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por nilton corazza Fabio Torres: trabalho autoral

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Academic year: 2021

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Fabio Torres:

trabalho autoral

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Lançando seu segundo CD autoral,

o pianista Fabio Torres fala sobre

a interação entre o jazz, o erudito e

a tradição brasileira, registrada em

composições camerísticas e solos de piano

O pianista, arranjador e compositor Fabio Torres respira música desde os 5 anos de idade. Formado em composição pela USP, venceu o Projeto Nascente em 1993 e foi finalista do Prêmio Visa em 1998, ao lado de André Mehmari e Hamilton de Holanda. Além de integrar o grupo de grandes artistas como a cantora Rosa Passos, com quem toca há quase 15 anos, e o lendário trombonista Raul de Souza, Fabio integra o Trio Corrente, ao lado de Edu Ribeiro (bateria) e Paulo Paulelli (contrabaixo), grupo que é considerado uma das melhores formações instrumentais em atividade no Brasil. Em 2014, venceram

De cara

pro sol

dois dos maiores prêmios da música mundial: o Grammy Awards e o Grammy Latino (em um inédito empate com Chick Corea), ambos na Categoria Melhor Álbum de Jazz Latino pelo CD “Song for Maura”, realizado em parceria com o saxofonista cubano Paquito D’Rivera.

Fabio já participou de inúmeros CDs e possui dois discos autorais: “Pra Esquecer das Coisas Úteis”, de 2009, que conta com a participação de Luciana Alves, Tatiana Parra, Fabiana Cozza, Renato Braz, Chico Pinheiro e outros, e recebeu excelente acolhida pela crítica especializada; e o novo “De Cara pro Sol”, com composições autorais, no qual

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o músico mostra seu amadurecimento técnico e estético como instrumentista, além do seu lado arranjador, que pode ser conferido nas faixas de formação camerística que incluem cello, flauta, clarinete, violão e contrabaixo acústico. Paralelamente ao trabalho em cima dos palcos, Fabio lançou em 2016 seu método online de Rítmica Brasileira aplicada ao Piano, que tem recebido elogios de grandes pianistas brasileiros. Seu trabalho vem sendo, a cada dia, mais reconhecido no Brasil e no exterior, como atestam as recentes performances em clubes e festivais no Brasil e em países como Japão, Espanha, França, Coreia, EUA, Irlanda, Escócia, Holanda e Suíça, entre tantos outros.

De Cara Pro Sol é seu segundo CD autoral. E ele extrapola os limites de um trio de jazz. Como é essa ideia? Como é essa necessidade de fazer mais do que o formato que está te consagrando?

No Corrente, tenho a possibilidade de levar ao limite essa formação de trio de piano jazz. Tenho parceiros com quem amo tocar, o Edu Riberio e o Paulo Paulelli, e a gente leva isso ao limite, ao nosso limite, não vamos ser presunçosos (risos). Mas a gente tenta explorar aquela formação ao máximo. O que acontece ali é que há muito entrosamento e a maneira como toco piano é, não limitada, mas delimitada, talvez, por essa formação. Então, por exemplo, minha mão esquerda é em função do que o Paulelli toca e tudo é muito ritmado, muito “suingado”. As pessoas que não me conhecem fora do Corrente talvez não saibam que tenho também um lado camerístico, da música erudita, que estudei e adoro. Fiz conservatório e, depois, universidade. Adoro tocar música de câmara. E qual a diferença? O Paulelli toca em duas faixas, mas grande parte desse CD não tem nem baixo nem bateria, mas muitas faixas de piano solo. Isso me dá liberdade de trabalhar o ritmo da maneira que os eruditos fazem: em alguns momentos, em vez de ter um pulso, você passeia por esse pulso. Então, você acelera, retarda... É como se o que movesse você não fosse um pulso, um reloginho, como é no Corrente. Digo que são duas abordagens diferentes. Em uma, você tem um pulso e fica passeando por esse pulso, que é o trio piano-baixo-bateria. Tocando sem a bateria e o contrabaixo, consigo não ter esse pulso, mas criar esse pulso e ficar variando sobre ele, como um coração que se acelera quando está angustiado

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e se acalma quando está tranquilo. Então, a música pulsa de outra maneira. Eu queria mostrar esse lado que tenho e, por isso, esse é um disco tão diferente dos que faço em trio, no Corrente. E queria mostrar o lado autoral, porque, no trio, a gente toca muitos standards, um pouco de músicas minhas, um pouco do Edu, mas não há espaço para o lado autoral de cada um. Então, esse é um disco inteirinho autoral. É o jeito de eu mostrar essa outra vertente.

Você falou dessa questão rítmica e, obviamente, sua mão esquerda fica delimitada pelo Paulelli. Sem essa delimitação, houve alguma dificuldade nessa nova abordagem?

São duas dificuldades bem distintas: quando você toca em trio, você tem que ter muita precisão para estar sempre encaixado com o baixo e a bateria.

Então, a mão esquerda fica mais fácil em alguns momentos, porque faço uma levada, às vezes até toco menos com a mão esquerda, e fico mais com a direita, porque já está tudo preenchido. Tocar solo exige muito mais técnica da mão esquerda, porque você vai ser seu contrabaixo e sua bateria. Por outro lado, existe menos compromisso com a precisão de estar encaixado com o Paulelli e o Edu. Vou explicar: o Edu e o Paulelli estão sempre quebrando o tempo, e eu também. Então, no Corrente, tenho que estar sempre muito atento ao pulso. Quando toco solo, faço o pulso, então me dá muito mais trabalho, porque minha mão esquerda faz o baixo e a bateria. Mas eu não estou preocupado com o pulso, porque eu faço tudo. Mas estou estudando agora para fazer o show e é muito trabalho de mão esquerda. Muito mesmo!

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No CD, você se afasta um pouco do jazz instrumental brasileiro e, em muitos momentos, como na “Valsa de Cora”, há aquela fluidez da melodia brasileira. Apesar de ser um disco de música de câmara, há muito piano brasileiro, diferente do jazz instrumental brasileiro. Isso é muito forte em sua formação ou foi uma referência que você buscou?

Há muitos anos estou dentro do universo do piano brasileiro. Nasci em 1971, foi uma fase áurea da MPB. Os anos 60 foram da bossa nova. Nos anos 70, já deu aquela misturada, com Tropicália... Quando eu tinha 13 anos, minha mãe colocava Elis Regina no carro, me levando para a escola. E aquilo era muito rico. Canção brasileira, MPB... eu ouvia Elis, Tom Jobim! Era algo muito forte.

Aquilo já vai moldando a alma de uma pessoa, aquelas melodias e harmonias aqueles arranjadores que auxiliavam os compositores: atrás do Gil tinha o Duprat, atrás do Chico tinha o Hime... Aquilo era muito rico. Meu pai gostava de música clássica, então eu ouvia Beethoven e tal. Eu fui estudar piano erudito, então, daí vem esse mundo, o de estudar música erudita, que tem uma ponte direta com o choro, por exemplo. Chopin é chorão, Pixinguinha é chopiniano...Nazareth é uma mistura de música brasileira com Chopin. Digo que a música brasileira tem uma ponte direta com a música europeia. Não é que a música europeia foi para os Estados Unidos e de lá para cá. A música europeia e a africana foram para a América do Norte e para cá. Por isso a gente tem essa coisa original. Isso

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moldou minha alma. Quando eu comecei, nos anos 90, fui tocar numa banda de baile, para as pessoas dançarem. A gente tocava ritmos do Nordeste, frevo, forró, gafieira... E só autores incríveis: Cartola, Dominguinhos, Jacob do Bandolim. Era uma banda de baile chique, chamada Mistura e Manda. Lá, eu tive que colar no sanfoneiro. Aquela “pegada”, você não aprende tocando jazz, por mais que o jazz tenha entrado lá... O Dominguinhos é um jazzman, eu tirava os solos dele. Mas aquela pegada vem da sanfona nordestina.... Aquilo foi determinante para desembocar no que é esse disco, que é tardio - estou com 46 anos - mas é uma visão do piano brasileiro. Embora tenha faixas que não são de música brasileira, estão ali a valsa brasileira, a moderna música brasileira. Acredito que a gente tem um tesouro na música brasileira.

Como é trabalhar com instrumentistas em um formato menos livre, já que você escreveu tudo? Como é esse papel de arranjador?

No piano, a gente tem todos os instrumentos. O piano é um instrumento orquestral, porque tem uma tessitura enorme. O pianista pode fazer um acorde e complementá-lo. Se você for distribuir isso para instrumentos, pode pegar uma coisa bem lá no grave, ter as flautas, os flautins, o oboé, o clarinete... Por isso todo pianista, de certa maneira, é arranjador. Mas é evidente que, para se tornar um arranjador, um orquestrador, um instrumentador, tem que estudar e praticar. Qual opção fiz na minha vida? Fiz a opção de ser instrumentista. E não gosto de fazer as coisas mais ou menos. Então, nunca orquestrei! Se vou fazer uma coisa mais ou menos, prefiro pedir

ajuda ou delegar, porque, para mim, o mais importante não é falar “olha, eu fiz a composição, o arranjo...”. Isso é uma viagem do ego. Para mim, o mais importante é falar “puxa, isso ficou lindo!”, ainda que tenha cooperação. Isso é da minha índole. Ao mesmo tempo, ao ouvir o disco, se percebe que escrevi várias faixas que poderiam ser interpretadas por um trio erudito, por exemplo. Então, também arranjo, claro. Só que, quando estou fazendo um disco meu, tenho a liberdade de fazer do jeito que quero para esses instrumentistas, de quem conheço o jeito de tocar. Isso eu assino embaixo, faço bastante bem. Fizemos um concerto com a Jazz Sinfônica, no ano passado, e eu peguei meu Encore e orquestrei. Só que falei para o Thiago

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Costa e o Alexandre Mihanovich, que foram os arranjadores do concerto: “por favor, isso aqui é um esboço, vocês concluam, por favor”. E fiquei muito feliz porque, em algumas peças, eles acrescentaram muito pouco. Então, sei que eu poderia ser um arranjador ou orquestrador, mas não dá tempo. Se você pega um cara como Chopin, ele é, basicamente, um pianista e foi muito fundo no piano. Aquilo é tão incrível: você pega autores contemporâneos de Chopin e muitos não “dão nem pro cheiro”, não tem a harmonização de Chopin. Ao mesmo tempo, você vê que ele foi um cara que quase não orquestrou. Eu não tenho nenhum problema de falar isso: peço ajuda para meus amigos arranjadores, me concentro no piano - o que me dá um trabalho enorme - mas, quando preciso fazer uma arranjo de câmara, para um conjunto de oito, nove, dez músicos, faço

com bastante segurança.

Houve participação desses músicos na composição ou no arranjo ou foi realmente uma reprodução daquilo que você escreveu?

Na flauta e no violoncello, é óbvio que houve a contribuição como intérpretes, porque eles são incríveis, a Heloísa Torres e o Rodrigo y Castro. O Rodrigo improvisa um pouco mais, às vezes faz um ornamento, toca choro, música popular, acrescenta coisas. A Heloísa é a concertino na OSESP e tem uma afinação e um lirismo incríveis. Mas ela se limita ao texto. Tenho que escrever com mais rigor para ela, embora não seja uma partitura de cello erudito. Não escrevo, por exemplo, os fraseados, as arcadas. Peço a ela para fazer, já que ela conhece o instrumento mais do que eu. As faixas com o violonista e guitarrista

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Marcus Teixeira e o Paulelli funcionaram mais como música popular: eu só passei a cifra e eles ficaram mais soltos. Mas eu diria que a concepção toda do disco saiu da minha cabeça e tem a contribuição maravilhosa desses músicos.

Onde De Cara Pro Sol foi gravado?

No estúdio Sala Viva, no Espaço Cachuera, em São Paulo, com um piano S6 da Yamaha. E gosto muito, especialmente, daquele piano naquela sala. Me sinto muito bem tocando ali. Gosto muito do KK (Carlos Akamine), me entendo muito bem com ele. Fiz a mixagem com o Adonias Jr. Acho legal pegar duas visões de técnicos para terminar o trabalho.

Entre as faixas do CD, se destaca “Passeio”, que resgata bem o piano brasileiro, a balada brasileira...

Ela é uma balada brasileira, na tradição do Toninho Horta, da Rosa Passos, que compões lindamente e a quem ela é dedicada. Ela tem um clima de bossa nova, samba-canção. Sabe aquela música que você compõe e fica em dúvida se está boa ou não? Aí, na hora que você ouve a gravação, com o pessoal tocando - isso é que é a coisa do instrumentista também, do intérprete -, a guitarra, o contrabaixo, aquele trio soando sem bateria, cheio de vazios, eu disse “puxa, como eu fiquei feliz”. Fiquei muito feliz ao ouvir aquela gravação. Como essa composição cresceu na mão desses caras! E é uma reverência à Rosa, porque passei muitos momentos como aqueles no palco com ela, daquela balada “com o ar parando”, aquele clima lindo, que dá tempo de pensar “que alegria, que felicidade”, quando o som está bom, de tocar um acorde e, em vez de continuar

tocando, ouvir as coisas que estão acontecendo... Isso é uma paz.... (risos)

Nem todas as faixas foram compostas ao mesmo tempo. Seu CD anterior é de 2009. Foram oito anos dedicados a essas composições?

Tenho muitas composições que não gravei ainda. Eu tenho um pensamento - é outra coisa pessoal, pois cada músico é de um jeito: há tanta música, o pessoal compões tanto, que vale a pena depurar e só gravar em caso de extrema necessidade (risos). Tem gente que não concorda absolutamente comigo, que acha que tem que gravar tudo para ver o que se aproveita. É um pensamento diferente. O mundo é muito pós-moderno e há uma cacofonia tão grande que acredito que a gente tem que ser muito preciosista na hora de gravar um CD. O CD é uma coisa que está caminhando para o gueto. Poucas pessoas vão pegar um CD para ouvir. Antes, fundamental para o artista era gravar um LP. Como o público conhecia o Chico Buarque, o Queen, a Madonna? Tocava uma faixa

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Fabio Torres

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na rádio! Aí você ia lá e comprava o CD, conhecia as outras músicas. De repente, estourava mais uma do disco. Raramente estouravam todas. E porque tocava no rádio? Porque o cara lançou um CD. Agora, garanto que todo mundo já conheceu um artista por um vídeo no Youtube e nunca comprou um CD dele. E, de repente, se pegou no show do cara. O CD não é mais a única porta de entrada para o mercado de shows e de concertos, para um artista. É claro que há ambientes em que você só entra com CD, mas esses ambientes serão cada vez mais raros. Agora o artista pode ser conhecido por seu canal no Youtube. Isso é bom, mas, também, para ter um público realmente fiel, ele precisa ter um produto muito bom. E um CD, hoje, tem que ser muito bem-acabado, porque se é para fazer um CD ao vivo, do tipo que se ouvia nos anos 80, mal gravado, mas ao vivo, “que legal, é ao vivo”, é preferível ter um vídeo no Youtube ao vivo. O CD é o momento em que se pode controlar muito a performance, porque se tem tempo para gravar em estúdio, controlar o som, ter os melhores microfones, uma sala de que se gosta... Então, o CD vai ser o lugar onde se vai fazer o melhor produto possível. Por isso, é que não me incomodo de passar tanto tempo sem gravar, embora sempre fale: “quero gravar outro no ano que vem” (risos). É que me divido: no ano que vem, talvez seja a hora de lançar outro do Trio Corrente, para daqui a dois anos lançar mais um meu. Você se encaixar no mercado é uma arte.

O pianista Fabio Torres se desenvolveu na gravação desse disco em relação ao pianista do Trio Corrente?

Acredito que sim. Sempre falo em aulas e palestras que gravar também é uma arte,

que se vai aprendendo. Há músicos que têm muita dificuldade em gravar. Eu mesmo prefiro tocar ao vivo. Gravar é uma coisa especial. Há músicos que rendem muito ao vivo e, em um estúdio, não se sentem bem, se sentem pressionados, vão ouvir e não gostam de nada do que tocaram... Então, é preciso um preparo. Primeiro: você nunca vai conseguir tocar do jeito que quer. Segundo: você pode ter lindas surpresas, pode ouvir e falar “caramba, fui eu mesmo que toquei isso aí?”. Então, voltando a esse disco, foi o mais difícil que já gravei. Eu me propus a tocar coisas bem difíceis e me preparei muito. Muito! E sempre demoro para gravar, porque não dá tempo. Não sei onde as pessoas arrumam tempo para fazer tanto disco (risos). A preparação é tocar muito aquele repertório durante uns dois meses, antes de ir para o estúdio. É a única maneira. Agora, estou fazendo isso de novo. Para o show, estou lembrando as músicas e é muito difícil. É muita mão esquerda, polirritmia, improvisações. Nesse CD, uso muito uma técnica que é fazer a mão esquerda como um pianista erudito e a mão direita como um pianista de jazz. É uma coisa que venho desenvolvendo há bastante tempo e que dá um baita de um trabalho, porque tem toda a sonoridade da mão esquerda, com suingue e com a improvisção da mão direita. É uma maneira de misturar a técnica erudita com a improvisação jazzística. Quem ouvir atentamente a faixa “Da Cara Pro Sol”, que dá título ao CD, vai perceber que a mão esquerda, em vários trechos do improviso, é fixa, é estudada. E a mão direita está livre. Isso deu trabalho, é muito difícil, mas é uma coisa que os pianistas de jazz estão usando cada vez mais. O efeito é muito legal.

Referências

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