PÓS GRADUAÇÃO – PENAL E
PROCESSO PENAL
Legislação e Prática
LEI 8.137/90
PARCELAMENTO:
“SONEGAÇÃO FISCAL E FALSIFICAÇÃO DE SINAIS PÚBLICOS E
VALE
POSTAL.
PRELIMINAR.
PARCELAMENTO
DO
DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONCESSÃO DA ORDEM DEOFÍCIO.
SUSPENSÃO DA AÇÃO PENAL. Comprovado nos autos
o
parcelamento
e
o
regular
pagamento
do
débito tributário junto à Fazenda estadual, é impositiva a
suspensão da ação penal. Ordem concedida de ofício, para
suspender a ação penal enquanto houver oparcelamento do
débito tributário devido à Fazenda estadual. Inteligência do
art. 9º, caput, da Lei 10.864/2003, c/c Lei Complementar
104/2001,
que
alterou
o
art.
151
do
Código Tributário Nacional”.
(
HC 83936
/ TO - TOCANTINS - Rel. Min. JOAQUIM
BARBOSA
-
Julgamento:
31/08/2004
-
Órgão
Súmula Vinculante 24
Não se tipifica crime material contra a ordem
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a
IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento
definitivo do tributo.
CRIMES CONTRA O
CONSUMIDOR
•
A Lei 8.078/90 trata do “Código de Defesa do
Consumidor” e traz a partir do artigo 61 os
crimes contra o consumidor.
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a
nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou
publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
alertar, mediante recomendações escritas
ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de
produtos cujo conhecimento seja posterior à sua
colocação no mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando
determinado pela autoridade competente, os
Art. 65. Executar serviço de alto grau de
periculosidade, contrariando determinação de
autoridade competente:
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis
sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à
morte.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza, característica,
qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou
serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a
oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Vejam o vídeo sobre o crime de propaganda enganosa
(Fonte: Youtube)
https://www.youtube.com/watch?v=rDXoNvRBLyE
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua
saúde ou segurança:
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
científicos que dão base à publicidade:
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
componentes de reposição usados, sem autorização
do consumidor:
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,
coação, constrangimento físico ou moral, afirmações
falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro
procedimento que exponha o consumidor,
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu
trabalho, descanso ou lazer:
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
às informações que sobre ele constem em cadastros,
banco de dados, fichas e registros:
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
sobre consumidor constante de cadastro, banco de
dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber
ser inexata:
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo;
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os
crimes referidos neste código, incide as penas a esses
cominadas na medida de sua culpabilidade, bem
como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas
CRIMES DA LEI 11.101/05
(falimentares)
• Fraude a Credores
• Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar
• Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
• OBS: a pena será aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
• I – elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos;
• II – omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros;
• III – destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado;
• IV – simula a composição do capital social;
• V – destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil obrigatórios.
• Contabilidade Paralela
• se o devedor manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação,
praticará contabilidade paralela e receberá a pena do crime anterior (reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa)
• OBS:
• 1) No caso dos crimes anteriores (Fraude a Credores e Contabilidade Paralela):
• - Incorrerão nas mesmas penas os contadores, técnicos
contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas, na medida de sua culpabilidade
• OBS:
• 2) No caso dos crimes anteriores (Fraude a Credores e Contabilidade Paralela):
• - Tratando-se de falência de microempresa ou de empresa de pequeno porte, e não se constatando prática habitual de
• - reduzir a pena de reclusão de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), ou
• - substituí-la pelas penas restritivas de direitos, pelas de perda de bens e valores ou pelas de prestação de serviços à
• Violação de sigilo empresarial
• Violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial ou dados confidenciais sobre operações ou serviços,
contribuindo para a condução do devedor a estado de inviabilidade econômica ou financeira:
• Divulgação de informações falsas
• Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa
sobre devedor em recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem:
• Indução a erro
• Sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no processo de falência, de recuperação judicial ou de recuperação
extrajudicial, com o fim de induzir a erro o juiz, o Ministério Público, os credores, a assembléia-geral de credores, o Comitê ou o
administrador judicial:
• Favorecimento de credores
• Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar plano de
recuperação extrajudicial, ato de disposição ou oneração
patrimonial ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores em prejuízo dos demais:
• Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
• OBS:
• Incorre nas mesmas penas o credor que, em conluio, possa beneficiar-se do favorecimento a credores
• Desvio, ocultação ou apropriação de bens
• Apropriar-se, desviar ou ocultar bens pertencentes ao devedor sob recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio da
aquisição por interposta pessoa:
• Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens
• Adquirir, receber, usar, ilicitamente, bem que sabe pertencer à massa falida ou influir para que terceiro, de boa-fé, o adquira, receba ou use:
• Habilitação ilegal de crédito
• Apresentar, em falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação falsas, ou juntar a elas título falso ou simulado:
• Exercício ilegal de atividade
• Exercer atividade para a qual foi inabilitado ou incapacitado por decisão judicial, nos termos desta Lei:
• Violação de impedimento
• Adquirir o juiz, o representante do Ministério Público, o
administrador judicial, o gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de justiça ou o leiloeiro, por si ou por interposta pessoa, bens de massa falida ou de devedor em recuperação
judicial, ou, em relação a estes, entrar em alguma especulação de lucro, quando tenham atuado nos respectivos processos:
• Omissão dos documentos contábeis obrigatórios
• Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios:
• Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave
• Equiparação
• Na falência, na recuperação judicial e na recuperação extrajudicial de sociedades, os seus sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros, de fato ou de direito, bem como o administrador judicial, equiparam-se ao devedor ou falido para todos os efeitos penais decorrentes desta Lei, na medida de sua culpabilidade
• Ausência de crime
• A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais
•
Efeitos da condenação
•
São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
•
I – a inabilitação para o exercício de atividade
empresarial;
•
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função
em conselho de administração, diretoria ou gerência das
sociedades sujeitas a esta Lei;
•
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou
por gestão de negócio.
•
OBS:
•
1) Os efeitos não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5
(cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo,
contudo, cessar antes pela reabilitação penal.
•
2) Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será
notificado o Registro Público de Empresas para que tome as
medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos
inabilitados.
•
Prescrição
•
Os prazos prescricionais são regidos pelo Código Penal
(art. 109), iniciando-se
do dia da decretação da falência, da
concessão da recuperação judicial ou da homologação do
• OBS:
• A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação
extrajudicial