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Observatório ambiental urbano duma cidade de média dimensão

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dezembro de 2014 Universidade do Minho Escola de Engenharia

Pedro Miguel Ortiga de Sousa

Observatório Ambiental Urbano duma cidade de média dimensão

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dezembro de 2014 Universidade do Minho Escola de Engenharia

Pedro Miguel Ortiga de Sousa

Observatório Ambiental Urbano duma cidade de média dimensão

Dissertação de Mestrado Integrado Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Trabalho efetuado sob orientação da Prof. Doutora Lígia Maria Marques de Oliveira Torres Silva

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iii AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Professora Doutora Lígia Torres Silva, pela orientação prestada, pela sua constante disponibilidade, pela partilha de ideias e conhecimentos e pelas inúmeras e cuidadas revisões deste trabalho.

À Câmara Municipal de Viana do Castelo e em especial aos Departamentos do Gabinete do Apoio ao Investidor, ao Gabinete Cidade Saudável e ao Arq. Paulo Vieira do mesmo município, pelos ensinamentos transmitidos e disponibilidade demonstrada e prestada em toda a informação e bibliografia para a elaboração e coorientação deste trabalho.

Ao meu colega Luís Santos pela ajuda no estudo dos Indicadores Ambientais da OMS e pela bibliografia que me disponibilizou.

A todos os meus amigos que de alguma forma ajudaram na realização deste trabalho, no apoio e incentivo que me deram, e essenciais no manter de um bom humor e empenho constante.

Em especial, à minha amiga Carolina pela colaboração em algumas traduções efetuadas sobre a bibliografia em inglês consultada.

Por fim, mas não menos importante, agradeço a toda a minha família, principalmente aos meus pais e irmã, que estiveram presentes, nos bons e maus momentos, conseguindo sempre conciliar as suas próprias preocupações com as minhas necessidades, tendo sempre tudo para dar sem nada pedir.

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v RESUMO

Os Observatórios são fontes ricas para a tomada de decisões políticas ou de planeamento. A necessidade urgente em mensurar e monitorizar o desempenho e desenvolvimento das cidades levou ao surgimento dos Observatórios Urbanos. Facilitam a recolha consistente e comparativa dos indicadores urbanos da OMS.

O Projecto Cidades Saudáveis, estabelecido em 1991 pela OMS, pretende envolver os municípios num programa concertado para a melhoria da qualidade do ambiente urbano e da saúde nas cidades. Foi avaliado um conjunto determinado de indicadores ambientais relacionados com a saúde na Rede de Cidades Saudáveis, a qual envolve mais de 500 municípios de várias regiões do mundo, incluindo Europa, América do Norte, América Latina e África.

Na sequência da publicação do Livro Verde em 1990, o Grupo de Peritos, criado pela CE, decide desenvolver entre 1993 e 1995 o Projeto Cidades Sustentáveis. Estes dois projetos estão na génese da Rede Europeia de Cidades Sustentáveis, que na situação atual, se encontra na Fase V (2009-2013), sustentada pela Declaração de Zagreb para as Cidades Saudáveis na Europa, assinada em abril de 2009 e contabiliza cerca de 94 cidades e 30 países tendo como membros mais de 1400 cidades e vilas.

A rede funciona por fases com a duração de 5 anos, cada uma com a definição de temas prioritários, uma declaração política de princípios e uma série de objetivos estratégicos. Atualmente, a fase V tem como tema a Saúde e a Equidade em todas as políticas locais. A ênfase da fase V é dirigida para três áreas prioritárias de acção: Ambiente de Proteção e Suporte, Estilo de Vida Saudável e Planeamento Urbano Saudável.

Uma Cidade Saudável tem como princípios promover a saúde e o bem-estar físico, mental, social e ambiental dos cidadãos que nela habitam, no sentido da melhoria da qualidade de vida.

A Análise SWOT utilizada para fazer análise ambiental, sendo a base da gestão e do planeamento estratégico para os indicadores ambientais da OMS. As forças e fraquezas foram determinadas pela envolvente atual presente no município de Viana do Castelo. Já as oportunidades e ameaças são as perspetivas futuras na procura de desafios e metas, adotando medidas de progresso e evolução sustentável.

Palavras-chave: Observatórios Urbanos; Indicadores OMS; Rede de Cidades Saudáveis; Viana do Castelo; Sustentável.

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vii ABSTRACT

Observatories are rich sources for policy making or planning. The urgent need to measure and monitor the performance and development of cities led to the emergence of the Urban Observatory. Facilitate the collection of consistent and comparative urban indicators of WHO.

The Healthy Cities Project, established in 1991 by WHO, aims to involve municipalities in a cooperative program to improve the quality of urban environment and health in cities. Was assessed a certain set of environmental indicators related to health in the Healthy Cities Network, which involves more than 500 municipalities in various regions of the world, including Europe, North America, Latin America and Africa.

Following the publication of the Green Paper in 1990, the Group of Experts established by EC decides to develop between 1993 and 1995, the Sustainable Cities Project. These two projects are at the root of the European Network of Sustainable Cities, which in the current situation, are in Phase V (2009-2013), supported by the Zagreb Declaration for Healthy Cities in Europe, signed in April 2009 and accounts for some 94 cities and 30 countries members as having more than 1400 cities and towns.

The network works in phases with duration of five years, each with a definition of priority, a political declaration of principles and a number of strategic objectives. Currently, Phase V has as its theme and Health Equity in all local policies. The emphasis of phase V is directed to three priority areas for action: Environment Protection & Support, Healthy Lifestyle and Healthy Urban Planning.

A Healthy City has the principles to promote health and physical well-being, mental, social and environmental citizens inhabiting it, in order to improve the quality of life.

The SWOT Analysis used to do environmental analysis, as the basis of management and strategic planning for the environmental indicators of WHO. The strengths and weaknesses were determined by involving the present Viana do Castelo municipally. Already the opportunities and threats are the future prospects in the search for challenges and goals, adopting measures of progress and sustainable development.

Keywords: Urban Observatories; Indicators WHO; Healthy Cities Network; Viana do Castelo; Sustainable.

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ix ÍNDICE

CAPÍTULO I - OBJETIVOS E METODOLOGIA .………..……….. 1

1. INTRODUÇÃO ...……… 1

2. RELEVÂNCIA DO TRABALHO ... 3

3. ESTRUTURA DO TRABALHO ...4

CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEMÁTICO ………...………… 5

1. OBSERVATÓRIOS URBANOS ...………...……….. 5

1.1. Definição de Observatório Urbano ………... 5

1.2. Tipos e níveis de Observatórios Urbanos ……….. 8

1.3. Criação de um Observatório ... 13

1.4. Observatório Urbano Locais e Nacionais ... 15

1.5. OUG-Net ...…. 16

2. REDES DE CIDADES SAUDÁVEIS………...……….. 17

2.1. Sustentabilidade e Projetos/Programas análogos ...……….. 17

2.2. Projeto Cidades Saudáveis da OMS ...………. 19

2.3 Rede Europeia e Nacional de Cidades Saudáveis ...……….……….. 21

2.3.1. Rede Europeia de Cidades Saudáveis da OMS ... 22

2.3.2. Criação e desenvolvimento da RPCS ... 24

2.3.3. Cidades Saudáveis em Portugal – 10 Anos em Rede ...………... 25

2.3.4. II Plano Estratégico para o desenvolvimento da RPCS ...…………..…………... 27

2.3.5 Interação corporativa para criação de plano de Saúde ...………... 28

2.3.6. Cidades Saudáveis em Portugal – Atualidade (Ano de 2014) …...…………... 29

2.3.7 Iniciativas da Rede Nacional de Cidades Saudáveis ...………...…………... 30

2.3.8 Integração na Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis? Quais as vantagens? ………...………. 31

3. INDICADORES URBANOS ... 32

3.1. Indicadores e sub-indicadores Urbanos Globais …………... 32

3.2. Aparecimento dos ODM e os Indicadores Urbanos da Agenda Habitat …... 32

4. ANALISE SWOT ... 44

4.1. Definição e significado da Análise SWOT... 45

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4.3 Objetivos e aplicações da análise SWOT ...………..………. 46

CAPÍTULO Ill - CASO DE ESTUDO ...………... 49

1. A CIDADE DE VIANA DO CASTELO E O SEU PLANO ESTRATÉGICO 2010-2020 ... 49

1.1. Diagnóstico Estratégico ……… 50

1.1.1 Vantagens competitivas ……….…………. 51

1.1.2 Dimensões estratégicas de defesa ……….. 52

1.1.3. Margens de reorientação estratégica ………. 52

1.1.4. Vulnerabilidades estruturais ……….. 53

1.2. Estratégia de desenvolvimento de Viana do Castelo para 2010-2020: visão, missão e valores ………..…... 55

1.2.1. Objetivos estratégicos a 10 anos ………. 56

1.2.1.1 Dimensão territorial e ambiental ……….. 56

1.2.1.2 Dimensão económica ……… 56

1.2.1.3 Dimensão social e cultural ……… 57

1.2.1.4 Dimensão institucional ………... 57

2. PROJETO VIANA DO CASTELO CIDADE SAUDÁVEL ... 60

2.1. Gabinete Cidade Saudável e ações do Gabinete Cidade Saudável ... 61

2.2. Índice de Sustentabilidade Urbana de Viana do Castelo ………. 65

2.2.1. Modelo hierárquico de decisão do Índice de Sustentabilidade ………... 66

3. INDICADORES AVALIADOS ... 67

3.1. Listagem dos indicadores e sub-indicadores do Índice de Sustentabilidade Urbana de Viana do Castelo ………... 68

3.2. Qualidade da água ………... 69

3.2.1. Objetivos e Metodologia ... 73

3.2.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 74

3.3. Percentagem de poluentes da água retirados do total de esgotos produzidos 81 3.3.1. Objetivos e Metodologia ... 83

3.3.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 87

3.4. Índice de qualidade de recolha dos lixos domésticos …... 88

3.4.1. Objetivos e Metodologia ... 88

3.4.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 89

3.5. Índice de qualidade de tratamento dos lixos domésticos ... 96

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3.5.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 97

3.6. Espaços industriais abandonados e recentemente reabilitados ... 101

3.6.1. Objetivos e Metodologia ... 104

3.6.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 106

3.7. Desporto e lazer ………... 119

3.7.1. Objetivos e Metodologia ... 121

3.7.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 123

3.8. Transportes públicos ………..……... 131

3.8.1. Objetivos e Metodologia ... 131

3.8.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 132

3.9. Rede de cobertura de transportes públicos... 135

3.9.1. Objetivos e Metodologia ... 136

3.9.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 138

3.10. Espaço habitacional……….…... 143

3.10.1. Objetivos e Metodologia ... 144

3.10.2. Apresentação e Análise de Resultados ... 146

4. ANÁLISE SWOT AOS INDICADORES ...153

4.1. Indicador Qualidade da água ... 153

4.2. Indicador Percentagem de poluentes da água retirados do total de esgotos produzidos ... 153

4.3. Indicador Índice de qualidade de recolha dos lixos domésticos …………..….. 154

4.4. Indicador Índice de qualidade de tratamento dos lixos domésticos …... 154

4.5. Indicador Espaços industriais abandonados e recentemente reabilitados ... 154

4.6. Indicador Desporto e lazer... 155

4.7. Indicador Transportes públicos …..…... 155

4.8. Indicador Rede de cobertura de transportes públicos …... 156

4.9. Indicador Espaço habitacional ... 156

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xiii ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Número de Observatórios Urbanos Locais por região ………... 10

Figura 2 - Interligação entre os vários Observatórios Urbanos ... 16

Figura 3 - Logótipo da Organização Mundial da Saúde (OMS) ... 18

Figura 4 - Logótipo das Cidades Saudáveis ... 21

Figura 5 - Rede das Cidades Saudáveis na Região Europeia da OMS, Fase IV (2003 -2008) .... 23

Figura 6 - Cronograma (1997-2007) da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis ... 26

Figura 7 - Apresentação das 27 cidades pertencentes à Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis (RPCS) ... 29

Figura 8 - Análise SWOT - FOFA – FFOA - Diagrama SWOT ... 45

Figura 9 - Ligações rodoviárias e ferroviárias presentes no município de Viana do Castelo ….. 54

Figura 10 - Variação da população residente das freguesias de Viana do Castelo (2001-2011) . 60 Figura 11 - Rotunda em homenagem aquando da adesão a Viana do Castelo Cidade Saudável.. 61

Figura 12 - Cadeia de produção e de valor dos serviços de águas e resíduos ……….. 64

Figura 13 - Gráficos ilustrativos da acessibilidade física do serviço e da adesão ao serviço …... 64

Figura 14 - Distribuição pelos organismos consumidores e clientes de água e n.º de clientes anuais de água e de águas residuais no triénio 2010-12 ... 65

Figura 15 - Modelo hierárquico adotado na avaliação do Índice de Sustentabilidade Urbana de Viana do Castelo ... 67

Figura 16 - Qualidade de água para consumo humano no concelho de Viana do Castelo ……... 71

Figura 17 - Evolução do n.º de Incumprimentos da Qualidade da Água (2006-2012) ……….... 72

Figura 18 - Mapeamento das infraestruturas de distribuição e zonas de abastecimento de água para consumo ……… 74

Figura 19 - Localização das estações elevatórias e ETAR’s no concelho de Viana do Castelo .. 81

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xiv

Figura 21 - AR12 – Esquema explicativo do cálculo do indicador ... 85

Figura 22 - Tipologia e localização das instalações da Resulima em Vila Fria - Viana do Castelo . ………..…. 89

Figura 23 - Evolução dos resíduos produzidos ao longo do ano no período de 2007 a 2012 ... 91

Figura 24 - Número de ecopontos e contentores do sistema Resulima dos 6 concelhos aderentes e ecopontos identificados pela Resulima na zona urbana de Viana do Castelo ……...…. 95

Figura 25 - Instalações da Resulima em Vila Fria - Viana do Castelo ... 96

Figura 26 - Instalações na Resulima para produção de Biogás ... 98

Figura 27 - Energia Vendida à Rede – variação anual ………... 99

Figura 28 - Desvio de aterro das frações valorizáveis em 2011 e 2012 por parte da Resulima . 100 Figura 29 - Desvio de aterro dos resíduos biodegradáveis em 2011 e 2012 por parte da Resulima . ………. 101

Figura 30 - Localização de espaços industriais abandonados nos últimos 25 anos ……..….…. 105

Figura 31 - Localização de espaços industriais abandonados 1 a 4 ……….... 107

Figura 32 - Espaço comercial Estação de Viana ………...…. 108

Figura 33 - Mercado Municipal de Viana do Castelo na Avenida Capitão Gaspar de Castro, Viana do Castelo ………... 108

Figura 34 - Edifício de habitação multifamiliar na avenida 25 de abril ………. 109

Figura 35 - Fachada da fábrica de chocolate “AVianense” em maio de 2013 e valor da comparticipação comunitária, no início da remodelação para futuro Hotel Fábrica de Chocolate ... …...……….. 110

Figura 36 - Remodelação da fábrica de chocolate “AVianense” em fevereiro de 2014 e fotos 3D do projeto de Branco Cavaleiro Arquitetos ………...…. 111

Figura 37 - Inauguração da Fábrica do Chocolate Hotel/Museu/Restaurante em 7 de junho de 2014 ……… 112

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Figura 39 - Edifício de habitação multifamiliar depois de intervenção no espaço ocupado por antigos armazéns do município ……….…. 113 Figura 40 - Fachada devoluta dos antigos armazéns da Quimigal Adubos em Viana do Castelo … .………...………. ………114 Figura 41 - Espaço público ajardinado e acesso a garagens subterrâneas nos antigos armazéns da Portucel em Viana do Castelo ……….... 114 Figura 42 - Localização de espaços industriais abandonados 8 e 9 ……….... 115 Figura 43 - Instalações do Centro de Mar antes da intervenção (Viana Remadores do Lima) em Viana do Castelo ... 117 Figura 44 - Instalações do Centro de Mar depois da intervenção (Viana Remadores do Lima) em Viana do Castelo ………... 118 Figura 45 - Lotes destinados a construção na Meadela, espaço nº 9 ………..… 119 Figura 46 - Encontro Regional de Escolas de Ciclismo - Zona Norte em Viana do Castelo …. 120 Figura 47 - Carta Desportiva de Viana do Castelo – Freguesias de Monserrate, Stª Maria Maior e Meadela ……….………. 122 Figura 48 - Percentagem de praticantes por faixa etária no período 2012/2013 ……… 125 Figura 49 - Mapeamento e legenda dos Percursos Culturais pelo Centro Histórico de Viana do Castelo ... 126 Figura 50 - Enumeração dos 15 parques de merendas e foto de dois dos parques de merendas do município de Viana do Castelo ………...………...…. 127 Figura 51 - Enumeração dos 8 jardins do município e imagem do jardim Dom Fernando ….... 128 Figura 52 - Iniciativa Percursos Locais da Pegada Saudável de Viana do Castelo ... 128 Figura 53 - Mapeamento e legenda dos Percursos Pedestres e Cicláveis (Pegada Saudável) pela zona urbana de Viana do Castelo ... 129 Figura 54 - Avaliação e dados relevantes (distância, acessibilidade e grau de dificuldade) dos 4 percursos Pedestres e Cicláveis (Pegada Saudável) da zona urbana de Viana do Castelo ... 129

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Figura 55 - Transcunha – Transportes Urbanos de Viana do Castelo ……….………...… 133 Figura 56 - Funicular de Santa Luzia e Linha Azul do Centro Histórico/Miniautocarro elétrico de Viana do Castelo ……….……… 134 Figura 57 - Transportes Ferroviários em Viana do Castelo e informações da legenda do folheto … ………. 135 Figura 58 - Consumo energético por setor de atividade ……….…....… 137 Figura 59 - Consumo e eficiência energética de vários meios de transporte ……….…. 137 Figura 60 - Área e linhas de transportes urbanos da cidade de Viana do Castelo e freguesias limítrofes - Darque, Mazarefes, Vila Fria, Anha, Meadela, Santa Marta de Portuzelo, Samonde, Perre, Cova, Areosa e Carreço ………..………. 139 Figura 61 - Pontos de embarque da Transcunha (Circuito Cidade) ………...………. 140 Figura 62 - Pontos de embarque nas freguesias limítrofes efetuados pela Transcunha (empresa de transportes a operar em Viana do Castelo) ………...….. 141 Figura 63 - Intermodalidade da rede – Circuitos de transportes públicos ……….. 143 Figura 64 - Identificação dos alinhamentos analisados e alvo de levantamento/estudo do espaço habitacional no anel viário de Viana do Castelo ... 145 Figura 65 - Vista da Rua 4, Avenida dos Combatentes ………... 146 Figura 66 - Percentagem de edifícios de cada tipologia analisada e avaliada ……… 148 Figura 67 - Variação no período 2001-2011, em percentagem, de edifícios, de alojamentos, famílias e população residente do município de Viana do Castelo nos censos 2011 ... 150 Figura 68 - Plano de Pormenor dos espaços não edificados em junho de 2001 do Centro Histórico de Viana do Castelo ... 151 Figura 69 - Divisão em 6 blocos do Plano de Pormenor dos espaços não edificados do Centro Histórico de Viana do Castelo ... 152

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xvii ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Membros da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis ……..………...…...……. 29 Tabela 2 - Lista das Metas e 12 indicadores do Capítulo 3: Gestão Ambiental ... 34 Tabela 3 - Dados do município de Viana do Castelo em números ... 58 Tabela 4 - População residente e presente das 40 freguesias do município de Viana do Castelo nos censos de 2011 ... 59 Tabela 5 - Qualidade da água para Viana do Castelo através da ERSAR ... 72 Tabela 6 - Identificação das infraestruturas de distribuição água para consumo e respetivo volume transportado no concelho de Viana do Castelo ... 75 Tabela 7 - População servida e zonas de abastecimento de água no concelho de Viana do Castelo ... 76 Tabela 8 - Parâmetros de controlo inspeção nas zonas de abastecimento de água no concelho de Viana do Castelo ... 78 Tabela 9 - Parâmetros de controlo rotina nas zonas de abastecimento de água no concelho de Viana do Castelo ... 79 Tabela 10 - Parâmetros de análise de águas brutas nas zonas abastecimento de água no concelho de Viana do Castelo ... 80 Tabela 11 - Parâmetros de análise complementar nas zonas abastecimento de água no concelho de Viana do Castelo ... 80 Tabela 12 - Identificação das estações elevatórias e ETAR’s no concelho de Viana do Castelo .82 Tabela 13 - Eficiência na prevenção da poluição em função dos AR para o ano de 2012 ... 88 Tabela 14 - Percentagem de RSU’s recolhidos em cada município da Resulima em 2003 – Campanha de Caracterização ……… 90 Tabela 15 - Nº de amostras analisadas de RSU’s em 2 períodos de amostragem na (época 2002/2003) da Campanha de Caracterização no sistema Resulima ……….…… 90 Tabela 16 - Quantidade de resíduos recolhidos no concelho de VdC 2011-2012 ………... 92 Tabela 17 - Taxa de recuperação por fileira nos RSU’s (dados de 2003) ……..……….. 93 Tabela 18 - Número de ecopontos por habitantes para as duas freguesias urbanas com maior população residente ... 95

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Tabela 19 - Quantidade de resíduos depositados em aterro em toneladas entre 1998 e 2013 pela Resulima para o concelho de Viana do Castelo e o total dos 6 municípios constituintes da Resulima ………...……….... 97 Tabela 20 - Percentagem de praticantes por modalidade para o concelho de Viana do Castelo … ….……….125 Tabela 21 - Percursos nas freguesias limítrofes efetuados pela Transcunha e n.º de pontos de embarque para cada percurso ……….. 140 Tabela 22 - Número de autocarros que partem diariamente do interface de transportes de Viana do Castelo ... 142 Tabela 23 - Número de edifícios por rua, consoante a tipologia e uso do edifício ……… 146 Tabela 24 - Percentagem de edifícios de cada tipologia face ao nº total de edifícios da rua …. 147 Tabela 25 - Número de edifícios habitados ……….………... 147 Tabela 26 - Nº de alojamentos e edifícios nas 40 freguesias do município de Viana do Castelo nos censos de 2011 ... 149 Tabela 27 - Contagem e percentagem dos Edifícios do Centro Histórico com e sem logradouro ... 152 Tabela 28 - Análise SWOT do indicador qualidade da água ………..………… 153 Tabela 29 - Análise SWOT do indicador percentagem de poluentes da água retirados do total de esgotos produzidos ………...….. 153 Tabela 30 - Análise SWOT indicador índice de qualidade de recolha dos lixos domésticos … 154 Tabela 31 - Análise SWOT indicador índice de qualidade de tratamento dos lixos domésticos 154 Tabela 32 - Análise SWOT do indicador espaços industriais abandonados recentemente reabilitados ……….……. 154 Tabela 33 - Análise SWOT do indicador desporto e lazer ……….… 155 Tabela 34 - Análise SWOT do indicador transportes públicos ………..… 155 Tabela 35 - Análise SWOT do indicador rede de cobertura de transportes públicos …….…… 156 Tabela 36 - Análise SWOT do indicador espaço habitacional ………... 156

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xix GLOSSÁRIO

Observatórios Urbanos: Uma rede de partes interessadas, responsáveis pela produção, análise e divulgação de dados de um conjunto significativo de indicadores que refletem coletivamente os assuntos prioritários em questões sobre o desenvolvimento sustentável. Dados e recursos de informação produzidos pela rede local são utilizadas para apoiar a tomada de decisões e na formulação de políticas melhor informadas. Um observatório urbano é, portanto, um ponto focal para a monitorização urbana na escala local, nacional ou regional (UN-Habitat, 2009).

Indicadores OMS: Os indicadores cobrem as áreas da saúde, serviços de saúde, ambiente e condições socioeconómicas. Os indicadores são parte de uma sequência lógica que primeiramente avaliam a rotina de uma coleção de dados na tentativa de identificar os aspetos na cidade que contribuem ou prejudicam a saúde da população. Esta informação será depois construída ou expandida, conforme se obtenham os dados locais apropriados para desenvolver um perfil de saúde da cidade que estimule as ações políticas e administrativas para criar uma política de saúde pública baseada em evidências e futuramente a aplicação dessas políticas (National Institute of Public Health, 2001).

Rede de Cidades Saudáveis: Uma Cidade Saudável é aquela que está continuamente a criar e a desenvolver o seu ambiente físico e social, e a expandir os recursos comunitários que permitem às pessoas apoiarem-se mutuamente nas várias dimensões da sua vida e no desenvolvimento do seu potencial máximo (Goldstein e Kickbusch, 1996). A rede ou redes de cidades saudáveis é estruturada e organizada pela OMS. O Projeto Cidades Saudáveis consubstancia-se na Rede Europeia de Cidades Saudáveis da OMS e na Rede das Redes Nacionais de Cidades Saudáveis. A RECS é constituída por cidades de vários países da região europeia, nomeadas após um processo de candidatura que envolve a resposta a um conjunto de critérios de designação e de elegibilidade (nº quotas por país, calculada com base no nº de habitantes) definidos pela OMS.

Uma Cidade Saudável é, sobretudo, uma cidade para todos os seus cidadãos, inclusiva, sensível, dando apoio e resposta às suas diversas necessidades e expectativas. Oferece condições e oportunidades que apoiam estilos de vida saudáveis. Apoia a saúde, recreação, bem-estar, segurança, interação social, mobilidade, orgulho e identidade cultural (OMS, 2009).

Viana do Castelo: Capital do distrito português situado no nordeste da província do Minho, na foz do rio Lima (Diário de Notícias, 2001), o mais setentrional do país, com uma área de 2221 Km2. Cidade portuguesa, sede de concelho (114 km2) do distrito homónimo. O concelho possui variados vestígios que comprovam a presença de civilizações paleolíticas, neolíticas, megalíticas e posteriormente a presença romana, demonstrada pelas ruínas da Citânia de Santa Luzia. Zona de agricultura intensiva, que proporciona, no verão, milho e, no inverno, pastos. É famoso o vinho verde da região. Viana tem porto e uma pequena marina. Indústria de construção naval e diversos ramos (celulose e alimentar) (Seleções do Reader’s Digest, 1992).

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qual deu carta foral em 1258, confirmada em 1262. Ergueu-se então uma nova povoação no local conhecido por Átrio, que era habitado por pescadores. Para a sua proteção erigiu-se uma torre junto à foz, para afastar os piratas. Mais tarde, para além das atividades comerciais com a Europa juntou-se também o comércio com o Brasil. Um episódio da guerra da Patuleia foi determinante para Viana. A fortaleza encontrou-se cercada, de 28 de Fevereiro a 7 de abril de 1847, pelas forças do conde das Antas sublevadas contra o governo dos Cabrais. O comandante da praça foi a Lisboa entregar, à rainha D. Maria II, a chave do castelo. A soberana, em reconhecimento da lealdade, elevou Viana a cidade e decidiu que, a partir de 1848, passaria a chamar-se Viana do Castelo (Diário de Notícias, 2001).

Entre os espaços culturais contam-se o Teatro Sá de Miranda, magnífico edifício “à italiana” construído há 125 anos. No setor dos museus, será digno de visita o Municipal, o Museu do Traje e o Museu Nacional do Mar e dos Descobrimentos, cujo núcleo flutuante é no recuperado navio Gil Eanes (Diário de Notícias, 2001).

Sustentável: É uma característica/condição de um processo/sistema criativo, local e equilibrado alargado de todas as áreas da administração local, que permite a obtenção duma informação permanente sobre as atividades que favorecem o equilíbrio do ecossistema urbano

e sua permanência, ou sobre aquelas que o afastam, em certo nível, por um determinado prazo. Também pode ser definida como a capacidade do ser humano basear a gestão urbana na informação alcançada e o uso dos recursos naturais (florestas, rios, lagos, oceanos) para a satisfação de necessidades presentes encarando o mundo como um conjunto orgânico,

fazendo escolhas refletidas preservando o meio ambiente para não comprometer a qualidade de vida e satisfação das necessidades das gerações futuras.

O Conceito de Sustentabilidade assume complexidade, num conjunto de variáveis interdependentes, devendo possuir a capacidade de integrar as Questões Sociais (é preciso respeitar o ser humano, para que este possa respeitar a natureza. O humano é a parte mais importante do meio ambiente), Energéticas (sem energia a economia não se desenvolve e as condições de vida das populações saem deterioradas), Económicas e Ambientais (com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia o seu tempo de vida e o futuro fica insustentável).

A adoção de ações de sustentabilidade assegura a médio e longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana (Suapesquisa, 2012). Possibilita a manutenção e garantia da preservação da biodiversidade, da saúde humana e dos recursos naturais, a níveis suficientes para manter a vida humana e o bem-estar das sociedades, bem como a vida animal e vegetal proporcionando uma boa qualidade de vida (qualidade do ar, da água e do solo) para as próximas gerações.

Em 2002, a Cimeira da Terra sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo reafirmou os compromissos da Agenda 21, propondo a maior integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável (económica, social e ambiental) através de programas e políticas centrados nas questões sociais e, particularmente, nos sistemas de proteção social (UN, 2002).

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CAPÍTULO I - OBJETIVOS E METODOLOGIA

Apresentam-se de seguida os fundamentos e estrutura para a realização desta dissertação.

1. INTRODUÇÃO

Com o aparecimento da Revolução Industrial e do comboio no século 18, houve progresso a muitos níveis nos países da Europa, na América do Norte, Ásia e Oceânia essencialmente, mas também um forte incremento na poluição e mobilidade da sociedade.

Com o aparecimento do automóvel no século XIX, as viagens tornaram-se mais rápidas e devido ao seu aspeto funcional e cómodo a nível familiar, começou a ser posto de parte o uso animal no transporte de recursos terrestres e pessoas. Importa relatar, que este surgimento, incrementou o aumento de poluição nos países mais desenvolvidos dado o crescente uso deste novo meio de transporte. Também este aparecimento motivou a origem do transporte público, que até aí só era efetuado inicialmente pelas vias ferroviárias, e a ideia global de partilha dos recursos e movimentação dos mesmos.

As grandes ligações viárias e redes de transportes possibilitaram a intermodalidade a ser viabilizada e construída tanto num passado recente, como nos dias de hoje. Consequentemente, todo este avanço e desenvolvimento, que se pretende sustentável, levou ao crescimento das zonas urbanas e aglomerados urbanos durante todo o século XX.

É certo que houveram grandes transformações ao nível do abandono do interior dos países e zonas recônditas, essencialmente no mundo desenvolvido e na segunda metade do século XX, em favor do aparecimento das grandes cidades e população concentrada que cresceu exponencialmente, tanto em aglomerados junto de rios e fontes de riqueza, como em zonas costeiras. Daí que é essencial estudar e analisar estas questões e problemáticas, como exponho nos seguintes parágrafos.

A população urbana cresceu muito rapidamente na primeira metade do século XX, aumentando de 14% no seu início para 25% em 1950. Entre 1950 e 1990, o número de pessoas a

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viver em cidades mais que triplicou, aumentando de 733 milhões para 2.26 biliões (Mendes, J. 1999).

No mundo desenvolvido, a população urbana era, já em 1950, cerca de 54%, atingindo 73% em 1990. Por sua vez, nos países em desenvolvimento a população urbana em 1950 era de apenas 16.9%, crescendo para 34% em 1990. A explosão urbana está atualmente a ter lugar no mundo em desenvolvimento, onde a população urbana quadruplicou nos últimos 35 anos, enquanto nas regiões desenvolvidas apenas duplicou. Na década de oitenta, a taxa anual de crescimento da população urbana atingiu 3.6% para os países em desenvolvimento, ficando-se pelos 0.8% nos países desenvolvidos (Mendes, J. 1999).

A questão urbana assume atualmente contornos extremos, quer em termos dos problemas de sustentabilidade que se colocam a um mundo essencialmente urbano, quer ainda em termos da qualidade da vida em cidade. Na passagem do século XX para o XXI, cerca de metade da população mundial vive em áreas urbanas. As Nações Unidas estimaram que, pelo ano 2000, 45% da população dos países em desenvolvimento (1972 milhões) e 75% da população dos países desenvolvidos (945 milhões) vivem em cidades (Mendes, J. 1999).

Pelo que, com o aparecimento do organismo OMS em 1948, cedo se verificou que era necessário atuar ao nível de políticas de sustentabilidade que surgiram na década de 70 do século XXI.

Interligar a saúde das populações com a sustentabilidade urbana das cidades vincadas nas conferências Habitat das NU em Vancouver (1976) e Istambul (1996) e também na origem da Agenda 21 na Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro (1992) que culminou 8 anos mais tarde na Declaração dos 8 “Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)”, em Nova Iorque (2000).

O caso europeu e português ao nível da Rede Cidades Saudáveis, tem vindo a ganhar cada vez mais relevância, a partir da década de 80 e 90 do século XX, com o surgimento de políticas de incentivos nas câmaras que aderem ao projeto e criam os seus Gabinetes Cidade Saudável. Trata-se duma lufada de ar rejuvenescido, dado o período recente e evolutivo em que esta Rede

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começou a intervir nestas problemáticas da sustentabilidade, saúde e consequente estudo dos indicadores ambientas da OMS.

Estes indicadores urbanos devem ser estudados segundo uma análise SWOT. A Análise SWOT surgiu com bases académicas na década de 60 do século XX, baseando-se num importante instrumento utilizado para planeamento estratégico que consiste em recolher dados importantes que caracterizam o ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) dum organismo ou entidade. Permitirá tirar algumas elações positivas e negativas dos indicadores ambientais estudados. Futuramente abrem-se perspetivas de as autoridades competentes atuarem ao nível das conclusões obtidas com a análise SWOT.

2. REVELÂNCIA DO TRABALHO

Na atualidade, as cidades apresentam mais problemas relacionados com o crescimento populacional. Este crescimento introduz a temática do aumento e nível da complexidade da base de dados, sendo necessário que exista cada vez mais uma gestão eficaz para perceber estes dados e os usar de modo efetivo. Nos próximos cinco anos, dois terços da população mundial residirá em áreas urbanas. Essa densidade e diversidade, bem como a concentração populacional, estão a afetar as pessoas do mundo em maior grau do que qualquer outro fenómeno da história da humanidade (Ferreira, A., 2012). Associado ao crescimento populacional está o aumento de informação de toda espécie, que pode levar à perda da capacidade em recuperá-la, pois a maioria das informações encontram-se dispersas. Existe então, falta de sistematização das informações para tomada de decisões nas organizações públicas e privadas dos polos urbanos.

A Agenda 21 sistematiza os 8 “Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)” e fixa as metas e os prazos para atingir o objetivo e seus respetivos indicadores. O objetivo 7 consiste em garantir a sustentabilidade ambiental, em que os indicadores a serem estudados são:

 Proporção de população com acesso a água tratada;

 Proporção de população com acesso a tratamento sanitário;  Proporção de famílias com título seguro de posse de habitação.

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Em 1997, foi criada uma Associação de Municípios portugueses, constituída por 10 membros iniciais, com a missão de promover a saúde como uma prioridade para a população (Planeta Azul, 2009). A finalidade da Associação era também ao divulgar o Projeto Cidades Saudáveis em Portugal conseguir:

 Auxiliar a construção de estratégias locais que levem a aumentar os ganhos em saúde;  Apoiar os municípios no diálogo e na cooperação da implementação do projeto;

 Cativar novos municípios na adesão do projeto e na Rede Portuguesa de Cidades Portuguesas.

Com base em 14 Indicadores Ambientais da WHO (WHO RO Europe, 2001), pretende-se desenvolver metodologias de avaliação dos 9 indicadores a avaliar, uma vez que 5 indicadores já foram devidamente desenvolvidos e aprofundados pelo Luís Santos no Mestrado em Engenharia Urbana da Universidade do Minho (Santos, L., 2012).

3. ESTRUTURA DO TRABALHO

Sendo constituído por cinco capítulos, cada um dos quais assume particulares domínios. No Capítulo I encontramos a descrição aos objetivos do trabalho, através duma introdução e modelo estrutural do mesmo. No Capítulo II são apresentados os principais temas teoricamente explanados. Assumem o suporte para o entendimento dos observatórios urbanos, rede de cidades saudáveis, indicadores urbanos da OMS e análise SWOT e consequente introdução teórica e temática para o caso de estudo.

O Capítulo III caracteriza-se pelo desenvolvimento do caso de estudo. Faz a interligação da cidade de Viana do Castelo, ao seu Gabinete Cidade Saudável, com os nove indicadores que carecem ainda de avaliação. São apresentados os resultados dos nove indicadores e os mesmos são “alvo” da análise SWOT. No Capítulo IV é efetuada a apresentação do modelo de criação do Observatório Ambiental Urbano para Viana do Castelo. São agregados os resultados dos catorze Indicadores Ambientais Urbanos. Essa síntese permitirá avaliar a influência do Índice de Sustentabilidade e seus resultados no Observatório Ambiental Urbano criado. Por fim, o Capítulo V servirá para apresentar as conclusões e argumentar o rumo que deverá ser seguido por Viana do Castelo com um futuro Observatório Ambiental Urbano.

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CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEMÁTICO

Este capítulo debruça-se sobre a análise das temáticas dos observatórios urbanos, redes de cidades saudáveis, indicadores urbanos e análise SWOT.

1. OBSERVATÓRIOS URBANOS

Importa compreender a base de sustentação para o aparecimento do conceito dos Observatórios.

As cidades de todo o mundo promovem cada vez mais a prosperidade das nações tanto a nível social, como a nível económico, empresarial e ambiental, como tal, existe uma grande necessidade de existirem dados globalmente comparáveis e conhecimento constantemente atualizado sobre as cidades.

Os grandes desafios da atualidade, tais como a redução da pobreza, a mudança climática e a criação e manutenção de uma sociedade inclusiva e pacífica, serão enfrentados no âmbito das cidades (Ferreira, A., 2012).

1.1. Definição de Observatório Urbano

Face aos desafios no que respeita ao crescimento das cidades, verifica-se um elevado número de informações dispersas e não avaliadas pelos órgãos competentes, ou seja, falta de sistematização. Há informações e dados não disponíveis, que resulta em esforço duplicado em trabalhos de pesquisa, falta de partilha da informação e falta de padronização da mesma. Essa falta de padronização é um fator que limita a possibilidade de as cidades identificarem tendências, partilharem conhecimento e aprenderem com a experiência A necessidade urgente em mensurar e monitorizar o desempenho e desenvolvimento das cidades levou ao surgimento dos Observatórios Urbanos (Santos, C. S., 2009).

Os Observatórios são fontes ricas para a tomada de decisões políticas ou de planeamento. Facilitam a recolha consistente e comparativa dos indicadores urbanos.

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A Organização das Nações Unidas – ONU teve a iniciativa da criação do sistema de Observatórios Urbanos, uma rede mundial de informação, visando contribuir para a implementação da Agenda 21 e da Agenda Habitat, em âmbitos nacional, regional e local (Ferreira, A., 2012).

Um Observatório Urbano pode ser um órgão governamental, centro de investigação ou instituição de ensino que é designado como agente, cujas ferramentas de monitorização são desenvolvidas para a formulação de políticas por meio de processos consultivos. Partindo do objetivo que é auxiliar autoridades e comunidades a melhorar a recolha, análise e uso de informações para formulação de políticas urbanas mais eficazes, os observatórios urbanos pretendem entender o funcionamento das cidades como sistemas sociais e económicos e, evoluindo a partir desse entendimento, favorecer a construção de um planeamento integrado e eficaz (UN - Habitat, 2011).

Os observatórios procuram também entender como funciona o sistema social e económico das cidades para usar este conhecimento com o objetivo de melhorar a eficiência do planeamento das ações locais, visando o desenvolvimento regional e à melhoria da qualidade de vida. Os Observatórios Urbanos são ferramentas para os gestores públicos planearem o desenvolvimento local, ou seja, são considerados neste trabalho como tecnologias sociais, por uma série de condições que serão explicitadas a seguir (Santos, C. S., 2009).

A ONU, mentora do processo dos Observatórios Urbanos, considera que o êxito ou o fracasso de uma política urbana é consequência do grau de participação ativa local. Por isso, enfatiza a necessidade de observatórios locais capacitados para um diálogo construtivo e criativo com os agentes políticos locais e com a sociedade organizada (ONU, 2011).

Para que um observatório cumpra finalidades úteis à gestão pública, alguns requisitos são indispensáveis (Filho, E., 2010):

 Atualização constante dos trabalhos, permitindo que as informações reflitam com precisão a realidade e contribuam para formular, gerir e avaliar;

 Análise ao território, de forma a vincular os indicadores ao componente espacial, ou seja, uma jurisdição;

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 Inteligibilidade dos indicadores, ou seja, utilização de índices compreensíveis e comunicáveis;

 Expressão de condições efetivamente importantes para a sociedade a que se volta o observatório.

Os principais problemas que um observatório pode enfrentar vão desde a falta de dados apropriados, a infraestrutura deficiente que dificulta o processo de recolha de informações, até ao facto de a região não possuir um sistema para conectar as diferentes fontes de informações. Além disso, o desenvolvimento de um observatório urbano pode ser prejudicado por não dispor de um orçamento anual ou fonte segura de recursos, especialmente, autónoma em relação ao gestor que é monitorado. Observatórios urbanos podem assumir muitas formas, no entanto, partilham objetivos comuns OMS (UN-Habitat, 2006):

 Criar sistemas de monitorização urbana sustentável para apoiar o planeamento e os processos de gestão;

 Fortalecer a capacidade local para o desenvolvimento e utilização de indicadores urbanos que facilitem a recolha de dados desagregados na cidade e em subníveis da cidade;

 E promover a participação local no sistema de indicadores urbanos e a cultura de monitorização e avaliação no sector urbano.

Um observatório urbano tem como premissas: assumir as suas tarefas como um departamento técnico na estrutura organizacional da administração da cidade; recolher e analisar dados, estatísticas e informações em diferentes áreas de desenvolvimento urbano; transferir informações e um conjunto de indicadores para auxiliar os tomadores de decisão na elaboração das políticas e planos de desenvolvimento urbano Jeddah Urban Observatory (JUO, 2013).

De acordo com (JUO, 2013), as principais funções de um observatório urbano são:

 Definir e escolher os indicadores urbanos locais básicos mais adequados para medir o desempenho e os progressos urbanos;

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 Estabelecer, desenvolver e aperfeiçoar uma base de dados de indicadores em diferentes áreas de desenvolvimento urbano e transferir as informações que proporcionem uma ferramenta de análise comparativa;

 Propor um mecanismo para medir o desempenho dos serviços especializados em cada cidade e avaliar os respetivos planos de desenvolvimento;

 Detetar e medir a capacidade das políticas de desenvolvimento local e nacional por meio de indicadores urbanos desenvolvidos para alcançar este fim;

 Ligar observatórios urbanos locais com o regional, o nacional e o global e trocar experiências para melhorar a capacidade de produção de indicadores urbanos;

 Publicar pesquisas e relatórios sobre diferentes campos do desenvolvimento urbano e medir seu nível de desempenho;

 Treinar os funcionários que trabalham no observatório e construir a capacidade de gerar informações.

A todos os níveis, os observatórios urbanos esforçam-se para oferecer informações sobre a cidade, de alta qualidade, atualizada e oportuna, e em primeiro lugar. Os observatórios são movidos pela necessidade de uma melhor coordenação na medição e monitorização dos indicadores urbanos nas áreas chave, tal como no desenvolvimento demográfico, socioeconómico, desenvolvimento urbano e ambiental, entre outros (UN-Habitat, 2006).

1.2. Tipos e níveis de Observatórios Urbanos

Os Observatórios Urbanos encontram-se constituídos a três níveis:  Observatório Urbano Local (OUL)

Observatórios urbanos locais são normalmente alojados num departamento da cidade existente, organização não-governamental ou universidade. Eles servem para produzir, gerir e analisar dados sobre o desempenho de uma cidade em indicadores urbanos principais e outras questões temáticas relevantes para ambos os locais de tomada de decisão e monitoramento global. Sucesso ou o fracasso da política urbana é determinada principalmente pela sua

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capacidade de resposta aos locais prioridades. Por isso, o OUG incentiva a designação de Observatórios Urbanos Locais (OUL), como instituições de nível da cidade (UN - Habitat, 2009):

1. Para envolver os decisores políticos locais e organizações da sociedade civil no diálogo 2. Para gerar informações sobre temas e problemas locais

3. Para incentivar respostas políticas às necessidades e prioridades sentidas localmente

Como uma plataforma local para obter informações políticas, um OUL vai normalmente: Trabalhar com grupos de parceiros para desenvolver e aplicar indicadores apropriados, índices e mecanismos de avaliação para a área urbana e as suas comunidades; Manter os sistemas de informação de gestão e realizar avaliações e análises de impacto, a pedido das autoridades locais e grupos parceiros; Desenvolver a capacidade de geração, gestão, análise e disseminação de informação urbana, incluindo a informação empírica, de forma regular e consistente base e aplicar as informações na tomada de decisões; Identificar as condições, tendências e questões prioritárias através da investigação e processos consultivos envolvendo funcionários e organizações da sociedade civil locais; Propor opções para harmonizar as políticas e estratégias sectoriais no contexto do plano de ação local; Cooperar com outros OUL na partilha de recursos, troca de conhecimento substantivo e metodológica e divulgação informações aos níveis nacional, regional e global; Auxiliar outros observatórios urbanos locais no desenvolvimento de sua capacidade de recolher e utilizar indicadores urbanos; Analisar e compartilhar as lições aprendidas com as experiências em curso e boas práticas com outros OUL; Manter uma página na Internet local e um boletim para a prestação cívica sociedade com informações sobre a cidade e para a elaboração de relatórios sobre as atividades do OUL e seus grupos parceiros; Produzir um Estado da Cidade num relatório bienal, incluindo a análise comparativa de indicadores e apresentação das melhores práticas.

No ano de 2006, o número total de Observatórios Urbanos Locais era de 119. Na Figura 1 é possível verificar a distribuição do número de Observatórios Urbanos Locais por região.

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Figura 1 - Número de Observatórios Urbanos Locais por região no ano de 2006 Fonte: UN-Habitat, 2006

 Observatório Urbano Nacional (OUN)

Observatórios urbanos nacionais coordenam e consolidam a recolha de dados a nível nacional utilizando os resultados para executar políticas baseadas em evidências. Eles podem coordenar atividades de observatórios urbanos locais no país ou produzir seus próprios dados e recursos de informação a nível nacional, regional ou local. O OUG incentiva a criação de Observatórios Urbanos Nacionais (OUN) para acompanhar as tendências e as condições nacionais e para informar a política nacional e tomada de decisões. O OUN pode assumir muitas formas: como parte de uma consulta nacional existente (estrutura ou órgão), como um órgão de coordenação nacional para OUL’s, o secretariado do Comité Nacional Habitat (CNH), com sede na maioria dos países em preparação para a Conferência Habitat II, como parte de uma instituição académica ou de pesquisa, ONG’s ou associação profissional. O OUN pode servir como órgão consultivo para a política nacional. A primeira finalidade do OUN será a formulação de um quadro nacional de política urbana, se não existente (UN - Habitat, 2009).

Para estes fins, é recomendado que o OUN: realize consultas alargadas para rever ou para formular o Plano de Ação Nacional (PAN) à luz dos compromissos e recomendações da Agenda Habitat e prioridades expressas através de processos consultivos; proponha um quadro nacional de política urbana para orientar a implementação de PAN e a formulação e implementação de

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Planos Locais de Ação (PLA); proponha opções para harmonizar objetivos sectoriais, com base urbana indicadores e melhores práticas de análise; forneça uma estrutura de coordenação para a recolha, análise e aplicação de indicadores urbanos a nível nacional e local; organize, em conjunto com outros parceiros, melhores práticas nacionais, concursos e exposições; organize programas de assistência para os decisores políticos e técnicos no nível nacional e local, sobre a geração e uso da informação empírica; mantenha um programa de indicadores para efetuar monitorização na implementação do PAN; Coordene a avaliação e provisão de recursos de capacitação para a implementação, acompanhamento e avaliação PAN e de PLA; organize, com os parceiros relevantes em todos os níveis, as redes de formação e aprendizagem par-a-par entre os órgãos, autoridades locais e organizações cívicas empenhadas em melhorar o ambiente de vida; mantenha uma página na Internet para a prestação de sociedade civil com informações sobre a política urbana nacional e para a elaboração de relatórios sobre as atividades da OUN e seus grupos parceiros; produza um relatório bienal do Estado das cidades do país, incluindo análise comparativa dos indicadores e apresentação das melhores práticas.

 Observatório Urbano Regional (OUR)

Observatórios urbanos regionais estão hospedados em organizações regionais ou instituições académicas para prestar assistência técnica ao OUN e OUL através da localização de ferramentas de monitoramento, capacitação e também na orientação política baseada em evidências do conhecimento. OUR também podem apoiar o corpo local e nacional em matéria de normalização de Indicador, os dados e informações, não só para melhorar o mecanismo de planeamento política local mas também para melhorar a harmonia regional (por meio de análise de lacunas). OUR da são o lado técnico da OUG a nível regional para apoiar o OUL e OUN. As organizações regionais (internacionais), incluindo os escritórios regionais e comissões de sistema das Nações Unidas, ONG’s internacionais abrangidas, as redes de pesquisa e instituições de formação e outros são incentivados a organizar funções Observatório Urbano em uma base regional. Observatórios Urbanos Regionais (OUR) podem ser organizados em um estritamente base geográfica, em razão de um ecossistema compartilhado, ou outro social comum, cultural, administrativa, política, preocupação ambiental (UN - Habitat, 2009).

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Os OUR’s são configurados com o objetivo de: realizar consultas regionais sobre problemas comuns, incluindo problemas transfronteiriços e questões derivadas compartilhadas ecológica, administrativa ou cultural sistemas; patrocinar seminários regionais sobre o desenvolvimento e adaptação de instrumentos específicos da região, diretrizes, métodos e indicadores; organizar, em conjunto com outros parceiros, melhores práticas nacionais, concursos e exposições; contribuir para o desenvolvimento e disseminação de materiais de assistência em línguas da região; coordenar a formação de formadores na construção da capacidade nacional e local das instituições; auxiliar OUN’s e parceiros na região, com a recolha, compilação e análise de indicadores de dados e as melhores práticas; facilitar a partilha e troca de lições aprendidas entre os países e cidades da região; coordenar programas de pesquisa regional urbana; Identificar os correspondentes regionais e pontos focais de cooperação técnica e pesquisa; relatório sobre desenvolvimento novas oportunidades e restrições ao OUG para a inclusão de questões e prioridades específicas da região intergovernamental processos; produzir um relatório bienal do Estado das cidades da região, incluindo análise comparativa dos indicadores e apresentação das melhores práticas.

1.3. Criação de um Observatório

A criação de um observatório urbano baseia-se no desenvolvimento de uma rede integrada de Observatórios Urbanos nacional e local. Os beneficiários são os formuladores de políticas em todos os níveis e organizações da sociedade civil que participam no desenvolvimento urbano sustentável. As três principais áreas de trabalho incluem assistência aos governos, autoridades locais e organizações da sociedade civil local. São usadas para ampliar a capacidade de recolher, gerir, manter e utilizar informações sobre o desenvolvimento urbano, melhorar o uso do conhecimento e indicadores urbanos para a formulação de políticas, planeamento e gestão urbana. Este processo é efetuado através de participação, recolha e divulgação de resultados do global, nacional e atividades de monitoramento do nível da cidade, bem como a divulgação de boas práticas no uso de informação urbana mundial (UN - Habitat, 2009).

Os Observatórios Urbanos podem assumir muitas formas, mas eles compartilham objetivos comuns: Criar sistemas de monitoramento urbano sustentável em apoio do planeamento local e processos de gestão, associando dados para a política; Fortalecer a capacidade local para o

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desenvolvimento e utilização de indicadores urbanos que facilitem a recolha de dados desagregados ao nível da cidade e sub-cidade; Promover a apropriação local dos sistemas de indicadores urbanos e de uma cultura de acompanhamento e avaliação no setor urbano.

Em cada nível, os observatórios urbanos executam um esforço para oferecer alta qualidade, informações atualizadas e oportunas sobre a cidade, em primeiro lugar. Eles são movidos pela necessidade de melhorar a coordenação na medição e monitoramento de indicadores urbanos em áreas-chave, como demografia, desenvolvimento socioeconómico, desenvolvimento urbano e questões ambientais, entre outros (UN - Habitat, 2009).

Os observatórios urbanos também são impulsionados pelo desejo de desenvolver um sistema de informação baseado no conhecimento que pode vir a ser utilizado para permitir uma melhor informação em programas e políticas urbanas (UN - Habitat, 2009).

Para alcançar os seus objetivos, os observatórios urbanos normalmente trabalham com grupos parceiros para desenvolver e aplicar os indicadores adequados, índices e mecanismos de avaliação. Eles mantêm sistemas de informação e realizam avaliações e análises de impacto a pedido de autoridades locais e grupos parceiros, no intuito de aumentar a capacidade de gestão e análise da informação urbana, de forma regular e consistente (UN - Habitat, 2009).

Os observatórios urbanos produzem produtos de conhecimento diferentes, incluindo relatórios, estudos empíricos, CD’s, DVD’s, sites, fóruns on-line e listas de e-mail, que estimulam o diálogo entre as partes interessadas em tomo de questões prioritárias. Esta informação é distribuída localmente de forma adequada para apoiar a tomada de decisões e o desenvolvimento de políticas melhor informadas (UN - Habitat, 2009).

Os observatórios urbanos fortalecem a base de toda a comunidade de conhecimento urbano. Aumentam o conhecimento e podem contribuir para uma melhor utilização da informação produzida pelos observatórios no desenvolvimento de planos locais de ação e na harmonização de políticas e estratégias sectoriais. Estes observatórios cooperaram com outros na rede global para compartilhar recursos, fazer intercâmbio de conhecimento substantivo e metodológico e para divulgar informações para níveis nacionais, regionais e globais (UN - Habitat, 2009).

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Como parte de sua estrutura de relatórios, os observatórios urbanos podem manter um website ou um boletim de notícias para fornecer aos cidadãos informações sobre as suas cidades, e pode produzir um relatório bienal sobre o "estado da cidade" que inclui análise comparativa dos indicadores e apresenta as melhores práticas (UN-Habitat, 2009).

Os observatórios urbanos locais são compostos por um consórcio de atores locais coordenados pelo escritório do governo municipal, centro de pesquisas universitário, organização da comunidade ou entidades privadas designadas de "workshop" em que os indicadores urbanos são adaptados a partir da estrutura de monitoramento global, mais desenvolvida, testada e tomada operacional no processo de recolha de dados (UN - Habitat, 2009).

Vários observatórios urbanos locais, com objetivos diferentes podem trabalhar simultaneamente dentro de uma cidade: aqueles preocupados com questões semelhantes em diferentes partes de uma cidade podem dar assistência mútua e trocar informações. O GUO recomenda que em vez de se replicarem esforços, os grupos com interesses complementares se devem unir num único observatório. Os municípios ou regiões podem coordenar os seus esforços para desenvolver indicadores urbanos, dados e estratégias de planeamento para o benefício de todos. Em alguns países, as redes de observatórios urbanos locais são facilitados por um parceiro a nível nacional que coordena a assistência de capacitação, compila e analisa dados de indicadores urbanos para avaliar as tendências e necessidades nacionais (UN - Habitat, 2009).

1.4. Observatório Urbano Locais e Nacionais

Observatórios Urbanos Locais e Nacionais são designados como as “oficinas” onde as ferramentas de monitorização são desenvolvidas e utilizadas para a elaboração de políticas através de processos consultivos. O Observatório Urbano Local para a cidade é o ponto focal para o desenvolvimento da política urbana e planeamento onde a colaboração entre os decisores políticos, técnicos e representantes de grupos de parceiros seja promovida. Redes de Observatórios Urbanos Locais são facilitadas pelos Observatórios Urbanos Nacionais, quando necessário. Os Observatórios Urbanos Nacionais fornecem as coordenadas de assistência e capacitação para compilar e analisar dados urbanos para o desenvolvimento de políticas nacionais.

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1.5. OUG-Net

O Observatório Urbano Global Network (OUG-Net) é uma rede global de informações de capacitação, estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para Povoamentos Humanos (UN-HABITAT) para ajudar a implementar a Agenda Habitat, a nível nacional e local. O objetivo da OUG-Net é apoiar os governos, autoridades locais e da sociedade civil:

 Para melhorar a recolha, gestão, análise e uso de informações em formulação de políticas urbanas mais eficazes;

 Para melhorar o fluxo de informações entre todos os níveis para uma melhor tomada de decisão urbana;

 Estimular processos de consulta de base ampla para ajudar a identificar e integrar a informação urbana necessária;

 Para fornecer informações e análises para todos os interessados, fomentando eficazmente a participação na área urbana de tomada de decisão;

 Para compartilhar informações, conhecimentos e experiências utilizando tecnologias de informação e comunicação (TIC);

 Para criar uma rede global de plataformas locais, nacionais e regionais para a partilha de informações sobre a implementação da Agenda Habitat.

Algumas ferramentas e benefícios oferecidos pela rede OUG:

Assistência sobre o uso do kit de ferramentas para a recolha e análise de dados dos indicadores urbanos;

 Assistência em software SIG e fornecimento de software SIG (com uma extensão limitada, mediante acordo especial);

 Assistência sobre como usar os resultados dos dados de indicadores urbanos para atividades de angariação de fundos;

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 Conferências dos membros da rede de intercâmbio de informações e da rede cidade-a-cidade;

 O acesso aos recursos de internet disponíveis no site da UN-Habitat, incluindo um banco de dados para os indicadores urbanos e sistemas de informação urbano.

Figura 2 - Interligação entre os vários Observatórios Urbanos Fonte: UN-Habitat, 2006

Estes dados serão utilizados para as avaliações feitas para os relatórios globais publicados bianualmente pelo UN-Habitat (Relatório Global sobre Povoamentos Humanos, Estado do Relatório Mundial de Cidades).

A UN-HABITAT atinge estes objetivos através de uma rede global de Observatórios Urbanos a nível Local, Regional e Nacional e através de instituições parceiras que fornecem assistência e outros conhecimentos capacitação.

2. REDES DE CIDADES SAUDÁVEIS

Introduzimos agora o conceito de Redes de cidades Saudáveis e todos os Projetos/Programas que influenciaram e de alguma forma contribuíram para o seu aparecimento.

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2.1. Sustentabilidade e Projetos/Programas análogos

De acordo com o conceito generalizado de sustentabilidade [delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada na Suécia, na cidade de Estocolmo em junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais chamando a atenção a nível internacional especialmente para questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição que não se limita às fronteiras políticas, mas afeta países, regiões e povos, localizados muito além do seu ponto de origem. A Declaração de Estocolmo, que se traduziu em um Plano de Ação, define princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres (UNEP, 2013)], e segundo o Relatório de Brundtland de 1987 o desenvolvimento deve “viabilizar soluções para os

problemas presentes da população sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.

O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma pequena comunidade (a exemplo das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso que seja: 1 - Ecologicamente correto; 2 - Economicamente viável; 3 - Socialmente justo; 4 - Culturalmente diverso.

A justiça social terá que assentar necessariamente na sustentabilidade económica e na equidade que por sua vez requerem sustentabilidade ambiental. Sustentabilidade ambiental significa manutenção do capital natural. Exige que a taxa de consumo de recursos renováveis, nomeadamente água e energia, não exceda a respetiva taxa de reposição e que o grau de consumo de recursos não renováveis não exceda a capacidade de desenvolvimento de recursos renováveis sustentáveis. Significa também, que a taxa de emissão de poluentes não deve ser superior á capacidade de absorção e transformação, por parte do ar, da água e do solo. O fator limitativo do nosso desenvolvimento económico é o capital natural, isto é, a atmosfera, o sol, a água e as florestas. Logo devemos investir neste capital, respeitando a ordem de prioridade: na conservação do capital natural restante (reservas de água subterrânea, solos, habitats de espécies raras); encorajando o crescimento do capital natural, através da redução dos níveis atuais de exploração

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(por exemplo, as energias não renováveis); investimentos em projetos que reduzam a pressão nas reservas de capital natural (por exemplo sob a forma de parques recreativos para aliviar a pressão sobre as florestas naturais); aumentar o rendimento final dos produtos (por exemplo, através de edifícios energicamente eficientes, e transportes urbanos ecológicos) (Conferência Europeia sobre C. S., 1994).

A ECO-92, oficialmente, UNCED, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável concebido de modo a conciliar as reivindicações dos defensores do desenvolvimento económico como as preocupações de setores interessados na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade (EoEarth, 2012). A mais importante conquista da Conferência foi colocar os termos meio ambiente e desenvolvimento juntos, concretizando a possibilidade apenas esboçada na Conferência de Estocolmo, e consagrando o uso do conceito de desenvolvimento sustentável, defendido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland).

Estima-se, com base em dados de diversas cidades europeias, que uma cidade média de 1 milhão de habitantes na Europa requer diariamente 11500 toneladas de combustíveis fósseis, 320000 toneladas de água e 2000 toneladas de alimentos. A mesma cidade produz por dia 300000 toneladas de águas residuais, 25000 toneladas de CO, e 1600 toneladas de resíduos sólidos. Em face do crescimento urbano, e tendo por referência as exigências de sustentabilidade, hoje em dia consideradas absolutamente incontornáveis, e a necessidade de evoluir para um quadro de qualidade de vida urbana aceitável e ajustado às expetativas da população, foram lançadas diversas iniciativas de âmbito internacional que cumpre aqui relevar (Mendes, J. 1999).

A Iniciativa Agenda 21 Local é um projeto internacional do ICLEI (International Council

of Local Environmental Iniciative) que pretende desenvolver um quadro de planeamento para o

desenvolvimento local sustentável. Este projeto é uma consequência direta da UNCED (United

Nations Conference on Environment and Development) e responde à necessidade de apoiar as

autoridades locais na implementação da Agenda 21 Local, de acordo com o estabelecido no Capítulo 28 da Agenda 21. A iniciativa do ICLEI em parceria com a IULA (International Union

of Local Authorities) coloca especial atenção na aplicação e conceção de mecanismos de

Referências

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