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Luto e Perdas no Contexto Organizacional

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Academic year: 2021

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Ana Reis

Psicóloga, CRP: 07/11219

Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto, pelo Instituto 4 Estações/SP. Mestre e Doutoranda em Teologia, pela PUCRS.

Luto e Perdas no

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Carmem R. Giongo, especialista em Psicologia Organizacional, mestre e doutora em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS, aponta*:

Vivemos um grande reality show: ‘cozinheiros correm sozinhos contra o tempo, não conseguem tempo suficiente

para refletir suas decisões, torcem – e não por mal – para que o colega fracasse’. Como diria Bauman, ‘melhor que seja

o outro eliminado e não eu’.

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- “Opa, cortei o dedo, desmaiei em função do calor, tive uma crise de choro, esqueci de tudo o que sabia fazer, perdi o movimento do

braço!”

- “ Calma, a pressão é grande, talvez você não tenha estrutura para suportá-la. Aguente firme, ou senão provavelmente dirão que você

não aguentou a pressão ou não sabe ainda como fazer amigos e influenciar pessoas”.

- “Julga melhor quem estiver ávido na melhor crítica e por quê, nas melhores agressões”.

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O que passa quase despercebido é que toda essa produção retrata um local de trabalho: trabalhadores, gestores, política de recursos

humanos, prêmios, remunerações e desligamentos. É o jogo de “vença o melhor”. E não é o melhor em sentido moral. Vence o inesperado, não

importando quais relações construiu, quão generoso e solidário, honesto ou ético foi.

Não é atoa que vivenciamos os maiores índices de acidente,

adoecimento e morte no trabalho de todos os tempos. A depressão se mantém entre as principais causas de afastamento do trabalho. São

tempos de refeições sem sobremesa.

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Perdas nas Organizações?

Onde?

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Limites financeiros

Troca de sistemas tecnológicos Mudança de diretoria

Absenteísmo

Demissões

Acidentes

Sucessões

Adaptação de executivos por realocação ( migração e imigração)

Expatriados Aposentadoria

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Localização Conceitual

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Crise

Momentos de vida onde a realidade demanda uma resposta para a qual o sujeito ainda não desenvolveu a necessária habilidade, não domina o repertório de respostas que dê conta do estímulo em questão.

Estado em que a pessoa é colocada diante de um obstáculo cuja a densidade do estímulo promove repentina paralisia, pois lhe é impossível transpor o obstáculo com o uso de métodos costumeiros para a resolução de problemas.

Imediata Incisiva Intensiva

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Diante de um movimento de mudança, o sujeito precisa lidar com limites, com sua incompletude e naturalmente com a necessidade de um outro. Situações que provocam sensações de aniquilamento e desamparo.

Perdas

Transições ou mudanças, na realidade da vida, são consideradas perdas. No decorrer do processo de desenvolvimento, a medida em que o sujeito administra as suas perdas, sua estrutura psíquica terá que abdicar do poder da fase anterior para iniciar uma nova.

Ainda que não haja o registro na consciência destas experiências, permanecerá um registro inconsciente sujeito a associações que será acessado como base de referência sempre que novas perdas forem vividas.

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Luto

Conjunto de reações frente a uma perda (rompimento) que se organizam para constituir-se num processo - SINGULAR INTER-SUBJETIVO

Não é uma condição patológica.

Implicará necessariamente num trauma: evento que causa desconforto, alterações funcionais duradouras, desorganização, mudança - transição

psicossocial Dor: Física, emocional, social, cognitiva e

religiosa. Processo cuja recuperação é gradual e prolongada/ Fases (Bolwby), Tarefas (Worden), Processos “R” (Rando), Estágios (Kübler-Ross). Modelo do processo dual

(Stroebe and Schut)

Perda de algo ou alguém significativamente importante para o indivíduo (objeto investido de afeto)

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Crise Perdas

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É esperado e normativo as seguintes fases a cada transição:

1 – Entorpecimento 2 – Ânsia e protesto 3 – Desesperança 4 – Recuperação e restituição J. Bowlby

Processos de

Elaboração

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Stroebe & Stroebe Orientados para resolução de tarefas. Instrumental. Cognitivo. Orientados para os afetos. Aspectos Emocionais. Construção de Sentido.

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Perplexidade

Lembranças recorrentes

Não querer falar do assunto Vontade de cuidar dos familiares Ansiedade e inquietação Sensação de desamparo

Culpa

Ciúmes

Falta de atenção e concentração

Raiva

Insegurança

Deslocamento

Tristeza

Saudade

Desorganização

Confusão

Medo

Sonhos, pesadelos Sede, desejo de reencontro e de voltar ao passado.

Alívio

Dor física

Distúrbios de sono/apetite Ideação suicida

Crises de fé

Sensação de morte social.

Alegria pelas

mudanças

Fadiga

Auto-crítica Senso crítico acirrado Carência afetiva Rigidez como tentativa de controle Redescobertas

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Para que as transições tenham um resultado favorável, parece necessário que a pessoa suporte essas oscilações de emoção. Ela só conseguirá aceitar e reconhecer, gradualmente, que as mudanças são na verdade duradouras e que sua vida deve ser reconstruída novamente, se lhe for possível tolerar o abatimento, a busca mais ou menos consciente acerca do passado, o exame aparentemente interminável de como e porque as mudanças ocorreram, e a raiva em relação a qualquer pessoa que possa ter sido responsável, sem poupar nem mesmo a si.

Dessa maneira, parece possível registrar perfeitamente que seus antigos padrões de comportamento tornaram-se limitantes e têm, portanto, de ser modificados.

_______

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Ruptura;

Dúvida, temor e rejeição; Resiliência;

Construção de sentido e suporte familiar e social.

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Perda de papéis profissionais e produtividade, perda do papel de provedor, temor pela falta de afeto ou reconhecimento, provável redução de rendimentos, perda do status e da rede social relacionada ao trabalho.

Sensações de morte social e familiar. Noções íntegras sobre o que é viver.

Temor pelo futuro oscila com sentimentos mais positivos de constatação pelo aprendido e o direito agora autorizado pelas experiências da vida para Ser e dizer de Si na liberdade da sabedoria conquistada.

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Sucessões

Heranças e legados ao transmitirem-se sofrem transformações. A apropriação desse legado por quem o recebe varia, pode contribuir ou não na construção de uma nova identidade.

Somos fruto da qualidade daquilo que recebemos.

O trabalho de transformação do recebido gera as novas criações via apropriação do herdado, acrescido do contexto atual.

O trabalho mínimo de transformação fará predominar uma repetição que com o tempo poderá tornar-se a destruição do recebido e o empobrecimento do novo.

Sucessões são transições onde gritam as transmissões psíquicas entre submissão ou apropriação, nas quais o patrimônio recebido poderá ser amplamente revisitado e transformado ou destituído de valor.

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A abertura para a transformação está tanto naquele que oferta seu conhecimento, valores, patrimônio, quanto naqueles que o recebem. O movimento de transformação ocorrerá via reconhecimento do passado e admiração por ambos para as inovações.

A complexidade do processo de sucessão envolve a transmissão psíquica entre gerações na imprescindível exigência de reconhecer o valor do passado nas possibilidades do futuro. Transmissão como processo aberto de movimento contínuo que resgata o já vivido ao mesmo tempo em que autoriza o surgimento do novo. Sem negar a singularidade dos envolvidos implica num amor pelo passado enquanto apaixonamento pelo futuro.

“Aquilo que herdaste dos teus pais conquista-o para fazê-lo teu”. Goethe. 1º É o tempo de receber.

2º É o de sair das consequências. 3º O de apropriar-se.

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INFORMAÇÕES E CONTATOS

Av. Júlio de Castilhos, 2845 95.010-005 São Pelegrino

Caxias do Sul / RS

E-mail: luspe@luspe.com.br Website: www.luspe.com.br

Referências

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