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SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

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SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS

DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Uso alternativo dos resíduos da poda de árvore na confecção

de tijolos de solo-cimento

Manuel Joaquim Duarte da Silva

Professor Doutor do Curso de Engenharia Civil Unesp – Universidade Estadual Paulista – Campus Bauru

manuel@feb.unesp.br Larissa Carreiro Fogaça

Aluna de Graduação do Curso de Engenharia Civil Unesp – Universidade Estadual Paulista – Campus Bauru

larissacfogaca@hotmail.com

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Resumo:

Este artigo aborda a produção de tijolos de solo-cimento estabilizados pela incorporação de resíduos da poda de árvore. O estudo procurou uma solução alternativa para a deposição desses resíduos em aterros sanitários. Sendo a construção civil uma grande geradora de resíduos, buscou-se aliar um grande volume de resíduos como matéria prima para uma grande industria através da produção dos tijolos. Determinou-se a resistência a compressão de tijolos constituídos do solo arenoso de Bauru homogeneizado com o solo argiloso de Cordeirópolis, na proporção de três para um. Variou-se os teores de cimento e resíduo, para avaliar o traço econômico onde ocorresse o menor consumo de cimento e a maior incorporação de resíduo afim de garantir a resistência mínima de 2 MPa exigida em norma. Assim, dosou-se o traço para o teor de cimento de 4% e teor de resíduos de 3% em relação à massa de solo.

Palavras-chave: Poda de árvore, Tijolos de sol-cimento, Construção Civil.

Seção 2 – Curso de Engenharia Civil - Meio Ambiente Apresentação: pôster.

1. Introdução

A satisfação das necessidades humanas somente será sustentável quando as atividades processadas não interferirem prejudicialmente nos ciclos de renovação da natureza e nem destruir esses recursos de forma a privar as gerações futuras de sua assistência.

Os resíduos sólidos, que são materiais heterogêneos resultantes das atividades humanas e da natureza, podem ser parcialmente utilizados gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Uma vez gerados, os resíduos devem ser coletados e afastados da sua área de produção e consumo com destino a um descarte

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2 controlado e adequado que não cause impacto negativo ao meio ambiente e à saúde humana.

A complexidade da troca de um recurso natural por um resíduo se dá pela dificuldade de precisar quanto do bem não renovável pode ser substituído pelo material reciclado, isto é, qual o limite onde não se alteram as características convencionais, ou se estas se alteram qual é o desvio tolerável.

A construção civil, que é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos.

A prática da poda de árvores é outro exemplo de atividade que gera grandes volumes de resíduos. A poda de árvore é uma prática de remoção de galhos, feita para aumentar a vitalidade destas ou para evitar problemas de segurança causados pelo crescimento exagerado dos galhos.

Em alternativa aos impactos provocados por estas duas atividades buscou-se no debuscou-senvolvimento da pesquisa uma destinação mais adequada aos resíduos provenientes da poda de árvore e uma redução no consumo de recursos naturais através da confecção de tijolos de solo-cimento com incorporação de fibras.

2. Objetivos

O objetivo geral da pesquisa foi propor o estudo do aproveitamento dos resíduos de poda de árvores, buscando uma alternativa à simples deposição do material em aterros sanitários, através da verificação da viabilidade do uso da poda na elaboração e da avaliação das características físico-mecânicas de tijolos de solo-cimento-resíduo para uso em obras da construção civil.

O presente artigo apresenta os resultados obtidos na pesquisa referentes à elaboração de tijolos de solo-cimento com a incorporação de resíduos de poda de árvore em teores diversos, mostrando sua viabilidade e o traço mais econômico.

3. Revisão Bibliográfica

Segundo PINTO (1998), os solos podem ser definidos como um conjunto de partículas sólidas provenientes da desagregação de rochas por ações físicas e químicas, com água (ou outro líquido) e ar, ou ainda ambos, em seus espaços intermediários.

O solo pode ser definido como um material não consolidado da camada superficial da terra, facilmente desagregável, contendo minerais diversos sob as formas de areia (pequenas partículas bem resistentes, duras); de silte (partículas mais finas que a areia, geralmente sedimentadas sob a forma de camadas pulverizadas); e de argilas (silicatos hidratados de alumínio, e que constitui o barro) (CEBRACE, 1981). Os solos existentes podem ou não apresentar material orgânico conforme a sua origem e formação.

Segundo FARIAS, terra crua é a designação genérica dada aos materiais de construção produzidos com solo, das mais variadas características e origens,

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3 porém, sem passar pelo processo de cozimento (queima). A terra crua, em qualquer das suas modalidades, é um excelente material no que se diz a respeito de isolamento térmico e acústico e ao baixo consumo de energia para a sua produção, em contraste com os matérias de construção convencionais.

As técnicas mais significativas de construção com terra crua são o adobe, a terra empilhada, o bloco de terra comprimida, a taipa, o pau-a-pique, a terra escavada, a terra cortada, a terra escavada, a terra moldada à mão e a terra-palha.

Segundo MITCHELL e KATTI (1981) apud MONTARDO, CONSOLI e PRIETTO (2001), como técnicas para melhoria do solo, podem ser relacionados os principais métodos: a compactação, a consolidação por pré-carregamento e/ou drenos verticais, a injeção de materiais estabilizantes, a estabilização por processos físico-químicos e o reforço do solo com a inclusão de elementos resistentes tais como geotêxteis, fibras, grelhas, tiras.

Conforme INGLES & METCALF (1972), os princípios que reagem a estabilização dos solos tendem a conferir ao produto final melhor estabilidade dimensional, aumento de resistência mecânica para patamares definidos pela utilização, diminuição da permeabilidade, controle da fissuração por retração por secagem, resistência à erosão e abrasão superficial, e conseqüentemente, aumento da durabilidade do material.

De fato, qualquer forma de estabilização promove: a redução do volume de vazios que influencia a porosidade; o preenchimento dos vazios que não podem ser eliminados por completo, alterando as características de permeabilidade do solo; e a melhoria da aderência entre os grãos, conferindo maior compacidade, ou densidade, ao solo, influenciando diretamente na resistência mecânica.

Os principais métodos de estabilização do solo são: a estabilização mecânica, a estabilização física e a estabilização química.

A estabilização mecânica consiste em compactar o solo por meio de uma ação (aplicação de uma energia) mecânica. Os resultados deste método afetam a densidade, a resistência mecânica, a compressibilidade, a permeabilidade e a porosidade.

A estabilização física atua diretamente sobre a textura do solo, ou seja, adicionam-se frações de solo de diferentes granulometrias e, portanto, otimizam-se as proporções entre areia, silte e argila, fato que causa um melhor empacotamento dos grãos.

Segundo SILVA (2001), ocorre estabilização química quando outros materiais são adicionados ao solo, modificando suas propriedades ou por reação físico-química entre os grãos e o material, ou criando uma matriz que aglutina e cobre os grãos.

A opção pelo tipo adequado de estabilização é influenciada por uma série de fatores, segundo GUIMARÃES (1998), como: viabilidade econômica, finalidade da obra, características dos materiais e as propriedades do solo que se deseja corrigir ou melhorar.

Segundo as normas brasileiras, solo-cimento é o produto endurecido resultante da cura de uma mistura íntima compactada de solo, cimento e

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4 água em proporções estabelecidas através de dosagem, executada conforme a NBR 12254 (1990).

Segundo o CEBRACE (1981) e a ABCP (1985), o solo-cimento é um material de construção constituído pela mistura homogeneizada, compactada e curada de solo, cimento Portland e água em proporções adequadas à finalidade de uso. Possui boa resistência à compressão, durabilidade e impermeabilidade além de baixa retração volumétrica. A maior parte da mistura é solo sendo que a fração de cimento é muito baixa (5 a 10 % de cimento em peso são suficientes para estabilizar o solo conferindo lhe as propriedades desejadas). Os solos ideais para esta mistura são aqueles que apresentam uma curva granulométrica bem distribuída, isentos de matéria orgânica, devendo-se ainda evitar os que contenham argilo-minerais do tipo montmorilonitas.

Segundo ENTEICHE apud MERCADO (1990), trata-se de um processo físico-químico de estabilização no qual as conseqüências decorrem de uma estruturação resultante da reorientação das partículas sólidas do solo com a deposição de substancias cimentantes nos contatos intergranulares, alterando, portanto, a quantidade relativa de cada uma das três fases – sólidos, água e ar – que constituem o solo.

BLÜCHER (1951) destaca que os principais fatores que afetam a qualidade do solo-cimento são: o tipo do solo, o teor de cimento, o método de mistura e a compactação. O autor ainda ressalta que, desses fatores, o solo exerce maior influencia e, se este for inadequado, pouco se poderá fazer para obter um produto satisfatório.

Dentre as vantagens na utilização do solo cimento pode-se citar: disponibilidade de solo propiciando o uso intensivo de recursos materiais locais; tecnologia simples, de fácil assimilação do processo construtivo; apresenta boas condições de conforto térmico e acústico; grande durabilidade e manutenção reduzida pois apresenta elevada resistência e boa impermeabilidade; redução do uso de revestimentos devido ao acabamento liso das paredes monolíticas ou à perfeição das faces das peças prensadas; e baixo consumo de energia. A principal desvantagem, no entanto, está na grande variedade de solos existentes o que implica na execução de ensaios para a caracterização dos solos utilizados.

ABCP (1985), CEPED (1985) e CRATERRE (1979) determinam que os procedimentos de mistura de solo-cimento para a confecção de tijolos, blocos ou painéis, devem ser: preparação do solo (destorroamento, pulverização e peneiramento); preparação da mistura (homogeneização seca e homogeneização da umidade); e moldagem (uso efetivo).

O CEPED (1985) afirma ainda que o controle da compactação é um dos requisitos básicos para a confecção de peças utilizando a mistura solo-cimento. Deve-se ainda tomar cuidado com os cantos dos tijolos onde a compactação pode não ser muito eficiente.

A umidade ideal depende do tipo solo utilizado, sendo portanto necessário ensaiá-lo para determinar a umidade ótima de modo que se consiga a maior massa específica (CEBRACE, 1981).

MACHADO, LIMA e ALMEIDA (1998) compararam os resultados de seus estudos e concluíram que a adição de fibra de polipropileno à mistura

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solo-5 cimento influenciou os parâmetros de resistência provocando um aumento de coesão e uma redução do ângulo de atrito interno. No estudo de várias energias de compactação, determinou-se que o efeito de ancoragem introduzido na mistura solo-cimento pela adição de fibra torna-se mais evidente para uma menor energia.

SILVA e AKASAKI (2002) estudaram a compactação em misturas com resíduos vegetais (casca de arroz, pó de serra – Eucalipto, bagaço de cana) e concluíram que a determinação da quantidade de resíduo a ser utilizada foi influenciada pelos ensaios de compactação, uma vez que ocorreu a redução da massa específica aparente seca máxima com o aumento da quantidade de resíduos.

Segundo CEBRACE (1981) e TAVEIRA (1987), a hidratação do solo-cimento nos primeiros dias após a moldagem é fundamental. Em caso de secagem rápida, pode ocorrer uma redução na resistência de aproximadamente 40 %, o que torna a cura um processo indispensável. A cura mal feita pode influir também no acabamento final, podendo as superfícies de solo-cimento apresentar um esfarelamento superficial tornando-as vulneráveis às intempéries e à qualquer ação mais rigorosa.

Um processo mais simples e eficiente de cura consiste de algumas molhagens diárias, por um período mínimo de 7 dias. Este processo mantém a umidade dos tijolos, garantindo a ausência de trincas e a qualidade final desejada.

Um fator importante a ser considerado é o armazenamento das peças. As mesmas deverão, após a prensagem e desmoldagem, ser empilhadas sobre um piso plano à sombra ou em local coberto e protegido. Depois de curado, o tijolo ou bloco de solocimento possui alta resistência à compressão simples e baixa absorção (ABCP, 1985).

A mistura de pedaços de palha ou fibras, por exemplo, reduz acentuadamente o efeito de retração quando da secagem do material úmido. A utilização de produtos tais como óleos de origem vegetal ou animal, ou emulsões asfálticas tem a finalidade de aumentar significativamente a impermeabilidade, melhorando as condições de durabilidade (TAVEIRA, 1987).

A inserção de determinados tipos de fibra em solos altera a rigidez, a resistência e o comportamento pós-pico dos mesmos. Por outro lado, a adição de cimento ao solo, embora aumente a resistência e a rigidez do material, torna o mesmo extremamente frágil, efeito esse que pode ser atenuado na presença de fibras (VIEIRA et al., 2002).

Segundo MONTARDO, CONSOLI e PRIETTO (2001), as fibras não impedem a formação das fissuras, porém, controlam a propagação das mesmas ao longo da massa cimentada, beneficiando as propriedades mecânicas no estado pós-fissuração. A adição de fibras é capaz de causar um aumento, como já citado, da resistência mecânica, da resistência à fadiga, da resistência às cargas de impacto e dinâmicas, da ductilidade e da tenacidade.

As vantagens ocasionadas pela utilização da fibras em matrizes frágeis favorecem a produção de componentes esbeltos (leves) com bom desempenho mecânico (elevada absorção de energia, por exemplo quando solicitado a esforços dinâmicos), bom isolamento termo-acústico, além da indispensável

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6 viabilidade econômica (AGOPYAN, 1991 apud SAVASTANO e AGOPYAN 1998).

Propriedades mecânicas tais como resistência à tração, à flexão e ao impacto são melhoradas com a adição de fibras em matrizes frágeis. Seu comportamento também é alterado após a fissuração, pois ao invés de ocorrer ruptura súbita do material após o início da fissuração da matriz, ocorre uma deformação plástica considerável, mais adequada à construção civil (AGOPYAN, 1993).

4. Metodologia

Escolheu-se um solo representativo da região do município de Bauru, no estado de São Paulo. Segundo FARIAS (2002), a composição granulométrica do solo de Bauru é 14% de argila, 8% de silte e 78% de areia. Conhecidas as características deste solo, predominantemente arenoso e com baixa quantidade de argila, optou-se pela homogeneização através da mistura com o solo argiloso proveniente da região do município paulista de Cordeirópolis, como mostra a figura 1.

FIGURA 1: Processo de homogeneização dos solos de Bauru e Cordeirópolis. Procedeu-se os ensaios de caracterização dos solos escolhidos no Laboratório de Mecânica dos Solos, da Universidade Estadual Paulista, Unesp, Campus de Bauru.

Os ensaios foram realizados de acordo com as normas brasileiras, sendo eles: determinação do teor de umidade, determinação da massa específica dos sólidos, análise granulométrica conjunta, determinação dos limites de consistência (limite de liquidez, limite de plasticidade e índice de consistência) e ensaios de compactação, como apresentados na figura 2.

(a) (b) (c)

FIGURA 2: Ensaios: (a) determinação da massa específica dos sólidos, (b) análise granulométrica conjunta e (c) ensaio de compactação.

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7 A partir dos resultados dos ensaios determinou-se os traços em relação à mistura de solos, ao teor de resíduo de poda de árvore e teor de cimento empregado e planejando-se a confecção dos tijolos de solo-cimento-resíduo. Optou-se por dividir a confecção dos tijolos em duas fases: uma variando-se o teor de cimento e outra, o teor de resíduos incorporados.

Na primeira fase, confeccionou-se 3 tijolos para preparação dos corpos de prova para os teores de cimento de 2, 7 e 12% em relação a massa de solo homogeneizado, como determina a norma NBR 10832/89. Na segunda fase, para o teor de cimento de 7%, produziu-se também 3 tijolos para os teores de resíduos de 1, 2, 3, 4 e 5% em relação a massa de solo. O cimento escolhido foi o CP V ARI.

Para a confecção dos tijolos de solo-cimento-resíduo foram necessárias as seguintes etapas: escolha e preparação da prensa, planejamento do preparo, homogeneização do solo e preparo dos resíduos da poda de árvores, mistura dos materiais constituintes, prensagem, cura e armazenamento dos tijolos. Utilizou-se uma prensa manual com capacidade de produção de 3 tijolos simultaneamente com dimensões de (11x7x21) centímetros, apresentada na figura 3a.

O solo homogeneizado foi misturado primeiramente com os resíduos da poda de árvore, como mostra a figura 3b, e depois com cimento até atingir uma só coloração. Adicionou-se a mistura água até atingir-se a umidade ótima obtida no ensaio de compactação do solo, figura 3c. Em seguida, colocou-se na fôrma e procedeu-se a prensagem, sendo toda a mistura utilizada e respeitando o início e fim de pega do cimento.

(a) (b) (c) FIGURA 3: (a) prensa manual, (b) mistura do solo com os resíduos e (c) preparação para mistura do cimento e da água.

Após a prensagem, os tijolos foram imediatamente retirados da prensa, com cuidado. Sendo dispostos em local protegido do sol e do vento, molhados pelo menos 3 vezes ao dia, durante os primeiros 7 dias, para que fosse garantida a cura, figura 4a.

A preparação dos corpos de prova, como apresenta a figura 4b, foi feita de acordo com a NBR 8492. As características mecânicas dos tijolos de solo-cimento-resíduo foram ensaiadas no Laboratório de Construção Civil da Unesp, Campus de Bauru, através da determinação da resistência à compressão, realizado na máquina universal de ensaios, figura 4c.

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8 (a) (b) (c)

FIGURA 4: (a) cura dos tijolos , (b) preparação dos corpos de prova e (c) ensaio de compressão.

5. Resultados e discussão

O solo de Bauru foi caracterizado como areia fina pouco argilosa marrom-claro, com teor de umidade de 0,72%, massa específica de sólido de 2,647 gramas por centímetro cúbico e limite de liquidez de 15%.

Já o solo de Cordeirópolis foi caracterizado como argila rosa-claro, com teor de umidade de 2,60%, massa específica de sólido de 2,696 gramas por centímetro cúbico, limite de liquidez de 15%, limite de plasticidade de 21,5% e índice de plasticidade de 19,5%.

Para a homogeneização do solo escolheu-se seguinte proporção: para cada 1000 gramas do solo de Bauru forma adicionadas 340 gramas do solo de Cordeirópolis.

Para cada grupo de corpos de prova obteve-se as resistências médias à compressão como mostram as tabelas 1 e 2. A partir destes resultados produziu-se os gráficos 1 e 2 que demonstram o comportamento dos tipos para os diferentes teores de cimento e resíduos, respectivamente.

TABELA 1: Resistências médias a compressão para tijolos de solo-cimento.

Teor de Cimento

2% 7% 12%

C.P. fcT (MPa) C.P. fcT (MPa) C.P. fcT (MPa)

C1 1,41 C4 4,74 C7 8,27

C2 1,76 C5 2,90 C8 7,95

C2 1,69 C6 3,68 C9 6,84

fcT,média (MPA)

1,62 3,77 7,69

Percebeu-se que a ruptura dos corpos de prova com incorporação de resíduos deu-se por um plano melhor definido que os corpos de prova somente de solo-cimento, que se fragmentavam em muitas partes após a ruptura.

Constatou-se também que com a incoporação de até 3 % de resíduos há um ganho na resistência à compressão dos tijolos.

A partir de um teor de cimento de 4% em relação a massa de solo já se garante a resistência mínima exigida pela norma.

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9 GRÁFICO 1: Comportamento dos tijolos de solo-cimento.

TABELA 2: Resistências médias a compressão para tijolos de solo-cimento-resíduos.

Teor de resíduo de poda de árvore

1% 2% 3% 4% 5%

C.P. fcT (MPa) C.P. fcT (MPa) C.P. fcT (MPa) C.P. fcT (MPa) C.P. fcT (MPa) C10 3,96 C13 5,36 C16 4,97 C19 4,20 C22 3,03 C11 5,24 C14 5,20 C17 5,93 C20 3,96 C23 3,54 C12 5,54 C15 4,69 C18 4,43 C21 3,44 C24 2,74

fcT,média (MPA)

4,91 5,08 5,11 3,87 3,10

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10

6. Conclusões

Pode-se concluir com o desenvolvimento da pesquisa que a incorporação do resíduo da poda de árvore na confecção de tijolos de solo-cimento é técnica e economicamente viável devido ao fato de aumentar a resistência à compressão, melhorar o desempenho diante as solicitações, reduzir a quantidade cimento utilizado e ser esteticamente aceitável.

O traço econômico que garanta a resistência mínima exigida em norma e utilize o máximo de resíduos e o mínimo de cimento é para o teor de cimento de 4% e teor de resíduos de 3% em relação à massa de solo.

7. Referências bibliográficas

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FARIAS, O. B. Utilização de macrófitas aquáticas na produção de adobe: um estudo de caso no reservatório de Salto Grande (Americana – SP). Tese de doutorado. Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo. São Carlos, 2002.

GUIMARÃES, J. E. P. A cal – fundamentos e aplicações na construção civil. Editora Pini. São Paulo, 1998.

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