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Eixo temático: Engenharia Civil, Patologia

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Manifestações patológicas em edificações populares do programa minha casa minha vida.1

Pathological manifestations in popular buildings of the Minha Casa Minha Vida program.

Eixo temático: Engenharia Civil, Patologia

CARVALHO, Carlos Maviael, Unifesspa, maviael.carvalho@unifesspa.edu.br SIMAS, Tarciso Binoti, Unifesspa, tarcisobinoti@gmail.com

BORGES, Karoline, Unifesspa, karoline.borges@unifesspa.edu.br SARAIVA, Raisse Layane de Paula, Unifesspa, raisse@unifesspa.edu.br

Resumo: As definições de qualidade e desempenho devem estar presentes na construção civil. O custo para prevenir erros e aumentar o controle é sempre menor do que o consertar, pois quando uma patologia é constatada, sua recuperação é mais difícil. Este trabalho visa obtenção de informações no contexto de patologias em edificações populares, observando suas causas, e possíveis soluções, bem como a prevenções das mesmas pois pelo fato do crescimento populacional e em paralelo a necessidade de novas habitações, tem-se observado um aumento significativo na incidência de defeitos em construções destinadas ao Programa Minha Casa Minha Vida. A pesquisa tem como objetivo, identificar as principais patologias encontradas nos condomínios do Programa Minha Casa Minha Vida no pós-ocupação pelos moradores e também aqueles já existentes na entrega no imóvel. A metodologia adotada consistiu de verificações por meio de fotografias in loco. As patologias mais frequentes identificadas estão relacionadas a fissura, infiltrações, problemas com pisos, e esquadrias. Também foi constatado que a maioria dos moradores não possui ou nunca leram o manual do proprietário, que possui informações sobre as manutenções preventivas que são fundamentais para minimizar a ocorrência das patologias e consequente manutenção.

Palavras Chave: Patologia na construção civil. Erro de execução. Durabilidade. Edificação popular.

Abstract: The definitions of quality and performance must be present in civil construction. The cost to prevent errors and increase control is always less than to fix it, because when a pathology is found, its recovery is more difficult. This work aims to obtain information in the context of pathologies in popular buildings, observing their causes, and possible solutions, as well as their prevention because, due to the fact of population growth and in parallel the need for new housing, a significant increase has been observed in the incidence of defects in buildings for the Minha Casa Minha Vida Program. The research aims to identify the main pathologies found in the condominiums of the Minha Casa Minha Vida Program in the post-occupation by residents and also those already existing in the delivery of the property. The adopted methodology consisted of interviews and verifications through photographs in loco. The most frequent pathologies identified are related to fissures, infiltrations, problems with floors, and frames. It was also found that most residents do not have or have never read the

1CARVALHO, M. C et al. Manifestações patológicas em edificações populares do programa minha casa minha vida. In: CONGRESSO ARAGUAIENSE DE CIÊNCIAS EXATA, TECNOLÓGICA E SOCIAL APLICADA, p. 1-11, 2020, Santana do Araguaia. Anais... Santana do Araguaia: II CONARA, 2020

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owner's manual, which has information on preventive maintenance that is essential to minimize the occurrence of pathologies and consequent maintenance.

Keywords: Pathology in construction. Execution error. Durability. Popular building.

Resume: Las definiciones de calidad y desempeño deben estar presentes en la construcción

civil. El costo de prevenir errores y aumentar el control es siempre menor que solucionarlo, porque cuando se encuentra una patología, su recuperación es más difícil. Este trabajo tiene como objetivo obtener información en el contexto de patologías en edificaciones populares, observando sus causas, y posibles soluciones, así como su prevención ya que, debido al hecho del crecimiento poblacional y en paralelo a la necesidad de nuevas viviendas, se ha observado un incremento significativo en la incidencia de defectos en edificios para el Programa Minha Casa Minha Vida. La investigación tiene como objetivo identificar las principales patologías encontradas en los condominios del Programa Minha Casa Minha Vida en la posocupación por residentes y también las ya existentes en la entrega de la propiedad. La metodología adoptada consistió en entrevistas y verificaciones a través de fotografías in loco. Las patologías más frecuentes identificadas están relacionadas con fisuras, infiltraciones, problemas con pisos y marcos. También se encontró que la mayoría de los residentes no tiene o nunca ha leído el manual del propietario, el cual contiene información sobre el mantenimiento preventivo que es fundamental para minimizar la ocurrencia de patologías y el mantenimiento consecuente. Palabras clave: Patología en la construcción civil. Error de ejecución. Durabilidad. Edificio popular.

1.

Introdução

Quando se planeja construir algo, no início, tudo é muito indefinido. Um projeto sem planejamento pode resultar em sérios problemas futuros. Ao iniciar um projeto de construção de casas populares em alvenaria, deve-se ter a priori todos os custos para chegar ao lucro devido, porém, é preciso um planejamento prévio, uma gestão bem direcionada e uma excelência na execução dos serviços durante a construção(mão-de-obra).Segundo Jaques (2000, p. 23), há um conjunto de informações que direcionam os projetistas, fazendo com que estes desenvolvam ou excluam algumas soluções durante o processo de desenvolvimento da edificação. Sobretudo, em decorrência de falhas construtivas, erros de projetos ou deficiências provocadas após a ocupação, devido ao mau uso do imóvel, problemas patológicos poderão se originar e provocar defeitos que podem comprometer a segurança e a durabilidade da edificação na fase de ocupação. A maioria dessas patologias podem afetar uma edificação causando sintomas visíveis e pelas suas características permitir determinar o agente causador, possibilitando que medidas corretivas possam ser implementadas.

De acordo com HOLANDA JR. (2008, p. 96),

As fissuras são as causas mais freqüentes de falhas de desempenho em alvenarias, pois os materiais utilizados em sua fabricação, tais como cerâmicas e concreto, assim como a argamassa utilizada, são frágeis, apresentando baixa resistência à tração.

Ultimamente, tem-se observado um aumento significativo na incidência de erros construtivos em edificações voltadas à habitação popular. Identificar quais são essas anomalias e com que freqüência elas ocorrem, permite estabelecer medidas preventivas e corretivas em projetos, na execução, na especificação de materiais e/ou no manual do usuário, a fim de evitar a recorrência em outros empreendimentos.

Partindo desse pressuposto, refletimos sobre a seguinte problematização: Quais os problemas de construção ocasionados por falhas nos projetos de instalações elétrico-telefônicas,

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instalações hidrossanitárias, arquitetura, estruturas, fundações, drenagem, bem como erro de execução? Por que isso é tão comum no setor da construção civil resultando em altos índices de reclamação junto ao PROCON?

Segundo LIMA (1990, p. 43),

A problemática da habitação está relacionada à consideração dos seguintes parâmetros: quantidade, qualidade, custo e durabilidade. A quantidade diz respeito ao déficit habitacional, a qualidade abrange outros conceitos como desempenho e construtibilidade, além de estar diretamente relacionado com custo e durabilidade.

Sendo assim, o presente trabalho terá como finalidade a identificação de erros de execução em edificações residenciais populares, construídos pelo Programa Minha Casa Minha Vida, em alvenaria estrutural e, por meio de suas configurações e histórico de ocorrência, diagnosticar suas origens e propor as medidas corretivas mais adequadas. Identificar erros de execução em construção de edificações residenciais populares, construídas em estrutura convencional em concreto armado, pertencentes ao Programa Minha Casa Minha Vida, localizadas no município do João pessoa -PB. Analisar os mecanismos responsáveis pela formação de patologias, Identificar as possíveis soluções para prevenir esses erros.

Após observar inúmeros problemas ocasionados em edificações populares pelo Programa Minha Casa Minha Vida, houve a necessidade de estudar mais sobre o tema abordado para poder identificar as possíveis causas e possíveis soluções para amenizar essas patologias durante e após a execução dessas obras.

Para o desenvolvimento desse trabalho, será realizado um acompanhamento das manifestações patológicas presentes em uma amostra de 02 unidades situadas no bairro das indústrias, nesta capital, financiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida. O grande número de ocorrências é um indício que ainda há muito por se fazer em termos de qualidade e durabilidade aliadas ao baixo custo, na construção de moradias populares.

Foi utilizada uma metodologia de caráter exploratório, usando como meio as ferramentas abaixo descritas para obtenção dos resultados desejados: Consulta em artigos, sites que apresentam informações detalhadas que se refiram a patologias em habitações populares do programa Minha Casa Minha Vida; Análise e leitura de material bibliográfico pesquisado; Vistoriar patologias em duas casas populares financiadas pelo Programa minha Casa minha Vida (PMCMV).

2. Referencial teórico

2.1. Habitação popular do brasil

Pode-se considerar que a questão da habitação é um alarmante problema social do nosso país. Assim sendo, percebe-se que torna-se necessário uma retomada histórica da questão urbana brasileira, focando em políticas e projetos do governo federal, para tentar enfrentar essa questão social. Segundo MARICATO (1997), no fim do século XIX, no Brasil, uma conjunção de acontecimento que influenciaram decisivamente a ampliação e a formação dos espaços urbanos no país. O fim da escravidão fez com que milhares de negros fossem expulsos do campo e migrassem para a cidade. Concomitantemente, imigrantes europeus chegaram ao Brasil para trabalhar no campo e também nas nascentes indústrias brasileiras. Esses fatores provocaram o aumento da população nas cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que acarretou uma demanda por moradia, transporte e demais serviços urbanos, até então inédita.

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PECHMAN e RIBEIRO (1983), afirmam que inicialmente, a primeira medida do governo brasileiro foi oferecer crédito às empresas privadas para que elas produzissem habitações. Todavia, os empresários não obtiveram lucros com a construção de habitações individuais, devido à grande diferença entre os preços delas e das moradias informais; alguns passaram a investir em loteamento para as classes altas, enquanto outros edificaram prédios para habitações coletivas, que passaram a figurar como a principal alternativa para que a população urbana pudesse permanecer na cidade, especificamente no centro, onde estavam próximos as indústrias e de outras possibilidades de trabalho.

Várias cidades do Brasil apresentaram problemas de habitação entre o início do século XX, até meados de 1930, resultado de um governo com políticas públicas errôneas e ineficazes. As coisas vieram ter certa evolução só no início da década de 1940, proveniente da Revolução de 30, onde a urbanização e industrialização no país recebem um grande impulso, começando a serem criadas, de forma criteriosa, políticas para habitação. Esta nova forma de pensar declina-se da necessidade tecnológica e ciência aplicada, deixando em declina-segunda opção, conceitos de embelezamento e temas menos interessantes, surgindo então, o crescimento gradativo de habitações.

Para AZEVEDO e ANDRADE (1982, p. 43), o BNH, Banco Nacional de Habitação por ter se tornado o principal órgão da política habitacional e urbana do Brasil, deveria “orientar, disciplinar e controlar o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), para promover a construção e a aquisição de casa própria, especialmente pelas classes de menor renda”.

Motta (2005) separa em 3 fases a trajetória do SFH e do BNH, pontuando que não tivera sido linear:

1ª Fase: de 1964 a 1969 com a implantação e expansão do BNH e das COHABs, com um importante financiamento de habitações para as pessoas mais necessitadas, indo de encontro com a meta que pretendia, chegando aos quarenta por cento dos investimentos feitos;

2ª Fase: de 1970 a 1974, instaurou-se uma crise do SFH, principalmente proveniente da perda do controle de pagamento dos financiamentos das COHABs, pois devido a crise, resultando em baixo poder que o salário mínimo tivera naquele momento, a inadimplência sufocava aquela que, outrora seria uma grande solução habitacional para os mais necessitados e devido a essa inadimplência, o cliente foco passaria a ser substituído por pessoas com maiores condições financeiras, as de classe media, tendo em vista que os juros aplicados para essa categoria eram mais elevados, comparando com a categoria das grandes massas, e a inadimplência era menor;

3ª Fase: fase do SFH (1975 a 1980), tendo como um resultado dos anos anteriores, essa fase foi marcada pela “reestruturação e pelo revigoramento das COHABs, com aumento do número de moradias produzidas, a grande maioria destinada à classe média”.

Houve então, por parte do governo federal, uma iniciativa, no sentido de redirecionar a esse cliente foco mais necessitado, já que foi desencaminhada a intenção inicial das COHABs. AZEVEDO e ANDRADE, (1981), afirmam que foram criados programas para “oferecer uma alternativa dentro do Sistema Financeiro de Habitação àquelas pessoas marginalizadas dos programas habitacionais das COHABs”, tendo como conseqüência, a tentativa de diminuir ou frear o ascendente número de favelas que vinham crescendo naquele período. Foi então criado em 1975 o PROFILURB, Programa de Financiamento de Lotes Urbanizados, tendo como sua principal finalidade, segundo AZEVEDO e ANDRADE, (1981): “fornecer condições de saneamento e infra-estrutura básica, reservando ao mutuário a responsabilidade de construir sua habitação de acordo com suas disponibilidades financeiras e prioridades pessoais”.

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No entanto, devido a distância que os lotes tinham dos centros urbanos, onde situavam o comércio, serviços e hospitais, tal programa não foi bem aceito pela população.

Segundo BEDÊ (2005), a importância de uma mobilização pelo movimento de uma reforma urbana na Assembléia Nacional Constituinte, resultou em conquistas, mesmo que iniciais e discretas, mas fortaleceu o pensamento de que questões das cidades devem ser estudadas e planejadas de maneira complexa e integrada a fim de minimizar possíveis erros e perdas de direção do foco inicial.

Entre 2003 a 2010, lançado em Abril de 2009, com meta de construir um milhão de moradias, atendendo famílias com renda entre 0 a 10 salários mínimos, ou seja, a “grande massa” populacional do Brasil, com incentivos financeiros de 34 milhões de reais,surgia um programa habitacional que, de fato, levaria moradias ao “destino foco”, o PMCMV - Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal - Ministério das Cidades.

2.2. Programa minha casa e minha vida (PMCMV)

O PMCMV, lançado em 2009, tem como meta diminuir o déficit habitacional do Brasil que, segundo dados da FJP (2008), em números, no ano de 2008 foi aproximadamente 5,5 milhões de residências. Em paralelo, tem como finalidade acolher as, desde sempre, carências de habitação da população de baixa renda nas áreas urbanas, população essa que agrupa 91% do déficit habitacional do país, garantindo a facilidade na compra de uma moradia digna com padrões mínimos e necessários de moradia, sustentabilidade e segurança.

O programa funciona por meio da concessão de financiamentos a beneficiários organizados de forma associativa, por uma entidade organizadora e com recursos advindos do Orçamento Geral da União OGU, ancorados ao Fundo de Desenvolvimento Social FDS (CARTILHA DO PROGRAMA MCMV,2009).

Segundo o site do Governo Federal (2016), em junho de 2011, foi lançada a segunda fase do PMCMV, que visaria à construção de dois milhões de habitações até o ano de 2014 e posteriormente, em março de 2016, a terceira fase, visando contratar mais dois milhões de moradias até 2018.

Nesta última fase, tivera como novidade, além de um site para unificar o cadastro e fazer simulações do financiamento online, a elaboração de uma nova faixa de renda que vai facilitar a compra da casa por famílias que ganham até 2.350 reais.

Em sua primeira fase, o número de habitações designadas às famílias de até três salários mínimos representava 40% de sua totalidade, na segunda fase esse valor chegou a 60% do total, um grande número que representa a eficiência do programa no sentido de ta conseguindo chegar ao seu projeto foco inicial. Os projetos das casas devem seguir a orientação da NBR 15575:2013 - Edificações Habitacionais Desempenho, que constitui as normas criteriosas e requisitos de desempenho obrigatório mínimo que terão de ser aplicados nos sistemas de edificação habitacional ao longo de sua vida útil.

2.3. Durabilidade na construção e sua importância

A durabilidade dos materiais de construção é fundamental, num contexto de sustentabilidade, visto que se têm informações de alguns autores e estudiosos, que a construção civil é o setor que, de forma demasiada, consome os recursos naturais, gerando consideráveis impactos ambientais. A construção civil consome 75% dos recursos naturais e 44% de toda a energia utilizada no país. Seja pela transformação das matérias brutas em produtos acabados, transportes de longas distâncias desses materiais, na maioria das vezes, sendo necessária uma

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quantidade adicional de recursos e ainda o consumo pós-construção, que seria a demolição e geração de entulhos. Estima-se que o setor da construção civil, gere anualmente, um valor médio de 500 quilos de entulhos por habitantes em algumas cidades brasileiras (Karpinsk et al., 2009).

2.4. Aspectos gerais

Como visto anteriormente, devido ao aumento populacional, juntamente com a economia e resultando na necessidade de novas habitações, a construção civil é uma área que vem crescendo a cada dia mais. Proveniente deste crescimento, muitas estruturas apresentam desempenho insatisfatório resultado de falhas involuntárias, imperícias, má utilização dos materiais, envelhecimento natural, erros de projetos, enfim vários fatores que contribuem para a degradação da estrutura (ARIVABENE, 2015). Segundo dados da Controladoria Geral da União, publicado neste ano de 2017, quase 57% dos imóveis avaliados, financiados pelo Programa Minha Casa Minha Vida, apresentaram algum tipo de erro na sua construção, como ilustra a figura 1 abaixo, retirada do site da CGU.

Figura 1 – Dados da CGU

Fonte:

http://www.cgu.gov.br/noticias/minha-casa-minha-vida-56-4-dos-imoveis-avaliados-apresentam-defeitos-na-construcao.

3. Metodologia

Esta pesquisa baseia-se na aplicação de pesquisa de campo sobre os principais problemas patológicos detectados pelos moradores de residenciais, bem como avaliar o conhecimento dos moradores em relação às manutenções que devem ser feitas para evitar as manifestações patológicas.

O estudo de caso em questão, foi elaborado baseado em informações coletadas em duas construções populares no Bairro das Indústrias, no município de João Pessoa-PB. As edificações têm 2,5 anos de idade, mas as manifestações patológicas vieram ocorrer no decorrer dos primeiros 12 meses. visando obter de informação dos moradores em relação ao seu conhecimento sobre os cuidados da edificação (realização de manutenções preventivas e corretivas) e se a construtora cumpriu com as obrigações legais.

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4. Resultados

4.1. Manifestações patológicas coletadas

As manifestações patológicas mencionadas a seguir, é um exemplo concreto das demais edificações construídas naquela localidade. Cerca de 90% dos imóveis apresentam os mesmos defeitos.

4.2. Rachaduras

As duas edificações apresentaram algum tipo de rachadura e é o que mais traz preocupação por parte dos moradores daqueles imóveis, pois a primeira coisa que pensam, segundo relato dos mesmos, é que a edificação irá cair. Observe as figuras 2, 3 e 4. Na figura 2 acima, a rachadura começa da viga baldrame e sobe até passar do forro de gesso. Muito provável ser por recalque do solo, devido a má compactação durante a fase de fundação da obra.

Figura 2 – Rachadura 1 Fonte: do Autor Figura 3 – Rachadura 2 Fonte: do Autor Figura 4 - Rachadura 3 Fonte: do Autor 4.3. Infiltrações

Observa-se que infiltrações e danos causados por umidade são frequentes em edificações residenciais. A ausência de qualificação profissional bem como a execução errônea do projeto resulta nestes tipos de problemas. Uma excelente forma de minimizar a probabilidade da ocorrência dessa manifestação patológica é uma atenção redobrada no momento das instalações hidrossanitários e impermeabilização de áreas que estejam expostas a chuva e sol. Abaixo seguem imagens de infiltrações (Figuras 5, 6 e 7) coletadas nas residências em estudo.

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Figura 5 – Infiltração 1 Fonte: do Autor Figura 6 – Infiltração 2 Fonte: do Autor Figura 7 – Infiltração 3 Fonte: do Autor 4.4. Sistema hidrossanitário

Problemas no sistema hidrossanitário podem ocorrer, como trincas na tubulação e vazamentos nas conexões (ainda num contexto de infiltração), falta de força da água em pontos extremos da residência como nos chuveiros (cálculo para dar uma vazão correta e fiscalização no momento de execução do serviço, pode evitar o problema), retorno de mau cheiro em ralos de pias devido a ma instalação (ausência de caixas de gordura ou instalação errada das mesmas), entre outros.

4.5. Pintura

Foi detectado 1 tipo de patologia na pintura das casas: desagregação, como mostram as figuras 8 e 9 abaixo. A possível causa é a pintura antes da cura 100% da argamassa. Uma forma de prevenir é aguardando o prazo de cura de 28 dias.

Figura 8 – Desagregação 1

Fonte: do Autor

Figura 9 – Desagregação 2

Fonte: do Autor 4.6. Esquadrias

Percebemos que as esquadrias apresentavam defeitos por erro de execução como: vedação na parte superior, fora de esquadro com o contramarco e, devida a essa falta de vedação, águas de chuvas infiltram causando mofo na pintura. A qualificação do profissional neste caso bem como fiscalização são primordiais para contenção de erro.

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4.7. Portas

Portas principais das 2 edificações tinham cedido. A causa, possivelmente, é devida a compra de material de baixa qualidade visto que a porta foi fixada de forma correta porem, com menos de um ano, veio a ceder devido a madeira ainda está verde (forma popularmente conhecida). A compra em locais de procedência e madeiramento de boa qualidade é uma solução.

4.8. Afundamento do solo

O solo na parte frontal de uma das residências estava afundado resultado de uma errônea compactação, conforme ilustrado na figura 10. A compactação é uma forma de estabilizar o solo através de um processo para aumentar mecanicamente a densidade do solo a fim de adquirir baixos índices de erosão além de elevar a resistência a rupturas.

Figura 10 – Afundamento do solo

Fonte: do Autor

4.9. Considerações finais do estudo de caso

Os estudos in-loco realizados mostram que as patologias mais recorrentes são infiltrações e rachaduras, pinturas e, agregado a elas, erros advindos de projeto ou ma execução por parte dos funcionários que, por falta de qualificação ou por vícios de execução, praticam sempre os mesmos erros.

5. Conclusão

No resultado da pesquisa, um ponto forte é a meta de conseguir lucros trabalhando sob margens reduzidas e limitadas, a construtora fazem orçamentos cada vez mais enxutos, correndo o risco de pecar na mão de obra e qualidade do material. Um outro problema construtivo podem ser evitados trabalhando em conjunto: planejamento bem feito, mão de obra qualificada, material de boa qualidade e posterior utilização correta do morador. observamos a importância dos moradores em possuir o manual da edificação e entedelo, para ter o conhecimento de quanto a manutenção o que evita em problas futuros. O estudo também mostra que o proprietário e construtira são resonsaveis pela cosntrução, o que pode minimizar os custos com correção.Os motivos ainda recente da entrega das obras da MCMV com menos de 5 anos, observou-se a presença de várias manifestações patológicas, e com grande impacto que pudesse comprometer o desempenho estrutural e de segurança dos moradores.

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