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DESEMPENHO DE TRES INDICES DE SECA EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO ANUAL DA PRODUTIVIDADE DE ARROZ E TRIGO PARA O MUNICIPIO DE JATAÍ-GO

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FARIA1, Simone Marques e ASSUNÇÃO2, Hildeu Ferreira da 1 Mestranda em Geografia, Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí, simoneufg@yahoo.com.br/ 2 Prof. Dr., Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí, hildeu@jatai.ufg.br.

DESEMPENHO DE TRES INDICES DE SECA EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO ANUAL DA PRODUTIVIDADE DE ARROZ E TRIGO PARA O MUNICIPIO DE

JATAÍ-GO

INTRODUÇÃO

As principais bases da vida da humanidade são influenciadas pelo clima, a água origina-se da precipitação o ar é adquirido da atmosfera, o alimento tem sua origem na fotossíntese, através das nossas necessidades podemos verificar que tudo esta na dependência do clima, as varias atividades econômicas praticadas pelo homem, são de forma direta impulsionadas pelo clima, tais atividades incluem a agricultura, o comércio, a indústria, assim como transporte e comunicação (AYOADE 2001).

O clima pode ser considerado um importante fator de produção em agricultura, vez que se constitui em atividade de grande rico, pois com as condições adversas do tempo são freqüentes e muitas vezes imprevisíveis. Dentre todas as atividades econômicas, a agricultura é sem dúvidas aquela com maior dependência das condições climáticas, vez que as condições do tempo e clima afetam todas as etapas das atividades agrícolas, incluindo desde a preparação da terra, semeadura, crescimento dos cultivos, colheita, armazenagem, transporte e comercialização. As conseqüências de situações meteorológicas adversas levam constantemente à graves impactos sociais, e a enormes prejuízos econômicos (AYOADE 2001).

Um dos fenômenos climáticos, economicamente importante e possível de ser determinado, é a seca, porém um problema básico para este evento é a falta de uma definição explícita, porque esta pode ser considerada sob diferentes aspectos, a qual é classificada em três categorias: meteorológica, hidrológica e agrícola (DRACUP et al., 1980).

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as alturas climaticamente esperadas estão abaixo das alturas observadas, já os agrônomos quando a umidade do solo atinge níveis insuficientes para manter a cobertura vegetal.

A seca agrícola é definida como um déficit de umidade no solo coincidente com as fases de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo de uma cultura. Esta definição admite ajuste a serem estabelecidos pela pesquisa, pois cada combinação de cultivo e tipo de solo, vários níveis de danos poderão ser estabelecidos. A deficiência hídrica pode levar a planta a uma diminuição considerável na produção, mesmo em cultivares de excelente potencial genético. Condições hídricas perfeitas são raras e a deficiência hídrica é, em geral, mais uma regra do que uma exceção.

Devido à vulnerabilidade do setor agrícola para com a variabilidade climática (WHEATON et al., 1992), uma seca intensa pode ter um impacto econômico muito relevante, principalmente nas regiões produtoras de grãos, como é o caso de Jataí-GO.

No Sudoeste de Goiás chove, em média, 1600 mm ano-¹ (ESPINOZA et al., 1982), que de acordo com o calendário agrícola do Estado de Goiás, as atividades concentram-se no período chuvoso, entre novembro e março quando ocorrem de 80 a 90% das chuvas. Embora este total seja considerado suficiente para a maioria das culturas, a distribuição irregular das chuvas é inevitável e torna-se um dos fatores limitantes para a agricultura nesta região, acarretando a deficiência hídrica, principalmente na fase crítica das culturas, que vai da floração ao enchimento de grãos (DOORENBOS e KASSAM, 1994).

A distribuição das chuvas na região Sudoeste, ainda que irregular, favorece a colheita de duas safras por ano, colocando o município de Jataí como o maior produtor de grãos do Estado de Goiás, onde o agronegócio na região é um dos mais expressivos em nível nacional, devido ao uso de tecnologia de ponta, sobretudo no que tange à produção de grãos.

O município de Jataí por estar contido em região de fronteira agrícola e diante das possibilidades de que a seca pode afetar a cadeia de produção faz se necessário, porém, um estudo sobre a freqüência e a constância deste fenômeno nesta região.

Para tanto a região de Jataí merece uma atenção especial quanto ao seu clima, aos seus solos e às técnicas de manejo do cultivo, uma vez que este município apresenta um crescimento econômico considerável em destaque dentro do Estado e do território nacional por parte da agricultura, com grandes perspectivas para com o exterior.

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OBJETIVOS

Partindo-se do pressuposto de que a seca pode afetar a cadeia produtiva de grãos, este trabalho teve como objetivo, testar o desempenho de três índices de seca: Índice Padronizado de Precipitação (SPI), Índice Z de anomalia hídrica e Índice de Severidade de Seca de Palmer (PDSI), correlacionando-os com a variação anual da produtividade agrícola de milho e soja no município de Jataí - GO.

METODOLOGIA

Este estudo foi conduzido no Campus Jataí/Universidade Federal de Goiás, Jataí, GO, utilizando as séries de precipitação (P) e de evapotranspiração potencial (EP) da Estação Climatológica Principal (17°52’ S; 51°48’ W; 676 m), do período de 1990 a 2006, obtidas junto ao 10º DISME/INMET.

O Índice Padronizado de Precipitação (SPI) mensal foi calculado, levando-se em conta a precipitação mensal do corrente ano (P), a precipitação média mensal ( ) e o desvio padrão da precipitação mensal ( ) da série pluviométrica climatológica, admitindo-se que o evento chuva, nos meses de outubro a abril, tenha distribuição normal (VICENTE-SERRANO & CUADRAT-PRATS, 2006):

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Valores negativos de SPI indicam condições de seca e valores positivos indicam condições de umidade.

Os passos e os conceitos básicos para computação do Índice Z de anomalia hídrica e o Índice de Severidade de Seca de Palmer (PDSI) seguem a metodologia descrita por Palmer (1965) e Alley (1984).

Para avaliação de desempenho dos índices de seca foram utilizados dados anuais do rendimento agrícola (kg ha-¹), safras de 1990 a 2006, referentes às culturas de milho e soja, do município de Jataí-GO, adquiridos junto ao Sistema IBGE de Recuperação de Automática (www.sidra.ibge.gov.br).

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principal elemento climático responsável por esta oscilação se deve ao fato de que na estação chuvosa (outubro a abril), é comum a ocorrência de períodos de veranico, os quais dependendo do período de desenvolvimento da planta podem provocar redução na produção de grãos. O trigo, apesar de ser uma cultura do inverno, geralmente semeado, na região Centro-Oeste, entre março e abril, na cidade de Jataí a semeadura ocorre com maior freqüência entre Novembro e dezembro. Assim, os índices de seca (x), durante o mês crítico (janeiro), foram correlacionados com os rendimentos (y) anuais de cada cultura.

A avaliação de desempenho foi efetuada com o software MSExcel, aplicando-se análises de regressão linear, no mes de janeiro tanto para a cultura quanto para o trigo, gerando-se equações do tipo: y=a+bx. No sentido de avaliar a correlação observada entre os índices de seca e o rendimento das culturas, o parâmetro de ajuste da regressão linear (b) foi submetido à análise de variância ao nível de 5% de significância, validando-se os índices de seca com menores probabilidades de erro na tendência (p-value<0,05).

RESULTADOS

A Figura 1 mostra o efeito dos índices de seca, durante o mês de janeiro, sobre o rendimento do arroz de sequeiro. Nota-se que os índices SDI e Z apresentam tendências mais acentuadas que o PDSI. As correlações positivas indicam que a condição de umidade durante a fase crítica desta cultura afeta diretamente o seu rendimento, uma vez que a cultura do arroz em condições de sequeiro é considerada de alto risco climático, especialmente, por depender da precipitação pluvial (450 a 700 mm).

A produtividade do arroz de sequeiro na região Centro Oeste tem oscilado ao longo dos anos sendo considerada a quantidade e a distribuição de chuvas o principal elemento climático responsável por esta oscilação se deve ao fato de que na estação chuvosa (outubro a abril), é comum a ocorrência de períodos de veranico, os quais dependendo do período de desenvolvimento da planta podem provocar redução na produção de grãos.

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Figura 1. Efeito dos índices de seca durante o mês de janeiro, em relação à produtividade do arroz de sequeiro no município de Jataí-GO (1990 a 2006).

Figura 1. Efeito dos índices de seca durante o mês de janeiro, em relação à produtividade do trigo no município de Jataí-GO (1990 a 2006).

A Figura 2 mostra o efeito dos índices de seca, durante o mês de janeiro, em relação à produtividade do trigo no município de Jataí-GO. O trigo, apesar de ser uma cultura do inverno, geralmente semeado, na região Centro-Oeste, entre março e abril, a análise de regressão não mostrou correlação significativa entre esta cultura e os índices de seca, dentro do período recomendado para o seu cultivo. Porém, a única correlação significativa encontrada foi para o mês de janeiro, isto implica que a semeadura do trigo na região de Jataí tenha ocorrido, na sua maior freqüência, de novembro a dezembro.

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Mais uma vez nota-se que os índices SDI e Z foram os que tiveram desempenhos mais acentuados. A correlação negativa indica que o rendimento do trigo está associado inversamente à umidade, ou seja, quanto mais úmido o solo, menor o rendimento desta cultura. Segundo Doorembos e Kassam (1994), nas regiões tradicionais de cultivo comercial de trigo, os maiores riscos de perda de produção estão relacionados ao excesso de chuvas na colheita, seca no espigamento e com a umidade e temperatura elevada no verão, durante o período do florescimento ao enchimento dos grãos.

Neste caso, foi considerado como período crítico, o mês coincidente com a fase de floração das culturas. Fisicamente, o parâmetro a representa o rendimento base da cultura, em que o índice de seca seria “zero”; o parâmetro b representa o ganho (+) ou perda (-) no rendimento para cada unidade de índice (+/-); o parâmetro r² explica quantitativamente o efeito do índice de seca no rendimento da cultura; e p-value é a probabilidade de significância do erro cometido pela análise. Neste caso, se p-value≤0,05, então o índice pode ser utilizado para explicar o seu efeito sobre o rendimento destas culturas, no município de Jataí-GO. Tabela 1. Resultado da análise de regressão entre os índices de seca, no período crítico, e o rendimento anual das culturas para o município de Jataí-GO.

Período crítico Cultura anual Índice de seca

Parâmetros estatísticos da regressão

a b p-value SIG JAN ARROZ Z -6,473 0,0035 0,35381 0,012 ** SDI -2,041 0,0011 0,26574 0,034 ** PDSI -3,147 0,0013 0,12859 0,158 ns JAN TRIGO Z 16,962 -0,0155 0,31004 0,020 ** SDI 4,122 -0,0038 0,27817 0,030 ** PDSI 7,150 -0,0067 0,22586 0,054 ns

ns.: Tendência não significativa do coeficiente de ajuste da regressão (parâmetro b≈0).

** Tendência significativa do coeficiente de ajuste da regressão (parâmetro b≠0), ao nível de 5% de significância.

CONCLUSÕES

Após a análise de correlação dos índices de seca com a produção, referente ao período de floração, conclui-se que o Índice Padronizado de Precipitação (SPI) e o Índice Z de anomalia hídrica são os melhores indicadores da variação no rendimento das culturas, ano após ano. O Índice de Severidade de Seca de Palmer (PDSI) não tem uma tendência

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significativa, devido ao seu caráter cumulativo, sendo mais apropriado para mediar secas hidrológicas.

BIBLIOGRAFIA

ALLEY, W.M. The Palmer drought severity index: limitation and assumptions. J. Climate Appl. Meteor. P.1100-1109 , 1984.

AYOADE. J. O. O clima e a agricultura. In: ___________. Introdução à climatologia para os trópicos. 6º edição. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2001. p. 261 – 285. CONAB/SUREG-GO. Avaliação da safra agrícola 2006/2007 quinto levantamento de Goiás, 2007.

DOORENBOS, J; KASSAM, A. H. Yield response to water. Rome: FAO, 1979. (FAO B Irrigation and Drainage, paper 33). Tradução: Efeito da água no rendimento das culturas; de GUEYI, H. R.; SOUZA, A. A.; DAMASCENO, F. A. V.; MEDEIROS, J. F. Campina Grande, UFPB, 1994. 306p.

ESPINOZA, Waldo; AZEVEDO, Luiz Guimarães de; JARRETA JÚNIOR, Milton. O clima da região dos Cerrados em relação à Agricultura. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1982. (Circular Técnico, 9), 37p.

PALMER, W.C. Meteorological drought. Research Paper No. 45, US Weather Bureau, Washington, DC., 1965. p. 45

REICHARDT, Klaus. A água em sistemas agrícolas. São Paulo: Manole, 1990. p.171 VICENTE-SERRANO, S.M. and CUADRAT-PRATS, J.M. Trends in drought intensity and variability in the middle Ebro valley (NE of the Iberian peninsula) during the second half of the twentieth century. Theor. Appl. Climatol. 88, P.247–258, 2007.

WHEATON, E. E. et al. The prairie drought of 1988. Climatol. Bull. 26, 1992. p.188-205.

Referências

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