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Academic year: 2021

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TÍTULO: VALE DO JEQUITINHONHA: ARAÇUAÍ E SUA CULTURA TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ÁREA:

SUBÁREA: COMUNICAÇÃO SOCIAL SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): BÁRBARA SOUZA SANTOS AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): INEZ PEREIRA DA LUZ ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

Esta descrição trata-se de uma pesquisa acerca do potencial de resistência mantida pelas práticas culturais de uma comunidade no Vale do Jequitinhonha. Pretendo identificar este potencial resgatando a memória cultural registrada pelos grupos de canto da região.

INTRODUÇÃO

A região do Vale do Jequitinhonha está localizada ao nordeste de Minas Gerais, constituída de 80 municípios, dividida em três grandes sub-regiões: Baixo Jequitinhonha que compreende a região de Almenara, Médio Jequitinhonha que compreende a região de Araçuaí e Alto Jequitinhonha que compreende a região de Diamantina, área mais próxima da cidade de Belo Horizonte. O Vale é conhecido pelos seus baixos indicadores sociais e econômicos, porém, a região do Alto Jequitinhonha vem se configurando com bons indicadores humanos e econômicos.

Inicio a pesquisa a partir das fundamentações do texto online de João Ferrão (nº33, Oeiras, 2000) intitulado “Relação entre o mundo rural e o mundo urbano”, no intuito de compreender quais processos sociológicos que ocorreram no Vale do Jequitinhonha. O texto trata da evolução, divisão e do desenvolvimento histórico ocorrido nas regiões rurais para com o mundo urbano. Dentre todas as subdivisões do mundo campestre, apresentadas pelo autor, atenta-se para a definição de “mundo rural não agrícola”, o qual explicaria o processo ocorrido na área do Médio Jequitinhonha, de baixa densidade demográfica, diminutos índices econômicos e sociais, mas que, em contraponto, acontece uma exaltação da cultura regional.

O conceito de cultura e o seu progresso são tratados no livro de Roque de Barros Laraia “Cultura – um conceito antropológico”. A sua formulação teórica acerca das práticas culturais, situando as condições biológicas sobre os avanços de comunidades diversas no seu devido lugar, vêm de encontro com minhas indagações sobre os movimentos no Vale; investigando uma área específica do Médio Jequitinhonha, a cidade de Araçuaí, que sedia o Coral Trovadores do Vale, responsável por resgatar suas origens e identidade, de forma interativa e musical.

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1. Investigar quais foram os processos que levaram uma região conhecida por baixos índices sociais e econômicos, como Araçuaí, a mudar essa realidade e resgatar a sua identidade cultural.

2. Identificar os processos históricos e sociológicos que fizeram a região ser considerada improdutiva socialmente e economicamente, identificando, conjuntamente, as mudanças que a comunidade sofreu após o resgate cultural. 3. Publicar um artigo científico, continuar a pesquisa e fazer um documentário objetivando resgatar a memória dessa cidade e devolver à população aquilo que lhes pertence.

METODOLOGIA

A pesquisa construiu-se através de investigações teóricas e idas a campo como, por exemplo, visitas a Pontifícia Universidade Católica do Estado de Minas Gerais (PUC/Minas), para buscar material bibliográfico sobre o coral Trovadores do Vale. Posteriormente, viajei até a cidade de Araçuaí com o objetivo de entrevistar os integrantes do coral, dos quais conversei com os membros fundadores, membros com mais de 20 anos de história dentro do grupo (cinco); e membros recém ingressantes (dois). De posse de materiais fornecidos pela Universidade Anhembi Morumbi (câmera mini HD, microfone de lapela e outro com fio, cabo USB, tripé e o carregador da câmera) minha estadia fora de 15 dias na cidade.

DESENVOLVIMENTO

Localizada no Médio Jequitinhonha, a cidade de Araçuaí, o ponto de meu estudo, começa a ser colonizada por conta do auge da atividade mineradora no século XVIII. Na confluência dos rios Jequitinhonha com Araçuaí, estabeleceu-se a fazendeira Luciana Teixeira, a fundadora da cidade, depois de expulsa da Barra do Pontal pelo Padre Carlos. A fazenda de Luciana tinha um parco comércio, servia de hospedagem para canoeiros e como um ponto de referência para os mesmos. Assim, em 1817 surgiu o Arraial Calhau e, em 21 de setembro de 1871, a região emancipou-se, sendo fundada a cidade de Araçuaí.

No princípio, por volta de 1885, a vida econômica desse povoado esteve voltava para a prestação do serviço da mineração. No entanto, por volta de 1950, com a abertura de estradas de rodagem, o comércio de Araçuaí e de toda região declinou,

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deixando a área isolada. Dessa forma, a economia do local voltou-se para agricultura de subsistência dispersando aqueles que viviam as margens dos rios e, consequentemente, a ocupação da cidade deu-se através da pecuária de corte, artesanato e a agricultura de mantimento.

É nesse cenário de contrastes entre uma rica terra, mas de estações extremistas que floresceu uma saída: a cultura popular brasileira, porém, regional, com as características da população, em que, mesmo prejudicada pelas enchentes e secas, pelo isolamento da época do ouro e pelo estigma de “Vale da Miséria”, nunca desistiu. Então, em Araçuaí, no ano de 1970, nasce uma das primeiras expressões dessa riqueza cultural da região: o Coral Trovadores do Vale.

O coral foi criado pelo holandês, Francisco van der poel ofm (conhecido como Frei Chico), um franciscano que veio ao Brasil para ser missionário, já que soube da falta de padres no continente sul-americano estabelecendo-se na cidade de Araçuaí. No lugar onde morava, ouvia músicas cantadas por D. Filomena, as quais o encantavam muito, pois eram músicas de simples melodia, mas de muita importância, já que tratavam da história passada da cidade.

Inicialmente, a função do coral era de alegrar as missas da Igreja da Matriz, mas através dos ensaios, que abordavam também músicas folclóricas, e a entrada de Maria Lira Marques, habituada a ouvir esses cantos populares de sua mãe, o Frei encontrou, nela, uma verdadeira parceira. Juntos, percorreram todo o Vale do Jequitinhonha por 10 anos, resgatando as cantigas populares, maneiras de plantio de alimentos, técnicas medicinais e entre outros assuntos. Assim, a partir dessa pesquisa, são 44 anos de história cantada de pessoas do povo para o povo.

RESULTADOS PRELIMINARES

1. Representação da cultura brasileira academicamente, pois serviu como base para estudos de artigos científicos, trabalhos de conclusão de curso (TCC’s), mestrados e doutorados. Ex: “Vale do Jequitinhonha”: a região e seus contrastes (Guerrero, Florianópolis, 2009), “História da fundação da cidade de Araçuaí”: Contextualização do Desenvolvimento da Cidade entre 1817 a 1971 (Souza, Araçuaí, 2012);

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2. Através da pesquisa de Frei Chico e Maria Lira Marques, além de resgatar a cultura popular de todo o Vale, obtiveram conhecimento das manifestações culturais construídas através de anos de sabedoria popular, que, esse saber disseminado, deu origem a outros corais por todo baixo, médio e alto Jequitinhonha.

FONTES CONSULTADAS LIVROS:

LARAIA, Roque de Barros. Cultura – Um conceito antropológico. Jorge Zahar Editor Ltda. 24ª Ed. Rio de Janeiro, 1986.

Plano Municipal de Desenvolvimento Rural do Município de Araçuaí – MG. Administração Popular 1997/2000.

Histórico do Coral Trovadores do Vale 1970 a 1991. Vol. 01 e 02. Membros do Coral.

GUERRERO, Patricia. Vale do Jequitinhonha: a região e seus contrastes. Revista Discente Expressões Geográficas, nº 05, ano V, p.81 – 100. Florianópolis, maio de 2009.

SOUZA, Eliene Gomes Santos de. História da fundação da cidade de Araçuaí: Contextualização do Desenvolvimento da Cidade entre 1871 a 1971. Araçuaí, 2012.

SITES

FERRÃO, João. Relações entre o mundo rural e mundo urbano. Evolução histórica, situação actual e pistas para o futuro. 2014 CIES - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia. Lisboa. http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S 0873-6529... acesso em 11 de fevereiro de 2014 às 18h50.

FONTES PRIMÁRIAS (ENTREVISTAS)

MEMBROS DO CORAL TROVADORES DO VALE: Frei Francisco van der poel ofm, Miracy Pereira da Silva, Maria Lira Marques Borges, Sebastião Roque, Maria de Fátima Marques, Wallerson Lucas Siqueira de Aguilar e Janaina Ferreira Xavier.

Referências

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