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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

WESLEY ROBERTO DE ALMEIDA LOBO

A DIFERENÇA DE UM PEZINHO PARA A SAÚDE DO BEBÊ:

DO CONHECIMENTO A PRATICA

Tangará da Serra – MT

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WESLEY ROBERTO DE ALMEIDA LOBO

A DIFERENÇA DO PEZINHO PARA A SAÚDE DO BEBÊ:

DO CONHECIMENTO A PRÁTICA

Monografia apresentada ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Tangará da Serra, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem

Orientadora: Ana Lúcia Andruchak

Co-orientadora: Fernanda Luiza de Mattos Silvestre.

Tangará da Serra – MT

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WESLEY ROBERTO DE ALMEIDA LOBO

A DIFERENÇA DO PEZINHO PARA A SAÚDE DO BEBÊ

DO CONHECIMENTO À PRÁTICA

Monografia apresentada ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Tangará da Serra, como parte dos requisitos para

obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem

Banca Examinadora

___________________________________________________________ Professora Me. Ana Lúcia Andruchak – Orientadora - Examinadora Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

Curso de Letras

___________________________________________________________ Professor Me Raimundo França – Examinador Convidado

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra Curso de Letras

___________________________________________________________ Enfermeira Renata Carolini Santos Seconello – Examinadora Convidada

Enfermeira

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(5)

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por me fazer templo do Espírito Santo. Agradeço a minha família pelo apoio e incentivo em todas as horas, em especial meus tios “Moacir e Neide”, por serem meus pais adotivos em Tangará da Serra. Agradeço a todos os meus professores por desenvolver parte do meu conhecimento, em especial a Professora Mestre Ana Lúcia Andruchak

(6)

“Assumir a integralidade na educação em saúde significa que os profissionais

passem a perceber a comunidade como: seres que sabem, sabem que sabem,

sabem por que sabem, sabe como sabem, e sabem dizer a terceiros o que sabem

e não menos importante, agem conseqüentemente aos seus saberes”.

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RESUMO

O Programa Nacional de Triagem Neonatal, mais conhecido como o Teste do Pezinho, é um programa instituído pelo Governo Federal, cujo objetivo maior é a detecção precoce de doenças congênitas, e início rápido do tratamento, visando à prevenção do desenvolvimento patológico. O Teste deve ser realizado entre (2 e 30 dias), preferencialmente entre o 2º e 7º dia nascimento do Recém Nascido. As patologias são assintomáticas nos primeiros meses de vida, a Triagem Neonatal (TN) no Estado do Mato Grosso inclui diagnóstico precoce de: Fenilcetonúria, Hipotireiodismo Congênito e Hemoglobinopatias (fase II de implantação do programa). Como conseqüência o não tratamento rápido a essas doenças causam ao indivíduo retardo mental e outras seqüelas. Este é um estudo quali-quantitativo realizado no município de Tangará da Serra – MT, que tem por objetivo evidenciar o conhecimento de familiares do município de Tangara da Serra sobre o Teste do Pezinho, o conhecimento dos profissionais de saúde que realizam coleta de sangue sobre o Programa Nacional de Triagem Neonatal, enfocar a importância da qualificação profissional – formação continuada, no ambiente de trabalho e por último comparar o procedimento científico preconizado pelo Ministério de Saúde para a coleta do exame e a técnica aplicada pelos profissionais. Foram aplicados entrevistas a 3 profissionais da saúde e questionário a 20 familiares. Obteve-se como resultado uma superficialidade no conhecimento sobre a TN para ambos os sujeitos, também percebeu-se falta de educação em saúde para os familiares e ausência de educação continuada para os profissionais da saúde.

(8)

ABSTRACT

The National Program of newborn screening, better known as the Guthrie test, is a program established by the Federal Government, whose main objective is early detection of congenital diseases, and rapid initiation of treatment aimed at prevention of pathological development. The test should be done between 2 and 30 days, preferentially between 2nd and 7th days of birth of the Newly Born. The pathologies have no symptoms in the first months of life, the Neonatal Screening in Mato Grosso includes early diagnosis of: Phenylketonuria, Congenital Hypothyroidism and Hemoglobinopathies (Phase II of implantation of program). As a consequence, not early treatment of these diseases cause in the person the mental retardation and other ailments. This is a qualitative and quantitative study conducted in the county of Tangará da Serra - MT, which aims to reveal the knowledge of families in the city of the Guthrie Test. The knowledge of health professionals who make the blood sampling on the National Newborn Screening Program, focusing on the importance of professional qualification - continuous education, the workplace and finally to compare the scientific procedure recommended by the Ministry of Health for collecting and examination of the technique used by professionals. Interviews were applied to three health professionals and questionnaire to 20 family members. Was obtained as a result of a superficial knowledge about the TN for both subjects, is also noted shortage of health education for family members and lack of continuing education for health professionals.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...11

1.0FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA ...12

1.1 BREVE HISTÓRICO DA TRIAGEM NEONATAL...12

1.2 O DIREITO A SAÚDE E DA PROMOÇÃO DE SAÚDE ASSEGURADA PELO ESTADO ...13

1.3 O NEONATO E A LEGISLAÇÃO ...15

1.4 PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM NEONATAL – PNTN...15

1.5 A REALIZAÇÃO DO TESTE DO PEZINHO - PASSO A PASSO...16

1.6 DOENÇAS DIAGNOSTICADAS PELO PNTN NO ESTADO DE MATO GROSSO (FASE II DE IMPLANTAÇÃO)...17

1.6.1 Fenilcetonúria ...18

1.6.2 Hipotireoidismo Congênito...18

1.6.3 Hemoglobinopatias ...19

1.7 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA...20

2.0CAMINHOMETODOLÓGICO ...21

2.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ...24

3.0ANÁLISEDEDADOS ...25

3.1 PARTE I: PROFISSIONAIS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM...25

3.1.1 Heurística 01 – Caracterização dos Sujeitos ...25

3.1.2 Heurística 02 - Revelando o Conhecimento da Equipe...26

3.1.3 Heurística 03 – Aptidão Técnica ...30

3.1.3.1 Procedimentos Realizados Antes da Coleta: ...30

3.1.3.2 Procedimentos Durante a Coleta ...33

3.1.3.3 Procedimentos Pós Coleta ...34

3.2 PARTE II: PAIS, MÃES E RESPONSÁVEIS ...35

3.2.1 Heurística 01 – Características Socio-Demográficas...35

3.2.2 Heurística 02 – Promoção da Saúde Durante o Pré Natal...36

3.2.3 Heurística 03 – Revelando o Conhecimento dos Pais Sobre a Triagem Neonatal...39

CONSIDERAÇÕESFINAIS ...41

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APENDICEI–ENTREVISTACOMTECNICOSDEENFERMAGEM ...47

APENDICEII–QUESTIONÁRIOFECHADO-COMPAIS,MÃESE

RESPONSÁVEIS ...50

APENDICEIII -CHEQUELIST–CONFRONTOTÉCNICAAPLICADAX

TÉCNICAPRECONIZADA ...52

ANEXOI-PORTARIANº 320,DE6DEJULHODE2010 ...53

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INTRODUÇÃO

Entre esses quatro anos de formação acadêmica, durante as práticas curriculares e estágios voluntários, pude observar que em muitas situações, os profissionais não sabem por que realizam certos procedimentos, fazem simplesmente por fazer, aplicando somente a parte técnica e omitindo a construção do conhecimento teórico. Esse estudo tem como objetivo despertar uma preocupação em estabelecer a relação entre a teoria e a prática aplicada por estes trabalhadores.

No quinto semestre da graduação, tive a oportunidade de realizar estágio em uma unidade de saúde que participa do Programa Nacional de Triagem Neonatal, “Teste do Pezinho” como popularmente é conhecido, e ao indagar aos profissionais para que serve o exame, os mesmos não souberam responder, então ficamos com a seguinte problemática: Que conhecimentos os profissionais de saúde do município de Tangará da Serra que realizam a coleta de material biológico para o “Teste do Pezinho” possuem sobre o mesmo? Será que durante a coleta de sangue, eles realizam a técnica prevista pela teoria? E quanto à educação em saúde? Será que os pais e responsáveis estão tendo acesso? Qual o conhecimento que as equipes de saúde tem proporcionado aos pais sobre a Triagem Neonatal?

O estudo proposto é de natureza quanti-qualitativa e foi desenvolvida durante todo o primeiro semestre do ano de 2011, onde utilizamos como instrumentos de coleta de dados questionários, entrevistas e observação aos profissionais de saúde e familiares envolvidos no processo de Triagem Neonatal.

(12)

1.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 BREVE HISTÓRICO DA TRIAGEM NEONATAL

De acordo com Silva (2008), tudo começou na década de 50, quando o pesquisador de células neoplásicas (Robert Guthrie 1916-1995), teve um filho com deficiência mental, isso originou a motivação para que o médico Robert Guthrie, juntamente com sua esposa Margaret, se empenhassem para a descoberta da prevenção de doenças causadas por erros inatos do metabolismo, conseqüentemente causando retardos e deficiências mentais, ambos se tornaram membro da associação para deficientes mentais no estado de Nova York. A primeira descoberta se deu através do isolamento da bactéria Bacillus subtilis, dessa forma ele pode

verificar quantidades elevadas de fenilalanina no sangue dos recém nascidos. Diagnosticando assim a primeira doença triada pelo teste do pezinho a fenilcetonúria.

Silva (2008), diz ainda que em 1964, Robert realizou uma pesquisa piloto que envolveu 29 estados americanos, realizando o teste em aproximadamente 400.000 recém nascidos confirmando a prevalência de 1/10000 crianças. O teste ganhou crédito pelos pesquisadores e governo americano, e passou a ser indicado pela Organização Mundial de Saúde a partir do ano de 1968.

No Brasil o teste foi introduzido pelo médico Benjamin José Schmidt juntamente com os amigos Aron Diament e Oswaldo Cruz no Laboratório Lavoisier de Análises Clínicas em São Paulo. Eles pesquisavam, além da fenilcetonúria outros erros inatos no metabolismo humano, os doutores deram inicio a um plano de ação chamado “Plano Nacional de Estudos para detecção de Erros Inatos do Metabolismo que podem levar à Deficiência Mental”, o mesmo foi apresentado no congresso da APAE no estado de São Paulo. No ano de 1975, o pesquisador Benjamin montou um laboratório dentro das dependências da APAE/SP para triagem dos erros do metabolismo, realizando o teste do pezinho em 13.666 crianças para dosagem de fenilalanina. Dando assim, início ao primeiro programa de Triagem Neonatal para detecção de erros de metabolismo da América Latina.

Wittig et Domingos (1999), diz que em tempos de outrora as atividades laboratoriais

eram realizadas somente em convênios particulares, por meio de instituições privadas. O Hospital Albert Einstein no Estado de São Paulo foi o primeiro convênio Hospitalar que estabeleceu a coleta de sangue para Triagem Neonatal no País.

(13)

Federal no ano de 1988, onde o Brasil começa a ver a saúde como direito de todos e dever do Estado (BRASIL, 2010).

1.2 O DIREITO A SAÚDE E DA PROMOÇÃO DE SAÚDE ASSEGURADA PELO ESTADO

A Constituição Federal do Brasil (CFB), promulgada em 5 de outubro de 1988, torna válido e deixa bem claro em seu Art. 196:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 2010, p.33).

A partir do final da década de 80, todo e qualquer indivíduo, nascido vivo, dentro do “Estado Brasil”, herda o direito de ter acesso à saúde, e de participar de todas as vantagens e benefícios que o país proporciona aos seus filhos, inclusive ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Para a (OMS, 2010) o termo saúde se define sendo “bem estar físico, social e espiritual e não apenas a ausência de doença e enfermidade”.

O início da criação da saúde pública, juntamente com o Sistema Único de Saúde (SUS), originou-se e devido à necessidade que o Estado teve em realizar a manutenção da saúde dos trabalhadores dos portos de exportações, pois estes trabalhadores eram mão-de-obra para a principal fonte de economia da época: a agricultura e lavoura cafeeira. Por volta do ano de 1900, epidemias afrontavam estados brasileiros, e entre eles o Rio de Janeiro e São Paulo, e a partir daí começou-se a pensar em redução de doenças, dando início as saúdes públicas preventivas brasileiras (FIGUEIREDO, 2008).

Cronologicamente mais tarde, exatamente no dia 17 de setembro do ano de 1990, Fernando Collor de Mello promulga a lei 8080/90 que visa à criação de um Sistema Único de Saúde, que embasado na Constituição Federal Brasileira (CFB) sistematiza o direito à saúde e sistematiza também o dever do Brasil enquanto Estado, segundo (BRASIL, 2010, p. 5-6):

(14)

ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; [...] IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.

Analisando a lei de criação do Sistema Único de Saúde, podemos observar que a Universalidade, Integralidade e Igualdade são os princípios que regem o sistema, proporcionando assim, a todos os usuários, direitos iguais, e direito a todos os níveis de assistência, inclusive serviços preventivos de promoção e proteção da saúde. Para (BRASIL, 2000) cada princípio do SUS tem suas próprias características e definições sendo: Universalidade – é o livre acesso e direito à saúde por todos os brasileiros, e é dever do estado arcar com as despesas financeiras que o custeiem e acesso livre à população sem discriminação de qualquer espécie. Equidade – visa à redução de disparidades regionais e sociais referentes às assistências prestadas aos usuários, ou seja, todas as regiões do Brasil devem receber as mesmas condições de promover saúde, proporcionando um melhor equilíbrio entre a nação, no que diz respeito à cidadania e direitos populares. E por fim a Integralidade – princípio este que demonstra que a atenção à saúde deve levar em consideração todos os grupos sociais, mesmo que sejam pequenos, diz que o Estado deve atender ao usuário de maneira integral desde a promoção da saúde até as mais altas complexidades de atendimento. O Instituto de Defesa do Consumidor (2003) completa mencionando que o é integral, pois a saúde da pessoa não pode ser fracionada, e deve ser tratada como um todo, devem ser realizado a integração entre indivíduo e comunidade, respeitando à prevenção e o tratamento garantindo a dignidade humana.

(15)

Pensando nesta promoção em saúde contida na integralidade prevista pelo SUS, que o Ministério da Saúde, lança periodicamente Programas de Proteção e Manutenção da Saúde, entre eles está o Programa Nacional de Triagem Neonatal, que visa à redução de agravos detectáveis através de exame específico.

1.3 O NEONATO E A LEGISLAÇÃO

Analisando (BRASIL, 2002), o filhote do ser humano é um dos seres mais prematuros entre todos, pois depende intensamente e inteiramente de outro ser mais evoluído para prestar cuidados iniciais. O Período Neonatal é o período que se estende da concepção até o vigésimo oitavo dia de vida, e é neste período que o neonato mostra os seus primeiros sinais de reflexo neuromotor, Nessa fase ele precisa de vínculo com os pais, para se sentir psicologicamente seguro e bem desenvolvido no futuro.

A legislação é bem clara:

“Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (ECA, 2010, p.01)”.

A Legislação Brasileira por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, reforça o compromisso pela promoção do bem-estar desses pequenos cidadãos. Responsabilidade esta que não é apenas da família, mas do Estado e da sociedade como um todo. Os cuidados com a saúde infantil estão entre as ações essenciais do Ministério da Saúde. Os programas desenvolvidos buscam oferecer um atendimento médico mais humano e de melhor qualidade para todas as crianças.

1.4 PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM NEONATAL – PNTN

(16)

mentais. Em publicação oficial a OMS diz que cerca de 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência, entre elas as deficiências mentais, tornando assim um problema de saúde pública (BRASIL, 2002).

Brasil (2002), diz que a Triagem Neonatal “Teste do Pezinho”, foi incorporada ao SUS no ano de 1992 (Portaria GM/MS n.º 22 de 15 de janeiro de 1992, e menciona a obrigatoriedade do teste em todos os recém-nascidos vivos e inclui o diagnóstico precoce de Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito.

Após a Secretaria de Assistência à Saúde reavaliar a triagem neonatal prevista pela portaria GM/MS nº 22 de janeiro de 1992, que atendia somente a avaliação para Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito resolveu por meio da portaria GM/MS n.º 822, implantar o PNTN – PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM NEONATAL, programa governamental que envolve as três esferas de governo: FEDERAL, ESTADUAL e MUNICIPAL, que tem por objetivo geral promover a detecção de doenças congênitas em fase pré-sintomática em 100% dos neonatos nativivos, promovendo assim o tratamento precoce e conseqüentemente diminuir índices de morbimortalidade causados por essas doenças.

O teste ficou popularmente conhecido como Teste do Pezinho, pelo fato de que na hora do exame é realizado uma punção na região de calcâneo do pé do neonato para retirada de material biológico (sangue) para realização do exame laboratorial. O teste deve ser realizado até no máximo o 30º dia de vida da criança, entretanto deve ser preferencialmente realizado entre o 2º e 7º dia de vida (BRASIL, 2002; BRASIL, 2006).

Para Brasil (2002), após a criação do PNTN, ficou estabelecido que todos os municípios que realizam partos deveriam ter pelo menos um posto de coleta. A implantação do programa por município se faria seguindo três fases de implementação: Fase I: diagnóstico de Fenilcetonúria + Hipotireoidismo Congênito, FASE II: diagnóstico de Fenilcetonúria + Hipotireoidismo Congênito + Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias. FASE III: diagnóstico de Fenilcetonúria + Hipotireoidismo Congênito + Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias + Fibrose Cística.

1.5 A REALIZAÇÃO DO TESTE DO PEZINHO - PASSO A PASSO

(17)

2002), a bancada de trabalho deve conter os seguintes materiais: Luvas de procedimento, lanceta estéril descartável com ponta triangular de aproximadamente 2,0 mm, recipiente (pissete) com álcool a 70% para assepsia, algodão e/ou gaze pequena esterilizada, papel filtro do PNTN.

Segundo Brasil (2002), o papel filtro deve ser obrigatoriamente controlado através de numeração de lote de fabricação, fornecido pelo laboratório responsável pela realização do exame, o papel deve ser mantido em lugar limpo, seco, longe de exposição a agentes químicos e físicos que possam danificá-lo. O profissional responsável pela coleta deve preencher todos os campos do papel filtro adequadamente, e prezar pelo zelo do papel, pois o papel filtro é o documento legal.

Ao realizar o procedimento, o profissional deve lavar as mãos, calçar as luvas, informar aos pais como o procedimento será realizado. Logo depois da explicação aos pais sobre o procedimento, o profissional deve solicitar aos pais, que se mantenham em pé com o neonato no colo, é importante lembrar que o neonato deve estar com o calcanhar abaixo do nível do coração para que haja uma maior circulação em local de punção (BRASIL, 2002).

O profissional deve dar início ao procedimento realizando a assepsia com álcool 70%, massageando o calcanhar para ativar a circulação, logo depois deve realizar uma punção na porção lateral da região plantar do calcanhar. Logo depois de puncionado o pé do bebê, o profissional deve realizar movimento único para a direita e para a esquerda com a lanceta introduzida em sítio de punção, facilitando assim um corte suficiente para o sangramento adequado. Após a criação de uma grande gota de sangue no calcanhar, o responsável pela coleta deve retirar com gaze ou algodão, desprezando essa primeira gota, e logo depois incluir as gotas de material biológico posteriores em local indicado no papel filtro, observando rigorosamente o preenchimento adequado no local indicado. Após o procedimento realizado o profissional deve recompor o paciente realizando curativo no pé da criança se necessário (BRASIL, 2002, 2006).

1.6 DOENÇAS DIAGNOSTICADAS PELO PNTN NO ESTADO DE MATO GROSSO (FASE II DE IMPLANTAÇÃO)

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que o programa é habilitado para triar um número maior de doenças, entretanto, de acordo com a Port. 340 de 06/06/2010 o Estado de Mato Grosso encontra-se habilitado na fase II.

A seguir estaremos apresentando as doenças da fase II:

1.6.1 Fenilcetonúria

Dentre os erros de metabolismo o mais comum é a fenilcetonúria (PKU) acomete a crianças na proporção de (1:10.000), ela foi descoberta no ano de 1934 pelo pesquisador Asbjörn Fölling, que recebeu amostras de urina de dois irmãos com atraso mental e com odor estranho, logo o pesquisador identificou a presença de ácido fenilpirúvico nas amostras de urina, o pesquisador realizou pesquisas em centenas de crianças que eram portadoras de retardo mental, utilizando a urina como fonte biológica, e observou que a maioria das amostras continham o ácido fenilpirúvico, e mais, além disso ele associou indivíduos da mesma família que possuíam a mesma substância na urina, pressupondo que a doença mental era uma doença originada do de um erro metabólico, de origem genética com caráter recessivo autossômico.(ALVES, 2010).

A doença resulta da deficiência da fenilalanina hidroxilase, enzima que catalisa a conversão de fenilalanina em tirosina. A introdução de uma dieta com baixo teor de fenilalanina deve ter início nos primeiros meses de vida, de preferência no primeiro mês, para evitar o retardo mental, manifestação clínica mais severa da doença.

Segundo Araujo apud Reichert & Pacífico (2003), os profissionais de saúde tem a obrigação de orientar e informar as mães sobre a gravidade da doença, e que é assintomática nos primeiros meses de vida e exige tratamento imediato à sua detecção. Completa dizendo que as crianças portadoras da fenilcetonúricas que não se submeterem ao tratamento no tempo adequado, desenvolvem rapidamente o prognóstico e chegam a um estado de retardo mental. As manifestações clínicas e humorais surgirão início na criança por volta do terceiro mês.

1.6.2 Hipotireoidismo Congênito

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Grüters; Lafranchi, apud França (1992) diz que os efeitos da patologia sob o sistema nervoso central são progressivos e irreversíveis. Como conseqüência a doença provoca na criança não tratada: retardo mental grave e distúrbios neurológicos como ataxia, incoordenação, estrabismo, movimentos coreiformes e perda auditiva neurossensorial.

Portanto, o texto citado por França nos mostra que é extremamente importante a realização de uma Triagem Neonatal logo nos primeiros dias de nascido para que essas complicações sejam reduzidas. Atualmente o hipotireoidismo congênito podem ser tratado com sucesso por medidas terapêuticas simples que incluem a administração regular, diária, de hormônios da tireóide.

1.6.3 Hemoglobinopatias

“As hemoglobinopatias são doenças que acometem a estrutura ou/e a taxa de produção da molécula de hemoglobina, presente nos glóbulos vermelhos e responsável pelo transporte de oxigênio para os tecidos” (SOUZA, 2002). Atinge cerca de 0,1-0,3% da população de negros (Souza,2002 apud Silla, 1999).

Segundo Smeltzer (2009) a anemia falciforme é uma anemia hemolítica “que quebra hemácia” que é produto da herança do gene da hemoglobina falciforme. Essa herança faz com que a molécula da hemoglobina seja defeituosa, principalmente quando expostos a baixa pressão de oxigênio. Os eritrócitos ficam longos e rígidos e perdem seu formato arredondado e maleável, conseqüentemente esses eritrócitos defeituosos se aglomeram no endotélio dos vasos durante a circulação e esse provoca a redução da circulação para uma determinada região.

“A hemoglobina normal é designada de Hemoglobina A (HbA), enquanto que a hemoglobina anormal mais comum é denominada de Hemoglobina S (HbS). O heterozigoto, ou portador, é designado como traço falcêmico (HbAS). Outras hemoglobinas anormais podem ser encontradas, tais como: HbC, HbD, HbE, HbJ” (BRASIL, 2002).

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1.7 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA

Paulo Freire (2002), reflete em uma de suas autorias que para se conhecer o verdadeiro sentido e a verdadeira nascente da educação é necessário que se faça uma micro-análise antropo-filosófica do próprio ser humano, considerando que o homem é um ser incompleto, que sente a necessidade de busca de respostas através do impulso motivador que é o ato de indagar, questionar, refletir, pensar sobre si mesmo e colocar-se numa situação de ser inacabado com constante busca de ser mais, conhecer mais, viver mais.

É pensando nisso que (CESAR, s.d.) afirma que o mundo atual do trabalho exige profissionais cada vez mais qualificados que assumam funções que requerem alto nível de conhecimento técnico e científico. Nesse contexto de transformações e mudanças da sociedade, a educação surge como instrumento para produzir um desenvolvimento quanti-qualitativo associado à crescente demanda e às necessidades do mercado.

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2.0 CAMINHO METODOLÓGICO

Esta pesquisa tem como base metodológica estudos quantitativos e qualitativos, Cruz (2009), entende pesquisa quantitativa como uma pesquisa social, que parte do princípio de que tudo pode ser quantificado numericamente, inclusive opiniões, comportamentos e atitudes semelhantes. Segundo Richardson (1999) e Moreira (2002) essa metodologia é utilizada quando existe a necessidade de medir a quantidade de opiniões sendo os dados agrupados, mensurados e analisados com apoio de técnicas de estatística, e com outras técnicas matemáticas e que o método quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto às interferências.

Por sua vez a pesquisa qualitativa, segundo Moreira (2002), é aquela que trabalha não necessariamente com números e expressões matemáticas, mas sim com informações expressas verbalmente, através de escrita, pintura, fotos e outros.

Para esse estudo escolhemos como instrumento de coleta de dados a entrevista semi estruturada, que nos permite realizar uma análise qualitativa dos dados, sendo aplicada aos técnicos de enfermagem, adotamos o questionário fechado aplicado às famílias, por ser um instrumento que facilita a análise quantitativa dos dados e realizamos a observação para conferir os procedimentos técnicos de coleta do material biológico para a realização do PTNTN através de um Check List.

A escolha do local para desenvolver a pesquisa se deu por ser a unidade de referência de coleta do material para a realização do PNTN. Para a realização do levantamento de dados foi necessário fazer um contato prévio no lócus da pesquisa para observar a predisposição dos

profissionais em participar da pesquisa, conhecer o ambiente a ser pesquisado, e por meio de ofício obtivemos a autorização do Secretário de Saúde para a realização do estudo.

A coleta de dados foi dividida em três etapas apresentadas a seguir:

Primeira etapa: realizamos a pesquisa utilizando a entrevista semi-estruturada (Apêndice I) com os profissionais de saúde nas instituições já mencionadas para evidenciar o nível de conhecimento que eles possuem sobre o Teste Do Pezinho. Utilizamos um roteiro de perguntas e tivemos o auxílio de um gravador digital de voz, com a intenção de manter a originalidade das falas, seguindo orientações teóricas de Cruz (2009) para a realização das mesmas.

(22)

uma conversação de natureza profissional”. Polit (2004), diz que a entrevista semi-estruturada é um método de coleta de dados é utilizado quando o pesquisador não tem um conjunto de questões para serem desenvolvidos em uma ordem cronológica específica. Portanto ele elenca apenas um formulário que serve como guia para a conversa que será registrada no decorrer da entrevista, e ainda diz que a melhor forma de trabalhar com este método é criar tópicos para garantir que todas as áreas em questão sejam discorridas verbalmente. Gil (2002) pensa que a entrevista oferece muita flexibilidade ao pesquisador, e ele tem um aumento da autonomia para reformular suas indagações ao longo da pesquisa.

Segunda etapa: os sujeitos envolvidos nessa segunda etapa foram os técnicos de enfermagem que realizam a coleta de sangue para o Programa Nacional de Triagem Neonatal “Teste do Pezinho” no município. Durante a projeção deste estudo tínhamos como meta realizar a pesquisa com 4 (quatro) sujeitos que correspondem a 100% dos técnicos disponível no município, nessa categoria profissional, entretanto, quando fomos a campo 1(um) dos sujeitos não se predispôs a participar da pesquisa, portanto totalizamos desta forma 3 (três) técnicos de enfermagem que correspondem a 100% dos profissionais que realizam coleta para Triagem Neonatal, as entrevistas foram realizadas individualmente, sendo preservada a qualidade das gravações em ambiente silencioso, respeitando o sigilo dos entrevistados.

Terceira etapa: realizamos a confecção de um Check List, onde elencamos passo a

passo o método correto de se realizar a coleta e o armazenamento do material para triagem (Apêndice III), para que com esse instrumento pudéssemos confrontar ambas as técnicas a partir da observação do trabalho de coleta no lócus pesquisado. Seguimos as orientações de Lakatos et. al. (1996) onde diz que a observação ajuda o pesquisador a identificar e obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento e também obriga o pesquisador a ter um contato mais direto com a realidade. Utilizamos Check List impresso para assinalar passo a passo o

procedimento realizado pelos técnicos de enfermagem. Segundo Cipa (2007) o uso do Check

List tem tido grande aceitação no meio profissional na área de saúde e segurança, por ser uma

ferramenta de fácil aplicação para quantificar e qualificar o local e as condições de trabalho, além de servir como parâmetro comparativo para as melhorias e avaliações futuras.

(23)

questões fechadas foram assinaladas pelo pesquisador através das respostas obtidas por meio de depoimentos dos sujeitos. Previamente foi projetado realizar esta etapa da pesquisa em todas as unidades que realizam coleta de sangue para TN, que compreendem um total de 4 (quatro) unidades de coleta, entretanto, em virtude do processo de concurso público 001/2011 que o município passou, 3 (três) destas unidades deixaram de realizar o exame, portanto ficamos com o campo de pesquisa reduzido, sendo então realizada a coleta de dados envolvendo familiares apenas no centro de coleta do município, seguindo as orientações de Moreira (2002).

Para (MOREIRA, 2002), o questionário fechado é a modalidade que o entrevistador se encontra pessoalmente com o entrevistado para a coleta de dados, olhando-o face a face e com o questionário em mãos. O instrumento permite a busca de populações menos letradas. O questionário foi elaborado com perguntas simples e de fácil compreensão para nos fazermos claros enquanto entrevistador, e assim obter respostas verídicas mesmo de pessoas com baixo grau de instrução.

As entrevistas gravadas foram transcritas na íntegra, preservando fielmente o conteúdo gravado, respeitando a linguagem dos sujeitos. Para a transcrição foi usado o programa Microssoft Office com o aplicativo Word®, para cada entrevista foi criado um arquivo e produzimos um código para definir os sujeitos, os profissionais foram codificados como “Alfa, Beta, Gama” obedecendo à ordem das entrevistas. Os questionários foram organizados, tabulados e relacionados de acordo com as respostas semelhantes obtidas para cada questionamento.

Após ter todo o material da coleta de dados: transcrito, tabulado, separado e organizado, iniciamos a análise de dados.

Para melhor discussão sobre os resultados separamos a análise em dois capítulos.

A primeira parte é uma seção exclusiva com dados dos técnicos de enfermagem. Criamos três heurísticas que foram divididas em: 1- Caracterização dos Sujeitos, 2 - Revelando o Conhecimento da Equipe e 3 - Aptidão Técnica – Observação.

A segunda parte é uma seção exclusiva com os dados dos familiares dos recém nascidos. Elencamos 3 heurísticas: 1- Sócio Demográfica, 2- Promoção da Saúde durante o Pré Natal e 3- Revelando o Conhecimento dos pais sobre a Triagem Neonatal.

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do Pezinho, as Leis que regulamentam o Programa de Triagem Neonatal, Legislações, Direitos dos Cidadãos, Constituição Federal, Cartilha da Criança e do Adolescente, Manuais do Ministério da Saúde, artigos atualizados que retratam sobre o PNTN, informações sobre as doenças diagnosticáveis: fenilcetonúria, hipotiroidismo congênito, hemoglobinopatias, fibrose cística, tratamentos, orientações para os pais e para os profissionais, artigos e periódicos que falam de educação continuada, educação permanente relacionados à temática.

2.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

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3.0 ANÁLISE DE DADOS

3.1 PARTE I: PROFISSIONAIS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM

3.1.1 Heurística 01 – Caracterização dos Sujeitos

Nesta parte apresentamos os dados das técnicas de enfermagem para classificarmos e identificarmos o nosso recorte populacional.

Tabela01. Dados Sócio-Trabalhistas dos sujeitos responsáveis pela Coleta de Material para Triagem Neonatal – Tangará da Serra-MT

ENTREVISTADO ALFA BETA GAMA

SEXO Feminino Feminino Feminino

PROFISSÃO Técnico de

Enfermagem

Técnico de Enfermagem

Técnico de Enfermagem

ESCOLARIDADE Ensino Médio Superior Incompleto Ensino Médio

ANO DE FORMAÇÃO 1989 1999 2003

IDADE (EM ANOS) 51 47 46

TEMPO DE ATUAÇÃO

NA ÁREA A SAÚDE 24 anos 12 anos 28 anos

TEMPO DE ATUAÇÃO NA COLETA DO TESTE

DO PEZINHO

2 anos 4 anos 3,5 anos

GARGA HORÁRIA SEMANAL

40 H 40H 40H

Fonte: Entrevista Semi Estruturada

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3.1.2 Heurística 02 - Revelando o Conhecimento da Equipe

O Programa Nacional de Triagem Neonatal é um programa de governo criado por meio da portaria GM/MS n.º 822, no ano de 2001, que tem como objetivo estabelecer um elo hierarquizado e organizado entre País, Estado e Municípios para executar de forma articulada o desenvolvimento de ações de Triagem Neonatal em fase pré-sintomática da doença em Recém Nascidos.

Deve ser realizado o acompanhamento e o tratamento das doenças congênitas detectadas inseridas no Programa, em todos os nascido-vivos, promovendo o acesso, o incremento da qualidade e da capacidade instalada dos laboratórios especializados e serviços de atendimento, bem como a organização e regulação do conjunto destas ações de saúde, visando detectar os casos suspeitos, realizar confirmação diagnóstica, acompanhar e tratar os casos identificados com doenças congênitas (BRASIL, 2001).

Considerando a Portaria 340 de 06 de junho de 2010, em seu Artigo 01: O estado de Mato Grosso fica Habilitado na fase II de implantação do PNTN, que prevê a triagem neonatal, a confirmação diagnóstica, o acompanhamento e o tratamento da fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias dentro do Estado (anexo I).

Gráfico 01 – Conhecimento dos Técnicos de Enfermagem sobre a existência do PNTN

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Conforme as respostas obtidas (gráfico I), 66,66% dos sujeitos (técnicos de enfermagem) afirmaram saber da existência do programa, e 33,33% dos sujeitos (técnicos de enfermagem), afirmaram nunca terem ouvido falar de sua existência, os que afirmaram saber da existência do programa não souberam dizer em qual fase de implantação o mesmo se encontra e nem quais são as doenças triadas no estado do Mato Grosso (Gráfico 01).

Benicasa (2009), em estudo semelhante realizado em uma unidade de terapia intensiva neonatal em uma determinada equipe, evidenciou que entre os 21 entrevistados havia uma confusão de conhecimento sobre o programa nacional de triagem neonatal, onde os sujeitos da pesquisa em sua maioria (19 sujeitos) não associaram o Programa com o Teste do Pezinho, e sim com a triagem realizada na seleção de prioridades no pré atendimento ambulatorial. Entre os 21 sujeitos pesquisados pelo autor, a grande maioria nunca tinha recebido informações sobre a existência do programa: por isso a confusão.

Na concepção dos sujeitos entrevistados (técnicos de enfermagem), o Teste do Pezinho:

“É feito para detectar doenças genéticas ou congênitas, porque se tratar e detectar o quanto antes a criança cresce normal, sem problema, [...] o teste deve ser realizado após 48 horas. Agora mudou né, porque às vezes as mães não trazem as crianças... deve ser no máximo até 3 meses e entre as doenças detectadas estão anemia falciforme, quase todas as anemias relacionadas à genética, hipo ou hipertireoidismo, aquela doença fenilcetonúria, que é da intolerância a lactose, que se chama metabolismo, entre outras que não estou me lembrando agora”. [Grifo Nosso] (alfa)

“Eu acho que o teste do pezinho é uma realização muito boa, se dependesse de mim todas fariam, não esqueciam nenhum minuto, é a parte que você vai descobrir as doenças que podem ser tratadas. Doenças congênitas, dar melhor conforto, e até mesmo resolver o problema. É um fator bem favorável. [...] A indicação que foi feita pra nós é que o teste tem que ser feito a partir do 5º dia de nascido, eu to pensando aqui na BCG, porque eu sempre faço junto o teste do pezinho com a BCG, pode ser feito até 30 dias mais o correto mesmo é fazer de 5 a 10 dias que estão assim na idade em que nós conseguimos abranger situações assim mais graves né [...] e as doenças triadas são 4 tipos de doenças né, feniltenúria, quero dizer fenilcetúria, eu acho que deveria abranger mais né, mais por enquanto são as principais, não tenho o nome delas aqui não, assim fica meio difícil de falar... Tem a da tireóide, do hormônio da tireóide, e as outras duas lá que eu não lembro”. [Grifo Nosso] (beta)

(28)

Para Garcia (2007), “As ações preventivas são a melhor forma de se evitar a morbi-mortalidade infantil. Sendo a triagem neonatal um tipo de medida preventiva, o profissional de saúde deve atentar para orientações no que diz respeito à importância e finalidade do exame.”

Segundo a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal (SBTN) (2011) s/p, o Teste do Pezinho é uma ação preventiva que permite fazer o diagnóstico de diversas doenças congênitas ou infecciosas, assintomáticas no período neonatal, a tempo de se interferir no desenvolvimento da doença, permitindo, desta forma a instituição do tratamento precoce específico e a diminuição ou eliminação das seqüelas associadas a cada doença.

Previamente dito durante o capítulo teórico, Brasil (2002; 2006) afirma que o teste deve ser realizado até no máximo o 30º dia de vida da criança, entretanto deve ser preferencialmente realizado entre o 2º e 7º dia de vida. A Portaria 340 de 06 de junho de 2010 resolve por meio de suas atribuições legais desenvolver a fase II de implantação do Programa no Estado do Mato Grosso, portanto as doenças triadas no Estado são: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito Hemoglobinopatias (BRASIL, 2007).

O tratamento das doenças triadas pelo Teste do Pezinho segundo o SBTN (2011) variam de patologia a patologia. Para o hipotireoidismo congênito, o tratamento se baseia na reposição do hormônio tireoidiano T4 (L-tiroxina), considerando a dose individual e diferente de indivíduo para indivíduo. A fenilcetonúria requer uma dieta alimentar especial, com restrição de proteínas em geral que contenham a fenilalanina (carne, ovos, leite, etc.). As Hemoglobinopatias são tratadas geralmente utilizando-se de medidas profiláticas que incluem: uso de antibióticos, suplementação de ácido fólico, suplementação de hormônios, suplementação de nutrientes, vitaminas, uso regular de analgésicos, oxigenioterapia e hipertransfusão, obedecendo à individualidade de cada caso.

Segundo Brasil (2002), não há necessidade de jejum para a realização da coleta. Prematuridade e transfusão são fatores restritivos na triagem da Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias. A amostra deverá ser coletada da forma habitual para a triagem das outras doenças e nova coleta deverá ser realizada após 90 dias do nascimento. A coleta ao redor do sétimo dia de vida, para prematuros internados, pode ser considerado.

(29)

No que tange a análise dos dados evidencia-se que há uma grande escassez de formação enquanto educação continuada nos serviços de saúde, em especial nas equipes de enfermagem.

Koizumi (1998), afirma que as atividades de educação continuada em saúde, constituem-se de uma das formas de assegurar a manutenção da competência da assistência em enfermagem, enfoca ainda em seu artigo que em sua maioria as publicações que dizem respeito à educação continuada, somente mencionam o enfermeiro, como a pessoa que deve passar por esse processo educacional. “Entretanto no nosso meio, é preciso focalizar em todas as categorias de enfermagem, visto que, tanto o enfermeiro, como o técnico e o auxiliar de enfermagem prestam cuidados a pacientes que utilizam dos serviços de saúde e todos necessitam estar treinados e atualizados”.

Paschoal (2007) , conceitua educação continuada como: o conjunto de experiências subseqüentes à formação inicial, que permitem ao trabalhador manter, aumentar ou melhorar sua competência técnica e teórica, para que esta seja compatível com o desenvolvimento de suas responsabilidades, caracterizando, assim, a competência como atributo individual. Ela é um conjunto de práticas educativas contínuas, destinadas ao desenvolvimento de potencialidades, para uma mudança de atitudes e comportamentos nas áreas cognitiva, afetiva e psicomotora do ser humano, na perspectiva de transformação de sua prática.

Conforme Koizumi e Paschoal (1998; 2007), faz-se necessário que os técnicos de enfermagem sejam mantidos em constante processo de aprendizagem, isso se aplica a todas as níveis de saúde, e a todos os profissionais independente da categoria profissional que ele executa, pois com essa educação constante o serviço é melhorado gradualmente.

Stranieri (2009) discorre que é importante o estabelecimento de uma estratégia para sensibilização, informação e mobilização dos profissionais envolvidos em todo o processo de triagem neonatal, por meio de um programa de educação continuada, visando permitir a uniformização dos procedimentos técnicos e maior conscientização dos papéis desempenhados por eles.

(30)

sensibilização” do corpo técnico do Ministério da Saúde e sua mão de obra, pois os dados e informações estão facilmente disponíveis nas bases de dados da saúde, complementa ainda dizendo que essa sensibilização não apenas do governo, mais dos profissionais deve ser estimulada.

3.1.3 Heurística 03 – Aptidão Técnica

A aptidão técnica foi evidenciada através da observação do trabalhos das técnicas em enfermagem, durante a realização da coleta de material biológico, sendo utilizado um Check

List para orientar o recolhimento dos dados.

Analisando a técnica empregada versus técnica preconizada, destacam-se os

seguintes resultados:

3.1.3.1 Procedimentos Realizados Antes da Coleta:

Gráfico 02 – Sujeitos (técnicos de enfermagem) que realizam técnica de lavagem de mãos antes da coleta de sangue para Triagem Neonatal.

Fonte: Check List

Revela-se que a prática de lavagem de mãos ainda é um grande problema encontrado nas instituições de saúde, pois a maioria dos profissionais simplesmente não fazem uso constante da técnica.

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realizado por falta de tempo, falta de pessoal para trabalhar e falta de uma estrutura física correta que possibilite o acesso fácil ao lavabo.

Felix (2008) , diz que a lavagem de mãos é a maneira mais econômica e eficiente para a prevenção de infecções nosocomiais e esse fato é mundialmente reconhecido, pois é através da mãos que as infecções se transferem de indivíduo para indivíduo, e essa prática deve ser realizada antes e após qualquer procedimento empregado na assistência do paciente.

Segundo a Anvisa (2007), o uso correto da técnica de lavagem de mãos em unidades públicas de saúde tem um índice basal de realização prática que varia entre 5% e 80%, podendo sua média alterar entre 40 e 45%.

Conforme os dados acima, podemos perceber que uma atitude tão simples como o ato de lavar as mãos antes de um procedimento, pode evitar a proliferação de inúmeros microorganismos, conseqüentemente reduzindo o índice de infecções hospitalares, e aumentando a qualidade do atendimento aos paciente. Discordamos de qualquer teórico ou teoria que venha sustentar a idéia de que a ausência dessa prática esteja relacionada ao acúmulo de serviço ou ainda a falta de profissionais especializados, entendemos que o ato de lavar as mãos é uma questão de formação de hábito, está relacionado à construção de valores pessoais que tem resultados sociais, como o hábito de não jogar lixo em lugares inadequados, o hábito de usar o sinto de segurança, o hábito de parar para um pedestre atravessar na faixa, o hábito de economizar água, entre tantas outras atitudes individuais, entretanto sua prática evidencia valores construídos por pessoas que compreendem que são nas micro atitudes que se previnem macros problemas.

Gráfico 03: – Sujeitos (técnicos de enfermagem) que realizam uso de luvas de procedimentos durante a coleta para Triagem Neonatal.

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Percebe-se que os profissionais não utilizam o uso correto de luvas, conforme gráficos acima, apenas 33,33% utiliza luvas nas duas mãos, 66,66% utiliza luva erroneamente. Utilizando apenas em uma mão ou até mesmo não utilizando o Equipamento de Proteção Individual conforme preconizado.

Segundo Sêcco; Gutierrez; Matsuo apud Vasconcelos (2002) os profissionais da

equipe de enfermagem são responsáveis por prestarem os cuidados adequados aos pacientes e por promoverem e preservarem a saúde. Durante a realização de procedimentos que entrem em contato com o paciente os profissionais devem utilizar uvas e equipamentos de segurança para que uma proteção eficaz seja possível. Rapparini; Vitória; Lara apud Cunha (2004), complementa e diz que é de extrema importância o uso rotineiro de luvas, capotes, óculos de proteção, etc. quando existe o contato com o muco, outros materiais biológicos e também quando a atividade estiver relacionada com o uso de agulhas e outros materiais perfuro cortantes. De acordo com Galon apud Moncaia (2009), o uso de luvas é uma barreira contra a exposição a sangue e outros materiais biológicos e a sua utilização diminuem de 35% a 50% o risco de exposição à patógenos veiculados. Entretanto o não uso das mesmas, ou o uso incorreto é, sem dúvida, fator de risco para infecção. Estudos têm mostrado índices insatisfatórios do uso de luvas entre os profissionais de saúde. Apontam ainda ser esse um problema enfrentado por várias instituições e que se deve intensificar atividades educativas visando sempre à mudança de comportamento. As justificativas para não se usar as luvas vão desde a perda de tato para se realizar os procedimentos, incômodo, reações alérgicas, a falta de hábito, dentre outras.

As contribuições teóricas ajudam a complementar a percepção da gravidade que tem sido a ausência de cuidados básicos de prevenção de acidentes e de proliferação de bactérias. Acreditamos que associado a formação de hábitos básicos os profissionais de saúde precisam receber formação permanente, ou seja, educação em saúde continuada, bem como a sociedade precisa conhecer os procedimentos técnicos corretos para exigir dos profissionais sua prática.

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3.1.1.2 Procedimentos Durante a Coleta

A coleta em todos os ambientes de pesquisa foram realizadas com o profissional sentado, com o Recém Nascido em posição de arroto, a assepsia foi realizada com destreza e corretamente, entretanto após a punção com a lanceta nenhum dos profissionais investigados eliminou a primeira gota de sangue que foi criada pela punção. Conforme gráfico abaixo.

Gráfico 04: – Sujeitos (técnicos de enfermagem) que realizam a remoção da primeira gota de sangue durante coleta Triagem Neonatal.

Fonte: Check List

No município de Tangará da Serra, os profissionais que realizam a coleta de sangue para Triagem Neonatal desconhecem a parte da técnica que diz respeito ao desprezo da primeira gota de sangue do pezinho como mostra o gráfico acima que 100% das técnicas, durante o período da observação, não realizaram a remoção da primeira gota de sangue. “É importante remover a primeira gota de sangue, pois nela podem estar contidos outros elementos do sangue que não são interessantes para a execução da pesquisa de análise biolaboratorial (BRASIL,2002).

Bowden (2005) afirma que a limpeza da primeira gota de sangue da área puncionada assegura que a amostra não será contaminada pelo álcool usado na assepsia, ou então por drenagem serosa da punção.

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material coletado é analisado na capital do Estado. Ou seja, uma amostra perdida pelo procedimento incorreto pode causar além de despesas o atraso do resultado.

Observou-se que a punção é realizada corretamente em todas as unidades, o preenchimento do cartão é realizado de maneira correta, legível, com preenchimento de todos os campos solicitados (BRASIL, 2002).

Esse dado nos chama atenção para dois fatores, ou os profissionais desconhecem a técnica de remoção da primeira gota, ou simplesmente a ignoram. Seja qual for à motivação, o que precisamos perceber é que também aqui o procedimento técnico não é executado acarretando conseqüências no resultado dos exames, produzindo dados duvidosos e ou despesas desnecessárias. Este é mais um fato que evidencia a necessidade de educação em saúde por meio de formação continuada.

3.1.3.3 Procedimentos Pós Coleta

Durante a pesquisa percebemos que a secagem realizada por 66,66% dos técnicos de enfermagem é realizada de maneira duvidosa conforme diálogo mencionado:

“ah, depois que eu furo o pezinho da criança e coloco o sangue no papel filtro eu deixo secar de 30 a 60 minutos, aí eu passo papel alumínio e guardo na geladeira, depois encaminho para o posto de coleta” [Grifo Nosso] (beta).

“deixo secando por umas 2 horas, aí eu guardo na geladeira, depois de embrulhar com o papel alumínio” [Grifo Nosso] (gama).

Segundo o Manual de Normas e Rotinas de Triagem Neonatal (2002), é necessário deixar o papel filtro com a amostra de sangue, em processo de secagem por pelo menos 3 horas para o armazenamento final. Essa etapa de secagem é tão importante quanto o restante do procedimento, pois se o sangue não estiver fixado e seco corretamente no papel a amostra de sangue pode ser perdida. E como já citado em trechos anteriores da pesquisa, cada minuto perdido para a realização do diagnóstico é muito tempo, pois as patologias causam erros irreparáveis ao sistema nervoso central.

Por último a armazenagem é realizada de maneira correta, garantindo a viabilidade das amostras para análise. O Manual de Normas Técnicas e Rotinas (2002) estabelece que as amostras podem ser recolhidas apenas quando estiverem completamente seca (mínimo de três horas de secagem), essas amostras podem ser empilhadas para serem armazenadas, e o uso da geladeira é recomendado para conservação do material biológico.

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Os erros de coleta ocorrem por falha humana sendo esta por desatenção ou por falta de conhecimento. O grande erro de muitos profissionais é ter certeza de que a reciclagem do conhecimento não é necessária; ou que o aprendizado de técnicas e formas novas de atuação não são pertinentes. Os erros que são mais prevalentes ocorrem por falta de conhecimento e desatenção, pois a técnica é simples e de fácil entendimento. (SILVA, 2008 p.38)

3.2 PARTE II: PAIS, MÃES E RESPONSÁVEIS

3.2.1 Heurística 01 – Características Socio-Demográficas

Tabela 02.Distribuição Sócio-Demográfica dos Pais, Mães ou Responsáveis do Neonato que realizou a Triagem Neonatal.

BAIRRO SUJEITOS PERCENTAGEM

Bela Vista 01 5%

Centro 04 20%

Cohab Tarumã 02 10%

Jardim San Diego 02 10%

Jd. dos ipês 01 5%

Jd. Presidente 01 5%

Morada do Sol 01 5%

Vila Nazaré 02 10%

Zona Rural 06 30%

*Total 20 100%

IDADE (anos completos)

Menor ou igual 25 06 30%

Entre 26 e 30 09 45%

Entre 31 e 35 02 10%

Entre 36 e 40 02 10%

Entre 41 e 45 00 00%

Entre 46 e 50 01 5%

*Total 20 100%

CATEGORIA

Pai 05 25%

Mãe 15 75%

Responsável 00 00%

*Total 20 100%

NÚMERO DE FILHOS

1 07 35%

2 04 20%

3 ou mais 09 45%

*Total 20 100%

ESCOLARIDADE

Analfabeto 02 10%

Fundamental Incompleto 02 10%

Fundamental Completo 01 5%

Médio Incompleto 03 15%

Médio Completo 07 35%

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Superior Completo 05 25%

*Total 20 100%

Fonte: Questionário fechado/Adaptado pelos Autores

Segundo a tabela 02 apresentada acima, evidencia-se que a grande parte da população entrevistada reside em Zona Rural (30%) e na zona urbana no bairro Centro (20%), a maior prevalência de idade é de entre 26 e 30 anos (45%) com freqüência maior de acompanhamento durante a Triagem de Mães (75%), logo em segundo lugar a participação dos Pais (25%), os quais tem em sua maioria 3 ou mais filhos (45%) e com maior índice de escolaridade sendo Ensino Médio Completo (35%).

3.2.2 Heurística 02 – Promoção da Saúde Durante o Pré Natal

Gráfico 05. Distribuição de Sujeitos quanto ao número de consultas pré-natais realizados durante a gestação.

Fonte: Questionário fechado / Adaptado pelos autores

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mínimo de consultas pré natais previstas pelo ministério. Entre esses 30%, 15% não realizaram nenhuma consulta e 15% realizaram entre 1 e 3 consultas.

Gráfico 06. Distribuição dos sujeitos, quando a orientação sobre a importância do Teste do Pezinho, fornecida durante o Pré Natal.

Fonte: Questionário Fechado/ Adaptado pelos Autores

Gráfico 07. Distribuição dos sujeitos, segundo profissional que realizou a orientação sobre a TN durante o Pré Natal

Fonte: Questionário Fechado/ Adaptado pelos Autores

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Gráfico 07 enfoca a distribuição profissional que realiza a educação/proteção em saúde, e enfoca que a classe médica é responsável por 50% das orientações, deixando a classe dos enfermeiros em segundo lugar com apenas 20% das orientações fornecidas à família durante o pré natal, outros profissionais nem são citados, sequer lembrados durante a pesquisa.

O código de Ética de Enfermagem aprovado pela resolução 240/2000, na secção de responsabilidades afirma que é obrigação da equipe de enfermagem:

“Art. 26 - Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito da Assistência de Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e conseqüências que possam ocorrer. [...] Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão” (RESOLUÇÃO COFEN 240/2000).

Em um estudo similar realizado por Amorim (2005), onde foram entrevistadas 16 mulheres que levaram seus filhos para realizar a Triagem Neonatal no Rio de Janeiro, observou-se que a grande massa de educadores em saúde é a classe médica, e que os enfermeiros não estão realizando uma de suas principais funções que é a função de educação em saúde.

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3.2.3 Heurística 03 – Revelando o Conhecimento dos Pais Sobre a Triagem Neonatal

Gráfico 08. Distribuição de sujeitos quanto ao conhecimento sobre a Triagem Neonatal

Fonte: Questionário Fechado/Adaptado pelos Autores

Sobre a percepção acerca da Triagem Neonatal, a pesquisa ficou dividida da seguinte forma: 20% dos sujeitos relatam não saber sobre a TN, 20% dos indivíduos relacionaram doenças que não se enquadram dentro da TN como (Síndrome de Down 15% e Lúpus Eritematoso Sistêmico 5%), alguns sujeitos relacionaram a Triagem como forma de comparar o crescimento da criança (5%), e a grande maioria dos entrevistados, relacionou em suas falas a detecção precoce de doença (55%) e o início rápido do tratamento para a minimização de seqüelas.

Garcia (2007) realizou uma pesquisa semelhante e verificou que entre 200 questionários aplicados a certa população de indivíduos que procuravam o serviço de Triagem a maioria não possuía conhecimento sobre o teste, sobre as patologias triadas e nem sobre a finalidade da realização do mesmo, sendo irrelevante o grau de parentesco e escolaridade do pesquisado. E discute ainda a possibilidade de uma promoção de saúde distorcida, onde o médico institui simplesmente como regra “deve fazer o exame do teste do pezinho ao nascer”, sem fornecer explicações e orientações aos pais e pacientes sobre o porquê da realização do mesmo.

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Conforme o Gráfico 08, apresentado acima, 45% dos sujeitos não soube descrever a finalidade do teste ou então responderam algo que é contrário ao que diz a literatura, isso nos remete a pensar sobre a falha na função dos profissionais enfermeiros em realizar educação em saúde. O exercício da informação é tão importante quanto à realização do procedimento técnico correto. Uma sociedade bem informada tem a oportunidade de desenvolver o hábito de praticar a saúde preventiva em detrimento da saúde curativa.

Reveles; Takahashi (2005), diz que na enfermagem, a educação em saúde é um instrumento essencial para uma assistência de boa qualidade, pois o enfermeiro além de ser um cuidador é um educador, tanto para o paciente quanto para a família, realizando orientações e considera que todos os elementos que estão envolvidos no processo da construção do conhecimento são fundamentais desde o profissional até o paciente que deve se manter ativo e participador no processo de aprendizagem.

Para Amorim (2005), os profissionais de saúde devem se conscientizar da importância do seu papel como educador, e essa educação fornecida aos clientes deve ser realizada de forma a permitir e incentivar que as mães, pessoas indispensáveis na satisfação das necessidades infantis, atuem como agentes promotoras no crescimento e desenvolvimento dos seus filhos e não como meras receptoras de informações a respeito do tema abordado. Considera-se então que

(41)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo propôs avaliar o nível de conhecimento dos profissionais que realizam coleta de sangue para o Teste do Pezinho, sobre o Programa Nacional de Triagem Neonatal, e além disso, avaliar o nível de conhecimento dos usuários do programa. Por último propomos realizar a comparação entre a técnica realizada pelos profissionais refletindo esse procedimento com o auxílio de concepções teóricas.

Ao construir o referencial para essa pesquisa levantamos como hipótese a falta de conhecimento dos profissionais da saúde, bem como dos familiares em virtude da possível falta de educação e saúde. Os dados revelados nesse estudo confirmaram esta hipótese e acrescentaram mais alguns dados importantes.

No decorrer de pesquisa mostramos a história do Teste do Pezinho, desde a década de 50 até a atualidade. Procuramos evidenciar que a realização do teste é importante por detectar várias doenças genéticas, metabólicas ou infecciosas, que geralmente só se manifestam após alguns meses de vida, o teste é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido, que deve ter preferencialmente entre 48 horas e sete dias de vida. Destacamos que o Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde foi incorporado ao SUS no ano de 1992, mencionando a obrigatoriedade do teste em todos os recém-nascidos vivos e inclui o diagnóstico precoce de Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito e Hemoglobinopatias.

Contudo, os dados nos revelaram que a maioria dos profissionais da saúde pública que trabalham com Triagem Neonatal estão confusos sobre as questões teóricas e até mesmo questões práticas, confirmando que suas concepções precisam ser revistas, relembradas ou até mesmo reconstruídas. Diante de tais considerações, sabemos que ainda existe uma grande categoria de profissionais não capacitados para executar esta assistência, que na verdade, está inerente ao planejamento de enfermagem.

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Secretaria Municipal de Saúde, pois se os gestores cruzarem os braços diante dos problemas que a saúde possui, esta cada vez mais ficará desqualificada para o atendimento.

É importante ressaltar que a Educação Continuada se baseia na possibilidade de transformar as práticas profissionais com a contínua busca pelo conhecimento e aperfeiçoamento da profissão.

Percebemos que uma grande parcela da população tem um nível muito superficial sobre Triagem Neonatal, seja por falta de educação em saúde, ou por comodismo. Os dados nos permitem pensar que as famílias não passam de meros espectadores no processo de prevenção. Sugerimos que as mães participem mais na construção do conhecimento sobre prevenção de doenças, pois se não há participação ativa das mães no processo, o elo fica quebrado e conturbado, desta maneira, consideramos ser de extrema importância o processo contínuo de avaliação e treinamento dos recursos humanos e educação em saúde, ou seja, prestar informações para a comunidade da importância do exame para a saúde e bem estar do recém nascido e sua família.

Percebemos que a enfermagem está abrindo mão da maior arma de trabalho que está vinculada a profissão que é a educação em saúde, prática esta que visa à promoção do conhecimento da população.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Isaura Berta Dias. “Fenilcetonúria Clássica: o papel da Qualidade do Controlo Dietético na avaliação da Qualidade de Vida da população adulta diagnosticada e tratada precocemente”. Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Universidade do Porto. Porto – Portugal, 2010. Disponível em:

<http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/26645/2/BertaAlvesTeseMestradoFinal.pdf> Acessado em 20 de dezembro de 2010.

AMORIM, Jaqueline Fendler de. SOUZA, Maria Helena do Nascimento. O conhecimento das Mães acerca da Triagem Neonatal. Revista Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.br/v13n1/v13n1a04.pdf>. Acessado em: 10 de junho de 2011.

ANDROVANDI, Cláudia. NUNES, Maria Lúcia Tiellet. Avaliação intelectual de escolares com hipotireoidismo congênito. Atheleia, 20 de junho. 2004.Disponível em:<

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Gráfico 01 – Conhecimento dos Técnicos de Enfermagem sobre a existência do PNTN
Gráfico 02 – Sujeitos (técnicos de enfermagem) que realizam técnica de lavagem de mãos antes da coleta  de sangue para Triagem Neonatal.
Gráfico 03: – Sujeitos (técnicos de enfermagem) que realizam uso de luvas de procedimentos durante a  coleta para Triagem Neonatal
Gráfico 04: – Sujeitos (técnicos de enfermagem) que realizam a remoção da primeira gota de sangue  durante coleta Triagem Neonatal
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Referências

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