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PRÉ - AVISO DE GREVE TRABALHADORES PORTUÁRIOS I

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Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal

Sindicato dos Trabalhadores do Porto de Aveiro

A Suas Excelências

O Primeiro Ministro

O Ministro da Economia e do Emprego

O Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos

O Presidente da Associação dos Portos de Portugal

O Presidente da Associação de Armadores da Marinha de Comércio

Às Empresas de Estiva que operam no portos de Lisboa, Aveiro, Setúbal, Figueira da Foz, às Empresas de

Trabalho Portuário (ETPs) dos portos acima referenciados, aos Armadores, às Associações de

Operadores, ao Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, às Administrações dos Portos de

Lisboa, de Setúbal e Sesimbra, da Figueira da Foz, e de Aveiro, às Capitanias dos respectivos Portos, aos

Agentes de Navegação, aos Transitários e quaisquer outros utentes dos portos de Lisboa, Aveiro,

Setúbal e Figueira da Foz.

ALTERAÇÕES AO REGIME JURÍDICO DO TRABALHO PORTUÁRIO

PRÉ - AVISO DE GREVE

TRABALHADORES PORTUÁRIOS

I

PORTOS DE LISBOA, DE AVEIRO, DA FIGUEIRA DA FOZ E SETÚBAL

O Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de

Portugal e o Sindicato dos Trabalhadores do Porto de Aveiro, em nome e em representação dos

trabalhadores portuários integrados no respectivo âmbito estatuário, que exercem a sua actividade

profissional na área dos Portos de LISBOA, de AVEIRO, da FIGUEIRA da FOZ e SETÚBAL, declaram

greve à prestação de trabalho nestes portos a partir das 08h00 do dia 24 de Dezembro de 2012

até às 08h00 do dia 31

de Dezembro de 2012, cujos períodos de duração diária vão abaixo

indicados para efeitos de delimitação dos tempos de paralisação das respectivas operações.

Esta declaração de greve é feita no quadro de aplicação do disposto no nº 1 do artº 531º e nos n.ºs 1 a

3 do artº 534º, ambos do Código do Trabalho, compreendendo-se na paralisação do trabalho todas e

quaisquer operações incidentes sobre a carga e/ou descarga ou sobre a mera movimentação de bens

ou mercadorias, em navio ou fora dele, a realizar na zona portuária da área de jurisdição dos portos

referenciados no parágrafo anterior, seja qual for a entidade responsável pelas operações, como

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empregadora ou utilizadora de mão-de-obra e seja qual for a condição contratual dos respectivos

trabalhadores (detentores de vínculo efectivo ou contratados em regime de trabalho eventual,

temporário ou a termo).

A greve envolverá, por isso, todos os trabalhadores portuários efectivos e também aqueles que

possuam vínculo contratual de trabalho de duração limitada, cujas entidades empregadoras

sejam as ETP’s ou empresas de estiva, estas também na qualidade de entidades utilizadoras de

trabalhadores portuários, compreendendo-se ainda no âmbito da greve as empresas titulares

de direitos de uso privativo na área portuária respectiva.

1 - Períodos diários em que a greve opera o direito de abstenção à prestação de trabalho:

A paralisação do trabalho ao abrigo da presente convocação da greve incidirá sobre todos os períodos

de trabalho compreendidos entre os supra referidos limite inicial e limite final da greve, com as

seguintes excepções:

a) Para o porto de Lisboa: das 08h00 às 09h00 e das 10h00 às 12h00, das 13h00 às 14h00, das

15h00 às 18h00, das 19h00 às 20h00, das 21h00 às 22h00 e das 23h00 às 24h00 dos dias

úteis compreendidos no período de 24 de Dezembro a 28 de Dezembro;

b) Para o porto de Setúbal: das 08h00 às 09h00 e das 10h00 às 12h00, das 13h00 às 14h00, das

15h00 às 18h00, das 19h00 às 20h00, das 21h00 às 22h00 e das 23h00 às 01h00 dos dias

úteis compreendidos no período de 24 de Dezembro a 28/29 de Dezembro;

c)

d) Para os portos de Aveiro e da Figueira da Foz: das 08h00 às 10h00 e das 11h00 às 12h00,

das 13h00 às 14h00, das 15h00 às 18h00, das 19h00 às 20h00, das 21h00 às 22h00 e das

23h00 às 24h00 dos dias úteis compreendidos no período de 24 de Dezembro a 28 de

Dezembro;

2 - Os trabalhadores dos portos de Lisboa, Aveiro, Figueira da Foz e Setúbal e Sines, durante

todo e qualquer período situado entre as 08.00 horas do dia 24 de Dezembro e as 08.00

horas do dia 31 de Dezembro, abster-se-ão de prestar quaisquer funções ou serviços que

tenham por objecto a movimentação de cargas que, por via marítima, ferroviária ou

rodoviária, provenham do porto de Leixões ou que se destinem a esse porto.

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I I

Razões determinantes da Convocação da Greve

Constituem motivos graves, determinantes desta declaração da Greve:

a) A postura do governo de não honrar os compromissos a que qualquer governo democrático se obriga,

designadamente ao não pretender reconhecer aos sindicatos organizados na Frente Comum Sindical Marítimo-Portuária, o estatuto de parceiros sociais, a não ser unicamente para dar conhecimento das

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suas decisões, recusando-se a reunir com estes, não obstante os respectivos sindicatos portuários

representarem mais de 80% do universo dos trabalhadores portuários portugueses, que são

afinal, os destinatários da Lei.

b) A recente aprovação de uma Proposta de Lei, cujo articulado a pretexto de alegadas, mas não

fundamentadas, imposições da TROIKA - denota, na esteira de conhecidas pressões feitas por Grupos Económicos que dominam o sector, um aproveitamento oportunístico do Governo, à “boleia” do quadro convencional de Assistência Económica e Financeira a Portugal, para levar por diante uma drástica, injustificada e inaceitável redução do âmbito operacional de intervenção dos trabalhadores portuários;

c) A escusa reiterada e sistemática dos Departamentos Governamentais que superintendem no sector

portuário em prestar às organizações sindicais representativas dos trabalhadores portuários as informações, esclarecimentos e estudos de mercado que, insistentemente lhes foram sendo e continuam a ser solicitados no sentido de terem possibilitado, em tempo oportuno, um debate objectivo, sério, responsável e construtivo sobre os propósitos anunciados, quer no Memorando de Entendimento subscrito em Maio de 2011 pelo Governo, pelo FMI, pelo BCE e pela União Europeia, quer do Programa do XIX Governo Constitucional, visando não só a implementação de regimes inapropriados de desadequada e inexequível flexibilidade, como também a gravosa mutilação de vastas tarefas e serviços que integram o estatuto profissional dos trabalhadores portuários na execução das respectivas operações portuárias;

d) A total falsidade dos motivos que foram sendo invocados no referido DRAFT do Governo para

“justificar” o prepotente aproveitamento da actual conjuntura económica e social, de cujas alterações normativas resultará o desemprego de centenas de trabalhadores portuários efectivos, com a agravante de tal projecto sustentar que, com estas alterações se visa proporcionar a outros trabalhadores o desempenho de variadas funções e tarefas que – apesar de continuarem a fazer parte integrante da operação portuária, tal como se encontra expressamente definida por lei – deixariam, com esse artificioso fundamento, de poder ser prestadas pelos trabalhadores portuários que sempre as foram assegurando com permanente disponibilidade e com eficiência e produtividade imbatíveis;

e) A inexistência de quaisquer factos ou estudos estatísticos que, porventura, pudessem conferir

sustentabilidade minimamente credível a supostos indícios de uma insinuada ineficiência operacional dos portos nacionais, alegadamente geradora de reduzida produtividade da mão-de-obra portuária, que o Governo artificiosamente foi invocando nos respectivos Drafts - com menção de fantasiosos efeitos ali presumidos, mas falsamente e engenhosamente assim explanados - para lhe permitir concluir que o regime do trabalho portuário constituiria um embargo à sustentabilidade e competitividade dos portos nacionais, face ao mercado da concorrência de outros portos.

f) A inqualificável concepção anómala, tecnicamente insustentável, em que o preconizado diploma legal

assenta o conceito de “efetivo dos portos”, cuja definição, ao ser aprovado um tal regime pela Assembleia da República, comporta a inclusão nele de todo e qualquer trabalhador, quer possua ou não um vínculo contratual de trabalho sem termo, exerça, ou não, a profissão em termos regulares ou apenas episodicamente e sem qualquer formação profissional;

g) A permanência em vigor do actual regime jurídico integral aplicável às empresas de estiva, cujo objecto de actividade se circunscreve, tal como o referente ao trabalho portuário, ao exercício da operação portuária, sabendo-se que esta integra em si todas as fases em que se desenvolve a movimentação de cargas desembarcadas ou a embarcar na zona portuária, e não apenas os restritos serviços e tarefas que o diploma pretende reservar aos trabalhadores portuários;

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h) A injustificada e inexplicável pressa com que o Governo pretendeu fazer aprovar pela Assembleia da

República a Proposta de Lei de alterações ao actual regime jurídico do trabalho portuário.

i) A circunstância de terem sido inviabilizadas pelo Governo as condições minimamente adequadas,

para analisar, discutir e negociar, entre o Governo e os parceiros sociais do sector portuário, reformulações sérias e fundamentadas sobre as medidas que foram artificiosamente e preconcebidamente inseridas na referida Proposta de Lei;

j) A circunstância acrescida de, aquando da mera entrega de um DRAFT do Governo, ter sido

transmitido aos representantes sindicais portuários que seriam muito reduzidas as possibilidades de virem a acordar-se alterações sensíveis ao teor do projecto de diploma assim concebido e dado como praticamente ultimado;

k) A contradição e a gratuitidade de afirmações feitas pelo Governo e que viriam a fazer parte

integrante da Exposição de Motivos da Proposta de Lei de que o diploma tinha também por fim fazer a “aproximação” do actual regime jurídico do trabalho portuário ao Código do Trabalho e a “harmonização” desse mesmo regime jurídico com o que vigora em países cujos portos competem directamente com os portos portugueses, porquanto o articulado desse diploma, ao invés de fazer a proclamada “aproximação” do regime do trabalho portuário ao Código do Trabalho, veio a consagrar normativos que, por um lado, excedem substancialmente os que lhe correspondem no Código do Trabalho, violando as próprias disposições deste Código e, por outro, visa tornar aplicáveis ao trabalho portuário regimes excepcionais que o Código apenas prevê quando respeitem a situações muito especiais, como o são as que nele se acham reguladas e destinadas a contratos de trabalho em actividade sazonal agrícola e para a realização de eventos turísticos de duração não superior a 15 dias;

l) Igualmente – e ao arrepio da demagógica afirmação de que o diploma pretenderia “aproximar” o

regime do trabalho portuário ao Código do Trabalho – a sua versão proposta e aprovada consagra, para o trabalho portuário, a possibilidade de celebração de contratos de trabalho a termo sem quaisquer limites nas suas renovações, sendo, pois, visível, a discriminação negativa que o legislador pretendeu impor ao trabalho portuário, quando compaginado com o trabalho de duração temporal limitada admitido para os demais sectores económicos do País.

m) Também o facto de um tal diploma estabelecer a aplicabilidade ao trabalho portuário do regime, muito especial e excepcional, previsto no Código do Trabalho para o trabalho intermitente, cujo articulado legal se torna, manifestamente, desajustado e insusceptível de aplicação ao trabalho nos portos, tanto mais quanto é certo que o referido Código não permite que, para esta modalidade de trabalho, possam ser contratados trabalhadores a termo ou em regime de trabalho temporário;

n) Mais: O diploma em apreço despenaliza, escandalosamente, a violação, por parte das empresas

empregadoras/utilizadoras de mão-de-obra portuária, do seu dever de ocupação profissional de mão-de-obra dotada de formação e qualificação profissional exigidas para o exercício das funções ou tarefas que integram as operações portuárias, tudo como se razões de operacionalidade de equipamentos de elevada tecnologia, razões de eficiência no trabalho e razões de segurança no trabalho não postulassem a exigibilidade indeclinável e a indispensabilidade da utilização de pessoal detentor da devida qualificação profissional.

o) Face ao exposto – e porque tais concepções assumidas pelo Governo e tais medidas totalmente

desajustadas e destituídas de qualquer fundamento sério e credível exorbitam da Lei Fundamental do Ordenamento jus-laboral do País, que é o Código do Trabalho, – o diploma em referência não será pacificamente aceite pelas organizações sindicais do sector, porquanto agride e viola legítimos direitos e interesses dos trabalhadores portuários.

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I I I

SERVIÇOS MÍNIMOS

Os trabalhadores abrangidos pela greve são representados pela respectiva organização sindical, a qual pode delegar esses seus poderes de representação em trabalhadores identificados para o efeito.

Caso ocorram nos dias de greve situações que, pela sua natureza, sejam consensualmente susceptíveis de poderem ser consideradas como carecidas da prestação de trabalho para satisfação de necessidades sociais impreteríveis durante as correspondentes paralisações do trabalho, a correspondente organização sindical e a entidade ou entidades responsáveis por tais operações fixarão, por acordo e tão prontamente quanto se mostrar possível, o âmbito, a natureza e a duração das tarefas ou funções a realizar para garantia dessa satisfação, utilizando como parâmetros de avaliação para o efeito os princípios da necessidade, da adequação e da proporcionalidade.

Os Sindicatos, na falta de entendimento nos termos referidos no parágrafo anterior, dão aqui como justificados e passíveis de satisfação, os que foram objecto de acordo, nos termos da Ata da reunião realizada sob a égide do Ministério da Economia e do Emprego, no dia 26 de Outubro.

Incumbirá à respectiva Associação Sindical designar, nos termos da lei, os trabalhadores que, quando justificado, devam ficar adstritos à eventual necessidade de prestação dos serviços mínimos de que possa carecer a correspondente actividade durante a efectivação da greve.

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