmacêuticos. Revista Brasileira de Ciências

Farmacêuticas BrazilianJournalofPharmaceuticalSciences vol. 43, n. 1, jan./mar., 1999.

Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saneamento básico. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: <

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.pdf>. Acessoem: 30 ago. 2014.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. São Paulo: Atlas, 2000.

REZENDE, A. G. A.; OLIVEIRA, T. B. & MEIRA, J. C. R. Determinação qualitativa e quantitativa dos

resíduos gerados em indústrias farmacêuticas do distrito agroindustrial de Anápolis-Daia. Revista

Eletrônica de Farmácia, v.2, p. 172-175, 2005.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

Referências

Documentos relacionados

Realizar estudo para adequação dos processos: execução e controle, e acompanhamento e facilitação das ações estratégicas da CGM às novas diretrizes do Sistema Municipal

O uso de jogos para este grupo se torna uma ferramenta eficaz, pois muitos destes profissionais tem baixa formação escolar além de estarem há muito tempo fora das salas

c.4) Não ocorrerá o cancelamento do contrato de seguro cujo prêmio tenha sido pago a vista, mediante financiamento obtido junto a instituições financeiras, no

créditos em atividades complementares 1. II) 25 créditos obtidos pela aprovação no exame de qualificação. III) 50 créditos obtidos pela aprovação na defesa da dissertação..

Todos os empregados da contratada devem participar de treinamento de integração/ambientação sobre meio ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e qualidade

As instâncias de uma classe são criadas usando a palavra reservada new e um método especial para criação de instâncias, designado construtor, que tem, obrigatoriamente, o mesmo

No período de primeiro de janeiro a 30 de junho de 2011, foram encaminhadas, ao Comitê de Segurança do Paciente da instituição sede do estudo, 218 notificações de

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças