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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA PHD 2552 Tratamento de Efluentes Líquidos Industriais

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA POLITÉCNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA

PHD 2552 – Tratamento de Efluentes Líquidos Industriais

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Prof. Roque Passos Piveli

Camilo Fragoso Giorgi 3727076 Lauro Massao Wada 3727736

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ÍNDICE

Introdução – Indústria Petroquímica ... 3

Resíduos de indústrias petroquímicas... 4

Efluentes líquidos da indústria petroquímica ... 7

Tipos de efluentes líquidos ... 7

Características das águas residuais ... 9

Tratamento dos efluentes de Indústria Petroquímica ... 13

Tipos de tratamento ... 13

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Introdução – Indústria Petroquímica

A cadeia de produção petroquímica utiliza matérias-primas derivadas do petróleo e do gás natural para a obtenção de intermediários e resinas termoplásticas, principais produtos petroquímicos de uso industrial, em termos de volumes de produção e faturamento.

Figura 1 - Foto de uma indústria petroquímica

Fonte: http://www.lubaosteeltube.com/images/yy-1.jpg

A cadeia petroquímica constitui-se de unidades ou empresas de primeira geração, segunda geração e terceira geração:

Primeira Geração – São as produtoras de petroquímicos básicos, produtos resultantes da primeira transformação de correntes petrolíferas (nafta, gás natural, etano etc.) por processos químicos (craqueamento a vapor, pirólise, reforma a vapor, reforma catalítica etc.). Os principais produtos primários são as olefinas (eteno, propeno e butadieno) e os aromáticos (benzeno, tolueno e xilenos). Secundariamente, são produzidos ainda solventes e combustíveis.

Segunda Geração – São as produtoras de resinas termoplásticas (polietilenos e polipropilenos) e de intermediários, produtos resultantes do processamento dos produtos primários, como MVC, acetato de vinila, TDI, óxido de propeno, fenol, caprolactama, acrilonitrila, óxido de eteno, estireno, ácido acrílico etc. Esses intermediários são transformados em produtos finais petroquímicos, como PVC, poliestireno, ABS, resinas termoestáveis, polímeros para fibras sintéticas, elastômeros, poliuretanas, bases para detergentes sintéticos e tintas etc.

Terceira Geração – São as empresas de transformação que fornecem embalagens, peças e utensílios para os segmentos de alimentação, construção civil, elétrico, eletrônico, automotivo, entre outros. As empresas transformadoras localizam-se, em geral, próximas ao mercado consumidor.

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Um esquema simplificado da cadeia petroquímica é mostrado na Figura 2.

Figura 2 – Esquema simplificado da cadeia produtiva petroquímica.

Resíduos de indústrias petroquímicas

A multiplicidade de processos utilizados e de produtos obtidos na indústria petroquímica nos dá uma visão da complexidade do problema dos efluentes nela gerados.

As atividades de uma indústria petroquímica acarretam muitos tipos de efluentes líquidos e os métodos de tratamento empregados cobrem toda uma gama de técnicas especiais.

Os controles dentro da própria fábrica constituem um dos primeiros passos a serem dados, antes da instalação de uma estação de tratamento. Tais controles incluem a recuperação de substâncias que não reagiram, recuperação de subprodutos, recirculação de água, redução de vazamentos e respingos e mudança nos métodos de processamento.

Esses controles podem redundar em uma redução das concentrações de quase todos os poluentes potenciais, além de reduzir os volumes de águas residuais a serem tratadas, o que é muito importante.

Os principais processos petroquímicos e os resíduos que poderão ocorrer estão relacionados na Tabela 1.

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Tabela 1 - Principais processos petroquímicos e resíduos produzidos (BRAILE e CAVALCANTI)

Processo Fonte Res/duos

Alquilação: etilbenzeno - Alcatrão, ácido clorídrico, soda cáustica, óleo.

Produção de amônia Desmineralização; regeneração; condensados do processo

ácidos, bases, amônia

Recuperação de aromáticos Água de extração; purificação de solvente

Hidrocarbonetos aromáticos, solventes, SO2, dietileno glicol.

"Cracking" catalítico Regeneração do catalisador Catalisador exaurido, finos do catalisador (sílica, alumina), hidrocarbonetos,

monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio. Catálise por "reforming" Condensados Catalisador (particularmente Pt, Mo),

hidrocarbonetos aromáticos, sulfeto de hidrogênio, amônia.

Processamento do cru Lavagem do cru Destilação primária

Sais inorgânicos, óleos, hidrocarbonetos solúveis em água.

Hidrocarbonetos, alcatrões, amônia, ácido, sulfeto de hidrogênio. Desidrogenação Butadieno a partir do butano e butileno Produção de cetona Estireno a partir do etilbenzeno Água de têmpera Resíduos de destilação Catalisador Condensados da torre de lavagem

Gases residuais, alcatrões, óleos, hidrocarbonetos solúveis.

Hidrocarbonetos poliméricos, hidrocarbo-netos clorados, glicerina, cloreto de sódio. Catalisador exaurido.

(Fe, Mg, K, Cu, Cr, Ni)

Hidrocarbonetos aromáticos, incluindo esti-reno, etilbenzeno e tolueno, alcatrões.

Dessulfuração - Sulfato de hidrogênio, mercaptanas. Extraçâo e purificação

Isobutileno Butileno Estireno

Resíduos ácidos e alcalinos Lavagens ácidas e alcalinas "Caudas" de destilação

Acido sulfúrico, hidrocarbonetos C4; soda

cáustica.

Acetona, óleos, hidrocarbonetos C4; soda

cáustica, ácido sulfúrico. Alcatrões pesados. Absorção do butadieno

Destilação extrativa

Solvente Solvente

Acetato cuproamoniacal, hidrocarbonetos C4, óleos. Furfural, hidrocarbonetos C4. Halogenaçío (principalmente cloração) Adição, em olefinas Substituição Separador Absorvedor de HC1, torre de lavagem Desidro-halogenação

Soda cáustica exaurida.

Cloro, ácido clorídrico, soda cáustica, hidrocarbonetos isoméricos e produtos clorados, óleos.

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Processo Fonte Resíduos

Hidrocarboxilação "Fundos" de destilação

Hidrocarbonetos solúveis, aldeídos.

Hidrocianação (para acrilonitrila ácido adípico, etc)

Efluentes do processo Cianetos, orgânicos e inorgânicos.

Isomerização em geral Efluentes do processo Hidrocarbonetos, alifáticos, aromáticos e alcatroes.

Nitração Parafinas Aromáticos

— Aldeídos, cetonas, ácidos, álcoois, olefinas. Acido sulfúrico, ácido nítrico, aromáticos. Oxidação

Fabricação do óxido de etileno e glicol

Efluentes do processo Cloreto de cálcio, água de cal, hidrocarbo-netos poliméricos, óxidos de etileno, glicóis.

Fabricação de aldeídos, álcoois e ácidos a partir de hidrocarbonetos

Efluentes do processo Acetonas, formaldeído acetaldeído, metanol, álcoois superiores, ácidos orgânicos.

Ácidos e anidridos a partir da oxidação de aromáticos

Condensados, resíduos de destilação

Acido fórmico, hidrocarbonetos.

Fenol e acetona a partir da oxidação de aromáticos Negro de fumo

Decantador Resfriamento

Acido fórmico, hidrocarbonetos. Negro de fumo, partículas, sólidos dissolvidos.

Polimerização Alquilação

Catálise Catalisadores ácidos exauridos (ácido fosfórico), cloreto de alumínio. Polimerização (polietileno) Borracha butílica Borracha (copolímero) Nâilon 66 Catalisadores Resíduos de processo Resíduos de processo Resíduos de processo

Cromo, níquel, cobalto, molibdênio. Borracha "fora de especificação", óleo, hi-drocarbonetos leves.

Butadieno, água da polimerização, estire- no, lamas.

Produtos da oxidação do ciclohexano, áci-do succínico, áciáci-do adípico, áciáci-do glutári-co, hexametileno, diamina, adiponitrila, acetona, metil-etilcetona.

Sulfonaçao de olefinas - Álcoois, hidrocarbonetos polimerizados, sulfato de sódio, éteres.

Sulfonação de aromáticos

Lavagem com soda cáustica

Soda cáustica.

"Cracking" térmico para produção de definas (incluindo fracionamento e purificação)

Efluente do forno e tratamento cáustico

Ácidos, sulfeto de hidrogênio, mercaptanas, hidrocarbonetos solúveis, produtos de polimerização, soda cáustica, compostos fenólicos, fases residuais, alcatroes e óleos pesados.

Utilidades Purga de caldeira Purgas do sistema de resfriamento Tratamento de água

Fosfates, liguina, calor, sólidos dissolvidos, taninos.

Cromatos, fosfates, algicidas, calor Cloretos de cálcio e magnésio, sulfates e carbonatos

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Efluentes líquidos da indústria petroquímica

Os efluentes líquidos gerados pela indústria petroquímica podem ser classificados em Não Contaminados e Orgânicos, de acordo com as suas características físico-químicas.

Tipicamente, o sistema de efluentes não contaminados recebe correntes com características inorgânicas, como por exemplo: purgas dos sistemas de água de resfriamento e de geração de vapor. Já o sistema orgânico coleta efluentes contaminados com compostos orgânicos, tipo drenagem de água de processo e drenagem de tanque.

Com relação ao regime de fluxo, os efluentes são classificados como Contínuos e Intermitentes. Os efluentes contínuos são permanentemente gerados, conforme a necessidade do processo. Já os efluentes intermitentes são gerados apenas durante alguma operação anormal ou contigencial, em manutenção de equipamentos e sistemas e em operações especiais não contínuas, como por exemplo: hidrojateamento e passivação de trocadores de calor, regeneração de catalisador, lavagem e limpeza química de equipamentos.

Descrições resumidas de alguns dos mais comuns efluentes líquidos encontrados na indústria petroquímica são apresentadas a seguir.

Tipos de efluentes líquidos

Efluente de sistema de água de resfriamento

Esse efluente possui características inorgânicas e é uma das maiores drenagens contínuas da indústria petroquímica.

Efluente de sistema de geração de vapor

Esse efluente possui características inorgânicas com qualidade relativamente boa e, também, gera uma vazão que contribui significativamente para os sistemas de efluentes líquidos da indústria petroquímica.

Drenagem de água de processo

Devido ao contato íntimo entre a água e os compostos orgânicos, o efluente dessa drenagem possui características orgânicas e, por isso, tem que ser descartado para o sistema de efluente orgânico.

Efluente de regeneração de resina de troca iônica

O efluente altamente salino proveniente dessas regenerações possui pH bastante ácido ou alcalino, que deve ser ajustado antes do descarte para o sistema de efluente não contaminado.

Condensado de purgador

Os purgadores instalados em diversos pontos na tubulação descarregam toda vez que há acúmulo de condensado no seu interior. Esta drenagem intermitente é direcionada para o sistema de efluente mais próximo, seja orgânico ou não contaminado, apesar da sua composição inorgânica.

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Drenagem de amostrador

Se possuir característica inorgânica, a drenagem é encaminhada para o sistema de efluente mais próximo. Caso tenha característica orgânica, deve ser drenada apenas para o sistema orgânico.

Água de resfriamento de drenagem quente

A drenagem de efluentes líquidos quentes pode provocar elevação de temperatura do corpo receptor, reduzindo o teor de oxigênio dissolvido e afetando a vida aquática. O aumento da temperatura acelera também o crescimento de fungos e plantas indesejáveis, o que leva a um aumento de consumo de oxigênio justamente no momento em que sua concentração está baixa.

Outro efeito indesejável é o aumento da volatilização para atmosfera de compostos orgânicos presentes nos efluentes, aumentando o nível de poluição ambiental e o risco de incêndio e explosão na rede de coleta desses efluentes. Se esta rede for de concreto, a temperatura deve ser suficientemente baixa para que não haja comprometimento da sua integridade física, o que levaria a uma contaminação do subsolo e do aqüífero subterrâneo.

Água de lavagem de filtro

O efluente gerado por esta operação é composto por água e material sólido, podendo ser enviado para o sistema não contaminado, se a concentração de sólidos estiver dentro dos limites estabelecidos pela legislação ambiental.

Condensado de trocador de calor

O condensado pode ser drenado para o sistema de efluente mais próximo, orgânico ou não contaminado.

Efluente de sistema de monitoramento de corrosão

A água circula por esse sistema de monitoramento continuamente e, devido a sua característica inorgânica, é encaminhada preferencialmente para o sistema de efluente não contaminado. Porém, por questão de proximidade, ela pode ser direcionada também para o sistema de efluente orgânico.

Água de selagem de equipamento rotativo

Este efluente é enviado para o sistema orgânico.

Drenagem de teste hidrostático

A água é drenada para o sistema de efluente mais próximo, seja ele não contaminado ou orgânico.

Água de resfriamento de amostrador

Apesar desse efluente possuir características inorgânicas, poderá ser drenado para o sistema de efluentes orgânicos, se o resfriador de amostra estiver localizado na área de processo.

Vazamento de água

Em um processo industrial, existem vários pontos potenciais para ocorrer vazamento de água, como flanges e furos em tubulações e válvulas.

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Drenagem de tanque

Essa drenagem é considerada contaminada, devido o contato íntimo da água com compostos orgânicos, e deve ser sempre enviada ao sistema de efluente orgânico.

Chuva coletada na área industrial

As chuvas que caem nas áreas industriais podem carrear produtos provenientes de vazamentos e se tornar contaminadas. Desta forma, devem ser coletadas pela rede de efluente orgânico.

Já as águas de chuvas coletadas nas áreas administrativas, nas ruas e nos locais que comprovadamente não sejam poluídos podem ser direcionadas para o sistema de efluente não contaminado.

Esgoto sanitário

Os efluentes dos sanitários, banheiros, refeitórios e outros das áreas administrativas devem ser coletados em um sistema independente das redes de efluentes industriais, caso exista alguma unidade de pré-tratamento, antes do tratamento final.

Antes da medição de vazão e do ponto de monitoramento de qualidade, o esgoto sanitário pode ser misturado com o efluente orgânico e enviado para o tratamento biológico.

Características das águas residuais

A poluição provocada pela indústria petroquímica, não pode ser medida em termos de níveis quantitativos de contaminantes específicos, mas por métodos genéricos de caracterização.

Poluentes tais como, alcatrões, óleos e hidrocarbonetos, são, na realidade, misturas de muitas substâncias de difícil separação, identificação e quantificação.

A utilização, por outro lado, de parâmetros genéricos e padronizados, permite que efluentes de diferentes procedências possam ser comparados em suas potencialidades de contaminação.

Acidez

Nas indústrias petroquímicas, a acidez pode surgir sob a forma inorgânica. É muito comum a presença de ácidos inorgânicos fortes (ácido sulfúrico, nítrico, fosfórico).

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Tabela 2 — Efluente ácido, típico de processamento petroquímico. (BRAILE e CAVALCANTI) Características Ácido de lavagem (Alquilação) Ácido de lavagem (Resíduos fenólicos) Ácidos de lavagem (Ortofeníl-fenol) Sulfito de Lavagem (Ortofenil-fenol; destilação) Acidez (mg/l) 1,05-12,3 — 24,0 670 DBO (mg/l) 31 20800 13600 105000 DQO (mg/l) l 200 248000 23400 689000 Sólidos dissolvidos (mg/l) — 340500 81300 176800 Óleo (mg/l) 131 — — — pH 0,6-1,9 1,0 1,1 3,8 Fenóis (mg/l) — 3400 1500 16400 Sulfatos (mg/l) — — 54700 — Sulfitos (mg/l) — 34800 2920 74000 Sólidos totais (mg/l) — 403 200 81600 175900 Alcalinidade

Sua presença nos efluentes deve-se aos álcalis exauridos, contendo sódio, cálcio e potássio na forma de sais.

Além das soluções alcalinas, outros processos geram efluentes do mesmo gênero (nitrogênio na forma de amônia). Além das conseqüências adversas ao meio ambiente, os sais de sódio, potássio e cálcio, em solução, tornam a água do corpo receptor inadequada para certos usos industriais, como por exemplo, para a alimentação de caldeiras.

Cor e turbidez

Muitos dos produtos da indústria petroquímica são substâncias coloridas. A cor pode ser verdadeira ou aparente, podendo ser atribuída a fenômenos físicos de dois tipos:

— alguns materiais em solução ou em suspensão na água, absorvem a luz incidente e os comprimentos de onda absorvidas vão determinar a cor do líquido;

— o outro efeito da cor é causado pelo espalhamento da luz incidente, por material coloidal ou em suspensão.

Em cursos d'água, a cor e turbidez diminuem a penetração da luz, prejudicando a fotossíntese.

Demanda bioquímica de oxigênio

O efeito dos resíduos petroquímicos pode, também, ser avaliado em relação a DBO, a qual é utilizada como um dos principais parâmetros de poluição. Determinadas substâncias reagem quimicamente com o oxigênio livre e criam uma demanda de oxigênio imediata.

Deve-se prever uma compensação por essa demanda, quando se utiliza o teste de DBO. Certas substâncias orgânicas da indústria petroquímica, quando em altas concentrações, são tóxicas aos microrganismos, porém exercem alta demanda de oxigênio em teores não tóxicos, isto é, em baixas concentrações.

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Muitos dos produtos químicos originais da indústria petroquímica, não são encontrados na natureza; portanto, é necessário utilizar, como semeadura, nos testes de DBO, uma população microbiana, devidamente adaptada para o efluente em estudo, para obtenção de um resultado preciso. Por exemplo, se a DBO5 do monômero de acrilamida for

determinada, utilizando-se uma semeadura aclimatada e uma semeadura de esgoto, resulta que a DBO obtida da semeadura de esgoto será 17% menor que a DBO obtida com microrganismos adaptados ao monômero.

Demanda química de oxigênio

Certos poluentes petroquímicos, tal como o benzeno, não aparecem nesse teste, pois não são oxidados por nenhum dos oxidantes utilizados na análise.

Atividade superficial

É provocada por substâncias que se acumulam na interface, formando uma película. Essa atividade provoca redução da tensão superficial, emulsificando sujeira e material oleoso.

Toxidez

Vários dos compostos químicos, presentes nos resíduos petroquímicos, são tóxicos para vida aquática. Os derivados petroquímicos podem, também, exercer efeitos tóxicos nas plantas e animais superiores, podendo tornar a água residual insatisfatória para a agricultura e pecuária.

Tabela 3 — Características de efluentes diversos. (BRAILE e CAVALCANTI)

Característica Sulfonação do benzeno Lavagem do orto-fenilfenol Lavagem do alqui lado

Polimerização Vários processos de refino Alcalinidade (mg/l) 33800 18400 46250 209 330 — DBO (mg/l) 53600 18400 256 8440 — DQO (mg/l) 112000 67600 3230 50350 — H2S (mg/l) — — — — 2200-53600 pH 13,2 9-12 12 12 — Fenóis (mg/l) 8,3 5500 50 22 2000-25000 NaOH (peso %) 1 0,2-0,5 — — 4-8 Na2SO4(peso%) 1,5-2,5 — — — — Sulfates (mg/l) 3700 2440 — — — Sulfetos (mg/l) 7100 4720 — — — Sólidos totais (mg/l) 90300 40800 — — —

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Tabela 4 — Características de efluentes diversos. (BRAILE e CAVALCANTI) Características Fabricação de náilon Borracha sintética Butadieno (Após sepa- rador de óleo) Produção de hidrocarbonetos clorados Produção de olefinas Alcalinidade (mg/l) 22500-40700 37-40 370 — 1490 Cloretos (mg/l) 475-3340 2670-2800 1275-1350 116000-123000 — DQO (mg/l) 74000-87700 173-192 290-359 33400 500-1500 Óleo (mg/l) 152-367 — — — 10-300 pH 7,4-12,0 6,4-6,7 8,4-8,5 12,6 9,8-10 PO4 (mg/l) 5-78 19-22 38 — 10 SO4 (mg/l) 0-194 1425-1470 910 — 180

Carbono total Orgânico (mg/l) 19600-37200 97-110 131-165 — 60-2150 Nitrogênio(Kjeldahl) (mg/l) 4630-10500 74-89 63 Sólidos totais (mg/l) 41700-123500 7420-12000 3730 Óleos

Estão sempre presentes nos resíduos petroquímicos. As concentrações nos afluentes aos processos de tratamento biológico, devem ser limitados a 50 mg/l. Uma avaliação desse contaminante, irá indicar onde localizar os separadores de óleo, antes dos tratamentos adicionais.

Fenóis

São de difícil determinação, entretanto, quase sempre estão presentes nos efluentes petroquímicos.

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Tratamento dos efluentes de Indústria Petroquímica

Na tabela abaixo estão os valores típicos dos parâmetros que o efluente de uma refinaria petroquímica possui.

Tabela 5 - Valores típicos de despejos de refinarias Limites Parâmetro Mínimo Máximo Temperatura (ºC) 22 41 pH 6,2 10,6 DBO (mg ⁄ l) 17 280 DQO (mg ⁄ l) 140 3340 Sulfetos (mg ⁄ l) 0 38

Dureza como CaCO3 (mg ⁄ l) 139 510

Alcalinidade como CaCO3 (mg ⁄ l) 77 356

Óleo (mg ⁄ l) 23 200 Fósforo (mg ⁄ l) 0 97 NH3 (mg ⁄ l como N) 0 120 Cloretos (mg ⁄ l) 19 1080 Sulfatos (mg ⁄ l) 0 182 Tipos de tratamento Tratamentos Físicos

Os tratamentos físicos mais utilizados para efluentes petroquímicos são: - Separação por gravidade;

- Flotação;

- Processos de Stripping;

- Adsorção.

Separação por gravidade

Processo de remoção de materiais menos densos que a água como óleos e partículas arrastadas pelo ar, além da remoção de materiais suspensos de densidade maior que a água, por sedimentação.

Um dos separadores mais conhecidos é o desenvolvido pela American Petroleum Institute (API). A eficiência desses separadores são aumentados por meio de placas paralelas. Os separadores servem também como bacias de sedimentação.

A eficiência de remoção desses equipamentos pode chegar na faixa de 90~95%.

Sedimentação

Processo empregado quando a concentração de sólidos é elevada nos tratamentos primários. Quando o material se apresenta em forma coloidal, é necessário o auxílio de um tratamento químico de floculação.

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Stripping

Utilizado para a remoção de materiais voláteis de efluentes líquidos pouco concentrados. No caso da petroquímica, é utilizado para remover o sulfeto de hidrogênio e amônia.

Para o stripping podem ser utilizados: vapor, gás carbônico e gás natural. O mais utilizado é o vapor, o sulfeto de hidrogênio se concentra no condensado, que pode ser recuperado posteriormente na forma de composto de enxofre.

Adsorção

O material adsorvente mais utilizado é o carvão ativado. Usado principalmente na remoção de traços de produtos orgânicos nas fases finais do tratamento, como benzeno sulfonado, que não pode ser tratado por métodos biológicos.

Tratamento Químico

Os processos de tratamento químico mais empregados são: - Neutralização;

- Precipitação – coagulação;

- Oxidação;

- Combustão.

Neutralização e ajuste do pH

Processo que antecede outras fases do tratamento, como: - Preparação do resíduo para tratamento biológico; - Preparação para descarga direta;

- pré-tratamento para coagulação eficiente; - precaução contra ataque no equipamento;

- precaução contra a precipitação indesejável de componentes do resíduo.

Coagulação e precipitação

São processos utilizados para a remoção de materiais residuais que estão no estado coloidal ou em suspensão.

Oxidação

A oxidação pode ser efetuada por meio do emprego de oxigênio ou de outros agentes oxidantes, como cloro e ozônio. Pode ser empregada para a oxidação de sulfetos para sulfatos.

Combustão

Utilizada na disposição de resíduos muito concentrados ou demasiadamente tóxicos. Pode ser uma combustão direta ou catalítica, por meio de incineração ou por submersão.

Tratamento Biológico

É um dos processos mais econômicos para reduzir o teor de matéria orgânica, toxidez e aparência desagradável do efluente.

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Exemplo real de uma planta de tratamento de efluente de refinaria Shell CAPSA Refinery

Refinaria localizada em Buenos Aires, Argentina, operada pela Shell Refinery. Esta planta é semelhante a outras 20 existentes ao redor do mundo, onde todas funcionam plenamente. Vale destacar que este esquema de planta é o que está sendo mais utilizado atualmente para tratamento de efluentes de refinarias. Na Figura 1 está o esquema de tratamento da planta de tratamento de efluentes da refinaria de CAPSA.

Figura 3 – Esquema do tratamento de efluentes da refinaria de CAPSA.

Os efluentes são divididos em duas categorias: efluentes de processo e os que não estão envolvidos no processo. A vazão dos dois efluentes é de 240m³ ⁄ h, e possuem as características mostradas na Tabela 6:

Tabela 6 – Características do efluente

Efluente de processo Efluente de não-processo DQO (kg ⁄d) 4500 - NH3 – N (kg ⁄d) 720 - H2S (kg ⁄d) 1150 - Sólidos (kg ⁄d) 865 865 Óleos (kg ⁄d) 865 865 Convertendo os dados para facilitar a comparação, temos a Tabela 7: Tabela 7 – Características convertidas do efluente

Efluente de processo Efluente de não-processo DQO (mg ⁄ l) 781 - NH3 – N (mg ⁄ l) 125 - H2S (mg ⁄ l) 200 -

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Sólidos (mg ⁄ l) 150 150

Óleos (mg ⁄ l) 150 150

Comparando com Tabela 5, temos que os valores estão perto dos valores típicos apresentados.

Os passos do tratamento do efluente de processo é o seguinte:

Controle de pH, Oxidação de H2S, Coagulação ⁄ Floculação, Flotação por Ar

Dissolvido, Lodo Ativado, Nitrificação ⁄ Denitrificação, Clarificação, Acumulação do Lodo, Remoção da Água do Lodo.

Para os efluentes de não-processo, os passos são:

Tanque de Equalização, Coagulação ⁄ Floculação, Flotação por Ar Dissolvido.

Descrição do processo

Inicialmente, é ajustado o pH do efluente de processo com NaOH e bombeado para o tanque de oxidação do H2S, onde, com adição de FeCl3 e aeração, o sulfeto é oxidado

para sulfato.

O efluente de não-processo é coletado no tanque de equalização para controle de vazão.

A remoção dos sólidos e óleos é feita por dois tanques em paralelo de coagulação e floculação e flotação por ar dissolvido.

Após esses tratamentos físico-químicos, o efluente de não-processo já se encontra em condições para ser disposto no Rio de la Plata.

O efluente de processo ainda passa pelo tratamento biológico. Em dois tanques paralelos, os compostos orgânicos e a amônia são oxidadas e o nitrato formado é removido na fase de denitrificação.

Após a clarificação, o efluente tratado é descarregado no Rio de la Plata. A água do lodo formado no tratamento é removida por meio de uma centrífuga.

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Bibliografia

• UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA

MESTRADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

REUTILIZAÇÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS EM INDÚSTRIA PETROQUÍMICA

por George de Souza Mustafa

Orientadora: Profª Drª Eliane Martins de Santana Salvador, Bahia – Brasil – junho de 1998

disponível em:

www.teclim.ufba.br/curso/monografias/ novas/dissertacao_mestrado_mustafa.pdf

• INDÚSTRIA PETROQUÍMICA BRASILEIRA: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS*

Gabriel Gomes Peter Dvorsak Tatiana Heil**

BNDES Setorial, Rio de Janeiro, 2005 disponível em:

www.bndes.gov.br/conhecimento/bnset/set2105.pdf

• Manual de Tratamento de Águas Residuárias Industriais; BRAILE, P.M. e CAVALCANTI, J.E.W.A.; CETESB, 1993.

Referências

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