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Integração no ar: radiojornalismo público e suas contribuições à extensão, ensino e pesquisa universitárias

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FÓRUM NACIONAL DE PROFESSORES DE JORNALISMO (FNPJ) XIV ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE JORNALISMO X CICLO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE JORNALISMO MODALIDADE DO TRABALHO: Comunicação Científica

GRUPO DE PESQUISA: Atividades de Extensão

Integração no ar: radiojornalismo público e suas

contribuições à extensão, ensino e pesquisa universitárias

Valci Regina Mousquer Zuculoto1 e -mail: valzuculoto@hotmail.com

Palavras-chave: Radiojornalismo Público. Rádio Universitário. Extensão Universitária. Ensino de Radiojornalismo. História do Rádio.

RESUMO

Este artigo analisa potencialidades da integração entre rádios públicas estatais brasileiras e atividades de ensin o e extensão em jorn alism o. Integra pesquisa maior que realizo sobre o “Ra d io jo rn a lis m o p ú b lic o bra s ile iro : e xp e riê n cia s co n te m p o râ n e a s d e re d e s , s is te m a s e p ro d u çõ e s conjuntas”. Destaca, evidências e análises acerca de m odelos, práticas e con cepções de redes e program ações em conjunto adotadas por experiências atuais destas em issoras em direção à extensão, à com plem entação da form ação e ao fom ento da com unicação científica e da divulgação da universidade. Busca refletir com o e com quais ações estas rádios, m uitas delas universitárias, vêm buscando integrar suas produções em rede ou coletivas à Universidade com o, por exem plo, com projetos de extensão e até m esm o com o ensino de jornalism o. Na atualidade, as principais iniciativas para o envolvim ento de em issoras públicas estatais nacionais em "pools" ou produções integradas são propostas pela EBC – Em presa Brasil de Com un icação e a ARPUB – Associação de Rádios Públicas do Brasil.

1 Professora Dra. dos Cursos de Graduação e Pós Graduação em J orn alism o da Un iversidade

Federal de Santa Catarina (UFSC), jornalista formada na UFRGS, mestre e doutora pela PUCRS, Diretora da FENAJ, Vice-Presidente do SJSC e Conselheira do FNPJ.

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Introdução e contextualização

As auto intituladas em issoras públicas brasileiras som am , na atualidade, m ais de 60 0 em todo país. São estatais, educativas, culturais e universitárias, a m aioria já com um a longa trajetória de con strução do rádio público brasileiro e até m eados da década de 90 integrava um grupo organizado, por vezes institucion alm ente e em outras por m eio de parcerias inform ais, que ficou conhecido como pertencente ao sistema de rádio educativo.

No resgate de sua história, em m inha tese de doutoram ento sobre “A co n s tru çã o h is tó rica d a p ro gra m açã o d e rá d io s p ú blica s bra s ile ira s ” (ZUCULOTO, 20 10 ), é possível observar um a in cessante busca de identidade conjunta voltada a um a m issão de educar, levar cultura e inform ação de interesse público aos ouvintes, de acordo com con cepções que têm raízes já n o advento do rádio no Brasil, por influên cia de Roquette-Pinto. É importante relem brar que foi Roquette-Pinto quem lançou as bases do rádio educativo e, n o nosso entendim ento, portanto tam bém do que ainda será um m odelo brasileiro de radiodifusão pública.

O pioneiro da radiofon ia brasileira, para resistir à adoção do m odelo com ercial na sua Rádio Sociedade do Rio de J aneiro, em 1936 a doou ao govern o federal que, ao aceitar sua con dição de m anter a program ação educativa e cultural, transform ou-a na Rádio MEC do Rio de J an eiro, inaugurando o sistema educativo no país.

A observação da trajetória histórica dessas estações tam bém evidencia que em busca de perfil e prática adequadas à sua função educativa, cultural e de atendim ento ao interesse público da com unicação é m arcada por parcerias, organização formal e informal em sistemas e redes.

Em artigo anterior sobre o tem a, que apresentei n o XIII ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE J ORNALISMO sob o título Rede U n ive rs itá ria d e Rá d io s : e xe m p lo d o p o te n cia l d e e xte n s ã o e la bo ra tó rio d e e n s in o e m e m is s o ra s p ú blic a s (ZUCULOTO, 20 10 ), m erece destaque a análise de que este “pool” radiojornalístico deve ser tom ado com o referencial para experiências deste tipo que se seguem até hoje no segm ento estatal/ público radiofôn ico. Mas para a presente com un icação científica, é de se ressaltar que além de referência para o radiojornalism o

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público, constitui tam bém exem plo de possibilidade de extensão e integração com o ensino do jornalismo nas universidades.

H oje prossigo estudando a tem ática, realizando pesquisa sobre o Radiojornalismo p ú blico bra s ile iro : e xp e riê n cia s co n te m p o râ n e a s d e re d e s , s is te m a s e p ro d u çõ e s co n ju n ta s . Neste estudo, estão em foco, na sua m aioria, as m esm as em issoras que integraram o SINRED e a Rede Universitária. H oje, acrescidas de m ais algum as que com eçaram a operar após esta experiência ou, n a época, por diversas razões n ão a integraram , este grupo de estações tem produzido conjuntamente ou operado em redes em torno EBC – Em presa Brasil de Com unicação e a ARPUB – Associação de Rádios Públicas do Brasil.

Com o parte desta pesquisa m aior e observando seus prim eiros resultados de coleta de dados, é proponho a presente análise, recortando-a nas possibilidades e exem plos atuais de integração das experiências de redes e parcerias de rádios públicas com a extensão e o ensin o universitários de jornalismo.

E com o este estudo am plo onde se in sere a presente com un icação é histórico descritivo e analítico, para realizá-lo prossigo com estratégias m etodológicas para pesquisas históricas . Em especial adoto as in dicadas para resgates da história específica da com un icação (SCH UDSON in J ANKOWSKI & J ENSEN, 1993, p. 214), fazendo o resgate propriam ente dito, m as tam bém evidencian do e refletindo suas im bricações sociais, econ ôm icas, políticas, culturais. Enfim , as observações se voltam n ão som ente para o ojeto en cerrado em si m esm o, m as tam bém para as dem ais influên cias da sociedade onde atua. Além de Schudson, proposições do teórico latin oam erican o Martin Barbero também estão na base das nossas estratégias, principalmente quando destaca:

Saberes históricos seriam aqueles capazes de in terpelar a consciên cia histórica, o que sign ificaria recuperar m en os aquilo que acon teceu do que aquilo de que som os feitos, sem o qual n ão podem os saber n em o que, n em quem som os. J esús Martín -Barbero (2008, p.249-250)

A pesquisa recorre, igualm ente, a referenciais em teóricos e profissionais da com unicação, enfatizando, nas categorias de análise, os do radiojornalism o. Pela especificidade deste segm ento radiofôn ico, principalm ente no quesito

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programação, leva-se em conta, da m esm a form a e com o m esm o grau de interesse, a interligação do radiojornalism o que praticam com cultura, educação/ form ação e cidadania. Afinal, é esta a fun ção que assum em , a de irradiar inform ação, educação e cultura ao público brasileiro. Mais ainda: é exatam ente esta m issão que tem servido de base para estas rádios projetarem suas grades jornalísticas e desenvolverem suas redes, sistem as e produções conjuntas.

Experiências contemporâneas

Em 20 10 , quando iniciei a pesquisa m aior, o panoram a das atuais experiências em rede prosseguia com a tendência já apontada no ano anterior pelo então vice-Presidente da ARPUB, Mário SARTORELLO (20 0 9), diretor da Educadora da Bahia, em issora do IRDEB. Segundo ele, sistem a brasileiro de rádio público ainda está em construção e com o o rádio é local, não tem sentido se basear num con ceito de “cabeça de rede”. Sartorello defende um a espinha dorsal para um sistem a ou rede, m as respeitando as especificidades e diversidades locais.

A ARPUB já conta com perto de 60 em issoras oficialm ente associadas, m as em iniciativas de rede ou produções conjuntas tem conseguido reunir cerca de 10 0 estações. A EBC possui oito em issoras com pon do seu sistem a de rádios: Rádio Nacional AM Brasília; Rádio Nacion al FM Brasília, Rádio Nacional AM Rio de J an eiro, Rádio MEC AM Rio de J an eiro, Radio MEC AM Brasília, Rádio MEC FM Rio de J an eiro, Rádio Nacional do Alto Solim ões AM e FM, e Rádio Nacional da Am azônia. E estas tam bém são ligadas à ARPUB. A EBC ainda vem buscando reunir as rádios un iversitárias, especialm ente as vin culadas às instituições federais públicas.

Assim , tanto EBC quan to ARPUB se m esclam e se un em nas experiências de rede e no projeto de constituir um sistem a público radiofôn ico no Brasil. Nas eleições de 20 10 , form aram um a rede de cobertura jornalística que envolveu 25 destas em issoras nacionais m ais oito rádios estrangeiras. Com a ARPUB na coordenação, o segm ento tam bém vem trocando conteúdo pelo Projeto Conexão Brasil e spots e cam panhas distribuídos pela Associação, além de program as especiais, produzidos por algumas das rádios parceiras e veiculados por todas.

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Em rede ou com o prom oção coletiva, um destaque tem sido o Festival Nacional de Música da ARPUB, que neste ano de 20 11 já está n a sua segunda edição, reunindo m ais de um a dezena de rádios do segm ento e im plem entando um a proposta efetivam ente m ais horizon talizada de “pool”. Seu desenvolvimento horizontal se evidencia pela veiculação, em todas as rádios que aderiram à prom oção, das m úsicas selecionadas em cada um a das regiões participantes.

Quanto às experiências m ais focadas em integrar as produções tam bém ao en sin o e extensão, no m om en to n osso estudo se debruça em duas em issoras que fazem parceria com EBC e ARPUB, in clusive nestas in iciativas acim a descritas.

Um a das estações é a FM da Universidade Federal de Min as Gerais (UFMG), um a das m ais n ovas do segm en to, inaugurada em 20 0 4 e que já com eçou a fun cionar vin culada a então Radiobrás. Em seguida passou a ser ligada à EBC, que desde sua criação, ao in corporar a Radiobrás, tornou-se a con cession ária das outorgas de novas em issoras às instituições públicas de ensino superior federais e também das renovadas.

Assim , a UFMG Educativa foi um a das prim eiras a se juntar às dem ais em issoras da Em presa para con stituir o sistem a público em desenvolvim ento pela sua Superintendência de Rádio. Abre vários espaços da sua grade para retransm itir program as, prin cipalm ente jornalísticos, gerados pelas em issoras da EBC. Mas o restante da sua program ação se en quadra m enos nas linhas para as grades que hoje predom inam nas em issoras do segm ento e m uito m ais nas con cepções defendidas por Sandra de DEUS (20 0 3, p.1-13), de que as universitárias se constituam com o espaços de prática laboratorial, divulguem a produção do conhecim ento e a pesquisa das suas instituições, além de serem canais da extensão da Universidade com a sociedade.

Esta diferenciação já pode ser n otada no seu ‘slogan’ - A Estação do Conhecimento – e se evidencia m ais ao observarm os seu perfil e objetivos da sua grade. Conform e folder de divulgação da UFMG Educativa (20 0 8 ), a em issora “destina sua program ação à transm issão de program as educativo-culturais, com atividades de divulgação educacional, cultural, pedagógica e jornalística”. Uma programação com base em três pilares:

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1. Oportun idade de form ação com plem entar aos alunos, professores e servidores das diferentes áreas do conhecimento da UFMG;

2. Programação alternativa e de qualidade;

3. Divulgação da produção acadêm ica, científica e dos serviços prestados à população pela UFMG.

Alguns programas e programetes que traduzem bem estes pilares são: Ca n ta Ca n to s – produzido por e apresentado por alunos, retrata a geografia brasileira por meio do conhecimento acadêmico e da música;

Co m p a s s o La tino – professor da UFMG apresenta histórias, personagen s, obras e gravações da m elhor m úsica latino-am ericana dos anos 1920 a 1960;

D e ca n ta n d o a Re p ú b lica – conta a história do Brasil em form ato de noticiário radiofônico, com locução de alunos do Departamento de História;

Le i Fu n d a m e n ta l – leva a Constituição Federal ao conhecim ento de todos;

Ma n u e lzã o d á o re ca d o – boletim sem anal de divulgação das atividades do Projeto Manuelzão da UFMG nas áreas da saúde, m eio am bien te e cidadania;

Serelepe – program a m usical infantil que procura respeitar a sensibilidade e a inteligência das crian ças e dem ais ouvintes, em produção de professores e alunos do Curso de Teatro.

Cuidarte- program a com inform ações e dicas sobre saúde, é produzido pelos estudantes da Escola de Enfermagem. (UFMG EDUCATIVA, 2011)

J á estiveram na grade e foram produções referenciais para a concepção de program ação desenvolvida pela UFMG Educativa os program as “Pra Dançar”, um a parceria com a Escola de Música que busca entender as m úsicas eletrônicas, funk e rap e suas origens; e “H em om inuto”, produzido em con jun to com a Fundação H em om inas e o Colégio Técn ico, em form ato de radion ovela, para conscientizar o jovem da importância da doação de sangue;

Segundo a UFMG Educativa (20 0 8 ), esta sua program ação “privilegia tem as sociais e a prestação de serviços, além de fortalecer o exercício da

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cidadania”. E em atendim ento ao seu princípio de prom over a diversidade, “busca a pluralidade e valoriza a m ultiplicidade de vozes e opiniões, sem pre comprometida com o interesse público”.

Um a proposta diferenciada de rede, m ais voltada apenas para a retransm issão, tam bém faz parte da program ação da Educativa UFMG (20 11). Trata-se do J ornal UFMG, um radiojornal apresentado diariam ente, de segunda a sexta feira, contextualizando e analisando os destaques locais, nacionais e internacionais da agenda noticiosa do dia, e que fica disponível para “download” para emissoras interessadas.

Outro exem plo vem da Rádio da Universidade Federal de Goiás, a Universitária AM 8 70 . Conform e o site da em issora (RÁDIO UNIVERSITÁRIA DA UFG, 20 11), o desenvolvim ento da sua política de program ação tem com o base os seguintes princípios:

Social: A rádio deve estar à disposição da população n a construção de um a sociedade livre, justa e sem desigualdades sociais.

Educativo: Ser o canal de integração entre a Universidade e a Rede Pública de educação, além de desenvolver cam panhas educativas relativas a saúde, m eio am bien te, na produção e divulgação de cam panhas esclarecedoras de questões com o doenças transm issíveis, prevenção às drogas, preservação do ecossistem a e do m eio am bien te, interpretação dos direitos hum an os declarados pela ONU, na defesa da vida da participação popular nas grandes decisões do país.

Cultural: Preservação de um a identidade de cultura popular brasileira. Form ar apreciadores de diversos estilos m usicais incluindo a m úsica clássica e erudita. A rádio Universitária con stitui na única em issora goiana que apresenta program as específicos de m úsica clássica e erudita.

Acadêmico: Prática laboratorial dos estudantes de Com unicação, Bibliotecon om ia, Engenharia e Música, além de divulgar a produção científica da Universidade Federal de Goiás.

A preocupação da Universitária da UFG em produzir atendendo tam bém à extensão e ao ensino, especialm ente à prática laboratorial, inclusive está

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expressa em destaque na sua página na web. Ao inform ar que a em issora se destina igualm ente ao exercício de laboratório, apresenta um histórico deste viés da emissora, suas experiências e resultados.

Cerca de m il estudan tes passaram pela Rádio Un iversitária em m ais de duas décadas de laboratório dos cursos de Com unicação da Un iversidade Federal de Goiás (UFG). H á relatos de alun os que ousaram e, contrarian do a diretoria da rádio, colocaram n o ar program as que perm an eceriam na program ação por m uito tem po. Exem plo disso foi o prim eiro program a de m úsica caipira da em issora, "Saudades da Min ha Terra", idealizado pelos alun os Willian Spalla (produtor), Altair Tavares (atualm ente n a Rádio K) e Eri Ferreira (atualmente coorden ador de projetos culturais da Secretaria Mun icipal de Cultura). Durante muitos anos, fez parte da programação, sendo substituído hoje por outro program a de m úsica raiz. Outro program a produzido por alun os que gan hou repercussão foi o "Acadêm icos do Esporte". Atualm en te, o "Doutores da Bola", sim ilar ao "Acadêm icos", se serve do m elhor do cardápio esportivo. "Doutores" já está em seu quarto an o, ten do feito coberturas de cam peon atos de várzea de Goiân ia e dos cam peon atos goiano e brasileiro de futebol. Os estagiários e m onitores da Rádio Un iversitária são coorden ados pelo professor Edson Spen thof, da Faculdade de Com un icação e Bibliotecon om ia (Facom b-UFG) (RÁDIO UNIVERSITÁRIA DA UFG, 2011).

Neste prim eiro sem estre de 20 11, o J ornalism o da Universidade Federal de Goiás, com o atividade laboratorial da disciplina Radiojornalism o, tam bém inaugura m ais um a in iciativa visando esta in tegração. Com o adequado título de “Infocâm bio", sob a supervisão da professora Flora Ribeiro, a turm a de estudantes da disciplina produz um program a sem anal, veiculado na Rádio Universitária.

Para cada edição sem anal do program a, com duração de um a hora, é pautado um tem a, desenvolvido com boletins/ reportagens, entrevistas, debates, enquetes, notícias. E a proposta da produção é ser realizada por m eio de um intercâm bio de inform ações com outras em issoras do país, transm itindo, desta form a, um panoram a nacional acerca de cada tem a. Cada rádio que aderir à proposta contribui com reportagens/ boletin s radiofôn icos sobre o assunto em pauta, informando o contexto do seu estado, município ou região.

Em m arço, já foi produzida a prim eira edição do “Infocâm bio”, abordando os fenôm enos naturais, com o chuvas, que vêm assolando o país. A

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em issora virtual do Curso de J ornalism o da Universidade Federal de Santa Catarina, a Rádio Pon to UFSC, foi um a das participantes da produção coletiva, enviando um boletim de dois m inutos sobre as fortes chuvas e tem porais que atingiram o estado neste verão e suas conseqüên cias para as áreas m ais castigadas.

Por fim , apresento outro exem plo isolado, o d Rádio Ponto UFSC, em issora virtual do Curso de J ornalism o da Universidade Federal de Santa Catarina. Em bora seja som ente um a rádio na web, fez parte da Rede Universitária de Rádio e teve algum as de suas produções veiculadas em outras em issoras do segm en to ou integrou outras poucas prom oções em conjun to. Entretanto, tem com o objetivos prim eiros da sua program ação exatam ente a extensão, a prática laboratorial, a integração com a pesquisa e a complementação da formação na área de radiojornalismo.

Sua grade é dedicada totalm en te às produções das disciplinas, TCCs, atividades extra classe e ainda se abre para veiculação de program as produzidos voluntariam ente por alunos e professores, preferencialm ente do Curso de J ornalism o, m as tam bém possibilita a participação de outras áreas da universidade. E baseada nos seus prin cipais objetivos, m esm o transm itindo apenas na web, vem buscando parcerias, intercâmbios, entendendo que

Reflexões preliminares

Nas reflexões deste recorte da m inha atual pesquisa, m antém -se a evidência de que em função de experiências anteriores, especialm ente da Rede Universitária que já buscava atuar sob um a concepção de “pool” m ais horizon tal, a tendência das iniciativas contem porâneas é seguir aprofundando o cam inho das produções efetivam ente coletivas. Tam bém prossegue a observação de que tais experiências cada vez m ais expressam exem plos de que possuem grande e real espaço para produções e program ações integradas com a extensão, a formação e o laboratório.

Entretanto, a não ser apenas pelo fato de várias das em issoras envolvidas serem universitárias e in cluírem práticas de extensão, de ensin o e laboratoriais em suas grades, esta integração não se evidencia com o um a das principais linhas que norteiam , pelo m en os atualm ente, o segm ento organizado e suas

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políticas de rede e produções coletivas. Ou seja, n ão com o já acon teceu em outras experiên cias, em especial n o período das edições an uais da Rede Universitária de Rádio.

As propostas de produções conjuntas que in cluem esta linha extensionista, de form ação e laboratorial entre seus objetivos têm surgido, em tem pos m ais recentes, por in iciativas individuais/ isoladas de algum as rádios ou ainda com o con cepção apenas da program ação de cada um a, conforme dem onstram os casos exem plificados n o presente artigo. Os grandes projetos de rede, prom oções e coberturas, originados especialm ente a partir da EBC e ARPUB, ainda não apresentam espaços para além da emissora integrante.

Outra observação em análise é a de que nestas produções m ais abrangentes, o conteúdo não é especificam ente o n oticiário jornalístico da agenda diária. EBC e ARPUB pretendem constituir um sistem a público que tenha com o um a de suas prin cipais program ações em rede um radiojornal nacional. A cobertura das eleições de 20 10 dem onstrou, m ais um a vez, que se trata de um espaço con creto de rede radiojorn alística pública. Mas o radiojornal permanece como mera proposta ainda a ser aprofundada e construída.

Como se vem analisando nas pesquisas acerca da programação das rádios públicas, tanto na tese de doutoram ento quanto neste estudo m ais am plo e recente sobre as experiências de redes de jornalism o das em issoras públicas, pode-se entender que m esm o produções com o as dos festivais de m úsica da ARPUB são con cebidos e recebidos tam bém com o inform ativos radiojornalísticos. A am pliação da con cepção dos form atos e conteúdos que constituem o radiojornalism o vem sendo discutida n os estudos com base em MEDITSCH (1999, p 20-22).

Neste recorte sobre o radiojornalism o público e suas integrações com a extensão, ensin o e pesquisa un iversitárias, o que prelim inarm ente se conclui é que se m ostram avanços e definições m ais claras e dem ocráticas sobre suas program ações conjuntas com o rádios públicas, o m esm o n ão se aplica a produzir em intercâm bioo com a extensão, o en sin o, a pesquisa e suas práticas laboratoriais. Isto apesar de a m aioria das em issoras universitárias apresen tar esta como uma das suas principais missões enquanto rádio pública.

Ao final destas reflexões ainda incon clusas acerca da constituição do rádio público no Brasil e de seus m ais diversos usos e objetivos, no caso do

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presen te artigo ressaltan do a relação com a educação, prion cipalm en te a universitária, não há como não ressaltar o, a cada dia maior, potencial educativo e inform ativo da radiodifusão. Poten cial evidenciado, experim entado e com provado por tantos profissionais e teóricos. No entanto, m esm o assim , ainda não totalm ente explorado. Por isso, continuam a m erecer audição, alertas e análises com o as de Fernando PEIXOTO (198 0 , p. 5 a 10 ), ainda que formuladas há décadas:

[...] É n ecessário ouvir. [...] O essen cial é que esta estran ha lin guagem é viável: um cam po in esgotável a ser ain da explorado pelos que se em pen ham no con hecim en to e n a transformação da sociedade. Para nós, o rádio, ain da que seja in strum en to de m aior penetração n o povo brasileiro, parece um aparelho m oribun do, m edíocre ou lim itado. Não é. Caberia a n ós assum i-lo en quanto linguagem e in strum en to. [...] O rádio é um a arm a. As palavras de Brecht voltam com o desafio/ acusação: tem os dian te de n ós um in strum ento capaz de falar. É claro que sabem os que ele está n as m ãos daqueles que, em benefício de sua classe, preferem -n o com o in strum ento de silên cio ou de m en tira. Mas saberem os ou n ão con quistá-lo e fazê-lo falar? Ou não teremos nada a dizer?

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Referências

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