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Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de jornalismo

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Telma Dias dos Santos

Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação

televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de

jornalismo

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

SÃO PAULO 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Telma Dias dos Santos

Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação

televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de

jornalismo

SÃO PAULO 2016

Dissertação de Mestrado apresentada à Banca examinadora como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Fonoaudiologia, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, sob orientação da Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva

(3)

SANTOS, Telma Dias dos

Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de jornalismo / Telma Dias dos Santos – 2016, XXXf. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Pós-Graduação e Fonoaudiologia. Área de concentração: voz. Orientadora: Profa. Dra. Marta Assumpção de Andrada e Silva.

Speech therapy intervention focusing on televised statement: effect of a proposal journalism graduates.

1. Intervenção Fonoaudiológica. 2. Comunicação. 3. Voz. 4. Jornalismo.

(4)

Banca examinadora

_____________________________________

_____________________________________

_____________________________________

(5)

Dedicatória

Ao meu pai, Gerson Veronezzi, que com seu jeito particular criou e amou seus filhos e soube plantar em meu coração o amor pela vida e, em minha mente, a vontade de ser melhor. Que pena que nos deixou antes que eu terminasse mais esse ciclo.

(6)

Agradecimentos

À minha orientadora Profª Drª. Marta Assumpção de Andrada e Silva pela acolhida, por todos os ensinamentos durante todos esses meses, e por acreditar em mim e em meu trabalho desde a primeira conversa.

Ao Laborvox pela experiência enriquecedora e por toda troca de conhecimento.

Às professoras do programa de pós-graduação em Fonoaudiologia PUC – SP Léslie Piccolotto Ferreira, Beatriz Caiuby Novaes, Esther Bianchinni, Maria Claudia Cunha, Ruth Palladino, Teresa Momensohn e Suzana Maia, pela importante contribuição em minha trajetória acadêmica.

Às Drªs Leny Kyrillos, Vanessa Pedrosa pelas importantes contribuições em minha qualificação. Muito obrigada!

À Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo pela parceria.

Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Santoro também pela parceria, pela confiança e por acreditar na importância da inclusão de disciplinas práticas, no curso de jornalismo, que abordem a comunicação profissional.

À Stela Verzinhasse Peres pela rica e cuidadosa análise estatística.

Aos juízes telespectadores que participaram e contribuíram para o rico resultado da pesquisa.

Aos alunos de graduação em jornalismo que participaram como sujeitos da pesquisa.

À CAPES e ao CNPq pelo incentivo financeiro concedido durante o Mestrado.

Às minhas filhas Isabela e Júlia pela paciência, pela cumplicidade e pela presença constante. Vocês me deram e dão coragem para seguir sempre em frente.

Ao meu marido Eduardo também pela paciência, pelo companheirismo, pelo carinho e por ser o meu porto seguro sempre. Muito obrigada, meu amor!

(7)

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução parcial ou total dessa dissertação, por meio de fotocópias ou meios eletrônicos.

_________________________ Telma Dias dos Santos

São Paulo, junho de 2016 vi

(8)

Resumo

Santos TD. Intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação televisiva: efeito de uma proposta com graduandos de jornalismo. [Dissertação de Mestrado], São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016.

Introdução: a comunicação jornalística na televisão e o telespectador mudaram e, consequentemente, as empresas de comunicação têm exigido mais versatilidade dos jornalistas. Em decorrência disso, a atuação do fonoaudiólogo tem se transformado e se ampliado, à medida que se vê a necessidade desse profissional estar presente na formação do jornalista. Foi na perspectiva dessa nova realidade e demanda que essa pesquisa de intervenção para sujeitos em formação profissional se deu. Objetivo: avaliar o efeito de uma proposta de intervenção com foco na comunicação profissional em televisão para alunos de graduação em Jornalismo. Método: a amostra foi composta por 23 estudantes de jornalismo, 12 mulheres e 11 homens, com idades entre 18 e 21 anos. A intervenção fonoaudiológica teve oito encontros com a duração de quatro horas cada e a gravação de um vídeo com a mesma notícia antes e depois da intervenção. A avaliação do desempenho comunicativo dos alunos foi realizada por 75 juízes telespectadores com os pares de vídeos, no qual eles escolheram o vídeo melhor. Essa escolha foi justificada com a atribuição de características divididas em três aspectos principais, foram esses: corpo, fala e emocionais e de interpretação. Resultados: a maioria (91,3%) dos alunos apresentou uma performance comunicativa melhor no vídeo depois da intervenção de acordo com os juízes. Os parâmetros relacionados aos aspectos emocionais e de interpretação foram os que tiveram mais características citadas. Dessas, as com maior número foram mais natural seguido por mais seguro, mais agradável e mais confiante no vídeo, após a intervenção. Em relação às características mais citadas do aspecto fala foi encontrado em ordem de citação: articulação, pausas, ênfase e velocidade de fala. Do aspecto foram: postura corporal, movimento do corpo e gestos. Considerações finais: o programa de intervenção fonoaudiológica com foco na comunicação profissional em televisão promoveu melhora no desempenho comunicativo da maioria dos alunos de Jornalismo da amostra pesquisada. Os aspectos que os juízes mais referiram para justificar a melhora foram os relacionados à interpretação/emocional em primeiro lugar, seguido pelos aspectos da fala e do corpo.

vii viii

(9)

Abstract

Santos, TD. Speech therapy intervention focusing on televised statement: effect of a proposal journalism graduates. [Master Dissertation], São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016.

Introduction: the journalistic communication on television and the viewer have changed and therefore the media companies have demanded more versatility of journalists. As a result, the performance of the speech therapist has been transformed and expanded, as we see the need for it to be present in the formation of the journalist. It was in view of this new reality and demand that intervention research for subjects in vocational training offered. Objective: To evaluate the effect of an intervention proposal focusing on professional communication in television for undergraduate journalism students. Method: The sample consisted of 23 journalism students, 12 women and 11 men, aged between 18 and 21 years. The Speech therapy intervention had eight meetings lasting four hours each more the recording a video with the same news before and after the intervention. The evaluation of the communicative performance of students was carried out by 75 judges viewers with the videos pairs and they chose the best video. This choice was justified by the allocation of features divided into three main points were these: body, speech and interpretation / emotional. Results: The majority (91.3%) of the students showed a better communicative performance in the video after the intervention according to the judges. The parameters related to aspects of emotional / interpretation were those who had more cited characteristics. Those with the highest number were more natural followed by safer, more pleasant and more confident in video after intervention. Regarding the most frequently cited characteristics of speech aspect was found in citation order: articulation, pauses, emphasis and speech rate. The aspects were: body posture, body movement and gestures. Final considerations: the speech therapy program focusing on professional communication in television promoted improvement in communication performance of most journalism students of the sample studied. The aspects that the most mentioned judges to justify the improvement was related to the interpretation / emotional first followed by aspects of speech and body.

(10)

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Análise de correspondência entre os momentos antes e depois da intervenção e os aspectos do corpo, da fala e emocionais e

de interpretação

69

Gráfico 2 – Média de apontamentos pelos juízes e IC95% 71

(11)

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Descrição em número (n) e percentual (%) de características demográfica dos juízes telespectadores, como sexo,

escolaridade, existência de trabalho

58

Tabela 2 – Comparação entre as gravações antes e depois da intervenção

fonoaudiológica, segundo juízes telespectadores

59

Tabela 3 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos

relacionados às questões do corpo

61

Tabela 4 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos

relacionados às questões da fala

64

Tabela 5 – Número e percentual de juízes, segundo aluno e aspectos relacionados às questões emocionais e de interpretação

67

Tabela 6 – Comparação entre os aspectos do corpo, da fala e emocionais e

de interpretação

70

(12)

Lista de Quadros

Quadro 1 – Levantamento do questionário de identificação

sociodemográfico, ocupacional e acadêmico dos alunos.

36

(13)

SUMÁRIO

1. Introdução... 14

2. Objetivo ... 16

3. Revisão de literatura... 17

3.1. A Fonoaudiologia a serviço dos profissionais da comunicação... 17

3.2. A nova era do jornalismo televisivo... 27

4. Método ... 34 4.1. Preceitos éticos ... 34 4.2. Instituição... 34 4.3. Seleção da amostra... 35 4.4 Procedimentos... 37 4.5. Análise de dados... 41 5. Intervenção Fonoaudiológica... 42 6. Resultados... 56 7. Discussão ... 71 8. Considerações finais ... 83 9. Referências bibliográficas ... 84 10. Anexos ... 90 xiii

(14)

1. Introdução

O mundo está mais ágil e veloz, e a televisão (TV) teve de acompanhar essa

transformação. Aquele repórter com voz impostada e gestos comedidos que

pareciam distantes do fato narrado não encantam mais o telespectador do século

XXI (Tourinho, 2010). As empresas de comunicação têm exigido mais versatilidade

e naturalidade dos teleapresentadores na medida em que o telejornal se moderniza

(Tourinho, 2010).

Trabalho com telejornalismo há 13 anos e tenho verificado que aqueles

profissionais que se destacam são aqueles que conseguem imprimir uma marca

singular, humana, autêntica e que são capazes de contar uma boa história

jornalística. A TV, embora não tenha suprimido a influência do rádio e atualmente

dispute seu espaço com a internet, ainda é atualmente um dos veículos de

comunicação mais influentes. Atinge milhões de pessoas no mundo e atua como

uma das principais responsáveis pela informação e entretenimento dos cidadãos

(Lopez, 2004). Esse veículo de comunicação enfrenta novos desafios, ao considerar

a mudança no ritmo e hábitos de vida. Quando comparamos com três gerações

atrás temos clareza que a sociedade tem novas formas de consumir e produzir

informações. Atualmente o telespectador assiste à televisão enquanto navega na

internet e acessa as redes sociais por dispositivos como os tablets e smartphones,

opinando a respeito do conteúdo visto e o telejornalismo, ao mesmo tempo em que

contribui na construção da realidade social, também é influenciado e construído pela

sociedade (Brasil, 2012; Frazão, 2013). Os estudantes de Jornalismo de hoje nasceram em uma era de conectividade e convergência de mídias, eles “vivem” na tecnologia (Figueiredo, 2012). As transformações desse universo coincidem com a

(15)

evolução das novas gerações e o ideal é que não deixemos de levar em conta

essas transformações quando pensarmos na formação dos futuros jornalistas

(Brasil, 2012).

Algumas instituições já oferecem projetos extracurriculares e disciplinas

optativas que servem de complemento para a graduação, mas ainda são poucos os

cursos de jornalismo que têm disciplinas nas quais a comunicação profissional é o

foco central (Dias, 2015). As Novas Diretrizes do Curso de Jornalismo propõem que

pelo menos 50% do curso seja constituído de atividades práticas (Educação, 2013).

Essas inserem termos como linguagem do telejornalismo, locução, comportamento

do repórter diante da câmera, postura e abrem espaço para a ampliação do trabalho

de assessoria fonoaudiológica a futuros telejornalistas.

As transformações do universo jornalístico que apresentamos acima e

também as mudanças das diretrizes do curso de jornalismo ampliam a demanda

fonoaudiológica. O fonoaudiólogo pode contribuir muito na parte prática dos

profissionais de jornalismo ainda em formação, ao apresentar e trabalhar com esses

alunos as diversas possibilidades de formas de comunicação. Pode exercitar a

comunicação profissional da prática telejornalística atual na perspectiva da

expressividade, com aspectos da comunicação não verbal e verbal para possibilitar

autonomia comunicativa afim de que o futuro profissional aprenda a se comunicar

de forma natural.

Nesse sentido, essa pesquisa foi desenvolvida com a proposta de estruturar

uma intervenção para alunos de jornalismo, com foco nesse novo cenário, nas

novas linguagens do jornalismo de TV. Dessa forma, o fonoaudiólogo que atua com

o jornalista tem a possibilidade de trabalhar com a comunicação profissional

(16)

2. Objetivo

Avaliar o efeito de uma proposta de intervenção, com foco na comunicação

profissional na televisão, para alunos de graduação em Jornalismo.

2.1. Objetivos específicos

2.1.1. Avaliar se juízes telespectadores identificam melhora na comunicação

televisiva dos alunos depois da participação na intervenção denominada Programa

de Introdução à Comunicação no uso Profissional em televisão.

2.1.2. Analisar quais os parâmetros verbais, não verbais, emocionais e

interpretativos que os juízes telespectadores associaram à melhora na performance

(17)

3. Revisão de literatura

Para compreender melhor as transformações que acontecem no

telejornalismo brasileiro, as novas exigências do mercado e os desafios que os

profissionais de jornalismo enfrentam, é preciso considerar o universo do

telejornalismo atual. É necessário refletir sobre como a Fonoaudiologia se insere e

atua nesse cenário. A revisão de literatura está dividida em duas partes: a primeira

apresenta referências sobre a atuação fonoaudiológica junto aos profissionais da

voz, em especial os telejornalistas e a segunda abrange a nova era do

telejornalismo televisivo. Para facilitar a construção do texto os autores estão

agrupados por assunto.

3.1. A Fonoaudiologia a serviço dos profissionais de comunicação

Vale ressaltar que em 1950, no início do telejornalismo brasileiro, a maioria

dos profissionais eram radialistas ou atuavam em jornal impresso. Com uma nova

linguagem, proposta pela televisão (TV), que também era um meio de comunicação

novo, esses profissionais, que não possuíam a prática de falar bem diante das

câmeras, precisavam ser trabalhados para se expressarem melhor (Resende,

2000).

A televisão brasileira se construiu e se constituiu por um forte contexto

histórico social, e na década de 1980, a formalidade certamente estava presente

nos telejornais. Em parte, porque os profissionais eram locutores, o que explica a

falta de expressividade, mas muito disso por consequência ainda do período de

(18)

os textos eram constantemente avaliados e a narração sofria modificações pela

censura (Cotes, 2008). O repórter tinha que ser firme sem ser agressivo e falar com

voz clara e inteligível. O apresentador deveria ter voz de barítono a baixo (voz

grave, mas fora do padrão habitual), como exemplo, de neutralidade no sentido de

constância e homogeneidade (Resende, 2000). Os profissionais não poderiam

falsear e nem aparecer mais do que o fato em si, uma vez que o personagem é a

notícia. A voz neutra e imparcial nesse momento era diferente da adotada nos dias

de hoje. Nessa época, a fonoaudióloga Glorinha Beuttenmüller começou a trabalhar

na Globo e passou a uniformizar a fala dos repórteres e locutores espalhados pelo

país, com amenização dos sotaques regionais, na perspectiva de realizar um

trabalho de definição de um padrão nacional (Cotes, 2008). Surgia, portanto, o

serviço de Fonoaudiologia nos bastidores da televisão brasileira.

Na década de 1990, com os avanços da tecnologia, foi possível aumentar as

entradas ao vivo nos telejornais e a relação de conversa entre o apresentador e o

repórter. A proposta era que a narrativa ficasse mais próxima do cidadão. Nesse

período, outro marco na história do telejornalismo brasileiro foi a substituição dos

locutores por jornalistas (Cotes, 2008).

Também nos anos de 1990, segundo Chun (2007) surge a preocupação com

a prevenção dos distúrbios vocais e começa-se a atuar com os aspectos

comunicativos de pessoas sem distúrbios vocais. Foi nesse período que a

Fonoaudiologia direcionou uma atenção especial à área de voz profissional, mas os

trabalhos de prevenção, em sua maioria, faziam levantamento de sinais e sintomas

mantendo uma relação forte com o paradigma saúde versus doença. (Chun, 2007).

A partir dos anos 2000, foram desenvolvidas novas formas de atuação que

(19)

mesmo tempo em que crescia a atuação do fonoaudiólogo na área de voz

profissional (Penteado et al, 2005). De acordo com Ferreira (2010) foi junto ao

acompanhamento dos profissionais da voz falada e/ou cantada que se iniciaram os

trabalhos de assessoria enquanto prática para o aperfeiçoamento da comunicação

humana. Surgia a busca por um trabalho de aprimoramento em relação à

expressividade (Stier, Neto, 2005). Em função de demandas mais específicas, o

trabalho fonoaudiológico passou a ser visto também com o compromisso de

aprimorar e preparar os futuros profissionais da área de comunicação (Russi, 2013).

Com relação às publicações sobre Fonoaudiologia e profissionais do

jornalismo:

Panico (2005) investigou as correlações acústicas dos estilos de emissões do

telejornalismo classificados em neutro, sério e descontraído. Dez apresentadores

experientes gravaram um texto, de mesmo conteúdo semântico nos três estilos da

emissão. Foi feita a análise acústica da amostragem para avaliar frequência,

intensidade e duração. As gravações foram apresentadas a 30 sujeitos que

precisavam identificar as emissões conforme os diferentes estilos: neutro,

descontraído e sério. Os ouvintes foram capazes de identificar diferentes estilos de

emissões por meio de pistas auditivas.

Vieira (2006) avaliou o efeito de orientação fonoaudiológica que incluiu o

aquecimento vocal, nos parâmetros de expressão vocal e corporal selecionados, em

estagiários de jornalismo de uma emissora de televisão. Sete estagiários cursando o

quarto ano do curso de jornalismo foram divididos em grupo experimental controle.

Foi feita, por meio dos vídeos de antes e depois da intervenção, a análise dos dois

(20)

positivo nos indivíduos participantes do grupo experimental e que os parâmetros

que apresentaram melhor desempenho após a intervenção foram os relacionados à

expressão corporal (gestos, postura e expressão facial), seguidos dos relacionados

à expressão vocal (ênfase, pausas e velocidade de fala).

Cotes (2007) investigou a distribuição e funções das pausas silenciosas no

discurso oral em narrações de programas de televisão de natureza diferenciada.

Foram selecionadas amostras de fala de dois jornalistas em cinco programas de

televisão. As medidas foram embasadas na análise fonético-acústica,

segmentando-se os tempos de narração e de pausas silenciosas. De acordo com o estudo, os

resultados apontam para mudanças ocorridas no uso das pausas, em função do

estilo de narrativa, e as pausas em estilos de programas interativos de televisão têm

o papel de construir turnos de fala.

A mesma autora em seu doutorado (2008) analisou, nas narrações dos

apresentadores de telejornais, a relação entre os gestos vocais e corporais. A

autora investigou a evolução ocorrida, em termos estilísticos, em três momentos

históricos: o momento inicial do telejornalismo (1968), o momento intermediário

(1980) e o momento atual (2005). O trabalho foi baseado na coleta de gravações

das narrações de nove apresentadores no início do telejornal, década de 60, nas

décadas de 70, 80, 90, até chegar às narrações dos dias atuais e foram realizados

estudos perceptivo-auditivos e fonético-acústicos das gravações. Segundo a autora

que a narração do telejornal evoluiu da preocupação com a inteligibilidade, à

neutralidade e à interatividade, o engajamento na autoria da notícia além da

demonstração de maior expressão e afetividade, por parte dos apresentadores de

(21)

O estudo de Trindade (2008) analisou o efeito de uma proposta de programa

de intervenção fonoaudiológica na expressividade oral de repórteres e realizou um

levantamento com os diversos trabalhos desenvolvidos sobre Fonoaudiologia e

Telejornalismo, entre 2000 e 2007. Os trabalhos encontrados foram divididos entre

descritivos e de intervenção. Segundo a autora todos os trabalhos de intervenção

estavam relacionados ao treinamento de habilidades. Os trabalhos estudavam

expressão vocal e corporal, intenção correta na leitura de texto e/ou contemplavam

o desenvolvimento de oficinas direcionadas aos profissionais e a alunos de

telejornalismo.

A pesquisa de Azevedo (2009) teve como objetivo verificar o julgamento do

desempenho de um grupo de telejornalistas, de acordo com a situação, antes e

depois de uma proposta de intervenção fonoaudiológica, na opinião de

telespectadores. Seis telejornalistas de uma emissora de televisão universitária

foram filmados em leitura simulada de apresentação de telejornal, e posteriormente

submetidos a uma proposta de intervenção fonoaudiológica. Uma nova filmagem foi

realizada depois da intervenção sob as mesmas condições anteriores. A edição foi

apresentada, individualmente para 50 telespectadores adultos, para julgamento do

desempenho dos telejornalistas. No julgamento dos telespectadores, dos seis

telejornalistas, quatro apresentaram um percentual estatisticamente significante de

preferência dos telespectadores na situação pós-intervenção. O estudo encontrou

percentual estatisticamente significante de preferência para os telespectadores na

situação depois da intervenção, mas não apresenta dados que demonstrem em

quais parâmetros foi possível perceber o efeito positivo da intervenção

fonoaudiológica.

(22)

vocais apresentadas por 25 estudantes de comunicação. A pesquisa apontou, por

meio de avaliações auto-referidas, que o não esforço ao falar e ausência de queixas

e alterações vocais aparecem em 80% dos alunos. Dos 20% que apresentavam

queixa vocal, a maioria relatou cansaço vocal após o uso intenso da voz, rouquidão

frequente e voz pior pela manhã como principais queixas. Os principais hábitos

inadequados encontrados, segundo as autoras, foram falar em forte intensidade,

falar rápido e beber gelado. A maioria dos estudantes também mostrou padrão vocal

diferente entre a voz coloquial e a voz profissional.

No estudo de Constantini (2012) foram analisadas acusticamente as mudanças no estilo da elocução telejornalística de dois estudantes de telejornalismo, que passaram por intervenção fonoaudiológica do tipo treinamento

vocal. Foi aplicado um teste perceptivo em 20 sujeitos para saber se ouvintes

conseguiam interpretar as estratégias utilizadas pelos sujeitos estudados. De acordo

com os resultados, os ouvintes perceberam a ênfase nos enunciados por meio da maior variação de frequência fundamental. O estudo apontou ainda que a inclusão de pausas silenciosas e prolongamentos em pontos específicos do enunciado deixaram o texto mais expressivo.

Caldeira et al (2012) compararam a ocorrência das modificações vocais de

repórteres e não-repórteres na presença de ruído mascarante de 46 sujeitos, sendo

23 repórteres e 23 não-repórteres (grupo controle), todos com audição normal. Os

participantes deveriam ler um trecho de uma matéria de telejornal em três situações

de escuta: sem ruído mascarante; com ruído de 50 dB; e com ruído de 90 dB. As

narrações foram gravadas e submetidas à avaliação perceptivo-auditiva e análise

acústica e, de acordo com o resultado, as consequências negativas do efeito

(23)

inibir parcialmente o impacto negativo das situações de ruído, por provável

estabilidade da emissão profissional e ativação de outras vias de monitoramento.

Houve maior aumento nos parâmetros pitch, loudness e tensão no grupo controle,

quando comparado ao grupo dos repórteres em ambas cargas de ruído.

Lopes et al (2013) analisaram as preferências e atitudes dos ouvintes em

relação à ocorrência das variantes linguísticas de sua região, na fala dos

telejornalistas. Participaram 105 ouvintes, naturais e domiciliados em João Pessoa,

alunos de um curso de Fonoaudiologia. A faixa etária era entre 18 e 38 anos de

idade, sendo 24 do sexo masculino e 81 do sexo feminino. De acordo com os

autores, apesar da forma de expressão na TV ter mudado nos últimos anos, ainda

hoje há uma tradição no trabalho de suavização do sotaque na abordagem de

aperfeiçoamento da comunicação dos profissionais de telejornalismo. O artigo

conclui que os ouvintes preferem quando não aparecem as características regionais

na fala do telejornalista.

No estudo de Russi (2013) foram verificados os efeitos da atuação

fonoaudiológica em seis estudantes de telejornalismo de uma universidade federal

que participaram de sessões de atendimento fonoaudiológico com a finalidade de

aperfeiçoar a voz. Foi realizada uma avaliação perceptivo-auditiva e visual da

reportagem de cada indivíduo antes e depois e da intervenção. Como resultado as

orientações e a intervenção demonstraram a influência positiva da atuação do

fonoaudiólogo na performance dos telejornalistas, em especial nos parâmetros

interpretativos pontuação e pausas e no parâmetro vocal loudness.

Santos et al (2014) tiveram como objetivo relacionar a qualidade vocal e a

(24)

Jornalismo. No estudo, participaram 41 estudantes que responderam um

instrumento sobre queixas de voz, além de terem sidos coletados registros vocais

com emissão sustentada da vogal /a/ e fala encadeada. Os dados foram analisados

por um fonoaudiólogo especialista em voz quanto à qualidade vocal (adaptada ou

alterada). De acordo com o estudo, os estudantes que apresentaram qualidade

vocal adaptada mencionaram maior quantidade de termos positivos referentes à

autopercepção. Os termos positivos mais referidos foram: voz simpática, expressiva,

confiante, feminina, forte e dócil.

O objetivo da pesquisa de Silva et al (2014) foi caracterizar as inovações de

cinco telejornais brasileiros e analisar os impactos na expressividade dos

apresentadores, com foco nos recursos não verbais. Foram identificados: cenários,

mobiliário, materiais, recursos e/ou equipamentos e na expressividade não verbal

dos apresentadores: postura corporal, uso dos gestos e expressões faciais. De

acordo com a pesquisa tais situações não previstas no modelo tradicional de

telejornal, nem na literatura fonoaudiológica em jornalismo, levam o apresentador a

realizar diferentes formas de acomodação, posturas, posições, movimentos e

deslocamentos, simultaneamente ao emprego dos recursos verbais, vocais e não

verbais.

Penteado et al (2014) analisaram a expressividade dos apresentadores do

programa de TV Globo Esporte, ao longo dos anos, com ênfase nos recursos vocais

e não verbais. A expressividade foi descrita e analisada com ênfase nos recursos

vocais (análise perceptivo-auditiva da qualidade vocal e dos parâmetros vocais) e

recursos não verbais (postura corporal, deslocamento do apresentador pelo estúdio,

uso de gestos e de expressões faciais). Como resultados foi encontrado que as

(25)

especialmente quando comparadas às três primeiras décadas do programa e

também às apontadas nas publicações fonoaudiológicas com jornalistas.

Santos et al (2015) compararam o efeito do atendimento fonoaudiológico a 16

repórteres de telejornal, oito em situação virtual e oito presencial. Os materiais, de

antes e depois da intervenção, foram randomizados e avaliados por juízes

fonoaudiólogos especialistas em voz. As autoras utilizaram dois instrumentos

específicos, um para avaliação do desempenho na tarefa e de naturalidade dos

profissionais e outro para análise auditiva e visual dos parâmetros vocais e

interpretativos. Como resultado o estudo encontrou que tanto o atendimento

presencial quanto o virtual promoveram a melhora no desempenho vocal e

comunicativo dos profissionais de telejornalismo.

Dias (2015) caracterizou, da mesma forma que fez Panico (2005),

reportagens telejornalísticas na forma perceptivo-auditiva, além de identificar

acusticamente sua variação prosódica. Foram selecionados 30 offs de reportagens

de sites de canais abertos, posteriormente divididos em três grupos de estilos: sério,

neutro e descontraído. A amostra final foi definida por meio do julgamento de 20

sujeitos leigos, que escolheram os cinco melhores offs para cada estilo. De acordo

com o estudo houve diferença estatística na taxa de elocução, quando comparados

os estilos descontraído e sério, e descontraído e neutro. O estudo conclui que a

avaliação perceptivo-auditiva obteve resultado igual em todos os estilos. Na análise

acústica, a taxa de elocução diferenciou os estilos sério e neutro do estilo

descontraído.

Algumas obras (Stier, 2001; Cotes, 2002; Kyrillos, 2002; Cotes, 2003; Feijó,

(26)

interface entre a Fonoaudiologia e o telejornalismo e retratam a atuação da

fonoaudiologia nesse meio e, em especial, o trabalho com a expressividade. São

obras que relatam, em especial, a expressividade do jornalista e, dentre outras

questões, abordam os recursos verbais (construção textual, vocabulário, ritmo e

velocidade de fala, prosódia e pausas), vocais (a qualidade vocal e tipos de voz;

pitch, loudness, ressonância e articulação) e não verbais (postura corporal, uso de

gestos, expressões faciais, aparência física, sorriso e vestuário).

(27)

3.2. A nova era do jornalismo televisivo

A TV é querida pelos brasileiros e está presente em 95,7% dos lares

nacionais (Musse, Pernisa, 2011). Seja pela informação ou pelo entretenimento, a

TV ocupa um lugar na vida das pessoas. Para Bara (2013) a televisão ainda é tida

como a principal fonte de informação dos brasileiros, configura o eixo central da

indústria cultural nacional e o telejornal ocupa um lugar central como a principal

fonte de informação de grande parte da sociedade. Ainda de acordo com o mesmo

autor, o telejornalismo é inclusivo e funciona como uma janela para a realidade.

Segundo Becker e Mateus (2010), o jornalismo televisivo no Brasil é a principal

fonte de conhecimento dos acontecimentos sociais, embora o acesso à rede

mundial de computadores seja cada vez mais expressivo.

Segundo o IBOPE (2014), a TV faz companhia, por mais de cinco horas e

meia diárias a cerca de 40% dos brasileiros. Porém vale destacar que a TV tem

perdido a audiência nos últimos anos em função do número de pessoas com acesso

à internet. No Brasil, passavam de 100 milhões no primeiro trimestre de 2013,

segundo pesquisa do Ibope, em parceria com a Nielsen Online1 (IBOPE, 2013). De

acordo com essa pesquisa, tal dado é a maior demonstração de que há um público

relevante que consome, interage e comenta informações sobre as marcas e os

produtos nesse novo mundo digital. Segundo Frazão (2013), 43% dos brasileiros

utilizam a internet enquanto assistem televisão e, dessa parcela, 70% buscam mais

informação sobre o que estão assistindo.

Da mesma maneira que é gradual o crescimento da internet como veículo de

1 O IBOPE Nielsen Online é uma joint-venture entre o IBOPE e a Nielsen que existe há 11 anos e detalha o comportamento do

usuário de internet, com auxílio de um software instalado em uma parcela de internautas com acesso à web no trabalho ou em casa (IBOPE Nilsen Online). Publicado em 10/07/2013 [acessado 21/04/15] disponível em: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/Numero-de-pessoas-com-acesso-a-internet-passa-de-100-milhoes.aspx).

(28)

consumo de informação, também é gradual a diminuição da procura por rádio,

jornais e revistas para acesso ao conteúdo noticioso virtual (Souza et al, 2013).

Outro ponto que não se pode deixar de citar são novas formas de assistir televisão e

a inserção da TV por assinatura no Brasil. A televisão segmentada surgiu no final da

década de 1970 (Ferreira, 1996), e de acordo com a Agencia Nacional de

Telecomunicações (ANATEL, 2014), em 2013 o serviço de TV por assinatura era

distribuído para aproximadamente 49 milhões de brasileiros, o que correspondia a

um quarto da população do país. Os sistemas de TV a cabo, diferentemente da TV

aberta, propiciam aos telespectadores maior programação devido à variedade de

canais ( Ferreira, 2010; Cirne, 2012; Furuzawa, 2013).

Diante das novidades apresentadas pelo sistema de TV paga e o fascínio da

Internet, as emissoras de televisão que transmitem em sistema aberto se veem

forçadas a ingressar nesse novo mercado, com o desafio de oferecer maior volume

de informação e incluir a participação do público (Cirne, 2012). Cada vez mais,

pelas possibilidades oferecidas pela tecnologia, os telespectadores querem montar

o seu próprio cardápio televisivo. E, assim, assistir aos programas na hora que bem

entendem e, ter a chance, hoje difundida na web, de ler um hipertexto da forma singular, abrir um link e desprezar outro, como se acontecesse uma “customização” da programação (Musse, Pernisa, 2011).

A convergência de mídias mostra que a internet não veio concorrer com a

televisão, mas sim reforçar certas características, como a narrativa e o laço social

(Musse, Pernisa, 2011). Os telejornais deixaram de adotar uma comunicação

exclusivamente unilateral, de um para muitos e passaram a incluir os

telespectadores na produção da notícia (Frazão, Brasil, 2013). Podemos perceber

(29)

quando convidam o telespectador a participar de um fórum virtual logo após o

programa e/ou quando utilizam imagens de flagrantes do dia a dia captadas por

amadores. O que se diz na rede repercute e, muitas vezes, interfere imediatamente

na programação (Brasil, 2012).

A acentuada ampliação da oferta de produtos televisivos que misturam

estratégias do jornalismo e do entretenimento parece configurar a televisão aberta

neste início de século XXI. No Brasil, o fenômeno é evidente pela cada vez maior

utilização, no telejornalismo, de recursos narrativos, dramáticos, audiovisuais

comuns às esferas do entretenimento (Gutmann et al, 2009). A bancada, antes reconhecida como um espaço sagrado, o “lugar de fala” do telejornalista, tem sido vista como espaço de isolamento (Musse, Pernisa, 2011). A experiência de não se

usar o teleprompter2 nos mostra uma tentativa de se aproximar da realidade do

telespectador. Esse novo formato mostra que a condução do jornal não é perfeita e

nem inabalável. No formato atual do jornalismo, mostrar informalidade é uma forma

de conquistar o público (Fechine, 2008).

A estrutura rígida dos programas jornalísticos na TV começa a ceder lugar

para uma informalidade e descontração que se aproximam mais da realidade do

atual consumidor de notícias, que, por muitas vezes, passa a ser também produtor

(Musse, Pernisa, 2011). Os autores (Fechine, 2008; Becker, Mateus, 2010; Musse,

Pernisa, 2011) apontam outras diferenças que contribuem para esse processo de

mudanças, dentre elas, o posicionamento a favor ou não do apresentador em

relação à informação.

Segundo Becker (2012b), o jornalismo participativo aparece e a dinâmica

produtiva na rotina profissional ganha rumo diferente. As inserções de novos atores

2Equipamento acoplado às câmeras de vídeo que exibe o texto a ser lido pelo apresentador. É a forma mais eficiente de

(30)

sociais na produção de mídia podem gerar alterações estéticas e de conteúdo nas

práticas jornalísticas, por meio de reportagens mais contextualizadas, críticas e

criativas. Os jornalistas investem na relação de confiança, no vínculo do telejornal

com seus públicos e na própria identidade do telejornal por meio da inserção de

falas e depoimentos de populares.

As recentes mudanças provocadas pelas novas tecnologias de comunicação

têm introduzido modificações significativas no tempo e na velocidade de produção,

armazenamento, distribuição e consumo de informações televisuais (Becker,

2012b).

A mudança na natureza das performances dos repórteres e apresentadores é

coerente com todo um conjunto de transformações que envolvem tanto o jornalismo

quanto a TV. Há uma diferença performática entre o apresentador e o repórter que é

inerente às funções. O apresentador tem pouca liberdade de improviso, funciona como um “porta-voz” que, mesmo dirigindo-se diretamente à audiência (faz isso olhando para a câmera), não costuma atuar em nome de si mesmo (enquanto singular) (Fechine, 2002). O repórter sempre pode ousar mais. Enquanto “persona” convida a audiência, os apresentadores e as fontes ao divertimento e cria

oportunidades para que elas se unam a ele na conversa e, até mesmo, sejam os

protagonistas delas (Gadret, 2015). Hoje eles são mais autônomos, mas seus

corpos continuam robóticos na sua expressividade (Becker, Matheus, 2010). Ainda

encontramos nas matérias leves, o sorriso; nas notícias duras, o agravamento da

voz e da expressão facial; no esporte, a descontração; na política, a distância

(Fechine, 2008).

A naturalidade dos gestos na reportagem ainda resulta de uma contida

(31)

2006). É fundamental que tais expressões surjam como naturais, aliás, é

fundamental para o contato com o espectador, para a autenticação da notícia e a

identificação com o telespectador. Na apresentação, é essencial compreender que

embora a objetividade e a imparcialidade constituam-se como princípios do

jornalismo, os relatos jornalísticos são impregnados de subjetividades (Becker,

2012a).

A conversa jornalística de agora contém um texto narrado por uma voz que é

portadora de uma cotidianidade familiar, e reconhecida pelos espectadores como

sua aliada no processo de compreensão do mundo (Coutinho, 2009). Há diferentes

modos de dizer, diferentes maneiras como os vários sujeitos, ou as diferentes

vozes, se organizam e dialogam nos discursos. A tensão desse jogo narrativo é

diluída com o uso de uma linguagem cada vez mais coloquial do noticiário, por meio

da inclusão de gírias e de elementos do humor, o que revela uma tendência cada

vez maior da mistura de notícia e entretenimento no jornalismo televisivo (Becker,

2012b).

De acordo com Brasil (2012), o ensino de telejornalismo é um desafio. Por

um lado, há a predominância de uma cultura acadêmica que valoriza a teoria e, por

outro, há uma realidade de mercado na qual a prática é considerada simplesmente

essencial.

Em setembro de 2013, foram homologadas as Novas Diretrizes do Curso de

Jornalismo, que têm como objetivo inserir o aluno em atividades práticas

relacionadas à sua profissão de forma interdisciplinar e promover a interação entre o

aluno e o profissional do mercado de trabalho. O novo currículo propõe que pelo

menos 50% do curso seja constituído de atividades práticas. Visa o preparo

(32)

além de dominar as técnicas e as ferramentas contemporâneas, é preciso

conhecê-las em seus princípios para transformá-conhecê-las na medida das exigências do presente

(Ministério da Educação, 2013). Na prática, são necessárias atividades que

respondam em parte às exigências profissionais e acadêmicas na medida em que

se têm como princípio o desenvolvimento de problemáticas levantadas a partir de

situações reais de comunicação na sociedade. São necessárias dinâmicas, que

permitam que as explicações dos fenômenos ganhem corpo, ao serem sustentadas

por um aparato conceitual que acumula décadas de desenvolvimento e que se

renova ao encarar novos fatos e questionamentos (Tondaro, 2010).

Há a necessidade de construir perspectivas capazes de concretizar um

ensino inovador e independente, que não seja apenas reprodutor de valores e ideias

dos sistemas de mídia tradicionais e que leve em conta o novo profissional que se

forma. Que seja capaz de discuti-los, assim como os tipos diferentes de gêneros

discursivos e de reportagens, inclusive, em função da convergência (Becker,

2012a).

A geração que está se formando agora cresceu na era da conectividade.

Uma geração digital que pertence a esse universo e vivencia todas as

transformações tecnológicas, de forma e de conteúdo. A chamada geração 2.0,

corresponde àqueles da interação eletrônica, do smatphone e da internet

(Figueiredo, 2012). Eles estão à vontade com a aprendizagem “just-in-time”: Aprendem o que for necessário quando, e só quando, for necessário. Segundo

Figueiredo (2012), quando confrontados com um problema novo, sentem-se

impelidos a improvisar, socorrendo-se, se necessário, das suas redes de relações

pessoais e da internet, até conseguirem aprender o suficiente para o resolverem.

(33)

interação sala de aula versus mundo real, com a realidade das redações

jornalísticas. Incentivar os alunos a interpretarem a realidade que eles verão lá fora,

a partir dos conteúdos discutidos na universidade e de situações reais de

comunicação na sociedade (Brasil, 2012). Isso, no contexto da formação em

comunicação, exige trabalhar com um objeto em construção, que influencia e é

influenciado pela rapidez das transformações tecnológicas e estruturais (Tondaro,

(34)

4. Método

4.1. Preceitos éticos

Esta é uma pesquisa de intervenção de caráter descritivo e prospectivo. O

projeto em questão foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo para análise sob o nº CAAE

39280514.3.0000.5482 (Anexo 1). Todos os sujeitos (alunos e juízes) participantes

do estudo foram voluntários e assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido - TCLE (Anexo 2).

4.2. Instituição

A Instituição de Ensino Superior escolhida para esse estudo foi uma

universidade pública que oferece o curso de Graduação em Jornalismo com

duração de oito semestres e turmas no período matutino e noturno, com 30 vagas

cada uma. O currículo de Jornalismo dessa universidade é composto por disciplinas

eletivas e optativas livres. O currículo conta com cinco disciplinas obrigatórias que abordam a prática jornalística em rádio e TV: a disciplina obrigatória “Jornalismo no Rádio e na TV” no segundo semestre; as disciplinas Telejornalismo e Radiojornalismo no quinto semestre; e as disciplinas Projetos em Televisão e

Projetos em Rádio no sexto semestre.

As disciplinas optativas são oferecidas aos alunos de graduação em todos os

semestres e os alunos de graduação de Jornalismo, independentemente do

semestre que cursam na grade eletiva, podem cursá-las. Dentre essas disciplinas

de natureza prática chamada Estudos de casos: jornalismo em televisão, com carga

(35)

formação e Jornalismo, e que conta com minha participação como professora

colaboradora convidada. Ministrei dentro dessa disciplina Estudo de casos o

programa de intervenção denominado Programa de Introdução à Comunicação no

uso Profissional em TV (PICP - TV). A intervenção foi dividida em oito encontros

semanais, com duração de quatro horas cada, no total de 32 horas. Os encontros

aconteceram durante o semestre letivo e foram ministradas por mim na própria

universidade. O PICP - TV encontra-se detalhado no capítulo 5 dessa pesquisa.

4.3. Seleção da amostra

Foram convidados a participar dessa pesquisa os 25 alunos matriculados na

disciplina optativa Estudos de casos: jornalismo em televisão oferecida aos

estudantes de Jornalismo da universidade. O estudo teve como critério de inclusão

participar de 75% das 32 horas da intervenção e realizar as duas (antes e depois da

intervenção) gravações. A amostra foi finalizada com 23 alunos, 11 homens e 12

mulheres, com idades entre 18 e 21 anos porque dois alunos foram excluídos, um

porque teve três faltas e outro porque não conseguiu gravar o vídeo depois da

intervenção.

Para caracterização da amostra foi aplicado para cada sujeito participante,

antes de iniciar a intervenção, um questionário de identificação para levantamento

sociodemográfico, ocupacional e acadêmico com dados de identificação e de

formação (anexo 3).

Como a disciplina é optativa, tínhamos vinte alunos que eram do segundo

ano, dois do terceiro e um do quarto. De acordo com o questionário de identificação

sociodemográfico, ocupacional e acadêmico, todos eram solteiros, sem filhos e não

(36)

fundamental e médio em escola da rede privada, 13 alunos (57%) moravam com os

pais ou parentes e 10 (47%) moravam sozinhos ou com amigos. A maioria (83%) ia

de transporte público para a faculdade (Quadro 1).

Quadro 1 – Descrição da amostra dos alunos segundo o sexo, a escola, a existência de estágio, a moradia, a forma de transporte para faculdade, os hábitos da internet e de ler ou não jornal.

Número de alunos N %

23 100%

SEXO F 12 52%

M 11 48%

CURSOU ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO EM ESCOLA

PÚBLICA 7 30%

PRIVADA 16 70%

FAZ ESTÁGIO SIM 10 43%

NÃO 13 57%

MORA COM PAIS/PARENTES 13 57%

SOZINHO/AMIGOS 10 43%

VAI PARA A FACULDADE DE TRANSPORTE PÚBLICO 19 83%

CARRO 4 17% O QUE VÊ NA INTERNET REDES SOCIAIS E VÍDEOS E MÚSICA 3 13% REDES SOCIAIS E NOTÍCIAS E VIDEOS E MÚSICAS 7 30% REDES SOCIAIS E NOTÍCIAS 13 57%

COSTUMA LER JORNAIS SIM 18 78%

NÃO 5 22%

Mais da metade dos alunos (53%) ainda não faziam estágio. Quanto aos

hábitos de leitura, 18 alunos (78%) relatavam ler jornal diariamente, sendo a Folha

de São Paulo (lido por 15) o mais lido. Todos os alunos haviam lido um livro no

último mês. Quanto ao uso da internet, todos relatavam usá-la e acessar as redes

sociais, mais da metade para ler notícias, 30% para ler notícias, ver vídeos e ouvir

músicas, e 13% para assistir vídeos e ouvir música.

(37)

gravação, no início, optamos por entregar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido - TCLE (anexo 2) ao final do último encontro. Todos os 23 alunos

assinaram o TCLE.

4.4. Procedimentos

4.4.1. Programa de Introdução a Comunicação no uso Profissional em TV

(PICP-TV)

Ao elaborar esse programa de intervenção foram consideradas todas as

transformações do universo do jornalismo. Para isso foram adotadas ferramentas

que pudessem dar uma dinâmica pratica e usual. Nos encontros foram realizadas

gravações e utilizados projetores de multimídias, vídeos com exemplos de imagens

e áudios de diversas situações de reportagens e apresentação jornalística em

diferentes anos e com destaques para a comunicação não verbal e para a verbal, na

maneira de se fazer jornalismo em televisão e seu reflexo na geração dos futuros

jornalistas. Dessa forma foi necessário um programa de comunicação com foco nas

habilidades de expressividade, sobretudo nas não verbais e nas verbais e vocais de

forma individualizada e natural.

No total, foram oito encontros com a duração de 4 horas. O conteúdo teórico

que foi apresentado ao longo dos encontros teve auxílio de datashow. A literatura

utilizada para embasar a discussão sobre quem é o novo telespectador, a influência

das novas mídias no fazer jornalístico, nos novos formatos de linguagem na TV foi:

Cotes, 2001; Kyrillos, 2005; Becker, Mateus, 2010; Tourinho, 2010; Falcão, 2011;

Becker, 2012a; Mazini, 2012; Silva, Penteado, 2014.

(38)

um tema e sempre uma parte prática. Essa parte prática está descrita em detalhes

no capítulo de descrição da intervenção. Em todo encontro foi realizado antes da

atividade prática aquecimento vocal para preparar o aluno para as atividades.

4.2.2. Seleção de texto para gravação

Para gravação dos alunos antes e depois da intervenção foi selecionado um

trecho de texto jornalístico de televisão extraído dos arquivos de uma emissora de

TV. Optou-se pelo texto de gravação de um texto jornalístico de TV pelo fato de

esse ser o gênero usado na prática profissional (Barbeiro 2002). Foi escolhido para

a gravação um texto de um boletim de notícia exibido em um telejornal no ano de

2014. O texto jornalístico, que tinha como tema o incêndio de uma empresa de

reciclagem, foi gravado, transcrito e posteriormente apresentado aos alunos para a

gravação.

4.4.3. Vídeo de antes da intervenção

A primeira gravação foi feita antes de iniciar a intervenção. Os alunos foram

encaminhados um a um para a gravação do material em sala de aula silenciosa. A

gravação da simulação de um boletim para um telejornal foi feita com uma câmera

digital da marca Sony Cyber-Shot (modelo DSC-W730). No momento da gravação,

os alunos foram orientados a ficar em pé e a se posicionar em frente ao

computador, a uma distância de 1,20 metros da tela para possibilitar o

enquadramento fechado e meio plano (Gerbase, 2012) para a avaliar a

expressividade corporal no momento da gravação.

Os alunos tiveram acesso ao texto jornalístico no momento da gravação

(39)

texto jornalístico estava disponível para leitura na tela do computador de marca Acer

Aspire em powerpoint (modo apresentação), fonte calibri corpo com tamanho 32,

caixa alta e pontuado.

Foi sugerido que o aluno fizesse uma leitura silenciosa e outra em voz alta

para conhecer o assunto e o conteúdo do texto e depois ele estaria livre para decidir

quando poderia se iniciar a gravação. Essa tarefa levou cerca de um minuto e os

alunos puderam gravar só uma vez.

Após a gravação os alunos foram encaminhados para uma terceira sala de aula em que foi apresentado o conteúdo do primeiro encontro (descrito na intervenção).

4.4.4. Vídeo de depois da intervenção

A segunda gravação, ocorreu no final do último encontro. Novamente, os

alunos foram chamados um a um para gravar o mesmo texto seguindo os mesmos

procedimentos utilizados no momento antes da intervenção. Ambas as gravações

apresentavam qualidade de imagem e som satisfatórias. Foi observado que todos

os sujeitos da pesquisa estavam em boas condições de saúde nos respectivos dias

das gravações.

4.4.5. Avaliação de juízes

Os vídeos dos alunos de antes e depois da intervenção foram randomizados

aos pares, no programa de edição de imagem e vídeo Adobe Première Cs4. Essa

estratégia impediu que os juízes identificassem qual era o de antes ou depois da

intervenção.

A avaliação do material coletado foi realizada por 75 juízes telespectadores

(40)

com base no levantamento na Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (SECOM, 2015),

sobre o perfil da audiência televisiva. Segundo a pesquisa, os telespectadores com

mais de 25 anos representam 79% dos telespectadores que usam a TV para se

informar. Ainda de acordo com o IBOPE, os telespectadores que passam mais

horas em frente à TV são de ambos os sexos, das classes B, C e D, sendo 37% da

faixa etária acima de 50 anos e 31% entre 25 a 49 anos (IBOPE, 2014).

A avaliação dos juízes foi realizada por meio da aplicação de um instrumento

(anexo 5) que eles teriam que preencher após assistir as combinações de vídeos. A

avaliação contou com 23 pares de vídeos (combinação da gravação antes e depois

da intervenção).

A primeira página do instrumento continha a apresentação da pesquisa,

informações sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo 2),

referente à participação destes na pesquisa e uma pequena explicação da situação

encontrada nos vídeos. A segunda continha um questionário de identificação,

também para levantamento sociodemográfico e ocupacional dos juízes. A partir da

terceira começavam as avaliações dos vídeos. Para cada combinação, os juízes

responderam duas questões de múltipla escolha (anexo 5).

Os itens listados na questão 2 foram extraídos de um estudo piloto realizado

com sete fonoaudiólogos (com no mínimo 2 anos de experiência na área de voz

e/ou linguagem) e sete jornalistas (três repórteres, dois apresentadores, um editor

chefe e um diretor de jornalismo). Os dados colhidos foram lançados em planilha

Excel e passaram por uma etapa categorial. Para o levantamento desses dados foi

feita uma análise descritiva de todo conteúdo, que permitiu classificar as unidades

relevantes dos dados por categorias e o agrupamento por semelhança/similaridade

(41)

fatores elencados pelos juízes gerou três categorias diferentes para a questão 2 do

instrumento de avaliação e as categorias foram abastecidas com os itens citados

pelos juízes fonoaudiólogos e jornalistas.

4.5. Análise dos dados

Foi realizada a análise estatística dos dados colhidos na avaliação dos juízes

por meio de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central (média

e mediana) e dispersão (desvio-padrão, valores mínimo e máximo).

Para a significância estatística, assumiu-se um nível descritivo de 5%. Os

dados foram digitados em Excel e analisados no software Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS), versão 22.0 para Windows.

Para a análise entre os momentos antes e depois da intervenção foi aplicado

o teste do Qui-quadrado para uma Amostra. Foi realizada a análise de

correspondência simples (AC) para se observar graficamente as relações entre os

momentos e os aspectos. Nesta análise, utilizou-se a distância Euclidiana e o

método simétrico de normatização.

Na análise quantitativa dos dados, para os quesitos pertencentes a cada

aspecto, foram atribuídos pontos, sendo 0 para os ausentes e 1 para os presentes,

e após esta etapa foi realizada a soma. A partir disso, testou-se a distribuição

normal das variáveis pelo teste de Komolgorov-Smirnov. Dado a normalidade das

variáveis, aplicou-se a ANOVA para medidas repetidas e o teste post hoc de

Bonferroni para comparar as médias dos aspectos do corpo, da fala e emocionais e

(42)

5. Intervenção fonoaudiológica

Denominei a intervenção de Programa de Introdução à Comunicação no uso

Profissional em TV (PICP-TV). O programa foi realizado no primeiro semestre de

2015 e foi dividido em oito encontros de três horas cada, com um total de 32 horas.

Primeiro encontro: a produção da voz

Objetivo: Discussão sobre a produção da voz, relação entre fonte e filtro

(ressoadores) e autoimagem vocal.

Tópicos:

 Apresentação do programa, com a explicação geral da dinâmica dos oito encontros;

 Dinâmica de apresentação entre os alunos (sujeitos) participantes da intervenção;

 Anatomia do trato vocal e fisiologia da fonação;

 Discussão sobre o uso da respiração natural para uma leitura jornalística;

 Reflexões sobre as diferenças entre a voz masculina e feminina;

 O papel da emoção na voz, a relação com articulação, ressonância e como isso reflete na personalidade.

Atividades:

 Exercícios de reconhecimento da produção da voz: emissão de um /i/ grave e um /i/ agudo, com a mão no pescoço para a percepção da movimentação e

posição da laringe nos sons graves e agudos;

(43)

características da voz;

 Exercício de ajuste do modo respiratório: os alunos começam com a expiração total do ar por meio de um sopro contínuo e, quando não

conseguem mais expirar, permitem que o ar entre naturalmente pelo nariz.

 Leitura em voz alta para reconhecimento do uso das pausas respiratórias. Com base na leitura em voz alta, os alunos foram orientados quanto aos

ajustes respiratórios mais naturais. Depois da orientação, fizeram uma nova

leitura em voz alta na tentativa de exercitar a recarga instintiva de ar em

diferentes pontos do texto;

Texto usado:

Disponível em: http://pensador.uol.com.br/texto_das_borboletas/ [acesso em 12/02/2013]

BORBOLETAS

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você. O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

(44)

Segundo encontro:panorama do telejornalismo no Brasil

Objetivo: refletir sobre a mudança na performance dos apresentadores e repórteres

de TV ao longo dos anos. Verificar quais são as mudanças do telejornalista

brasileiro.

Tópicos:

As mudanças ocorridas na performance dos repórteres e apresentadores de jornalismo ao longo dos anos. Destaque sobretudo para as transformações

na performance corporal (o profissional que agora tem um corpo mais

presente, mais atuante nos novos cenários);

As diferenças estruturais/organizacionais e de performance encontradas no trabalho do repórter e do apresentador de telejornal;

 A linguagem jornalística atual e a preocupação da conexão com o telespectador, dos novos gêneros jornalísticos – infotenimento, da convergência midiática;

 Proporcionar ao aluno, a descoberta de seus recursos expressivos, não verbais (corporais, gestuais), vocais e verbais.

Atividades:

 Avaliação de vídeos com reportagens e apresentações jornalísticas das últimas duas décadas e atuais. Cada aluno listou em um papel as mudanças

na performance profissional, observadas em relação à comunicação não

verbal, vocal e verbal. Em seguida, as listas foram compartilhadas e

(45)

Terceiro encontro: comunicação não verbal – o corpo na TV

Objetivo: apresentar as questões relativas à comunicação não verbal na televisão

de forma mais objetiva. Apresentar os ajustes na comunicação dos telejornalistas

nos diferentes produtos televisivos, no modelo atual de comunicação jornalística em

TV.

Tópicos:

 A comunicação não verbal - o corpo como ferramenta na atuação profissional: autorreconhecimento postural e de expressão com o objetivo de

identificar suas próprias potencialidades com a utilização de vários exemplos

de personalidades (celebridades, artistas, políticos...) muito expressivas e

personalidades pouco expressivas.

 O papel do repórter e do apresentador no telejornalismo de hoje e a importância da expressividade nos diferentes produtos jornalísticos:

telejornais nacionais e locais, de diferentes emissoras e diferentes horários.

Atividades:

 Exercícios de autorreconhecimento da imagem. O aluno recebeu outro pequeno trecho de texto de televisão para fazer leitura em voz alta em frente

a um espelho de corpo inteiro. Cada aluno recebeu um texto diferente e o

material escrito usado nas atividades foram textos cedidos pela redação do

jornal de uma emissora de TV de São Paulo.

(46)

uma câmera com o retorno da imagem em tempo real em uma TV (de 49’) também em frente a eles. Os alunos foram orientados a listar em tópicos a

ideia central do texto lido na atividade anterior para reapresentá-lo em voz

alta, dessa vez, para a câmera com o retorno da imagem na TV para

identificar, em tempo real, se os recursos não verbais na construção são os

mesmos usados na leitura. Em seguida, o grupo discutiu e listou, com base

nas experiências práticas, quais os parâmetros não verbais que favoreceram

a apresentação dos colegas.

Quarto encontro: comunicação verbal – a fala natural na TV

Objetivo: apresentar as questões relativas à nova linguagem adotada no jornalismo

televisivo e à comunicação verbal e vocal na construção de uma fala jornalística

mais natural.

Tópicos:

 A linguagem verbal na reportagem de hoje: os textos argumentativos, coloquiais e a construção e “contação” de história na reportagem;

 A evidência da mudança na comunicação do jornalismo televisivo para uma fala, cada vez, mais coloquial e com a presença, cada vez maior, de marcas da

oralidade;

 Os parâmetros interpretativos envolvidos numa comunicação jornalística. Proporcionar ao aluno a experimentação dos recursos interpretativos (velocidade

de fala, ritmo, pausas e prolongamentos, ênfase e modulação) na construção de

uma comunicação mais natural;

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