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JOSÉ DE ALENCAR Lucíola. PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega

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Academic year: 2021

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PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA UM POUCO SOBRE O AUTOR

Apresentamos informações básicas sobre o autor, situando-o no contexto da história da literatura brasileira ou portuguesa.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, ao conhecer o tema e seu desen-volvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta o interesse e o nível de leitura de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Conforme as características do gênero a que pertence a obra, destacamos alguns a reflexão sobre aspectos importantes do

com-portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas do conhecimento.

O professor é o intermediário entre o tto e o aluno. Mas, como leittor maduro e ex-periente, cabe e ele a tarefa delicada de in-tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per-mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mais livremente possível.

Porém, por circular na sala de aula jun-to com os texjun-tos escolares, muitas vezes o texto literário acaba por sofrer um trata-mento didático, que desconsidera a própria natureza da literatura. O texto literário não é um texto didático. Ele não tem uma res-posta, não tem um significado que possa ser considerado correto. Ele é uma pergun-ta que admite várias respospergun-tas; depende da maturidade do aluno e de suas experiênci-as como leitor. O texto literário é um cam-po de cam-possibilidades que desafia cada lei-tor individualmente.

Trabalhar o texto como se ele tivesse um significado objetivo e unívoco é trair a na-tureza da literatura e, o que é mais grave do ponto de vista educacional, é contrariar o próprio princípio que justificou a inclusão da literatura na escola. Se agirmos assim, não estaremos promovendo uma educação estética, que, por definição, não pode ser homogeneizada, massificada, desperso-nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma leitura é autêntica; será apenas a reprodu-ção da leitura de alguma outra pessoa (do professor, do crítico literário etc.).

Cabe ao professor, portanto, a tarefa de criar na sala de aula as condições para o

de-senvolvimento de atividades que possibilitem a cada aluno dialogar com o texto, interrogá-lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são realizadas apenas individualmente; devem contar também com a participação dos ou-tros alunos –– por meio de debates e troca de opiniões –– e com a participação do pro-fessor como um dos leitores do texto, um lei-tor privilegiado, mas não aulei-toritário, sem-pre receptivo às leituras dos alunos, além de permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às interpretações que a obra vem recebendo ao longo do tempo.

Essa tarefa de iniciação literária é uma das grandes responsabilidades da escola. Uma coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-mente pode ser feita dentro ou fora da es-cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação literária que a escola deve fazer para desen-volver a capacidade de leitura do aluno, para ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois essa maturidade como leitor não coincide necessariamente com a faixa etária. Ao

ela-borar um programa de leituras, o professor deve levar em conta as experiências do alu-no como leitor (o que ele já leu? como ele lê?) e, com base nisso, escolher os livros com os quais vai trabalhar.

Com essa iniciação literária bem planejada e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi-ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-ros e estrangeibrasilei-ros, de nossa época ou de ou-tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria literária aplicadas durante a análise de um tex-to literário só se justificam quando, efetivamen-te, contribuem para enriquecer a leitura e com-preensão do texto, pois nunca devem ser um fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-mental e Médio quer formar leitores, não crí-ticos literários. Só assim é possível perceber o especial valor educativo da literatura, que, como dissemos, não consiste em memorizar conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se no mundo e a refletir sobre o comportamento humano nas mais diferentes situações. Litera-tura é aprendizado de humanidade.

A literatura não é matéria escolar, é ma-téria de vida.

A boa literatura problematiza o mundo, tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do leitor, que assim se enriquece a cada leitura. A literatura não tem a pretensão de oferecer modelos de comportamento nem receitas de felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti-mula-o a tomar posição diante de certas ques-tões vitais. A literatura propicia a percepção de diferentes aspectos da realidade. Ela dá forma a experiências e situações que, muitas vezes, são desconcertantes para o jovem lei-tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-fletir sobre seu próprio comportamento.

Mas essa característica estimuladora da li-teratura pode ser anulada se, ao entrar na sala de aula, o texto for submetido a uma prática empobrecedora, que reduz sua potencialidade crítica.

Se concordarmos em que a escola deve es-tar mais atenta ao desenvolvimento da ma-neira de pensar do que à memorização de con-teúdos, devemos então admitir que sua fun-ção mais importante é propiciar ao aluno ati-vidades que desenvolvam sua capacidade de raciocínio e argumentação, sua sensibilidade para a compreensão das múltiplas facetas da realidade. A escola, portanto, deveria ser, an-tes de tudo, um espaço para o exercício da liberdade de pensamento e de expressão.

E se aceitarmos a idéia de que a literatura é uma forma particular de conhecimento da realidade, uma maneira de ver o real, enten-deremos que ela pode ajudar enormemente o professor nessa tarefa educacional, pois pode ser uma excelente porta de entrada para

Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: Propostas de atividades a) antes da leitura

Considerando que os sentidos que atribuímos a um texto dependem muito de nossas expe-riências como leitor, sugerimos neste item algumas atividades que favorecem a ativa-ção dos conhecimentos prévios necessários à compreensão da obra.

b) durante a leitura

Apresentamos alguns objetivos orientadores que podem auxiliar a construção dos senti-dos do texto pelo leitor.

c) depois da leitura

Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-tidos do texto, propomos algumas ativida-des que ajudam o leitor a aprofundar sua compreensão da obra, sugerindo também, conforme o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares e a reflexão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. F nas tramas do texto

• Compreensão geral do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões propostas pelo pro-fessor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empre-gados na obra.

• Identificação e avaliação dos pontos de vis-ta sustenvis-tados pelo autor.

aspectos importantes, como a visão de mundo nela expressa, a linguagem do au-tor, os seus recursos expressivos, a compo-sição dos personagens etc. Com esses co-mentários, o professor poderá ter uma idéia dos aspectos que poderão ser abor-dados e também identificar os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser explorados em sala de aula. QUADRO-SÍNTESE

O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns aspectos didáticos da obra em questão. São eles: a indicação do gênero literário, as áreas e os temas transversais en-volvidos nas atividades e o público-alvo pre-sumido para a obra.

• Discussão de outros pontos de vista a res-peito de questões suscitadas pela obra. • Tendo a obra estudada como ponto de partida, produção de outros textos verbais ou de trabalhos que contemplem diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc.

F nas telas do cinema

• Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou DVD, que tenham alguma articulação com a obra estudada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional.

F nas ondas do som

• Indicação de músicas que tenham relação significativa com a temática ou com a estru-tura da obra estudada.

F nos enredos do real

• Sugestão de atividades que ampliam o es-tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos de diversas áreas curriculares.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados à obra estudada, criando no aluno o desejo de ampliar suas experiências como leitor. Essas sugestões podem incluir obras do mesmo autor ou obras de outros autores que tra-tam de temas afins:

w do mesmo autor; w de outros autores; w leitura de desafio.

Indicação de livros que podem estar um pou-co além do grau de autonomia do leitor da obra analisada, com a finalidade de ampliar os horizontes culturais do aluno, apresentan-do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

Literatura é aprendizado de humanidade

DOUGLAS TUFANO

(2)

PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA UM POUCO SOBRE O AUTOR

Apresentamos informações básicas sobre o autor, situando-o no contexto da história da literatura brasileira ou portuguesa.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, ao conhecer o tema e seu desen-volvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta o interesse e o nível de leitura de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Conforme as características do gênero a que pertence a obra, destacamos alguns a reflexão sobre aspectos importantes do

com-portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas do conhecimento.

O professor é o intermediário entre o tto e o aluno. Mas, como leittor maduro e ex-periente, cabe e ele a tarefa delicada de in-tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per-mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mais livremente possível.

Porém, por circular na sala de aula jun-to com os texjun-tos escolares, muitas vezes o texto literário acaba por sofrer um trata-mento didático, que desconsidera a própria natureza da literatura. O texto literário não é um texto didático. Ele não tem uma res-posta, não tem um significado que possa ser considerado correto. Ele é uma pergun-ta que admite várias respospergun-tas; depende da maturidade do aluno e de suas experiênci-as como leitor. O texto literário é um cam-po de cam-possibilidades que desafia cada lei-tor individualmente.

Trabalhar o texto como se ele tivesse um significado objetivo e unívoco é trair a na-tureza da literatura e, o que é mais grave do ponto de vista educacional, é contrariar o próprio princípio que justificou a inclusão da literatura na escola. Se agirmos assim, não estaremos promovendo uma educação estética, que, por definição, não pode ser homogeneizada, massificada, desperso-nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma leitura é autêntica; será apenas a reprodu-ção da leitura de alguma outra pessoa (do professor, do crítico literário etc.).

Cabe ao professor, portanto, a tarefa de criar na sala de aula as condições para o

de-senvolvimento de atividades que possibilitem a cada aluno dialogar com o texto, interrogá-lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são realizadas apenas individualmente; devem contar também com a participação dos ou-tros alunos –– por meio de debates e troca de opiniões –– e com a participação do pro-fessor como um dos leitores do texto, um lei-tor privilegiado, mas não aulei-toritário, sem-pre receptivo às leituras dos alunos, além de permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às interpretações que a obra vem recebendo ao longo do tempo.

Essa tarefa de iniciação literária é uma das grandes responsabilidades da escola. Uma coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-mente pode ser feita dentro ou fora da es-cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação literária que a escola deve fazer para desen-volver a capacidade de leitura do aluno, para ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois essa maturidade como leitor não coincide necessariamente com a faixa etária. Ao

ela-borar um programa de leituras, o professor deve levar em conta as experiências do alu-no como leitor (o que ele já leu? como ele lê?) e, com base nisso, escolher os livros com os quais vai trabalhar.

Com essa iniciação literária bem planejada e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi-ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-ros e estrangeibrasilei-ros, de nossa época ou de ou-tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria literária aplicadas durante a análise de um tex-to literário só se justificam quando, efetivamen-te, contribuem para enriquecer a leitura e com-preensão do texto, pois nunca devem ser um fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-mental e Médio quer formar leitores, não crí-ticos literários. Só assim é possível perceber o especial valor educativo da literatura, que, como dissemos, não consiste em memorizar conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se no mundo e a refletir sobre o comportamento humano nas mais diferentes situações. Litera-tura é aprendizado de humanidade.

A literatura não é matéria escolar, é ma-téria de vida.

A boa literatura problematiza o mundo, tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do leitor, que assim se enriquece a cada leitura. A literatura não tem a pretensão de oferecer modelos de comportamento nem receitas de felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti-mula-o a tomar posição diante de certas ques-tões vitais. A literatura propicia a percepção de diferentes aspectos da realidade. Ela dá forma a experiências e situações que, muitas vezes, são desconcertantes para o jovem lei-tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-fletir sobre seu próprio comportamento.

Mas essa característica estimuladora da li-teratura pode ser anulada se, ao entrar na sala de aula, o texto for submetido a uma prática empobrecedora, que reduz sua potencialidade crítica.

Se concordarmos em que a escola deve es-tar mais atenta ao desenvolvimento da ma-neira de pensar do que à memorização de con-teúdos, devemos então admitir que sua fun-ção mais importante é propiciar ao aluno ati-vidades que desenvolvam sua capacidade de raciocínio e argumentação, sua sensibilidade para a compreensão das múltiplas facetas da realidade. A escola, portanto, deveria ser, an-tes de tudo, um espaço para o exercício da liberdade de pensamento e de expressão.

E se aceitarmos a idéia de que a literatura é uma forma particular de conhecimento da realidade, uma maneira de ver o real, enten-deremos que ela pode ajudar enormemente o professor nessa tarefa educacional, pois pode ser uma excelente porta de entrada para

Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: Propostas de atividades a) antes da leitura

Considerando que os sentidos que atribuímos a um texto dependem muito de nossas expe-riências como leitor, sugerimos neste item algumas atividades que favorecem a ativa-ção dos conhecimentos prévios necessários à compreensão da obra.

b) durante a leitura

Apresentamos alguns objetivos orientadores que podem auxiliar a construção dos senti-dos do texto pelo leitor.

c) depois da leitura

Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-tidos do texto, propomos algumas ativida-des que ajudam o leitor a aprofundar sua compreensão da obra, sugerindo também, conforme o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares e a reflexão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. F nas tramas do texto

• Compreensão geral do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões propostas pelo pro-fessor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empre-gados na obra.

• Identificação e avaliação dos pontos de vis-ta sustenvis-tados pelo autor.

aspectos importantes, como a visão de mundo nela expressa, a linguagem do au-tor, os seus recursos expressivos, a compo-sição dos personagens etc. Com esses co-mentários, o professor poderá ter uma idéia dos aspectos que poderão ser abor-dados e também identificar os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser explorados em sala de aula. QUADRO-SÍNTESE

O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns aspectos didáticos da obra em questão. São eles: a indicação do gênero literário, as áreas e os temas transversais en-volvidos nas atividades e o público-alvo pre-sumido para a obra.

• Discussão de outros pontos de vista a res-peito de questões suscitadas pela obra. • Tendo a obra estudada como ponto de partida, produção de outros textos verbais ou de trabalhos que contemplem diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc.

F nas telas do cinema

• Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou DVD, que tenham alguma articulação com a obra estudada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional.

F nas ondas do som

• Indicação de músicas que tenham relação significativa com a temática ou com a estru-tura da obra estudada.

F nos enredos do real

• Sugestão de atividades que ampliam o es-tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos de diversas áreas curriculares.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados à obra estudada, criando no aluno o desejo de ampliar suas experiências como leitor. Essas sugestões podem incluir obras do mesmo autor ou obras de outros autores que tra-tam de temas afins:

w do mesmo autor; w de outros autores; w leitura de desafio.

Indicação de livros que podem estar um pou-co além do grau de autonomia do leitor da obra analisada, com a finalidade de ampliar os horizontes culturais do aluno, apresentan-do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

Literatura é aprendizado de humanidade

(3)

PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA UM POUCO SOBRE O AUTOR

Apresentamos informações básicas sobre o autor, situando-o no contexto da história da literatura brasileira ou portuguesa.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, ao conhecer o tema e seu desen-volvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta o interesse e o nível de leitura de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Conforme as características do gênero a que pertence a obra, destacamos alguns a reflexão sobre aspectos importantes do

com-portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas do conhecimento.

O professor é o intermediário entre o tto e o aluno. Mas, como leittor maduro e ex-periente, cabe e ele a tarefa delicada de in-tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per-mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mais livremente possível.

Porém, por circular na sala de aula jun-to com os texjun-tos escolares, muitas vezes o texto literário acaba por sofrer um trata-mento didático, que desconsidera a própria natureza da literatura. O texto literário não é um texto didático. Ele não tem uma res-posta, não tem um significado que possa ser considerado correto. Ele é uma pergun-ta que admite várias respospergun-tas; depende da maturidade do aluno e de suas experiênci-as como leitor. O texto literário é um cam-po de cam-possibilidades que desafia cada lei-tor individualmente.

Trabalhar o texto como se ele tivesse um significado objetivo e unívoco é trair a na-tureza da literatura e, o que é mais grave do ponto de vista educacional, é contrariar o próprio princípio que justificou a inclusão da literatura na escola. Se agirmos assim, não estaremos promovendo uma educação estética, que, por definição, não pode ser homogeneizada, massificada, desperso-nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma leitura é autêntica; será apenas a reprodu-ção da leitura de alguma outra pessoa (do professor, do crítico literário etc.).

Cabe ao professor, portanto, a tarefa de criar na sala de aula as condições para o

de-senvolvimento de atividades que possibilitem a cada aluno dialogar com o texto, interrogá-lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são realizadas apenas individualmente; devem contar também com a participação dos ou-tros alunos –– por meio de debates e troca de opiniões –– e com a participação do pro-fessor como um dos leitores do texto, um lei-tor privilegiado, mas não aulei-toritário, sem-pre receptivo às leituras dos alunos, além de permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às interpretações que a obra vem recebendo ao longo do tempo.

Essa tarefa de iniciação literária é uma das grandes responsabilidades da escola. Uma coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-mente pode ser feita dentro ou fora da es-cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação literária que a escola deve fazer para desen-volver a capacidade de leitura do aluno, para ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois essa maturidade como leitor não coincide necessariamente com a faixa etária. Ao

ela-borar um programa de leituras, o professor deve levar em conta as experiências do alu-no como leitor (o que ele já leu? como ele lê?) e, com base nisso, escolher os livros com os quais vai trabalhar.

Com essa iniciação literária bem planejada e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi-ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-ros e estrangeibrasilei-ros, de nossa época ou de ou-tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria literária aplicadas durante a análise de um tex-to literário só se justificam quando, efetivamen-te, contribuem para enriquecer a leitura e com-preensão do texto, pois nunca devem ser um fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-mental e Médio quer formar leitores, não crí-ticos literários. Só assim é possível perceber o especial valor educativo da literatura, que, como dissemos, não consiste em memorizar conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se no mundo e a refletir sobre o comportamento humano nas mais diferentes situações. Litera-tura é aprendizado de humanidade.

A literatura não é matéria escolar, é ma-téria de vida.

A boa literatura problematiza o mundo, tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do leitor, que assim se enriquece a cada leitura. A literatura não tem a pretensão de oferecer modelos de comportamento nem receitas de felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti-mula-o a tomar posição diante de certas ques-tões vitais. A literatura propicia a percepção de diferentes aspectos da realidade. Ela dá forma a experiências e situações que, muitas vezes, são desconcertantes para o jovem lei-tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-fletir sobre seu próprio comportamento.

Mas essa característica estimuladora da li-teratura pode ser anulada se, ao entrar na sala de aula, o texto for submetido a uma prática empobrecedora, que reduz sua potencialidade crítica.

Se concordarmos em que a escola deve es-tar mais atenta ao desenvolvimento da ma-neira de pensar do que à memorização de con-teúdos, devemos então admitir que sua fun-ção mais importante é propiciar ao aluno ati-vidades que desenvolvam sua capacidade de raciocínio e argumentação, sua sensibilidade para a compreensão das múltiplas facetas da realidade. A escola, portanto, deveria ser, an-tes de tudo, um espaço para o exercício da liberdade de pensamento e de expressão.

E se aceitarmos a idéia de que a literatura é uma forma particular de conhecimento da realidade, uma maneira de ver o real, enten-deremos que ela pode ajudar enormemente o professor nessa tarefa educacional, pois pode ser uma excelente porta de entrada para

Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: Propostas de atividades a) antes da leitura

Considerando que os sentidos que atribuímos a um texto dependem muito de nossas expe-riências como leitor, sugerimos neste item algumas atividades que favorecem a ativa-ção dos conhecimentos prévios necessários à compreensão da obra.

b) durante a leitura

Apresentamos alguns objetivos orientadores que podem auxiliar a construção dos senti-dos do texto pelo leitor.

c) depois da leitura

Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-tidos do texto, propomos algumas ativida-des que ajudam o leitor a aprofundar sua compreensão da obra, sugerindo também, conforme o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares e a reflexão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. F nas tramas do texto

• Compreensão geral do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões propostas pelo pro-fessor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empre-gados na obra.

• Identificação e avaliação dos pontos de vis-ta sustenvis-tados pelo autor.

aspectos importantes, como a visão de mundo nela expressa, a linguagem do au-tor, os seus recursos expressivos, a compo-sição dos personagens etc. Com esses co-mentários, o professor poderá ter uma idéia dos aspectos que poderão ser abor-dados e também identificar os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser explorados em sala de aula. QUADRO-SÍNTESE

O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns aspectos didáticos da obra em questão. São eles: a indicação do gênero literário, as áreas e os temas transversais en-volvidos nas atividades e o público-alvo pre-sumido para a obra.

• Discussão de outros pontos de vista a res-peito de questões suscitadas pela obra. • Tendo a obra estudada como ponto de partida, produção de outros textos verbais ou de trabalhos que contemplem diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc.

F nas telas do cinema

• Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou DVD, que tenham alguma articulação com a obra estudada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional.

F nas ondas do som

• Indicação de músicas que tenham relação significativa com a temática ou com a estru-tura da obra estudada.

F nos enredos do real

• Sugestão de atividades que ampliam o es-tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos de diversas áreas curriculares.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados à obra estudada, criando no aluno o desejo de ampliar suas experiências como leitor. Essas sugestões podem incluir obras do mesmo autor ou obras de outros autores que tra-tam de temas afins:

w do mesmo autor; w de outros autores; w leitura de desafio.

Indicação de livros que podem estar um pou-co além do grau de autonomia do leitor da obra analisada, com a finalidade de ampliar os horizontes culturais do aluno, apresentan-do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

Literatura é aprendizado de humanidade

DOUGLAS TUFANO

(4)

PROJETO DE LEITURA Douglas Tufano Maria José Nóbrega

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA UM POUCO SOBRE O AUTOR

Apresentamos informações básicas sobre o autor, situando-o no contexto da história da literatura brasileira ou portuguesa.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para que o professor, ao conhecer o tema e seu desen-volvimento, possa avaliar a pertinência da adoção, levando em conta o interesse e o nível de leitura de seus alunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Conforme as características do gênero a que pertence a obra, destacamos alguns a reflexão sobre aspectos importantes do

com-portamento humano e da vida em sociedade, e ainda permite o diálogo com outras áreas do conhecimento.

O professor é o intermediário entre o tto e o aluno. Mas, como leittor maduro e ex-periente, cabe e ele a tarefa delicada de in-tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per-mitindo que o aluno e o texto dialoguem o mais livremente possível.

Porém, por circular na sala de aula jun-to com os texjun-tos escolares, muitas vezes o texto literário acaba por sofrer um trata-mento didático, que desconsidera a própria natureza da literatura. O texto literário não é um texto didático. Ele não tem uma res-posta, não tem um significado que possa ser considerado correto. Ele é uma pergun-ta que admite várias respospergun-tas; depende da maturidade do aluno e de suas experiênci-as como leitor. O texto literário é um cam-po de cam-possibilidades que desafia cada lei-tor individualmente.

Trabalhar o texto como se ele tivesse um significado objetivo e unívoco é trair a na-tureza da literatura e, o que é mais grave do ponto de vista educacional, é contrariar o próprio princípio que justificou a inclusão da literatura na escola. Se agirmos assim, não estaremos promovendo uma educação estética, que, por definição, não pode ser homogeneizada, massificada, desperso-nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma leitura é autêntica; será apenas a reprodu-ção da leitura de alguma outra pessoa (do professor, do crítico literário etc.).

Cabe ao professor, portanto, a tarefa de criar na sala de aula as condições para o

de-senvolvimento de atividades que possibilitem a cada aluno dialogar com o texto, interrogá-lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são realizadas apenas individualmente; devem contar também com a participação dos ou-tros alunos –– por meio de debates e troca de opiniões –– e com a participação do pro-fessor como um dos leitores do texto, um lei-tor privilegiado, mas não aulei-toritário, sem-pre receptivo às leituras dos alunos, além de permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às interpretações que a obra vem recebendo ao longo do tempo.

Essa tarefa de iniciação literária é uma das grandes responsabilidades da escola. Uma coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-mente pode ser feita dentro ou fora da es-cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação literária que a escola deve fazer para desen-volver a capacidade de leitura do aluno, para ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois essa maturidade como leitor não coincide necessariamente com a faixa etária. Ao

ela-borar um programa de leituras, o professor deve levar em conta as experiências do alu-no como leitor (o que ele já leu? como ele lê?) e, com base nisso, escolher os livros com os quais vai trabalhar.

Com essa iniciação literária bem planejada e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi-ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-ros e estrangeibrasilei-ros, de nossa época ou de ou-tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria literária aplicadas durante a análise de um tex-to literário só se justificam quando, efetivamen-te, contribuem para enriquecer a leitura e com-preensão do texto, pois nunca devem ser um fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-mental e Médio quer formar leitores, não crí-ticos literários. Só assim é possível perceber o especial valor educativo da literatura, que, como dissemos, não consiste em memorizar conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se no mundo e a refletir sobre o comportamento humano nas mais diferentes situações. Litera-tura é aprendizado de humanidade.

A literatura não é matéria escolar, é ma-téria de vida.

A boa literatura problematiza o mundo, tornando-o opaco e incitando à reflexão. É um desafio à sensibilidade e inteligência do leitor, que assim se enriquece a cada leitura. A literatura não tem a pretensão de oferecer modelos de comportamento nem receitas de felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti-mula-o a tomar posição diante de certas ques-tões vitais. A literatura propicia a percepção de diferentes aspectos da realidade. Ela dá forma a experiências e situações que, muitas vezes, são desconcertantes para o jovem lei-tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-fletir sobre seu próprio comportamento.

Mas essa característica estimuladora da li-teratura pode ser anulada se, ao entrar na sala de aula, o texto for submetido a uma prática empobrecedora, que reduz sua potencialidade crítica.

Se concordarmos em que a escola deve es-tar mais atenta ao desenvolvimento da ma-neira de pensar do que à memorização de con-teúdos, devemos então admitir que sua fun-ção mais importante é propiciar ao aluno ati-vidades que desenvolvam sua capacidade de raciocínio e argumentação, sua sensibilidade para a compreensão das múltiplas facetas da realidade. A escola, portanto, deveria ser, an-tes de tudo, um espaço para o exercício da liberdade de pensamento e de expressão.

E se aceitarmos a idéia de que a literatura é uma forma particular de conhecimento da realidade, uma maneira de ver o real, enten-deremos que ela pode ajudar enormemente o professor nessa tarefa educacional, pois pode ser uma excelente porta de entrada para

Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: Propostas de atividades a) antes da leitura

Considerando que os sentidos que atribuímos a um texto dependem muito de nossas expe-riências como leitor, sugerimos neste item algumas atividades que favorecem a ativa-ção dos conhecimentos prévios necessários à compreensão da obra.

b) durante a leitura

Apresentamos alguns objetivos orientadores que podem auxiliar a construção dos senti-dos do texto pelo leitor.

c) depois da leitura

Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-tidos do texto, propomos algumas ativida-des que ajudam o leitor a aprofundar sua compreensão da obra, sugerindo também, conforme o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares e a reflexão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. F nas tramas do texto

• Compreensão geral do texto a partir de reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões propostas pelo pro-fessor em situação de leitura compartilhada. • Apreciação dos recursos expressivos empre-gados na obra.

• Identificação e avaliação dos pontos de vis-ta sustenvis-tados pelo autor.

aspectos importantes, como a visão de mundo nela expressa, a linguagem do au-tor, os seus recursos expressivos, a compo-sição dos personagens etc. Com esses co-mentários, o professor poderá ter uma idéia dos aspectos que poderão ser abor-dados e também identificar os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento que poderão ser explorados em sala de aula. QUADRO-SÍNTESE

O quadro-síntese permite uma visualização rápida de alguns aspectos didáticos da obra em questão. São eles: a indicação do gênero literário, as áreas e os temas transversais en-volvidos nas atividades e o público-alvo pre-sumido para a obra.

• Discussão de outros pontos de vista a res-peito de questões suscitadas pela obra. • Tendo a obra estudada como ponto de partida, produção de outros textos verbais ou de trabalhos que contemplem diferentes linguagens artísticas: teatro, música, artes plásticas etc.

F nas telas do cinema

• Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou DVD, que tenham alguma articulação com a obra estudada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional.

F nas ondas do som

• Indicação de músicas que tenham relação significativa com a temática ou com a estru-tura da obra estudada.

F nos enredos do real

• Sugestão de atividades que ampliam o es-tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos de diversas áreas curriculares.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados à obra estudada, criando no aluno o desejo de ampliar suas experiências como leitor. Essas sugestões podem incluir obras do mesmo autor ou obras de outros autores que tra-tam de temas afins:

w do mesmo autor; w de outros autores; w leitura de desafio.

Indicação de livros que podem estar um pou-co além do grau de autonomia do leitor da obra analisada, com a finalidade de ampliar os horizontes culturais do aluno, apresentan-do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

Literatura é aprendizado de humanidade

(5)

Essa vida de luxo e prazeres, porém, não extingue a pureza de sua alma, que pare-ce apenas esperar o momento pare-certo para desabrochar.

Esse momento chega quando Paulo da Silva, um jovem pernambucano que chega ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse afeto sincero faz com que a verdadeira natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta entre a força regeneradora do amor puro e uma vida de pecados e devassidão que José de Alencar focaliza com muito vigor. Dedicando-se de corpo e alma ao amor de Paulo, que foi capaz de compreender e perdoar seu passado, Lúcia encontra pela primeira vez na vida a tão almejada paz de espírito. Mas, vitimada por uma doença fatal, vem a falecer na flor da idade, cercada pelos carinhos de Paulo, a quem encarrega de cuidar –– como pai –– de sua irmã mais nova, Ana.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A história de uma cortesã não era novidade no Romantismo. O tema já havia sido explorado pelo escritor francês Alexandre Dumas Filho em A dama das camélias, ro-mance publicado em 1852 com enorme sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi acusado de ter plagiado o escritor francês, por contar também a história de uma prostituta apaixonada. Mas Alencar, ironicamente, antecipou-se aos críticos, fazendo com que a personagem Lúcia les-se A dama das camélias e comentasles-se o comportamento de Margarida, prota-gonista do livro francês, estabelecendo assim uma espécie de diálogo entre os dois romances.

A estratégia usada por Alencar para dar um toque realista à história de Lúcia foi apresentá-la como história real, narrada por Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que certa vez estranhou sua excessiva indulgência pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro-var que, mesmo vivendo no vício, uma alma nobre pode manter-se pura.

Ao longo do romance, percebemos que, di-ante do amor, Paulo parece mais frágil que Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com

os comentários maldosos que insinuam que ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Mas essa fragilidade talvez seja o fator que torna Paulo o agente da transformação da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, mesmo no relacionamento carnal entre eles, Paulo sempre procura romanticamente ves-tígios de decência e orgulho na amante. Lúcia percebe essa diferença de alma do rapaz, o oposto do comportamento cínico dos outros homens. Por isso, ela o ama in-tegralmente, sem se importar com regras sociais ou questões financeiras. Quer se transformar, recusa o sexo como impuro e quer que Paulo a receba “virgem na alma”. Lúcia é uma autêntica personagem ro-mântica, a mulher de exceção, a alma no-bre diante de uma sociedade corrupta. Mas ainda assim é uma prostituta e talvez fosse esperar demais de um escritor daquela épo-ca que sua personagem também pudesse ser completamente feliz. Por isso, a morte de Lúcia é uma espécie de coroamento de sua regeneração moral, uma espécie de “santificação” de sua pessoa, como fica in-sinuado nas últimas linhas do livro, quando o narrador escreve à suposta destinatária de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios da trança de cabelos, que cortei no momen-to de dizer o último adeus à sua imagem querida / Há nos cabelos da pessoa que se ama não sei que fluido misterioso, que co-munica com o nosso espírito. A senhora há de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois aquela relíquia, ainda impregnada de seiva e fragrância da angélica criatura, lhe revele o que eu não pude exprimir”.

QUADRO-SÍNTESE Gênero: Gênero:Gênero: Gênero: Gênero: romance Palavras-chave: Palavras-chave:Palavras-chave: Palavras-chave:

Palavras-chave: amor, fidelidade, hon-ra, crítica social

Áreas envolvidas: Áreas envolvidas:Áreas envolvidas: Áreas envolvidas:

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa

Temas transversais: Temas transversais:Temas transversais: Temas transversais: Temas transversais: Ética

Público-alvo: Público-alvo:Público-alvo: Público-alvo:

Público-alvo: jovem adulto Assis aprofundaria esse estudo psicológico

de personagens femininas.

Alencar destaca-se também por ter defen-dido um estilo “brasileiro” na língua literá-ria. Reivindicando o direito dos brasileiros a uma língua e literatura com fisionomia própria, protestou contra os puristas, que achavam que nossos escritores deveriam seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como se fazia em Portugal: “É essa submissão que eu não tolero; e, como já disse uma vez, quebraria a pena antes, do que aceitar se-melhante expatriação literária. Admiremos Portugal nas tradições grandiosas de seu passado; nos esforços generosos de seu renascimento; prezemos sua literatura e seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser-vilmente. Importaria anular a nossa indivi-dualidade”.

RESENHA

A heroína que dá nome ao romance é uma daquelas criações bem ao gosto do Romantismo. Seduzida ainda mocinha por um homem devasso, num momento de infortúnio em que precisava de dinheiro para salvar os familiares doentes, ela é expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), começa a viver como uma cortesã capri-chosa, explorando seus ricos amantes, por quem manifesta um claro desprezo.

UM POUCO SOBRE O AUTOR

José Martiniano de Alencar nasceu em 1829, no Ceará, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1877, onde passou a maior parte de sua vida. Formado em Direito, participou ativamente da vida política nacional, assim como seu pai. Foi depu-tado pelo Partido Conservador e ocupou vários cargos de relevo no governo, ten-do siten-do ministro da Justiça de 1868 a 1870. Paralelamente à vida política, dedicou-se com entusiasmo à literatura e ao jornalis-mo. Escreveu crônicas, crítica literária, peças de teatro, mas destacou-se como o autor mais importante do nosso Roman-tismo. Sua obra pode ser assim esquema-tizada:

• romance social ou urbano: Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. • romance regionalista: O gaúcho, O tron-co do ipê, Til, O sertanejo.

• romance histórico: O guarani, As minas de prata, A guerra dos mascates.

• romance indianista: Iracema, Ubirajara. Nos romances sociais, Alencar revela seu talento de fino observador da alma humana, fazendo o estudo de certas figuras femininas conhecido como “perfis femininos”, dentre os quais se destacam o de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em Lucíola). Alguns anos depois, Machado de

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

5 6 7 PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura 1 . 1 .1 . 1 .

1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de obras (romances, poesias, músicas, filmes) que considerem românticas. Depois, conver-sar a respeito do conceito de “romantismo”, esclarecendo o significado que tem essa palavra hoje em dia, na linguagem comum, e o significado que ela tem na história da literatura, como designação de um mo-vimento artístico do século XIX.

2 . 2 .2 . 2 .

2 . Conversar sobre a produção de folhetins no século XIX e sua influência na estrutura dos romances da época.

3 . 3 .3 . 3 .

3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e verificar as expectativas deles com relação ao conteúdo do livro.

Durante a leitura

1 . 1 .1 . 1 .

1 . Pedir que imaginem títulos para os capí-tulos. Esses títulos devem ter dupla função: informar sobre o conteúdo do capítulo e despertar o interesse dos leitores. Os pró-prios alunos depois podem comparar os tí-tulos e escolher os melhores. Essa atividade reforça a atenção dos alunos durante a lei-tura e leva-os a um esforço de síntese.

2 . 2 .2 . 2 .

2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi-pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei-tura, as passagens que mostram esse sarcasmo.

Depois da leitura Depois da leituraDepois da leitura Depois da leitura Depois da leitura

1 . 1 .1 . 1 .

1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa a perceber que, na verdade, há duas mulhe-res diferentes dentro dela. Como são elas? E qual delas é desconhecida pela sociedade?

2 . 2 .2 . 2 .

2 . Explicar os motivos da reação da socie-dade quando Lúcia se apaixona por Paulo e deixa de exibir-se em público.

3 33 3

3... Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol-tar à vida antiga e a freqüenvol-tar os lugares da moda, os bailes e os espetáculos de teatro?

4 . 4 . 4 . 4 .

4 . Explicar os fatos que fizeram com que Lúcia fosse obrigada a se prostituir.

5. 5. 5. 5.

5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que críticas faz Alencar à sociedade da época?

6 . 6 . 6 . 6 .

6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da Glória. Por que ela adota o nome de Lú-cia? E por que ela pede a Paulo que só a chame por seu nome verdadeiro?

7 . 7 . 7 . 7 .

7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver entre ela, Lúcia e Paulo?

8 . 8 . 8 . 8 .

8 . Discutir o significado do epílogo do ro-mance: que motivo teria levado o autor a matar sua heroína?

9 . 9 . 9 . 9 .

9 . Discutir por que, no capítulo VII, o narrador, comentando a história que está contando, afirma “minha história é imoral”.

1 0 . 1 0 . 1 0 . 1 0 .

1 0 . Para envolver emocionalmente o lei-tor, muitas vezes o escritor romântico apre-sentava suas obras como sendo frutos de uma experiência pessoal. Que recurso usou Alencar em Lucíola para convencer o leitor de que a história era real?

1 1 . 1 1 . 1 1 . 1 1 .

1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro-mance, como é explicada a origem do títu-lo?

12. 12. 12. 12.

12. Apontar as características que fazem de Lúcia uma heroína tipicamente romântica.

F nas telas do cinema

• Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Comédia romântica de sucesso, conta a his-tória de uma garota de programa que co-nhece por acaso um rapaz milionário que a contrata para acompanhá-lo por alguns dias em vários compromissos sociais. Ela se transforma numa mulher elegante e fina e os dois acabam por apaixonar-se.

• Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller. Uma trágica história de amor que mostra a permanência, em nosso tempo, de cer-tos traços da literatura romântica do sé-culo XIX.

F nas ondas do som

O romance A dama das camélias, do escritor francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor-mado em ópera em 1853 pelo compositor italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu-lo de La Traviata (isto é, “a transviada”). Apresentar para a classe alguns trechos dessa ópera e comentar seu enredo, apontando os pontos em comum que pode haver entre es-sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola.

F nos enredos do real

A história de Lúcia nos leva a refletir sobre a vida social carioca do século XIX e, principalmente, sobre a situação da mulher nessa sociedade. Propor aos alunos uma pesquisa sobre esse tema. Pedir a colaboração dos professores de História. Como fontes para pesquisa, sugerimos os seguintes livros:

• A condição feminina no Rio de Janeiro (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), São Paulo, Hucitec

• A história da esposa –– Marilyn Yalom, Rio de Janeiro, Ediouro

• História das mulheres no Brasil –– Mary del Priore (org.), São Paulo, Contexto • História da vida privada no Brasil (vol. 2) — Império: a corte e a modernidade nacio-nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau-lo, Companhia das Letras

DICAS DE LEITURA

w do mesmo autor

Seria interessante ler alguns romances em que aparecem outros “perfis

femini-nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-rimos:

• Senhora

• A pata da gazela • Diva

w de outros autores

A história da literatura está repleta de ro-mances em que a heroína morre no final. Para ampliar a experiência de leitura dos alunos, sugerimos:

• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A violência familiar impede o amor de dois jovens, levando-os a um destino trágico. • Helena –– Machado de Assis. Mistério e amor num dos livros da fase romântica do nosso maior escritor.

• Inocência — Visconde de Taunay. O autoritarismo familiar destruindo o amor e a vida de dois jovens apaixonados. • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-co. A intensidade do amor romântico leva-do às últimas conseqüências e provocanleva-do reações violentas que o destroem.

w leitura de desafioleitura de desafioleitura de desafioleitura de desafioleitura de desafio

• A dama das camélias –– Alexandre Du-mas, Rio de Janeiro, Ediouro.

• Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-the. Essa obra do escritor alemão Goethe (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-ções em português), narra o desventurado caso de amor de um jovem. Seu sentimen-talismo exagerado e o final trágico causa-ram grande impacto nos leitores e influen-ciaram muitos escritores, inclusive aqui no Brasil.

(6)

Essa vida de luxo e prazeres, porém, não extingue a pureza de sua alma, que pare-ce apenas esperar o momento pare-certo para desabrochar.

Esse momento chega quando Paulo da Silva, um jovem pernambucano que chega ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse afeto sincero faz com que a verdadeira natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta entre a força regeneradora do amor puro e uma vida de pecados e devassidão que José de Alencar focaliza com muito vigor. Dedicando-se de corpo e alma ao amor de Paulo, que foi capaz de compreender e perdoar seu passado, Lúcia encontra pela primeira vez na vida a tão almejada paz de espírito. Mas, vitimada por uma doença fatal, vem a falecer na flor da idade, cercada pelos carinhos de Paulo, a quem encarrega de cuidar –– como pai –– de sua irmã mais nova, Ana.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A história de uma cortesã não era novidade no Romantismo. O tema já havia sido explorado pelo escritor francês Alexandre Dumas Filho em A dama das camélias, ro-mance publicado em 1852 com enorme sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi acusado de ter plagiado o escritor francês, por contar também a história de uma prostituta apaixonada. Mas Alencar, ironicamente, antecipou-se aos críticos, fazendo com que a personagem Lúcia les-se A dama das camélias e comentasles-se o comportamento de Margarida, prota-gonista do livro francês, estabelecendo assim uma espécie de diálogo entre os dois romances.

A estratégia usada por Alencar para dar um toque realista à história de Lúcia foi apresentá-la como história real, narrada por Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que certa vez estranhou sua excessiva indulgência pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro-var que, mesmo vivendo no vício, uma alma nobre pode manter-se pura.

Ao longo do romance, percebemos que, di-ante do amor, Paulo parece mais frágil que Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com

os comentários maldosos que insinuam que ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Mas essa fragilidade talvez seja o fator que torna Paulo o agente da transformação da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, mesmo no relacionamento carnal entre eles, Paulo sempre procura romanticamente ves-tígios de decência e orgulho na amante. Lúcia percebe essa diferença de alma do rapaz, o oposto do comportamento cínico dos outros homens. Por isso, ela o ama in-tegralmente, sem se importar com regras sociais ou questões financeiras. Quer se transformar, recusa o sexo como impuro e quer que Paulo a receba “virgem na alma”. Lúcia é uma autêntica personagem ro-mântica, a mulher de exceção, a alma no-bre diante de uma sociedade corrupta. Mas ainda assim é uma prostituta e talvez fosse esperar demais de um escritor daquela épo-ca que sua personagem também pudesse ser completamente feliz. Por isso, a morte de Lúcia é uma espécie de coroamento de sua regeneração moral, uma espécie de “santificação” de sua pessoa, como fica in-sinuado nas últimas linhas do livro, quando o narrador escreve à suposta destinatária de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios da trança de cabelos, que cortei no momen-to de dizer o último adeus à sua imagem querida / Há nos cabelos da pessoa que se ama não sei que fluido misterioso, que co-munica com o nosso espírito. A senhora há de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois aquela relíquia, ainda impregnada de seiva e fragrância da angélica criatura, lhe revele o que eu não pude exprimir”.

QUADRO-SÍNTESE Gênero: Gênero:Gênero: Gênero: Gênero: romance Palavras-chave: Palavras-chave:Palavras-chave: Palavras-chave:

Palavras-chave: amor, fidelidade, hon-ra, crítica social

Áreas envolvidas: Áreas envolvidas:Áreas envolvidas: Áreas envolvidas:

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa

Temas transversais: Temas transversais:Temas transversais: Temas transversais: Temas transversais: Ética

Público-alvo: Público-alvo:Público-alvo: Público-alvo:

Público-alvo: jovem adulto Assis aprofundaria esse estudo psicológico

de personagens femininas.

Alencar destaca-se também por ter defen-dido um estilo “brasileiro” na língua literá-ria. Reivindicando o direito dos brasileiros a uma língua e literatura com fisionomia própria, protestou contra os puristas, que achavam que nossos escritores deveriam seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como se fazia em Portugal: “É essa submissão que eu não tolero; e, como já disse uma vez, quebraria a pena antes, do que aceitar se-melhante expatriação literária. Admiremos Portugal nas tradições grandiosas de seu passado; nos esforços generosos de seu renascimento; prezemos sua literatura e seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser-vilmente. Importaria anular a nossa indivi-dualidade”.

RESENHA

A heroína que dá nome ao romance é uma daquelas criações bem ao gosto do Romantismo. Seduzida ainda mocinha por um homem devasso, num momento de infortúnio em que precisava de dinheiro para salvar os familiares doentes, ela é expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), começa a viver como uma cortesã capri-chosa, explorando seus ricos amantes, por quem manifesta um claro desprezo.

UM POUCO SOBRE O AUTOR

José Martiniano de Alencar nasceu em 1829, no Ceará, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1877, onde passou a maior parte de sua vida. Formado em Direito, participou ativamente da vida política nacional, assim como seu pai. Foi depu-tado pelo Partido Conservador e ocupou vários cargos de relevo no governo, ten-do siten-do ministro da Justiça de 1868 a 1870. Paralelamente à vida política, dedicou-se com entusiasmo à literatura e ao jornalis-mo. Escreveu crônicas, crítica literária, peças de teatro, mas destacou-se como o autor mais importante do nosso Roman-tismo. Sua obra pode ser assim esquema-tizada:

• romance social ou urbano: Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. • romance regionalista: O gaúcho, O tron-co do ipê, Til, O sertanejo.

• romance histórico: O guarani, As minas de prata, A guerra dos mascates.

• romance indianista: Iracema, Ubirajara. Nos romances sociais, Alencar revela seu talento de fino observador da alma humana, fazendo o estudo de certas figuras femininas conhecido como “perfis femininos”, dentre os quais se destacam o de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em Lucíola). Alguns anos depois, Machado de

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura 1 . 1 .1 . 1 .

1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de obras (romances, poesias, músicas, filmes) que considerem românticas. Depois, conver-sar a respeito do conceito de “romantismo”, esclarecendo o significado que tem essa palavra hoje em dia, na linguagem comum, e o significado que ela tem na história da literatura, como designação de um mo-vimento artístico do século XIX.

2 . 2 .2 . 2 .

2 . Conversar sobre a produção de folhetins no século XIX e sua influência na estrutura dos romances da época.

3 . 3 .3 . 3 .

3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e verificar as expectativas deles com relação ao conteúdo do livro.

Durante a leitura

1 . 1 .1 . 1 .

1 . Pedir que imaginem títulos para os capí-tulos. Esses títulos devem ter dupla função: informar sobre o conteúdo do capítulo e despertar o interesse dos leitores. Os pró-prios alunos depois podem comparar os tí-tulos e escolher os melhores. Essa atividade reforça a atenção dos alunos durante a lei-tura e leva-os a um esforço de síntese.

2 . 2 .2 . 2 .

2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi-pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei-tura, as passagens que mostram esse sarcasmo.

Depois da leitura Depois da leituraDepois da leitura Depois da leitura Depois da leitura

1 . 1 .1 . 1 .

1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa a perceber que, na verdade, há duas mulhe-res diferentes dentro dela. Como são elas? E qual delas é desconhecida pela sociedade?

2 . 2 .2 . 2 .

2 . Explicar os motivos da reação da socie-dade quando Lúcia se apaixona por Paulo e deixa de exibir-se em público.

3 33 3

3... Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol-tar à vida antiga e a freqüenvol-tar os lugares da moda, os bailes e os espetáculos de teatro?

4 . 4 . 4 . 4 .

4 . Explicar os fatos que fizeram com que Lúcia fosse obrigada a se prostituir.

5. 5. 5. 5.

5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que críticas faz Alencar à sociedade da época?

6 . 6 . 6 . 6 .

6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da Glória. Por que ela adota o nome de Lú-cia? E por que ela pede a Paulo que só a chame por seu nome verdadeiro?

7 . 7 . 7 . 7 .

7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver entre ela, Lúcia e Paulo?

8 . 8 . 8 . 8 .

8 . Discutir o significado do epílogo do ro-mance: que motivo teria levado o autor a matar sua heroína?

9 . 9 . 9 . 9 .

9 . Discutir por que, no capítulo VII, o narrador, comentando a história que está contando, afirma “minha história é imoral”.

1 0 . 1 0 . 1 0 . 1 0 .

1 0 . Para envolver emocionalmente o lei-tor, muitas vezes o escritor romântico apre-sentava suas obras como sendo frutos de uma experiência pessoal. Que recurso usou Alencar em Lucíola para convencer o leitor de que a história era real?

1 1 . 1 1 . 1 1 . 1 1 .

1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro-mance, como é explicada a origem do títu-lo?

12. 12. 12. 12.

12. Apontar as características que fazem de Lúcia uma heroína tipicamente romântica.

F nas telas do cinema

• Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Comédia romântica de sucesso, conta a his-tória de uma garota de programa que co-nhece por acaso um rapaz milionário que a contrata para acompanhá-lo por alguns dias em vários compromissos sociais. Ela se transforma numa mulher elegante e fina e os dois acabam por apaixonar-se.

• Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller. Uma trágica história de amor que mostra a permanência, em nosso tempo, de cer-tos traços da literatura romântica do sé-culo XIX.

F nas ondas do som

O romance A dama das camélias, do escritor francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor-mado em ópera em 1853 pelo compositor italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu-lo de La Traviata (isto é, “a transviada”). Apresentar para a classe alguns trechos dessa ópera e comentar seu enredo, apontando os pontos em comum que pode haver entre es-sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola.

F nos enredos do real

A história de Lúcia nos leva a refletir sobre a vida social carioca do século XIX e, principalmente, sobre a situação da mulher nessa sociedade. Propor aos alunos uma pesquisa sobre esse tema. Pedir a colaboração dos professores de História. Como fontes para pesquisa, sugerimos os seguintes livros:

• A condição feminina no Rio de Janeiro (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), São Paulo, Hucitec

• A história da esposa –– Marilyn Yalom, Rio de Janeiro, Ediouro

• História das mulheres no Brasil –– Mary del Priore (org.), São Paulo, Contexto • História da vida privada no Brasil (vol. 2) — Império: a corte e a modernidade nacio-nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau-lo, Companhia das Letras

DICAS DE LEITURA

w do mesmo autor

Seria interessante ler alguns romances em que aparecem outros “perfis

femini-nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-rimos:

• Senhora

• A pata da gazela • Diva

w de outros autores

A história da literatura está repleta de ro-mances em que a heroína morre no final. Para ampliar a experiência de leitura dos alunos, sugerimos:

• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A violência familiar impede o amor de dois jovens, levando-os a um destino trágico. • Helena –– Machado de Assis. Mistério e amor num dos livros da fase romântica do nosso maior escritor.

• Inocência — Visconde de Taunay. O autoritarismo familiar destruindo o amor e a vida de dois jovens apaixonados. • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-co. A intensidade do amor romântico leva-do às últimas conseqüências e provocanleva-do reações violentas que o destroem.

w leitura de desafioleitura de desafioleitura de desafioleitura de desafioleitura de desafio

• A dama das camélias –– Alexandre Du-mas, Rio de Janeiro, Ediouro.

• Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-the. Essa obra do escritor alemão Goethe (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-ções em português), narra o desventurado caso de amor de um jovem. Seu sentimen-talismo exagerado e o final trágico causa-ram grande impacto nos leitores e influen-ciaram muitos escritores, inclusive aqui no Brasil.

(7)

Essa vida de luxo e prazeres, porém, não extingue a pureza de sua alma, que pare-ce apenas esperar o momento pare-certo para desabrochar.

Esse momento chega quando Paulo da Silva, um jovem pernambucano que chega ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse afeto sincero faz com que a verdadeira natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta entre a força regeneradora do amor puro e uma vida de pecados e devassidão que José de Alencar focaliza com muito vigor. Dedicando-se de corpo e alma ao amor de Paulo, que foi capaz de compreender e perdoar seu passado, Lúcia encontra pela primeira vez na vida a tão almejada paz de espírito. Mas, vitimada por uma doença fatal, vem a falecer na flor da idade, cercada pelos carinhos de Paulo, a quem encarrega de cuidar –– como pai –– de sua irmã mais nova, Ana.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

A história de uma cortesã não era novidade no Romantismo. O tema já havia sido explorado pelo escritor francês Alexandre Dumas Filho em A dama das camélias, ro-mance publicado em 1852 com enorme sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi acusado de ter plagiado o escritor francês, por contar também a história de uma prostituta apaixonada. Mas Alencar, ironicamente, antecipou-se aos críticos, fazendo com que a personagem Lúcia les-se A dama das camélias e comentasles-se o comportamento de Margarida, prota-gonista do livro francês, estabelecendo assim uma espécie de diálogo entre os dois romances.

A estratégia usada por Alencar para dar um toque realista à história de Lúcia foi apresentá-la como história real, narrada por Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que certa vez estranhou sua excessiva indulgência pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro-var que, mesmo vivendo no vício, uma alma nobre pode manter-se pura.

Ao longo do romance, percebemos que, di-ante do amor, Paulo parece mais frágil que Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com

os comentários maldosos que insinuam que ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Mas essa fragilidade talvez seja o fator que torna Paulo o agente da transformação da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, mesmo no relacionamento carnal entre eles, Paulo sempre procura romanticamente ves-tígios de decência e orgulho na amante. Lúcia percebe essa diferença de alma do rapaz, o oposto do comportamento cínico dos outros homens. Por isso, ela o ama in-tegralmente, sem se importar com regras sociais ou questões financeiras. Quer se transformar, recusa o sexo como impuro e quer que Paulo a receba “virgem na alma”. Lúcia é uma autêntica personagem ro-mântica, a mulher de exceção, a alma no-bre diante de uma sociedade corrupta. Mas ainda assim é uma prostituta e talvez fosse esperar demais de um escritor daquela épo-ca que sua personagem também pudesse ser completamente feliz. Por isso, a morte de Lúcia é uma espécie de coroamento de sua regeneração moral, uma espécie de “santificação” de sua pessoa, como fica in-sinuado nas últimas linhas do livro, quando o narrador escreve à suposta destinatária de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios da trança de cabelos, que cortei no momen-to de dizer o último adeus à sua imagem querida / Há nos cabelos da pessoa que se ama não sei que fluido misterioso, que co-munica com o nosso espírito. A senhora há de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois aquela relíquia, ainda impregnada de seiva e fragrância da angélica criatura, lhe revele o que eu não pude exprimir”.

QUADRO-SÍNTESE Gênero: Gênero:Gênero: Gênero: Gênero: romance Palavras-chave: Palavras-chave:Palavras-chave: Palavras-chave:

Palavras-chave: amor, fidelidade, hon-ra, crítica social

Áreas envolvidas: Áreas envolvidas:Áreas envolvidas: Áreas envolvidas:

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa

Temas transversais: Temas transversais:Temas transversais: Temas transversais: Temas transversais: Ética

Público-alvo: Público-alvo:Público-alvo: Público-alvo:

Público-alvo: jovem adulto Assis aprofundaria esse estudo psicológico

de personagens femininas.

Alencar destaca-se também por ter defen-dido um estilo “brasileiro” na língua literá-ria. Reivindicando o direito dos brasileiros a uma língua e literatura com fisionomia própria, protestou contra os puristas, que achavam que nossos escritores deveriam seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como se fazia em Portugal: “É essa submissão que eu não tolero; e, como já disse uma vez, quebraria a pena antes, do que aceitar se-melhante expatriação literária. Admiremos Portugal nas tradições grandiosas de seu passado; nos esforços generosos de seu renascimento; prezemos sua literatura e seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser-vilmente. Importaria anular a nossa indivi-dualidade”.

RESENHA

A heroína que dá nome ao romance é uma daquelas criações bem ao gosto do Romantismo. Seduzida ainda mocinha por um homem devasso, num momento de infortúnio em que precisava de dinheiro para salvar os familiares doentes, ela é expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), começa a viver como uma cortesã capri-chosa, explorando seus ricos amantes, por quem manifesta um claro desprezo.

UM POUCO SOBRE O AUTOR

José Martiniano de Alencar nasceu em 1829, no Ceará, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1877, onde passou a maior parte de sua vida. Formado em Direito, participou ativamente da vida política nacional, assim como seu pai. Foi depu-tado pelo Partido Conservador e ocupou vários cargos de relevo no governo, ten-do siten-do ministro da Justiça de 1868 a 1870. Paralelamente à vida política, dedicou-se com entusiasmo à literatura e ao jornalis-mo. Escreveu crônicas, crítica literária, peças de teatro, mas destacou-se como o autor mais importante do nosso Roman-tismo. Sua obra pode ser assim esquema-tizada:

• romance social ou urbano: Cinco minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. • romance regionalista: O gaúcho, O tron-co do ipê, Til, O sertanejo.

• romance histórico: O guarani, As minas de prata, A guerra dos mascates.

• romance indianista: Iracema, Ubirajara. Nos romances sociais, Alencar revela seu talento de fino observador da alma humana, fazendo o estudo de certas figuras femininas conhecido como “perfis femininos”, dentre os quais se destacam o de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em Lucíola). Alguns anos depois, Machado de

JOSÉ DE ALENCAR

Lucíola

5 6 7 PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura 1 . 1 .1 . 1 .

1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de obras (romances, poesias, músicas, filmes) que considerem românticas. Depois, conver-sar a respeito do conceito de “romantismo”, esclarecendo o significado que tem essa palavra hoje em dia, na linguagem comum, e o significado que ela tem na história da literatura, como designação de um mo-vimento artístico do século XIX.

2 . 2 .2 . 2 .

2 . Conversar sobre a produção de folhetins no século XIX e sua influência na estrutura dos romances da época.

3 . 3 .3 . 3 .

3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e verificar as expectativas deles com relação ao conteúdo do livro.

Durante a leitura

1 . 1 .1 . 1 .

1 . Pedir que imaginem títulos para os capí-tulos. Esses títulos devem ter dupla função: informar sobre o conteúdo do capítulo e despertar o interesse dos leitores. Os pró-prios alunos depois podem comparar os tí-tulos e escolher os melhores. Essa atividade reforça a atenção dos alunos durante a lei-tura e leva-os a um esforço de síntese.

2 . 2 .2 . 2 .

2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi-pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei-tura, as passagens que mostram esse sarcasmo.

Depois da leitura Depois da leituraDepois da leitura Depois da leitura Depois da leitura

1 . 1 .1 . 1 .

1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa a perceber que, na verdade, há duas mulhe-res diferentes dentro dela. Como são elas? E qual delas é desconhecida pela sociedade?

2 . 2 .2 . 2 .

2 . Explicar os motivos da reação da socie-dade quando Lúcia se apaixona por Paulo e deixa de exibir-se em público.

3 33 3

3... Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol-tar à vida antiga e a freqüenvol-tar os lugares da moda, os bailes e os espetáculos de teatro?

4 . 4 . 4 . 4 .

4 . Explicar os fatos que fizeram com que Lúcia fosse obrigada a se prostituir.

5. 5. 5. 5.

5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que críticas faz Alencar à sociedade da época?

6 . 6 . 6 . 6 .

6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da Glória. Por que ela adota o nome de Lú-cia? E por que ela pede a Paulo que só a chame por seu nome verdadeiro?

7 . 7 . 7 . 7 .

7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver entre ela, Lúcia e Paulo?

8 . 8 . 8 . 8 .

8 . Discutir o significado do epílogo do ro-mance: que motivo teria levado o autor a matar sua heroína?

9 . 9 . 9 . 9 .

9 . Discutir por que, no capítulo VII, o narrador, comentando a história que está contando, afirma “minha história é imoral”.

1 0 . 1 0 . 1 0 . 1 0 .

1 0 . Para envolver emocionalmente o lei-tor, muitas vezes o escritor romântico apre-sentava suas obras como sendo frutos de uma experiência pessoal. Que recurso usou Alencar em Lucíola para convencer o leitor de que a história era real?

1 1 . 1 1 . 1 1 . 1 1 .

1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro-mance, como é explicada a origem do títu-lo?

12. 12. 12. 12.

12. Apontar as características que fazem de Lúcia uma heroína tipicamente romântica.

F nas telas do cinema

• Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Comédia romântica de sucesso, conta a his-tória de uma garota de programa que co-nhece por acaso um rapaz milionário que a contrata para acompanhá-lo por alguns dias em vários compromissos sociais. Ela se transforma numa mulher elegante e fina e os dois acabam por apaixonar-se.

• Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller. Uma trágica história de amor que mostra a permanência, em nosso tempo, de cer-tos traços da literatura romântica do sé-culo XIX.

F nas ondas do som

O romance A dama das camélias, do escritor francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor-mado em ópera em 1853 pelo compositor italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu-lo de La Traviata (isto é, “a transviada”). Apresentar para a classe alguns trechos dessa ópera e comentar seu enredo, apontando os pontos em comum que pode haver entre es-sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola.

F nos enredos do real

A história de Lúcia nos leva a refletir sobre a vida social carioca do século XIX e, principalmente, sobre a situação da mulher nessa sociedade. Propor aos alunos uma pesquisa sobre esse tema. Pedir a colaboração dos professores de História. Como fontes para pesquisa, sugerimos os seguintes livros:

• A condição feminina no Rio de Janeiro (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), São Paulo, Hucitec

• A história da esposa –– Marilyn Yalom, Rio de Janeiro, Ediouro

• História das mulheres no Brasil –– Mary del Priore (org.), São Paulo, Contexto • História da vida privada no Brasil (vol. 2) — Império: a corte e a modernidade nacio-nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau-lo, Companhia das Letras

DICAS DE LEITURA

w do mesmo autor

Seria interessante ler alguns romances em que aparecem outros “perfis

femini-nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-rimos:

• Senhora

• A pata da gazela • Diva

w de outros autores

A história da literatura está repleta de ro-mances em que a heroína morre no final. Para ampliar a experiência de leitura dos alunos, sugerimos:

• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A violência familiar impede o amor de dois jovens, levando-os a um destino trágico. • Helena –– Machado de Assis. Mistério e amor num dos livros da fase romântica do nosso maior escritor.

• Inocência — Visconde de Taunay. O autoritarismo familiar destruindo o amor e a vida de dois jovens apaixonados. • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-co. A intensidade do amor romântico leva-do às últimas conseqüências e provocanleva-do reações violentas que o destroem.

w leitura de desafioleitura de desafioleitura de desafioleitura de desafioleitura de desafio

• A dama das camélias –– Alexandre Du-mas, Rio de Janeiro, Ediouro.

• Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-the. Essa obra do escritor alemão Goethe (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-ções em português), narra o desventurado caso de amor de um jovem. Seu sentimen-talismo exagerado e o final trágico causa-ram grande impacto nos leitores e influen-ciaram muitos escritores, inclusive aqui no Brasil.

Referências

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