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Cálculo fracionário para o sistema de Lotka-Volterra

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Academic year: 2021

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alculo fracion´

ario para o sistema de Lotka-Volterra

Arianne Vellasco Gomes, Najla Varalta, Paulo F. A. Mancera,

UNESP - Programa de mestrado em Biometria, Botucatu, SP

E-mail: ariannevellasco@ibb.unesp.br, najla@ibb.unesp.br, pmancera@ibb.unesp.br,

Rubens de Figueiredo Camargo

UNESP - Departamento de Matem´atica, Bauru, SP

E-mail: rubens@fc.unesp.br.

Resumo: No presente trabalho estudamos o sistema de Lotka-Volterra em sua vers˜ao fra-cion´aria, isto ´e, substitu´ımos a derivadas ordin´arias do sistema cl´assico por derivadas de ordem n˜ao inteira, segundo a defini¸c˜ao de Caputo.

Palavras-chave: Modelagem matem´atica, c´alculo fracion´ario, Sistema de Lotka-Volterra, De-rivada Fracion´aria de Caputo

1

Introdu¸

ao

A motiva¸c˜ao para estudar equa¸c˜oes diferenciais ´e buscar compreender o processo f´ısico que se acredita ser inerente `a equa¸c˜ao estudada. Estudar de forma detalhada equa¸c˜oes diferenciais simples muitas vezes nos leva a desenvolver e compreender processos complexos e detalhistas.[5] De maneira geral, quanto mais pr´oximos estamos de descrever um fenˆomeno, mais complexas s˜ao as equa¸c˜oes relativas a ele. Neste contexto, o c´alculo de ordem n˜ao inteira, tradicionalmente conhecido como fracion´ario, isto ´e, o estudo de integrais e derivadas de ordem n˜ao inteira, desempenha um papel de enorme destaque. S˜ao in´umeros os problemas que quando descritos em termo de equa¸c˜ao diferencial de ordem n˜ao inteira, fornecem uma descri¸c˜ao mais precisa que a da equa¸c˜ao usual, tais como, probabilidade, biomatem´atica, psicologia, fun¸c˜oes especiais, mecˆanica dos fluidos, fenˆomenos de transporte e redes el´etricas [2, 4, 5, 9]

Um problema cl´assico e simples ´e o crescimento bacteriano onde se tem uma popula¸c˜ao de bact´erias em um determinado instante t, P (t), com uma taxa de crescimento ou decrescimento proporcional a sua popula¸c˜ao. A causa de serem muito numerosas ´e por se multiplicarem muito r´apido por processos assexuais em condi¸c˜oes ambientais favor´aveis, tais como, alimento (os mais importantes s˜ao: o carbono, o hidrogˆenio, o azoto, o oxigˆenio e o f´osforo, a temperatura (as bact´erias psicr´ofilas entre 20 - 35oC;as mes´ofilas entre 30 - 45oC; as term´ofilas entre 45 -70oC), a umidade (entre 0,999 e 0,998), o pH (a maioria das bact´erias tˆem um pH pr´oximo da neutralidade ou ligeiramente alcalino (6,8 - 7,5)) e o oxigˆenio, e ainda pode ser comprometido se haverem outras bact´erias ou fungos competindo por alimentos ou espa¸co [8].

Entretanto, para tornar o problema mais real, se considerarmos que as condi¸c˜oes n˜ao s˜ao to-talmente ideais e supondo que o crescimento n˜ao seja t˜ao acentuado, podemos supor que a ordem da taxa de crescimento seja um n´umero entre zero e um e assim recorremos ao c´alculo fracion´ario para descrever a equa¸c˜ao diferencial. Esta ´e a maneira usual de se utilizar o c´alculo fracion´ario, isto ´e, substituir derivadas de ordem inteira, em um modelo, por derivadas fracion´arias.

Num processo mais complexo, estudamos o modelo de Lotka-Volterra que pode descrever uma s´erie de aplica¸c˜oes em biologia, como por exemplo, os modelos parasita-hospedeiro, cres-cimento de plantas e as intera¸c˜oes planta-herb´ıvoro, gen´etica de popula¸c˜oes e teoria dos jogos evolucion´arios, evolu¸c˜oes dinˆamicas de mutualismo, controle biol´ogico de pragas, de maneira

(2)

geral equa¸c˜oes ecol´ogicas tanto para o sistema de ´arvore quanto para sistemas de ciclo [5]. Este modelo possui algumas restri¸c˜oes apresentadas nas se¸c˜oes seguintes, e a fim de amenizar os efeitos destas propomos resolver a vers˜ao fracion´aria do sistema, utilizando a defini¸c˜ao de Ca-puto para a derivada fracion´aria, e com isso ter uma descri¸c˜ao mais precisa dos eventos por ele modelados.

Para finalizar o nosso trabalho, analisamos as aplica¸c˜oes do sistema de Lotka-Volterra fra-cion´ario em problemas reais do cˆancer, com satura¸c˜ao de crescimento tumoral com enfoque em tratamento quimioter´apico, onde verifica-se qual a ordem da derivada que torna a descri¸c˜ao do problema mais precisa. [6]

2

Modelo de Lotka-Volterra

O modelo conhecido como ‘equa¸c˜oes presa-predador’ ou ‘equa¸c˜oes de Lotka-Volterra’ engloba duas popula¸c˜oes em um mesmo ambiente, onde uma ´e considerada a presa e a outra a predadora, foi desenvolvido pelos matem´aticos Vito Volterra e Alfred Lotka, em meados de 1925, indepen-dentemente, quando tentavam explicar o fenˆomeno que ocorria com as popula¸c˜oes de tubar˜oes e peixes do mar Adri´atico nos per´ıodos de pesca seguidos de sua paralisa¸c˜ao devido a I Guerra Mundial e por fim a retomada das atividades pesqueiras. [1, 5]

Neste considera-se que as chances de encontro entre presas e predadores s˜ao iguais, entretanto estes encontros eventuais se devem a proporcionalidade do tamanho das popula¸c˜oes, dessa forma a popula¸c˜ao de predadores se beneficia com fartura de presas e, de mesma forma, com o aumento da popula¸c˜ao de predadores a popula¸c˜ao de presas ´e prejudicada.

No sistema sup˜oe-se que estando os predadores ausentes, a popula¸c˜ao de presas x(t), num determinado tempo, crescer´a de forma exponencial; e, se supormos falta de alimento, ou seja que h´a ausˆencia de presas, teremos que a popula¸c˜ao de predadores y(t) decrescer´a de forma exponencial num determinado tempo.

O sistema de Lotka-Volterra ´e dado por:      dx dt = ax − bxy, dy dt = −cy + dxy; (1)

Em que a representa a taxa de natalidade de x(t) na ausˆencia dos predadores; b a taxa de sucesso dos ataques de y(t); c a taxa de mortalidade de y(t) na ausˆencia de presas, e d a taxa de mortalidade de x(t) que auxiliar˜ao na ‘produ¸c˜ao’ de y(t).

Este sistema possui dois pontos cr´ıticos, o ponto Q(c/d, a/b) que representa o equil´ıbrio de predadores e presas, que ´e o ideal para o sistema e o ponto P (0, 0), que n˜ao ser´a discutido pois ´e ponto de sela, onde, dado que a popula¸c˜ao de predadores ´e zero se tem que a popula¸c˜ao de presas cresce de forma exponencial, de mesma forma, quando a popula¸c˜ao de presas ´e zero se tem que a popula¸c˜ao de predadores decrescer´a de forma exponencial chegando a extin¸c˜ao, e esta defini¸c˜ao n˜ao gera um ciclo que ´e caracter´ıstica do sistema.[5]

Fazendo as mudan¸cas u = x − c/d, v = y − a/b, isto ´e, transladando o sistema para o ponto cr´ıtico obtem-se que a interferˆencia dos termos n˜ao lineares (uv) ´e praticamente o zero, temos:

     dx dt = − b d(vc + uvd), dy dt = d b(ua + uvb); Tem-se que o sistema linearizado ´e:

     dx dt = − bc dv, dy dt = ad b u

(3)

e, verificou-se que a solu¸c˜ao do sistema linearizado representa elipses centradas no ponto cr´ıtico como trajet´orias, ou seja, as trajet´orias definidas pelo sistema s˜ao as curvas de n´ıvel da fun¸c˜ao f (x, y).

Ao resolver 1 dividindo a segunda equa¸c˜ao pela primeira, nas vari´aveis x and y, com K constante, encontra-se as trajet´orias do sistema original [5]: f (x, y) = clnx−xd+alny −by = K.

3

Integral fracion´

aria

Nesta se¸c˜ao utiliza-se o conceito da fun¸c˜ao gama, feito atrav´es da fun¸c˜ao de Gel’fand-Shilov, para apresentar que uma sequˆencia infinita de integrais coincide com defini¸c˜ao da integral fracion´aria de Riemann-Liouville [3].

3.1 Defini¸c˜ao do Operador Integral

Define-se a integral de ordens um, I, e n, In, com n ∈ IN, por [3]:

If (t) = Z t 0 f (t1) dt1 e Inf (t) = Z t 0 Z t1 0 Z t2 0 · · · Z tn−1 0 f (tn) dtndtn1. . . dt2dt1.

3.2 Teorema da Integral de ordem n

A Integral de ordem n pode ser reescrita atrav´es da convolu¸c˜ao de Laplace, representada por ∗, e pela fun¸c˜ao de Gel’fand-Shilov1.

Inf (t) = Φn(t) ∗ f (t) = Z t 0 φn(t − τ )f (τ ) dτ = Z t 0 (t − τ )n−1 (n − 1)! f (τ ) dτ, (2)

3.3 Defini¸c˜ao da Integral de ordem arbitr´aria de Riemann-Liouville

A integral de ordem ν de f (t), Jνf (t) =, reescreve-se atrav´es da convolu¸c˜ao de Laplace, com

nǫZ e com a defini¸c˜ao de fatorial [3]: Jνf (t) = Φ ν(t) ∗ f (t) = Z t 0 f (τ )(t − τ ) (ν−1) Γ(ν) dτ (3)

4

Derivada Fracion´

aria de Caputo

Sejam f(t) uma fun¸c˜ao diferenci´avel, βǫ IC com Re(β) > 0, e n o menor inteiro maior que Re(β) e ν = n − β, ou seja, 0 < Re(ν) ≤ 1 Assim, definimos a derivada, segundo Caputo, de ordem β de f (x), com x > 0, por [3]:

Dβ∗f (t) =0J ν

t[Dnf (t)] = Φν(t) ∗ Dnf (t) (4)

Os subscritos 0 e t representam os limites de integra¸c˜ao; o s´ımbolo Dβ∗ ´e a derivada de ordem

β segundo Caputo.

4.1 Transformada de Laplace

A transformada de Laplace aplicada na derivada de Caputo, consideremos n − 1 < β ≤ n ´e [3]: L[Dβf (t)] = L[Φn−β∗Dnf (t)] = L[Φn−β]L[Dnf (t)] = sβ−nL[Dnf (t)]. (5)

1Definida, para n ∈ IN e ν 6∈ IN, como φ n(t) :=    tn−1 (n − 1)! se t ≥ 0 0 se t < 0 e φν(t) :=    tν −1 Γ(ν) se t ≥ 0 0 se t < 0.

(4)

5

Fun¸

ao de Mittag-Leffler

As fun¸c˜oes de Mittag-Leffler s˜ao complexas2, a mais simples depende apenas de um parˆametro

α, e a outra depende de dois parˆametros, α e β, que s˜ao definidas, respectivamente, como [3]: Eα(z) = ∞ X k=0 zk Γ(kα + 1) e Eα,β(z) = ∞ X n=0 zn Γ(αn + β) z ∈ IC e Re(α), Re(β) > 0 (6) Se substituirmos α por 1 certamente encontraremos a fun¸c˜ao exponencial E1(z) = ex e se

substituirmos β por 1 voltamos a fun¸c˜ao de Mittag-Leffler de um parˆametro Eα,1(z) = Eα(z).

5.1 Transformada de Laplace

A transformada de Laplace da fun¸c˜ao de Mittag-Leffler com dois parˆametros e sua transformada inversa s˜ao, respectivamente [3]:

L[tβ−1Eα,β(±atα)] = s α−β sαa e L −1  sα−β sαa  = tβ−1Eα,β(±atα). (7)

Se tomar β = 1 encontra-se a transformada de Laplace da fun¸c˜ao de Mittag-Leffler cl´assica.

6

Modelo de Lotka- Volterra fracion´

ario

Conforme vimos na se¸c˜ao anterior, o modelo tem s´erias restri¸c˜oes, do ponto de vista da modela-gem: a popula¸c˜ao de presas cresce exponencialmente na ausˆencia do predador; a popula¸c˜ao de predadores morre na ausˆencia da presa (ao inv´es de buscar uma nova esp´ecie de presa); preda-dores podem comer uma quantidade infinita de presas e n˜ao h´a complexidade ambiental (isto ´e, ambas as popula¸c˜oes est˜ao se movendo aleatoriamente em um meio homogˆeneo). A fim de diminuir o efeito destas simplifica¸c˜oes, e com isso resolver a vers˜ao fracion´aria do sistema de Lotka-Volterra, utilizando o procedimento descrito na introdu¸c˜ao para obtermos a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao diferencial fracion´aria e da ‘lineariza¸c˜ao’ [5].

No sistema de Lotka-volterra, de ordem inteira, substitu´ımos as derivadas ordin´arias presen-tes na equa¸c˜ao por derivadas de ordem α e β, onde α e β s˜ao n´umero reais entre zero e um, ou seja, 0 < α ≤ 1, 0 < β ≤ 1,com a,b, c e d constantes positivas e as derivadas fracion´arias s˜ao tomadas no sentido de Caputo. Logo o sistema n˜ao linear fracion´ario ´e [5]:

     Dα tx(t) ≡ ∂α ∂tαx(t) = ax(t) − bx(t)y(t), Dβty(t) ≡ ∂ β

∂tβy(t) = −cy(t) + dx(t)y(t)

(8)

Neste sistema percebe-se que as derivadas s˜ao de ordem distintas e foi definido desta forma para diminuir o efeito da restri¸c˜ao ‘n˜ao h´a complexidade ambiental’. A dimens˜ao do sistema ´e obtida somando as duas ordens da derivada do sistema, ou seja, D = α + β. De maneira an´aloga `

a feita anteriormente introduziu-se vari´aveis para equilibrar o sistema, substitui-se u = x − c/d, v = y − a/b. Com isso optou-se trabalhar com o c´alculo fracion´ario no sistema linearizado, pois precisa-se descobrir o comportamento do sistema em torno do ponto de equil´ıbrio e avaliar tal ponto. Vamos utilizar a derivada fracion´aria no sentido de Caputo [5].

     Dα tx(t) = − bc dv, Dβty(t) = ad b u (9)

2Caso a fun¸c˜ao seja real utilizaremos E

(5)

Para resolver este sistema utiliza-se da transformada de Laplace, lembrando que u(0) = u0 e

v(0) = v0 s˜ao, respectivamente, as popula¸c˜oes inciais de presa e predador. Ent˜ao,

F (s) = u(0) s α+β−1 sα+β+ ac −v(0) bc d sβ−1 sα+β+ ac, G(s) = v(0) sα+β−1 sα+β+ ac + u(0) ad b sα−1 sα+β+ ac (10)

Sabe-se que F (s) = L[u(t)] e G(s) = L[v(t)], assim para recuperar a solu¸c˜ao do sistema utiliza-se a transformada de Laplace inversa.

u(t) = u0Eα+β(−actα+β) − v0 bc dt αE α+β,α+1(−actα+β), (11) v(t) = v0Eα+β(−actα+β) + u0 ad b t βE α+β,β+1(−actα+β). (12)

7

An´

alise dos Resultados

Para esclarecer o modelo apresentado observou-se o sistema 8 substituindo a = 2, b = 3/2, c = 2 e d = 1/2 e consideramos que x(0) = 1000 e y(0) = 150.

Para encontrar as curvas utilizamos 11 e 12. Cada curva ´e uma combina¸c˜ao dos parˆametros α e β, que enunciam a derivada fracion´aria de x(t) e y(t). Com isso pode-se verificar, nos gr´aficos, que os valores de α e β interferem no qu˜ao r´apido a curva se aproxima do ponto cr´ıtico Q(4, 4/3). Nos gr´aficos 1 e 2 observa-se que para α = β = 1 voltamos a solu¸c˜ao do sistema de Lotka-Volterra de ordem inteira, ou seja, que a curva ´e uma elipse centrada no ponto de equil´ıbrio Q; e que quando reduz-se a dimens˜ao do sistema, D = α + β, h´a uma acelera¸c˜ao na convergˆencia para o ponto Q [5].

Devemos interpretar que estando os predadores ausentes, toda vez que a curva toca o eixo x, a popula¸c˜ao de presas x(t), num determinado tempo, crescer´a de forma exponencial; e, se supormos falta de alimento, toda vez que a curva toca o eixo y, ou seja que h´a ausˆencia de presas, teremos que a popula¸c˜ao de predadores y(t) decrescer´a de forma exponencial num determinado tempo. E, a solu¸c˜ao num´erica nos conduz a acreditar que se a dimens˜ao do sistema for menor que 1.8 se tem uma vantagem comparando com a solu¸c˜ao de ordem inteira, pois observa-se que as popula¸c˜oes n˜ao se extinguem.

-2 2 4 6 8 10x -1 1 2 3 4 y (a) α = 1, β = 1. -2 2 4 6 8 10x -1 1 2 3 4 y (b) α = 0.9, β = 0.9. -2 2 4 6 8 10x -1 1 2 3 4 y (c) α = 0.8, β = 0.8.

Figura 1: Curvas obtidas para valores de α = β. Os dois eixos est˜ao em escala de 1 para 1000.

-2 2 4 6 8 10x -1 1 2 3 4 y (a) α = 1, β = 0.9. -2 2 4 6 8 10x -1 1 2 3 4 y (b) α = 1, β = 0.8. -2 2 4 6 8 10x -1 1 2 3 4 y (c) α = 1, β = 0.6.

(6)

8

Conclus˜

ao e trabalho futuro

No presente trabalho apresentamos o sistema de Lotka-Volterra de ordem inteira e resolvemos sua vers˜ao fracion´aria, onde se obteve a solu¸c˜ao do sistema linear generalizado e n˜ao do sistema generalizado. No exemplo num´erico verificou-se que em alguns casos o sistema de Lotka-Volterra prevˆe a extin¸c˜ao das esp´ecies (ordem inteira) e que este tipo de problema pode ser contornado com a ordem das derivadas α e β, assim, podemos concluir que a solu¸c˜ao fracionaria nos fornece uma descri¸c˜ao do fenˆomeno melhor que ou igual `a de ordem inteira [5].

Podemos citar como exemplo a popula¸c˜ao de filhotes da foca-caranguejeira (presa) e a po-pula¸c˜ao de adultos da foca-leopardo (predador), que do ponto de vista ecol´ogico ´e de extrema importˆancia para regular a popula¸c˜ao da foca caranguejeira que ´e numerosa devido sua alta reprodu¸c˜ao. Sabe-se que a popula¸c˜ao de adultos de foca-leopardo ataca principalmente durante o primeiro ano de vida das focas-caranguejeiras e que seus ataques n˜ao levar˜ao a extin¸c˜ao da presa, apenas uma redu¸c˜ao de 80 % na esp´ecie. Dessa forma, pode-se afirmar que o que o n´umero de presas e predadores ´e mais ou menos constante, ou seja, a partir de um determinado tempo as popula¸c˜oes entrar˜ao em equil´ıbrio. Com isso, pode-se concluir que os valores da ordem das derivadas influenciam no tempo de convergˆencia para um ponto de equil´ıbrio [7].

Como trabalho futuro consideramos um modelo matem´atico de cˆancer com tratamento qui-mioter´apico [6], em que o crescimento das popula¸c˜oes ´e log´ıstico.

9

Agradecimentos

Agradecemos `a CAPES por ter financiado parte deste projeto e aos colegas do programa de mestrado em Biometria, IBB-Unesp-Botucatu e do Departamento de Matem´atica, Unesp-Bauru.

Referˆ

encias

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[7] Lodi ,Liliane; Mayerhofer, Luiz Cl´audio; Farias Jr, Samuel G. ; Cruz, F´abio S. Nota sobre a ocorrˆencia de foca-caranguejeira v. 18, n. 1, Biotemas, Rio de Janeiro, 2005.

[8] Murray, Patrick R. Microbiologia M´edica, 4. ed. [S.l.]: Elsevier, 2004.

[9] Podlubny, I, Fractional Differential Equations, Mathematics in Scienc and Engineering, Vol.198, Academic Press, San Diego, 1999.

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