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REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE - ISSN (on line)

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Academic year: 2021

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28 Revista Eletrônica Estácio Saúde – Volume 4, Número 1, 2015.

PERSISTÊNCIA DO CANAL INTERATRIAL EM UMA MULHER ADULTA ASSINTOMÁTICA RESUMO

O objetivo é expor a cardiopatia congênita e correlacionar as possíveis manifestações clínicas que possibilitam o diagnóstico precoce. O manuscrito relata um caso de persistência do referido canal de uma paciente, de 48 anos para a investigação de um sopro sistólico. Realizado exame físico e exames complementares. Os resultados apresentados mostraram dilatação das cavidades direita e do átrio esquerdo. As funções sistólica e diastólica do Ventrículo Esquerdo apresentaram-se preservadas no repouso. Grande comunicação interatrial tipo Ostium Secundum (9 mm) com “shunt” D-E. Insuficiência tricúspide moderada a grave com sinais de hipertensão arterial pulmonar. Concluímos que a persistência da comunicação interatrial apresenta sinais e sintomas característicos após idade avançada e o diagnóstico tardio, limita a eficácia do tratamento.

Descritores: Septo Interatrial; Comunicação interatrial; Cardiopatias.

PERSISTENCE OF CANAL ATRIAL IN AN OLD WOMAN ASYMPTOMATIC ABSTRACT

The goal is to expose the congenital heart disease and correlate the possible clinical manifestations that enable early diagnosis. The study reports a case of persistence of said channel of a patien, 48 years to the investigation of a systolic murmur. Performed physical examination and laboratory tests. The results showed dilation of the right and left atrial cavities. Systolic and diastolic functions of the left ventricle showed up preserved in the home. Large atrial septal defect type Ostium Secundum (9 mm) with "shun" D-E. Moderate to severe tricuspid insufficiency with pulmonary arterial hypertension signs. We conclude that the persistence of atrial septal defect presents characteristic signs and symptoms after age and the late diagnosis, limiting the effectiveness of treatment.

Descriptors: Atrial septum; Heart septal defects, atrial; Heart diseases.

PERSISTENCIA DE CANAL INTERAURICULAR EN UNA ANCIANA ASINTOMÁTICA RESUMEM

El objetivo es exponer la enfermedad cardíaca congénita y correlacionar las posibles manifestaciones clínicas que permiten el diagnóstico precoz. El estudio reporta un caso de persistencia de dicho canal de un paciente, 48 años a la investigación de un soplo sistólico . Realizado el examen físico y pruebas de laboratorio. Los resultados mostraron dilatación de la derecha y la izquierda cavidades auriculares. Funciones sistólica y diastólica del ventrículo izquierdo se presentaron conservado en el hogar. Ampliación fibrilación tipo de defecto septal Ostium secundum ( 9 mm ) con " shunt " DE. Moderada a severa insuficiencia tricúspide con signos de hipertensión arterial pulmonar . Llegamos a la conclusión de que la persistencia de la comunicación interauricular presenta signos y síntomas característicos después de la edad y el diagnóstico tardío , lo que limita la eficacia del tratamiento .

Descriptores: Tabique interatrial; Defectos del tabique interatrial; Cardiopatías.

PABLO WALDECK G. DE SOUZA1, PEDRO RIBEIRO DOUDEMENT2, RENAN VINÍCIUS

SANTOS DE MORAES3, VICTOR NEVES DOS SANTOS4, HOMERO KHURY PUNARO

BARATTA5, CHRISTIANE LEAL CORRÊA6

1

Mestre em Microbiologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Experiência na

docência de nível superior na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sanitarista no município do Rio de Janeiro. Brasil. E-mail pablowaldeck@gmail.com

2

Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá.. Brasil

3

Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá. Brasil

4

Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá.. Brasil.

5

Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá. Brasil.

6

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Chefe da Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Médico do Instituto Nacional de Câncer.

(2)

___________________________________

INTRODUÇÃO

A comunicação interatrial (CIA) de

Ostium Secundum é a má formação de

caráter embriológico congênito de maior prevalência clínica em adultos. Cerca de 80% dos casos de comunicação interatrial são caracterizadas pela persistência do

septum secudum. A CIA é resultante da

absorção anormal ou excessiva do septum

primimum durante a fase embrionária, bem

como associação com grande forame oval(1-2).

Possui maior prevalência no sexo feminino e, quando não descoberto/sarado na infância, os sintomas costumam aparecer a partir dos 30 anos de idade, estendendo esse período até a 6ª década de idade. Na CIA Ostium Secundum, quando o diagnóstico é feito antes dos 3 meses, o fechamento espontâneo ocorre até 1 a 1/2 anos em 100% dos casos se CIA< 3mm, 80% se CIA entre 3– 8mm e CIA > 8mm raramente fecha. CIA tipo seio venoso e Ostium primum não apresentam fechamento espontâneo(3).

A presença de CIA é tolerada durante a infância, porém, a partir da 3ª década de vida, usualmente, aparecem os sintomas associados como: arritmias secundárias à dilatação atrial direita (fibrilação e flutter) disfunção ventricular direita sistólica. Tais sintomas trazem consequências diretas como palpitações, cansaço, fadiga e limitação de atividades diárias, piorando a qualidade de vida(4).

O diagnóstico para CIA por Ostium

Secundum se deve, principalmente ao

Ecocardiograma transesofágico e/ou transtorácico, em que se pode medir o diâmetro maior da comunicação. Porem, em exame radiográfico, nota-se área cardíaca ligeiramente aumentada, hiperfluxo pulmonar e abaulamento do tronco pulmonar. No Ecocardiograma (ECG) nota-se sobrecarga do ventrículo direito e, em exame físico, é sugerido por sopro cardíaco ejetivo no foco pulmonar e desdobramento e 2ª bulha com desdobramento constante(5).

O tratamento do CIA por Ostium

Secundum é realizado pelo implante

percutâneo (processo cirúrgico) ou por implante de prótese de acordo com as características da comunicação. Ressalta-se que, muitas vezes, o tratamento não alivia as complicações adquiridos pelo diagnostico tardio da comunicação interatrial. Entretanto, o fechamento do CIA impede o „‟Shunt‟‟ cardíaco alivia as complicações diretas do „‟shunt‟‟(6)

.

O objetivo do relato de experiência foi expor a cardiopatia congênita de grande importância clínica e, correlacionar as possíveis manifestações clínicas que possibilitam o diagnóstico precoce, dado sua importância.

METODOLOGIA

Estudo descritivo de abordagem qualitativa na modalidade de relato de experiência. Foi realizado nos meses de setembro, outubro e novembro de 2014. Ocorreu no âmbito da disciplina Seminários

(3)

30 Revista Eletrônica Estácio Saúde – Volume 4, Número 1, 2015.

Integrados IV do Curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá – UNESA, Rio de Janeiro.

Pode-se verificar um caso da cardiopatia congênita em adulto de idade avançada e foi possível correlacionar com as manifestações clínicas relevantes. O Cenário de estudo foi a quinta enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

O sujeito do estudo foi uma mulher de 48 anos com queixa de sopro no coração. Ela foi convidada a contribuir com o estudo e aceitou voluntariamente assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando o estudo e exposição de seu caso. Como procedimento, realizou-se o exame físico da paciente, onde houve suspeita de comunicação interatrial (CIA) e, deu-se procedimento a realização de exames complementares para confirmação do diagnóstico. Os exames complementares realizados foram: radiografia de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma.

ACHADOS COMPLEMENTARES

Radiografia apresentando Transparência pulmonar preservada. Seios costofrênicos livres, Aorta anatômica, Volume cardíaco no limite superior da normalidade (Figura 1).

Ecocardiograma Doopler, apresentando Dilatação das cavidades direita e do átrio esquerdo (AE). Funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo (VE) preservadas no repouso. Grande CIA tipo Ostium secundum (9mm) com “shunt”

D-E. Insuficiência tricúspide moderada a grave com sinais de hipertensão arterial pulmonar.

E por fim eletrocardiograma apresentou um ritmo sinusal, com função cardíaca (FC) de 62bpm, eixo desviado para direita, e um bloqueio do ramo direito classificado como de 2º grau.

DISCUSSÃO

M.J.S, feminina, 48 anos, doméstica há 32 anos, negra, natural da Bahia. Chegou ao serviço da 5ª enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro com queixa de sopro no coração. Relata que há cerca de um mês, necessitou de atestado para atividade física e médico constatou o problema. Após isso, procurou o referido nosocômio para investigação. No momento da consulta, estava assintomática, negava dispneia, emagrecimento, edemas e tonteira. Paciente hipertensa controlada em uso de Enalapril. Realizou cirurgia de hérnia inguinal há 21 anos, duas cesarianas e histerectomia parcial. Na anamnésia do histórico familiar, observou-se que a mãe e um irmão eram portadores de hipertensão, enquanto outro irmão era portador de cardiomegalia Chagásica. Nega tabagismo e etilismo. Possui dieta balanceada. Porém, relatou caso de desnutrição na história familiar durante o período de sua gestação e de sua infância.

Ao exame físico constatou-se bom estado geral, fácies atípica, normocorada, hidratada, anictérica, eupneica, marcha atípica, halopsíquica, autopsíquica.

(4)

Ao exame do Aparelho Cardio Vascular foi constatado tórax atípico, ictus invisível, palpável no 6º espaço intercostal esquerdo, linha hemiclavicular esquerda, com 2 polpas digitais, móvel com decúbito lateral esquerdo, não propulsivo e não globoso. Ritmo cardíaco regular em dois tempos, bulhas normofonéticas, sem arritmia. Sopro sistólico ++/6+ e frêmito sistólico +/3+ em foco aórtico acessório sem irradiação para fúrcula ou carótida. Ao exame do Aparelho Respiratório, não foi observado nenhuma alteração.

Como conduta foi solicitada exames complementares: radiografia de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma.

Figura 1 - Radiografia de PA e perfil da paciente.

Fonte: Serviço de Radiologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

ACHADOS COMPLEMENTARES

Radiografia apresentando Transparência pulmonar preservada. Seios costofrênicos livres, Aorta anatômica, Volume cardíaco no limite superior da normalidade (Figura 1).

Ecocardiograma Doopler, apresentando dilatação das cavidades direita e do átrio esquerdo (AE). Funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo (VE) preservadas no repouso. Grande CIA tipo Ostium secundum (9mm) com “shunt” D-E. Insuficiência tricúspide moderada a grave com sinais de hipertensão arterial pulmonar.

E por fim eletrocardiograma apresentou um ritmo sinusal, com função cardíaca (FC) de 62bpm, eixo desviado para direita, e um bloqueio do ramo direito classificado como de 2º grau.

DISCUSSÃO

O relato de caso exposto no serviço da 5ª enfermaria trata-se de um modelo típico de CIA Ostium Secundum. Embora paciente não apresente complicações relacionados com a presença da comunicação, a ausculta do aparelho cardiovascular (ACV) e os exames complementares mostraram-se decisivos para o diagnóstico da patologia.

Por ser uma cardiopatia com hiperfluxo pulmonar, resultante de uma sobrecarga de volume de câmaras direitas, e não de pressão, raramente leva a sintomas significativos na faixa etária pediátrica(7).

Os sintomas referidos pela paciente compõem os principais sintomas da patologia que acometem a partir da terceira década de vida a, raramente, sexta década. Tais problemas de CIA Ostium

Secundum, trazem consequências clínicas,

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32 Revista Eletrônica Estácio Saúde – Volume 4, Número 1, 2015.

limitação das atividades diárias e consequente piora da qualidade de vida(8).

Estudos relatam que a baixa qualidade nutricional da mãe no período da gravidez pode contribuir para favorecer a CIA. Verifica-se uma íntima associação entre cardiopatias congênitas e desnutrição, tendo sido demonstrado que as lesões cardíacas associadas à cianose, insuficiência cardíaca congestiva e hipertensão pulmonar levam a maior comprometimento do crescimento e do desenvolvimento cardiovascular, resultado do maior agravo nutricional(9-10).

CONCLUSÃO

De acordo com pesquisas e revisões bibliográficas abordadas neste trabalho, foi possível concluir que a persistência CIA Ostium Secundum pode apresentar sinais e sintomas característicos após idade avançada. Conclui-se também, que o diagnóstico tardio, limita a eficácia do tratamento. Embora haja melhoria na qualidade de vida, as sequelas provenientes de complicações, relacionadas ao quadro, mantem-se presentes. A paciente relatada apresentou os sintomas aos 48 anos.

Tratar mais rápido possível amenizará problemas futuros, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida, entretanto, complicações já adquiridas, em decorrência patologia, como a hipertensão pulmonar, não possuem perspectiva de remissão.

REFERÊNCIAS

1. Carlgrem LE. The incidence of congenital heart disease in children born in Göteborg 1951-1960. Br Heart J. 1959;(21):40-50. 2. European Society of Cardiology. ESC Guidelines for the management of grown-up congenital heart disease (new version 2010). Eur Heart J. 2010;(31): 2925-57. 3. Pedra CAC, Pedra SRF, Costa RN, Braga SLN, Esteves CA, Fontes VF. Experiência inicial no fechamento

percutâneo da comunicação interatrial tipo Óstio Secundum com a prótese Figulla. Rev Bras Cardiol Invasiva. 2010;18(1):81-8. 4. Costa RN, Ribeiro MS, Pereira FL, Pedra SR, Jatene MB, Jatene IB, et al.

Percutaneous versus surgical closure of atrial septal defects in children and adolescents. Arq Bras Cardiol. 2013;100(4):347-54.

5. Lairakdomrong K, Srimahachota S, Lertsapcharoen P, Chaipromprasit J, Boonyaratavej S, Kaewsukkho P. Clinical results of large secundum atrial septal defect closure in adult using percutaneous transcatheter Cocoon atrial septal occluder. J Med Assoc Thai. 2013;96(9):1127-34. 6. Pinto R, Jain S, Dalvi B. Transcatheter closure of large atrial septal defect in children using the left atrial disc

engagement-disengagement technique (LADEDT)-technical considerations and short term results. Catheter Cardiovasc Interv. 2013;82(6):935:43.

7. Ammar RI, Hegazy RA. Transcatheter closure of secundum ASD using Occlutech Figulla-N device in symptomatic children younger than 2 years of age. J Invasive Cardiol. 2013;25(2):76-9.

8. Hayes N, Rosenthal E. Tulip

malformation of the left atrial disc in the Lifetech Cera ASD device: a novel

complication of percutaneous ASD closure. Ctheter Cardiovasc Interv. 2012; 79(4):675-7.

9. Sun WF, Dong ZF, Gong K, Zhang GP, Cui T, Xia YD, et al. Transcatheter closure with use of the SHSMA occluder in 180 patients with congenital heart defects: preliminary results. Tex Heart Inst J. 2010;37(5):531-7.

10. Kyle; Shekerdemian; Coss. Growth Failure nd Nutrition Considerations in Chronic Childhood Wasting Diseases. Nutr Clin Pract. 2014.

Referências

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