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pliCAdA- esAlQ/usp
www.cepea.esalq.usp.br
Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP
Ano 14 - Nº170 - Setembro de 2008
Leite ao Produtor
Oeste ParanaenseCentro Sul Baiano
Líquido BrutoVar%
UF Mesorregião Máximo Mínimo Médio Médio
Noroeste
Metropolitana Porto Alegre
Média Estadual - RS
Oeste Catarinese Vale do Itajaí
Média Estadual - SC
Média Estadual - PR
São José do Rio Preto
Média Estadual - SP
Vale do Rio Doce
Média Estadual - MG Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual - GO Sul Baiano Média Estadual - BA
Média NACIONAL Ponderada
Preço Bruto
Inclusos frete e CESSR (ex-Funrural)
Noroeste Fluminense Metropolitana Média Estadual - RJ Leste Sudoeste Média Estadual - MS Preço BA RS SC PR SP MG GO RJ MS
Centro Oriental Paranaense Oeste Paranaense Norte Central Paranaense Macro Metropolitana Paulista Vale do Paraíba Paulista Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba
Centro Sul Baiano Sul/Sudoeste de Minas 0,7100 0,4219 0,6808 0,6119 -4,73% 0,6789 0,5984 0,6389 0,5987 -6,54% 0,7100 0,4428 0,6485 0,5897 -7,80% 0,6768 0,4799 0,6330 0,6105 -9,93% 0,7100 0,5300 0,6400 0,5950 -8,57% 0,6754 0,4946 0,6272 0,6029 -9,73% 0,7395 0,6718 0,7153 0,6936 -8,63% 0,7202 0,5552 0,6325 0,6179 -2,47% 0,8446 0,4540 0,6851 0,6342 -8,02% 0,7365 0,5799 0,6655 0,6337 -6,61% 0,8199 0,5790 0,7830 0,7335 -4,61% 0,7474 0,5807 0,6807 0,6510 -9,71% 0,7881 0,7652 0,7779 0,7129 -0,84% 0,8147 0,6495 0,7637 0,7176 -3,64% 0,7866 0,6309 0,7385 0,6926 -5,12% 0,8016 0,5925 0,7123 0,6763 -1,55% 0,7294 0,6464 0,6829 0,6568 -5,69% 0,7901 0,6523 0,7322 0,6959 -3,52% 0,7734 0,7000 0,7530 0,7160 -2,93% 0,7657 0,6168 0,7019 0,6603 -4,20% 0,7687 0,6492 0,7218 0,6820 -3,69% 0,6624 0,4989 0,5935 0,5624 -6,46% 0,7200 0,4800 0,6500 0,6350 -4,41% 0,6923 0,5312 0,6366 0,6139 -5,44% 0,7677 0,6057 0,7117 0,6713 -4,66% 0,7491 0,7403 0,7636 0,7128 -2,67% 0,6431 0,5497 0,6040 0,5430 -6,63% 0,6488 0,5865 0,6255 0,5811 -4,58% 0,6461 0,5688 0,6151 0,5628 -5,56% 0,6624 0,4989 0,5935 0,5624 -6,46% 0,7200 0,4800 0,6500 0,6350 -4,41%
Leite ao Produtor
Boletim do leite - CePeA/eSAlQ/USP
P
reço
médio
do
leite
é
7%
menor
que
o
de
1
ano
atrás
Os nove estados incluídos na pesquisa so-bre o mercado lácteo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Ce-pea), da Esalq/USP, registraram quedas de preços no pagamento de agosto, referente à produção de julho. Entre os sete estados tradicionalmente considerados para a mé-dia ponderada nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA), o recuo foi próximo de 3,5 centavos por litro, que representou 4,66%
de queda. Com isso, o preço médio “nacio-nal” bruto foi de R$ 0,7117/litro - sem des-contar o frete e 2,3% de CESSR.
Essa média é 7% inferior em termos no-minais à de agosto do ano passado (R$ 0,7654). Esse tipo de ocorrência, um mês ter cotação nominal inferior à do mesmo mês do ano anterior, não era observada desde agosto de 2006, ou seja, há exatos
dois anos.
As quedas mais acentuadas foram registra-das nos estados do Sul do País. Em Santa Catarina, a redução chegou a 7 centavos por litro e no Rio Grande do Sul e Para-ná, a 5. Com isso, o preço médio pago aos gaúchos foi de R$ 0,6485/litro, para os catarinenses, R$ 0,6272/litro e para os pa-ranaenses, R$ 0,6655/litro, sem descontar Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em AGoSto/2008, referente
ao leite entregue em JUlHo/2008
Equipe Leite:
Gustavo Beduschi - Pesquisador Projeto Leite; Flávia Diniz Mota, Marcela Fernandez Marini
Equipe Grãos:
Mauro Osaki e Lucilio Alves - Pesquisadores do Projeto Grãos; Ana Amélia Zinsly, Flavia Gutierrez, Renata Maggian, Matheus Rizato, Tamires Vitio e Karine Resende
Exp
Edi
Ent
E Editores Científicos: Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros Sergio De Zen
Editor Executivo:
Eng. Ag. Gustavo Beduschi
Jornalista Responsável:
Ana Paula da Silva - MTb: 27368
Arte: Fernando Andrade
Capa/Diagramção: Fernando Andrade Revisão:
Alessandra Rodrigues da Paz - MTb: 49148 Paola Garcia Ribeiro - MTb: 49146
Impressão:
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Contato:
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leitecepea@esalq.usp.br
O Boletim do Leite pertence ao Cepea Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Esalq/USP. A
reprodução de conteúdos publicados por este imformativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.
2
Fonte:
CEPEA - Esalq/USP
médias estaduais das novas regiões – RJ e mS
ERRATA:Na edição anterior, nº 169, os meses indicados no título da tabela acima (preços ao produtor) estavam incorretos. Os valores apresentados naquele mês eram do pagamento de JULHO, referente à produção entregue em JUNHO.
Leite ao Produtor
frete e impostos.Minas Gerais, Goiás e São Paulo foram os estados com menor variação dos preços. Mesmo assim, as quedas foram próximas a 3 centavos, levando as médias para R$ 0,7322, R$ 0,7218 e R$ 0,7637/litro, respec-tivamente - também sem descontar frete e impostos.
Analisando em conjunto a queda de preços de julho, a maioria dos compradores, na-quele momento, estimou que haveria nova redução de preços e também encarecimen-to dos insumos, o que levou o produencarecimen-tor a reduzir o ritmo de crescimento da produ-ção.
De acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAP/Cepea), o volume de leite cap-tado pelas empresas em julho foi somente 1,09% superior ao de junho. No mesmo período do ano passado, o aumento foi de 10,4%; nos anos de 2006 e 2005, superiores a 3,5%.
Comparando o Icap/Cepea de julho deste ano ao de 2007, constata-se que a produção está 10,2% maior. Esta é a menor diferença dos últimos 13 meses. Em abril, chegou a ser de 27% e, em junho, de 20%.
Para o pagamento de setembro, 93,3% dos compradores (cooperativas e laticínios) apostam na continuidade das quedas, en-quanto que os 6,7% restantes acreditam na manutenção dos preços.
Entre agosto de 2007 e agosto de 2008, o produtor de leite da região do Triângulo Mineiro, por exemplo, perdeu quase 26% do seu poder de compra frente ao milho e 49% em comparação ao farelo de soja. Em agosto do ano passado, o produtor daquela região precisava de 23,6 litros de leite para a compra de uma saca de milho e de 612 litros para a aquisição de 1 tonelada de fa-relo de soja. Já em agosto deste ano, a saca e milho passou a equivaler a 29,7 litros e a
tonelada de farelo, a 912,6 litros.
COMPARAÇÃO EXTERNA – Converti-do em dólar, constata-se que o valor pago aos produtores brasileiros (US$ 0,4415/ litro) está semelhante ao pago a produ-tores dos Estados Unidos, do Chile e do Uruguai. Nestes países, o litro está entre US$ 0,41 e US$ 0,431, de acordo com in-formações cedidas pela Fepale (Federação Pan-americana de Leite).
Essa aproximação dos preços pagos aos
produtores faz com que, cada vez mais, a qualidade do leite produzido nas fazen-das seja importante. Um leite de melhor qualidade resulta num melhor rendimento industrial, ou seja, menor quantidade de leite para a produção de uma unidade de derivado, resultando em maior vantagem competitiva para a indústria daquele país. Vale lembrar que a qualidade aqui referida não somente é a microbiológica, mas tam-bém se refere ao teor de sólidos do leite – principalmente matéria gorda e proteína –, ressaltando-se também que esta qualidade
www.cepea.esalq.usp.br/leite
iCAP-l/Cepea - Índice de Captação de leite
R$ 3,79 149,32 152,48 152,66 148,50 142,72 80 90 100 110 120 130 140 150 160 ju n/ 04 ju l/0 4 ag o/ 04 se t/0 4 ou t/0 4 no v/ 04 de z/ 04 ja n/ 05 fe v/ 05 m ar /0 5 ab r/0 5 m ai /0 5 ju n/ 05 ju l/0 5 ag o/ 05 se t/0 5 ou t/0 5 no v/ 05 de z/ 05 ja n/ 06 fe v/ 06 m ar /0 6 ab r/0 6 m ai /0 6 ju n/ 06 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/0 7 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07 se t/0 7 ou t/0 7 no v/ 07 de z/ 07 ja n/ 08 fe v/ 08 mar /0 8 abr /0 8 mai /0 8 ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL 135,88 138,66 133,37 131,62 jun/08 131,94 jul/08 R$ 3,79 0,42 0,44 0,46 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 0,62 0,64 0,66 0,68 0,70 0,72 0,74 0,76 0,78 0,80 0,82
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
R $/ lit ro 2006 2005 Média Histórica 2001 a 2007 2007 2004
2008
Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo iPCA (média de RS, SC, PR, SP, mG, Go e BA)
agosto
3
Fonte: CEPEA - Esalq/USP Fonte: CEPEA - Esalq/USPNo acumulado de janeiro a agosto deste ano, a balança comercial de lácteos acu-mula saldo positivo de quase US$ 170 mi-lhões, de acordo com os dados da Secex. Esse resultado é obtido mesmo com o au-mento das importações, que nos primeiros oito meses do ano beiraram os US$ 143 milhões, contra US$ 93 milhões do mesmo período do ano passado.
O crescimento do saldo positivo vem mes-mo das exportações. Neste ano, o total recebido já é de quase US$ 313 milhões, ante os US$ 117 milhões do mesmo perío-do de 2007. Nesta época perío-do ano passaperío-do, o superávit lácteo era por volta de US$ 24 milhões, montante que representa apenas 14% do que se conseguiu neste ano. É importante notar que, pela primeira vez, todos os meses na parcial deste ano foram superavitários, sendo que fevereiro foi o mês de menor superávit – US$ 6,27 milhões – e junho, o de maior – US$ 35,88 milhões.
Os maiores compradores de produtos lác-teos brasileiros foram os venezuelanos, respondendo por pouco mais da metade do faturamento total (50,3%), o que denota a concentração das vendas brasileiras para um único país. Em segundo lugar, estão os cubanos com 7,4% do total. Além desses, o Brasil vende lácteos para outros 80 países. Quanto às importações, 58% do total pago por lácteos se dirigiu a empresas da Argen-tina - assim como nas vendas, as compras também são concentradas. Em segundo vêm os uruguaios, com pouco menos de 14%. Diferentemente das vendas, as com-pras externas vêm de “somente” 22 países. IPEL/Cepea – Os resultados dos embar-ques de agosto deste ano deixaram o Ín-dice de Preços de Exportação de Lácteos (IPE-L) do Cepea em US$ 3,92/kg ou R$ 6,32/kg, um recuo de 1,8% no valor em dó-lar e de 3% em Real. Comparando-se com o mesmo mês do ano passado, o índice atu-al é 13% maior, considerando-se o vatu-alor em dólares.
O IPEL/Cepea da parcial deste ano (oito meses) é de US$ 4,01, valor 52% maior que
o do mesmo período de 2007 (US$ 2,64/ kg) e 133% sobre parcial de 2006 (US$ 1,72/kg).
Quanto ao tipo de produto mais exporta-do em agosto/08, o leite em pó manteve a
liderança, respondendo por quase 70% do faturamento, praticamente os mesmos 71% do acumulado do ano. O leite condensado aparece em segundo lugar, com 15,2% das receitas deste ano.
Mercado Internacional
Mercado Internacional
Boletim do leite - CePeA/eSAlQ/USP
s
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omerCial
de
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está
Próximo
dos
us$ 170
milhões
4
Fonte: Secex, elaboração
CEPEA - Esalq/USP
Índice de exportação de lácteos (iPe-l) em R$/kg e US$/kg
R$ 3,79 50,3% 7,4% 5,8% 4,5% 4,5% 27,4% VENEZUELA CUBA SENEGAL SUDAO ARGELIA Outros
Principais destinos dos lácteos brasileiros
R$ 3,79 R $ 5, 79 R$ 6,80 U $ 2, 99 U$ 3,46 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 ju n/ 04 ju l/0 4 ag o/ 04 se t/0 4 ou t/0 4 no v/ 04 de z/ 04 ja n/ 05 fe v/ 05 m ar /0 ab r/0 5 m ai /0 5 ju n/ 05 ju l/0 5 ag o/ 05 se t/0 5 ou t/0 5 no v/ 05 de z/ 05 ja n/ 06 fe v/ 06 m ar /0 ab r/0 6 m ai /0 6 ju n/ 06 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 ab r/0 7 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07 se t/0 7 ou t/0 7 no v/ 07 de z/ 07 ja n/ 08 fe v/ 08 m ar /0 ab r/0 8 m ai /0 8 ju n/ 08 IPE-Lácteo R$/kg IPE-Lácteo US$/kg Agosto 2007 jul /0 8 R$ 6,32 U$ 3,92 ago /0 8 Fonte: CEPEA - Esalq/USP
Fonte: Secex, elaboração
CEPEA - Esalq/USP R$ 3,79 57,7% 13,7% 5,8% 5,5% 5,0% 12,3% ARGENTINA URUGUAI FRANCA ESTADOS UNIDOS POLONIA Outros
A água se faz necessária na vida dos animais por diversos fatores, entre eles: nutrição do tecido celular, compensan-do as perdas por fezes, urina, evapora-ção; veículo de nutrientes na digestão, transporte para as células e excreção; secreção de hormônios, enzimas entre outras substâncias bioquímicas; manu-tenção da pressão osmótica intracelular; propriedades de solvente e dispersante; manutenção da homeotermia,
regulan-do a temperatura corporal e regulan-dos órgãos internos.
O consumo de vacas leiteiras varia de 38 a 110 litros/dia, chegando até 140 litros/ dia no período de lactação. Vale lembrar que quanto maior a produção maior será o consumo de água. O consumo de água por animais pode atingir picos após a or-denha, visto que é nesse período que é fornecido alimento.
Para a utilização da água no manejo de bovinos leiteiros, alguns itens devem ser levados em consideração: a água deve ser renovada pelo menos duas vezes ao dia, os bebedouros devem ser dimensiona-dos de maneira que permita o acesso de vários animais ao mesmo tempo, locali-zados em diferentes pontos na proprie-dade, facilitando o acesso dos animais e não comprometendo a ordenha.
Os preços dos derivados lácteos pesquisa-dos pelo Cepea caíram com mais intensi-dade de junho para julho deste ano. Para o leite em pó, o recuo foi de 6% na média Brasil (GO, MG, PR, SP e RS), com a mé-dia passando para R$ 10,71/kg. A maior baixa entre os estados, de 14%, ocorreu em Goiás, e o menor preço, de R$ 9,74/litro, no Paraná.
As cotações dos fluidos, como o UHT, também recuaram fortemente, 9 centavos por litro em São Paulo. A menor queda foi registrada em Goiás, onde o recuo foi de somente 0,5% na comparação de junho para julho. Também neste estado foi ve-rificada a maior média, de R$ 1,54 – uma diferença de até 20 centavos por litro se comparado à do Paraná, menor cotação média – R$ 1,34.
Para o leite pasteurizado, houve recuo de 3% na média nacional. Em Goiás e em São Paulo, as quedas foram de 2% e 3%, res-pectivamente, chegando aos valores de R$ 1,29 e R$ 1,24/litro respectivamente. Nos estados do Sul, foram verificados os meno-res preços do pasteurizado, sendo de R$ 1,20 no Rio Grande do Sul.
Na média nacional, a manteiga caiu 0,4%, recuando levemente em quatro dos cinco estados pesquisados pelo Cepea. A exce-ção ficou por conta do Rio Grande do Sul, onde houve alta de 5%. Em Minas Gerais, o quilo da manteiga foi cotado a R$ 9,29. Desde julho de 2007, o UHT desvalorizou 15% na média nacional, enquanto o pas-teurizado se manteve praticamente estável durante o mesmo período. Já o leite em pó teve aumento de 24,56%.
Os queijos, assim como os outros deriva-dos, também seguiram em queda, caindo 3% de junho para julho, na média nacio-nal. Em São Paulo, o preço da mussarela recuou 9%, o que representou uma perda de quase nove centavos para a indústria. O menor preço entre os estados, de R$ 8,44, ocorreu em Goiás. O queijo prato desva-lorizou 5% em Goiás, Minas Gerais e São Paulo. No Rio Grande do Sul e Paraná, as quedas foram menos acentuadas.
www.cepea.esalq.usp.br/leite
Derivados & Custos
P
reços
de
queijos
e
leites
Caem
ainda
mais
Produto
Leite Pasteurizado Leite UHT Queijo Prato Leite em Pó - integral (sachê 400 g) Manteiga (200 g) Queijo Mussarela SP Média Geral GO MG PR RS 1,29 -2% 1,29 0% 1,22 -6% 1,20 -5% 1,24 -3% 1,25 -3% 1,54 0% 1,51 -3% 1,34 -1% 1,48 -4% 1,45 -6% 1,47 -3% 8,86 -5% 10,27 -5% 9,52 -2% 10,93 0% 10,34 -5% 9,98 -3% 10,71 -14% 11,25 -7% 9,74 -4% 11,60 1% 10,26 -6% 10,71 -6% 9,48 -1% 9,29 -1% 8,48 5% 8,38 -2% 9,05 -3% 8,93 -0,4% 8,44 -2% 9,64 -2% 8,47 -4% 9,97 -1% 8,83 -9% 9,07 -3%
Preços médios dos derivados praticados em JUlHo/2008 e as variações em relação ao mês Anterior
evolução dos preços do UHt e leite em pó(400g)
5
Fonte:
CEPEA - Esalq/USP
Fonte: CEPEA / Simleite
Derivados & Custos
á
gua
: m
erCadoria
de
valor
CresCente
no
manejo
de
Bovinos
leiteiros
R$ 3,79 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 ju l-0 7 ag o-07 se t-0 7 ou t-0 7 no v-07 de z-07 ja n-08 fe v-08 m ar -0 8 ab r-0 8 m ai -0 8 ju n-08 ju l-0 8 R $/ L 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 R $/ K g UHT Leite em pó
É comum ouvir comentários sobre a di-minuição da relação de troca de produ-tos agropecuários por insumos. Mas, se servir de consolo, pode-se afirmar que esse processo não é exclusivo do Brasil, nem recente. Trabalho apresen-tado em Piracicaba no Simpósio sobre Produção Animal em 2002, pelo pro-fessor Alexandre Mendonça de Barros – Fundação Getúlio Vargas, SP, mostra que a relação de troca na agricultura americana reduziu em 50%. Entretan-to os produEntretan-tores se defenderam desse processo através do aumento da pro-dutividade e dessa forma conseguiram se manter na atividade através do au-mento no poder de compra.
Portanto, a produtividade deve ser uma meta em constante reavaliação. A produtividade na fazenda leiteira está associada a três fatores básicos: desempenho animal, estrutura do re-banho e taxa de lotação, ou seja, quan-to mais vacas em lactação por hectare, produzindo o máximo possível, maior será a produtividade. Normalmente, o desempenho do animal é priorizado entre esses fatores - tanto é verdade que dificilmente um representante co-mercial de insumos atravessa a portei-ra da fazenda oferecendo um produto que irá aumentar a lotação de animais na propriedade.
O primeiro passo é definir a quantida-de quantida-de forragem necessária para aten-der a demanda do seu rebanho. Para
otimizar o potencial de produção das plantas, é necessário evitar que qual-quer fator restrinja o desenvolvimento da planta. Entre esses fatores podemos destacar os ambientais, ataque de pra-gas e doenças, presença de plantas in-vasoras, além dos fatores relacionados ao solo como, por exemplo, solos rasos, mal drenados, baixa fertilidade quími-ca, solos compactados, etc.
Além do desenvolvimento da planta, a eficiência nos processos de plantio, colheita, deslocamento de máquinas e animais também devem ser levados em consideração na escolha das áreas que serão utilizadas para produção de forragem.
Um a vez definidas ás áreas a serem trabalhadas, o ponto de partida é a amostragem do solo para realizar a análise química de fertilidade. Existem fatores de restrição que dificilmente serão economicamente viáveis de se-rem corrigidos (temperatura, declivi-dade, profundidade do solo, etc.). Em contrapartida, a fertilidade do solo é dos fatores que têm grande impacto sobre a produtividade da planta e a viabilidade econômica de corrigi-la é positiva.
O nitrogênio é fundamental para al-cançar altas produtividades, pois as gramíneas, respondem linearmente a doses elevadas de nitrogênio quando comparada com outros nutrientes.
Além disso, o nitrogênio é o nutrien-te de maior concentração na planta e, por isso, exige doses mais elevadas nas recomendações de adubação. Esse fato faz com que o nitrogênio tenha alta participação no custo da adubação e, portanto, a resposta da planta ao uso desse nutriente está estreitamente re-lacionada à viabilidade econômica do uso da adubação.
Quando a recomendação e o manejo da adubação são realizados de forma adequada, é possível produzir de 50 a 80 kg de matéria seca por quilo de ni-trogênio. O uso adequado do solo, dos corretivos e fertilizantes é premissa para aumentar a lotação animal na ati-vidade de forma sustentável.
São muitos os fatores que interferem na resposta da planta e do animal, e grande parte desses fatores interagem, sendo, portanto, importante que es-ses fatores sejam analisados de forma integrada. Tais fatores ocorrem em ní-veis diferentes em cada propriedade, e as recomendações técnicas devem ser feitas por profissionais treinados, ca-pazes de reconhecer os limites de cada propriedade e a integração ótima entre os fatores.
Panorama
Panorama
Boletim do leite - CePeA/eSAlQ/USP
P
lanejamento
do
uso
do
solo
Para
Produção
de
forragens
em
fazendas
leiteiras
6
Por Dr. Marco Antonio Penati. Engenheiro Agrônomo
ESALQ/USP – Departamento de Zootecnia – Centro de Treinamento de Recursos Humanos.
Índice de evolução da produtividade, dos termos de troca e do poder de compra da agricultura americana entre 1910 e 1986 (1910=100)
Data Farelo de soja R$/t
jun/08 729,11 26,58
mai/08 678,7 27,079
Milho R$/sc
Data Preço do leite R$/litro
jun/08 0,81 905,73
mai/08
jun/07 0,780,65 872,80709,53
Litros de Leite/t farelo de soja Litros/sc Milho
33,02 34,81 29,83 Dieta jun/08 Silagem Milho Silagem de Sorgo Silagem de Tanzânia Cana Colheita Manual Cana Colheita Mecanizada
5,65 5,50 6,98 5,30 4,65 5,33 5,25 6,84 5,11 4,46 mai/08 mai/08 0,3552 0,3503 0,4559 0,3405 0,2970 0,3763 0,3664 0,4656 0,3535 0,3100 jun/08 R$ vaca/dia R$/litro Dieta jun/08 Silagem Milho Silagem de Sorgo Silagem de Tanzânia Cana Colheita Manual Cana Colheita Mecanizada
93,15 129,89 199,00 182,60 182,60 84,60 123,12 190,49 172,69 172,69 mai/08 mai/08 301,50 263,23 287,77 165,55 122,36 315,93 274,18 289,39 168,53 125,34 jun/08
Concentrado (R$/ton) Volumoso (R$/ton)
Período
Termos de troca
Produtividade
Poder de compra
1910 100 100 100
1986 51 316 161
Os preços internos e externos do farelo de soja recuaram em agosto, mas continua-ram em patamares elevados comparando-se ao mesmo período de 2007. Em Cam-pinas (SP), o produto teve média de R$ 680,60/tonelada no mês, 10% inferior à de julho/08, mas 30,3% maior que a do mes-mo período de 2007.
No mercado internacional (bolsa de Chi-cago – CBOT), o contrato Setembro/08 do farelo teve média de US$ 385,58/t em agosto, recuo de 13,1% em relação a mês anterior, mas 52,3% superior ao mesmo período de 2007. Quanto ao grão, o mes-mo vencimento teve média de US$ 12,79/
bushel (US$ 28,21/sc) em agosto, queda de 14,47% sobre o mês anterior, mas alta de 51,66% em relação a ago/07.
Esse cenário tem preocupado agentes quanto à colheita da sa-fra 2008/09, dados os altos cus-tos de produção da soja. Para os próximos meses, com o término do vazio sanitário, produtores voltam suas atenções ao clima (regularização da chuva), com vistas a iniciar o plantio. No ano passado, a seca atrasou as ativi-dades em 22 dias, em média. Para esta safra, a expectativa é que as
chuvas iniciem em Mato Grosso e Goiás após 20 de setembro.
A safrinha 2007/08 de milho termina com cotações abaixo das expectativas de pro-dutores no início do ano, resultado dos es-toques elevados desta temporada e do fraco desempenho das exportações. Em agosto, o preço médio do grão em Campinas (SP) ficou em R$ 24,28/sc de 60 kg, queda de 11,4% em relação a julho e de 9,3% sobre março/08 (pico de colheita). Em Cascavel (PR), a média ao produtor foi de R$ 18,31/ sc, recuo de 13,6% comparada à de julho e de 6,9% sobre a março deste ano.
A frustração é minimizada, em partes, pela colheita recorde em várias regiões do País, onde a regularidade das chuvas até o final de maio permitiu produtividades semelhantes à da safra verão. Com isso, aumentou a estimativa de oferta do grão no mercado doméstico para 2008. Segun-do a Conab, a produção (safras de verão e inverno) deve totalizar 58,6 mi/t, elevação de 14% sobre a safra passada.
De modo geral, a preocupação de produ-tores para a próxima safra de inverno de milho (em 2009) está na capacidade de re-compra dos fertilizantes. A desvalorização do grão e a alta dos fertilizantes reduziu significativamente o poder de compra dos produtores em agosto. Em Sorriso (MT), a relação de troca é a pior do País,
onde são necessárias 144,62 sacas de milho para a aquisição de uma tonelada do fertilizante básico 08-20-20. Isso significa que cerca de 41% da produtividade média do milho safrinha da região (70 sacas) será comprometida com a compra de adubo para a próxima safra ao preço médio de agosto – a média dos últimos três anos é de 23%.
Quanto à safra verão, a com-pra dos fertilizantes para a safra 2008/09 já foi realizada no
pri-meiro semestre, mas continua a preocu-pação quanto à remuneração no próximo ano. O plantio deve ser ganhar ritmo com a regularização das chuvas. A estimativa para essa safra verão deverá reduzir frente à anterior, tendo em vista que a rentabili-dade da soja está melhor que a do milho.
Panorama
www.cepea.esalq.usp.br/leite
Milho e Soja
Mercados de Milho e Soja
s
afrinha
de
milho
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Com
Cotações
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forte
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reços
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2007
7
Por Mauro Osakie Prof. Lucilio Rogerio A. Alves Equipe Grãos Cepea - Esalq/USP R$ 3,79 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/0 7 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07 se t/0 7 ou t/0 7 no v/ 07 de z/ 07 R$ /t fa re lo 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 R$ /s c m ilh o Saca Milho (60 kg) Farelo de soja (t) 15 20 25 30 35 Dez Nov Out Set Ago Jul Jun Mai Abr Mar Fev Jan
2007
2008
milho Campinas - mercado de lotes R$/sc 60 kg (à vista) Fonte: CEPEA - Esalq/USP R$ 3,79 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/0 7 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07 se t/0 7 ou t/0 7 no v/ 07 de z/ 07 R$ /t fa re lo 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 R$ /s c m ilh o Saca Milho (60 kg) Farelo de soja (t) 400 500 600 700 800 Dez Nov Out Set Ago Jul Jun Mai Abr Mar Fev Jan
2007
2008
Farelo Campinas - mercado de lotes R$/tonelada (à vista)
Fonte:
Em agosto, os custos com a alimentação recuaram. O custo da tonelada de cana com colheita meca-nizada, no estado de São Paulo, teve média de R$ 53,42, queda de 0,5% em relação a julho.
O custo de outras dietas também diminuiu, em média 3%. A exceção ficou por conta da dieta à base de silagem de capim Tanzânia, que esteve 1% mais cara que no mês anterior.
Juntamente com os custos da silagem, os concen-trados utilizados na formulação das rações, farelo de soja e milho, tiveram quedas de 10% e 11%,
res-pectivamente, em Campinas (SP), comparando-se as médias de julho e agosto.
Dessa forma, houve uma melhora para o produ-tor no custo da vaca/dia e, consequentemente, também no custo de produção do leite. Para pro-dutores paulistas, os custos em agosto recuaram 5,85% tanto para a manutenção de vacas quanto para produção do leite. Em média, a despesa com alimentação para uma vaca de 30/litros/dia, com dieta a base de silagem de milho na citada região foi de R$ 8,05 ou de R$ 0,22687/litro.
Alimentação
Alimentação
Boletim do leite - CePeA/eSAlQ/USP
C
ustos
Com
dieta
Caem
em
agosto
8
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 ago se t out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago R$ 3,79 Fonte: CEPEA - Esalq/USPlitros necessários para adquirir 30kg de sal mineral(88gr)
IMPRESSO
Uso dos Correios
Av. Centenário, 1080 CEP: 13416-000 P
iracicaba, SP
Data Farelo de soja R$/t
jun/08 729,11 26,58
mai/08 678,7 27,079
Milho R$/sc
Data Preço do leite R$/litro
jun/08 0,81 905,73
mai/08
jun/07 0,780,65 872,80709,53
Litros de Leite/t farelo de soja Litros/sc Milho
33,02 34,81 29,83 Dieta jun/08 Silagem Milho Silagem de Sorgo Silagem de Tanzânia Cana Colheita Manual Cana Colheita Mecanizada
5,65 5,50 6,98 5,30 4,65 5,33 5,25 6,84 5,11 4,46 mai/08 mai/08 0,3552 0,3503 0,4559 0,3405 0,2970 0,3763 0,3664 0,4656 0,3535 0,3100 jun/08 R$ vaca/dia R$/litro Dieta jun/08 Silagem Milho Silagem de Sorgo Silagem de Tanzânia Cana Colheita Manual Cana Colheita Mecanizada
93,15 129,89 199,00 182,60 182,60 84,60 123,12 190,49 172,69 172,69 mai/08 mai/08 301,50 263,23 287,77 165,55 122,36 315,93 274,18 289,39 168,53 125,34 jun/08
Concentrado (R$/ton) Volumoso (R$/ton)
Silagem R$/ha R$/t Matéria Verde R$/t Matéria Seca
Milho Sorgo Tanzânia
Cana – colheita manual Cana – colheita mecanizada Girassol 3.585,26 112,04 350,12 4.097,73 109,27 341,48 8.407,55 89,68 448,4 5.199,53 71,54 238,48 3.070,38 53,42 178,08 4.244,00 106,1 353,67
Custos de produção de silagem agosto/08
r
elação
de
troCa
Em agosto, o produtor paulista precisou do equi-valente a 77 litros de leite para comprar um saco de 30kg de sal mineral com 88g de fósforo, 3% a mais que em julho. O preço médio do sal mineral em agosto no estado de São Paulo foi de R$ 59,00 e o do leite, R$ 0,76/litro (bruto).
Em agosto de 2007, o produtor adquiria o mesmo insumo com 36 litros de leite, ou seja, neste ano ele precisou de mais que o dobro da quantidade de produto para a mesma compra há um ano.
O sal mineral representa cerca de 40% dos custos operacionais da produção de leite no estado de São Paulo e foi justamente o insumo que mais va-lorizou nos últimos meses.
Com a perda do poder de compra, reduz também a capacidade de investimento do produtor, o que pode comprometer a oferta em médio prazo. Fonte: CEPEA - Esalq/USP