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Leonardo de A. Delgado. CREF G/MA

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Academic year: 2021

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Aula 07: Proteínas Habilidade

- Reconhecer a influência da alimentação na prática da atividade física.

- Estabelecer relações entre nutrição e desempenho físico

Introdução

As proteínas são os principais compostos das células, dos hormônios e do sistema imunológico.

O consumo diário deve alcançar 10% a 15% do valor calórico total e podem ser encontrados em carnes, leite, ovos e derivados. Seu consumo é fundamental para a saúde de nosso organismo.

É preciso, entretanto, tomar cuidado com o excesso de proteína, pois, podem gerar sobrecarga hepática, problemas no rim, entre outras complicações.

Um suprimento apropriado de proteína com a dieta diária é essencial para o crescimento e desenvolvimento de órgãos e tecidos, pois o corpo humano não possui reserva de proteínas se compararmos com a grande reserva de energia existente no tecido adiposo e no glicogênio, sendo que toda proteína no corpo é representada por proteína funcional, ou seja, ela faz parte das estruturas teciduais ou dos sistemas metabólicos, tais como sistemas de transporte, hormônios, entre outros.

A proteína que não é utilizada, o corpo degrada, oxidando os aminoácidos liberados e excretando seu nitrogênio junto com a urina. A alternativa é metabolizar em glicose ou ácidos graxos que poderão ser armazenados e na condição de déficit de energia são utilizados

preferencialmente como combustível energético para a ressíntese do ATP.

Os três principais reservatórios de proteína funcional são:

1. As proteínas plasmáticas e os aminoácidos plasmáticos (albumina e hemácias);

2. Proteína muscular;

3. Proteína visceral (órgãos abdominais).

Segundo Carvalho et al. (2003) apud Brouns (2005), o aumento da ingestão de proteínas mais que três vezes o nível recomendado não aumenta o desempenho durante o treinamento intensivo.

Para atletas, a massa muscular não aumenta simplesmente através de uma alimentação rica em proteína.

Por exemplo, o aumento do consumo extra de proteína de 100 g (400 calorias) para 500 g diárias não aumenta a massa muscular.

Calorias adicionais na forma de proteínas são depois da desaminação (remoção do nitrogênio) usadas diretamente como componentes de outras moléculas, incluindo lipídeos que são estocados em depósitos subcutâneos.

Assim, se numa dieta com excesso de proteínas o músculo não tiver condições de utilizar os aminoácidos para síntese de tecido muscular, as cadeias carbônicas serão usadas na gliconeogênese e o nitrogênio excedente excretado pela urina.

O aumento da excreção de nitrogênio leva a uma maior necessidade de água, uma vez que ele é incorporado à ureia e esta à urina. Isso, a longo prazo, pode sobrecarregar os rins e causar desidratação.

Enfim, o metabolismo muscular é abastecido por vários substratos, de acordo com a intensidade, a duração do exercício e as características da preparação do atleta e do ambiente.

CE ARLINDO FERREIRA DE LUCENA

Prof. Esp. Leonardo Delgado

Aula 06: PROTEINAS – UNIDADE II Aluno:

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As limitações no metabolismo

durante o exercício podem ser determinadas por fornecimentos inadequados daqueles substratos que garantem a disponibilidade suficientemente rápida de energia para as fibras musculares.

Estrutura Química:

As proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e quase todas apresentam enxofre. Algumas apresentam elementos adicionais, como fósforo, ferro, zinco e cobre.

Seu peso molecular é extremante elevado, devido ao número elevado de aminoácidos. Já os aminoácidos, apresentam na sua molécula, um grupo amino (-NH2) e um grupo carboxila (-COOH). A única exceção é o aminoácido prolina que contem um grupo imino (-NH-) no lugar do grupo amino.

Classificação das proteínas:

1) Proteína de alto valor biológico (AVB):

Possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas. É uma proteína completa. Ex.: proteínas da carne, peixe, aves e ovo.

2) Proteínas de baixo valor biológico (BVB):

Não possuem em sua composição aminoácidos essenciais em proporções adequadas. É uma proteína incompleta. Ex.: cereais integrais e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, etc.).

3) Proteínas de referência: Possuem todos

os aminoácidos essenciais em maior quantidade. Ex.: ovo, leite humano e leite de vaca.

Classificação dos aminoácidos:

Aminoácidos são unidades estruturais das proteínas. Eles se unem em longas cadeias, em várias estruturas geométricas e combinações químicas para formar as proteínas específicas.

1) Aminoácidos essenciais: Precisam ser

fornecidos através da dieta. São eles: Valina, lisina, treonina, leucina, isoleucina, triptofano, fenilalanina e metionina. A histidina e a arginina são essenciais para crianças até 1 ano de vida.

2) Aminoácidos não essenciais:

Podem ser sintetizados pelo

organismo em quantidades adequadas para uma função normal.

Aminoácidos Essenciais 1 - Fenilalanina

É o maior precursor da tirosina, melhora a aprendizagem, a memória, temperamento e alerta mental. É usada em tratamento de alguns tipos de depressão e é o elemento principal na produção de colágeno. Reduz ou pode suprimir o apetite.

2 - Histidina

Absorve a luz ultravioleta sobre a pele, é importante na produção de glóbulos vermelhos e brancos, sendo utilizado no tratamento de anemia, doenças alérgicas, artrite, reumatismo e úlceras digestivas.

3 - Isoleucina

Essencial na formação de hemoglobina, é usado para obtenção de energia pelo tecido muscular e prevenir perda de massa muscular em pessoas que possuem certa deficiência ou para fortalecer aquelas que treinam arduamente para aumentar a massa muscular.

4 - Leucina

Usado como fonte de energia, ajuda a reduzir a queda da proteína muscular, modula o aumento dos precursores neurotransmissores pelo cérebro, assim como na liberação das encefalinas que impedem a passagem de sinais de dor para o sistema nervoso. Também promove a cicatrização da pele e ajuda em ossos quebrados.

5 - Lisina

Inibe vírus e auxilia no crescimento ósseo, ajudando na formação de colágeno e nas fibras de proteína que produzem ossos, cartilagens e outros tecidos conjuntivos. Baixos níveis de lisina podem diminuir a síntese de proteína, afetando os músculos e os tecidos das articulações. Combinado com a vitamina C, forma a L-carnitina, que é um bioquímico que permite ao tecido muscular usar oxigênio com mais eficiência, retardando a fadiga.

6 - Metionina

Precursor da cistina e da creatina, ajuda a aumentar os níveis antioxidantes e reduz os niveis de colesterol no sangue. Também ajuda a remover restos tóxicos do fígado e na regeneração desses órgão e dos rins.

7 - Treonina

Desintoxicante, ajuda a prevenir o aumento de gordura no fígado e é um componente importante do colágeno. Os vegetarianos possuem

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baixos níveis desse aminoácido e precisam de sua

suplementação.

8 - Triptofano

Utilizado pelo cérebro para produzir serotonina, um neurotransmissor que leva mensagens ao cérebro e um dos mecanismos bioquímico do sono existentes no organismo. Oferece um efeito calmante. É encontrado em fontes naturais de alimentos, promove sonolência e deve ser consumido à noite ou para obter um cochilo durante o dia.

9 - Valina

Não é processado pelo fígado, mas é ativamente absorvido pelos músculos, sendo fundamental para o metabolismo de ácidos graxos. A valina pode induzir ou aumentar os efeitos no cérebro de outros neurotransmissores, como o triptofano, fenilalanina ou tirosina.

10 - Ácido aspártico

Reduz os níveis de amônia após o treino com pesos, ajudando em sua eliminação, protege o sistema nervoso central, também ajuda a converter carboidratos em energia muscular e melhora o sistema imunológico.

11 - Ácido glutâmico

Precursor da glutamina, prolina, ornitina, arginina e GABA (gama-aminobutírico). É uma fonte potencial de energia importante no metabolismo. É conhecido como "combustível no cérebro", necessário para a saúde do sistema nervoso.

12 - Alanina

Componente principal do tecido conjuntivo, elemento intermediário do ciclo glucose-alanina, que permite que os músculos e outros tecidos retirem energia dos aminoácidos e potencializem o sistema imunológico.

13 - Arginina

Pode aumentar a secreção de insulina, glucagon e GH, ajuda na recuperação de lesões, na formação do colágeno e estima o sistema imunológico. Precursora da creatina e do acido gama-aminobutírico (GABA, um neurotransmissor). Pode aumentar a contagem de espermatozóides em resposta às células T, que é vital para o funcionamento da glândula pituitária e deve ser tomado antes de dormir. Outra vantagem deste impressionante aminoácido é seu poder de reforçar o "pump" muscular durante o treino.

14 - Cisteína

Em conjunto com outras substâncias, ajuda na desintoxicação do corpo, aumenta a

eficiência do processo de recuperação e a resistência à doenças. Ajuda a prevenir os danos causados por álcool e tabaco. Estimula a atividade das células brancas do sangue e é a principal fonte de enxofre em uma dieta. Interessante para ajudar no crescimento do cabelo, unhas e conservação da pele.

15 - Cistina

É essencial para a formação de pele e cabelo. Contribui para fortalecer o tecido de conexão e ações antioxidantes no tecido, ajudando na recuperação. Estimula atividade das células brancas no sangue e ajuda a diminuir a dor de inflamação.

16 - Glicina

Ajuda na fabricação de outros aminoácidos e faz parte da estrutura da hemoglobina. Tem efeito calmante e é usada para tratar pessoas com quadro maníaco-depressiva ou agressiva. Reduz a vontade de comer açúcar. Necessário para a conservação da pele e dos tecidos musculares.

17 - Glutamina

É o mais abundante e essencial para as funções do sistema imunológico. Também é importante fonte de energia, especialmente para os rins e intestinos durante restrição calórica. No cérebro, ajuda na memória e estimula a inteligência e a concentração.

18 - Ornitina

Ajuda a aumentar a secreção do hormônio do crescimento. Em doses reguladas ajuda no sistema imunológico, apoia as funções do fígado e ajuda na cicatrização.

19 - Prolina

É o ingrediente mais importante do colágeno. É essencial para a formação de tecido conjuntivo e do músculo cardíaco. Esse aminoácido é facilmente transportado para a energia muscular.

20 - Serina

Importante na produção de energia celular, ajuda na memória e nas funções do sistema nervoso. Melhora o sistema imunológico, produzindo imunoglobulinas e anticorpos.

21 - Taurina

Auxilia na absorção e eliminação de gorduras, funciona como regulador neurotransmissor em algumas áreas no cérebro e na retina. Ajuda na absorção de creatina.

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22 - Tirosina

Precursor do neurotransmissor dopamina, norepinefrina e epinefrina. Aumenta a sensação de bem estar.

Valor biológico:

Determina a quantidade de proteínas encontradas nos alimentos que realmente são absorvidas pelo corpo.

As proteínas que contém mais aminoácidos essenciais possuem melhor digestibilidade, tendo uma absorção no trato gastrointestinal mais eficiente.

Para obter esta informação deve-se multiplicar o valor protéico de cada substância alimentar que compõem o cardápio, pelos fatores de utilização protéica, que são:

Fator de correção

Proteína de cereal = 0,5 Proteína de leguminosa = 0,6 Proteína animal = 0,7

Exemplo: 100g de arroz tem 7g de proteína 7g de proteína x 0,5 = 3,5g de proteína são absorvidas.

Funções das proteínas:

1) Reparam proteínas corpóreas gastas (anabolismo), resultantes do contínuo desgaste natural (catabolismo) que ocorre no organismo;

2) Constroem novos tecidos;

3) Fonte de calor e energia (fornecem 4 Kcal por grama);

4) Contribuem para diversos fluídos e secreções corpóreas essenciais, como leite, esperma e muco;

5) Transportam substâncias;

6) Defendem o organismo contra corpos estranhos (anticorpos contra antígenos); 7) Exercem funções específicas sobre órgãos ou estruturas do organismo (hormônios); 8) Catalisam reações químicas (enzimas).

Aminoácido limitante:

Para se avaliar a qualidade de uma proteína, compara-se sua composição de aminoácidos, com a proteína padrão (do ovo), verifica-se qual dos aminoácidos da proteína em estudo está mais deficiente em relação à padrão. O aminoácido que se apresentar em menor quantidade, é o limitante.

Desnaturação proteica:

Caracteriza-se pela quebra das cadeias lipoprotéicas com a conseqüente desorganização da estrutura interna da proteína. Ocorre quando uma proteína é modificada em sua

conformação, de tal modo que perde suas funções biológicas.

Balanço nitrogenado:

É a diferença de nitrogênio (das proteínas) que é ingerido e a quantidade que é excretado.

1) Balanço nitrogenado equilibrado:

Quando a quantidade de nitrogênio ingerido é igual a excretado. Ex.: adultos normais que não estão perdendo e nem aumentando a sua massa magra (músculos).

2) Balanço nitrogenado negativo: Quando a

quantidade de nitrogênio ingerido é menor que a excretado. Ex.: estado de jejum, dieta pobre em proteínas, dieta restritiva, doenças altamente catabólicas como câncer e AIDS, etc.

3) Balanço nitrogenado positivo: Quando a

quantidade de nitrogênio ingerido é maior que o excretado. Ex.: crianças (fase de crescimento), gestantes, treino de musculação com o objetivo de hipertrofia muscular, etc.

Digestão, absorção e metabolismo:

A digestão das proteínas começa no estômago, que devido a presença de ácido clorídrico, desnatura as proteínas (destrói as ligações de hidrogênio da estrutura química). Com isso, as cadeias proteolíticas perdem a forma e ficam mais acessíveis ao ataque das enzimas.

A enzima pepsina transforma as proteínas em moléculas menores, hidrolisando as ligações peptídicas. No intestino delgado as proteínas sofrem a ação das enzimas produzidas pelo pâncreas (tripsina, quimotripsina, elastase e carboxipolipeptidase).

Após, os peptídeos e aminoácidos absorvidos são transportados ao fígado através da veia porta. Apenas, 1% da proteína ingerida é excretada nas fezes.

Os aminoácidos participarão na construção e manutenção dos tecidos, formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no fornecimento de energia e na regulação de processos metabólicos (anabolismo e catabolismo).

Necessidades diárias:

As necessidades diárias situam-se em torno de 0,8 a 1 grama por quilo de peso. Em relação à contribuição total das proteínas na ingestão calórica, recomenda-se cerca de 10 a 15%.

Fontes alimentares:

Origem animal: carnes (mamíferos, aves, pescados, etc.), vísceras, ovos, leite e derivados.

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Origem vegetal: leguminosas secas

(feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico, etc.) e cereais integrais (milho, trigo, etc.).

Referências

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