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Prof. D.Sc.Murillo Cruz -1- A imbricação da Economia com o Direito, e de fato com todos os inúmeros aspectos institucionais de uma sociedade, sempre foi uma clássica e profícua união; principalmente após o aparecimento da erga obra de Thorstein Veblen (1857-1929) et.al. e a criação da “escola institucionalista” em Economia no início do século XX. Tais aspectos institucionais, entretanto, são recorrentemente “esquecidos” pelo mainstream economics (a economia oficial), por razões que escapam, entretanto, o escopo deste trabalho.

-2- A correta percepção de uma Firma/Empresa atuando (principalmente) em mercados produtores em um sistema econômico moderno, i.e., em um sistema industrial tecno-científico padronizado, com mútuas correlações e influências dinâmicas, conduz à compreensão de que [Mercado] para um “Fornecedor” é a distribuição/venda (transferência – troca - Negócio) deste para uma outra Firma no sistema industrial, através de Contratação (K) ou outro tipo mais flexível de contato, de compromisso, etc.

“O mercado produtor (também chamado mercado industrial) é o mercado que consiste de indivíduos e de organizações que adquirem bens e serviços para serem usados na elaboração de outros produtos ou serviços destinados à venda ou para serem alugados a terceiros.” (Kotler, P., Marketing Management, 1967-72, p 200).

Adicionalmente:

“Em contraste com o mercado consumidor (final), no qual os produtos e os serviços são primordialmente instrumentos para a satisfação de uma grande variedade de necessidades e desejos, os produtos e os serviços são adquiridos por compradores industriais, porque eles são especificamente requeridos no processso de produção e para se auferir um lucro. Enquanto o consumidor poderia pedir um sorvete com soda ou um hamburger para o seu lanche, o encarregado das compras de uma empresa industrial não pode optar indiferentemente por aço ou por cobre como material para um novo utensílio doméstico. Ele tem que estar muito mais preocupado em encontrar o material que melhor desempenha a função a um dado custo, ou que desempenha a função em um dado nível, pelo mínimo de custo. Quaisquer preferências ou afinidades pessoais sentidas pelo comprador em relação a um ou outro material são totalmente irrelevantes. A compra está sendo feita não para lhe dar prazer, como no caso da compra do consumidor, mas porque ela está sendo uma exigência para a elaboração do produto.” (Kotler, P.,Ib., pp 205-206)

Ou, como afirmou Charles Goodman, ... “as empresas não fazem compras, elas

estabelecem relações.” (in Kotler, P., Ib. p 205)

-3- O exposto acima é o equivalente – no meio da cadeia produtiva - à percepção completa de ‘value chain and integration concepts’ da moderna análise estratégica das Empresas; Ex.

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Wool/Chemicals (algodão ou sintético) ! Fiber (fibra) ! Yarn (fio) ! Cloth (tecido) ! Clothing (vestuário) ! Distribution (atacado)! Retailing (varejo) ! Consumer (consumidor final); (q.v., igualmente, e adiante, as conseqüências na Economia dos Custos de Transação);

Observação importante acerca da “cadeia de valor” (value chain):

“Nas vendas aos compradores empresariais está envolvido um volume muito maior de dinheiro do que nas vendas aos consumidores (finais). (Por exemplo) afim de se produzir um simples par de sapatos, os comerciantes de couros (principalmente os frigoríficos abatedores) devem vender os couros aos curtidores, que vendem o couro a fabricantes de sapatos, que vendem os sapatos aos atacadistas, os quais por sua vez, vendem os calçados aos varejistas. Cada grupo da cadeia de produção e de distribuição paga mais do que o grupo anterior. As operações baseadas em um par de sapatos prontos, que é vendido por $ 15, podem ter sido de $ 7 (do curtidor aos comerciante de couros), de $ 9 (do fabricante de sapatos ao curtidor), de $ 11 (do atacadista ao fabricante de sapatos) e de $ 13 (do varejista ao atacadista), perfazendo um total de $ 40, enquanto que a transação para o consumidor (final) envolveu apenas $ 15. Ocorre muito mais marketing industrial do que marketing relacionado com o consumidor, não obstante muitas pessoas terem a impressão do contrário.” (Kotler, P., Ib., p.200)

-4- Dado duas organizações (firmas), e sua vinculação, i.e, suas mutualidades, (ver Diagrama abaixo)*, a Troca entre estas unidades precisa ser organizada e regulada; estas atividades envolvem ‘real resource (transaction) costs’ (maiores ou menores), da mesma forma que a fricção existe no mundo físico [para um aprofundamento, ver: Sistemas Sinérgicos, Ação Circular, etc.]. Se assumirmos um ‘comportamento economizador’, as instituições econômicas (governance structures para a Economia dos custos de transação), desdobram-se na busca de minimizar estes custos de organização da alocação dos recursos * [(A)(organização interna)  (organização externa) ! (B )(organização interna)]

-5- Entretanto, imaginar que a economia feita nos custos de transação é feita para diminuir o core (produtivo/distributivo) da firma* é, apenas, parcialmente correto, pois o objetivo primordial (ultimate objective) das ações organizacionais das Corporações (e das firmas em geral) é elevar a Assimetria Corporativa, i.e., reduzir incertezas (portanto riscos), e elevar, para as Corporações – limited liability companies, o valor do Capital Efetivo ou Comercial (market cap), que encontra-se associado a lucros esperados (prospectados), posições assimétricas/monopolísticas no mercado (i.e. controles de mercados), etc.;

“Gostaríamos de considerar como Indústria um grupo de firmas que produzem o mesmo artigo para o mesmo mercado ... Mas na vida real dificilmente produtores diversos fazem as “mesmas mercadorias”. Cada um deles procura criar um mercado próprio e uma procura própria para os seus produtos,

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distinguindo-os (mesmo que somente no nome) ... e levando o público, pela publicidade, a considerá-los diferentes. Os fabricantes de ferro-gusa, de farinha de trigo, sal, sapatos, petróleo, pneumáticos, de tudo que usamos, comemos ou vestimos empenham-se continuamente em dividir o mercado em mercados menores, que possam suprir sem concorrência, graças a uma vantagem natural, à reputação, ou a uma patente. Isto é, desejam criar uma procura própria para seus produtos. ... Provocando uma procura própria para seu produto ... estará em posição de cobrar mais do que o preço corrente, sem por em risco a procura do produto. Dentro de certos limites, poderá proceder como um monopolizador com suas mercadorias.” (Robinson, E.A.G., The Structure of Competitive Industry, - trad.

A Indústria em Regime de Concorrência, 1960, pp.6-7)

* A Firma como Production/Distribution Unit, i.e, Firm-as-production-function-unit; (Por exemplo, em Dietrich, p.31: “The core of the firm is production and/or distribution

activity.”) Em nossa compreensão, tal prioridade conceitual é parcialmente questionada (ver

item Concentração, Integração e Economias de Escala adiante) – Tradicionalmente, são 3 as Economic control activities: 1. Core; 2. Organização Interna dos Inputs (humanos e materiais) [tal Organização seria a característica da Firma, na compreensão tradicional]; e 3. Organização Externa, ou seja, Contracting – CONTRATAÇÃO (K) (ou mesmo as considerações “externas” advindas dos “consumidores” e clientes, que parecem ser prioritárias para a compreensão do marketing moderno); (A Organização no curto-prazo:

Operating; no longo-prazo: Strategy;

-6- CUSTOS DE TRANSAÇÃO (CsT) ! podem ser vistos e interpretados, numa primeira abordagem, como custos externos e/ou anteriores aos Empreendimentos, mas que determinam os valores totais, a performance, e muitas vezes até a viabilidade dos mesmos. (Tais custos elevam, portanto, descontroles, reduzindo, conseqüentemente, as assimetrias procuradas). Os custos industriais produtivos, a princípio, são custos “sob controle”.

CsT – Definição clássica: ‘Custos necessários para a realização de contratos de compra e venda de fatores num mercado composto por agentes formalmente independentes. Esses são comparados com aqueles necessários à internalização dessas atividades na própria Empresa ... e constituem um critério importante na tomada de decisões’ ... (empresariais) ...[Novíssimo Dicionário de Economia, Paulo Sandroni, 1999];

Os CsT, incluem, obrigatoriamente: Custos Iniciais (Prévios); Custos Gerenciais (da Transação); Custos de Enforcement; e outros (ver a seguir)

A ‘teoria’ dos CsT surgiu (ver R.Coase, 1932-1937, e na esteira das originais concepções de Veblen de 1904) para explicar ‘Eficácias Alocativas’, i.e., Eficiências e Eficácia da existência (institucional) das Empresas/Firmas (versus descoordenação e ineficiência alocativa dos Mercados ‘livres’ e concorrenciais –obstrutivos-conflituosos); e mais, e talvez principalmente, para explicar porque a Concentração (Conglomeração) Industrial – Empresarial (a própria ação organizacional dos empresários) (inc. M&A,

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joint-ventures/cartéis, e outras situações de pooling e Acordos empresariais) eleva a Eficiência

econômica (apesar dos custos gerenciais de tais conglomerações).*

Assim, originalmente, o conceito (ou melhor dito, o conjunto de conceitos envolvendo o tema dos CsT) visava explicar que a existência dos CsT elevam a ineficiência, pela elevação das incertezas e descoordenações decorrentes de ‘agentes oportunísticos independentes’ (Williamson). Como dito acima, as Combinações e Conglomerações (M&A, etc.) diminuem sensivelmente tais incertezas e descontroles, internalizando tais custos e eliminando bastante as ações independentes de tais agentes ‘oportunísticos’ (externos).

* Os ‘feiticeiros’ teóricos do mainstream (micro)economics de plantão (sempre atentos e muito bem remunerados e colocados para tais tarefas), rapidamente perceberam as profundas e importantes implicações desta ‘teoria’ e/ou destes conceitos para o processo de crescimento e de desenvolvimento econômico) (q.v.), e rapidamente, de igual forma, começaram a labutar na metamorforse e no seqüestro de tais ‘conceitos’ para as questões ‘(neo)clássicas’ do core marginalista abstrato-teórico microeconômico. (ver citação de Williamson sobre esta questão ...)

Custos de Transação (Cruz, M.)

Lato sensu, CsT são custos/despesas atrelados: (i) a uma separação, a uma descoordenação;

ou (ii) a uma coordenação necessária (embora imperfeita) envolvendo contracting; decorrentes, ambos, de vários fatores, mas indubitavelmente atrelados à inevitável complexidade dos estabelecimentos (e mesmo demais agentes) na rede/matriz industrial tecnológica moderna. Esta clivagem (separação) entre os agentes econômicos pode ser vista de 2 maneiras:

-a- custos/despesas decorrentes de uma ‘descoordenação total’ ou ‘ausência total de co-operação’ das partes de um sistema (ou de uma organização); ou

-b- custos/despesas de conexão, de coordenação (parcial) das partes (relativamente isoladas) de um sistema (organização), calcado (este sistema) em comportamentos obstrutivos, conflituosos e oportunísticos. (i.e. uma coordenação imperfeita);

No primeiro caso (a), trata-se de custos atrelados ao que em economia se conhece por ‘anarquia’ (descoordenação ‘total’ ou flutuante, de mercado (coordenação anárquica decorrente da flutuação e das incertezas do “sistema de preços” não planejado; no segundo caso (b), trata-se de ‘contracting’, Contratação, i.e., custos/despesas necessárias (e muitas vezes sofisticadas e complexas) para conectar as partes; (em nossa versão, “contratação insegura”);

Assim, os “custos de transação” estão, obrigatoriamente, vinculados à separação acima descrita. Entretanto, tais custos podem ser vistos através de vários ângulos analíticos, sendo que 4 deles claramente determinados:

-a- “descoordenação stricto sensu”; dificuldade de enforcement (quando necessário) de fornecedores, e de compradores; i.e., ausência de lealdades (contratuais ou informais

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comportamentais) (lealdades suspeitas) e insegurança na continuidade operacional e/ou comercial;

-b- “implementação”; custos/despesas relacionadas à confecção de contratos e arranjos inter partes, com cláusulas “bem” avaliadas; dificuldade de previsão perfeita (bounded

rationality), mais os custos de acompanhamento (ver –d- abaixo); neste caso, quase

poderíamos incluir tais custos numa análise (clássica) de “custos industriais produtivos” (ou de Investimentos iniciais), mas, em assim sendo, perde-se a natureza precisa deste item; -c- “transação” stricto sensu”; despesas inerentes à própria transação mercantil entre partes: impostos e taxas, transportes, limites de cotas etc., i.e. despesas inerentes ao value chain, ou decorrentes das distâncias, deslocamentos, armazenamentos temporários, intermediários, etc. (parte significativa da moderna “teoria das empresas multinacionais” baseia-se neste pressuposto; (ver, por exemplo, Casson);

-d- “proteção/concorrência”; despesas de vendabilidade ou concorrentes, ou seja, despesas feitas (e introduzidas no “preço”) em função da descoordenação e do comportamento concorrencial, conflituoso, obstrutivo e oportunístico dos agentes, e mesmo da “institucionalização” de tais despesas.

Assim, os “custos de transação” podem ser “várias coisas”, i.e., vários aspectos de um mesmo conjunto de fenômenos, que inclui tanto aspectos comportamentais quanto circunstanciais: [comportamentos (psicológicos) + ambientais (circunstanciais) ! políticos, institucionais, morais, culturais, etc. Tal conjunto de fenômenos abrange:

-a- Incerteza; (descontinuidade acelerada, mudança acelerada, lucratividade oportunística do capital das joint-stocks companies – turbulências, etc.);

-b- Desconexão natural das partes mercantis (descoordenação);

-c- Rivalidades e comportamentos obstrutivos, conflituosos, concorrenciais não cooperativos, oportunismo, etc.

-d- volatilidade do capital e das ações (stocks) envolvendo o processo de capitalização e de lucratividade; (o imenso benefício decorrente da eficiência de captação de recursos pelas

joint-stocks companies tem como contrapartida de custo, entre outros, a volatilidade,

ausência de compromissos e de fidelidade dos Homens de Negócios (proprietários

ausentes) para com o funcionamento real da Economia (e mesmo de suas próprias

empresas)..

Os CsT são “prévios” e/ou “externos” ao empreendimento; i.e. captam os Ambientes Externos e Temporais futuros no Negócio (i.e., outras partes do sistema, o próprio sistema econômico e social político, as instituições, o Direito decorrente, a Tecnologia, etc...). São elementos de “descontrole organizacional”, portanto redução de Assimetria, mas que determinam os valores e a performance total do empreendimento. Poder-se-ia mesmo afirmar que custos industriais produtivos, a princípio, são custos “sob controle”. À medida que o sistema econômico se complexiza, transformando-se em uma rede cada vez mais sofisticada, e as relações externas (conexões) ao empreendimento ficam visíveis ... incluindo vantagens (e.g. externalidades positivas) e desvantagens (e.g. externalidades negativas, custos de transação, etc.).

Embora a “teoria” dos custos de transação não tenha nascido (oficialmente) desta questão, com R.Coase (nasceu como uma indagação de “Por que existem Firmas?”; “Por que os empresários alocam melhor os recursos, em certas circunstâncias, do que o Mercado?”)

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Ou seja, foi a influência/interferência (inter face) “externa”, cada vez mais evidente, que potencializou a preocupação com os custos e/ou economias externos ao empreendimento. E também a perfeita (?) compreensão de que Economia é um sistema de transações e conexões intrincadas, dependentes e interferentes, mutuamente, das partes, agentes.

Percebeu-se também que tais conexões e transações possuem custos, i.e., as ligações ou os interstícios implicam em custos e despesas de “deslocamento no fluxo”, ou seja, a “separação” é, a princípio e numa dada escala, ineficiente. [Por razões conexas, os transportes e as comunicações foram (e continuam sendo) segmentos econômicos (infraestruturais) de fundamental explicação para a dinâmica da eficiência da moderna economia, pelas “vinculações” que empreende]

Assim, CsT podem ser também interpretados como Custos Iniciais (prévios) à existência do empreendimento: tempo; energia; dinheiro; em suma, recursos alocados previamente; (a) as Contratações prévias necessárias podem ser custosas e prolongadas (viagens, advocacia, taxas, etc.); (b) o Monitoramento ou policiamento mútuo dos termos contratados, etc. Grosso modo podemos incluir: (a) Search and Information Costs; (b) Bargaining and

Decision Costs; e (c) Policing and Enforcement Costs;

Muitas “teorias” assumiram que os CsT são nulos (zero); até mesmo os custos de transportes foram assumidos como baixos e insignificantes! Entretanto, muitos ‘negócios’ são inviabilizados ou não ocorrem devido, simplesmente, aos elevados e óbvios CsT envolvidos.

De acordo com Chesnais (p 102-103) a experiência de internalizar os CsT transforma-se em um valioso ativo/patrimônio (benefício) para as empresas, i.e., eleva-se a Assimetria: -i- Aumenta a eficiência/Eficácia, logo a rentabilidade;

-ii- Aumenta o know how gerencial e outros, portanto o capital intelectual das Corps.; -iii- cria Barreiras à Entrada, pois os CsT tb podem ser vistos como Barreiras à Entrada; Dunning também (p. 84/85) concorda que a internalização dos CsT significa não só um meio de salvaguardar as vantagens monopolísticas, mas igualmente reforçar tais vantagens. A Teoria dos CsT vem, então, legitimar a capacidade da grande Empresa de se apropriar das rendas.

[o Mercado não é o único loco externo da teoria ... aliás, Mercado na cadeia produtiva sistêmica (value chain) são outras firmas]

[Notar que os consumidores (como qualquer outro agente econômico) também incorrem em CsT; e atualmente (ver ex. da Benetton Corp.) diversos contratos de terceirização precisam ser incluídos em tal análise ...] (Ver igualmente a importância para o campo do Direito

stricto sensu, e outros)

-7- As economias nos CsT (de escala, e outros) – pela internalização dos mesmos – ocorrem quando estas são significativas vis-à-vis ao custo de mantê-los ‘fora do controle proprietário’. Quando não são, a descentralização, a ‘desinternalização’ de certos custos e despesas pode ser mais interessante. Entretanto, neste caso, os ‘valores principais das

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Firmas’ (os intangíveis patrimoniais) [o know how, a ‘organização’, a gestão/management, inc. logística, as fontes de financiamento, etc] ficam mais explícitos.

Notar, portanto, que a Eficiência, no Capitalismo Corporativo Financeiro (de Nossa Atual Época), diz respeito prioritariamente à rentabilidade pecuniária do Investimento e ao ‘controle estratégico do negócio’, e menos à rentabilidade técnica/industrial.

-8- TRÍADE para a Compreensão do Conceito de CsT

Situação 1 – Relações intra-Firmas inexistentes; a convergência das decisões alocativas se dá no ‘Mercado’ (Alocação de Preços, e.g.); vínculos tênues e ocasionais entre as partes, i.e., no ato da transação (ex-post) unicamente ; baixo nível de compromissos, lealdades, etc.; mutualidades absolutamente fracas e desinformadas: NADA; ausência de coordenação entre as partes; anarquia; o sistema de preços como alocador de recursos; pequenez da escala produtiva; o ato comercial é oportunístico, eventual e pontual; ausência de continuidade de lealdade e mesmo de estratégia; poucos recursos para superar a desinformação; ausência de economia e de cálculo econômico; normalmente situações e operações mercantis muito próximas do ‘Consumidor Final’ na ‘value chain’;

Situação 2 – Contracting – Co-opetition – Joint Venture; cartel, mutualidades verificadas, vínculos mais firmes entre as partes ao longo do tempo; busca de compreensão dos cenários prospectivos (futuros) para melhor acordo e contrato; o mercado de um fornecedor é claramente um comprador institucional, logo, Contratação. Ex. mais ‘radical’: o mercado para as indústrias bélicas norte-americanas é o Pentágono (o orçamento direcionado pelo Pentágono, o DoD, e outros), em suma, o ‘Governo’. As partes envolvidas buscam elevar as informações, os cálculos, etc., de acordo com suas estratégias. Em geral, as ‘partes’ encontram-se fortemente imbricadas no meio da ‘value chain’ ou como resultado da imensa complexidade sistêmica industrial tecnológica (e científica); Aqui: ALGO;

Situação 3- ‘Quase-sistema’. Operação Integrada (fruto, e.g. de verticalização industrial). Internalização dos CsT; mergers, trusts, etc. [designo por ‘quase-sistema’ porque os princípios máximos da sociedade (e das empresas) possui ênfase ‘unicamente’ material/econômica, não conseguindo atingir a harmonia necessária de todos os ‘elementos do Estado’, dados os pressupostos conflituosos, obstrutivos e concorrenciais destrutivos da Base Social, i.e., dos ‘elementos do Estado’. (Estado aqui compreendido na tradição que Adam Müller et.al. das correntes germânicas em Economia deram ao conceito).

Aqui, Management, Organização, Planejamento (Strategy e Operation coordenados) são prioridades; e a Contratação (K), com todos os ‘Novos e Ampliados’ CsT envolvidos verificar-se-á em um mais alto nível (entre Corps., entre Nações); notar no diagrama que as conexões de comando entre as partes antes isoladas estão ‘sob controle’.

-9- A Firma A compra insumos de outra Firma B ‘independente’. Nestes valores estão incluídos despesas concorrentes, de vendabilidade, custos de produção (diretos), etc., mais Lucros da Firma B; i.e., “A” tem que contratar com terceiros (riscos envolvidos de: informação limitada, despesas contratuais, enforcement eventual, etc.).

A internalização dos CsT, mais a internalização contábil dos valores dos insumos, mais a incorporação do good-will da Firma B (permitindo economias), mais a incorporação do Lucro da Firma B fornecedora, é extremamente lucrativa para a Firma A: aumenta a

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lucratividade consolidada, o poder de mercado, a assimetria, etc. [Notar que o capital efetivo ou comercial das Corps. é calculado/avaliado precisamente por estas assimetrias] [O capital efetivo das Corps. é ‘calculado’ na base de assimetrias existentes, pois a lucratividade esperada do empreendimento aumenta (i.e., a garantia da lucratividade esperada) na exata proporção em que elevam-se as assimetrias. Estas estão conectadas a fatores tangíveis, mas forte e principalmente atreladas a fatores intangíveis.].

Assim, o ‘processo de conglomeração’, pooling, oligopolização (M&A, etc,), controle interno dos preços e valores, planejamento, eliminação de redundâncias, duplicações, ociosidades, estabilidades de fluxos (estoques, etc,), criam uma ‘ambiência’ interna (e cada vez mais ‘interferidoras externas’ – vias externalidades mútuas - ) propícia para a elevação do capital efetivo e dos lucros pecuniários. Não perder de vista, somente, que tal processo obriga a criação de instâncias intermediárias de gestão e controle destas ‘internalizações’ (management costs; organizational costs) [para um maior aprofundamento, ver Chandler, Alfred: The Visible Hand, Strategy and Structure, etc.);

Quanto maiores e complexos os objetos e/ou projetos envolvidos na ‘transação’ entre as Firmas A e B (complexidades e alongamentos sistêmicos), maior a preocupação mútua em ‘fazer cumprir as obrigações’; mas tais obrigações foram objetivadas e descritas contratualmente em bases de ‘informações limitadas’ (bounded rationality), portanto com riscos inerentes de falhas (e custos) independentemente dos aspectos oportunísticos (intencionais) das partes.

-10- Todo o tema da Economia dos CsT encontra-se mergulhado no desafio de entender as ‘ligações’, as conexões, as mutualidades e as dimensões ampliadas da ‘análise econômica’ (e mesmo dos ‘sistemas’ e dos organismos), vis-à-vis a análise parcial e atomística simplista da teoria neoclássica (marginalista) da Firma (melhor dito ‘dos preços’). O ‘sistema de preços’ como alocador de recursos da teoria neoclássica da Firma não diz ‘nada’ sobre a viabilidade ambiental (exterior) [efetividade, realidade, externalidades, CsT, etc.] de tal alocação. Bastam os simples exemplos de: ausência de externalidades, e ausência dos custos de transportes, contidas no modelo neoclássico, para percebermos quão distante encontra-se tal modelo da realidade econômica de Nossa Atual Época.

-11- Foi T.Veblen, em seu The Theory of Business Enterprise (1904), quem introduziu e disseminou a idéia de que custos ‘externos’ – distributivos (portanto ‘de transação’) são necessários e importantes (e até mais importantes do que os custos produtivos diretos) para as Firmas (concorrentes), no Mercado. E mais, já ensinava Veblen em 1904, que uma fusão (merger) das Firmas A e B eleva substancialmente a margem de lucros (consolidada), não só pela incorporação das despesas concorrentes agora consolidadas em uma única ‘unidade contábil’ (economias decorrentes da internalização das despesas concorrentes de rivais agora fundidos), mas também pela elevação da garantia (posição) de mercado – portanto diminuição dos riscos/custos – que tal unidade ampliada passa a usufruir.; i.e, em suas expressões, pela elevação da ‘posição monopolística’ resultante, objetivo central de todas as Corporações, dado a prioridade de valorização do capital efetivo (bursátil) intimamente atrelado a estas ‘posições monopólicas’ e/ou assimétricas. O próprio “mecanismo” de

Watering financeiro (tão determinante para a capitalização empresarial moderna), decorre

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Separadas, tais despesas (concorrentes) são literalmente ‘custos de transação’ para cada Firma (custos necessários para vender, custos/despesas de vendabilidade, como expressou Veblen); e CsT na moderna concepção, i.e., custos que elevam o risco (de venda).

Para Veblen, CsT – são custos/despesas de vendabilidade, i.e., custos necessários para cada Firma (e mais importantes do que os custos produtivos) para transacionar (vender – distribuir) as mercadorias. São igualmente despesas concorrentes, dado o caráter institucional de ‘nossa Economia’, i.e., decorrem do processo concorrencial mútuo sistemático.

Para a moderna teoria dos CsT, são custos relacionados à incerteza e ao risco da Contratação (ex-ante – prévia) (necessária) entre partes oportunísticas.

Para ambos os enfoques, entretanto, são custos/despesas relacionados ao Processo Concorrencial entre partes ‘independentes’ e fortemente oportunísticas.

-12- ‘A Natureza da Firma’ (Economica, 1937, NS v-iv pp. 386-405) – R.H.Coase (Prêmio Nobel de Economia – 1991) - (aulas 1932)

... a característica distintiva da Firma (Empresa) é ... essa função de substituir o mecanismo de preços ...

A principal razão da existência de uma empresa parece ser a existência de certos custos de utilizar o mecanismo dos preços ...

Os custos mais óbvios de organizar a produção por meio do mecanismo dos preços são: -i- precisamente, e em primeiro lugar, o de descobrir quais são os preços (e mesmo as estratégias dos concorrentes); institutos de estatísticas podem diminuir este custo, mas não eliminá-lo;

(ii) os custos de negociar e concluir um contrato separado para cada transação de troca que tenha lugar no mercado ... [notar que MacLeod, como visto acima, já no final do século XIX apresentava um raciocínio muito próximo ! a intermediação do direito (contratos) e finanças (se A deve 10,00 a B; se B deve 13,00 a C; e se C deve 10,00 a A, as três transações podem ser ‘consolidadas’ e ‘compensadas’ com uma única operação e uma única obtenção de ‘riqueza extra’: a obtenção e transferência de 3,00 de B para C] [e mais, para MacLeod, o objeto mesmo da ‘economia’ (como ciência) deveria ser precisamente as ‘trocas’, as ‘transações’, propondo mesmo que esta disciplina fosse designada por Cataláctica (Ciência das Trocas e das Transações), e não Economia. MacLeod seguia, assim, as pegadas de outro grande pensador econômico, Rev. Whately, que fez idêntica proposição, no início do século XIX];

-iii- o período longo e incerto dos contratos necessários (de longo prazo); amplos escopos e objetivos, pouca clareza e segurança, e relativa fixidez nas “posições assumidas”, i.e., nas posições contratadas.

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FIRMA – Organização; força integradora: Empresário MERCADO: força integradora: mecanismo de preços

No início do processo de coordenação e integração nos CsT verificam-se enormes economias (decorrentes de tal coordenação, internalização dos custos de transação, etc.); posteriormente, dependendo do tamanho e da perda relativa de controle desta expansão, poderão surgir “deseconomias de organização” ou de “gestão”, i.e., “rendimentos decrescentes do Empresário” (q.v. Kaldor, A.E.G.Robinson, 1934, Economic Journal, The

Problem of Management and the Size of Firm). Pode ser conveniente, então, descentralizar

o processo de “economizar” por tais procedimentos, deixando para outras empresas, ou mesmo para o Mercado, tais tarefas de coordenação.

O mainstream economics (a teoria neoclássica da estrutura da Firma) deixou as questões acima “resolvidas hipoteticamente”, pois os agentes econômicos – para tais formuladores – possuem informação completa e perfeita, bem como ilimitado poder de Razão (racionalidade ilimitada e perfeita);

Oliver Williamson – Elaborou uma teoria dos custos de transação da firma baseada na dupla hipótese de: racionalidade limitada (bounded rationality) e oportunismo (opportunism), e também na existência de incertezas. Segundo Simon, Williamson define racionalidade limitada ! comportamento no qual os agentes são “intencionalmente racionais, mas limitados”; os homens não possuem, pois, habilidade ilimitada de cálculo. (A organização interna das firmas no mundo real é em parte uma resposta aos custos que não existiriam se os proprietários ou gerentes de uma firma tivessem poder racional ilimitado).

Oportunismo – Williamson define por “self interest plus guile” (interesse próprio mais fraude/engano); é essencialmente a hipótese de que os agentes econômicos perseguem seus próprios interesses de forma “não-cooperativa”. Em tal mundo, os agentes econômicos não assumirão (ex-ante) que os contratos feitos nos mercados serão automaticamente honrados; tudo dependerá dos dispêndios do “enforcement” (do contrato), compensações pela violação do mesmo, etc.

Algumas transações são internalizadas às firmas porque é mais fácil monitorar a performance da transação se a transação é efetuada pelos empregados/funcionários, mais do que via um contrato entre “independent opportunistic agents” (agentes oportunísticos independentes).

Portanto, a ocorrência simultânea de “racionalidade limitada” e “oportunismo” faz com que as economias dos custos de transação sejam interessantes.

-13- CONCENTRAÇÃO – INTEGRAÇÃO - ECONOMIAS DE ESCALA Questão central clássica: Tamanho x Eficiência

Economias de Escala (q.v. Diagrama);

O ponto onde iniciam-se rendimentos decrescentes de escala é o momento para elevar (mudar) para ‘conjuntos de dimensões’, e elevar a concomitante coordenação e cooperação entre as unidades produtivas, pois atingiu-se, então, o ‘limite eficiente na dimensão x’ (ver

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diagrama ‘Economia de Escala’: ‘Custo de Produção/Distribuição por unidade x tamanho da planta’).

Economies of Large or Multiplant Firms (ver Diagramas) Multiplica-se o número da

‘planta ótima’ (1,2,3,...) (não permitindo que se entre em deseconomias de escala) ao invés de aumentar uma única planta; Neste caso, recursos deverão ser alocados nas ‘inter faces’ das plantas, para a coordenação adequada;

Economias de Distribuição; Economias de Escopo;

Economias na Integração Vertical ! (backward Integration; forward Integration)

Originalmente, o core da análise dos custos de transação decorreu da análise das economias de verticalização, mais as conseqüências apontadas por Veblen (em The Theory of Business

Enterprise, 1904) sobre integração empresarial e as economias de despesas de

vendabilidade e demais despesas concorrentes, conforme visto acima.

Integração Vertical – Sejam: A uma Firma, e B um Fornecedor; Custos de posições independentes (Custos de transação) (antes de integração vertical) (Jurídicos e Bancários) ! Jurídicos; Contratos: formulação, execução, acompanhamento, infringement (eventual),

enforcement (eventual); Bancários: desconto de promissórias, letras de câmbio (duplicatas),

etc. [vantagens evidentes, entre outras, após a integração vertical e/ou a internalização dos custos de transação: internalização e apropriação dos lucros do fornecedor, inclusive dos lucros não distribuídos; aumento radical na garantia dos fluxos na específica cadeia de valor – elevando, pois, os controles de fluxos, certezas, etc.; criando, pois, barreiras aos demais concorrentes (Barreiras à Entrada). Benefícios pecuniários (inclusive “watering”), e controles da Informação prospectiva das Impactos matriciais sistênicos de uma Inovação/Invenção.

Em suma, elevação da Assimetria da empresa integrada /ampliada;*

* O Capital Efetivo ou Comercial das Corporações (market cap) é calculado, (além da consideração da taxa de juros de referência), na base de Assimetrias empresariais existentes, pois a lucratividade esperada do empreendimento aumenta (i.e., a garantia da lucratividade esperada) na exata proporção em que elevam-se as Assimetrias. Estas (que podem ser grosso modo associadas a ‘posições reais ou legais de monopólio’, de ‘singularidades’ perante os demais concorrentes), estão conectadas a fatores tangíveis, mas também, e principalmente, atreladas a fatores intangíveis.

Integração Horizontal – Sejam: A uma Firma, e B um Concorrente; Custos de posições independentes (Custos de transação) (antes da integração horizontal): infringement (eventual) (cópia não autorizada de direitos de propriedade, por exemplo); enforcement (eventual), i.e custos da exigência/execução de um direito (ou de uma propriedade), ou de uma Lei. Vantagens evidentes, entre outras, após a integração horizontal e/ou a internalização dos custos de transação: economias de escala, cortes de despesas concorrentes, incorporação do fonds de commerce do concorrente, aumento das Barreiras à Entrada (novos concorrentes), etc.

Obs.: (i) Os efeitos altamente positivos das economias (de escala; de multi-plantas; de integração vertical e/ou horizontal; de escopo, etc.) não única e obrigatoriamente dizem respeito à ‘diminuição dos custos produtivos’, gerenciais, e outros (evidência materialista,

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técnica e administrativa óbvia); Os processos de Integração (corporativa), os de redução, eliminação ou internalização dos CsT, e demais processos de racionalização e controle industriais, no moderno sistema industrial capitalista financeiro, precisam ser cotejados (principalmente) com os efeitos (imateriais e intangíveis, mas nem por isto menos importantes e poderosos) no Capital Efetivo (acionário) das Corporações. O que todos estes processos de racionalização e de ‘economia’ fazem, e a economia dos CsT em particular, é a elevação da Assimetria corporativa, e portanto a elevação concomitante da ‘posição monopólica’ (ipso facto ou ipso jure), fato este da maior importância no funcionamento e na lógica determinante do Capitalismo Corporativo ou Financeiro de Nossa Atual Época. Assim, Eficiência para Unidades de Business, i.e., no Capitalismo Financeiro Corporativo, diz respeito, primeiramente, à rentabilidade do Investimento (todos os Investimento são feitos com fins lucrativos) e controle estratégico do negócio, e não prioritariamente referenciada à planta industrial produtiva.

A Empresa (Corporation), no Capitalismo Corporativo Financeiro, é, prioritariamente e em primeira instância, uma ‘célula’ de Negócios (Business Enterprise/ Groupe/ Konzern/ trust/

conglomerado/ keiretsu-zaibatsu/ etc.), e não obrigatoriamente uma ‘unidade produtiva’

eficiente (incorporadora de progressos técnicos, organizacionais, etc.) (q.v. exemplo trivial da Gillete/GII). A Eficiência, para os Negócios, só interessa na medida em que ‘dá lucros pecuniários’; pois se a ‘Ineficiência’ ou o ‘desperdício’ forem igualmente lucrativos (por exemplo, turbulências decorrentes de comportamento concorrencial obstrutivo), ‘investe-se’ na ineficiência. Alguns países e sistemas são fontes quase que inesgotáveis de ineficiências produtivas, organizacionais, e outras, sem que tais procedimentos impeçam de serem locais de grandes lucratividades e excelentes ‘oportunidades de negócios’.

-10- Onde existem unicamente firmas ou organizações “pequenas” e concorrenciais, existem, na estrutura industrial, enormes Custos (ruídos) extras (custos de transações), pois cada parte (isolada e independente, portanto, descoordenada) tenderá, por proteção, elevar suas margens de garantias (estoques, capacidade ociosa de proteção, sobre-preços para períodos de recessão, ou por descontrole contábil, etc.); em suma, enormes desperdícios (ou deseconomias), aliado a outros enormes desperdícios de recursos relacionados à criação e destruição de empresas que a “concorrência determina”. Parece não haver dúvidas de que os custos totais deste “sistema alocador de recursos” são maiores do que os benefícios, pois a História (empresarial) demonstra um processo contínuo e intencional dos empresários no sentido da conglomeração – organização-complexidade crescente do “sistema industrial”.

Price movement como alocador de recursos ! Mercado; as informações são

profundamente imperfeitas; tanto os produtores como os consumidores não possuem informações “boas” (notar que os produtores não possuem, igualmente, informações precisas de seus concorrentes – ver exemplo numérico). Não só as informações são imperfeitas, como também as lealdades. Agentes oportunísticos independentes convivem com objetivos aparentemente semelhantes, mas com estratégias (individuais) desconhecidas e muitas vezes antagônicas; e tudo o que é desconhecido, é arriscado; sendo que tudo o que é arriscado é elemento de dúvida para a lucratividade (isto é, portadores de simetrias-homogeneidades). E é neste sentido que, como visto acima, as incertezas e as inseguranças, muitas vezes, obrigam a decisões de desperdícios.

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O Empresário Inovador, i.e., a Firma (enquanto espaço alocador – hierárquico - de recursos) pode ser considerado o “inaugurador” de sinergias racionais, congregando, incorporando, os agentes independentes externos oportunísticos, no “interior da organização”. Notar que o Mercado livre e composto de agentes oportunísticos independentes também pode ser entendido como um agente abstrato de sinergias, talvez “eficiente”, mas não “eficaz” (q.v. diferenças).

Assim, no sistema de mercado concorrencial livre, com informações incompletas e racionalidades limitadas dos agentes, etc., sejam as Empresas A (e sua eficácia A), e B (e sua eficácia B); verifica-se, então, abdutivamente, que:

Eficácia de (A+B) > (e diferente) Eficácia A + Eficácia B

(i.e., para um segmento/setor industrial) Eficácia de [(A+B) + (C+D)] > (e diferente) Eficácia (A+B) + Eficácia (C+D)

(i.e., para todo um setor planejado, ou Indústria) Eficácia [(Indústria A) + (Indústria B) + ... ] > (e diferente) Eficácia (Indústria A) + ....

(i.e. da Economia como um todo – q.v. o sistema estratégico japonês) Tudo isto decorrente de internalizações de custos de transações, escalas produtivas mais adequadas, economias nas despesas concorrentes e de vendabilidade, controles, etc.

Notar, por exemplo, que kan-ban (just-in-time management – JTM) é uma realidade sempre que posso efetivamente operar coordenado “para trás”, e “para frente” (backward e

forward).

Entretanto, a cada up-grade sinérgico (elevação de sinergias sistêmicas construtivas) (q.v. Spencer e a teoria dos sistemas e dos organismos/organizações) amplia-se a rede de conexões [q.v. as conseqüências nos custos de transação e de conexões] e eleva-se (ou dever-se-ia elevar) a responsabilidade de cada parte no todo e do todo em cada parte, pois tal rede (sistema), ao elevar imensamente o “meio gerencial” – as interrelações - induz/provoca, naturalmente, a perda de visibilidade dos fins propostos da instituição ou da organização. Cada parte vital neste complexo, neste sistema, nesta estrutura, por menor que seja, é importante; e todo o edifício sistêmico só funciona porque cada parte vital (agora cada vez mais especializada) efetua sua contribuição para a manutenção de tal estrutura; ignorar tal “princípio fundamental” da teoria dos organismos e das organizações equivale imaginar que partes executando trabalhos aparentemente simples podem ser dispensadas sem maior avaliação de suas conseqüências sistêmicas.

As identidades de eficácia vistas acima relacionam-se, do ponto de vista científico, à introdução de ordem e sinergia (co-operação) (e coordenação) em um determinado meio. (Nas empresas e demais organizações semelhantes, tal “ordem” equivale ao Aviamento, à Organização). No mundo natural tal ordem (sinérgica criadora) sustenta-se na Harmonia

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das Partes (na elevação da Ação Circular) e em outras leis já verificadas (a Seção Áurea; a

Série de Fibonacci no crescimento dos organismos – 1,2,3,5,8,13,21,...)

No mundo social, e já desde Platão, analogamente, compreende-se tal ordem sinérgica criadora, e que talvez explique as enormes “economias” de aglomerações, como que sustentando-se nos valores de justiça, de responsabilidade e deveres das partes ! mutualidades (non-conflictive and non-obstruction rivalry plus coordination), e menos nos valores de liberdade absoluta e/ou nos direitos absolutos individuais, desreferenciados e sem a contrapartida necessária dos deveres envolvidos para esta ordem de “direito”. [“Não há corrente forte composta de elos fracos.” ]

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Referências

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