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Toxicidade de extratos vegetais de plantas do cerrado de uso medicinal / Toxicity of vegetable extracts from plants in the cerrado for medicine use

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55308-55317 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Toxicidade de extratos vegetais de plantas do cerrado de uso medicinal

Toxicity of vegetable extracts from plants in the cerrado for medicine use

DOI:10.34117/bjdv6n8-088

Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação: 10/08/2020

Ritielly Laiany Carvalho Senigalia Doutoranda em Agricultura Tropical Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá -

MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: ritiellycarvalho@gmail.com

André Luís de Souza Ferreira Mestre em Ciências Florestais e Ambientais Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e Ambientais da Faculdade de Engenharia Florestal da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança

|Cuiabá - MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: aluissouza@hotmail.com

Dagma Kratz

Doutora em Engenharia Florestal e Professora adjunta da Faculdade de Engenharia Florestal Instituição: Universidade Federal do Paraná

Endereço: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Ciências Florestais. Avenida Prefeito Lothario Meissner, Jardim Botânico, Curitiba, PR – Brasil

E-mail: kratzdagma@gmail.com Maria de Fatima Barbosa Coelho

Doutora em Fitotecnia e Professora Permanente do Programa de Pós Graduação em Agricultura Tropical

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá -

MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: coelhomfstrela@gmail.com

Adeisany Stephany Ramos Machado dos Santos Mestre em Ciências Florestais e Ambientais Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e Ambientais da Faculdade de Engenharia Florestal da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança

|Cuiabá - MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: adeissany@gmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55308-55317 aug. 2020. ISSN 2525-8761 Dione Aparecido Castro

Doutorando em Agricultura Tropical Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso

Endereço: Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, n°2367, Bairro: Boa Esperança | Cuiabá -

MT | CEP: 78060900 – Brasil E-mail: diocastro.agro@gmail.com RESUMO

As plantas medicinais são utilizadas por boa parte da população, porém os efeitos dessas substâncias no organismo são desconhecidos. O objetivo neste trabalho foi avaliar a toxicidade de extratos vegetais aquosos de plantas do cerrado de uso medicinal, através de bioensaio com Artemia salina Leach. Foram utilizados extratos aquosos de cascas das seguintes plantas do cerrado:

Anadenanthera colubrina, Myracrodruon urundeuva, Hymenaea stilbocarpa e Copaifera

langsdorffii, nas concentrações de 1000, 500, 250, 120, 60 e 30 μg/mL, realizados em três

repetições. Foi determinada a taxa de mortalidade dos náuplios e a CL50 dos extratos vegetais através da análise PROBIT. O extrato de aroeira foi o mais tóxico entre os testados e apresentou classificação de moderada toxicidade, seguido do extrato de angico, classificado como de baixa toxicidade. Os extratos de jatobá e copaíba foram classificados como atóxicos. Estudos sobre a toxicidade de extratos devem ser realizados para assegurar o bem-estar da população que faz uso desses medicamentos naturais.

Palavras-Chave: Artemia salina, angico, aroeira, jatobá, copaíba. ABSTRACT

Medicinal plants are used by a large part of the population, but the effects of these substances on the body are unknown. The objective of this work was to evaluate the toxicity of aqueous plant extracts from cerrado plants for medicinal use, through a bioassay with Artemia salina Leach. Aqueous extracts of bark from the following cerrado plants were used: Anadenanthera colubrina,

Myracrodruon urundeuva, Hymenaea stilbocarpa and Copaifera langsdorffii, at concentrations of

1000, 500, 250, 120, 60 and 30 μg / mL, carried out in three replicates. The mortality rate of the nauplii and the LC50 of the plant extracts were determined through the PROBIT analysis. The extract of aroeira was the most toxic among the tested ones and presented classification of moderate toxicity, followed by of angico, classified as of low toxicity. The extracts of jatobá and copaíba were classified as nontoxic. Studies on the toxicity of extracts should be performed to ensure the well being of the population that makes use of these natural medicines.

Keywords: Artemia salina, angico, aroeira, jatobá, copaíba.

1 INTRODUÇÃO

As plantas medicinais são utilizadas como uma das alternativas de medicação por parte da população, principalmente a de baixa renda. O alto custo dos medicamentos industrializados e o acesso restrito a um sistema de saúde de qualidade são alguns dos fatores que levam ao consumo de medicamentos fitoterápicos. Em contrapartida, o uso deste tipo de terapia tem crescido também

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entre as pessoas de maior poder aquisitivo, na busca por opções terapêuticas mais saudáveis e naturais (CAVAGLIER, 2014).

Apesar das plantas possuírem diversos usos terapêuticos conhecidos popularmente, o ser humano desconhece o fato de que elas podem apresentar graus de toxicidade tanto para o homem quanto para os animais (MARTINS et al., 2012). Na última avaliação do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas, no ano de 2016, no Brasil foram registrados 958 casos de intoxicação humana por usos de plantas medicinais, sendo que desses, 64 foram registrados na região Centro-Oeste.

A avaliação da toxicidade de extratos de plantas indicadas pela medicina popular em

Artemia salina L. é comum, propondo a utilização deste bioensaio como teste para produtos naturais

com potencial atividade farmacológica, seja para as concentrações usuais como para o monitoramento dos fracionamentos cromatográficos nos estudos fitoquímicos (LACERDA et al., 2011).

Artemia salina é uma espécie de microcrustáceo marinho e é considerado um biondicador

devido ao seu reduzido e específico grau de tolerância a um determinado fator ambiental, de modo que apresente uma resposta nítida face a pequenas variações na qualidade do ambiente. Tem sido utilizada em testes de toxicidade devido à sua capacidade para formar cistos dormentes, fornecendo, desse modo, material biológico que pode ser armazenado durante longos períodos (superior a seis meses) sem perda de viabilidade e sem necessidade de se manter culturas contínuas de organismos-teste, além de ser uma espécie de fácil manipulação (BAROSA et al, 2003).

Os testes de toxicidade animal, como o bioensaio com Artemia salina, são válidos, pois os efeitos produzidos por um composto nos animais de laboratório são aplicáveis ao homem.Com base na dose por unidade de superfície corporal, os efeitos tóxicos no homem estão consideravelmente nos mesmos limites que os observados nos animais de laboratório, sendo possível descobrir possíveis riscos nos humanos (KLASSEN et al, 2001)

As espécies Anadenanthera colubrina (angico), Myracrodruon urundeuva (aroeira),

Hymenaea stilbocarpa (jatobá) e Copaifera langsdorffii (copaíba) são comumente utilizadas para fins medicinais e vários trabalhos apontam a casca como a parte mais utilizada. A casca do angico contém metabólitos com propriedades antioxidantes, antimicrobianas, antitumorais e imunológicas (CASTRO, 2011; MOTA et al., 2017). A entrecasca da aroeira possui propriedades antinflamatórias, adstringentes, antialérgicas e cicatrizantes (VIANA et al., 1995). Já a casca do jatobá é utilizada na medicina popular para tratar gripe, cistite, bronquite, infecções de bexiga e verminoses (OLIVEIRA et al., 2006). Da copaíba se extrai o óleo que é a parte mais extraída e

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comercializada, com efeito medicinal comprovado, porém pelo seu alto custo, garrafadas provenientes das cascas da espécie tem sido utilizada como substituta.

Diante do exposto, o objetivo neste trabalho foi avaliar a toxicidade de extratos vegetais aquosos de plantas do cerrado de uso medicinal.

2 METODOLOGIA

As cascas das árvores de quatro espécies medicinais foram coletadas no campus da Universidade Federal de Mato Grosso, onde as espécies já foram identificadas e utilizadas em diversos trabalhos. O material foi acondicionado em saco plástico e transportadas para o laboratório e foram submetidos à solução de álcool 70% para quebra da tensão superficial e posteriormente hipoclorito de sódio a 2% para desinfecção. As cascas foram submetidas à secagem em estufa à temperatura de 45 ºC por 72h, sendo posteriormente trituradas em moinho de facas tipo Willey (EDB-5) e pesadas.

O extrato aquoso a frio foi obtido a partir de 100 g do pó das cascas secas e moídas e 1000 mL de água destilada a 25 ºC. Foi realizada a maceração com agitação ocasional (duas vezes ao dia) durante 24 horas. Logo após esse período, os extratos foram filtrados em algodão, armazenados em vidro escuro e levados a geladeira até o momento da utilização.

Os extratos brutos foram submetidos ao bioensaio de toxicidade em Artemia salina (MEYER et al., 1982), onde, inicialmente foi preparado 1 litro de solução aquosa de sal marinho (38 g/L) para incubação dos ovos de A. salina, que foram expostos à luz artificial (lâmpada de 100 watts) durante 48 horas para a eclosão das larvas.

Foram colocados dez exemplares de larvas (náuplios) em poços (placas de cultura de 24 poços) com volume final de 1 mL, contendo 900 μL da solução aquosa salina e 100 μL da solução dos extratos nas concentrações de 1000, 500, 250, 120, 60 e 30 μg/mL, realizados em três repetições. Um grupo controle também foi preparado nas mesmas condições sem a presença dos extratos. Os poços foram mantidos sob luz artificial fluorescente (25W) e temperatura ambiente (25 ºC) por um período de 24 horas (FERREIRA, 2018).

Após esse período, foi feita a contagem do número das larvas sobreviventes do grupo controle e dos grupos expostos aos extratos. Foi estimado para cada extrato a concentração necessária para matar 50% (CL50) das larvas, evidenciando o grau de toxidez das amostras, através da análise PROBIT (MELO, 2008).

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Os extratos vegetais provenientes das cascas das espécies foram avaliados quanto à sua toxicidade sob tempo de 24 horas nas concentrações de 1000, 500, 250, 120, 60 e 30 μg/mL, sendo observados os efeitos (mortalidade) sob os indivíduos de Artemia salina. Foi observado o número de larvas mortas no bioensaio em todas as concentrações dos extratos.

A figura 1 retrata a taxa de mortalidade do microcrustáceo quando submetido ao extrato vegetal aquoso da casca de angico. O efeito observado foi que, quanto maior a concentração do extrato, maior a mortalidade das larvas, e na concentração de 1000 µg/mL houve aproximadamente 47% de organismos mortos. A CL50 para o extrato aquoso da casca de angico foi de 923,10 µg/mL.

Figura 1. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de angico.

O resultado do bioensaio realizado para o extrato da casca de aroeira (Figura 2) mostra que essa espécie causou uma taxa de mortalidade de artemias bem maior quando comparada ao extrato de angico. Houve aumento diretamente proporcional entre a mortalidade e o aumento da concentração do extrato, onde na menor concentração (30 µg/mL), foi verificado aproximadamente 34% de mortalidade dos indivíduos e na maior concentração, esse valor aumenta para 74%. A CL50 para o extrato aquoso da casca de aroeira foi de 263,10 µg/mL

y = 0,0424x + 11,943 R² = 0,7582 0 20 40 60 80 100 0 200 400 600 800 1000 M o r tal id ad e (% ) Concentração (µg/mL)

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Figura 2. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de aroeira.

O bioensaio realizado com o extrato aquoso de jatobá (Figura 3) evidencia que na maior concentração utilizada houve aproximadamente 44% de mortalidade das larvas de A. salina. Na menor concentração (30 µg/mL) houve aproximadamente 3% de mortalidade. O efeito de aumento da mortalidade com o aumento da concentração foi similar aos outros resultados apresentados neste trabalho. A CL50 para o extrato aquoso das cascas de jatobá foi de 1050,22 µg/mL.

Figura 3. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de jatobá. y = 0,0527x + 29,997 R² = 0,6164 0 20 40 60 80 100 0 200 400 600 800 1000 M o r tal id ad e (% ) Concentração (µg/mL) y = 0,0394x + 9,4327 R² = 0,8005 0 20 40 60 80 100 0 200 400 600 800 1000 M o r tal id ad e (% ) Concentração (µg/mL)

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A figura 4 expressa a taxa de mortalidade dos microcrustáceos submetidos a diversas concentrações do extrato aquoso da casca de copaíba. Até a concentração de 90 µg/mL a taxa de mortalidade estava abaixo de 20% dos indivíduos e com o aumento da concentração houve pouco aumento da mortalidade das artêmias, que manifestou menos de 40% de mortes na maior concentração estudada (1000 µg/mL). A CL50 para o extrato aquoso das cascas de copaíba foi de 1380,76 µg/mL.

Figura 4. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de copaíba.

4 DISCUSSÃO

A relação entre o grau de toxicidade e a concentração letal média (CL50) apresentada por extratos de plantas sobre larvas de A. salina foi avaliada por Amarante (2011). O autor concluiu que quando a CL50 for maior do que 1000 µg/mL, o extrato é considerado atóxico, entre 500 e 1000 µg/mL apresenta baixa toxicidade, entre 100 e 500 µg/mL moderada toxicidade e menor que 100 µg/mL, alta toxicidade. Sendo assim, de acordo com a classificação de Amarante (2011), esse extrato é considerado de baixa toxicidade.

Luna et al. (2004) avaliaram extratos etanólicos de plantas, dentre elas o extrato proveniente da casca de Anadenanthera macrocarpa e verificaram uma taxa de mortalidade de 80% das artemias utilizadas no bioensaio. Foi constatado no trabalho de Amaral et al. (2008) que o extrato etanólico de Anadenanthera falcata apresentou 70% de mortalidade dos microcrustáceos. O etanol tem um poder extrator muito maior que o da água, por isso, nesse experimento, a taxa de mortalidade tenha sido elevada.

y = 0,0301x + 6,331 R² = 0,8218 0 20 40 60 80 100 0 200 400 600 800 1000 M o r tal id ad e (% ) Concentração (µg/mL)

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A forma de uso medicinal do angico é dada geralmente por chás, à base de água e neste trabalho foi constatado uma baixa toxicidade ao seu uso com esse extrator. Vilella et al. (2000) verificaram que a casca da espécie Anadenanthera falcata é rica em tanino e utilizada como cicatrizante. Da casca se faz um chá que limpa o sangue e funciona contra hemorragia.

Cavalcante et al. (2016) demonstraram a toxicidade do extrato etanólico das folhas de M.

urundeuva nas concentrações de 100 e 1000 μg/mL, sendo este capaz de causar a morte de mais de

70% de larvas de A. salina. A CL50, segundo os autores, foi de 20,38 µg/mL sendo de alta toxicidade. A CL50 para o extrato aquoso da casca de aroeira foi de 263,10 µg/mL e de acordo com Amarante (2011) apresenta moderada toxicidade. A população de maneira geral, faz uso de chás da casca, pois possui propriedades antiinflamatórias e cicatrizantes contra úlceras e alergias. O chá produzido combate gripe, bronquite, além de ser tranquilizante e balsâmico (VILELLA et al, 2000). Diante disso, é necessário que as doses sejam estudadas para não prejudicar a saúde dos usuários.

A CL50 para o extrato aquoso das cascas de jatobá foi de 1050,22 µg/mL. De acordo com Amarante (2011), esse extrato aquoso é considerado atóxico. Pereira et al. (2007) avaliaram a toxicidade do óleo essencial de Hymenaea courbaryl e verificaram que a CL50 foi de 8,83 µg/mL, de alta toxicidade. A composição química encontrada pelos autores apresentou os seguintes constituintes: b–cariofileno (60,5%), Óxido cariofileno (20,7%), a-Humuleno (2,3%). O óleo essencial é um composto altamente complexo, compostos por muitos componentes químicos. As sementes de jatobá (Hymenaea stigonocarpa) apresentaram alta toxidez para culturas de Artemia

salina em teste feito por Fonseca et al. (2013). O jatobá é utilizado em sua maioria através do chá e

cozimento da casca. O extrato aquoso representa de maneira similar a utilização dessa espécie para fins medicinais. Neste trabalho, o extrato de jatobá foi atóxico, não representando riscos para a população se utilizada essas concentrações.

A taxa de mortalidade dos microcrustáceos foi de 33,33% para o extrato aquoso das cascas de copaíba (Figura 4). O óleo é o produto mais utilizado dessa espécie, porém, de acordo com Shanley et al. (2005), em algumas regiões, o chá da casca é utilizado como anti-inflamatório, devido ao alto preço do óleo, o que faz com que a garrafada da casca seja usada como substituta. O extrato aquoso apresenta baixa taxa de mortalidade nas menores concentrações.

A CL50 para o extrato aquoso das cascas de copaíba foi de 1380,76 µg/mL. De acordo com Amarante (2011), esse extrato aquoso é considerado atóxico. Souza et al. (2010) avaliaram a citotoxicidade de extratos hexânicos das folhas e cascas de copaíba e verificaram que houve toxicidade quando testados em Artemia salina e os extratos etanólicos não apresentaram atividade citotóxica.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55308-55317 aug. 2020. ISSN 2525-8761 5 CONCLUSÃO

O padrão do aumento da mortalidade dos microcrustáceos com o aumento da concentração foi similar entre os tratamentos. Houve diferença de toxicidade entre os extratos vegetais testados e o extrato da casca de aroeira é o que apresentou maior toxicidade. Estudos sobre a toxicidade de extratos devem ser realizados para evitar efeitos tóxicos sobre a população que faz uso desses medicamentos naturais.

REFERÊNCIAS

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Imagem

Figura 1. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de angico
Figura 3. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de jatobá
Figura 4. Taxa de mortalidade de Artemia salina L. submetidas ao contato com extrato aquoso da casca de copaíba

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