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UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO AGRÍCOLA E FLORESTAL PARA A REDE NATURA 2000

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(1)

UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO AGRÍCOLA E

FLORESTAL PARA A REDE NATURA 2000

RELATÓRIO FINAL

= ANEXOS =

Trabalho executado pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA) com a colaboração da ERENA, Lda., ao abrigo de protocolo entre o ISA e o Instituto da Conservação da Natureza (ICN)

Instituto da Conservação da Natureza

Lisboa Março de 2006

(2)

ESTUDO SOBRE A INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DA REDE

NATURA 2000 NA ESTRATÉGIA NACIONAL DE

DESENVOLVIMENTO RURAL 2007-2013

O presente estudo é constituído pelos seguintes volumes • Sumário executivo

• Relatório • Anexos

(3)

EQUIPA TÉCNICA

• José Manuel Lima Santos – Coordenador

Professor Associado do Instituto Superior de Agronomia • Paulo Flores Ribeiro

EngiRecursos, Consultoria em Engenharia e Ambiente, Lda. • Carlos Rio Carvalho

ERENA – Ordenamento e Gestão de Recursos Naturais, Lda. • Pedro Beja

ERENA – Ordenamento e Gestão de Recursos Naturais, Lda. • Rui Alves

(4)

ANEXOS

ÍNDICE

ANEXO 2 ... 6

ANEXO 2.1 Dados utilizados nas análises classificatórias ...7

ANEXO 2.2 Metodologia estatística...11

ANEXO 2.3 Resultados das análises classificatórias...14

ANEXO 2.4 Cruzamentos de grupos agro-florestais com grupos de valores naturais...23

ANEXO 2.5 Fichas de caracterização dos tipos obtidos...27

Tipo 1. Terras calcárias...29

Tipo 2. Floresta mediterrânica ...33

Tipo 3. Montados ...37

Tipo 4. Pseudoestepes ...41

Tipo 5. Grandes montanhas do Norte...45

Tipo 6. Serras e vales do Noroeste...49

Tipo 7. Serras florestais do centro...52

Tipo 8. Vales do Douro...55

Tipo 9. Litoral Centro ...59

Tipo 10. Zonas húmidas costeiras...63

Tipo 11. Estuários e pauis agrícolas...67

Tipo 12. Litoral e rios do Noroeste ...71

ANEXO 2.6 Indicadores de caracterização dos tipos de áreas classificadas ...74

ANEXO 2.7 Áreas classificadas representativas ...110

ANEXO 3 ... 114

ANEXO 3.1 Fichas de diagnóstico das áreas representativas...115

Douro Internacional ...117

COSTA SUDOESTE ...131

LOUSÃ ...154

MOURA – MOURÃO - BARRANCOS ...168

CASTRO VERDE...188

SERRAS DE AIRES E CANDEEIROS ...196

PENEDA-GERÊS...211

ZONAS HÚMIDAS...227

ANEXO 3.2 Fichas de medidas ...258

CONSERVAÇÃO DE LAMEIROS ...260

(5)

PROMOÇÃO DAS CONDIÇÕES ECOLÓGICAS DA FLORESTA MEDITERRÂNICA E DO

MONTADO ...276

REDUÇÃO DE LIXIVIAÇÃO DE AGROQUÍMICOS ...278

PROMOÇÃO DAS FORMAÇÕES FLORESTAIS AUTÓCTONES...280

CONSERVAÇÃO DE GALERIAS RIPÍCOLAS ...282

MANUTENÇÃO DE HABITATS ABERTOS ...284

PROMOÇÃO DO SISTEMA EXTENSIVO DE CEREAL-POUSIO...286

MANUTENÇÃO DOS OLIVAIS E POMARES TRADICIONAIS ...288

PROMOÇÃO DAS CONDIÇÕES ECOLÓGICAS DA FLORESTA MEDITERRÂNICA E DO MONTADO ...290

CONSERVAÇÃO DE GALERIAS RIPÍCOLAS ...292

PROMOÇÃO DE ESPÉCIES BRAVIAS ...294

PROMOÇÃO DE RUMINANTES BRAVIOS ...296

PROMOÇÃO DE ESPÉCIES BRAVIAS ...298

PROMOÇÃO DO SISTEMA EXTENSIVO DE CEREAL-POUSIO...300

PROMOÇÃO DAS FORMAÇÕES FLORESTAIS AUTÓCTONES...302

FORMAÇÕES HERBÁCEAS E ARBUSTIVAS PASTOREADAS...304

FORMAÇÕES HERBÁCEAS DE OLIVAIS E POUSIOS ...306

CONSERVAÇÃO DE LAMEIROS E OUTROS PRADOS COM INTERESSE FLORÍSTICO ...308

PROMOÇÃO DAS FORMAÇÕES FLORESTAIS AUTÓCTONES...310

CONSERVAÇÃO DOS PERÍMETROS CULTIVADOS DAS ALDEIAS E DOS SOCALCOS...312

CONSERVAÇÃO DO MOSAICO DE HABITATS EM ÁREAS COMUNITÁRIAS ...314

AUMENTO DA RESISTÊNCIA AO FOGO ...316

CONSERVAÇÃO DO LOBO PROMOVENDO OS RUMINANTES BRAVIOS...318

CONSERVAÇÃO DO LOBO PROMOVENDO OS RUMINANTES DOMÉSTICOS...320

APOIO À CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES E HABITATS DOS PINHAIS EM DUNAS ...321

CONSERVAÇÃO DE TURFEIRAS...323

APOIO AO PASTOREIO EM PASTAGENS ALAGADAS E SAPAL ALTO ...325

MANUTENÇÃO DE ARROZAIS ...327

GESTÃO DA VEGETAÇÃO DAS VALAS DE DRENAGEM PARA A AVIFAUNA...329

RECONVERSÃO DE ÁREAS AGRÍCOLAS EM VEGETAÇÃO PALUSTRE...331

ANEXO 4 ... 333

ANEXO 4.1 Cruzamento das medidas propostas com o PSRN2000...334

ANEXO 5 ... 356

ANEXO 5.1 Objectivos estratégicos, medidas, custos unitários, áreas elegíveis e taxas de adesão357 ANEXO 5.2 Estimativas de áreas elegíveis às diversas medidas por objectivo estratégico, medida e tipo de área classificada...363

ANEXO 5.3 Estimativas de custo da estratégia proposta desagregadas por objectivo estratégico, medida e tipo de área classificada ...366

(6)
(7)

ANEXO 2.1

Dados utilizados nas análises classificatórias

(8)

DADOS UTILIZADOS NAS

ANÁLISES CLASSIFICATÓRIAS

As metodologias de análise seleccionadas para este trabalho tiveram como fim o agrupamento de Sítios e ZPE homogéneos segundo os seus valores naturais e também de acordo com um conjunto de variáveis agro-florestais, climáticas e de localização geográfica. Deste modo, o ponto de partida para o estabelecimento dos grupos acima referidos foram os seguintes conjuntos de dados:

• Matriz de Sítios x habitats e espécies de flora e fauna (Variáveis binárias [0,1]); • Matriz de ZPEs x espécies de aves (Variáveis binárias [0,1]);

• Matriz de Sítios e ZPEs x Variáveis agro-florestais, geográficas e climáticas (Variáveis contínuas).

As variáveis agro-florestais, geográficas e climáticas utilizadas nas análises foram as que se indicam na listagem abaixo. No Anexo 2.6 apresentam-se os valores das variáveis agro-florestais, ordenadas pelos tipos obtidos.

Antes das análises, foram realizadas algumas adaptações importantes de limpeza e transformação de variáveis, nomeadamente:

• Procedeu-se à normalização (estandardização) das variáveis. Conseguiu-se, assim, eliminar o efeito de as variáveis terem escalas diferentes.

• Removeram-se o Sítios/ZPE sem expressão agrícola e/ou florestal, dado que nestes não havia valores para estas variáveis (ex: Berlengas).

• Para os Sítios ou ZPE nos quais a sobreposição espacial é completa ou quase completa (ex: Monchique) apenas um deles foi utilizado.

No caso das espécies e habitats utilizaram-se apenas dados de ocorrência (Presença/Ausência) nos Sítios e ZPE (dados facultados pelo ICN e não apresentados neste Relatório) pois este é o nível máximo de informação que está disponível para todas as áreas consideradas. Assim, não foi possível utilizar os dados de representatividade (ex: área ocupada, número de indivíduos, estado de conservação, etc.), que permitiriam porventura uma análise mais detalhada, porque esta informação não está disponível para todas as áreas.

(9)

exemplo, mesmo as espécies aquáticas são de alguma forma afectadas pela agricultura e floresta, devido às escorrências de águas agrícolas ou à gestão das galerias ripícolas arbóreas.

VARIÁVEIS AGRO-FLORESTAIS, GEOGRÁFICAS E CLIMÁTICAS UTILIZADAS NA CLASSIFICAÇÃO DOS SÍTIOS E ZPE

Variáveis agro-florestais:

• SAU total (em % da superfície terrestre total)

• SAU sem coberto florestal (em % da superfície terrestre total)

• SAU com coberto florestal (montado) (em % da superfície terrestre total) • SAU irrigável (em % da superfície terrestre total)

• Floresta estreme (em % da superfície terrestre total) • Terra arável total (em % da SAU)

• Terra arável sob coberto de culturas permanentes (em % da SAU) • Culturas permanentes (em % da SAU)

• Cereais (em % da SAU)

• Culturas intensivas (em % da SAU) • Pousio (em % da SAU)

• Prados e pastagens permanentes (em % da SAU) • Frutos frescos e citrinos (em % da SAU)

• Frutos secos (em % da SAU) • Vinha (em % da SAU) • Olival (em % da SAU)

• Índice de intensificação cultural (soma áreas das culturas / SAU)

• Percentagem da SAU em explorações de média ou grande dimensão económica • Margem Bruta Total por hectare de SAU (em % da média UE 15)

• SAU média por exploração (ha)

• Número de pequenas e muito pequenas explorações (em % do número total de explorações)

• OTE Arvenses (em % da SAU ocupada) • OTE Arroz (em % da SAU ocupada)

• OTE Arvenses dominando policultura e Policultura (em % da SAU ocupada) • OTE Total de culturas hortoflorícolas (em % da SAU ocupada)

• OTE Vinha (em % da SAU ocupada) • OTE Fruticultura (em % da SAU ocupada) • OTE Olival (em % da SAU ocupada)

(10)

• OTE Herbívoros – especializadas em bovinos (em % da SAU ocupada)

• OTE Herbívoros – especializadas em ovinos e caprinos (em % da SAU ocupada) • OTE Pecuária extensiva (em % da SAU ocupada)

• OTE Herbívoros – combinadas com culturas permanentes (em % da SAU ocupada) • OTE Herbívoros – combinadas com culturas arvenses (em % da SAU ocupada) • Área de azinheira (em % da área arborizada)

• Área de castanheiro (em % da área arborizada) • Área de eucalipto (em % da área arborizada) • Área de outras folhosas (em % da área arborizada) • Área de outras resinosas (em % da área arborizada) • Área de outras quercíneas (em % da área arborizada) • Área de pinheiro bravo (em % da área arborizada) • Área de pinheiro manso (em % da área arborizada) • Área de sobreiro (em % da área arborizada)

Variáveis geográficas: • Distância à costa (m) • Altitude máxima (m) • Altitude média (m) • Altitude mínima (m) Variáveis climáticas:

• Precipitação anual média (mm) • Precipitação anual mínima (mm) • Precipitação anual máxima (mm) • Temperatura anual média (ºC) • Temperatura anual máxima (ºC) • Temperatura anual mínima (ºC)

(11)

ANEXO 2.2

Metodologia estatística

(12)

METODOLOGIA ESTATÍSTICA

A formação de grupos foi obtida com recursos a metodologias de análise classificatória hierárquica aglomerativa (Johnson & Wichern, 1998 1). O objectivo destas análises é encontrar grupos de observações (Sítios e ZPEs), o mais homogéneos possível. Espera-se, à partida, que estas sub-unidades homogéneas de observações estejam tão correlacionadas entre elas que bastaria utilizar uma delas ou um seu valor médio para representar esse mesmo sub-grupo sem se perder muita informação (Chatfield & Collins, 1980 2).

Esta homogeneidade é determinada pela proximidade que as observações têm dentro de um mesmo grupo. A primeira questão na análise classificatória é a definição de semelhança (distância) entre as variáveis/observações. Existem diversas medidas como a distância euclidiana, a city-block, a de Malanahobis, entre outras (veja-se Chatfield & Collins, 1980, Kendall, 1980 3, Digby & Kempton, 1987 4, Sharma, 1996 5, Johnson & Wichern, 1998). A escolha de uma das diversas medidas possíveis dependerá da natureza das variáveis (discretas nominais, discretas ordinais, contínuas) e da escala de medição (nominal, ordinal, em intervalos de igual amplitude, contínuas). A medida mais frequentemente utilizada é a distância euclidiana em p

:

(

)

= =

− 2 1 p ij ik jk k d x x ,

onde xi é o vector do i-ésimo indivíduo e xj é o vector do k-ésimo indivíduo. No entanto, no caso de vectores compostos por valores binários onde, à posse de uma determinada característica, está associado o valor 1, indicando o valor 0 a sua ausência, estes não podem ser representados por medições p-dimensionais, muito mais informativas (Kendall, 1980, Johnson & Wichern, 1998). Os pares de elementos são frequentemente comparados com base em presenças/ausências das suas características, tendo os elementos próximos mais características comuns relativamente aos distantes (Johnson & Wichern, 1998). Recorre-se, por isso, a índices monotéticos (Chatfield & Collins, 1980).

Nas matrizes dos valores naturais, ou seja, com os dados de presença/ausência de espécies nos Sítios e ZPE, outra medida de distância utilizada foi a percentagem de dissemelhança entre um vector xi e um vector xj , ambos com k elementos (Kendall, 1980) computacionada segundo a seguinte expressão:

(13)

distância (xi,xj) = (nº de xi ≠ xj)/k

Um outro aspecto importante é a escolha do método de aglomeração. Também este assunto é largamente descrito em praticamente toda a bibliografia sobre análise multivariada (Chatfield & Collins, 1980, Kendall, 1980, Digby & Kempton, 1987, Sharma, 1996, Johnson & Wichern, 1998). É muito importante numa análise classificatória não procurar o método que produz melhores resultados mas sim avaliar se métodos diferentes produzem resultados homogéneos e coerentes (Johnson & Wichern, 1998). Foi, por isso, utilizado neste trabalho mais do que um método de aglomeração de modo a avaliar a estabilidade global das classificações para se ver mais garantida a sua robustez (Digby & Kempton, 1987; Johnson & Wichern, 1998).

(14)

ANEXO 2.3

Resultados das análises classificatórias

(15)

RESULTADOS DAS ANÁLISES CLASSIFICATÓRIAS

Nas Figuras 2.1 a 2.3 apresentadas adiante mostram-se os dendrogramas para os grupos homogéneos de ZPEs e Sítios segundo os seus valores naturais (Figura 2. 1 e Figura 2. 2) e as variáveis agro-florestais, geográficas e climáticas (Figura 2. 3). As abreviaturas utilizadas para designar os Sítios e ZPEs são apresentadas no Quadro 2. 1.

Quadro 2. 1 - Abreviaturas utilizadas nos dendrogramas para designar os Sítios e ZPEs

CÓDIGO SÍTIO / ZPE SIGLA CÓDIGO SÍTIO / ZPE SIGLA

PTCON0001 Peneda/Gerês geres PTCON0045 Sicó/Alvaiázere sico

PTCON0002 Montesinho/Nogueira mont PTCON0046 Azabuxo-Leiria azbx

PTCON0002 Montesinho/Nogueira zmont PTCON0047 Serras da Freita e Arada freita

PTCON0003 Alvão/Marão alv_mar PTCON0048 Serra de Montejunto mjtto

PTCON0004 Malcata malc PTCON0049 Barrocal brrcal

PTCON0005 Paul de Arzila arzl PTCON0050 Cerro da Cabeça crr_cab

PTCON0006 Arquipélago da Berlenga brlg PTCON0051 Complexo do Açor acor

PTCON0007 S. Mamede mmd PTCON0052 Arade / Odelouca arade

PTCON0008 Sintra/Cascais str_cas PTCON0053 Moura / Barrancos moura

PTCON0009 Estuário do Tejo tejo PTCON0054 Fernão Ferro / Lagoa de Albufeira fferro

PTCON0010 Arrábida/Espichel arrbd PTCON0055 Dunas de Mira, Gândara e

Gafanhas dns_mira

PTCON0011 Estuário do Sado sado PTCON0056 Peniche / Stª Cruz pench

PTCON0012 Costa Sudoeste so PTCON0057 Caldeirão cald

PTCON0013 Ria Formosa/Castro Marim frms PTCON0057 Caldeirão zcald

PTCON0014 Serra da Estrela estrl PTCON0058 Ria de Alvor alvor

PTCON0015 Serras d'Aire e Candeeiros aires PTCON0059 Rio Paiva paiva

PTCON0016 Cambarinho cnbrn PTCON0060 Serra da Lousã lousa

PTCON0017 Litoral Norte lit_nor PTZPE0001 Estuários dos Rios Minho e

Coura zmin_cour

PTCON0018 Barrinha de Esmoriz emrz PTZPE0002 Serra do Gerês zgeres

PTCON0019 Rio Minho minho PTZPE0004 Ria de Aveiro zriaav

PTCON0020 Rio Lima lima PTZPE0005 Paul de Arzila zarzl

PTCON0021 Rios Sabor e Maçãs sabor PTZPE0006 Paul de Madriz zmadrz

PTCON0022 Douro Internacional douro PTZPE0007 Serra da Malcata zmalc

PTCON0023 Morais morais PTZPE0008 Paul do Boquilobo zbqul

PTCON0024 Valongo vlng PTZPE0009 Ilhas Berlengas zberg

PTCON0025 Montemuro mtmur PTZPE0010 Estuário do Tejo ztejo

PTCON0026 Rio Vouga vouga PTZPE0011 Estuário do Sado zsado

PTCON0027 Carregal do Sal csal PTZPE0012 Açude da Murta zmurt

PTCON0028 Gardunha gard PTZPE0013 Lagoa de Santo André zsandr

PTCON0029 Cabeção cbcao PTZPE0014 Lagoa da Sancha zsanch

PTCON0030 Caia caia PTZPE0015 Costa Sudoeste zso

PTCON0031 Monfurado monf PTZPE0016 Leixão da Gaivota zlgai

PTCON0032 Rio Guadiana/Juromenha rio guad PTZPE0017 Ria Formosa zform

PTCON0033 Cabrela cbrl PTZPE0018 Sapais de Castro Marim zcmarim

PTCON0034 Comporta/Galé cmprt PTZPE0037 Rios Sabor e Maçãs zsabor

PTCON0035 Alvito/Cuba alvit PTZPE0038 Douro Internacional e Vale

do Rio Águeda zdouro

PTCON0036 Guadiana guadia PTZPE0039 Vale do Côa zcoa

PTCON0037 Monchique monch PTZPE0040 Paul do Taipal ztaipal

(16)

PTCON0038 Ribeira de Quarteira ribqurt PTZPE0043 Campo Maior zcmaior

PTCON0039 Serra d'Arga arga PTZPE0045 Moura/Mourão/Barrancos zmourao

PTCON0040 Corno do Bico bico PTZPE0046 Castro Verde zcverde

PTCON0041 Samil samil PTZPE0047 Vale do Guadiana zguad

PTCON0042 Minas de St. Adrião adriao PTZPE0049 Lagoa Pequena zlpeq

PTCON0043 Romeu romeu PTZPE0050 Cabo Espichel zcespc

PTCON0044 Nisa / Lage da Prata nisa

Agrupamentos de ZPEs de acordo com valores naturais

Para as ZPEs, a análise permitiu identificar grupos consistentes, com uma fácil interpretação ecológica (Figura 2. 1). Neste dendrograma é evidente a separação de dois grandes grupos de ZPEs, com um nível de dissemelhança de quase 100%.

Dendrograma para as Zonas de Protecção Especial

z g u a d z m o u ra o z c v e rd e z c m a io r z d o u ro z c o a z s a b o r z te jo in t z m a lc z c a ld e i z m o n c h z s o z m o n t z g e re s z ta ip a l z m a d rz z a rz l z te jo z c m a ri m z fo rm z s a n d r z b q u l z s a d o z ri a a v z c e s p c z lg a i z b e rg z lp e q z m u rt z s a n c h z m in _ c o u r 0 20 40 60 80 100 P e rc e n ta g e m d e d is s e m e lh a n ç a ( % )

Estepárias Pequenas zonas

húmidas Costa rochosa Grandes zonas húmidas Paúis Centro Serras Norte Serras Sul Grandes Vales

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mais elementos corresponde essencialmente aos grandes estuários e sistemas lagunares costeiros, incluindo os Estuários do Tejo, Sado e Guadiana (Castro Marim), e os sistemas lagunares e estuarino-lagunares da Lagoa de Santo André e das Rias de Aveiro e Formosa. O elemento aparentemente mais estranho deste grupo é o Paul do Boquilobo, que contudo tem muitos elementos comuns com as restantes ZPEs do grupo. Com claras afinidades com este grande grupo, mas formando uma pequena unidade diferenciada, surge um sub-grupo composto pelos pequenos pauis do Mondego, incluindo o Arzila, o Taipal e a Madriz. Com um nível de dissemelhança de quase 50% relativamente a estas ZPEs, surgem dois sub-grupos também compostos por Zonas Húmidas, mas que são caracterizados por albergarem um conjunto relativamente restrito e específico de valores. Um destes grupos corresponde claramente à costa rochosa, incluindo as ZPEs do Leixão da Gaivota, Berlenga e Cabo Espichel. O outro grupo é composto por pequenas zonas húmidas costeiras, sendo composto por ZPEs que correspondem a situações ecológicas variadas que vão desde os estuários do Minho e Coura até ao Açude da Murta, passando pela Lagoa Pequena e pela Lagoa da Sancha.

O segundo grande grupo é formado pelas ZPEs de características essencialmente terrestres, onde tendem a estar ausentes as espécies aquáticas (ex: Gerês, Douro, Castro Verde, etc.). Neste grupo destaca-se, a um nível de dissemelhança de quase 50%, um sub-grupo composto por ZPEs cujos valores diferenciais correspondem principalmente às aves estepárias (Guadiana, Mourão, Castro Verde e Campo Maior). O outro sub-grupo é formado por um leque variado de áreas, que se podem subdividir em três subconjuntos. O primeiro conjunto é formado por ZPEs importantes devido, principalmente, à presença de aves de rapina e outras nidificantes rupícolas, incluindo a Malcata e os vales de grandes rios como o Douro Internacional, o Côa, o Sabor, e o Tejo Internacional. O segundo conjunto é formado por áreas florestais serranas do sul, incluindo o Caldeirão, Monchique e a Costa Sudoeste. Esta última área é mais diversificada devido à existência de zonas agrícolas e costeiras, sendo contudo o agrupamento com o Caldeirão e Monchique justificado pelas afinidades decorrentes das aves associadas aos meios florestais. O terceiro conjunto é formado pelas grandes serras do norte de Portugal, nomeadamente o Gerês e Montezinho, que para além das de aves de rapina apresentam afinidades ao nível das comunidades de aves de alta e média montanha.

Agrupamentos de Sítios de acordo com os valores naturais

Os agrupamentos obtidos para os Sítios são menos claros do que os encontrados para as ZPEs, presumivelmente devido a algumas lacunas de conhecimento da distribuição de espécies e habitats. A classificação também é dificultada pela presença de elementos que ocorrem num número muito reduzido de sítios, e de sítios com um número muito reduzido de elementos. Em ambos os casos, este problema leva a que alguns padrões sejam distorcidos devido ao efeito das duplas ausências.

Apesar destes problemas, a análise classificatória permitiu individualizar três grandes grupos de sítios a um nível de dissemelhança de 90-100%, correspondendo (i) aos Sítios costeiros

(18)

mediterrânicos do Centro e Sul, (ii) aos Sítios interiores Mediterrânicos do Centro e Sul, e (iii) aos sítios do Centro e Norte com afinidades atlânticas (Figura 2. 2).

Dendrograma para os Sítios

s o s tr _ c a s p e n c h d n s _ m ir a a rr b d ff e rr o s a d o c m p rt te jo fr m s a lv o r s ic o m jt to a ir e s ro m e u m o ra is s a b o r d o u ro m o n c h m m d c b rl c b c a o m o n f m a lc n is a c a ia ri o g u a d m o u ra g u a d ia ri b q u rt c rr _ c a b b rr c a l c a ld a ra d e a d ri a o g e re s e s tr l m o n t m tm u r a lv _ m a r m in h o lim a lit _ n o r e m rz a z b x s a m il b rl g a lv it v ln g fr e it a g a rd c s a l c n b rn b ic o a rg a v o u g a a rz l p a iv a lo u s a a c o r 0 20 40 60 80 100 120 % d is tâ n c ia Matos litorais

Sapais, zonas húmidas Calcários Centro

Vales do Douro Grandes montanhas Floresta mediterrânica Guad. Algarve Litoral Norte Serras centro e NO - florestais Centro/ Sul interior (Mediterrâneo) Norte/Centro (Atlântico) Centro/ Sul litoral (Mediterrâneo) Serras centro e NO - ribeirinhas

Figura 2. 2 - Agrupamentos de Sítios de acordo com os seus valores naturais

Nos Sítios Costeiros Mediterrânicos são individualizados dois sub-grupos bem definidos em termos de valores ecológicos. O primeiro sub-grupo é composto pelos Sítios da Costa Sudoeste, Dunas de Mira, Sintra-Cascais, Peniche e Arrábida, correspondendo a troços de costa rochosa e arenosa, em que uma parte importante dos valores naturais está associada aos matos litorais (dunas, rebordo de arribas, etc.). O segundo sub-grupo é formado por Zonas Húmidas, sendo composto por Fernão Ferro, o Sado, a Comporta, o Tejo, a Ria Formosa e o Alvor. Estes Sítios, apesar de também terem valores associados aos matos litorais, justificando a sua afinidade com o sub-grupo anterior, possuem como elemento diferencial um vasto conjunto de habitats e espécies associados aos sistemas aquáticos.

(19)

muito homogéneo, correspondendo a Sítios dos Vales do Douro e tributários, incluindo Romeu, Morais, Sabor e o Douro. O segundo grupo é mais heterogéneo, possuindo contudo uma identidade ecológica que é conferida pela preponderância dos montados de sobro e azinho e dos bosques mediterrânicos. Assim, este conjunto agrupa Sítios aparentemente distintos como Monchique, São Mamede, Cabrela, Cabeção, Monfurado, Malcata, Nisa e Caia. Um terceiro grupo é formado por Sítios na bacia do Guadiana, cujos elementos diferenciais estão relacionados com a presença de espécies piscícolas características desta bacia, como por exemplo o saramugo (Anaecypris hispanica). O quarto grupo junta essencialmente Sítios calcários da região algarvia, tendo como principal elemento estranho o Sítio de Adrião, localizado no Nordeste Transmontano. Este Sítio tem contudo características calcárias, tendo, portanto, afinidades aos níveis das comunidades de morcegos, vegetação e flora. O Caldeirão parece também um elemento estranho dentro deste grupo, sendo mais aparente a sua afinidade com o conjunto dos Sítios caracterizados pelos montados e bosques mediterrânicos. Este agrupamento do Caldeirão poderá estar relacionado com deficiências na inventariação dos valores deste Sítio.

Nos Sítios de afinidades atlânticas, separa-se também um sub-grupo homogéneo a um nível de dissemelhança de cerca de 50%. Este sub-grupo é constituído pelos Sítios do Gerês, Estrela, Montemuro, Alvão-Marão, e Montezinho, correspondendo aos grandes maciços montanhosos do Norte de Portugal, os quais possuem como elementos diferenciais as espécies e habitats de alta montanha. O segundo sub-grupo é bastante mais heterogéneo, sendo constituído por dois conjuntos que se diferenciam a um nível de dissemelhança de perto de 40%, cada um dos quais se subdivide novamente a um nível de cerca de 30%. Destes sub-conjuntos, o mais bem definido é constituído por serras do Centro e Noroeste, sendo composto pelos Sítios de Valongo, Freita, Gardunha, Carregal do Sal, Cambarinho, Bico e Arga. Outro sub-conjunto também composto por áreas florestais do Centro inclui os Sítios do Vouga, Arzila, Paiva, Lousã e Açor. Estes dois sub-conjuntos apresentam muitas afinidades, estando contudo os habitats e espécies de montanha mais representados no primeiro caso, incluindo por exemplo a presença de Galemys pyrenaicus, enquanto no segundo caso estão mais representados os habitats e espécies associados às vertentes e vales fluviais, incluindo por exemplo as Florestas-galeria de Salix alba e de Populus alba.

Ainda com afinidades atlânticas, surge um conjunto muito heterogéneo, globalmente pobre em espécies e habitats, composto por dois sub-conjuntos muito distintos. O primeiro sub-conjunto é mais homogéneo, incluindo Sítios costeiros e ribeirinhos do Minho (Esmoriz, Litoral Norte e os vales do Minho e Lima). O segundo sub-conjunto é composto pelos Sítios de Azabuxo, Alvito, Berlenga e Samil, sendo definido principalmente em função das duplas ausências. De facto, os Sítios deste grupo não apresentam qualquer espécie em comum, com excepção da lontra que ocorre em duas áreas. Desta forma, este grupo não é passível de interpretação ecológica.

(20)

Agrupamentos de Sítios e ZPE com base nas variáveis de caracterização agro-florestal, geográficas e climáticas

Contrariamente ao que se fez para as variáveis de valores naturais, os Sítios e ZPE foram aqui classificados em conjunto, já que as variáveis a considerar para ambos os casos eram as mesmas. No entanto e conforme atrás se fez referência, nas situações em que existia grande sobreposição de Sítios com ZPE, apenas se utilizou uma das áreas, de modo a evitar duplicação de informações ou uma sobrevalorização das mesmas áreas.

Uma vez que a generalidade das variáveis de caracterização agro-florestal, climáticas e de localização geográfica aqui utilizadas são variáveis contínuas, procedeu-se à estandardização prévia dos seus valores, de modo a uniformizar as diferentes escalas.

Finalmente, as áreas onde a actividade agrícola e/ou florestal é inexistente ou não tem expressão significativa foram retiradas da análise, dada a inerente falta de informação.

Na Figura 2. 3, mostra-se o resultado do agrupamento de Sítios e ZPE com base nas suas variáveis de caracterização agro-florestal, geográficas e climáticas.

Dendrograma para os Sítios/ZPE

c v e rd e z g u a d g u a d ia z b q u l o g u a d c a ia c b rl m o n f m o u ra o c b c a o c m p rt s a d o m o n c h so ff e rr o a rr b d z c es p c te jo a ra d e b rr c a l rr _ c a b ri b q u rt c a ld a lv o r fr m s p e n c h lit _ n o r m jtt o lim a m in h o z ri a a v s _ m ir a v ln g s tr _ c a s v o u g a ar z l ro m e u d o u ro z c o a m o ra is s a b o r z te jo in t n is a m m d s ic o a ir e s g a rd c s a l e s tr l a c o r lo u s a m o n t p a iv a fr e ita bi co a rg a a d ri a o m a lc m tm u r lv _ m a r g e re s 0 20 40 60 80 100 % d is s e m e lh a n ç a

(21)

Neste dendrograma existem seis grandes grupos de áreas classificadas para um nível de dissemelhança de cerca de 50%.

Analisando o dendrograma da esquerda para a direita, o primeiro grupo junta áreas, geralmente alentejanas e interiores, em que a SAU é o uso dominante do solo, com explorações agrícolas de grande dimensão, extensivas, de sequeiro, e orientadas para a pecuária e/ou cereais. O grupo subdivide-se em dois, sendo que, no primeiro, predominam as áreas agrícolas abertas/ “estepárias” (ex: zcverde, caia) e, no segundo, os montados (ex: monf, zmourao).

No segundo grupo, encontramos áreas próximas do litoral sul entre o estuário do Tejo e o cabo de S. Vicente (ex: monch, so, sado), em que a SAU é menos dominante, em termos de uso do solo e é maior o peso da floresta extreme, embora a agricultura praticada seja também extensiva e as explorações agrícolas de média ou grande dimensão. O montado tem menor significado que no grupo anterior.

O terceiro grupo é constituído por áreas algarvias (ex: arade, brrcal), em que predomina uma agricultura de pequena dimensão, especializada nos pomares de sequeiro e nos citrinos, com pouco peso da floresta.

O quarto grupo é constituído por áreas do litoral centro e norte (ex: pench, lima, dns mira, zriaav), caracterizadas por um peso geralmente significativo da floresta, sobretudo pinhal, e por uma agricultura irrigada, intensiva, de pequena dimensão, em que predominam a pecuária leiteira, a horticultura ou a vinha. O montado é inexistente.

O quinto grupo compreende um conjunto de áreas interiores (douro, zcoa, nisa, ztejoint, mmd), associadas aos vales dos rios Douro, Tejo e respectivos afluentes, em que predomina uma agricultura extensiva, geralmente de sequeiro, de pequena ou média dimensão e orientada para a pecuária extensiva e/ou culturas permanentes; nas áreas da bacia do Tejo, o montado tem peso significativo e é maior a dimensão das explorações, o que determina a existência de dois subgrupos.

O sexto grupo é constituído por áreas de montanha do Norte e Centro, com um peso geralmente muito significativo da floresta e uma agricultura residual e em declínio, com explorações agrícolas de pequena dimensão. Este grupo separa-se em dois subgrupos. O primeiro inclui as duas áreas do Maciço Calcário Estremenho (aires, sico) e do Maciço Central (lousa, acor, estrl, gard), com um peso geralmente muito significativo da floresta, um certo peso das culturas permanentes e um peso menor da pecuária extensiva, em grande parte de ovinos. O segundo inclui as montanhas do Norte (freita, arga, geres), com um peso maior das áreas de matos com pastoreio, dos prados e pastagens permanentes e das explorações especializadas em pecuária extensiva.

(22)

Estes seis grupos, apesar de terem uma interpretação relativamente directa e linear, não asseguram contudo uma tipologia suficientemente fina que dê conta da associação que existe entre a agricultura e floresta, por um lado, e, por outro, os valores naturais. Isto fica a dever-se, em grande parte, à natureza necessariamente agregada das variáveis utilizadas (por exemplo: a categoria “prados e pastagens permanentes” inclui coisas tão diversas como os lameiros regados das montanhas do norte e os prados secos das zonas calcárias e do Alentejo). Deste modo, foi necessário partir os 6 grupos principais a um nível (variável) inferior aos 50% de dissemelhança, o que deu origem a 22 grupos de áreas classificadas, cuja constituição se apresenta no Quadro 2. 2.

Quadro 2. 2 - Distribuição dos Sítios e ZPE incluídos nos 22 grupos resultantes da classificação com base nas variáveis de caracterização agro-florestal, geográficas e

climáticas

Designação Sítios e ZPE * Grupos/

dendrograma

1. Maciço calcário aires, sico 6 (1)

2. Arrábida e espichel zcespc, arrbd 2

3. Barrocal arade, brrcal, cald, crr_cab, ribqurt, zcald 3

4. Litoral SO so, zso, zmonch, monch 2

5. Adrião e Malcata adriao, malc 6 (2)

6. Montado cbcao, cbrl, mmd, monf, nisa, zmourao, moura,

tejoint 1 (2)

7. Estepárias zcmaior, zcverde, zguad, caia, guadia, rio guad 1 (1)

8. Serras minhotas baixas arga, bico, freita, paiva 6 (2)

9. Vales e serras minhotas str_cas, vlng, vouga 4

10. Maciço central csal, gard, acor, lousa, estrl, zmalc 6 (1)

11. Montanhas altas do Norte alv_mar, geres, mtmur, zgeres 6 (2)

12. Montesinho mont, zmont 6 (1)

13. Vales NE zsabor, zdouro, zcoa, douro, morais, romeu,

sabor 5

14. Rios e estuários do

Minho lima, minho, zmin_cour 4

15. Litoral Norte pench, lit_nor 4

16. Costa arenosa dns_mira, zriaav 4

17. Algarve litoral zform, zcmarim, alvor, frms 3

18. Lagoas costeiras zsandr, fferro 2

19. Pinhal manso e arrozal zsado, comprt, sado 2

20. Vale do Tejo zbqul, ztejo, tejo 1 e 2

(23)

ANEXO 2.4

Cruzamentos de grupos agro-florestais com

grupos de valores naturais

(24)

CRUZAMENTO DE GRUPOS AGRO-FLORESTAIS COM

GRUPOS DE VALORES NATURAIS

Para a definição da tipologia final dos Sítios e ZPE da rede Natura 2000, com base numa análise conjunta de todas as variáveis estudadas (variáveis de valores naturais, de caracterização agro-florestal, climáticas e de localização geográfica) procedeu-se à construção de uma tabela de cruzamento dos grupos formados com base nas variáveis de valores naturais com os obtidos com as variáveis de caracterização agro-florestal, climática e geográfica. O resultado obtido é o que se mostra no Quadro 2. 3.

Na tabela de cruzamento apresentada, as colunas respeitam aos grupos formados com base nas variáveis de caracterização agro-florestal, climática e geográfica, e as linhas respeitam aos grupos obtidos com as variáveis de valores naturais. O facto de a maior parte das áreas classificadas da rede Natura 2000 se disporem sensivelmente ao longo da diagonal principal da tabela revela a existência de uma relação entre os valores naturais e as características agro-florestais nestas áreas.

Note-se também que as áreas onde esta relação é menos evidente respeitam a áreas costeiras (rosa) bem como à totalidade das zonas húmidas (azul intermédio e azul mais escuro), onde o cruzamento revela machas horizontais no quadro, cortando através de diversos tipos de utilização agrícola e florestal. Em ambos os casos, os principais valores naturais tendem a ocorrer fora das áreas agrícolas e florestais, pelo que não seria de esperar uma forte relação entre os sistemas praticados nestas áreas e o tipo de valores naturais existentes. As únicas relações aqui serão de adjacência (ex: poluições agrícolas diversas) ou de conversão de habitat para a agricultura ou floresta.

Com base nos resultados obtidos nesta tabela, foram definidos os tipos finais a considerar na tipologia das áreas classificadas da rede Natura 2000. Foram assim identificados os 12 tipos abaixo apresentados, cuja justificação e descrição é feita no Anexo 2.5. A cor associada a cada tipo destina-se a facilitar a sua identificação na tabela de cruzamento.

1. Terras calcárias……….……… 2. Floresta mediterrânica……….……. 3. Montados………... 4. Pseudoestepes……… 5. Grandes montanhas do Norte……… 6. Serras e vales do Noroeste……… 7. Serras florestais do Centro………

(25)

Por diversas razões, que se prendem sobretudo com a indisponibilidade de informação de base sobre os usos agrícolas e florestais, nem todas as áreas classificadas da rede Natura 2000 foram incluídas nos 12 tipos considerados. As 10 áreas excluídas foram as seguintes:

1. Alvito/Cuba 2. Azabuxo-Leiria 3. Arquipélago da Berlenga 4. Cambarinho 5. Barrinha de Esmoriz 6. Samil 7. Ilhas Berlengas 8. Leixão da Gaivota 9. Lagoa Pequena 10. Açude da Murta

Note-se que se trata, em todos os casos, de áreas classificadas com uma reduzida superfície agrícola e florestal, representando, em conjunto, 0,6% da superfície terrestre total e 0,1% da área agrícola e florestal da rede Natura 2000 em Portugal Continental. Dados os objectivos do presente estudo, a exclusão destas áreas da análise subsequente não será, assim, susceptível de originar erros significativos.

(26)

Quadro 2. 3 - Cruzamento entre grupos de variáveis de valores naturais e grupos de variáveis de caracterização agro-florestal, climática e geográfica

Grupos de variáveis de caracterização agro-florestal

Indefi-

nido Maciço calcário

Arrábida e

espichel Barrocal Litoral SO Adrião e

Malcata Montado Estepárias Serras minhotas baixas Vales e serras minhotas Maciço central Montanhas altas do Norte Montesi- nho Vales NE Rios e estuários do Minho Litoral Norte Costa arenosa Algarve litoral Lagoas costeiras Pinhal manso e arrozal Vale do Tejo Arzila

Calcários centro mjtto aires, sico

Marinho costa rochosa zcespc Algarve arade, brrcal, cald , crr_cab, ribqurt adriao

Matos litorais arrbd so str_cas pench dns_mira

Serras Sul zcald zmonch zso,

Floresta

mediterrânica monch malc

cbcao, cbrl, mmd, monf, nisa caia Estepárias zmourao zcmaior, zcverde, zguad Vales do Guadiana moura guadia, rio guad Serras centro e N -florestais arga, bico,

freita vlng csal, gard

Serras centro e N

-ribeirinhas paiva vouga

acor,

lousa arzl

Grandes

montanhas estrl

alv_mar,

geres, mtmur mont

Serras Norte zgeres zmont

Vales fluviais

rapinas ztejoint zmalc

zsabor,

zdouro, zcoa

Vales do Douro douro, morais, romeu, sabor

Litoral Norte lima, minho lit_nor

Pequenas zonas

húmidas costeiras zmin_cour

Grandes zonas

húmidas zriaav

zform,

zcmarim zsandr zsado zbqul, ztejo Sapais, zonas

húmidas

alvor,

frms fferro cmprt, sado tejo

G ru po s de v ar ve is d e va lo re s na tu ra is Pequenos pauis centro zarzl

Nota 1: As cores representam a agregação segundo os tipos considerados, conforme descrito no texto

(27)

ANEXO 2.5

Fichas de caracterização dos tipos obtidos

(28)

FICHAS DE CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS OBTIDOS

Nos pontos seguintes apresenta-se a caracterização de cada um dos 12 tipos considerados, elaborada com base nas variáveis que serviram de base à sua definição. A informação é apresentada sob a forma de uma ficha descritiva, a qual incide sobre os seguintes 9 pontos:

1 Áreas classificadas incluídas 2 Caracterização dos valores naturais 3 Representatividade

4 Grandes usos do território 5 Usos da superfície florestal

6 Usos da superfície agrícola utilizada (SAU) 7 Orientação produtiva das explorações agrícolas 8 Intensidade dos usos agrícolas

(29)

TIPO 1. TERRAS CALCÁRIAS

Este tipo compreende as áreas classificadas situadas no Maciço Calcário Extremenho, na Arrábida/Espichel e no Barrocal Algarvio, bem como o sítio das Minas de Santo Adrião.6 A litologia calcária é um traço comum a todas as áreas deste tipo.

O tipo é constituído por serras, promontórios ou vales de ribeiras, de altitude média abaixo dos 400 m. A proximidade do mar faz-se sentir principalmente pelos níveis de precipitação, cuja média se situa sempre acima dos 600 mm. O calcário acentua, no entanto, a secura edáfica e as águas superficiais escasseiam. As grutas e o escoamento subsuperficial das águas são elementos centrais da paisagem cársica.

Foi excluído deste grupo o Caldeirão, apesar de em algumas análises demonstrar com ele bastantes afinidades. Esta opção foi tomada devido à serra do Caldeirão ser xistosa e não calcária, apresentando portanto valores e usos do solo bastantes diferentes das outras áreas deste grupo. Desta forma, assumiu-se que os resultados obtidos derivaram de insuficiente informação relativamente aos valores e a artefactos dos dados agro-florestais. Quanto aos valores naturais, as afinidades poderão ter sido estabelecidas devido a similaridades nas comunidades piscícolas e em alguns morcegos, sendo contudo a maioria da área claramente dos territórios calcários adjacentes. Os artefactos decorreram provavelmente dos dados agro-florestais terem sido obtidos ao nível da freguesia e de as freguesias do Caldeirão ocuparem frequentemente áreas de barrocal, o que leva a que sejam estabelecidas afinidades devido à presença destas últimas.

O sítio Arade/Odelouca apresenta áreas calcárias e não calcárias. Apesar disso, decidiu-se neste caso aceitar os resultados das análises, uma vez que é uma área pequena e parte dos seus valores são partilhados com outras áreas do sul do Algarve.

Áreas classificadas incluídas

1. Arade / Odelouca 2. Arrábida/Espichel 3. Barrocal 4. Cabo Espichel 5. Cerro da Cabeça 6. Minas de St. Adrião

6 Esta última área é muito heterogénea face às restantes no que se refere a muitas das variáveis utilizadas para caracterizar os usos agrícolas e florestais, pelo que se exclui geralmente dos comentários que se seguem

(30)

7. Ribeira de Quarteira 8. Serra de Montejunto 9. Serras d'Aire e Candeeiros 10. Sicó/Alvaiázere

Caracterização dos valores naturais

Os valores naturais deste grupo estão principalmente associados aos habitats e espécies característicos de áreas calcárias. Os morcegos cavernícolas tendem a ser um dos elementos mais típicos deste grupo de sítios, incluindo espécies como Miniopterus schreibersii, Rhinolophus hipposideros, Rinolophus mehelyi, Myotis blythii, e Myotis myotis. Em termos florísticos, dominam as espécies calcícolas, se bem que apenas Narcissus calcicola tenha uma distribuição generalizada dentro do grupo. Outras espécies preferencialmente calcícolas, como Arabis sadina, Juncus valvatus, e Silene longicilla, tendem a estar confinados a subgrupos de sítios. Em termos de habitats, os elementos diferenciais também estão associados à presença de substratos calcários, incluindo por exemplo as grutas não exploradas pelo turismo (8310), as florestas de Quercus rotundifolia (9340), os carvalhais ibéricos de Quercus faginea (9240), os prados secos de Festuco-Brometalia (6210), os prados rupícolas calcários (6110), as vertentes rochosas calcárias com vegetação casmofítica (8210), e as lajes calcárias (8240), entre outros menos bem representados.

Representatividade

Este tipo representa cerca de 7% da superfície terrestre total, 4% da SAU, 6% da superfície florestal estreme e 1% da superfície de montado da rede Natura 2000 em Portugal Continental.

Grandes usos do território

A agricultura e o pastoreio utilizam cerca de 21% da superfície terrestre destas áreas. A floresta é apenas significativa no Maciço Calcário e na Arrábida/Espichel (níveis mais elevados de precipitação), onde ocupa entre 27% e 35% da superfície terrestre. O montado tem apenas alguma expressão na Arrábida (6%). A restante superfície terrestre destas áreas está ocupada por mosaicos de vegetação herbácea, subarbustiva e arbustiva, em que se incluem também áreas abandonadas de olival e/ou de pomar misto de sequeiro.

(31)

Usos da superfície florestal

A área florestal é de 22%, inferior à taxa de arborização média nacional, o que se relaciona com as limitações que o calcário impõe. Em termos de distribuição das diferentes espécies, este factor traduz-se, assim, numa reduzida representatividade do sobreiro, substituído pela azinheira e, principalmente, por outras quercíneas mais adaptadas às diferentes condições (Quercus faginea e Quercus pyrenaica), quercíneas estas substituídas por outras folhosas de características mais mediterrâneas na Arrábida e no Barrocal. O pinheiro-bravo é a espécie que predomina nas serras do Maciço Calcário Estremenho, aproveitando as vertentes mais atlânticas e os solos mais ligeiros mas, em termos de área global (35%), apresenta uma área equivalente às quercíneas e outras folhosas típicas da vegetação mediterrânea (40%). O eucalipto, tal como, em determinadas áreas, o pinheiro-bravo, encontra-se em estações desadequadas, constituindo povoamentos cujas condições aconselham a sua substituição. Os incultos apresentam um peso em termos de área superior ao da floresta, com tendência para o seu aumento em resposta à regressão da área agrícola.

Usos da superfície agrícola utilizada (SAU)

A paisagem agrária das Terras Calcárias é o domínio do pomar extensivo de sequeiro e do olival, com as excepções vitícolas e pastoris das Serras da Arrábida e Montejunto. De facto, com excepção destas mesmas serras, as culturas permanentes ocupam sempre mais de metade da SAU: cerca de 60% no Maciço Calcário e 80% nas áreas do Barrocal Algarvio. As culturas permanentes predominantes são a vinha na Arrábida e Montejunto, o olival nas restantes áreas do Maciço Calcário Estremenho, e os frutos secos e citrinos nas áreas do Barrocal Algarvio.

As terras aráveis – em parte, sob coberto de olival – ocupam entre 40 e 60% da SAU, no Maciço Calcário, e menos de 17% da SAU no Barrocal Algarvio. As culturas forrageiras anuais (em média, 15% da SAU), os pousios (9%) e os cereais (7%) ocupam a maior parte da terra arável.

Os prados e pastagens permanentes apenas têm um peso significativo na Arrábida/Espichel (40%), ocupando 10-15% da SAU no Maciço Calcário e sendo praticamente inexistentes nas áreas do Barrocal Algarvio.

O regadio tem alguma expressão, representando, em média, cerca de 27% da SAU.

Orientação produtiva das explorações agrícolas

A especialização das explorações agrícolas apresenta 4 padrões distintos:

• Especialização em fruticultura (57-97% da SAU) e culturas permanentes mistas (3-38% da SAU), nas áreas do Barrocal Algarvio;

(32)

• Especialização em olivicultura (13-24%), culturas permanentes mistas (21%), e pecuária extensiva (11-31%), com 7-13% da SAU em policultura, no Maciço Calcário (Aires e Sicó);

• Especialização em pecuária extensiva (33%), sobretudo ovinos, e viticultura (13%), com 15% da SAU em policultura, na Arrábida/Espichel;

• Especialização em viticultura (68%) na Serra de Montejunto.

Intensidade dos usos agrícolas

O índice de intensidade cultural é médio (aproximadamente uma cultura por ano) e o índice de intensidade económica da terra é elevado (cerca de 1,8 vezes a média comunitária). Tais indicadores traduzem essencialmente um elevado nível de emprego de trabalho (cerca de 25 UTA/100ha) e não um nível elevado de intensidade no que se refere aos inputs químicos ou à alimentação animal comprada (com algumas excepções, muito localizadas, como a suinicultura, no Maciço Calcário, ou a citricultura, no Barrocal).

Dinâmica do uso agrícola e sua sustentabilidade futura

Na década de 90, a tendência foi de uma certa estabilização do uso do solo pela agricultura e pelo pastoreio, com excepção de duas áreas do Maciço Calcário (Sicó/Alvaiázere e Aires/Candeeiros), em que a SAU sofreu um declínio de 20%.

Com pouco mais de 1/3 da SAU incluída em explorações de média ou grande dimensão económica e apenas 1/3 da SAU gerando um rendimento do trabalho agrícola igual ou superior a 75% da média comunitária, a sustentabilidade económica futura de uma grande parte da SAU afigura-se problemática. A situação é um pouco melhor que a média do tipo, no Barrocal Algarvio, e claramente pior que a média no Maciço Calcário.

O ajustamento estrutural das explorações agrícolas tem sido lento e não promete resolver rapidamente estas fragilidades. Assim, apesar de um declínio de aproximadamente 30% no número de explorações e no emprego agrícola, durante a década de 90, a área média por exploração é ainda de 6 hectares, e as pequenas e muito pequenas explorações representam mais de 90% do número de explorações e quase 2/3 da SAU.

A natureza das actividades agrícolas principais, leva-nos a concluir que a dinâmica futura dos usos agrícolas se afigura muito pouco sensível ao desligamento das ajudas directas, exceptuando-se

(33)

TIPO 2. FLORESTA MEDITERRÂNICA

Trata-se de um tipo de áreas classificadas fortemente marcado pelas características mediterrâneas das formações vegetais, particularmente dos seus estratos arbustivos e arbóreos. Apesar de algumas das áreas do tipo serem bastante diversificadas quanto ao coberto vegetal e ao relevo (Costa Sudoeste e Malcata), elas correspondem, essencialmente, a serras com altitude média reduzida (inferior a 400 m, nas serras mais junto da costa, e pouco superior aos 700 m, na Malcata), substrato litológico silicioso e níveis de precipitação média que, à excepção da Costa Sudoeste, ultrapassam os 800 mm. As formações dominadas pelas quercíneas (sobreiro no sul; carvalho negral no norte), com subcoberto desenvolvido de matos mediterrâneos, formam o tema comum deste tipo.

A inclusão da Costa Sudoeste neste grupo poderá parecer pouco adequada, devido a grande parte dos valores deste sítio estarem associados a ambientes litorais. Para além disso, uma parte significativa da área é ocupada por áreas agrícolas, parte das quais integradas no Aproveitamento Hidroagrícola do Mira. Apesar disso, considerou-se ser adequado a inclusão desta área neste grupo, devido a englobar vastas áreas de floresta mediterrânica, nomeadamente sobreirais, nas serras do S. Luís e Espinhaço de Cão. Estas áreas têm afinidades óbvias com Monchique e o Caldeirão.

Áreas classificadas incluídas

1. Costa Sudoeste (ZPE e SIC) 2. Monchique (ZPE prop. E SIC) 3. Caldeirão (ZPE prop. e SIC) 4. Malcata (ZPE e SIC)

Caracterização dos valores naturais

O grupo da Floresta Mediterrânica é relativamente homogéneo em termos de valores naturais, destacando-se contudo a Costa Sudoeste. Este Sítio inclui-se neste grupo devido à sua forte componente florestal, ocorrendo contudo um conjunto mais vasto de ambientes costeiros e agrícolas mais afins de outros grupos; neste contexto apenas serão considerados os ambientes florestais deste Sítio. Os valores naturais deste grupo tendem a ser globalmente similares ao grupo dos Montados, apresentando contudo uma maior expressão espacial os povoamentos de sobreiro e azinheira com características florestais (9330), mas ocorrendo também as formações de montado de Quercus perenes (6310). Outros habitats comuns neste grupo são os charcos temporários mediterrânicos (3170), as charnecas secas europeias (4030), os matos termomediterrânicos pré-desérticos (5330), as subestepes de Thero-Brachypodieta (6220), as pradarias húmidas mediterrânicas (6420), e as vertentes rochosas siliciosas (8220). É ainda constante um conjunto

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vasto de habitats associado aos cursos de água e galerias ripícolas, incluindo os cursos de água da Ranunculus fluitantis e da Callitricho-Batrachion (3260), os cursos de água mediterrânicos com Paspalo-Agrostidion (3280 e 3290), as florestas aluviais de amieiro (91E0), e as florestas galeria de Salix alba e Populus alba (92A0). O grupo tem poucas espécies características, destacando-se como elemento mais distintivo em três dos quatro Sítios a presença do endemismo piscícola Chondrostoma lusitanicum. Outras espécies típicas são Lynx pardina e Hieraaetus fasciatus.

Representatividade

Este tipo inclui cerca de 17% da superfície terrestre e 28% da superfície florestal estreme da rede Natura 2000 em Portugal Continental; representa, contudo, apenas 9% da respectiva SAU e 5% da respectiva superfície de montado.

Grandes usos do território

A agricultura e o pastoreio utilizam apenas 16% da superfície terrestre do tipo, tendo, no entanto, um peso claramente superior na Costa Sudoeste (25-30%). A floresta ocupa, em média, 42% daquela superfície terrestre, percentagem esta que atinge os 68% em Monchique. O montado tem pouco significado (3% ou inferior) em todas as áreas do tipo. A restante superfície terrestre (cerca de 42%, em média) está ocupada por vegetação arbustiva, com ou sem coberto arbóreo de baixa densidade.

Usos da superfície florestal

O sobreiro, nas áreas do sul, e as outras quercíneas (carvalho negral, essencialmente), na Malcata, predominam ao nível da ocupação florestal (acima de 30%), com excepção de Monchique, onde o eucalipto representava 54% da área florestal. De referir que, neste tipo, o eucalipto ocupa quase sempre uma área significativa (a excepção é o Caldeirão).

Usos da superfície agrícola utilizada (SAU)

As terras aráveis ocupam, em média, 48% da SAU (77% na Costa Sudoeste), os prados e pastagens permanentes, 35% (62% na Malcata), e as culturas permanentes, 17% (52% no Caldeirão).

(35)

significado no Caldeirão, onde as mais significativas, em termos de uso do solo, são: os frutos secos (26% da SAU), o olival (16%) e os citrinos (9%).

O regadio representa, em média, cerca de 24% da SAU, percentagem que sobe para 35% em Monchique e Caldeirão.

Orientação produtiva das explorações agrícolas

A pecuária extensiva constitui a principal orientação produtiva das explorações agrícolas deste tipo de áreas classificadas: as explorações especializadas em pecuária extensiva ocupam, em média, 36% da SAU, percentagem que sobe para 71% na Malcata, onde a especialização pecuária bovina representa, só por si, 25%, e a ovina, 20%. Nas restantes zonas as explorações pecuárias mistas e especializadas em bovinos dominam claramente sobre as especializadas em ovinos.

Em Monchique, têm ainda algum peso as explorações mistas de cereais e pecuária extensiva (15% da SAU), as especializadas em suinicultura (12%) e as policulturais (12%).

Na Costa Sudoeste, assumem particular significado as explorações mistas de cereais e pecuária extensiva (33% da SAU) e as especializadas em cereais (21%).

No Caldeirão, por seu lado, assumem grande peso as orientações produtivas culturas permanentes mistas (30% da SAU) e fruticultura (28%).

Intensidade dos usos agrícolas

O índice de intensidade cultural é relativamente baixo: cerca de 0,84 culturas por ano, valor este que desce para 0,65 na Costa Sudoeste. O índice de intensidade económica da terra é também relativamente baixo (62% da média comunitária), apesar de um nível significativo de emprego de trabalho (cerca de 11 UTA/100ha).

Dinâmica do uso agrícola e sua sustentabilidade futura

Na década de 90, registou-se, nas áreas classificadas deste tipo, um declínio médio de cerca de 18% da superfície utilizada pela agricultura e pelo pastoreio (abandono ou florestação de SAU). Este declínio teve lugar em todas as áreas classificadas do tipo.

Com apenas 38% da SAU incluída em explorações de média ou grande dimensão económica e só 1/3 da SAU gerando um rendimento do trabalho agrícola igual ou superior a 75% da média

(36)

comunitária, é reduzida a sustentabilidade económica futura de uma parte importante da SAU. A situação é melhor que a média do tipo, na Costa Sudoeste, e algo pior na Malcata e no Caldeirão.

Apesar de um declínio de 41% no número de explorações e uma quebra de 47% no emprego agrícola, durante a década de 90, a área média por exploração é ainda de 13 hectares (24 hectares na Costa Sudoeste) e as pequenas e muito pequenas explorações representam mais de 90% do número de explorações e 62% da SAU. Assim, o ajustamento estrutural das explorações agrícolas, apesar de existente, prossegue a um ritmo incapaz de gerar um número significativo de explorações com dimensão que lhes confira sustentabilidade económica.

A natureza das actividades agrícolas principais, leva-nos a concluir que a dinâmica futura dos usos agrícolas é, neste tipo de áreas classificadas, bastante sensível ao desligamento das ajudas directas, sobretudo naquelas áreas em que os cereais, mas também a pecuária extensiva (sobretudo de ovinos), têm maior peso: em particular na Costa Sudoeste, onde mais de 70% da SAU está ocupada por explorações em que a ajuda desligada representará mais de 20% da receita bruta anual.

Além disso, a disponibilidade de direitos adicionais a prémio às vacas aleitantes, no contexto da reforma da PAC de 2003, cria um incentivo significativo à reconversão de terras aráveis em pastagem permanente, ao aumento dos encabeçamentos e, sobretudo, à substituição de ovinos por bovinos.

(37)

TIPO 3. MONTADOS

Áreas de peneplanície ou de serra com altitude máxima reduzida (inferior a 500 m), à excepção da Serra de S. Mamede (1000 m), e altitude média inferior a 400 metros. Possuem, como principal característica agrícola e florestal, o domínio de formações de sobreiro e azinheira, com densidades variáveis, e a utilização agrícola do subcoberto sobretudo pela exploração pecuária extensiva, que utiliza metade da área florestal.

Áreas classificadas incluídas 1. S. Mamede 2. Cabeção 3. Monfurado 4. Cabrela

5. Nisa / Lage da Prata 6. Moura / Barrancos

7. Tejo Internacional, Erges e Ponsul 8. Moura/Mourão/Barrancos

Caracterização dos valores naturais

Os valores naturais desta área estão muito associados à presença de grandes áreas de montado de sobro e azinho (6310), sendo também muito frequentes os matos termomediterrânicos pré-desérticos (5330), os charcos temporários mediterrânicos (3170), as subestepes de Thero-Brachypodieta (6220), as pradarias húmidas mediterrânicas (6420), e as florestas de Quercus suber (9330) e de Quercus rotundifolia (9340). Também ocorrem muitos habitats associados aos cursos de água mediterrânicos, incluindo os freixiais termófilos (91B0), as florestas aluviais de amieiro (91E0), as florestas galeria de Salix alba e Populus alba (92A0), os cursos de água mediterrânicos com Paspalo-Agrostidion (3280 e 3290), entre outros. Em termos de espécies, as espécies da Directiva Habitats mais características deste grupo incluem Microtus cabrerae e Lynx pardinus. Relativamente às aves este grupo é bastante heterogéneo, sendo caracterizado pela presença de algumas aves de rapina e de aves estepárias.

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Representatividade

Este tipo representa 20% da superfície terrestre, 35% da SAU, 21% da superfície florestal estreme e 65% da superfície de montado da rede Natura 2000 em Portugal Continental.

Grandes usos do território

A agricultura e o pastoreio utilizam 54% da superfície terrestre do tipo (máximo de 70% em Moura/Mourão/Barrancos), dos quais cerca de metade (26%) corresponde a aproveitamentos agrícolas e pastoris do subcoberto de povoamentos de sobro e azinho, isto é, montado. A floresta estreme ocupa, em média, uma área (26%) semelhante à de montado. Os restantes 20% do território terrestre consistem sobretudo em formações herbáceas e arbustivas diversas.

Usos da superfície florestal

A floresta representa, assim, 51% da superfície do conjunto das áreas deste tipo, predominando a floresta estreme em Nisa, S. Mamede e Tejo Internacional e a floresta com culturas sob coberto nas restantes, sendo que é em Moura/Mourão/Barrancos que o equilíbrio é maior e que o peso da área florestal é máximo (cerca de 70%). Em termos de espécies, o sobreiro predomina com percentagens superiores a 40% (atingindo os 60% em Nisa e os 80% em Monfurado e Cabeção), predominando a azinheira apenas em Moura/Mourão/Barrancos (85%) e o eucalipto (45%) no Tejo Internacional. Mesmo neste último caso, as duas quercíneas em conjunto ultrapassam os 50% da área. De referir que S. Mamede, em virtude da altitude, apresentava a ocupação de 14% da área com pinheiro-bravo.

Usos da superfície agrícola utilizada (SAU)

As terras aráveis ocupam, em média, 34% da SAU, os prados e pastagens permanentes 60%, e as culturas permanentes 10% (máximo de 20% em Moura/Barrancos).

Nas terras aráveis, é praticada uma agricultura muito extensiva de sequeiro. Os principais usos da terra arável são: o pousio (14% da SAU), os cereais (8%) e as culturas forrageiras anuais (11%).

O olival é a única cultura permanente com alguma expressão em termos de uso do solo, atingindo um máximo de quase 20% da SAU em Moura/Barrancos, situando-se entre 10 e 15%, no Tejo Internacional, S. Mamede e Nisa, e abaixo de 7% em Cabeção, Cabrela e Monfurado.

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Orientação produtiva das explorações agrícolas

A pecuária extensiva constitui a orientação produtiva dominante das explorações agrícolas deste tipo de áreas classificadas: as explorações especializadas em pecuária extensiva ocupam, em média, 61% da SAU, percentagem que sobe para 97% em Monfurado. Dentro desta orientação geral, as explorações especializadas em bovinicultura ocupam, em média, 23% da SAU (máximo de 58% em Monfurado), as especializadas em ovinicultura, 15% (máximo de 44% no Tejo Internacional), e as mistas, 23% (máximo de 35 % em Nisa).

Além das explorações especializadas em pecuária extensiva, só as mistas de cereais e pecuária extensiva (11% da SAU), as especializadas em olivicultura (11%) e as mistas de olival e pecuária extensiva (8%) têm alguma expressão significativa em termos de uso do solo. Em Mourão/Moura/Barrancos, as explorações especializadas em suinicultura atingem também expressão significativa (9% da SAU).

Intensidade dos usos agrícolas

O índice de intensidade cultural relativamente baixo (cerca de 0,9 culturas por ano) e, sobretudo, o índice de intensidade económica da terra muito baixo (18% da média comunitária) reflectem o carácter extremamente extensivo da produção agrícola e pecuária neste tipo de áreas classificadas, do qual resulta também um baixíssimo nível de emprego (cerca de 2 UTA/100ha).

Dinâmica do uso agrícola e sua sustentabilidade futura

Na década de 90, registou-se, nas áreas classificadas deste tipo, uma manutenção ou ligeiro acréscimo da superfície utilizada pela agricultura e pelo pastoreio, sendo que nenhuma das áreas registou declínio de SAU.

Cerca de 3/4 da SAU está incluída em explorações de média ou grande dimensão económica e quase 1/2 da SAU gera um rendimento do trabalho agrícola igual ou superior a 75% da média comunitária, o que reflecte alguma sustentabilidade económica futura de uma parte significativa da SAU destas áreas.

O declínio no número de explorações durante a década de 90 permitiu um aumento médio de 34% da área média por exploração para 66 hectares em 1999 (máximo de 161 hectares em Cabrela). Apesar de as pequenas e muito pequenas explorações representarem 86% do número de explorações, elas apenas incluem 26% da SAU. Assim, o ajustamento estrutural das explorações agrícolas parece prosseguir a um ritmo capaz de manter a sustentabilidade económica do uso de uma parte significativa da SAU.

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A natureza das actividades agrícolas regionais, permite-nos concluir que a dinâmica futura dos usos agrícolas será, neste tipo de áreas classificadas, pouco sensível ao desligamento das ajudas directas, o qual deverá apenas ter uma incidência local naquelas explorações em que a pecuária extensiva de ovinos, o olival ou os cereais tenham maior peso económico.

Contudo, a disponibilidade de direitos adicionais a prémio às vacas aleitantes, no contexto da reforma da PAC de 2003, cria um incentivo significativo à reconversão de terras aráveis em pastagem permanente, ao aumento dos encabeçamentos e, sobretudo, à substituição de ovinos por bovinos.

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TIPO 4. PSEUDOESTEPES

Trata-se de um conjunto de áreas situadas no Alentejo, a mais de 50 km da costa, com precipitações médias abaixo dos 600 mm e que apresentam um relevo pouco dobrado, exceptuando os vales dos rios. Neste tipo, a expressão espacial dos sistemas florestais é reduzida, o que constitui uma das suas principais características. Outra característica determinante da paisagem e do habitat consiste na baixa intensidade dos usos agrícolas e pastoris de sequeiro, em que predominam amplas superfícies de pousios e/ou pastagens permanentes não melhoradas.

Foi também classificado neste grupo o Sítio do Rio Guadiana/Juromenha, apesar de se tratar essencialmente de um vale fluvial. Apesar disso, considerou-se adequada esta classificação, uma vez que grande parte da área envolvente é ocupada por áreas de pseudostepes, possuindo também afinidades com estas áreas em termos de valores naturais. As comunidades piscícolas que estão presentes nas áreas de pseudostepes da bacia do Guadiana, são outro dos elementos que estabelece as afinidades dentro deste grupo.

Áreas classificadas incluídas 1. Caia 2. Rio Guadiana/Juromenha 3. Guadiana 4. Campo Maior 5. Castro Verde 6. Vale do Guadiana

Caracterização dos valores naturais

Este grupo de sítios é caracterizado principalmente pela presença de espécies de aves associadas aos sistemas de cerealicultura extensiva do Alentejo. Destacam-se com uma distribuição alargada dentro do grupo espécies como Otis tarda, Tetrax tetrax, Pterocles orientalis, Falco naumanni, Melanocorypha calandra, etc. Em termos de espécies e habitats da Directiva, os valores deste grupo estão associados principalmente ao vale do Guadiana e seus tributários. Assim, são características espécies de plantas aquáticas ou ribeirinhas como Marsilea batardae, Salix salvifolia ssp. australis e Festuca duriotagana. Também bem representados estão vários peixes dulciaquícolas característicos da bacia do Guadiana, incluindo Anaecypris hispanica, Rutilus lemmingii, Rutilus alburnoides, Barbus comiza, e Chondrostoma polylepis. Relativamente aos habitats, também constituem elementos diferenciais os elementos associados aos sistemas aquáticos

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e ribeirinhos, tais como as Florestas galeria de Salix alba e Populus alba (92A0) e as Galerias e matos ribeirinhos meridionais (92D0).

Representatividade

Este tipo representa 11% da superfície terrestre, 23% da SAU, 1% da superfície florestal estreme e 15% da superfície de montado da rede Natura 2000 em Portugal Continental.

Grandes usos do território

A agricultura e o pastoreio utilizam, em média, 69% da superfície terrestre (mínimo de 32% no Guadiana); 12% dos quais corresponde a aproveitamentos agrícolas e pastoris do subcoberto de montados e os restantes 57% incluem amplas superfícies abertas de pseudoestepe cerealífera e pastoril. A floresta estreme ocupa, em média, apenas 6% da superfície terrestre das áreas. Os restantes 26% do território terrestre (máximo de 60% no Guadiana) consistem sobretudo em formações subarbustivas ou arbustivas, mais ou menos densas.

Usos da superfície florestal

A área florestal situa-se nos 18% da área total, tendo como excepção o sítio do Rio Guadiana/Juromenha, com reduzida área mas em que a floresta ocupa cerca de 37% da sua superfície. Mesmo a reduzida área florestal é maioritariamente (70%) utilizada para culturas sobcoberto. Em termos de espécies, as formações de azinheira e sobreiro, conjuntamente, representam mais de 75% da superfície florestal em todas as áreas, sendo que a azinheira, isoladamente, contabiliza mais de 65%. O pinheiro-manso, com 16%, e o eucalipto, com 10%, possuem alguma representatividade no Vale do Guadiana, sendo também nesta área que o sobreiro apresenta o maior peso (12%). Ainda que com reduzida área, as outras folhosas, nomeadamente as associadas a matas ripícolas, marcam presença no Caia e no vale do Guadiana/Juromenha.

Usos da superfície agrícola utilizada (SAU)

As terras aráveis ocupam, em média, 70% da SAU (máximo de 83% em Castro Verde), os prados e pastagens permanentes, 22% (máximo de 36% no Guadiana), e as culturas permanentes, 9% (máximo de 25% em Campo Maior).

Referências

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