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Classe: ACOMPANHAMENTO DE CUMPRIMENTO DE DECISÃO Órgão julgador colegiado: Plenário

Órgão julgador: Gab. Cons. Rubens de Mendonça Canuto Neto Última distribuição : 04/12/2019

Assuntos: Resolução CNJ 185 Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO

Partes Procurador/Terceiro vinculado

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ (REQUERENTE) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA - TJSC (REQUERIDO) Documentos Id. Data da Assinatura Documento Tipo 42058 16

13/12/2020 09:36 Petição (3º Interessado) Petição (3º Interessado) 42058

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13/12/2020 09:36 Petição OABSC 13122020 Informações

42058 18

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR CONSELHEIRO RUBENS DE MENDONCA CANUTO NETO, RELATOR DO PLENO DO EGRÉGIO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ.

Cumprdec

0009463-29.2019.2.00.0000

A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SECCIONAL DE SANTA CATARINA – OAB/SC, já qualificada nos autos do processo em epígrafe (ID 3826458), vem, por intermédio de sua procuradora infrafirmada, expor e requerer o que segue.

Conforme manifestações apresentadas nos presentes autos (ID 4164081 e 4197096), o Des. Presidente do TJSC, embasado em relatório técnico, relatou a existência de defasagem tecnológica no sistema SEEU, apresentando inconsistências de funcionalidade e usabilidade, além de não permitir a interoperabilidade entre os sistemas já utilizados pelos Tribunais.

Referida circunstância foi levada ao conhecimento do Conselho Pleno da OAB/SC (Processo 35/2020 – doc. 01) que, na sessão do dia 10/12/2020, entendeu necessário o apoio desta Instituição ao pleito apresentado pelo TJSC, tendo em vista a demonstração dos inúmeros prejuízos operacionais, logísticos e financeiros com a implantação do SEEU nos moldes atuais.

Conforme consignado no voto apresentado pelo Conselheiro Estadual da OAB/SC, Leonardo Pereima de Oliveira Pinto:

[...]

Após 8 (oito) meses de operação do referido projeto piloto, sobreveio o mencionado relatório técnico de retrocessos do SEEU em relação ao eproc, onde ao longo de 25 páginas, a Diretoria de Suporte à Jurisdição de Primeiro Grau do TJSC estabeleceu um comparativo entre as principais funcionalidades do eproc e do SEEU, bem como a sua integração com o modelo já existente no Poder Judiciário de Santa Catarina. Em suma, no tocante às funcionalidades, restou apontado que o SEEU: (i) exigirá muito mais tempo para cumprimento das decisões judiciais e controle das penas; (ii) ocasionará gastos extras aproximados de R$ 703.518,40 com a aquisição e manutenção de certificados digitais; iii) não prevê o controle das apresentações à Justiça por biometria; (iv) permitirá a expedição de mandados somente para

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estimado de, no mínimo, R$ 4.669.500,00 anuais, inter alia.

Do mesmo modo, em relação às integrações, o relatório assinalou que o SEEU “ainda

não possui integração com a ação de conhecimento (integração 1G) tampouco com os recursos do Tribunal de Justiça (integração 2G), notadamente os agravos em execução penal”, bem como “não possui integração com o Sistema Integrado de

Segurança Pública de Santa Catarina – SISP”, motivo pelo qual causará também

prejuízos na troca de informações com as varas de origem e com o TJSC, na expedição e revogação de mandados de prisão, na emissão de certidões e no envio de ofícios pelos correios.

Por fim, no concernente à implantação, a equipe técnica da Corte Catarinense afirmou que a migração para o SEEU será problemática, trabalhosa e demorada, necessitando a convocação de 160 servidores por 1 mês, ao custo de R$ 1.526.400,00, sem contar que haveria uma dependência tecnológica e operacional, já que tal sistema é controlado pelo CNJ.

Assim, em apoio ao pleito apresentado pelo Des. Presidente do TJSC, a OAB/SC vem requerer que a adoção do SEEU em Santa Catarina dê-se mediante a construção de um novo acordo, que viabilize a integração do PJSC à política nacional de execução penal, por meio da interoperabilidade entre o eproc e o SEEU.

Termos em que, pede deferimento. Florianópolis, 13 de dezembro de 2020.

CYNTHIA DA ROSA MELIM – OAB/SC 13056 Procuradora-Geral

C:\Users\cynthia-jur.OAB-SC\Documents\HOME OFFICE\Dossiê provisório\CNJ eproc\Petição Intermediária OABSC 13122020.doc

RELAÇÃO DE DOCUMENTOS

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ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DA PRESIDÊNCIA

OFÍCIO N. 3642/2020-GP

Florianópolis, data da assinatura digital.

A Sua Excelência o Senhor

Rafael de Assis Horn

Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Santa Catarina Florianópolis – SC

Assunto: Relatório Técnico de retrocessos do SEEU em relação ao eproc

Senhor Presidente,

Sirvo-me do presente para encaminhar a Vossa Excelência o

Relatório Técnico de retrocessos do SEEU em relação ao eproc, que

apresenta os dados técnicos coletados durante o projeto piloto de implementação do SEEU no Poder Judiciário Catarinense.

Com base no documento em anexo, solicito apoio dessa entidade para a implementação da solução sugerida pela equipe técnica deste Tribunal junto ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ.

Reitero meus votos de estima e consideração. Cordialmente,

Desembargador Ricardo Roesler Presidente

Documento assinado eletronicamente por RICARDO JOSE ROESLER, PRESIDENTE, em 30/11/2020, às 18:48, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site

http://sei.tjsc.jus.br/verificacao informando o código verificador 5218833 e o código CRC E7526B8C.

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Assunto​: Relatório técnico de retrocessos do SEEU em relação ao eproc

Excelentíssimo Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina Desembargador Ricardo José Roesler,

O presente relatório visa apresentar dados técnicos - coletados durante os últimos 8 (oito) meses do projeto piloto de implantação do SEEU, realizado na Vara de Direito Militar da comarca da Capital - referentes aos impactos da implantação do SEEU em todas as unidades com competência para execução penal no Poder Judiciário Catarinense.

Os dados e informações acostadas neste documento foram organizados por servidores do corpo técnico do Grupo de Monitoramento e Fiscalização - GMF, da Assessoria de Planejamento - Asplan, da Diretoria de Tecnologia da Informação - DTI, do Núcleo V da Corregedoria-Geral da Justiça - CGJ e da Diretoria de Suporte à Jurisdição de Primeiro Grau - DSJPG, que, com apoio dos dados e informações coletadas na unidade piloto do SEEU, identificaram as principais diferenças tecnológicas e de usabilidade entre o eproc, na versão implantada em todas as competências do PJSC, e a versão do SEEU em uso no projeto piloto na Vara de Direito Militar da Capital.

Os retrocessos e riscos identificados foram categorizados neste documento em 3 (três) grupos distintos. Foram analisadas inicialmente as funcionalidades e características de usabilidade do SEEU em comparação ao eproc; na seqüencia foram avaliados os impactos referentes às integrações, ou ausência delas, e, por fim, examinou-se o modelo e custos da implantação e sua dessintonia com a política atual de integração e interoperabilidade colaborativa, conforme preconizado pela recém-publicada Resolução CNJ n.º 335/2020.

1. Comparativo entre principais funcionalidades eproc/SEEU

Das previsões automáticas de benefícios à calculadora de penas, da simplificação de procedimentos à realização de atividades em bloco, registram-se a seguir as principais implicações nas rotinas das unidades judiciais submetidas ao uso do SEEU.

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Sempre que foi possível quantificar objetivamente o impacto, as métricas foram apresentadas. Também foram gerados vídeos exemplificativos referenciados em cada tópico.

Destaca-se que todo tempo extra para realização de atividades que são executadas no eproc de modo mais rápido, ou até automaticamente, resultará no congestionamento de processos, na necessidade de incremento de pessoal nas unidades e no risco de atraso na concessão de benefícios, causa recorrente de instabilidade no sistema carcerário.

1.1 Cálculo de penas Como é no SEEU​:

Para o cálculo, é necessário alimentação de diversos metadados e lançamento de eventos e incidentes para que ao final seja retornado um resultado (data do benefício). A alimentação é trabalhosa e de difícil entendimento. Se o cálculo estiver errado, é difícil descobrir onde está o erro (similar ao histórico de partes do SAJ, que historicamente é um problema no TJSC).

Como é no eproc​:

Possui calculadora de penas integrada que permite a alimentação de forma rápida e de fácil compreensão, visto que as datas são lançadas diretamente na calculadora (mais intuitivo). Todos os gabinetes já estão adaptados à ferramenta, pois é similar à antiga calculadora do CNJ, porém com diversos recursos adicionais. O resultado é apresentado em relatório estruturado (atestado de penas) e mostrado em painel próprio na capa do processo, permitindo o controle da pena de forma segura. Possui relatório para acompanhamento dos benefícios (instrução antecipada).

Retrocesso no PJSC​:

A nova forma de trabalho no SEEU exigirá muito mais tempo para cumprimento de decisões e controle das penas privativas de liberdade, gerando impacto nas unidades judiciais como um todo, que já trabalham com defasagem de servidores em relação ao número de processos. Também ocasionará menor segurança nos cálculos, considerando a complexidade na alimentação do sistema, podendo gerar uma possível perda do controle efetivo das penas. Por fim, destaca-se a possível necessidade de manutenção de uma calculadora externa nos gabinetes para garantia dos cálculos, resgatando a antiga sistemática aplicada no SAJ de replicação no SEEU do cálculo obtido na calculadora, ou seja, retrabalho das varas.

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Comparativo de tempo para realização de cálculo em cada um dos sistemas (utilizado para o teste o mesmo processo com os mesmos dados - cálculo de soma simples envolvendo 2 processos):

Vídeo demonstrativo ​Cálculo de Penas​:

https://drive.google.com/drive/folders/1QkgUl8wB9mntz8kFlJNzmIMxR05i Az50

1.2 Cumprimento das decisões Como é no SEEU​:

Toda decisão proferida é encaminhada ao cartório, que deverá efetuar a ordenação dos cumprimentos (configuração das intimações/remessas e emissão de documentos). Não existe nenhuma automação de sistema para emissão de documento com intimações já configuradas, por exemplo. Requer intervenção manual para execução dos comandos da decisão.

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Como é no eproc​:

Permite que todo expediente emitido já seja configurado com todas as intimações necessárias (MP, unidades prisionais, DPE, advogados). Permite uma série de automações e customizações, de acordo com a realidade de cada vara (intimações automáticas, ações preferenciais, automação de localizadores), e a execução de diversos comandos a partir de uma única decisão. Possibilita que as decisões cheguem ao cartório automaticamente cumpridas (ex.: remissões, saídas temporárias, progressões de regime, regressões, somas de penas - equivalente a 70% do volume das VEPs). Reduz drasticamente o trabalho manual e repetitivo das varas, permitindo que o tempo de expediente seja utilizado para atividades que exijam maior análise.

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Por ser um sistema engessado e de domínio exclusivo do CNJ, perde-se todo o potencial de automatização que um sistema poderia ter. Não somente se perde a possibilidade de reduzir a carga de trabalho das varas com competência em execução penal como ainda a eleva, especialmente se consideradas outras limitações a seguir apresentadas.

1.3 Assinatura dos documentos (exigência de certificado digital) Como é no SEEU​:

O SEEU exige a utilização de certificado para os servidores (magistrados, oficiais de justiça, plantonistas, etc.), bem como para entes externos (MP, DPE, polícias, unidades prisionais, advogados). Além disso, é preciso ter instalado um assinador digital próprio do sistema, que é compatível apenas com ​websigner (​JAVA

Web Launcher).

Como é no eproc​:

No eproc, a assinatura eletrônica, baseada em ​login e senha, dispensa custos e alocação de servidores da área administrativa para gestão e controle da aquisição de cessão dos certificados a magistrados e servidores. Ressalta-se também que este modelo de assinatura é extremamente mais ágil, demandando menos tempo dos usuários.

Retrocesso no PJSC​:

Manutenção de gastos (aquisição e distribuição) com certificados digitais para magistrados e servidores (distribuidores, oficiais de justiça, servidores de centrais de mandados, plantonistas). Demandará a instalação e configuração pelos Técnicos de Suporte em Informática locais. Exigirá a aquisição e manutenção de certificados digitais por entes externos (MP, DPE, unidades prisionais, advogados). Além disso, praticamente impede a utilização do sistema (assinatura) através de dispositivos móveis (​tablets, ​smartphones), em que pese o CNJ já esteja em fase final de testes do ​token​ para celular.

Para agravar, não se pode dizer que o custo empregado na aquisição e gestão dos certificados digitais representa mais qualidade. O modelo do assinador do SEEU apresenta problemas relatados por diversos tribunais que já aderiram a ele. No primeiro final de semana de setembro (feriado da independência), o assinador do SEEU ficou fora do ar e não foi possível assinar nenhum documento, conforme relatos no grupo de Whatsapp do SEEU.

Outros tribunais, chegaram a criar tutoriais específicos para orientar magistrados e servidores sobre os erros recorrentes no assinador. Abaixo, segue exemplo do TJAM:

https://www.tjam.jus.br/index.php/publicacoes-documentos/publicoes-port arias-doc/seeu/manuais/4777-problemaassinardocumentos/file

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Ademais, o uso de certificados digitais impõe, notadamente em ações em bloco, que o usuário aguarde o tempo, muitas vezes minutos, de processamento do sistema, como se verá a seguir.

Comparativo de tempo​:

Tempo para assinar 1 documento:

Vídeo demonstrativo ​Assinatura de Despacho​:

https://drive.google.com/drive/folders/1QkgUl8wB9mntz8kFlJNzmIMxR05i Az50

Tempo para assinar em bloco - 5 docs

Vídeo demonstrativo ​Assinatura em Bloco 5 Documentos

https://drive.google.com/drive/folders/1QkgUl8wB9mntz8kFlJNzmIMxR05i Az50

Custo ao erário​:

A partir do ano de 2021, com a completa substituição do SAJ pelo eproc, o custo da aquisição de certificados digitais pelo Poder Judiciário de Santa Catarina tenderia a zero. Contudo, havendo a implantação do SEEU, será necessário manter a política de aquisição de certificados digitais para todos os servidores, tendo em visto a atuação em plantão. O custo estimado desse retrocesso é de R$ 703.518,40 (setecentos e três mil quinhentos e dezoito reais e quarenta centavos) nos próximos 3 (três) anos em valores não corrigidos, considerando o custo do último triênio, destacando que a validade dos certificados é de 3 (três) anos.

12s

31

s

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1.4 Controle de Apresentações à Justiça Como é no SEEU​:

Não possui biometria. Controle manual das apresentações requerendo sempre a intervenção de um servidor para registro das apresentações. A previsão de incorporação de sistema de apresentação por biometria no SEEU depende de desenvolvimento a ser realizado pela equipe do PJSC.

Como é no eproc​:

Em fase de testes, o módulo de biometria similar ao SAJ funciona sem a necessidade de intervenção dos servidores das varas, através de autoatendimento e com controle automatizado das apresentações em atraso, inclusive com compatibilidade às impressoras e leitores biométricos já adquiridos e em uso pelo PJSC. O projeto piloto encontra-se instalado na 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, apenas aguardando o fim das suspensões das apresentações para dar continuidade à realização dos testes.

Retrocesso no PJSC​:

Considerando que qualquer novo desenvolvimento depende do CNJ, o PJSC fica na dependência deste para quaisquer evoluções do sistema. Ainda que haja a implementação, ela precisaria ser compatível com as atuais regras de negócio e equipamentos já adquiridos pelo TJSC. Na hipótese de inclusão do SEEU na Plataforma Digital do Poder Judiciário brasileiro - PDPJ-Br, o PJSC poderia adaptar seu módulo de biometria e disponibilizá-lo por meio de serviços na nuvem.

1.5 Distribuição de Mandados Como é no SEEU​:

Permite a distribuição de mandados somente para localidades do mesmo foro.

Como é no eproc​:

Custo dos certificados emitidos entre março de 2017 a fevereiro de 2018

R$ 265.319,92 Custo dos certificados emitidos entre

março de 2018 a fevereiro de 2019

R$ 148.848,80 Custos dos Certificados emitidos entre

março de 2019 a fevereiro de 2020

R$ 289.349,68

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Possui sistemática de distribuição de mandados às centrais de acordo com a localidade de destino. Centrais compartilhadas permitem a remessa automatizada de mandados entre comarcas (fim das cartas precatórias).

Retrocesso no PJSC​:

Necessidade de expedição de cartas precatórias para intimação/citação de partes em localidades distintas do foro de lotação do processo. Como os oficiais de justiça trabalham por zona, a utilização do SEEU implica em todos os oficiais de justiça utilizarem mais de um sistema, além de certificado digital para poder certificar o cumprimento dos mandados. Para referência, o quadro abaixo relaciona os mandados emitidos apenas nas 7 (sete) unidades exclusivas de execução penal no mês setembro de 2020.

Previsão de correção do CNJ para 16/11/2020, contudo este item do cronograma já se encontra em atraso.

1.6. Competências/Lotações Como é no SEEU​:

Existe dentro de uma mesma unidade judicial no SEEU a separação por competência - regime fechado/semiaberto e regime aberto/penas alternativas. Uma vara que tenha ambas as competências tem duas lotações para magistrados e servidores, o que exige alternância manual entre elas para acessar os processos. Quando é necessária a redistribuição de processos entre competências da mesma vara, o sistema exige a intervenção obrigatória de um distribuidor, inclusive com a necessidade de emissão de uma certidão para efetuar a operação.

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Cada vara tem apenas uma lotação. Se a unidade trabalha com ambas as competências, os processos são distribuídos para a vara, sendo organizados em um único "fluxo".

Retrocesso no PJSC​:

Todas as 33 unidades do PJSC de comarcas com estabelecimentos prisionais, exceto a Vara Regional de Curitibanos, trabalham com ambas as competências. Sendo assim, com a implantação do SEEU, servidores e magistrados precisarão alternar constantemente as lotações para tramitar os processos. Ademais, sempre que houver alteração de competência de um feito, por exemplo, diante da progressão do regime semiaberto para o aberto, será necessário alterar a competência do PEC para ajuste da lotação, muito embora se trate da mesma vara. É como se precisasse redistribuir processos para a própria vara diante do ajuste da competência, com intervenção obrigatória de um segundo setor (Distribuição). Essa sistemática impõe trabalho extra às unidades, sobrecarregando-as ainda mais. Como ilustração desse prejuízo, destaca-se o esforço do Tribunal de Justiça do Ceará, que se viu forçado a criar uma nova unidade de distribuição criminal a partir da implantação do SEEU, trabalhando inicialmente com 5 pessoas para desincumbir as unidades desta função burocrática e desnecessária.

Há previsão de melhoria, pelo DMF, prevista para 21/12/2020. Contudo, da forma preconizada pelo DMF, essa melhoria apenas reduz a necessidade da existência de um distribuidor para mandar um processo de uma determinada unidade para ela mesma.

Comparativo de tempo​:

Na comparação entre o tempo gasto na redistribuição entre competências no caso de progressão de regime do semiaberto para o aberto, o SEEU leva 1 minuto e 49 segundos, enquanto no eproc essa operação não consome tempo algum da unidade judicial, pois é desnecessária.

Vídeo Comparativo ​Redistribuição​:

https://drive.google.com/drive/folders/1QkgUl8wB9mntz8kFlJNzmIMxR05i Az50

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1.7 Tecnologia Web Ultrapassada (dependência do JAVA) Como é no SEEU​:

No piloto na Vara de Direito Militar foi constatado que o SEEU apresenta problemas regulares de incompatibilidade com versão de navegador e versão do Java.

Como é no eproc​:

Esses problemas, que eram comuns na tecnologia do e-SAJ e constante fonte de reclamação entre os usuários internos e externos, foram completamente superados no PJSC com a implantação do eproc.

Retrocesso no PJSC​:

A dependência do Java cria recorrente necessidade de atualização e nova instalação de navegadores e seus componentes. Muitas vezes, essas instalações e configurações estão além das habilidades técnicas de magistrados e servidores, sendo necessária a intervenção de assistência técnica especializada. No período do piloto na Vara de Direito Militar da Comarca da Capital, foram registradas ocorrências nesse sentido. Em uma das ocasiões, o magistrado precisou aguardar 2 (duas) horas para assinar uma decisão urgente, enquanto a equipe técnica trabalhava na solução do problema.

1.8 Lentidão e travamentos Como é no SEEU​:

A experiência prática no projeto piloto no PJSC indica que o SEEU apresenta padrão constante de lentidão e travamentos. O CNJ informou que a estrutura do SEEU será migrada para a nuvem de uma empresa privada ( ​Amazon​) e que isso tende a solucionar os problemas apontados.

Como é no eproc​:

Nos mais de 2 (dois) anos de uso do sistema no PJSC, somente 3 (três) certidões de indisponibilidade tiveram origem em erros do sistema ou da infraestrutura que o sustenta. A história do PJSC com sistemas de desempenho insatisfatório se encerrou com a implantação do eproc, que exige menos infraestrutura que o antigo sistema (SAJ), indicando que problemas de desempenho estão muitas vezes relacionados à arquitetura do software.

Retrocesso no PJSC​:

Além do atraso na prestação jurisdicional, a lentidão no dia a dia das unidades contribui para o congestionamento de processos e até na saúde dos servidores e operadores do direito.

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1.9 Responsividade para ​tablets e ​smartphones Como é no SEEU​:

Inclui-se na conta do retrocesso tecnológico a ausência de responsividade do SEEU para ​smartphones e ​tablets.

​Como é no eproc​:

Todos os menus e principais ações no eproc estão adaptados aos formatos para ​smartphones e ​tablets , que se inseriram rapidamente no uso comum de magistrados e servidores usuários do eproc, desde o projeto piloto na Vara da Fazenda Pública de Palhoça, em julho de 2018.

Retrocesso no PJSC​:

Nota-se nesse ponto especial retrocesso para o plantão. A responsividade do eproc, aliada à assinatura eletrônica (por ​login e senha), simplifica o plantão judiciário, pois dispensa que magistrados e servidores fiquem “amarrados” a equipamentos específicos ( ​notebooks previamente configurados por causa de navegadores específicos, versões de java e certificado digitais) e diminui drasticamente a chance de precisarem se deslocar ao fórum pra isso.

1.10 Outras atividades

De modo geral, observou-se na unidade piloto do SEEU no Poder Judiciário catarinense que todas as atividades são realizadas com maior agilidade, eficiência e automação no eproc. Os dados abaixo demonstram as diferenças de tempos medidos em diversas atividades comuns em operações cotidianas da competência da Execução Penal:

Vídeos Comparativos para ​expedição de ofício, assinatura de despacho, visualização de autos, envio a conclusão entre outros.

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https://drive.google.com/drive/folders/1QkgUl8wB9mntz8kFlJNzmIMxR05i Az50

Esse conjunto de funcionalidades com desempenho deficitário do SEEU em relação ao eproc, além das demais dificuldades apresentadas neste capítulo e identificadas através de contatos estabelecidos com outros tribunais que já adotaram o SEEU, permitem afirmar inequivocamente que a implantação do novo sistema trará consigo a necessidade premente de reforço de pessoal em todas as unidades criminais com volume significativos de processos de execução penal, notadamente as 33 unidades em comarcas com unidades prisionais.

A partir dos dados de desempenho do SEEU (estimados em visita feita à VEP de Curitiba, em junho de 2019, berço do SEEU, onde se constatou a necessidade de um servidor para cada 450 processos, a fim de manter em dia a previsão de benefícios e demais rotinas, bem como da realidade observada em outros tribunais) e do eproc (conforme aferido na Divisão de Tramitação Remota da Execução Penal, onde cada servidor consegue manter 1.000 processos em dia), é possível estimar a necessidade de acréscimo de 55 (cinquenta e cinco) novos servidores, conforme demonstrado na planilha abaixo, onerando a implantação do SEEU no PJSC no mínimo em mais R$ 4.669.500,00 (quatro milhões seiscentos e sessenta e nove mil e quinhentos reais anuais) anuais. Parte-se do custo anual do Técnico Judiciário Auxiliar em início de carreira, calculado em R$ 84.900,00 (oitenta e quatro mil e novecentos reais). Se a estimativa fosse com novos cargos de nível superior, analistas jurídicos, o custo anual passaria dos 7 milhões de reais (o que deverá ser a tendência, considerando a obsolescência das funções dos técnicos judiciários diantes das novas rotinas impostas pela automatização dos últimos anos e dos próximos).

SERVIDORES EXISTENTES E NECESSÁRIOS NAS 33 VARAS QUE CONTAM COM UNIDADE PRISIONAL

Comarca Vara Servidores Exclusivos da Execução Penal em Cartório Força de trabalho total, incluindo DTR e os servidores não exclusivos Acervo Acréscimo para tramitar no seeu - 450 pecs/servid or Acréscimo para tramitar no eproc - 1000 pecs / servidor Capital Vara de Execuções Penais 3 7.5 4560 2.63 -2.94

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Chapecó 3ª Vara Criminal 5 5 4409 4.80 -0.59 Criciúma Vara de Execuções Penais 3 7.5 3444 0.15 -4.06 Curitibanos Vara Regional de Execuções Penais 3 7 2394 -1.68 -4.61 Itajaí Vara de Execuções Penais 6 6 4589 4.20 -1.41

Joinville 3ª Vara Criminal 7 7 9372 13.83 2.37

São José

Vara Regional de

Execuções Penais 4 4 4427 5.84 0.43

DSJPG DTREP 13 -

-Araranguá 2ª Vara Criminal 1 1 1231 1.74 0.23

Barra Velha 2ª Vara 1 1 456 0.01 -0.54

Biguaçu Vara Criminal 0 0.5 618 0.87 0.12

Blumenau 3ª Vara Criminal 1 1 3673 7.16 2.67

Brusque Vara Criminal 1 1 1029 1.29 0.03

Caçador Vara Criminal 0 0.5 1106 1.96 0.61

Campos

Novos Vara Criminal 0 0.5 534 0.69 0.03

Canoinhas Vara Criminal 0 0.5 806 1.29 0.31

Concórdia Vara Criminal 1 1 1025 1.28 0.02

Imbituba 2ª Vara 1 1 514 0.14 -0.49

Indaial Vara Criminal 0 0.5 544 0.71 0.04

Itapema Vara Criminal 1 1 756 0.68 -0.24

Jaraguá do

Sul 2ª Vara Criminal 1 1 1938 3.31 0.94

Joaçaba Vara Criminal 0 0.5 444 0.49 -0.06

Laguna Vara Criminal 1 1 341 -0.24 -0.66

Mafra Vara Criminal 1 1 395 -0.12 -0.61

Maravilha 2ª Vara 1 1 383 -0.15 -0.62

Porto União Vara Criminal 0 0.5 866 1.42 0.37

Rio do sul Vara Criminal 1 1 958 1.13 -0.04

São Francisco do

Sul Vara Criminal 1 1 560 0.24 -0.44

São José do

Cedro Vara Única 2 2 267 -1.41 -1.73

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Registre-se, por oportuno, que Lei Complementar n.º 173, de 27 de maio de 2020, que estabeleceu o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19), limitou, em seu artigo 8º, custos com a criação de cargos que impliquem em aumento de despesa até 31 de dezembro de 2021, conforme transcrito abaixo:

Art. 8º Na hipótese de que trata o art. 65 da Lei Complementar

nº 101, de 4 de maio de 2000, a União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios afetados pela calamidade pública decorrente da pandemia da Covid-19 ficam proibidos, até 31 de dezembro de 2021, de:

[...]

II - criar cargo, emprego ou função que implique aumento de

despesa;

2. Integrações

Está previsto, para viabilizar a implantação do SEEU no PJSC, o desenvolvimento de integrações internas (ação penal, Segundo Grau, mandados, certidões) e externa, com o Ministério Público.

Em que pese essa previsão, o SEEU ainda não possui integração com a ação de conhecimento (integração 1G) tampouco com os recursos do Tribunal de Justiça (integração 2G), notadamente os agravos em execução. Ou seja, em ambos os casos, os documentos necessários para o andamento processual precisam ser encaminhados via malote digital ou e-mail e cadastrados manualmente na unidade de destino.

do Oeste

Tijucas Vara Criminal 1 1 948 1.11 -0.05

Tubarão 2ª Vara Criminal 2 2 1503 1.34 -0.50

Videira Vara Criminal 1 1 544 0.21 -0.46

Xanxerê Vara Criminal 1 1 563 0.25 -0.44

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Da mesma forma, o SEEU ainda não possui integração com o Sistema Integrado de Segurança Pública de Santa Catarina - SISP, no tocante à comunicação de expedição e baixa dos mandados de prisão, o que exige o envio por e-mail dos mandados e um controle manual das baixas.

Todas as integrações supracitadas estão previstas no cronograma de desenvolvimento assumido pelas partes (PJSC e CNJ) e devem ser entregues antes da implantação do sistema. Entretanto, divergências quanto à abrangência do significado do termo ​integração pelas equipes técnicas do CNJ e PJSC indicam que não haverá solução viável no curto prazo. Cite-se como exemplo a integração 2G: a entrega feita pelo CNJ não atende completamente as necessidades do PJSC para que esta integração ocorra sem trazer retrocessos à atual realidade do trâmite processual no eproc, conforme exposto no item 2.2 abaixo.

Registre-se, também, que as integrações com o SEEU não se dão exclusivamente pelo padrão do Modelo Nacional de Interoperabilidade - MNI, estabelecido e regrado pelo próprio CNJ. Em contrapartida, todas as integrações do eproc com Ministério Público, procuradorias etc., atendem ao padrão MNI. Esse descompasso gera despadronização e aumento do custo de manutenção dessas integrações pelo time de desenvolvimento do eproc.

Nesse sentido, a adoção do SEEU, da forma como preconizada pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas - DMF/CNJ, significa a utilização concomitante e permanente de dois sistemas de acessos distintos com formas distintas de trabalho, assinaturas, minutas, certificados digitais, com implicações diretas na usabilidade e na produtividade das unidades judiciais afetadas.

O SEEU, ao ser implantado em Santa Catarina neste modelo, tornar-se-á um “corpo estranho” no conjunto de soluções referentes aos sistemas judiciais, destoando das soluções empregadas e forçando a construção de uma série de integrações que não seriam necessárias, porque as soluções consagradas atualmente em uso são, em sua maioria, nativamente integradas.

Registre-se, ainda, que as integrações necessárias para implantação do SEEU não são para compartilhamento de dados estatísticos; são integrações funcionais, das quais o correto funcionamento é condição determinante para o bom andamento do trâmite processual. É sabido de todos que esse nível de acoplamento entre sistemas produz ambientes de difícil manutenção e evolução e muitas vezes

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mais suscetíveis a erros e problemas em cada atualização de uma das pontas. Abaixo segue registrado breve descrição do volume de esforços que atualmente estão sendo empregados para garantia do funcionamento mínimo do SEEU para não conflitar com as demais soluções computacionais do PJSC e das entidades que atuam na execução penal no estado de Santa Catarina.

2.1 Troca de Informações com as varas de origem Como é no SEEU​:

Não existe até o momento qualquer tipo de integração. Envio e recebimento de informações (novas condenações, ofícios, comunicações de extinção de pena e outras) precisam ser feitas através do malote digital/e-mail.

Como é no eproc​:

Novas condenações e ofícios são encaminhados diretamente via eproc a partir da emissão de um único evento no processo de origem, que envia a informação diretamente ao processo de destino, independente da vara. Dispensa o uso de qualquer sistema externo. A comunicação é instantânea e juntada automaticamente no processo de destino como uma petição intermediária, requerendo apenas a análise e impulso do processo (Eventos Expedida Ficha Individual/Guia de Recolhimento, Expedição de Ofício).

Retrocesso no PJSC​:

Perda de automação para troca de informações entre varas de condenação e varas de execução. Novos PECs precisam ser enviados por malote digital, requerendo a intervenção de distribuidores ou algum servidor da vara de destino para cadastramento do processo e importação das peças. A constante troca de ofícios deverá ser feita por malote digital, requerendo mais tempo tanto das varas criminais como de varas de execução penal (extração de arquivos PDF devendo observar o limite de tamanho, envio por malote digital, salvar comprovante - abertura malote digital,​download, importação manual ao processo). O CNJ informou que fará a integração, mas somente para o cadastro de novas condenações.

2.2 Troca de Informações com o Segundo Grau Como é no SEEU​:

Não existe até o momento qualquer tipo de integração: envio e recebimento de informações/recursos (Agravo em Execução, Cartas de Ordem, HC) precisam ser feitos através de malote digital/e-mail e cadastro manual.

Em reunião das equipes técnicas do projeto de implantação CNJ/PJSC, em 29 de setembro de 2020, o CNJ apresentou a integração do SEEU com o Segundo Grau. Trata-se apenas da remessa e devolução dos agravos de execução.

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No modelo apresentado pelo CNJ, os agravos entrarão como petições intermediárias. Assim, precisarão ser cadastrados os incidentes, gerados novos números, juntadas as peças e realizadas as remessas, tudo de forma manual, onerando as atividades dos cartórios das varas com competência em execução penal.

Eventos de comunicação automática do acórdão ainda não foram contemplados. Muito embora a equipe do CNJ tenha informado da viabilidade desse desenvolvimento, não houve compromisso de entrega antes da implantação do SEEU no PJSC.

As comunicações dos processos originários do Segundo Grau (Habeas Corpus) ainda não foram contempladas nessa versão da integração. O corpo técnico do CNJ sugeriu o uso do malote digital.

Na integração proposta pelo CNJ, não há previsão de visualização do PEC pelo relator do processo do Segundo Grau, seja este originário do SEEU ou do Tribunal.

Há no ​backlog de desenvolvimentos a criação de uma consulta pública aos documentos, no entanto, sem previsão de data para entrar em produção. A equipe do CNJ sugeriu que nos casos em tela seja dado acesso a usuário de consulta no SEEU para uso dos desembargadores.

Também não está contemplada ainda a baixa em diligência. Como é no eproc​:

Sistema totalmente integrado ao Segundo Grau de jurisdição, permitindo a troca rápida de informações entre eproc 1G e 2G, inclusive com comunicação instantânea a partir das decisões proferidas. Pedidos de informações são prestados no processo do eproc 1G e comunicados automaticamente ao processo do eproc 2G mediante o lançamento de um único evento

Retrocesso no PJSC​:

Perda de toda a automação existente, exigindo o retorno aos malotes digitais para qualquer troca de informações com os originários de Segundo Grau. Atualmente, a unidade de Primeiro Grau precisa cadastrar manualmente os recursos e encaminhá-los ao Segundo Grau.

Havendo a integração, no modelo apresentado, o impacto também recairá sobre as unidades judiciais de Primeiro Grau, que deverão cadastrar os agravos no SEEU e realizar a juntada das peças para envio pela integração.

No atual modelo de integração apresentado, há perda significativa pelo Segundo Grau do acesso rápido à informações do processo de execução, seja para análise de recurso ou de processo originário.

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2.3 Rotina Mandados de Prisão - Rol Foragidos Como é no SEEU​:

Não existe nenhuma integração com o SISP. Como é no eproc​:

Os registros dos mandados de prisão (emissão, cumprimento e revogação) são encaminhados ao rol da CGJ, que é integrado ao SISP, ficando disponível no sistema da Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) para consulta e cumprimento facilitado pelas autoridades policiais, tudo de forma integrada.

Retrocesso no PJSC​:

Retrocesso ao ano de 2010, em que mandados de prisão precisavam ser emitidos e enviados por e-mail à autoridade policial para cumprimento. O CNJ informa que passará a documentação ao PJSC para que permita a integração dos mandados de prisão com o SISP, porém o desenvolvimento ficará a cargo do PJSC.

2.4 Certidões Como é no SEEU​:

Não existe nenhum sistema de certidões próprio do SEEU. Como é no eproc​:

Todos os dados dos processos estão integrados às bases da CGJ (rol de processos em andamento e de culpados). O sistema de certidões do TJSC considera processos de todas as competências.

Retrocesso no PJSC​:

Necessidade de adaptação do sistema de certidões e rotinas com a CGJ para considerar dados do SEEU sob o risco das certidões possuírem dados incompletos (falsos negativos). Pode implicar na necessidade de emissão de 3 certidões para ter validade (hoje é preciso uma do SAJ e outra do eproc)

2.5 Correios (vPost) Como é no SEEU​:

Possui integração com os serviços dos Correios através de módulo específico desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Porém, ainda não suportando o conceito de “multi-tribunal”, ou seja, passível de parametrizações específicas para cada um dos Tribunais que aderiram ao SEEU.

Em reunião semanal de governança entre as equipes do PJSC e CNJ, realizada em 15/10/20, foi trazida a informação de que o SEEU deveria se adequar à recém-lançada Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro (PDPJ-Br), fruto da Resolução CNJ n.º 335/20, que se trata de um sistema multisserviço, que, além de unificar o trâmite processual no país, permitirá a realização de adequações de

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acordo com as necessidades de cada tribunal. Sendo assim, a equipe do CNJ não informou ainda qual o calendário específico para desenvolvimento desta solução, visto que será desenvolvida na estrutura da nova plataforma.

Como é no eproc​: Plenamente integrado.

3. Modelo de implantação

A implantação do SEEU é integralmente baseada na imposição da implantação de um sistema monolítico, mediante migração “big bang” de todos os processos, obrigando a adoção dos trâmites e práticas de uso definidas de forma centralizada e sem contexto das realidades locais, gerando altos custos e perpetuando dependências altamente contraproducentes na gestão de sistemas.

3.1 Migração

A migração para o SEEU é dividida em 3 etapas: extração, migração e implantação. Os arquivos em formato PDF são extraídos da base de dados para um HD externo (!) e enviados por via aérea para Brasília.

Concomitantemente, um conjunto de servidores em regime de força-tarefa atuam no novo sistema de forma a implantar os dados das penas para permitir os cálculos dos benefícios. Para a execução deste serviço, esses servidores precisam visualizar os dados no sistema do TJSC, já que os arquivos em formato PDF só são importados ao processo semanas depois (em outros tribunais já levaram até 6 meses) do translado artesanal para Brasília.

Destaque-se, ainda, que a migração para o SEEU implica na suspensão de expedientes, prazos e formação da referida força-tarefa para implantação dos dados, a ser formada por servidores especialistas na área (que existem em número reduzido).

Outros tribunais relatam que a implantação é problemática, trabalhosa e demorada, tendo alguns tribunais materializado processos já digitais para tramitar demandas urgentes durante a migração, considerando que os arquivos em formato PDF não são importados imediatamente ao SEEU.

Para Santa Catarina, o DMF/CNJ, em reunião realizada no último dia 8 de outubro, apontou a necessidade de convocação de 160 (cento e sessenta)

(25)

servidores para composição da força-tarefa de implantação, estimando que a implantação poderia ser concluída em 1 (um) mês, computando, inclusive, finais de semana.

Em cálculo preliminar, a convocação de 160 (cento e sessenta) servidores por 1 (um) mês, incluindo finais de semana, custaria, somente em diárias, o valor de R$ 1.526.400,00 (um milhão quinhentos e vinte e seis mil e quatrocentos reais).

(​https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/diarias-auxilio-combustivel-e-adicional-de-emba rque-e-desembarque)

Apenas a título comparativo, a migração SAJ-eproc é limpa e imediata, respeitando-se a capacidade de migração das unidades judiciais. Assim que migrados, tanto os dados e documentos quanto as movimentações são instantaneamente inseridos no novo sistema permitindo a tramitação do processo normalmente. Para os cálculos de penas, é necessário alimentar a calculadora de penas. As varas têm absorvido o esforço de migração ao expediente normal, sem necessidade de suspensão de prazos ou utilização de força-tarefa. Algumas varas têm efetuado a migração de processos em horários alternativos, por vontade própria, tendo em vista o grande benefício dessa migração.

3.2 Dependência Tecnológica

Outro aspecto prejudicial da implantação do SEEU, no formato escolhido pelo DMF/CNJ, envolve a perda total da autonomia no controle e evolução do sistema de execução penal no Poder Judiciário de Santa Catarina. Isso porque, o SEEU funciona com uma arquitetura de​nuvem, em que todo o sistema é controlado pelo CNJ.

Na prática, todos os processos de execução penal são digitalizados e literalmente “levados” a Brasília por meio de HDs externos com os arquivos em formato PDF dos processos. A partir deste momento, os servidores do PJSC atuarão à distância nesta nuvem do SEEU para o trâmite dos processos de execução penal.

Esta arquitetura diverge frontalmente daquela utilizada pelo Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP 2.0), instituído e regrado pelo próprio CNJ. Neste caso, os dados processuais são encaminhados por meio de serviços eletrônicos (​webservices) de trocas de informações processuais entre o sistema do tribunal (no caso do PJSC, o eproc) e o sistema do BNMP. Ressalta-se que esta é

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uma arquitetura de integração que preserva a autonomia institucional e dos sistemas envolvidos.

No modelo do SEEU, o sistema computacional, os dados processuais e os documentos ficam no ​datacenter do CNJ em Brasília. Não há gerência possível das equipes técnicas do PJSC para correções e evoluções. Não há autonomia do PJSC sobre a inovação tecnológica das atividades relacionadas à execução penal.

Eventual assento do PJSC no comitê de governança do SEEU poderá conferir participação nas decisões referentes às diretrizes e inovações do sistema, mas não se compara com a autonomia e velocidade das decisões locais executadas pelo próprio tribunal atualmente.

3.3 Dependência Operacional

A implantação de sistema diverso do eproc no PJSC implicará na necessidade de imediato incremento de equipe para gestão operacional do sistema e suporte de primeiro nível, que já atua no limite da capacidade operacional atendendo à apenas um sistema.

Da mesma forma, podem-se prever prejuízos à operação também no que tange à prestação de suporte de segundo nível e correções do sistema. No modelo de implantação do SEEU, o suporte de segundo nível é prestado exclusivamente pelo CNJ.

Todas as demandas de todos os tribunais são encaminhadas para um único e-mail do CNJ (sistemasnacionais@cnj.jus.br). Não há sistema de​Help Desk, ou seja, um tipo de software​commoditie utilizado normalmente, tanto em empresas como instituições públicas, em operações desta monta, que envolvem milhares de usuários diários. Frisa-se também que este canal único atende os problemas reportados por todos os tribunais para todos os sistemas mantidos pelo CNJ (SNBA, SISBAJUD, CNCIA, BNMP etc.). Esse modelo frágil de registro e acompanhamento das demandas faz com que o atendimento seja moroso até sua plena resolução ou, simplesmente, a demanda não seja atendida.

Atualmente, o PJSC tem autonomia sobre o suporte de segundo nível do eproc (correção de erros de sistema), dando a devida prioridade para execução penal, réus presos e demais incidentes que impactam na operação de competências sensíveis.

(27)

Diante de erros constatados no SEEU, o PJSC estará 100% dependente da equipe do CNJ, que recebe demandas do país inteiro. Nossa experiência dá conta que o suporte prestado pelo CNJ ao seus sistemas, como no caso do BNMP e

Sisbajud, por exemplo, não tem sido eficiente

(​https://drive.google.com/file/d/1ntTUimtsiVU_BhLqMqbsX3sNfeYVBAZh/view?usp= sharing). Nesse caso, todo erro de sistema exigirá a intervenção da equipe de desenvolvedores própria do CNJ.

Considerando a sensibilidade da área de execução penal, qualquer indisponibilidade do sistema gera riscos altíssimos ao Judiciário, às partes e à sociedade. Praticamente todas as decisões têm caráter de urgência e uma indisponibilidade em horário crítico pode acarretar em impossibilidade de execução de atos urgentes, como a emissão de um alvará de soltura, o que nos causa muita apreensão.

3.4 Cultura de uso do sistema

Talvez o ponto mais importante de defasagem do SEEU em relação ao eproc e também o ponto mais crítico da escolha do DMF/CNJ nesse formato de implantação esteja nas funcionalidades relativas à inserção das informações dos dados criminais que serão utilizados no sistema para cálculo da pena e previsão da concessão de benefícios.

O SEEU torna mais difíceis e complicadas as atividades que já eram complexas no SAJ, sendo o principal exemplo dessa difícil usabilidade o “histórico de partes”. Nessa ferramenta, todos os eventos que ocorrem durante o processo são manualmente informados pelos servidores de cartório, independentemente de influenciarem, ou não, no cálculo dos benefícios.

Qualquer alteração em um evento demanda muito trabalho por parte das unidades. Por vezes, o usuário tem que esperar minutos para conseguir acessar o histórico e cada alteração leva tempo considerável para ser realizada. O resultado observado na prática pelos usuários é que o “histórico de partes” perdeu sua confiabilidade para controle dos benefícios da execução penal.

O modelo de registro de dados do SEEU é uma versão mais complexa do histórico de partes, fadado, portanto, ao descrédito e consequente abandono pelos usuários.

(28)

O abandono da ferramenta e o uso de outras calculadoras externas não são os piores efeitos gerados pela complexidade de preenchimento do histórico de partes e pela falta de confiabilidade quanto ao efeito de cada dado inserido para o cômputo da previsão de benefícios. Além da possibilidade de erros, a falta de transparência e clareza criam oportunidades para fraudes. Possivelmente essas brechas fundamentaram o pedido de busca º110/DIPC/2020, de 14 de setembro de 2020, feito pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Santa Catarina, através do qual solicitou informações relativas ao SEEU, “​acerca de fraudes em execuções

penais, bem como alteração de dados no sistema”, a pedido da Polícia Civil de São

Paulo.

Por outro lado, o controle dos dados de condenação do eproc foi concebido por servidores e magistrados da execução penal do PJSC e prima pela simplicidade de preenchimento para geração da máxima automação, como se demonstrará adiante. Ademais, toda e qualquer alteração de dados é auditada e eventual denúncia de fraude pode ser apurada pela própria equipe de sustentação do sistema.

A implantação do SEEU, no atual modelo, não considera a cultura de eficiência construída nos últimos 20 anos pelo PJSC de observação e experimentação que resultaram no modelo desenvolvido para o eproc no âmbito da Justiça Catarinense.

Conclusões

O presente relatório, pautado no comparativo prático entre os sistemas eproc e SEEU, demonstra com clareza cristalina o retrocesso e as perdas que o SEEU representa ao PJSC. Contudo, a maior de todas as perdas ainda é intangível: os desenvolvimentos futuros planejados para a execução penal no eproc.

Atualmente, mais de 70% das atividades de cumprimento de decisões se dá de forma automática na Divisão de Tramitação Remota da Execução Penal - DTR. Em breve esse percentual pode chegar a 100%. Será possível a gestão de uma execução penal estadualizada, praticamente sem acréscimo de servidores naquela DTR, para controle e tramitação de todos os processos de regime fechado e semiaberto do estado.

Com poucos desenvolvimentos, será possível fazer a progressão de regime chegar pronta para o magistrado decidir, sem intervenção de assessores e

(29)

outros servidores. Será possível ensinar o sistema a fazer essas decisões. Ao juiz caberá apenas conferir e assinar.

O ​roadmap do eproc para a execução penal traz ainda outras evoluções que poderiam ser compartilhadas com o SEEU e outros sistemas se a implantação fosse baseada na interoperabilidade de dados, seguindo as diretrizes da Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro (PDPJ-Br), estabelecida na Resolução CNJ n.º 335/2020, tais como: a implementação do supercálculo, a intimação com biometria nos estabelecimentos prisionais, a integração com administração prisional para atualizar o local do preso e a instrução automática de benefícios.

Na contramão da cooperação, da integração e da competitividade sadia, a implantação do SEEU no PJSC e a política de sistema único irão prejudicar as referidas evoluções e conduzirão magistrados e servidores à rotinas antigas e ineficientes que eram praticadas nas unidades judiciais com competência da execução penal.

Dito isso, o presente relatório demonstra com clareza a distância tecnológica entre o eproc e o SEEU. Como decorrência direta dessa distância, a implantação do novo sistema trará evidentes e claros prejuízos à autonomia administrativa e à gestão operacional do PJSC, mas, sobretudo, trará retrocessos à agilidade e segurança na tramitação dos processos de execução penal em Santa Catarina.

Destaque-se, por fim, que a criação de um ​Sistema Eletrônico de Execução Unificado​, eixo do elogiável programa Justiça Presente - atualmente denominado de Fazendo Justiça -, é ferramenta essencial para o amadurecimento da visão nacional da situação carcerária no Brasil, com foco na resolução de seus principais problemas e mazelas sociais deles decorrentes.

Contudo, do ponto de vista técnico, a objeção ao SEEU reside tão somente nas escolhas tecnológicas ultrapassadas mediante a implantação compulsória de um sistema único e monolítico, em contraposição às melhores práticas atuais de interoperabilidade de dados para aplicação em soluções de ​big

data e de evolução colaborativa e comunitária.

A implantação do SEEU, nesse modelo, gerará novos e variados custos: custos em contratos e gestão operacional, custos em capacitação e contratação de pessoal, bem como prejuízo certo à imagem do PJSC junto à comunidade jurídica.

(30)

Somente considerando os custos de imediata contabilização, apresentados neste documento, é possível inferir que a implantação do SEEU acarretará em despesas diretas de valor próximo à 6,5 (seis e meio) milhões de reais só no primeiro ano.

O SEEU é, de fato, uma grande ideia, mas que não vem sendo bem aproveitada pela imposição de um modelo que desconsidera as soluções locais e os diferentes graus de desenvolvimento tecnológico dos tribunais que compõem este país, marcado por dimensões e diferenças continentais.

Nesse sentido, diante de todo exposto, o que se propõe é que a adoção do SEEU em Santa Catarina dê-se mediante a construção de novo acordo, que viabilize a integração do PJSC à política nacional de execução penal, por meio da interoperabilidade entre o eproc e o SEEU, respeitando o pressuposto básico da integração e padronização total de dados, e efetivamente realizada pela colaboração do PJSC na criação e disponibilização de novos módulos voltados à execução penal, em conformidade com a Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro (PDPJ-Br), para crescimento exponencial das ferramentas de sistema que tornarão a execução penal em Santa Catarina e no Brasil mais automatizada, célere e humana, com baixo custo de implantação e respeito às realidades locais.

É a manifestação que, ​sub censura, eleva-se à judiciosa consideração de Vossa Excelência.

Florianópolis, 20 de outubro de 2020.

___________________________________ Cassiano Reis

Coordenador da Assessoria de Planejamento - ASPLAN

___________________________________ Marcos Raccioppi

(31)

C

ONCLUSÃO

Faço, nesta data, os autos do processo conclusos ao Senhor Presidente do Conselho Pleno para distribuição.

Florianópolis, 03 de dezembro de 2020

Débora Vanin Souto

Coordenadora Conselho Pleno

D

ESPACHO

Distribua-se, o presente processo para julgamento do feito ao Relator(a) do Egrégio Conselho.

Florianópolis, 03 de dezembro de 2020

Rafael de Assis Horn

Presidente

C

ERTIDÃO DE DISTRIBUIÇÃO AUTOMÁTICA

Certifico, nesta data, a distribuição automática do processo em referência, por meio de sorteio eletrônico, ao (à) Conselheiro(a) LEONARDO PEREIMA DE OLIVEIRA PINTO.

Florianópolis, 03 de dezembro de 2020

Débora Vanin Souto

Coordenadora Conselho Pleno

R

EMESSA

Certifico, nesta data, a remessa dos autos do processo em referência em meio digital ao (à) Conselheiro (à) LEONARDO PEREIMA DE OLIVEIRA PINTO.

(32)

Processo nº 35/2020 – CP

Assunto: Relatório Técnico de retrocessos do SEEU em relação ao e-PROC.

RELATÓRIO

Cuida-se de pedido de apoio formulado pelo Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Desembargador Ricardo Roesler, “para implementação da solução sugerida pela equipe

técnica deste Tribunal junto ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ”,

através do Ofício nº 3642/2020-GP.

Tal pleito veio acompanhado de Relatório Técnico de Retrocesso do SEEU em relação ao eproc, elaborado pela Diretoria de Suporte à Jurisdição de Primeiro Grau do TJSC, visando “apresentar

dados técnicos – coletados durante os últimos 8 (oito) meses do projeto piloto de implantação do SEEU, realizado na Vara de Direito Militar da Comarca da Capital – referentes aos impactos da implantação do SEEU em todas as unidades com competência para execução penal no Poder Judiciário Catarinense”.

Neste documento, foram identificadas “as principais

diferenças tecnológicas e de usabilidade entre o eproc, na versão implantada em todas as competências do PJSC, e a versão do SEEU em uso no projeto piloto na Vara de Direito Militar da Capital”, tendo ao seu

final concluído “com clareza a distância tecnológica entre o eproc e o

SEEU”, motivo pelo qual “a implantação do novo sistema trará evidentes e claros prejuízos à autonomia administrativa e à gestão operacional do

(33)

tramitação dos processos de execução penal em Santa Catarina”, bem

como gerará novos e variados custos “com contratos e gestão

operacional” e “com capacitação e contratação de pessoal”, além de “prejuízo certo à imagem do PJSC junto à comunidade jurídica”.

Destarte, o Tribunal de Santa Catarina solicita o apoio da OAB/SC perante o CNJ, para que “a adoção do SEEU em Santa

Catarina dê-se mediante a construção de um novo acordo, que viabilize a integração do PJSC à política nacional de execução penal, por meio da interoperabilidade entre o eproc e o SEEU, respeitando o pressuposto básico da integração e padronização total de dados, e efetivamente realizada pela colaboração do PJSC na criação e disponibilização de novos módulos voltados à execução penal, em conformidade com a Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro (PDPJ-Br), para crescimento exponencial das ferramentas de sistema que tornarão a execução penal em Santa Catarina e no Brasil mais automatizada, célere e humana, com baixo custo de implementação e respeito às realidades locais”.

É o relatório.

VOTO

Através da Resolução nº 280/2019, o Conselho Nacional de Justiça estabeleceu que “A partir de 30 de junho de 2020,

todos os processos de execução penal nos tribunais brasileiros deverão tramitar pelo SEEU”, sendo que “A data prevista no caput do presente artigo poderá ser alterada mediante resolução conjunta das Presidências do CNJ e do Tribunal local” (art. 3º, caput, e § 2º)..

(34)

a utilização do sistema eproc no âmbito do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, cuja implantação foi inúmeras vezes solicitada e amplamente apoiada pela Seccional Catarinense da OAB.

Como é público e notório, iniciou-se então um embate entre o CNJ e o TJSC - inclusive com manifestação de apoio da OAB/SC pela manutenção do sistema eproc e aforamento da ação judicial nº 5025629-06.2019.4.04.7200, perante a 4ª Vara Federal de Florianópolis, Santa Catarina -, razão pela qual, em 5 de dezembro de 2019, foi realizada audiência de conciliação entre estas entidades, ficando convencionado que “a implantação do SEEU iria começar (como

experiência piloto) pela Vara com competência Militar do TJ-SC, a partir de 02 de fevereiro de 2020, resultando reafirmados os compromissos anteriormente assumidos e a continuidade do processo de internalização do SEEU junto ao TJSC”.

Após 8 (oito) meses de operação do referido projeto piloto, sobreveio o mencionado relatório técnico de retrocessos do SEEU em relação ao eproc, onde ao longo de 25 páginas, a Diretoria de Suporte à Jurisdição de Primeiro Grau do TJSC estabeleceu um comparativo entre as principais funcionalidades do eproc e do SEEU, bem como a sua integração com o modelo já existente no Poder Judiciário de Santa Catarina.

Em suma, no tocante às funcionalidades, restou apontado que o SEEU: (i) exigirá muito mais tempo para cumprimento das decisões judiciais e controle das penas; (ii) ocasionará gastos extras aproximados de R$ 703.518,40 com a aquisição e manutenção de certificados digitais; iii) não prevê o controle das apresentações à Justiça por biometria; (iv) permitirá a expedição de mandados somente para localidades do mesmo foro; (v) apresenta tecnologia ultrapassada e

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eproc; (vi) não tem compatibilidade com smartphones e tablets; (vii) ensejará a necessidade de contratação de novos servidores para operação do sistema, ao considerável custo estimado de, no mínimo, R$ 4.669.500,00 anuais, inter alia.

Do mesmo modo, em relação às integrações, o relatório assinalou que o SEEU “ainda não possui integração com a ação

de conhecimento (integração 1G) tampouco com os recursos do Tribunal de Justiça (integração 2G), notadamente os agravos em execução penal”, bem como “não possui integração com o Sistema Integrado de Segurança Pública de Santa Catarina – SISP”, motivo pelo qual causará

também prejuízos na troca de informações com as varas de origem e com o TJSC, na expedição e revogação de mandados de prisão, na emissão de certidões e no envio de ofícios pelos correios.

Por fim, no concernente à implantação, a equipe técnica da Corte Catarinense afirmou que a migração para o SEEU será problemática, trabalhosa e demorada, necessitando a convocação de 160 servidores por 1 mês, ao custo de R$ 1.526.400,00, sem contar que haveria uma dependência tecnológica e operacional, já que tal sistema é controlado pelo CNJ.

Destarte, tendo em vista todas essas considerações que demonstram os inúmeros prejuízos operacionais, logísticos e financeiros com a implantação do SEEU nos moldes atuais, necessário o apoio da OAB/SC ao pleito apresentado pelo TJSC, conforme inclusive vem fazendo desde o início da operacionalização do eproc.

Afinal, o uso do eproc no âmbito do TJSC sempre foi uma das bandeiras e uma grande conquista desta Seccional Catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo que, na prática, tal sistema

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economicamente para todos.

Em contrapartida, como bem apontado no aludido relatório da equipe técnica do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o SEEU acabará trazendo evidentes retrocessos à agilidade e à segurança na tramitação dos processos de execução penal em Santa Catarina, acarretando ainda despesas diretas aproximadas de 6.5 milhões de reais, só no primeiro ano.

Ex positis, voto no sentido de acolher o pedido

formulado pelo TJSC, para que a adoção do SEEU em Santa Catarina dê-se mediante a construção de um novo acordo, que viabilize a integração do PJSC à política nacional de execução penal, por meio da interoperabilidade entre o eproc e o SEEU.

Florianópolis, 10 de dezembro de 2020

LEONARDO PEREIMA DE OLIVEIRA PINTO Conselheiro Relator

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Referências

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