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SOL E MAR. Escrita por Henrique Sebastian. Supervisão de Texto: Édson Dutra

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SOL E MAR

Escrita por Henrique Sebastian Supervisão de Texto: Édson Dutra

Capítulo 08

CENA 01. RESTAURANTE. INT. NOITE

Janine e Bernardo jantam juntos.

JANINE: - Você disse que queria falar comigo, mas ta sério, calado. Aconteceu alguma coisa?

BERNARDO: - É um pouco difícil pra mim falar isso. JANINE: - Fala.

BERNARDO: - Aconteceu sim, é que...

Bernardo se enrola um pouco, meio sem jeito.

JANINE: - To começando a ficar preocupada. Fala logo vai, o que aconteceu?

BERNARDO: - Antes de tudo eu quero que você saiba que eu gostei pra caramba de ter ficado com você... Você é linda, educada, uma mulher sem igual.

JANINE: - Mas...?

BERNARDO: - Aquela garota que defendi na boate aquele dia, não é só uma amiga... JANINE: - A jornalista...

BERNARDO: - Ela mesma. Eu já conhecia ela antes de ficar com você e/

JANINE: - Ela dá em cima de você, é isso? Fica te perseguindo? Eu sabia! Ela nunca me enganou com aquela cara de anjo... Invejosa.

BERNARDO: - Calma, Janine. Deixa eu falar... Eu e a Flávia ficamos mais de uma vez. Foi muito bom e não seria justo nem comigo nem com você, se a gente ficasse junto.

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BERNARDO: - Eu e você não vamos mais ficar. Eu estou afim da Flávia e nós vamos ficar juntos agora.

Janine olha surpresa para Bernardo.

JANINE (cabisbaixa): - Eu não imaginava que seria esse o motivo do nosso jantar. BERNARDO: - Eu sei que você deve ta me achando o pior cafajeste, mas eu tinha que te falar isso.

JANINE: - Um pouco tarde, não acha?

BERNARDO: - Pode até ser. E eu sinto por deixar a coisa correr assim. Mas eu não quero enganar você. Isso você pode ter certeza.

Bernardo estende a mão para Janine.

BERNARDO: - Amigos?

Janine encara Bernardo.

JANINE: - Você poderia me pedir qualquer coisa, menos para ser uma simples amiga. BERNARDO: - Janine, eu/

JANINE: - Não, Bernardo. Não fala nada... Esse jantar, tudo isso que aconteceu, eu quero esquecer. (levanta-se da mesa)

BERNARDO: - Não diga isso, Janine. Eu não queria entristecer você, me desculpa! JANINE: - Apesar de tudo, eu não vou jogar fora sua amizade. Não se preocupe. Mas fique sabendo de uma coisa: você vai me amar. Cedo ou tarde, vai me amar.

Janine sai do restaurante. Bernardo fica pensativo.

CENA 02. PRAIA. EXT. NOITE

Igor e Júlia caminham pela areia.

IGOR: - To indo pra Angra esse fim de semana. JÚLIA: - Ai que legal! Pegar ondas?

IGOR: - Também, mas a viagem não tem como objetivo principal o surfe não. Ultimamente a situação lá em casa não anda bem.

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IGOR: - Eu e o meu pai... A gente não têm se entendido muito bem. Na verdade, minha mãe resolveu organizar esse passeio pra tentar aproximar mais a gente. JÚLIA: - Complicado essas coisas de família. Mas por que seu pai implica tanto assim contigo?

IGOR: - Ele quer que trabalhe com ele no escritório de advocacia, mas eu detesto nesse negocio de passar o dia engravatado, revisando e estudando um monte de lei. Meu negócio é surfar. O Bernardo Moraes tem me dado uma dicas super bacanas, eu to correndo atrás.

JÚLIA: - Angra deve ser legal hein, sempre tive vontade de conhecer. IGOR: - Bora com agente então?

JÚLIA: - Não posso, acabei de chegar no Rio. Preciso ficar com a minha mãe esse fim de semana.

IGOR: - Você que sabe. Se mudar de idéia, é só da um toque. JÚLIA:- Eu agüento ficar dois dias sem você.

IGOR: - Agüenta? Eu não sei se eu agüento. JÚLIA: - Me engana que eu gosto.

Igor e Júlia se beijam

CENA 03. TRANSIÇÃO DE TEMPO/AMANHECER. EXT. DIA

Belas imagens das praias do Rio de Janeiro, Asa deltas a voar pelos céus, alternando com imagens da movimentação das pessoas nas ruas.

CENA 04. PRAIA. EXT. DIA

Flávia e Bernardo andam pela areia da praia, de mão dadas.

BERNARDO: - Conversei com a Janine ontem.

FLÁVIA: - Posso imaginar como ela se sentiu... Espero que isso não aconteça de novo. Se você quer mesmo levar um relacionamento bacana comigo, vai ter que repensar algumas atitudes.

BERNARDO: - Eu tava muito confuso, mas agora eu já decidi com quem quero ficar sua boba.

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TOMÁS: - Fala Bernardo! Esqueceu da prancha?

BERNARDO: - Ta ali, você acha que saio de casa sem ela? Gente deixa eu apresentar, essa é a Flávia, minha namorada.

FLÁVIA: - Oi, tudo bem?!

Flávia cumprimenta Tomás e Cissa.

CISSA: - Você é a prima da Olívia, que trabalha naquele canal de TV né? FLÁVIA: - Pois é, sou eu mesma.

CISSA: - Me chamo Cissa! Muito bonita você. FLÁVIA: - Obrigada!

TOMÁS:- Eu sou Tomás! Amigo desse mala aí.

FLÁVIA: - Vamos lá no Quiosque? Uma água de Côco cairia bem agora hein. CISSA: - Concordo plenamente.

Eles seguem em direção ao Quiosque.

CENA 05. CASA ADALBERTO. PISCINA. EXT. DIA

Janine e Melissa conversam a beira da piscina.

JANINE: - Na hora que ele falou que iria ficar com outra, meu coração acelerou de um jeito... Me segurei pra não chorar na frente dele, mas falei com uma segurança que até eu mesma não sabia que tinha.

MELISSA: - Eu imagino como foi duro pra você tudo isso! Você tava muito afim dele. Mas vira a página, levanta a cabeça e volta pra vida amiga!

JANINE: - Não Melissa, não é todo dia que a gente encontra um homem como

Bernardo por aí não... Nada na minha vida foi fácil. Apesar de ter dinheiro, eu tive que batalha muito pra conseguir minhas coisas e não vai ser agora que eu vou desistir. Ele vai ser meu. Pode ter certeza.

MELISSA: - Gostei da segurança! Pode contar comigo pra tudo viu, e bem vinda ao Clube das guerreiras, porque em matéria de conquistar homem eu to ficando

profissional.

JANINE: - Agora é focar nesse desfile, vou convidá-lo pra ser um dos modelos. E vou deixá-lo no auge. Ele é muito focado na profissão dele, tenho que usar isso pra mostrar que ao meu lado ele só tem a ganhar.

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MELISSA: - O Eric também é fissurado na carreira de jogador. Coitado, deve ter comido grama pra ter chegado aonde chegou.

JANINE: - Ah, por falar em Eric, tinha esquecido de te falar, ele vai desfilar com novo uniforme do Bola de Ouro.

MELISSA (surpresa/eufórica): - Sério?! Ai Janine mas isso é perfeito! JANINE: - Ai meu Deus! O que você ta pensando em fazer hein?

MELISSA: - Você precisar me botar nesse desfile amiga?! Eu juro que não vou aprontar!

JANINE: - Aham, sei... MELISSA: - Por favor!

JANINE: - Tudo bem. Mas vê lá o que você vai fazer! Não quero confusão pro meu lado.

MELISSA: - Pode deixar. Eu vou me comportar direitinho...

CENA 06. EXT. DIA

Belas Imagens das praias de Angra dos Reis – RJ. Mostra uma lancha em alto mar.

CENA 07. LANCHA. EXT. DIA

Bárbara e Osvaldo conversam a bordo.

BÁRBARA: - Lembra da nossa lua-de-mel aqui em Angra? Foi tudo tão lindo.

OSVALDO: - Lindo e precário, não tinha um tostão furado no bolso, nem pude ter dar uma lua-de-mel decente.

BÁRBARA: - Que bobagem, Osvaldo!... Nossa lua-de-mel foi linda. Inesquecível!

Bárbara percebe Osvaldo um pouco inquieto.

BÁRBARA: - O que foi querido? Não gostou das lembranças? OSVALDO: - Imagina, claro que gostei sim.

BÁRBARA: - Então...?

OSVALDO: - Bárbara, eu confesso que estou um pouco nervoso. Não sei como conversa com Igor.

BÁRBARA: - Calma , vocês dois precisam conversar em paz. Então essa conversa vai acontecer de forma normal e espontânea, não se preocupe.

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OSVALDO: - Por falar nele, onde ele está?

BÁRBARA: - Lendo umas revistas que ele trouxe sobre surfe, vendo uns vídeos no computador. Tá entretido.

OSVALDO: - Esse menino devia ser filho de um empresário que eu conheci outro dia. Ele é dona de uma fábrica de materiais esportivos. Taí uma coisa que o Igor ia adorar.

CENA 08. DEPÊNDECIAS DO BOLA DE OURO. INT. DIA

Adalberto e Sérgio conversam.

SÉRGIO: - O jogo de hoje à noite será um teste pra alguns jogadores que acabaram de sair das categorias de base. Estou apostando alto nesse campeonato juvenil. ADALBERTO: - Também estou muito confiante. Eu andei me informando sobre as premiações desse campeonato. São quantias muito elevadas. E como os times grandes não participam as chances do Bola de Ouro sair vencedor é muito grande. SÉRGIO: - Ano passado ficamos na quarta colocação... Mas o campeonato do ano passado foi uma verdadeira piada, parece que houve manipulação de resultados. ADALBERTO: - Choro de perdedores... Coisa normal no futebol.

SÉRGIO: - Esse clube tem apenas dez anos de existência, mas eu primo pela honestidade. Alguns acham estranho um time novo como nosso conseguir tanto destaque assim, mas acredite, foi tudo conquistado com muita honestidade. ADALBERTO: - Claro, eu também priorizo isso nos meus negócios.

SÉRGIO: - Confesso que estou com uma boa expectativa com a nossa parceria, Adalberto.

ADALBERTO: - Eu também, Sérgio. Em poucos dias vamos mostrar os novos uniformes do time pra temporada 2012. Com certeza você vai gostar.

SÉRGIO: - O trabalho da sua empresa é primoroso, impossível não achar bom. E certamente, depois dessa apresentação oficial vamos ganhar cada vez mais espaço na mídia com a nossa parceria.

CENA 09. CASA MADAME SAYONARA. INT. DIA

Raquel chega na casa onde é o centro espiritual de Madame Sayonra. Raquel está um pouco apreensiva. Logo é recepcionada por uma moça.

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RAQUEL: - Boa tarde. Eu tenho hora marcada com a Madame Sayonara. Me chamo Raquel.

ATENDENTE: - A madame ta atendendo uma cliente, logo em seguida você entra está bem?

RAQUEL: - Tudo bem, não estou com pressa... Quanto é mesmo o preço da consulta?

ATENDENTE: - São cinqüenta reais, vai pagar agora? RAQUEL: - Melhor né?

Ela abre sua bolsa e tira o dinheiro da carteira. Em seguida uma mulher sai chorando compulsivamente da sala onde a madame atende os clientes. A mulher é consolada por uma acompanhante. Raquel se impressiona.

RAQUEL: - Mas o que aconteceu?!

ATENDENTE: - Provavelmente ela ouviu o que não queria da Madame. Ela é poderosa mesmo.

Raquel fica nervosa.

ATENDENTE: - É a sua vez. RAQUEL: - Agora?!

ATENDENTE: - Sim, pode entrar.

Raquel olha para a cliente que acaba de sair e pra atendente com certa aflição.

ATENDENTE: - Dona Raquel... Não vai entrar? RAQUEL: - Claro que sim!

Raquel põe seus óculos escuros e entra na sala.

CENA 10. CASA DA PRAIA. ANGRA DOS REIS. EXT. DIA

Bárbara e Osvaldo almoçam no quiosque de sua casa, à beira mar. Bárbara observa Igor, que pratica wakeboard. Ele está empolgado, desliza na água com uma pequena prancha que é puxada por uma lancha, ele até consegue fazer algumas manobras. Ele termina de praticar e volta pra areia, acompanhado de Hélio, o motorista da lancha.

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IGOR; - Valeu Hélio, obrigado.

HÉLIO: - Quando precisar, só chamar. BÁRBARA: - Almoça conosco, Hélio?

OSVALDO: - Acredito que não, Bárbara. O Hélio tem mais coisas para resolver aqui na casa.

HÉLIO: - Isso mesmo, doutor. Agradeço pelo convite, dona Bárbara. Com licença.

Hélio sai.

BÁRBARA: - Eu só quis ser gentil, Osvaldo. O hélio trabalha conosco há anos. OSVALDO: - Mas é empregado. Não fica bem aqui conosco...

Igor senta-se à mesa.

BÁRBARA: - Não sei como você consegue ficar em cima daquela prancha, voando daquele jeito sobre a água, meu filho.

IGOR: - É prática mãe. Isso que eu não faço muito isso. Mas é divertido. Adrenalina a mil!

Osvaldo não se manifesta, quieto. Os três almoçam.

CENA 11. QUIOSQUE. EXT. DIA.

Cissa, Bernardo, Flávia, Olívia e Tomás conversam sentados em uma mesa.

CISSA: - Eu e a Olívia somos voluntárias do Centro há quase um ano, e é maravilhoso! Sem falar que o pessoal do morro e uma simpática só.

FLÁVIA: - Adorei isso. Qualquer dia vocês me levam lá? Dá pra fazer uma matéria legal pra TV.

CISSA: - Quem sabe eu não virar voluntaria também? FLÁVIA: - Eu ia adorar!

OLÍVIA: - Ta vendo né Bernardo? Me diz onde você iria encontrar outra mulher assim? BERNARDO: - Se soubesse antes, já teria ido a Cordeiro há muito tempo.

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TÓMAS: - Galera vou ter que ir agora, tenho umas mercadorias pra receber na loja. Flávia, foi um prazer conhecê-la!

FLÁVIA: - Igualmente Tomás... Vamos marcar uma partida de vôlei de praia hein! TOMÁS: Pode deixar! Tchau gente!

Tomás sai.

BERNARDO: - Não vai com ele, Cissa?

CISSA: - Não, não. Vou lá pro centro cultural hoje. Seu amigo vai ter que tomar conta da loja sozinho.

CENA 12. CASA MADAME SAYONARA. INT. DIA

Raquel entra na salinha onde está Madame Sayonara.

MADAME SAYONARA: - Sente-se minha filha, procure ficar tranqüila. De longe deu pra sentir sua aura um tanto inquieta.

RAQUEL: - Imagina Madame! Sou um poço de calmaria

Raquel senta frente à Madame, entre elas está uma mesa com algumas cartas de baralho.

MADAME SAYORA: - Vamos ver o que as cartas revelam para você. Agora, antes de cortar o baralho eu gostaria de lhe dizer que assim que as cartas forem surgindo procure ficar firme sem demonstrar muitas emoções... Quando você se exalta muito pode tirar minha contração nas leituras das cartas.

RAQUEL: - Pode deixar, vou procurar ficar firme.

A madame começa a organizar as cartas em seguida entrega o monte de cartas a Raquel.

MADAME SAYORA:- Corte em cinco partes.

Raquel vai cortando o baralho um pouco nervosa, separa cinco montes de carta sobre a mesa.

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MADAME SAYORA:- Vou tirar primeira carta... A imperatriz! Você é uma mulher de sorte, as coisas acontecem na sua vida sem que você se esforce muito pra consegui-las.

RAQUEL: - Isso é bom?

MADAME SAYORA:- Depende do ponto de vista... Bom, eu preciso tirar mais cartas para poder falar melhor para você a sua situação...

Madame Sayonara continua a tirar as cartas, sob os olhos atentos e apreensivos de Raquel.

CENA 13. CASA EM ANGRA. SALA. INT. DIA

Igor e Osvaldo conversam.

OSVALDO: - Você passou o dia inteiro quieto, no seu canto... Depois foi pro mar... Ta fugindo do nosso acerto de contas no futebol?

IGOR: - É ruim hein! É que eu senti vontade de fazer um pouco de wakeboard. Fazia tempo que eu não praticava.

OSVALDO: - Igor eu já entendi que você não quer e nem leva jeito pra ser advogado, mas você precisa fazer um curso superior. O que acha de administração? Ou ciências contábeis?

IGOR: - Ih... Passaram longe do que curto. Tava a fim de fazer Educação Física agora no meio do ano, o que acha?

OSVALDO: - Filho, eu estou falando de um curso decente. Algo que vá te sustentar financeiramente. Você não vai ter eu e sua mãe pro resto da vida.

IGOR: - Coroa, eu não quero discutir com você, mas eu não vou desperdiçar meu tempo fazendo uma coisa que não tenho vontade.

OSVALDO: - Você que sabe, eu lavo minhas mãos. Só quero que saiba que se você pensa que vai viver nessa malandragem a vida inteira nas minhas custas você ta muito enganado.

IGOR: - Não seja por isso, então.

Igor levanta-se e sai.

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IGOR: - To voltando agora pro Rio. E não se preocupe, você não vai mais ter que sustentar o vagabundo aqui.

Igor sobe as escadas, firme. Osvaldo o observa sem nada dizer.

CENA 14. SEQ 13. CASA EM ANGRA. QUARTO. INT. DIA

Igor entra no quarto. Bárbara já está no local, mexendo numa caixa de brinquedos.

BÁRBARA: - Filho tava aqui arrumando seu quarto, lembra desses brinquedos?...

Igor começa a jogar suas roupas em uma mochila.

BÁRBARA: - Aonde você vai filho? IGOR: - Eu to voltando pro Rio, mãe.

BÁRBARA: - Como assim, Igor? Por que isso?

IGOR: - Eu te amo muito mãe... Mas outra hora a gente conversa melhor.

Igor vai saindo do quarto, Bárbara vai atrás.

BÁRBARA: - Igor, mas o que aconteceu?! Por que ta voltando pro Rio? IGOR: - Pergunta pro “Doutor Osvaldo”. Ele te explica direito.

Igor sai furioso. Bárbara fica aflita.

CENA 15. RIO DE JANEIRO. IPANEMA. EXT. DIA.

Bernardo e Flávia passeiam pelas ruas de Ipanema.

BERNARDO: - Foi bom você ter tido folga hoje...

FLÁVIA: - Foi bom mesmo. E o melhor de tudo é poder ficar assim, pertinho de você.

Os dois se beijam.

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FLÁVIA: - Sabe que eu adorei quando você me apresentou para os seus amigos como sua namorada?

BERNARDO: - E nós não somos namorados?

FLÁVIA: - Sim, somos... sei lá, fiquei feliz. Faz tanto tempo que eu não sei o que é isso...

BERNARDO: - Namorar?

FLÁVIA: - Ser amada por alguém.

BERNARDO: - Então agora não precisa se preocupar, pois eu vou te mostrar o quanto é bom amar e ser amada. Você não vai se arrepender.

Os dois se beijam, felizes.

CENA 16. CASA DA PRAIA. ANGRA. SALA. INT. DIA.

Bárbara desce as escadas apressadas. Osvaldo bebe wisk, observando o mar na janela.

BÁRBARA: - Onde está o Igor?! OSVALDO: - Acabou de sair.

BÁRBARA: - E você não fez nada para impedi-lo, Osvaldo?!

OSVALDO: - Ele se acha tão dono do próprio nariz. Ele sabe o que está fazendo e sabe muito bem as conseqüências que a atitude besta dele pode trazer.

BÁRBARA: - Mas o que aconteceu? Vocês brigaram de novo?! Era para ser um final de semana de paz, harmonia entre a família!...

OSVALDO: - Paciência tem limite, Bárbara. E ele vai aprender que a vida não é do jeito que ele pensa.

BÁRBARA: - Ele disse que ia voltar pro Rio... Sozinho...

OSVALDO: - E quando nós voltarmos pro Rio, ele vai continuar sozinho. BÁRBARA: - O que você quer dizer com isso?

OSVALDO: - Ele disse que ia sair de casa. Pois bem, que saia. Como você mesma diz, ele esta na idade de fazer essas coisas. Mas agora vai ficar sozinho, porque pra minha casa ele não volta mais. A não ser que seja para trabalhar no escritório, levar uma vida digna.

BÁRBARA: - Não acredito que você conseguiu estragar esse momento tão importante pra gente, Osvaldo.

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BÁRBARA: - Tava tudo bom demais pra ser verdade mesmo. Mas eu não vou permitir que meu único filho sofra por conta de você. O Igor sempre foi tão bom, honesto e um menino decente.

OSVALDO: - Que você mimou bastante por sinal. BÁRBARA: - Eu vou embora também. ..

OSAVALDO: - Também não precisa tanto, esse moleque só ta fazendo birra, Bárbara! BÁRBARA: - Não posso deixar meu filho sair de casa assim. E você pensa bem nessa sua obsessão em fazer do Igor a sua cópia. Você vai acabar sozinho com tanta implicância.

Bárbara vai saindo, mas retorna.

BÁRBARA: - E só mais uma coisa. Eu tenho dinheiro pra sustentar meu filho pela vida inteira se for preciso. Não se preocupe mais com seu precioso patrimônio.

Bárbara sobe as escadas decidida. Osvaldo fica pensativo.

CENA 17. CASA MADAME SAYONARA. INT. DIA

A madame tira a última carta para Raquel.

MADAME SAYORA:- Apesar da vida estruturada e do casamento estável e feliz, tem alguém entre vocês dois que é capaz de tudo pra ver um de vocês destruído, na lama. RAQUEL: - É mulher?

MADAME SAYORA:- Não sei ao certo, mas como você diz que nunca traiu seu

marido e nunca existiu outro homem em sua vida é bem provável que seja uma mulher na vida dele.

Raquel fica surpresa com a revelação.

MADAME SORAYA: - Mas eu vejo aqui que/

RAQUEL: - Não precisa ver mais nada, Madame! Eu já sei aquilo que queria saber. MADAME SORAYA: - Mas deixa eu terminar, querida... Eu vejo aqui que/

RAQUEL: - Mas eu já vejo muito mais coisa, Madame Sayonara! O Cláudio me paga!

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RAQUEL: - Muito obrigada, Madame! Vou indicar você para umas amigas. Beijinhos e que Deus, os arcanos, o pajé, alguém lhe pague por tudo!

Raquel sai.

MADAME SORAYA: - Cada uma que me aparece aqui... Nem consegui dizer pra ela que era alguém próximo dela que está atrapalhando tudo... Sangue do seu sangue.

CENA 18. DEPÊNDECIAS DO BOLA DE OURO. INT. DIA

Sérgio, Eric e Márcio estão reunidos em uma sala, conversam.

SÉRGIO (a Eric):- Você joga hoje com a garotada, vai ser bom mostrarmos nosso melhor jogador nesse amistoso.

MÁRCIO: - Verdade. Como você veio das categorias de base, nada mais justo que dar uma força pros garotos.

ERIC: - Vocês que mandam. Agora Sérgio, o Márcio falou que o pessoal do Monte Blanco ta sondando de novo... E sabe como é né. Eles estão na primeira divisão, a exposição é muito maior.

SÉRGIO: - Te chutaram dela depois daquele pênalti perdido, e foi só você se destacar aqui no Bola pra te chamarem de volta... Não seja por isso. Podemos fazer mais um ajuste no seu modesto salário.

Eric sorri, faceiro.

MÁRCIO (a Sérgio): - Não é só o Monte Blanco que demonstrou interesse, agora com o começo do Brasileirão estão todos loucos por bons atacantes.

SÉRGIO: - Não se preocupem meus caros, o Eric vai permanecer aqui por bom tempo... Agora com essa grana da Power Sport as, as coisas estão muito melhores por aqui.

MÁRCIO: - Abre o olho com esse cara hein, Sérgio! Lembra do campeonato do ano passado né.

SÉRGIO: - Hoje de manhã ele esteve por aqui pra acertar uns detalhes pro desfile do novo uniforme, eu aproveitei e deixei claro pra ele como funcionam as coisas aqui no clube.

ERIC: - Eu vou ter que ir mesmo nesse desfile? Pô isso é pra mim...

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MÁRCIO: - Sendo ou não sendo o seu negócio, meu caro Eric, eu já fechei com o pessoal. E o cachê é bom.

ERIC; - Cachê? Opa...

Sérgio e Márcio riem.

CENA 19. CARRO RAQUEL. EXT. DIA

Raquel dirige seu carro.

RAQUEL (para si mesma): - O Cláudio não perde por esperar!... E ele fingindo que não tem nada... Ah, mas eu aceito tudo! Sapato apertado numa vernissage, lingerie sem renda, casaco de pele falso, limite de cartão de crédito baixo, uma ruga... Não, ruga não. Ruga não é bom... Mas uma traição? Isso nunca! Ruga e traição eu não admito! Ainda mais se for me trair com uma ninfeta, mais nova e sem rugas... Não! Rugas não. E sem traição! Traição nunca!

CENA 20. CENTRO CULTURAL. SALA DE IOGA. INT. DIA

Cissa conversa com gestantes que serão suas alunas de Ioga, elas estão sentadas no chão em posição de meditação enquanto Cissa de pé se apresenta.

CISSA: - Olá! Boa Tarde hoje é o meu primeiro dia com vocês aqui no centro... Antes de tudo eu gostaria de me apresentar, me chamo Cecília, mas todo mundo me chama de Cissa... Trabalho com Ioga há quatro anos e antes da reforma do Centro Cultural já tinha orientado dois grupos de gestantes aqui do Vidigal, acredito que vocês

conhecem alguém que já fez Ioga na gestação.

Uma das mulheres que estão na sala argumenta.

MULHER: - Minha prima vez Ioga durante a gravidez. Teve parto normal é nem sofreu tanto com as contrações. Ela e os médicos disseram que a Ioga ajudou muito.

CISSA: - É verdade. Além de deixar o corpo mais preparado para hora do parto, os movimentos da Ioga são além de tudo revigorantes. Eu recomendo e espero que mesmo depois da gravidez vocês continuem praticando esses exercícios que faz tanto bem pro corpo e pra alma... Então vamos lá né? Preparadas pra conhecer esse “misterioso milagreiro Oriental”?

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Algumas mulheres sorriem entusiasmadas, Cissa liga um aparelho de som e começa a orientá-las em alguns movimentos.

CENA 21. PRAIA. EXT. DIA

Adriano joga futebol na areia com alguns amigos, quando percebe que Lucas acaba de chegar à praia, ele se despede dos amigos e vai em direção a Lucas.

ADRIANO: - Opa rapaz, tudo bem? LUCAS: - Tudo bem!

ADRIANO: - Aproveitando esse dia bonito então? LUCAS: - Tem que ser. É bom pra relaxar...

ADRIANO: - E então, chegou a ver o lance da diarista?

LUCAS: - Vi sim. Sua diarista é perfeita viu? Não imagino minha vida sem ela mais. ADRIANO: - A Vera é profissional mesmo, você não trabalha no fim de semana? LUCAS: - Trabalho só pela manhã hoje, mas em casa... Posto algumas notícias no site. Adriano, acho que vou precisar de você de novo. É que aquela matéria sobre ginástica foi muito comentada... O pessoal tá querendo saber um pouco mais sobre o assunto.

ADRIANO: - Estou às ordens! Pode contar comigo.

LUCAS: - Você tem o sotaque diferente, é do Rio mesmo cara?

ADRIANO: - Sou paulista, moro no Rio há um ano e meio. Já me habituei ao modo de vida carioca, porém tenho poucos amigos por aqui. E você é daqui mesmo?

LUCAS: - Sim. Meus pais moram na Argentina há algum tempo, eu e minha irmã dividíamos apartamento até ela receber uma proposta de emprego em São Paulo. ADRIANO: - Você deve conhecer a Lapa então?

LUCAS: - Claro, na época da faculdade o pessoal da minha turma curtia muito as noites boêmias da Lapa. Mas faz tempo que não vou lá.

ADRIANO: - Eu gosto bastante, principalmente nos fins de semana. Hoje mesmo tem musica ao vivo em um barzinho bem legal, ta afim?

LUCAS: - Taí gostei da idéia. Vamo nessa! Faz tempão que não tomo um bom chope!

CENA 22. TRANSIÇÃO DE TEMPO/ANOITECER. EXT. DIA

Imagens do Rio de Janeiro ao anoitecer. Mostra o Cristo Redentor e a cidade iluminada.

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CENA 23. APTO BERNADO. SALA. INT. NOITE

Igor e Bernardo conversam, sentados no sofá.

IGOR: - Briguei feio com meu pai. E olha que a gente tinha ido em missão de paz pra Angra. E no fim as coisas acabaram piorando.

BERNARDO: - Caramba, que chato isso hein moleque. Olha só, pode ficar aqui o tempo que precisar. Mas quer um conselho? Tenta se entender com o coroa cara. Pai e mãe é sagrado, e a gente só se da conta quando perde.

IGOR: - To ligado. Mas eu tentei levar na esportiva até quando deu... Não queria que minha mãe sofresse, mas ele quer que eu seja uma copia dele.

O celular de Igor toca.

IGOR: - Minha mãe. Deve ta preocupada.

BERNARDO: - Acerta os ponteiros com ela ai , que eu vou dar uma geral no quarto de hóspedes. Se acostuma não, hein malandro.

Bernardo sai. Igor atende o celular.

IGOR: - Oi mãe (T)... Não precisa se preocupar, eu to bem (T)... To aqui no apê de um amigo(T)... Você voltou pra casa?(T)... Ta bem, eu passo ai e a gente conversa(T)... Fica tranqüila(T)... Até daqui a pouco(T)... Beijo! Tchau!

CENA 24. CASA RAQUEL. SALA DE JANTAR. INT. NOITE

Raquel e Cláudio jantam juntos.

CLÁUDIO: - Finalmente o RioEsportes começa a ser transmitido para todo país. Você não imagina a margem de lucro que vamos ter com essa parceria.

RAQUEL: - E a repórter nova que você contratou? Como tem se saído?

CLÁUDIO: - A Flávia? Tem sido perfeita! Talvez tenha sido a nossa aposta do ano... E agora com um programa só dela na grade de programação, só temos a somar.

RAQUEL: - Você vai dar um programa só pra ela?!

CLÁUDIO: - Ela fez por merecer. E além de boa profissional, ela tem a cara desses esportes radicas. Não é uma ótima idéia?

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RAQUEL: - Não! CLÁUDIO; - Não? RAQUEL: - Não. CLÁUDIO: - Mas/

RAQUEL: - Cláudio, eu não quero que essa garota apresente esse programa no RioEsportes.

CLÁUDIO: - Como assim meu amor? Você nunca interferiu nas minhas decisões! RAQUEL: - Mas agora estou mais interessada, mais antenada nos assuntos do canal. CLÁUDIO: - Antenada, é? Isso tá me cheirando a ciúme...

RAQUEL: - Ciúme? Não, não. Isso é bom censo. O Danilo praticamente montou aquele canal junto com você, está dando sangue lá há anos, e quando tudo começa a dar certo, você põe uma garota que acabou de chegar pra ser apresentadora?! Isso não é justo com meu irmão.

CLÁUDIO:- Não é justo? Mas o Danilo/

RAQUEL: - Ou você promove o Danilo, ou eu mesma faço isso. E ainda estendo a decisão aqui pra casa.

CLÁUDIO: - Como assim? Mas Raquel/ RAQUEL: - A decisão é sua!

Cláudio fica sem reação diante das imposições de Raquel.

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