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SOBRE A NÃO REALIZAÇÃO DE UM PLENÁRIO

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COMUNICADO | Nº 20/2012 | A TODOS OS TRABALHADORES |16/11/2012

SOBRE A NÃO REALIZAÇÃO DE UM PLENÁRIO

Preâmbulo

Como referimos e temos reiterado em vários comunicados, o objectivo a curto prazo que nos propusemos alcançar, em termos de política sindical, prende-se com o início da negociação de carreiras. Tal propósito assenta não apenas numa necessidade, mas também numa urgência. É necessário porque não existe nenhum diploma que regule as carreiras do pessoal da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). E é urgente porque este vazio legal tem de ser preenchido sob pena de estarmos a exercer funções para as quais não temos a necessária cobertura legal. Facto que é objectivado, e que foi detalhadamente dissecado na intervenção que proferiu a Dra. Cândida Almeida, por ocasião da conferência do 35º aniversário do STI, nomeadamente quando refere que os trabalhadores da AT exercem “(…) um poder do Estado. (…) [E que] Este é um poder/dever que o Estado tem de exercer directamente, através de funcionários, seus representantes, não podendo deferi-lo a intermediários. É uma obrigação directa da administração do Estado. Daqui deve retirar-se, pois, a necessária conclusão, que me parece óbvia e única, de que os agentes a quem a Lei atribui concretamente esta missão, têm e devem constituir um corpo especial de funcionários do Estado, a prover por nomeação definitiva, e nunca, por obediência lógica aos princípios estruturantes de funcionamento e administração do Estado Democrático, através de contratação (…).”

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Uma das premissas com que partimos neste nosso intuito tem, pois, pelos motivos expostos, haver com a obtenção do vínculo de nomeação. A esta reivindicação juntamos dois outros itens que consideramos inegociáveis: A extensão do grau de complexidade funcional 3 a todos os trabalhadores da AT, que exercem funções técnicas, e o levantamento da suspensão dos ciclos de avaliação permanente, com a necessária conclusão dos ciclos de avaliação interrompidos e com o início de novos ciclos para todos os restantes trabalhadores.

Ora, para que isto se possa concretizar, há que, obrigatoriamente, implementar um novo regime de carreiras que possa desbloquear os constrangimentos existentes nos regimes que vigoravam relativamente aos trabalhadores das extintas Direcções Gerais.

Acresce que nenhuma destas reivindicações têm qualquer impacto orçamental.

Concentrados em alcançar este objectivo, e alicerçados com o voto de confiança manifestado pelos representantes dos trabalhadores no Congresso realizado em Lisboa em Maio de 2012, que aprovou por esmagadora maioria a Moção de Estratégia apresentada pela DN para 2012-2015, iniciamos um diálogo franco, quer com o Director-geral (DG), quer com o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF). Neste âmbito, estivemos presentes em diversas reuniões, onde expressámos a nossa vontade de iniciar, o mais rapidamente possível, a negociação destas matérias.

Infelizmente, desde o início do ano, esta negociação tem-nos sido sucessivamente prometida e adiada. No dia 30 de Outubro tivemos nova reunião com o SEAF, Dr. Paulo Núncio, que demonstrou não ter qualquer conhecimento das nossas pretensões, apesar de termos vincado de forma expressa, que o único assunto que nos movia a solicitar essa reunião se prendia com a negociação da LVCR e com a recepção do projecto de diploma de carreiras para iniciar esse processo. Nada nos foi entregue.

Durante dez meses esperámos, de boa-fé, que as nossas solicitações fossem tomadas com seriedade e os nossos pontos de vista respeitados na medida em que representam legitimamente as posições dos trabalhadores da AT. Nada disso sucedeu.

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Acresce que estamos a falar das legítimas pretensões dos mesmos trabalhadores que tudo têm dado para que Portugal atinja o nível de receitas necessários para ultrapassar a crise, sobretudo, em termos de cobrança coerciva, factor que está directamente relacionado com o esforço empreendido pelos trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira. Tudo isto, convém ainda sublinhar, num contexto de completa ruptura em termos de recursos humanos e onde mais de 10% dos trabalhadores possui pendentes pedidos de aposentação. Cenário que agrava ainda mais as condições necessárias para que a máquina tributária e aduaneira continue a prestar ao país o serviço de excelência que lhe tem sido reconhecido.

O Plenário

Assim, perante o menosprezo expresso pelas posições do STI, sufragada em Congresso, e pela ruptura de recursos humanos existente na AT não poderíamos, nem poderemos, ficar calados. Daí a nossa decisão de marcar um plenário para o dia 20 de Novembro.

Dia simbólico por assinalar a data em que nos foi roubado o subsídio de Natal, pela primeira vez. Dia que marca uma quebra de confiança entre o governo e os profissionais da AT. Dia, enfim, em que ficamos a saber que o exemplo “que vem de cima” contradiz tudo o que a ética pública apregoa. E questionámo-nos: Que moral podem agora ter os governantes para ordenarem a estes profissionais que atinjam os objectivos fixados?

Decidimo-nos por esta acção porque também temos consciência de que os roubos sucessivos que têm sido infligidos às remunerações dos trabalhadores colocam em sério risco a sua sobrevivência material. A acção proposta, não retirando qualquer fatia do parco rendimento dos trabalhadores, permitiria, pois, que todos dependessem apenas da sua vontade para participar na iniciativa.

Além disso, já antes (nos dias 9 de Novembro de 2001 e 27 de Setembro de 2002) o STI tinha realizado plenários ao abrigo das normas contidas nos artigos 29º a 31º do Decreto-lei 84/99. Normas que, sublinhe-se, foram transpostas para a Lei 59/2008 (vide artigo 331º, do Anexo I, e 247º e 248º, do Anexo II), e que foram invocadas para a realização deste plenário.

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Da não realização do Plenário

Inesperadamente, no entanto, apesar do requerimento ter seguido as regras dos anteriores, que tinham obtido sancionamento, e das normas contidas no texto constitucional, nomeadamente as respeitantes à Liberdade Sindical (alínea d), do n.º 2 do artigo 55º do C.R.P.), expressarem que: “No exercício da liberdade sindical é garantido aos trabalhadores, sem qualquer

discriminação, designadamente: O direito de exercício de actividade sindical na empresa.”,

desta feita, e não tendo nós obtido qualquer garantia de que as faltas seriam justificadas, pelo contrário, responsavelmente, desconvocamos o plenário.

Face a esta posição, atentos os interesses dos trabalhadores, e face ao risco das faltas serem consideradas injustificadas, somos obrigados a cancelar o plenário agendado para o dia 20 de Novembro.

Convém, no entanto, deixar bem expresso que, com esta posição, ao roubo dos subsídios os governantes juntam agora a arrogância de proibir milhares de trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira de se reunirem e dizerem o que é urgente que a sociedade perceba. Com esta atitude, podemos, sem rodeios, afirmar que ao roubo na remuneração, querem agora adicionar um outro roubo: O da nossa voz! Pensávamos que no dia 25 de Abril tinha acabado a censura, a perseguição e a prepotência! Estávamos enganados, voltou de forma bem mais sofisticada e em força!

E agora?

Agora cabe-nos enaltecer a prontidão que os trabalhadores da AT, independentemente da área em que exercem as suas funções (informática, aduaneira ou fiscal), demonstraram para denunciar as iniquidades que atingem a sua carreira profissional e para lutar pela sua superação. Este esforço não foi em vão.

Muito pelo contrário, servirá para concertarmos para o futuro uma estratégia ainda mais convergente entre todos os trabalhadores.

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Agora, sem precipitações, porque a legitimidade e a justiça que impregna as nossas reivindicações não deixa esmorecer a nossa vontade, nem a nossa força, temos todos nós, os trabalhadores da AT, o dever de o dever de pensar sobre estes acontecimentos e reunir nos locais de trabalho para que, os trabalhadores, possam expressar a sua opinião, transmiti-la aos representantes distritais ou regionais do sindicato que, posteriormente, a levarão a debate no Conselho Geral que se realizará nos próximos dias 5 e 6 de Dezembro, na cidade do Porto. A mensagem que entretanto deixamos é clara: A nossa vontade prevalecerá, porque não aceitaremos nunca, nem a injustiça nem a iniquidade.

Conclusão

O STI é o sindicato de todos os trabalhadores da AT. A moderação e disponibilidade para o diálogo são a nossa regra. As nossas reivindicações: Vínculo, grau de complexidade funcional 3 e avaliação permanente não têm qualquer impacto orçamental.

É louvável o esforço que os dirigentes distritais e regionais, bem como os delegados sindicais, demonstraram na mobilização para este plenário. Significa que estamos irmanados no mesmo sentimento de dignificação da AT.

Queremos fazer parte da solução e, para isso, exigimos respeito, ainda que tenhamos de o reconquistar, mostrando a força de uma classe unida.

Referências

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