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Caracterização fundiária e dimensionamento de florestas de Acacia mearnsii de Wild na metade sul do Rio Grande do Sul

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL. Débora Luana Pasa. CARACTERIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DIMENSIONAMENTO DE FLORESTAS DE Acacia mearnsii De Wild NA METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL. Santa Maria, RS 2018.

(2) Débora Luana Pasa. CARACTERIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DIMENSIONAMENTO DE FLORESTAS DE Acacia mearnsii De Wild NA METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Área de Concentração Manejo Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal.. Orientador: Jorge Antonio de Farias. Santa Maria, RS 2018.

(3) © 2018 Todos os direitos autorais reservados a Débora Luana Pasa. A reprodução de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte. E-mail: debora.pasa@gmail.com.

(4) Débora Luana Pasa. CARACTERIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DIMENSIONAMENTO DE FLORESTAS DE Acacia mearnsii De Wild NA METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Área de Concentração Manejo Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal.. _________________________________ Jorge Antonio de Farias (UFSM) (Presidente/Orientador) _________________________________ Frederico Dimas Fleig, Dr. (UFSM) ___________________________________ Vitor Afonso Hoeflich, Dr. (UFPR). Santa Maria, RS 2018.

(5) AGRADECIMENTOS A realização desse trabalho só foi possível, direta ou indiretamente, graças ao apoio e ajuda de muitas pessoas. Aos meus pais, Luiz Paulo e Ana Cristina e minha irmã Morgana, pelo amor, carinho, dedicação e por confiarem e me apoiarem em todos os meus sonhos e objetivos. Minhas conquistas, hoje e sempre, são para vocês; À Deus, ela fé diária e por me proteger em todos os momentos; Ao meu orientador Professor Dr. Jorge Antonio de Farias, pelas orientações, ensinamentos, sugestões e incentivo durante a elaboração desse projeto; À empresa SETA-SA pelo patrocínio dessa pesquisa e pela confiança na realização deste trabalho; À Universidade Federal de Santa Maria e ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, que possibilitaram a realização do mestrado de forma gratuita e com qualidade; À CAPES, por financiar parte do estudo; Aos colegas de laboratório pelo apoio e troca de conhecimentos; Às minhas amigas Maiara e Nadia, por toda a amizade, companheirismo e entusiasmo e por estarem sempre presentes na minha vida; Aos Amigos e colegas, que de alguma forma participaram da minha formação.. Muito obrigada!.

(6) Grata por tudo que tenho. Lutando por tudo que sonho!. (Autor desconhecido).

(7) RESUMO. CARACTERIZAÇÃO FUNDIÁRIA E DIMENSIONAMENTO DE FLORESTAS DE Acacia mearnsii De Wild NA METADE SUL DO RIO GRANDE DO SUL AUTORA: Débora Luana Pasa ORIENTADOR: Jorge Antonio de Farias. A Acácia-negra (Acacia mearnsii) é uma espécie importante na economia do Rio Grande do Sul, visto que a casca pode ser aproveitada para extração de tanino e a madeira para fabricação de papel e celulose, chapas de aglomerados, carvão e lenha e se destaca por estar presente nas propriedades rurais de muitas famílias. O trabalho foi realizado em 29 municípios da Metade Sul do RS e objetivou-se quantificar os plantios de Acácia-negra, caracterizar o perfil fundiário dos reflorestadores e identificar critérios que o definam, bem como analisar a concentração de áreas plantadas e gerar prognoses em relação a capacidade instalada de oferta e consumo de Acácia-negra. Por meio da classificação de imagens do satélite Landsat 8 dos anos de 2016 e 2017, foram quantificados 34.211,00 hectares de Acácia-negra obtendo uma precisão de 0,91 pelo Índice Kappa. Por meio da aplicação de questionários a campo, foi possível identificar que 31,81% dos reflorestamentos estão em áreas arrendadas e 68,19% em áreas próprias. Do total de entrevistados, 9,09% consideram a atividade florestal como principal fonte de renda, 40,08% como atividade complementar e 50 % não consideram o plantio de Acácia fator importante na determinação da renda. A análise discriminante caracterizou dois grupos distintos de produtores sendo eles: “Perfil para continuar reflorestando (a)” e “Perfil para não continuar reflorestando (b)”, sendo que 56,81% pretendem continuar no setor florestal e 43,18% não continuarão reflorestando. Observou-se que o mercado da Acácia-negra foi drasticamente afetado pela crise mundial de 2008, porém há atualmente uma grande disponibilidade de matéria-prima o que reduz o preço pago pelos reflorestamentos. A análise relacionada a oferta e demanda de matéria-prima constatou que a área reflorestada atualmente comportaria em torno de 2 a 3 anos de consumo. Vista a tendência de 43,18% dos produtores deixarem de reflorestar, esse número deve ser ainda mais agravante. O Índice de Gini calculado demonstrou uma alta concentração de áreas reflorestadas, com valor médio de 0,72. Por fim, verificou-se que o perfil dos reflorestadores está mudando, visto que as plantações de Acácia estão deixando de pertencer a pequenos produtores, migrando para grandes reflorestamentos vinculados principalmente a empresas de base florestal, fato esse evidenciado pela alta concentração de áreas. . Palavras-chave: Acácia-negra. Dimensionamento florestal. Caracterização fundiária. Análise discriminante. Índice de Gini..

(8) ABSCTRACT. LAND CHARACTERIZATION AND DIMENSIONING OF FORESTS OF Acacia mearnsii de Wild IN THE HALF SOUTH OF RIO GRANDE DO SUL AUTHOR: Débora Luana Pasa ADVISOR: Jorge Antonio De Farias. The Acacia mearnsii (black-wattle) is an important species in the Rio Grande do Sul (RS) economy, since the bark can be harnessed for tannin extraction and wood for the manufacture of paper and cellulose, particle boards, charcoal and firewood and stands out for being present in the rural properties of many families. The present study was carried out in 29 municipalities in the southern half of the State of RS and aimed at quantifying Acacia reforestation, characterizing the reforestation land management profile and identifying criteria that define it, as well as analyzing the concentration of planted areas and generating prognoses in relation to the installed supply and consumption capacity of black-wattle. Through the classification of Landsat 8 satellite images from the years 2016 and 2017, 34,211.00 hectares of black-wattle were quantified, obtaining an accuracy of 0.91 by the Kappa Index. Through the application of questionnaires, it was possible to identify that 31.81% of the reforestations are in leased areas and 68.19% in their own area. Of the total number of interviewees, 9.09% consider forestry activity as the main source of income, 40.08% as a complementary activity and 50% do not consider Acácia planting an important factor in determining income. The discriminant analysis characterized two distinct groups of producers: "Profile to continue reforesting (a)" and "Profile not to continue to reforest (b)", with 56.81% intending to continue in the forestry sector and 43.18% will not continue to reforest. It was noted that the market for black-wattle was drastically affected by the global crisis of 2008, but there is currently a large availability of raw material which reduces the price paid for reforestation. The analysis related to the supply and demand of raw material found that the reforested area would currently have around 2 to 3 years of consumption. Given the 43.18% trend of producers to stop reforesting, this figure should be even more aggravating. The calculated Gini Index showed a high concentration of reforested areas, with an average value of 0.72. Finally, it was verified that the profile of the of the producers of Acácia is changing, since the plantations are no longer belonging to small producers, migrating to large reforestations linked mainly to forest-based companies, fact evidenced by the high concentration of areas Keywords: Black-wattle. Forest sizing. Land characterization, Discriminant analysis. Gini Index.

(9) LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Distribuição de plantios florestais no Rio Grande do Sul ......................................... 14 Figura 2: Distribuição espacial da Acácia-negra no RS. .......................................................... 15 Figura 3: Municípios selecionados para a realização do projeto de pesquisa .......................... 23 Figura 4: Elementos de reconhecimento na fotointerpretação ................................................. 26 Figura 5: Mapa referente as áreas plantadas com Acácia negra na metade sul do RS. ............ 38 Figura 6: Evolução da área plantada por espécie no Estado do Rio Grande do Sul. ................ 39 Figura 7: Reflorestamento com 1,5 - 2,0 anos .......................................................................... 43 Figura 8: Acácia-negra em idade de corte ................................................................................ 43 Figura 9: Reflorestamento de Acácia-negra sendo cortado ...................................................... 44 Figura 10: Gráfico da porcentagem de área plantada de Acácia negra nos municípios ........... 44 Figura 11: Polos florestais da Acácia-negra ............................................................................. 46 Figura 12:Gráfico evidenciando a porcentagem das áreas próprias e arrendadas .................... 48 Figura 13: Relação da quantidade de compradores de Acácia-negra ....................................... 51 Figura 14: Gráficos demonstrando a principal renda das propriedades rurais ......................... 52 Figura 15: Renda em relação a atividade florestal ................................................................... 53 Figura 16: Porcentagem dos entrevistados que continuarão ou não reflorestando com Acácia negra ......................................................................................................................................... 55 Figura 17: Causas de não continuar reflorestando.................................................................... 56 Figura 18: Fatores apontado pelos reflorestadores para continuar no setor florestal da Acácianegra ......................................................................................................................................... 56.

(10) LISTA DE TABELAS Tabela 1- Matriz de confusão geral .......................................................................................... 27 Tabela 2-Valores do Índice Kappa ........................................................................................... 28 Tabela 3 - Variáveis pesquisadas.............................................................................................. 31 Tabela 4- Valores de amplitude de classe utilizados na análise ............................................... 35 Tabela 5 - Valores de amplitude de classe utilizados na análise .............................................. 35 Tabela 6: Classificação da concentração das áreas reflorestadas pelo índice de Gini ............. 36 Tabela 7 - Áreas com Acácia-negra ........................................................................................ 40 Tabela 8- Variáveis utilizadas na análise discriminante ........................................................... 58 Tabela 9 - Teste de Wilks' Lambda das variáveis do modelo ................................................ 59 Tabela 10 - Matriz de confusão ................................................................................................ 59 Tabela 11 - Coeficientes das funções discriminantes ............................................................... 60 Tabela 12: Valores do Índice de Gini calculados ..................................................................... 63 Tabela 13- Consumo de Acácia-negra...................................................................................... 65 Tabela 14- Oferta x consumo – atual........................................................................................ 66 Tabela 15- Oferta x consumo – reduzido em 43,19% .............................................................. 66.

(11) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 11 2.1. Acácia-negra .............................................................................................................. 11. 2.1.1 Características da espécie ......................................................................................... 11 2.1.2 Reflorestamentos com Acácia-negra ..................................................................... 12 2.1.3 Síntese da produção e mercado .............................................................................. 15 2.1.4 Síntese da importância econômica e social dos reflorestamentos de Acácia-negra 16. 3. 2.2. Índice de Gini ............................................................................................................. 18. 2.3. Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento ............................................................ 19. 2.4. Análise discriminante ................................................................................................ 20. OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................................... 21 3.1. 4. 5. 6. Objetivos específicos ................................................................................................. 22. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 22 4.1. Localização da área de estudo ................................................................................... 22. 4.2. Classificação da área florestal plantada com Acácia-negra ....................................... 23. 4.3. Caracterização fundiária e dos produtores de Acácia-negra ...................................... 29. 4.4. Análise discriminante do perfil dos reflorestamentos de Acácia-negra..................... 30. 4.5. Concentração das áreas plantadas com Acácia-negra ................................................ 33. 4.6. Capacidade instalada de consumo e oferta de Acácia-negra ..................................... 36. 4.7. O mercado da Acácia-negra no Eixo Encruzilhada do Sul- Rio Grande ................... 37. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 37 5.1. Dimensionamento e quantificação dos reflorestamentos com Acácia-negra ............ 37. 5.2. Caracterização fundiária e dos produtores de Acácia-negra na região ...................... 47. 5.3. Discriminação do perfil dos produtores ..................................................................... 57. 5.4. Concentração de área plantada .................................................................................. 63. 5.5. Capacidade instalada de oferta x consumo de Acácia-negra ..................................... 65. 5.6. O mercado da Acácia-negra no Eixo Encruzilhada do Sul – Rio Grande ................. 67. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 70. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 72 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO EM CAMPO ............................................. 79.

(12) 10. 1. INTRODUÇÃO. A espécie Acacia mearnsii, mais conhecida como Acácia-negra foi introduzida no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul (RS), no ano de 1928. A Acácia-negra é classificada como Angiosperma Dicotiledônea, ordem Fabales, família Fabaceae ou Leguminosae, sub-família Mimosoideae, conhecida como família das Leguminosas (LORENZI,2003). Desde a implantação desta espécie em plantios puros, tornou-se, juntamente com o Pinus e Eucalipto, uma espécie em destaque devido a sua utilização direta e indireta em vários setores do mercado, tais como o aproveitamento da madeira para celulose, aglomerados, carvão e lenha, bem como pela utilização da casca para a extração do tanino (CALDEIRA.et.al 2001). Os plantios de Acácia-negra foram espalhando-se principalmente pela região sul e sudeste do RS e se expandiram a partir da promulgação da lei nº 5.106/66, que criou os incentivos fiscais ao reflorestamento, visto que o aumento exponencial da população demandava maior produção de base florestal. Embora os incentivos tenham sido encerrados em 1987, os plantios de florestas de Acácia foram mantidos pela iniciativa privada, principalmente com a inserção dos programas de fomento florestal, estabelecendo no território gaúcho uma cadeia produtiva e promovendo o desenvolvimento de diversos setores (REMADE, 2008). A Acácia-negra tem grande importância socioeconômica no RS, posto que os plantios são realizados tanto por agricultores independentes como também por empresas privadas. No entanto, à alguns anos, os produtores de Acácia-negra vêm sofrendo com a queda no valor da matéria-prima, que não acompanharam a dinâmica e a inflação do mercado, deixando-os receosos em relação a novos plantios. Muitas vezes o valor pago pelo reflorestamento não supera os custos de plantio e manejo, levando os produtores a reduzir ou eliminar os reflorestamentos e utilizar a área para outras finalidades. Porém, os reflorestamentos de Acácia estão presentes em diversas propriedades rurais, principalmente na região Centro-Sul do Estado, e complementam a renda de muitos produtores. Estudos disponibilizados pela AGEFLOR (2016) revelam que são mais de 35.000 famílias, basicamente de pequenos e médios produtores, que têm como parte da renda a venda da Acácia-negra ou de atividades correlacionadas, como transporte, produção de mudas entre outros..

(13) 11. No entanto, a falta de informações referentes aos reflorestamentos de Acácia-negra, vinculada à falta de conhecimento e de investimento, torna o setor carente de subsídios para soluções de problemas. As pesquisas e estudos relacionados ao setor florestal da Acácia, principalmente no que se refere a questões sociais e econômicas, datam do início dos anos 2000, sendo que as informações vêm se repetindo ao passar do tempo, desfigurando o cenário real da Acácia no Rio Grande do Sul. Dessa forma, identificar a atual disponibilidade de matéria-prima, associada ao consumo do mercado, pode trazer bons resultados referentes ao planejamento estratégico relacionado ao aumento da produção e dos plantios, evitando dessa forma um possível colapso de mercado com a falta da matéria-prima. O conhecimento sobre a produção da Acácia-negra, e o grau de dependência econômica dos produtores em relação a essa espécie também são fundamentais para se analisar a relação socioeconômica e sua importância para a região e entender as características fundiárias onde estão inseridos os reflorestamentos. Além disso, diagnosticar o setor florestal e os agentes envolvidos nesse processo é condição indispensável para estabelecer bases para uma gestão sustentada da atividade florestal. Somente por meio do conhecimento de dados e fatos reais podem ser elaborados planos e diretrizes que visem o desenvolvimento desses reflorestamentos e consequentemente do setor de base florestal da Acácia como um todo. Dessa forma, o presente trabalho visou quantificar a área plantada de Acácia-negra na Metade Sul do RS, realizar a caracterização e discriminação dos produtores e as relações fundiárias associadas aos reflorestamentos e a concentração de área plantada, a fim de identificarem-se as variáveis que estão envolvidas na atividade e estabelecer critérios que definam o perfil dos empreendedores e auxiliem nas tomadas de decisões referentes aos futuros plantios de Acácia-negra.. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2.1. Acácia-negra 2.1.1 Características da espécie. A Acácia-negra (Acacia mearnsii de Wild) pertence à família das leguminosas, sendo que o gênero das acácias possui mais de 1000 espécies (LAMPRECHT, 1990). É uma.

(14) 12. pioneira de rápido crescimento, eficiente fixadora de nitrogênio, com capacidade de adaptação a uma grande variedade de ambientes e habilidade de colonizar áreas alteradas e degradadas (KANNEGIESSER, 1990). A maioria das espécies possui vida curta, de 10-15 anos, atingindo a maturidade em torno dos sete anos (Carvalho, 1994), o que pode ser considerada a idade média de corte. A capacidade de adaptação a diversos tipos de clima, solo e topografia é uma das causas do estabelecimento bem-sucedido da Acácia-negra em diversas regiões do mundo (BARICHELLO,. 2003).. Segundo. Azeredo. (2011),. a. Acácia. tem. características. multifuncionais, oferece uma ação recuperadora de solos de baixa fertilidade e permite também o consórcio com culturas agrícolas e pecuária, uso da madeira e da casca para fins industriais.. 2.1.2. Reflorestamentos com Acácia-negra. Os primeiros plantios comerciais da Acácia-negra em terras gaúchas foram realizados em 1928, no município de Estrela, RS, por meio de sementes (BOLAND et al., 1984). No entanto, até o início da década de 1970, a silvicultura, mais especificamente de Acácia-negra, tinha uma representatividade pequena no Rio Grande do Sul. Em 1966, foi aprovada a Lei dos incentivos fiscais para o desenvolvimento da atividade florestal que possibilitava às empresas abaterem o valor do imposto de renda, para aplicar em investimentos de reflorestamento (LEÃO, 2000). Esse aumento de quantidade de florestas plantadas favoreceu três grandes segmentos do mercado da madeira: celulose, papel e carvão vegetal (GONZAGA, 2005). Já em 2002, foi lançado o PropFlora (Programa de Plantio Comercial de Florestas). O Programa foi lançado com uma articulação dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e do Banco do Brasil para incentivar a plantação de florestas nativas e exóticas para uso industrial e para a recuperação e a manutenção de áreas de preservação permanente e de reserva legal. A partir de 2003, segundo Oliveira (2014), o Governo Federal criou também outras linhas de créditos verdes (Pronaf Floresta, Pronaf Semi-árido, Pronaf Agroecologia e Pronaf Eco) diferenciadas e de cunho sustentável que têm como público alvo os produtores familiares. O mesmo autor comenta ainda que os programas de crédito dentro da agricultura familiar acionaram subsídios importantes para o crescimento do setor florestal..

(15) 13. Conforme Uberti (2016), a atividade florestal da Acácia foi intensificada a partir de 1941 com a fundação da empresa SETA - Sociedade Extrativa de Tanino da Acácia Ltda., a qual foi a primeira indústria de extração de tanino a partir de florestas plantadas do RS e também do continente americano. A empresa com sede em Estância Velha - RS, iniciou a otimização da lógica da silvicultura na região que hoje é um importante polo florestal do estado. Sequencialmente, no ano de 1948 foi fundada a Unidade de Taninos da TANAC, a qual também iniciou a produção de extratos vegetais de Acácia-negra em Montenegro – RS. Com a vinda das empresas para o RS, motivadas pela facilidade de aquisição de terras, baixa restrição aos cultivos em detrimento dos países originários, e impostos com valores baixos, propiciaram também o maior desenvolvimento da silvicultura para o RS. Porém, com o aumento dos plantios homogêneos de Acácia, também aumentou a incidência de pragas e doenças nesses povoamentos, sendo necessários maiores cuidados com o manejo dos plantios. Esse fato, de certa forma, fez com que o eucalipto ganhasse espaço no mercado, principalmente para os setores da celulose e serraria, ficando os plantios de Acácia-negra destinados à extração de tanino e ao uso da madeira para fins energéticos (OLIVEIRA, 2007). A distribuição dos reflorestamentos por espécie no RS pode ser visualizada na Figura 01. Historicamente o RS detém a preponderância com os reflorestamentos gênero Acacia, apesar da sabida redução de 30% da área plantada (AGEFLOR, 2016). Estima-se que a área plantada com Acácia-negra no RS vem variando nos últimos anos, entre 140 mil ha (TONIETTO; STEIN, 1997) e 200 mil ha (HIGA e RESENDE, 1994)..

(16) 14. Figura 1: Distribuição de plantios florestais no Rio Grande do Sul. Fonte AGEFLOR, 2016.. Inicialmente os plantios estavam estabelecidos sobretudo nos vales dos Rios Caí, Taquari e Sinos e na Depressão Central. Em menor escala a espécie é cultivada na serra gaúcha, como nas proximidades de Caxias do Sul e Montenegro (MARCHIORI, 1997). No entanto, como a maior parte da produção destina-se à exportação, os plantios foram deslocados para o sul do Estado, próximo ao porto de Rio Grande (RACHWAL et al., 2007). Lima (2014) relata que, do ponto de vista empresarial, a Metade Sul do RS apresenta vantagens para a atividade de Silvicultura, em função da disponibilidade de grandes áreas, das ferrovias e estradas, das condições favoráveis de clima e solo, além de estar próxima ao porto de Rio Grande. A Figura 2 demonstra a localização das áreas plantadas com Acácia-negra, evidenciando a maior concentração de áreas plantadas na região Sul do RS..

(17) 15. Figura 2: Distribuição espacial da Acácia-negra no RS.. Fonte: AGEFLOR (2017).. 2.1.3. Síntese da produção e mercado. Silva e Farias (2014), evidenciam que o rápido crescimento da Acácia-negra, associado ao aproveitamento integral da madeira, torna essa espécie ideal para reflorestamento e utilização industrial. Segundo a AGEFLOR (2016), a produção e o mercado da Acácia se concentram nos seguintes produtos: • Madeira sem casca: utilizada para a produção de cavacos para a celulose, indústrias de painéis reconstituídos e para geração de energia; • Lenha: combustível largamente empregado no agronegócio para a secagem de grãos, além de indústrias cerâmicas, fumageiras e outras, e,.

(18) 16. • Casca: utilizada para a extração do tanino, o qual é empregado no curtimento de couros e diversas aplicações químicas, tais como floculantes para tratamento de efluentes, para potabilização de água e para clarificação de açúcar, adesivos e como antioxidante orgânico para várias outras aplicações nas indústrias química, farmacêutica e cosmética. A produção de tanino comercial a partir de plantios de Acacia mearnsii está concentrada no Brasil (sendo quase a totalidade da produção no Rio Grande do Sul) e na África do Sul (SEIGLER, 2002). Juntos, estes dois países são responsáveis por 89% da produção mundial de tanino (GRIFFIN et al., 2011). Conforme Lorenzi et al., (2003), a Acácia pode ser implementada em plantios destinados à produção de lenha, polpa para celulose, madeira para construção, movelaria, chapa de fibra de média densidade (MDF), aglomerados, compensados e produção de tanino. Nos últimos anos, vem sendo utilizada em programas de reflorestamento como planta sequestradora de carbono (TONINI et al., 2010).. 2.1.4. Síntese da importância econômica e social dos reflorestamentos de Acácianegra. Schneider et al., (2000) comentam que a acacicultura é uma atividade econômica que tem trazido consideráveis benefícios e prosperidade para a população de vários municípios. A Acácia permite o cultivo consorciado com as culturas agrícolas, devido a quantidade de folhas e ramos finos que são depositados sobre o solo, recompondo sua fertilidade (FLEIG, 1993). Os agricultores, segundo Mora (2002), podem plantar culturas anuais como feijão, milho, melancia, mandioca, etc. nas entrelinhas nos três primeiros anos do plantio e, após esse período, tendem a liberar a área para a pastagem do gado que pode se alimentar da vegetação do sub-bosque. Uma das mais importantes contribuições da Acácia, segundo a AGEFLOR (2016), diz respeito à possibilidade de integração da cultura com as atividades de agricultura e pecuária, conformando-se nos sistemas agroflorestais (SAF) ou nos sistemas agrosilvopastoris, pelas vantagens que a mesma traz para a pequena e média propriedade rural. Evidencia-se que os primeiros reflorestamentos com Acácia-negra estabeleceram-se no RS por meio da implantação dos projetos principalmente dentro de pequenas propriedades rurais. Segundo Fleig (1993 apud. Silva e Farias, 2014), Na análise econômica de Acácia-negra consorciada com milho, rotação de nove anos e taxa de 6,0% a.a., considerando o valor do dólar comercial de R$ 2,33, o autor apresentou os seguintes resultados: em sítio ruim, relatou valores de VPL de.

(19) 17. R$ 231,79 ha, VET de R$ -24,33 ha e B/C de 0,89; em sítio médio, valores de VPL de R$ 1422,139 ha, VET de R$ 4805,136 e B/Cde 1,59 ha; e, em sítio bom, valores de VPL de R$ 2.996,194 ha, VET de R$ 9516,466 ha e B/C de 2,08.. Segundo a Embrapa Florestas (2003), mesmo por apresentar produção aos sete anos, é uma atividade que gera uma excelente rentabilidade, podendo alcançar uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 49,21%. O PIB do setor de base florestal gaúcho foi de R$13,7 bilhões em 2015, o que representa 4% do PIB do Rio Grande do Sul (AGEFLOR, 2016). Segundo Uberti (2017), essa representatividade mostra a importância do setor na geração de riquezas para o Estado e coloca o Rio Grande do Sul em posição de destaque em relação à atratividade para a atividade florestal. Hoje no RS existem cerca de 593 mil hectares de plantios florestais. Os plantios de Eucalipto representam 52% (309,1 mil ha), Pinus 31% e Acácia 17% (103 mil ha) de área plantada no ano de 2014 (AGEFLOR, 2016). O setor florestal que se abastece com madeira in natura no Rio Grande do Sul é composto, segundo o IBGE (2006), por 1.176 empresas que oferecem cerca de 16.000 empregos diretos em diversos segmentos, e têm nos plantios homogêneos de eucalipto, pinus e acácia-negra a maior parte do seu suprimento de madeira, sendo que as florestas responsáveis por abastecer a demanda são de propriedade das empresas ou de terceiros ( LISBOA, 2013) Cabe ressaltar também a importância social do reflorestamento de Acácia-negra, que desde o início dos plantios estiveram vinculados a pequenas propriedades rurais. De acordo com Foelkel (2008), cerca de 45 mil pequenos produtores no estado do RS estão envolvidos nessa cadeia produtiva da Acácia. Segundo a AGEFLOR (2016), a atividade da acacicultura no Rio Grande do Sul tem um significativo cunho social, pois grande parte das florestas encontra-se de posse de pequenos e médios agricultores (reflorestadores) independentes, que têm na madeira e na casca da Acácia-negra a sua principal fonte de renda. São em torno de 35.000 famílias que têm como principal renda os recursos originados da produção e venda de produtos das florestas da Acácia. Porém, com advindo da monocultura dos reflorestamentos, entre eles da Acácia, há a geração de alguns impactos sociais e econômicos para a região de implantação dos projetos. Os impactos positivos estão relacionados a instalação de fábricas, comércio, indústrias, geração de empregos, aumento no PIB e no IDH. No entanto, contraditoriamente, tem-se.

(20) 18. como resultado negativo a expropriação dos pequenos agricultores de suas terras para dar acesso ao avanço dessa monocultura e a elevação da taxa de desemprego nessas áreas. (SIQUEIRA, et al., 2017).. 2.2. Índice de Gini. O Índice de Gini constitui um importante instrumento para medir o grau de concentração, principalmente de renda, em determinado grupo (HOFFMANN, 1998). Conforme o mesmo autor, esse índice é comumente utilizado para calcular a desigualdade de distribuição de renda, mas pode ser usado também para qualquer distribuição, como concentração de terra, riqueza, entre outras. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. O aumento do Coeficiente de Gini é geralmente sinal visto de forma negativa, porque a concentração da riqueza (ou da receita) em poucas mãos vem associada a um aumento da pobreza. A análise da distribuição de renda a partir dos dados das Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios para caracterizar a desigualdade na distribuição de renda no Rio Grande do Sul entre o meio rural e o urbano, utilizando o índice de GINI, foi capaz de detectar que os índices correspondentes ao espaço rural são inferiores àqueles encontrados para o espaço urbano, ou seja, há uma menor concentração de renda no rural do que no urbano (WAQUIL e MATTOS, 2002), Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), as principais vantagens e desvantagens do uso do coeficiente de Gini em análises de renda são elencadas abaixo:. a) Vantagens •. É uma medida de desigualdade calculada por meio de uma análise de razão, ao invés de uma variável representativa da maioria da população, tais como renda per capita ou do produto interno bruto.. •. Ele pode ser usado também para comparar as distribuições de renda entre diferentes setores da população, tais como as zonas urbanas e rurais..

(21) 19. •. É um índice suficientemente simples e facilmente interpretado, especialmente quando comparações são feitas entre países. Por ser simples, ele permite também uma comparação da desigualdade entre economias através do tempo. b) Desvantagem: •. Mede a desigualdade de renda, mas não a desigualdade de oportunidades. •. Esse índice pode medir coisas diferentes. Por exemplo, se dois países têm o mesmo coeficiente de Gini, mas um é pobre e o outro é rico, então no caso do primeiro ele estaria medindo a desigualdade na qualidade de vida material, enquanto que no segundo a distribuição do luxo além das necessidades básicas. •. O coeficiente de Gini é um ponto de estimativa da igualdade em um determinado momento, o que ignora as mudanças que podem ocorrer no ciclo de vida dos indivíduos.. 2.3. Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento. De acordo com Florenzano (2008), o sensoriamento remoto é a tecnologia que permite obter imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre, por meio da captação e do registro da energia refletida ou emitida pela superfície. O termo sensoriamento refere-se à obtenção de dados por meio de sensores instalados em plataformas terrestres, aéreas (balões e aeronaves) e orbitais (satélites artificiais). O termo remoto, ou distante, é utilizado porque a obtenção é feita à distância, ou seja, sem o contato físico entre o sensor e objetos na superfície terrestre. A energia utilizada em sensoriamento remoto é a radiação eletromagnética. Objetos da superfície terrestre, como a vegetação, a água e o solo, refletem, absorvem e transmitem radiação eletromagnética em proporções que variam com o comprimento de onda e de acordo com as suas características biofísicas e químicas (MORAES, 2002). Conforme o autor, graças a essas variações, é possível distinguir os objetos da superfície terrestre nas imagens de sensores remotos. Os satélites mais utilizados, de forma gratuita, são os da série Landsat, a qual teve início na segunda metade da década de 60, a partir de um projeto desenvolvido pela Agência.

(22) 20. Espacial Americana, e dedicados exclusivamente à observação dos recursos naturais terrestres. (EMBRAPA, 2009). As faixas imageadas pelo satélite têm largura de 185 km. As passagens em dias sucessivos não são coincidentes, assim, o satélite passa a imagear outras faixas, e só voltam a revisitar uma mesma área após um certo período de tempo. O Landsat demora 16 dias para voltar a uma mesma faixa (FIGUEIREDO, 2005). O último sensor a ser lançado foi o Landsat 8 com resolução espacial de 30 metros e presença de nove bandas, duas a mais do que os demais sensores (NASA, 2013). Silva e Liporace (2016) comentam que há interferências atmosféricas no momento da aquisição de cenas oriundas de imagens de satélite. Dentre os parâmetros atmosféricos que interferem nos dados, os autores citam: a cobertura de nuvens, a pressão da superfície, a umidade relativa, os aerossóis, além do relevo íngreme, formador de sombras. Já o Geoprocessamento é um procedimento técnico ferramenta que utiliza dados a fim de gerar informações e pode ser definido, conforme Silva et al., (2002), como um conjunto de técnicas computacionais que opera sobre uma base de dados georreferenciada e tem sido considerado um instrumento fundamental na definição de políticas de intervenção e gestão ambiental. Segundo Rodrigues (1993), Geoprocessamento é um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e apresentação de dados espaciais e georreferenciados voltados para uma determinada finalidade. O Geoprocessamento é um conjunto de procedimentos de análise que, apoiado na aplicação de sistemas computadorizados, opera sobre modelos digitais do ambiente e consiste em coleta, armazenamento, tratamento e análise de dados, por meio do uso integrado das informações e associado a ferramentas como imagens de satélite, GPS (Sistema Global por Satélite) ou topografia convencional, torna possível a geração de mapas temáticos e espacialização dos dados, na busca de informação privilegiado que dará sustentação à tomada de decisão (SILVA E LOPES, 2013). Dessa forma, o Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento constituem-se em técnicas de grande utilidade, permitindo em curto intervalo de tempo a obtenção de uma grande quantidade de informações a respeito de registros de uso da terra (SANTOS et al., 1981).. 2.4. Análise discriminante.

(23) 21. Segundo Rochadelli, et al., (2008), a realização das análises estatísticas em dados quantitativos e qualitativos mostra-se necessária devido às variações inerentes aos diversos tipos de trabalho, tornando-se essencial o emprego de métodos científicos que expliquem a regularidade e as relações de causalidade neles presentes. A análise estatística multivariada, utilizando funções discriminantes, foi inicialmente aplicada para decidir a qual de dois grupos pertenceriam indivíduos sobre os quais tinham sido feitas diversas e semelhantes mensurações. Segundo Fisher (1938), o modelo escolhido deve descrever algebricamente as características diferenciadoras das observações de várias populações conhecidas, no sentido de encontrar “discriminantes”, cujos valores numéricos sejam tais que permitam separar essas populações, tanto quanto possível, em diferentes grupos. Através desse conceito surgiu o método de Fisher, que pode ser utilizado para diversas populações. O primeiro objetivo com a análise discriminante foi “separar” populações, podendo ser usado, também, para classificar. A classificação ou alocação pode ser definida como um conjunto de regras que serão usadas para alocar novos objetos (JOHNSON & WICHERN, 1999). Contudo, a função que separa objetos pode também servir para alocar, e, o inverso, regras que alocam objetos podem ser usadas para separar. Quando se estudam somente dois grupos de variáveis dependentes, a técnica é chamada de Análise Discriminante Simples. No entanto, em muitos casos, há o interesse na discriminação entre mais de dois grupos, sendo a técnica, assim, denominada de Análise Discriminante Múltipla. CUNHA, (2014) ressalta que o objetivo dos dois métodos é praticamente o mesmo: identificar as variáveis que melhor discriminam dois ou mais grupos; e utilizar essas variáveis para desenvolver funções discriminantes que representem as diferenças entre os grupos fazendo uso das funções discriminantes para o desenvolvimento de regras de classificação de futuras observações nos diferentes grupos.. 3. OBJETIVOS GERAIS. Quantificar a área reflorestada com Acácia-negra e caracterizar o perfil fundiário, identificando as variáveis que envolvem e limitam o crescimento e desenvolvimento da atividade..

(24) 22. 3.1 •. Objetivos específicos. Identificar e dimensionar a área, em hectares, plantada com Acácia-negra em. 29 municípios que se localizam em torno do Eixo que liga os municípios de Encruzilhada do Sul a Rio Grande, no Rio Grande do Sul, Brasil; •. Identificar aspectos fundiários e características dos produtores de Acácia-. negra, principalmente em relação ao tamanho da propriedade, motivação para o plantio de florestas de Acácia-negra, as perspectivas de continuar na atividade e o grau de dependência econômica em relação ao plantio florestal; •. Discriminar os diferentes grupos de investidores (reflorestadores), baseados. nas perspectivas de continuar ou não reflorestando. •. Analisar a concentração de áreas plantadas com Acácia-negra e identificar a. disponibilidade da floresta, isto é, verificar se o plantio florestal está vinculado a alguma empresa florestal. •. Gerar estimativas em relação à capacidade instalada de consumo e oferta. existente de matéria-prima; •. 4. Sintetizar o comércio e mercado das áreas reflorestadas com Acácia na região.. MATERIAIS E MÉTODOS. 4.1. Localização da área de estudo. O estudo foi realizado em 29 municípios (Figura 3), pertencente à região sul do Estado do Rio Grande do Sul, sendo eles: Amaral Ferrador, Arroio Grande, Bagé, Cachoeira do Sul, Camaquã, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Cerro Grande do Sul, Chuvisca, Cristal, Dom Feliciano, Encruzilhada do Sul, Herval, Hulha Negra, Morro Redondo, Pedro Osório, Pinheiro Machado, Piratini, Santana da Boa Vista, São Jerônimo, São Lourenço do Sul, Sentinela do Sul, Aceguá, Dom Pedrito, Jaguarão, Pedras Altas e Turuçu..

(25) 23. Figura 3: Municípios selecionados para a realização do projeto de pesquisa. Fonte: Elaborado pela autora. A área de estudo contempla as regiões Sul, Fronteira Sudoeste e uma parte das regiões Centro-Oeste, Centro-Leste e Centro-Sul e pertence a ecorregião dos Campos Sulinos, abrangendo a Bacia Hidrográfica do Guaíba e Bacia Hidrográfica do Uruguai.. Esses. municípios são caracterizados por possuírem as maiores quantidades de áreas plantadas de Acácia-negra no Estado, sendo importantes polos do setor florestal.. 4.2. Classificação da área florestal plantada com Acácia-negra. Para a realização dessa etapa, foram adquiridas imagens do satélite Landsat 8, disponibilizadas de forma gratuita no site http://earthexplorer.usgs.gov/ da Scientific agency for natural sciences. Visto a extensa área de mapeamento, a necessidade de adquirir imagens com o mínimo de falhas e a grande diversidade de uso e ocupação do solo dos municípios, optou-se por realizar a classificação das imagens agrupando municípios vizinhos, com características de ocupação do solo semelhantes e que pertenciam a uma mesma cena da imagem Landsat 8. A data das imagens variou de março de 2016 a janeiro de 2017..

(26) 24. Após a aquisição das imagens, a primeira fase consistiu no processamento e préclassificação. As imagens foram importadas no ambiente do software SPRING 5.2.7, por meio da criação de um modelo de dados de imagem. As bandas 1, 2, 3, 4 e 5 foram importadas, sendo as bandas 3, 4 e 5 submetidas a uma composição falsa cor BGR, para adquirir melhor visão da área, por meio do uso da banda do infravermelho. Alvarenga e Moraes (2014) comentam que na faixa espectral do vermelho, há alta absorção de energia solar devido à presença da clorofila e isso ocasiona baixa reflectância. Por sua vez, na faixa do infravermelho próximo, essa absorção é baixa e resulta em alta reflectância. Conforme os autores, as combinações dessas duas faixas espectrais realçam as áreas de vegetação nas imagens e, quanto maior o contraste, maior é o vigor da vegetação na área imageada. Para a delimitação do local de estudo, utilizaram-se os limites dos municípios do Rio Grande do Sul, provenientes da malha do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para a classificação das áreas, as imagens foram segmentadas por meio da similaridade de pixel, por crescimento de regiões. A similaridade constitui-se de uma ferramenta que agrega os pixels semelhantes, nas áreas de interesse da aplicação. O limiar de similaridade é o valor da distância Euclidiana mínima entre as médias das regiões vizinhas, ou seja, o quanto duas regiões são consideradas similares. E o limiar de área é o valor da área mínima, dado em número de pixel, para que uma região seja individualizada (NASCIMENTO et al., 1996). Foram realizados testes e optou-se pela segmentação 10 (similaridade) x 40 (pixels). A segunda fase do processamento foi a classificação supervisionada por meio do classificador de Bhattacharya. Esse classificador utiliza a distância de Bhattacharya para medir a separabilidade estatística entre cada par de classe espectral (OLIVEIRA e MATAVELI, 2013). A separabilidade é calculada pela distância média entre as distribuições de probabilidades de classes espectrais. Para a classificação supervisionada utilizaram-se áreas pilotos, definidas pelas poligonais de áreas licenciadas de Acácia-negra e disponibilizadas pela FEPAM. Por meio desses polígonos, foi possível identificar áreas que possuem características espectrais semelhantes, uma vez que um alvo dificilmente é caracterizado por uma única assinatura espectral. A técnica de fotointerpretação auxiliou a verificação das diferentes tipologias encontradas nas imagens. Na fotointerpretação visual foram utilizados elementos de reconhecimento, que orientam na identificação de alvos na superfície e são considerados elementos básicos na classificação de uma imagem, sendo eles:.

(27) 25. ✓. Tonalidade e cor: referem-se à intensidade de energia eletromagnética. refletida por um tipo de alvo na superfície terrestre, em uma determinada banda do espectro eletromagnético. ✓. Forma e tamanho: Esses elementos podem auxiliar muito no reconhecimento. de alvos na superfície terrestre. Por exemplo: estradas e linhas férreas (que apresentam formato longitudinal), cultivos (que tem formas regulares e bem definidas pois as culturas são plantadas em linha ou em curva de nível), reflorestamentos (que tem formas regulares), áreas irrigadas por pivô central (que apresentam formas arredondadas). ✓. Padrão: Este conceito indica que um alvo apresenta uma organização peculiar. que o distingue de todos os outros O padrão pode ser representado por obras feitas pelo homem ou feições naturais, como padrões de drenagem, padrão das plantações, de construções, de minerações. ✓. Textura: conceitua-se como o arranjo dos tons numa área da imagem,. resultando no aspecto suave até rugoso de um alvo. ✓. Sombra: Na maioria das vezes ela dificulta a interpretação das imagens,. porque esconde a informação onde está sendo projetada. De um modo geral o relevo sempre provoca uma sombra do lado oposto a incidência do sol, fazendo com que estas áreas apresentem tonalidades escuras na imagem, dificultando assim a caracterização dos alvos na superfície terrestre. Na Figura 4 são demonstradas algumas das características descritas e encontradas nas imagens classificadas:.

(28) 26. Figura 4: Elementos de reconhecimento na fotointerpretação. Fonte: Elaborado pela autora..

(29) 27. A terceira fase da classificação consistiu em realizar os trabalhos de campo. Nessa etapa, foram aleatorizados pontos amostrais sobre as áreas de Acácia-negra classificadas pelo software. Para a realização da suficiência amostral, utilizou-se a Fórmula 1: N.Z2 .p(1−p). n = (N−1).eZ .p.(1−p). (1). Em que: n = O tamanho da amostra que queremos calcular N = Tamanho do universo (área de Acácia negra nos 29 municípios, disponibilizado pela FEPAM) Z = Nível de confiança desejado. Nível de confiança 95% (Z=1,96) e = Margem de erro máximo (0,05) p = Proporção que esperasse encontrar. Neste considerou-se p = 50%,. Dessa forma, tem-se: n=. Σ acácia total (FEPAM) x 1,962 * 0,5*(1-0,5) (Σ acácia total (FEPAM)-1)*0,052 *1,962 *0,5*(1-0,5). n=. 51.231,55 x 1,962 * 0,5*(1-0,5) (51.231,55-1)*0,052 *1,962 *0,5*(1-0,5). = 400. O total de amostras foi de 400 pontos aleatorizados na área de estudo. Após a aleatorização, os pontos foram exportados com a extensão “kml” para serem importados dentro da interface do GPS Garmim ETREX 30x. No campo, os pontos demarcados foram então classificados conforme a verdade de campo. Todos esses dados foram repassados a uma tabela Excel e então realizou-se a reclassificação das imagens de satélite para corrigir as áreas classificadas de forma incorreta, quando fosse o caso. Para validar a classificação se fez uso do Índice Kappa e dos dados da matriz de confusão disponibilizada pelo Software Spring após a classificação. O exemplo da matriz de confusão pode ser visualizado na Tabela 1.. Tabela 1- Matriz de confusão geral Classe 01. Classe 02. Total. Classe 01. Vp. Fn. ∑pn. Classe 02. Fp. Vn. ∑np.

(30) 28. ∑p. ∑n. N. Sendo: Vp = Verdadeiro positivo Fp = Falso positivo Fn = Falso negativo Vn = Verdadeiro negativo N = (Vp+Vn+Fp+Fn). Para calcular o Índice Kappa, foi necessário adquirir um mapa de verdade de campo onde houvesse a intersecção das áreas classificadas na imagem de satélite e as áreas identificadas a campo. Seu valor foi obtido mediante a adoção de uma referência para comparação dos mapeamentos produzidos, considerando a distribuição de porcentagem de pixels classificados correta e incorreta em relação a quantidade de áreas de Acácia classificadas correta e incorretamente. Para tanto, utilizou-se como base os pontos amostrais aleatorizados inicialmente. O valor do Índice Kappa (K), foi calculado utilizando-se a fórmula 2, adaptada de Congalton & Green, 1998.. k=. ∑ Xij− ∑ Xi ∑ Xj t²−∑ Xi.Xj. (2). Em que: t= número total de amostras da matriz de confusão; Xij= elementos da diagonal principal da matriz de confusão; Xi= total de elementos para cada linha das classes da imagem classificada; Xj= total de elementos para cada coluna das classes da imagem de referência. Para avaliar o grau de concordância do índice, utilizou-se dos valores demonstrados na Tabela 2. Tabela 2-Valores do Índice Kappa Valor do Kappa. Concordância. < - 0,20. Pobre. 0,21 - 0,40. Fraca. 0,41 – 0,60. Moderada.

(31) 29. 0,61-0,80. Boa. 0,81-1,00. Muito Boa. Fonte: Adaptado de Galparsoro e Fernández (2001).. 4.3. Caracterização fundiária e dos produtores de Acácia-negra. A pesquisa foi realizada a partir de dados primários e secundários, assumindo o método de investigação quantitativa e qualitativa. Os dados primários foram obtidos por meio da aplicação de questionários com os produtores rurais nos 29 municípios foco desse estudo. O questionário foi do tipo fechado com questões de múltipla escolha, onde os respondentes optaram por uma das alternativas, ou por determinado número permitido de opções. Devido principalmente à ausência de sede física das fazendas e a localização das propriedades, optou-se por aplicar a metodologia de amostragem elaborada por Barbetta (2006), também utilizada por Santos e Ferreira (2002) e Greff (2015), para representar a população produtora de Acácia-negra. Supondo uma primeira aproximação do tamanho da amostra, utilizou-se a Fórmula 3 abaixo: 1. no = E2 (3) o. Com isso temos: 1. no = 0,1² = 100 Sendo: n0: uma primeira aproximação do tamanho da amostra; e E0: erro amostral tolerável, admitindo-se um erro amostral de 10%, então: 𝐸0=0,1. Dessa forma: N. 100*. No. 100. Margem de erro %. 10%. * O valor de N=100, corresponde ao número de pessoas físicas e jurídicas que possuem áreas plantadas com Acácia-negra na região de estudo, considerando a Licença de Operação vigente desses empreendimentos. Dados disponibilizado pela FEPAM.

(32) 30. Para corrigir o cálculo anterior e tendo N conhecido, empregou-se a Fórmula 4, demonstrada abaixo: Nxno. n = N+no (4) Logo, 100x100. n = 100+100 = 50 Sendo: N: tamanho da população.. Portanto, 50 proprietários selecionados e entrevistados, de modo aleatório, representariam a população dessa atividade na região. Em relação aos dados secundários, os mesmos foram adquiridos por meio de pesquisa em livros, revistas, dissertações, teses e artigos com informações históricas e atuais, junto a instituições de pesquisa como a Fundação de Economia e Estatística (FEE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (SEBRAE), Associação Gaúcha de empresas Florestais (AGEFLOR), Industria Brasileira de Árvores (IBÁ) e Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler-RS. (FEPAM) Os dados primários foram organizados por meio das ferramentas do Microsoft Excel 2016 . A partir dessa organização e análise prévia dos dados foi possível realizar uma análise abrangente do problema de pesquisa e integrar as informações na interpretação dos resultados.. 4.4. Análise discriminante do perfil dos reflorestamentos de Acácia-negra. Nesse trabalho foi imprescindível o estudo sobre a tendência dos produtores em continuar reflorestando suas áreas com Acácia-negra. Para tanto, a discriminação do perfil dos produtores de Acácia utilizou como base o questionário realizado com os produtores no momento das vistorias de campo. A partir dos dados adquiridos, os produtores foram divididos em dois grupos: a) Produtores com perfil para continuar reflorestando e b) Produtores com perfil para não continuar reflorestando, sendo esta a variável dependente. As demais variáveis foram consideradas variáveis independentes. As unidades utilizadas para cada variável independente são apresentadas na Tabela 3, onde. as. respostas. foram. padronizadas,. para. melhor. análise. dos. resultados..

(33) 31. Tabela 3 - Variáveis pesquisadas x1. x7 x8. Empreendedor Produtor/ empreendedor e família moram na área? Distância à sede do município Qual a área total da propriedade? Qual a área planta com Acácia negra? Quantidade de compradores de Acácia negra? Pensou em abandonar a propriedade? Utiliza outras áreas para produção?. x9. Renda. x2 x3 x4 x5 x6. x10 x11 x12 x13 x14 x15 x16 x17. Possui assistência técnica para reflorestamento da Acácia negra? Conhece técnicas de manejo florestal da Acácia negra? Conhece alguma linha de financiamento florestal? Existe área de reflorestamento de Acácia negra nos vizinhos? O reflorestamento aumentou a renda? Com que idade você acredita que deva ser cortada a árvore? Qual é a idade dos plantios de Acácia negra na propriedade Possui parcerias com empresas florestais?. 0/proprietário. 1/ Arrendatário. 0/Não. 1/Sim. 2/Casal. 0/Ruim. 1/Regular. 2/Bom. 0/Não 0/Não 0/ Atividade florestal. 1/Sim 1/Sim 1/Atividade Florestal e outros. 2/Não mora na área. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 2/Complementou a renda. 0/5-7 anos. 1/7-9 anos. 2/acima de 10 anos. Km Ha Ha. Um 0/Não. 1/Sim. 2/ Não possui renda da atividade florestal. 3/Não sabe.

(34) 32. x18 x19 x20 x21 x22 x23 x24 x25 x26 x27. Utilizou financiamento privado na última safra? Utilizou financiamento público na última safra? Pretende continuar utilizando financiamentos? Há perspectiva de continuar no setor? O mercado é favorável? Tem área disponível para plantio? Ocorreu diminuição na produção nos últimos anos? Ocorreu diminuição no preço de venda da madeira e da casca? Ocorreu diminuição na venda da madeira e da casca? Você acha que o mercado florestal está em expansão?. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não 0/Não 0/Não. 1/Sim 1/Sim 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim. 0/Não. 1/Sim.

(35) 33. O modelo do perfil dos produtores foi obtido pelo método de análise discriminante, baseado na proposta de Rochadelli, et al., (2008). O objetivo principal da análise discriminante foi identificar as variáveis que discriminam os grupos e, assim, elaborar previsões a respeito de uma nova observação, identificando o grupo mais adequado a que ela poderá pertencer, em função de suas características. Assim, a análise discriminante gera funções discriminantes (combinações lineares das variáveis) que ampliam a discriminação dos grupos descritos pelas variáveis dependentes (FÁVERO et al., 2009). O modelo geral discriminante de Fisher pode ser observado pela Fórmula 5. Yi = β0 + β1X1 + β2X2 + ... + βiXi (5) Onde: Yi = Resposta – Identificação do Perfil do Proprietário Xi = Variáveis respostas do Modelo – Questionário aos Produtores βi = Coeficientes do modelo.. O modelo tem como objetivo descrever algebricamente as características diferenciadoras das observações de várias populações conhecidas, no sentido de encontrar “discriminantes” cujos valores numéricos sejam tais que permitam separar essas populações, tanto quanto possível, em diferentes grupos (FISHER,1938). Para determinação dos coeficientes β da função, os dados foram manipulados e compilados pelo pacote estatístico SPSS com nível de significância estimado entre 5% e 10%. Os parâmetros utilizados para a escolha da função que representasse o perfil dos produtores foram os seguintes: a) Menor Wilks Lambda. Varia de 0 e 1, em que os pequenos valores indicam grandes diferenças entre as variáveis, enquanto os valores elevados indicam não haver diferenças entre as mesmas (BELFIORE, et al., 2006). b) Menor número de variáveis possíveis no modelo – para facilitar a obtenção de dados no campo. c) Maior percentual de casos classificados corretamente. d) Menor número de casos classificados incorretamente.. 4.5. Concentração das áreas plantadas com Acácia-negra.

(36) 34. Para analisar a concentração das áreas reflorestadas com Acácia-negra, foi utilizado o Índice de Gini, por meio da Fórmula 6.. G=. ∑n−1 i=1 Pi−Qi ∑n−1 i=1 Pi. (6). Sendo: pi = qi =. n1+ n2+ n3+⋯+ n4 nn. x100. X1. n1+ X2. n2+⋯+ Xi. ni X1. n1+ X2. n2+⋯+ Xn. nn. x100. Onde: I= 1,...,n-1 X1=valores. A escolha da fórmula acima deu-se principalmente pela sua utilização em dados cuja análise é realizada através da distribuição de classes. Os dados para o cálculo do Índice de Gini foram obtidos da FEPAM, onde consta a lista de todos os empreendimentos de reflorestamentos de Acácia licenciados. Dessa forma, obteve-se o número de hectares reflorestados por pessoa física e jurídica. Foram 426 empreendimentos analisados, sendo que a amplitude dos dados variou de 10,28 a 21.582,00 hectares por empreendedor. Para calcular o número de classes, utilizou-se inicialmente a Fórmula de Sturges (7) conforme demonstrado abaixo: k = 1 + 3,322(log10 n). (7). ou seja k = 1+3,322 (log 426) = 9,73 ≅10 classes. O tamanho de cada intervalo de classe (w) foi obtido pela divisão do valor da diferença entre a maior e a menor área (R) pelo número de intervalos k, conforme a Fórmula 8: w = R/k (8) w= (21.582-10,28) / 10 w= 2.157,12. Dessa forma, a tabela de dados deveria ser dividida em 10 classes, com amplitude de 2.157,12 hectares em cada classe. No entanto, analisando os dados, verificou-se que há uma.

(37) 35. ampla e desuniforme diferença no tamanho das áreas reflorestadas, concentrando a maior parte dos plantios na 1º classe. Assim, a amplitude calculada ocultaria as pequenas áreas reflorestadas devido ao tamanho do intervalo de classe. Deste modo, optou-se por redefinir o número de classes, realizando testes de variação de amplitude a fim de caracterizar de forma mais eficiente a concentração das áreas plantadas pelo Índice de Gini. Devido a necessidade de identificar também os menores reflorestamentos, a Tabela 4 apresenta a amplitude de classes utilizada. Tabela 4- Valores de amplitude de classe utilizados na análise Gini. Amplitude de classe. Gini 1. 20 ha. Gini 2. 50 ha. Gini 3. 100 ha. Gini 4. 200 ha. Já na Tabela 5, foram definidos intervalos de classes levando em consideração o tamanho dos reflorestamentos e a concentração dos mesmos, ou seja, foram definidas menores amplitudes de classe onde há maior concentração de reflorestamentos. Assim, foi possível eliminar ou reduzir as classes onde não havia dados, optando por caracterizar de forma mais efetiva a concentração das áreas reflorestadas. Tabela 5 - Valores de amplitude de classe utilizados na análise. X1. Gini 5 X2. Amplitude. X1. Gini 6 X2 Amplitude. 0. 20. 20. 0. 100. 100. 20. 40. 20. 100. 200. 100. 40. 60. 20. 200. 300. 100. 60. 80. 20. 300. 400. 100. 80. 100. 20. 400. 500. 100. 100. 200. 100. 500. 1000. 500. 200. 300. 100. 1000. 2000. 1000. 300. 400. 100. 200. 3000. 1000. 400. 500. 100. > 3000. 500. 600. 100.

(38) 36. 600. 700. 100. 700. 800. 100. 800. 900. 100. 900. 1000. 100. >1000. Para efeito de classificação da concentração, medida pelo índice de Gini, utilizou-se a escala apresentada por Noce, et al (2005), conforme Tabela 6 demonstrada abaixo:. Tabela 6: Classificação da concentração das áreas reflorestadas pelo índice de Gini Interpretação do Índice de Gini Valor do Índice Gini. Desigualdade. 0,101 – 0,250. Nula a fraca. 0,251 – 0,500. Fraca a média. 0,501 – 0,700. Média a forte. 0,701 – 0,900. Forte a muito forte. 0,901 – 1,000. Muito forte a absoluta. Fonte: Noce, et al (2005), adaptado pela autora.. 4.6. Capacidade instalada de consumo e oferta de Acácia-negra. Para obter os dados sobre a capacidade instalada de consumo e oferta da Acácia-negra, primeiramente foi necessário obter os dados de produção por hectare de área reflorestada. Esses dados foram obtidos do estudo realizado por Fleig et al., (1993). Os dados sobre o consumo anual de casca e lenha de Acácia-negra foram retirados de informações disponibilizadas pela AGEFLOR (2016). A capacidade de oferta instalada, ou seja, o total de área reflorestada foi obtida nesse mesmo estudo por meio da classificação das imagens Landsat. Para a realização dos calculos relacionados à produção total de madeira e casca , foram utilizadas as Fórmulas 9 e 10.

(39) 37. 𝐏rodução total (madeira)=Área reflorestada (ha)x Rendimento (m³/ha-1) (9) Produção total (casca)=Área reflorestada (ha) x Rendimento (ton/ha-1) (10) Para calcular o tempo (anos) de consumo em relação a oferta instalada, utilizou-se as Fórmulas 11 e 12. Produção total (madeira) ( m³). Consumo (madeira) = Consumo anual (madeira) (m³) ( 11). Produção total (casca) ( ton). Consumo (casca) = Consumo anual (casca) (ton) (12) 4.7. O mercado da Acácia-negra no Eixo Encruzilhada do Sul- Rio Grande. A análise do comércio da matéria-prima da Acácia-negra foi realizada por meio das informações oriundas do questionário aplicado a campo aos produtores (dados primários) e de dados coletados em instituições de pesquisa. Também foi realizada pesquisa em sites de informações, jornais, artigos publicados em revistas, dissertações e teses a fim de complementar as informações levantadas a campo. Procurou-se verificar informações relacionadas ao tipo de produto ao aumento ou redução da produção, valores pagos e investidos nos reflorestamentos e identificar os fatores que possam limitar o desenvolvimento da atividade.. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO. 5.1. Dimensionamento e quantificação dos reflorestamentos com Acácia-negra. Por meio da classificação das imagens Landsat, foi possível quantificar a área plantada com Acácia-negra nos 29 municípios da Metade Sul do Estado do Rio Grande do Sul. Foram 34.211,0 hectares de Acácia-negra mapeados durante o ano de 2016/2017. Na Figura 5 é possível observar a distribuição dos plantios de Acácia-negra em relação aos municípios foco desse estudo..

(40) 38. Figura 5: Mapa referente as áreas plantadas com Acácia negra na metade sul do RS.. Fonte: Elaborado pela autora..

(41) 39. Evidenciou-se nesse trabalho um decréscimo das áreas reflorestadas com Acácianegra. Da mesma forma, a AGEFLOR (2016) ressalta que, no ano de 2015, a área plantada com Acácia era de 100 mil hectares em todo o Estado do RS, no entanto ocorreu uma diminuição de 30% da área plantada da espécie. Já conforme os dados do IBGE, a área total de acácia plantada corresponde a 12.378 hectares, valor esse muito inferior ao que foi encontrado nessa pesquisa. Entre os anos de 2009 e 2012 houve decréscimo na área de florestas plantadas, no entanto, desde 2015 ocorreu um crescimento notório nos reflorestamentos de Eucalipto e Pinus, evidenciando, porém, o decréscimo no plantio de Acácia-negra (Figura 6). O aumento das áreas reflorestadas com Eucalipto e Pinus vêm ao encontro do estudo de Trentin et al., (2014), realizado na Metade Sul do RS, que apontaram crescimento exponencial desses reflorestamentos. Os autores comentam que, no ano de 1986, a área reflorestada era de 26.081 ha, passando para 50.985 ha no ano de 1998, 61.908 ha no ano de 2000 e 85.890 ha no ano de 2011.. Figura 6: Evolução da área plantada por espécie no Estado do Rio Grande do Sul.. . Fonte: AGEFLOR / Adaptação: RDK Logs.. Foi possível observar durante a classificação das imagens que as áreas dos plantios de Acácia-negra encontram-se substancialmente aglomeradas em determinadas regiões (Figura 5). Este fato pode estar vinculado a compra ou arrendamento de grandes áreas de terra por.

Referências

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