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Academic year: 2021

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TÍTULO: ANÁLISE DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO CÓRREGO FUNDO ARAXÁ - MINAS GERAIS TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA ÁREA:

SUBÁREA: ENGENHARIAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): MARIA FLÁVIA BORGES DA SILVA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CAROLINE ANDRADE GOMES DA CUNHA ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

O abastecimento de água da cidade de Araxá é proveniente da captação das águas dos córregos Feio, Fundo e Areia. No entanto, com o crescimento da cidade e a expansão das atividades de agricultura, pecuária e mineração, a situação dos recursos hídricos da região de Araxá deve ser continuamente monitorada. Este projeto visa avaliar a qualidade das águas do Córrego Fundo por meio de coletas de água realizadas em três pontos do recurso hídrico nos meses de julho e dezembro de 2013. Foram avaliados os parâmetros físicos, químicos e biológicos como: temperatura da água, condutividade elétrica, sólidos dissolvidos totais, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio e coliformes termotolerantes. Pelo resultado das coletas realizadas, verificou-se que as águas do Córrego Fundo podem ser enquadradas em rios de classe 2 conforme a Resolução CONAMA 357 (2005), sendo utilizadas para abastecimento público após tratamento simples. No entanto, devido a importância deste recurso hídrico para a região de Araxá, sugere-se que este sugere-seja enquadrado em classugere-se 1, de forma a presugere-servar a quantidade e qualidade de suas águas apesar das atividades de uso e ocupação do solo na bacia.

1. INTRODUÇÃO

A população mundial aumenta, sendo crescentes seus níveis de urbanizaçãoe industrialização, o que sobrecarrega a demanda de água, cuja quantidade em determinados locais tem apresentado certa insuficiência. Assim, a deficiência em não somente em quantidade, mas também na qualidade dos recursos, tornou-se evidente e preocupante. A água não se encontra distribuída de forma homogênea em nosso planeta, bem como sua demanda é também heterogênea, fato que torna necessária uma eficiente gestão, de maneira que se contemple o uso múltiplo dos recursos hídricos (TUNDISI, 2003).

A cidade de Araxá utiliza as águas do córrego Fundo para abastecimento juntamente com as águas dos córregos Areia e Feio, no entanto a população carece de informações sobre a saúde ambiental destas microbacias. Principalmente do córrego Fundo, que não apresenta nenhum tipo de pesquisa sobre o uso e ocupação do solo e sua influência na qualidade e quantidade de suas águas.

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Verificar a influência do uso e ocupação do solo na qualidade das águas do Córrego Fundo e fazer um diagnóstico ambiental da bacia, de forma a fornecer dados para uma gestão integrada da região.

3. METODOLOGIA

As amostragens de água foram realizadas em 3 pontos ao longo do Córrego Fundo (Figura 1 e 2). As coletas ocorreram nos meses de julho e dezembro de 2013. Para a escolha dos pontos de coleta, foram analisados alguns critérios como a facilidade de acesso ao córrego e a atividade antrópica da região. Foram observados também o uso e ocupação do solo e a preservação das matas ciliares.

Figura 1: Pontos de coleta: (A) Ponto 1; (B) Ponto 2; (C) Ponto 3.

A microbacia do córrego Fundo possui alguns sítios como ocupação e plantações de café, milho e sorgo. Sua pecuária está baseada na criação de gado, além de suínos e aves. Há presença de matas ciliares no entorno do córrego, porém alguns pontos carecem dessa presença.

Figura 2: Uso e ocupação do solo da região (A) sorgo; (B) café; (C) atividade pecuária.

As variáveis climatológicas: temperatura do ar e precipitação média mensal foram obtidas através da estação meteorológica do campo experimental CAPAL (Companhia Agropecuária de Araxá Limitada) situada no município de Araxá/MG.

A

B

C

C

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Foram avaliadas as seguintes variáveis limnológicas: temperatura da água, condutividade elétrica, sólidos dissolvidos totais, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio e coliformes termotolerantes.

As variáveis limnológicas: turbidez, DBO e coliformes termotolerantes foram analisados pela Empresa Araxá Ambiental de acordo com metodologia descrita no APHA (2012). Já as variáveis temperatura da água, condutividade elétrica, sólidos dissolvidos, oxigênio dissolvido e pH, foram medidas in sito com o auxilio do oximetro, fitas medidoras de pH e condutivímetro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As maiores temperaturas médias do ar foram observadas em dezembro/2013, enquanto que em julho/2013 ocorreram temperaturas mais baixas, conforme já esperado devido às estações do ano, verão e inverno respectivamente.

De acordo com os dados de chuva, os períodos de maior precipitação foram de janeiro a março e de outubro a dezembro. Os meses mais secos foram junho seguido por julho e agosto (Figura 3).

Figura 3: Médias pluviométricas mensais

A temperatura da água variou de 18°C (P2/jul) a 23,9°C (P3/dez). As temperaturas mais baixas foram observadas na coleta de julho e as maiores na coleta de dezembro (Figura 4).

Os baixos valores foram encontrados na estação seca, pelo fato de, essa época ser de temperaturas inferiores se comparadas à estação das chuvas, além da presença de mata ciliar que serve como barreira para os raios solares. O alto valor encontrado no P3 pode estar relacionado à largura do rio, este ponto de maior vazão

0 100 200 300 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 mm Meses

Chuvas Campo Experimental CAPAL - Araxá -MG

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recebe maior radiação solar aquecendo suas águas. Foram encontrados padrões semelhantes por MOCELLIN (2006), no rio Jacupiranguinha (SP) e também por FERRAZ (2008) no rio Canha (SP). Tais resultados foram relacionados com horário e também pela estação de realização das coletas.

Figura 4: Variação da temperatura da água no Córrego Fundo.

Os valores de condutividade elétrica foram semelhantes durante as campanhas de amostragens e entre os três pontos de coleta. Os resultados observados ficaram abaixo de 5μS/cm (Figura 5).

Figura 5: Variação de condutividade elétrica da água no Córrego Fundo

Tais valores de condutividade demonstram baixos teores de íons nas águas, indicando pouco intemperismo das rochas e/ou baixa contribuição de esgoto e fertilizantes. Resultados diferentes foram relatados por CUTRIM (2013) no rio Uberabinha-MG, onde os valores foram próximos a 300μS/cm na área urbana, à jusante da cidade no período de estiagem em que há menor volume de água. De

0 10 20 30 P1 P2 P3 ° C Pontos de amostragem Temperatura da água Julho Dezembro 0 40 80 120 P1 P2 P3 μS/c m Pontos de amostragem Condutividade Elétrica Julho Dezembro Cetesb

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acordo com a CETESB (2009), valores acima de 100 µS/cm podem indicar corrosividade e poluição da água.

A carga de sólidos dissolvidos na água é afetada por todos os contaminantes presentes, com exceção dos gases dissolvidos (VON SPERLING, 1996). A quantidade de sólidos dissolvidos na água do Córrego Fundo está abaixo do limite de detecção do método, indicando sua baixa concentração. O limite estabelecido para rios de classe 2 é de 500mg/L. Possivelmente, estes valores mais baixos estejam relacionados com a preservação das matas ciliares e características geológicas da bacia, fatores que também contribuíram para os baixos valores de condutividade elétrica.

As análises de turbidez foram realizadas apenas na coleta de dezembro. Os valores de turbidez variaram de 24,1 (P3) a 89 NTU (P1) (Figura 6). O alto valor encontrado no P1 está provavelmente relacionado à pela presença de folhas e galhos na água (decomposição) e à utilização deste ponto para dessedentação de animais (fezes).

Figura 6: Variação de turbidez da água no Córrego Fundo.

Valores superiores foram relatados por CUNHA (2010), no rio Jacupiranga (SP), resultado explicado pelo desmatamento e como consequência no período de chuvas observou-se o escoamento de material alóctone proveniente dessas práticas, aumentando os sólidos suspensos no rio. Os valores de Turbidez encontrados estão de acordo com o estabelecido pelo CONAMA 357/2005, que estipula valores inferiores a 100 NTU para rios de classe 2.

Os valores de pH variaram de 5,5 em todos os pontos na estação seca a 7,8 (P3), na estação chuvosa (Figura 7). Os valores para pH não variaram durante a

0 20 40 60 80 100 120 P1 P2 P3 NTU Pontos de amostragem Turbidez Dezembro Conama

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coleta de julho, período seco, pH igual a 5,5. Já na estação chuvosa houve uma variação entre 7,5 (P1 e P2) e 7,8 (P3). Valores mais baixos possivelmente devem estar relacionados à baixa vazão de água somada à decomposição das folhas da mata ciliar.

Figura 7: Variação Do pH da água no Córrego Fundo.

Donadio e colaboradores (2005) registraram uma variação de 5,1 período seco a 7,2 período chuvoso para pH ao avaliar a bacia hidrográfica do córrego Rico (SP). Para pH, o córrego Fundo na coleta de julho não atende o estipulado pela Resolução Conama 357/2005, que estabelece o intervalo de 6 a 9 para rios de classe 2. Já na segunda coleta ele se enquadra na classificação por apresentar valores dentro deste intervalo.

Os valores de oxigênio dissolvido variaram de 7,4 (P1) a 8,4 mg/L (P3) no período seco e de 6,8 (P3) a 7,4 mg/L (P1) no período chuvoso (Figura 8).

Figura 8: Variação da concentração de oxigênio dissolvido da água no Córrego Fundo. 0 2 4 6 8 P1 P2 P3 Pontos de amostragem pH Julho Dezembro Conama 0 2 4 6 8 10 P1 P2 P3 m g/ L Pontos de amostragem Oxigênio Dissolvido Julho Dezembro Conama

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Em todas as amostragens, os valores observados estiveram dentro do estipulado pela Resolução CONAMA 357/2005, limite mínimo 5 mg/L para corpos hídricos de classe 2. No período seco foram encontrados valores superiores aos do período da chuva, fato que ocorreu possivelmente em consequência das precipitações pluviométricas ocorridas durante a segunda coleta que resultaram no escoamento de matéria orgânica para o córrego levando ao aumento da decomposição por bactérias aeróbia. Os menores valores podem ser explicados também pelas maiores temperaturas, que diminuem a solubilidade dos gases. CUNHA (2010) ao estudar o rio Jacupiranga (SP) verificou menores concentrações em janeiro, possivelmente devido as elevadas temperaturas da água, em julho, com as temperaturas inferiores, as concentrações de oxigênio aumentaram.

Durante a coleta de julho e dezembro de 2013, todos os pontos apresentaram valores de DBO inferior a 2,0mg/ L (Figura 9).

Figura 9: Variação dos valores de DBO da água no Córrego Fundo.

Resultados de DBO semelhantes foram encontrados por FERRAZ (2008) no Rio Canha (SP), em que a DBO não ultrapassou 3mg/ L, devido a preservação das matas ciliares em grande parte do rio. CUTRIM (2013), ao estudar o rio Uberabinha, encontrou valores acima de 10mg/L de DBO, resultados que possivelmente são provenientes de ações antrópicas devido à crescente urbanização e ao lançamento de esgoto. Os valores para DBO para o córrego Fundo ficaram de acordo com o estipulado pelo CONAMA 357/2005 para rios de classe 2.

Os valores da quantidade de coliformes termotolerantes variaram de 138 (P3) a 792UFC/100ML (P2) no período seco e de 1030 (P3) a 9720 UFC/100ML (P1) no período de chuvas (Figura 10).

0 2 4 6 P1 P2 P3 m g O2 /L Pontos de amostragem DBO Julho Dezembro Conama

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Figura 10: Variação da quantidade de coliformes termotolerantes da água no Córrego Fundo.

Os resultados da primeira coleta ficaram todos dentro do padrão estabelecido pela Resolução CONAMA 357/2005, que estabelece o limite de 1000 UFC/100ML para corpos hídricos de classe 2. Porém, no período de chuva, valores superiores foram observados, tais resultados podem estar relacionados à presença de gado nas regiões próximas às margens e ao carreamento de suas fezes para dentro do corpo hídrico, com as chuvas que ocorreram antes do dia da coleta. No rio Jacupiranga, CUNHA (2010) verificou uma variação de 2,1×103 a 105×103 UFC/100ML. Altas concentrações foram encontradas em áreas rurais durante a estação chuvosa.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A microbacia do Córrego Fundo tem como uso e ocupação do solo atividades como pecuária, agricultura e mineração. Para o estabelecimento destas atividades e desta população rural algumas áreas foram desmatadas próximo ao curso de água. No entanto, apesar da ocupação humana e das práticas antrópicas, dentre os parâmetros analisados, apenas o pH (estação seca) e os coliformes termotolerantes (estação chuvosa) estão em desacordo com o estipulado pela Resolução CONAMA 357/2005 para rios de classe 2. Como forma de garantir a quantidade suficiente e qualidade de água para a população de Araxá, além da preservação do ecossistema, sugere-se com essa pesquisa que o córrego seja enquadrado na classificação de rios de classe 1. Desta forma, uma legislação mais rigorosa seria

0 2500 5000 7500 10000 P1 P2 P3 UFC/1 0 0 m L Pontos de amostragem Coliformes Termotolerantes Julho Dezembro Conama

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aplicada aos moradores da região com preservação das matas ciliares e consequentemente filtração do escoamento rural (fezes), evitando desta forma os altos valores de coliformes no período das chuvas.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, C.A.G. A sub-bacia do Rio Jacupiranga: análise dos aspectos socioeconômico e ambientais como subsídio para o manejo sustentável da região do Vale do Ribeira de Iguape, São Paulo. 2010. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010, 250p. CUTRIM, A. L. F. "Avaliação da qualidade ambiental do Rio Uberabinha (MG) utilizando parâmetros físico-químicos e comunidades de macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores." Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Biologia; (2013).(Dissertação)102p.

DONADIO, N. M. M; GALBIATTI, J. A; DE PAULA, R. C. Qualidade da água de nascentes com diferentes usos do solo na bacia hidrográfica do córrego Rico, São Paulo, Brasil. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.25, n.1, p.155- 125, 2005. FERRAZ, I. C. Estudo da comunidade bentônica como ferramenta bioindicadora da qualidade da água em um rio de pequena ordem (rio Canha, baixo Ribeira de Iguapé, SP),São Carlos 2008, (Dissertação)pg 142; Escola de Engenharia de São Carlos, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Universidade de São Paulo.

LIBÂNIO, P.; CHERNICHARO, C.; NASCIMENTO, N.A dimensão da qualidade de água. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v.12 n.3, 2005. Disponível em: <http://dx.doi.org.> Acesso em 23 fev. 2013.

MOCCELLIN, J. (2006) A microbacia do rio Jacupiranguinha como unidade de estudopara a sustentabilidade dos recursos hídricos do Baixo Ribeira de Iguape – SP. Dissertação(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006

TUNDISI, J. G. Água no século XXI: enfrentando a escassez. São Carlos: RiMa, IIE, 2003

VON SPERLING, M.Introdução à qualidade das águas e ao tratamentode esgotos. 2.ed. Belo Horizonte: DESA/UFMG,1996. 243p.

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