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CARTOGRAFIA CRIATIVA: MÉTODOS E TÉCNICAS PARA UMA MELHOR PERCEPÇÃO NOS ANOS INICIAIS

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Academic year: 2021

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CARTOGRAFIA CRIATIVA: MÉTODOS E TÉCNICAS PARA UMA

MELHOR PERCEPÇÃO NOS ANOS INICIAIS

CREATIVE CARTOGRAPHY: METHODS AND TECHNIQUES FOR BETTER

IN INITIAL YEARS PERCEPTION

Matheus Eduardo Souza Teixeira

1

Luís Felipe da Silva

2

Roberto Barboza Castanho

3

¹;²Universidade Federal de Uberlândia/UFU – Câmpus Pontal

Faculdade de Ciências Integradas do Pontal/FACIP

e-mail: matheuseduardo002@gmail.com; luisfgeo@gmail.com

3

Universidade Federal de Uberlândia/UFU – Câmpus Pontal

Faculdade de Ciências Integradas do Pontal/FACIP

e-mail: rbcastanho@gmail.com

RESUMO

Os primeiros registros que podem ser considerados cartográficos são de tempos anteriores à escrita. Assim, vale ressaltar que dentre vários povos, alguns se destacaram, contribuindo de forma significativa para o que chegaria hoje a ser a Cartografia. A Cartografia é uma ciência que trata de estudo e operações tanto na percepção teórica quanto na técnica de elaboração de cartas e mapas, de acordo com o sistema de projeção e escala determinada. O ensino da Cartografia para os anos iniciais vem sendo discutido há bastante tempo por professores de Geografia, no entanto, a concretização de uma iniciação cartográfica nos anos iniciais parece distante da realidade do currículo. Neste sentido, a ciência Cartográfica é de suma importância dentro da Geografia, pois a mesma serve para elucidar dados, representações de espaço, orientações, feições de um tema ou relevo, entre diversos outros. A alfabetização cartográfica consiste no processo de construção de conhecimento no que se refere ao entendimento do uso de mapas, cartas e plantas, ou seja, compreende uma série de passos visando à aprendizagem, para que os alunos prossigam sua formação nos elementos de representação gráfica, para posteriormente, trabalhar com a representação cartográfica. Ainda dentro deste contexto, o ensino da leitura de mapas deve ser compreendido como o processo de aquisição de um conjunto de conhecimentos pelos alunos, para que os mesmos consigam executar a leitura do espaço, representá-lo e, assim, construir os conceitos sobre as relações espaciais. Partindo do princípio de que a Cartografia é uma ciência base da Geografia e de suma importância, faz–se necessário um melhor aprendizado nos anos iniciais, para alicerçar o seu conhecimento empírico ou escolar, bem como uma base no que tange aos aspectos cartográficos. Diante desta proposta, o presente estudo teve como objetivo orientar e preparar os alunos do 6° ano da Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, no município de Ituiutaba – MG, para que os mesmos possam interpretar mapas e, consequentemente, produzir leituras acerca do tema, através de uma linguagem que facilite o aprendizado, tendo em vista sua percepção relacionada ao espaço vivido. Os procedimentos metodológicos que nortearam esta pesquisa se dividiram nas respectivas etapas: a) Revisão bibliográfica em obras ligadas às temáticas relacionadas à Cartografia, Geografia, ensino e práticas pedagógicas; b) Reambulação de campo, onde se efetuou visita na Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, que teve como ideia central apresentar os diferentes métodos e técnicas de Cartografia para um melhor aprendizado dos alunos do ensino fundamental; c) Aplicação de 15 questionários juntos aos alunos, visando averiguar a aceitação em relação à atividade proposta; d) A partir destas etapas concluídas, estabeleceu-se o perfil do grupo de alunos observados, bem como suas carências em relação ao conteúdo cartográfico. O estudo teve como resultados parciais, uma avaliação de novos métodos e técnicas de ministrar o conteúdo de Cartografia voltado aos anos iniciais, uma vez que foram desenvolvidas atividades com o globo terrestre, estudos de mapas temáticos, recortes em revistas e jornais, entre outros procedimentos adotados. Portando, analisou–se a importância de métodos mais didáticos, bem como aqueles que apresentam uma maior compreensão para as crianças, principalmente os temas de cunho cartográfico ministrados no ensino fundamental e que devem ser complementados com atividades e elementos que venham despertar um maior interesse pela Geografia como um todo.

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ABSTRACT

The first records that can be considered are cartographic from time prior to writing. Thus, it is worth mentioning that among various peoples, some stood out, contributing in a way means meaningful for what would today be cartography. Cartography is a science that deals with study and operations both in the theoretical and in perception technique of preparation of charts and maps, according to the projection system and scale determined. Teachers of geography have discussed the teaching of Cartography for the early years for quite some time, however, the realization of a cartographic initiation in the initial years seems distant from reality of the curriculum. In this sense, the Cartographic science is of paramount importance within the geography, because it serves to elucidate data, representations of space, guidelines, features a theme or relief, among several others. Cartographic literacy is the knowledge-building process with regard to the understanding of the use of maps, letters and plants, namely, comprises a series of steps aimed at learning, for students to pursue their training in the elements of graphical representation, for later working with the cartographic representation. Yet within this context, the teaching of reading maps must be understood as the process of acquiring a set of knowledge by the students, so that they can perform the reading space, represent him and thus build the concepts about spatial relations. Assuming the Cartography is a science basis of geography and of paramount importance, makes – if necessary a better learning in the early years, to build your empirical knowledge or school as well as a base with regard to cartographical aspects. On this proposal, the present study aimed to guide and prepare students for the 6th grade to Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, in the município of Ituiutaba-MG, so that they can interpret maps and hence produce readings on the subject, through a language that facilitates learning, with a view to their perception related the space lived. The methodological procedures that guided this research were divided in their steps: a) literature review on works related to themes related to Cartography, geography, education and pedagogical practices; b) Observation field, where he conducted visit to Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, which had as its central idea to present the different methods and techniques of Cartography for a better learning of elementary students; c) applying 15 questionnaires together students, aiming at ascertain the acceptance in relation to the proposed activity; d) from these steps completed, settled the group profile of students observed, as well as their shortcomings in relation to the Cartographic content. The study had as partial results, an evaluation of new methods and techniques for teaching the contents of Cartography back to the early years, since they were developed activities with the globe, studies of thematic maps, clippings in magazines and newspapers, among other procedures adopted. Porting, analyzed the importance of teaching methods, as well as those who have a greater understanding for the children, especially the topics of cartographic slant taught in elementary school and must be complemented with activities and elements that will arouse greater interest by geography as a whole.

Keywords:

Geography, Cartography, Elementary School.

1. INTRODUÇÃO

A Ciência Cartográfica sempre esteve presente na vida dos seres humanos. Desde o homem Pré-Histórico, há registro do uso dessa Ciência na delimitação do espaço em cavernas através de desenhos rupestres, no intuito de apontar os principais locais de caça, pesca e coleta. Logo em seguida, na linha dialética, se tem a contribuição de diversos povos, e cada um, de maneira diferencia, da proporcionou um avanço na forma de representação do espaço, delimitando-o e complementado com muitas informações.

Assim, dentre os povos antigos, destaca-se a Grécia Antiga e seus vários “estudiosos” com suas concepções acerca da forma da Terra, que deram os primeiros passos para mais descobertas e para o aprimoramento destas ideias Cartográficas. Por exemplo, Pitágoras e Aristóteles (ambos entre 550 e 350 a. C.) em suas concepções determinaram que a Terra fosse de forma esférica. (FITZ, 2008, p.13) afirma que, “desde a época do apogeu da antiga Grécia, muitos pensadores já acreditavam que a Terra possuía uma superfície esférica e buscavam encontrar formas de calcular sua circunferência”.

Em meados de 1930, a Cartografia ainda procurava se firmar como uma ciência independente, com o foco principal voltado à Cartografia Temática. Muitos geógrafos ligados à pesquisa de Geografia Regional também tinham interesse por mapas, o que deu, inicio a uma tendência do reconhecimento de mapas como uma temática de estudos. [...] Neste sentido, a Cartografia progrediu muito após a Segunda Guerra. As associações cartográficas de todo o mundo foram reunidas pela primeira vez sob a forma de Associação Cartográfica Internacional – ACI, em 1959. Deste modo, a ACI tornou-se um fórum internacional para a introdução de teorias, apresentações de pesquisa e de avanços tecnológicos. (ARCHELA; ARCHELA, 2002).

Ainda neste contexto, deve-se enfatizar que a Cartografia é uma ciência que trata do estudo e operações tanto na percepção teórica, quanto na técnica de elaboração de cartas e mapas, de acordo com o sistema de projeção e escala determinada, visando melhor traduzir os elementos constantes no Espaço Geográfico para um plano de informações (mapas impressos ou digitais).

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Partindo desta premissa, a ciência Cartográfica é de suma importância dentro da Geografia, pois a mesma serve para elucidar dados, representações de espaço, orientações, feições de um tema ou relevo, entre diversos outros.

Nesta perspectiva, o ensino da Cartografia para os anos iniciais vem sendo discutido por professores de Geografia, no entanto, a concretização de uma iniciação cartográfica nos anos iniciais parece distante da realidade do currículo.

A alfabetização cartográfica consiste no processo de construção de conhecimento no que se refere ao entendimento do uso de mapas, cartas e plantas, ou seja, compreende uma série de passos visando à aprendizagem, para que os alunos prossigam sua formação nos elementos de representação gráfica, para posteriormente, trabalhar com a representação cartográfica.

O responsável pela formação do estudante no conteúdo de Cartografia é o professor de Geografia que para cumprir com eficácia a sua função, terá que possuir conhecimentos e sensibilidade no despertar das percepções para o trabalho dos conceitos Cartográficos. O ensino da Cartografia nos níveis de ensino fundamental é muito importante no sentido de instigar a percepção espacial, proporcionando à criança o entendimento sobre o espaço físico que habita. A eficiência do educador em despertar estas habilidades no aluno dependerá em grande parte, da sua capacitação nos conteúdos relacionados à temática. (CARNEIRO et al, s/d).

Diante disto, a pesquisa teve como objetivo orientar e preparar os alunos do 6° ano da Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, no município de Ituiutaba – MG, para que os mesmos pudessem interpretar mapas e, consequentemente, produzir leituras acerca do tema, através de uma linguagem que facilite o aprendizado, tendo em vista sua percepção relacionada ao espaço vivido.

Partindo deste princípio, faz-se necessário entender os métodos e técnicas que facilitam para os alunos nos anos inicias a compreensão da Ciência Cartográfica, aplicando-se atividades e oficinas mais didáticas à cerca do tema, tendo em vista a percepção dos estudantes.

2. ALICERCE TÉRICO

2.1 Conhecendo um pouco mais sobre Cartografia Escolar

A Cartografia Escolar possibilita pensar significativamente o conhecimento do Espaço Geográfico através da leitura e entendimento das representações Cartográficas para além do objeto de estudo, ou seja, na formação de seu significado. (FRANCISCHETT, 2007).

Espaço Geográfico é definido por (SANTOS, 2004, p. 63), como, “o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos de ações, não considerado isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá”.

Com o passar do tempo, a linguagem Cartográfica reafirma sua importância no ensino de Geografia, pois contribui não só para que os alunos compreendam os mapas, mas também para que eles desenvolvam capacidades cognitivas relativas à representação do Espaço, e ainda, oferece a percepção necessária para que se adquiram conhecimentos fundamentais no que tange aos aspectos Geográficos. (FRANCISCHETT, 2007).

Neste contexto, (NASCIMENTO E HETKOWSKI, 2011, p. 3141), discorrem que,

A educação cartográfica é o processo de ensino e aprendizagem destinado ao desenvolvimento de habilidades que propiciem a leitura cartográfica. No entanto, esse processo perpassa tais habilidades, pois está relacionado ao movimento contínuo de apreensão, integração e formação do espaço.

A Ciência Cartográfica deve ser trabalhada desde o início da escolaridade, contribuindo para que os estudantes não só compreendam, mas para que utilizem os materiais como, bússolas, mapas, cartas topográficas, e ainda, desenvolvam a capacidade de representar o Espaço Geográfico. (OLIVEIRA; SOUSA, s/d)

Neste sentido, (NASCIMENTO E HETKOWSKI, 2011) falam que o professor ao ensinar Cartografia deve não somente preparar o aluno para ler os mapas ou elementos teoricamente criados, mas também possibilitar que o estudante faça uma interpretação do mundo, contemplando os aspectos locais com mais ênfase, bem como elucidando sua inserção num contexto global. Ainda sobre essa relação entre o cotidiano e teórico, (CASTELLAR, 2009, p. 221), traz a seguinte afirmação:

O mais difícil da prática docente é provocar a dialética entre o conhecimento cotidiano e o conhecimento acadêmico, potencializando-se assim novos conhecimentos, em um processo no qual os objetivos conjuguem conceitos, esquemas e experiências para garantir uma aprendizagem sólida e significativa, sem diminuir ou aligeirar conteúdos. Por isso pensar uma Educação Geográfica significa superar as aprendizagens repetitivas e arbitrárias e passar a adotar práticas de ensino que invistam nas habilidades: análises, interpretações e aplicações em situações

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práticas; trabalhar a cartografia como metodologia para a construção do conhecimento geográfico, a partir da linguagem cartográfica; analisar os fenômenos em diferentes escalas; compreender a dimensão ambiental, política e socioeconômica dos territórios.

Assim, pode-se dizer que é no desenvolvimento das noções espaciais que o estudante adquirirá embasamento para o entendimento das representações Cartográficas e do Espaço Geográfico. Neste sentido, para uma contribuição significativa para o desenvolvimento da cidadania, é necessário que a criança valorize o aprendizado espacial frente ao Espaço compreendido, elaborando seus próprios mapas de uma forma interativa, associando conhecimentos obtidos em sua realidade sociocultural. (ROSA, 2010).

2.2. Da Teoria às Práxis Pedagógicas

As práticas pedagógicas estão relacionadas às ações que se utilizam para ensinar, desde o modo de preparar uma aula, até a técnica e os métodos a serem usados.

Assim, (SOUZA, 2004, p.1), conceitua práticas pedagógicas como sendo,

Compreender a prática pedagógica no momento atual da sociedade brasileira requer a utilização da categoria totalidade, entendida como a expressão das características marcantes da sociedade que da influenciam a realidade educacional. Ter como ponto de partida os aspectos da formação socioeconômica brasileira, as relações de produção, classes sociais, cultura como prática social e ideologia são fundamentais para analisar os múltiplos determinantes da prática pedagógica.

As práticas pedagógicas são de fundamental importância no que tange aos aspectos da aprendizagem nos anos inicias, visto que, os alunos necessitam de formas mais didáticas de se passar o conteúdo previsto, para que assim, o estudante possa compreender o que está sendo proposto.

Neste sentido, (FRANCISCHETT, 2007, p. 1), aborda em relação às práticas pedagógicas, a seguinte contextualização,

Na prática pedagógica, a metodologia de ensino faz a referência do professor. As dinâmicas nas aulas são necessárias para auxiliar a compreensão dos conteúdos bem como para decodificar os sinais, os símbolos, os signos em conceitos relativos. Importante também são as atividades que norteiam as aulas de Geografia principalmente quando se estudam mapas e demais representações.

Vale ressaltar que um professor qualificado, não se constitui apenas de teoria, apesar de tal importância. O professor vai se formando na relação teoria e prática, pois a partir da ação e da reflexão que o professor se constrói enquanto indivíduo em pleno estado de mudança.

Considerando-se a prática pedagógica como uma ação humana, é necessário nortear uma discussão embasada no reconhecimento das formas distintas de se idealizar conhecimento. Assim, indivíduos na produção do saber, não pensam de maneira uniforme. Um exemplo nítido é a sala de aula, que de fato é um cenário para o encontro das múltiplas formas de se formar e reformar opiniões. No entanto é preciso compreender que, o professor antes de tudo, se deve colocar na condição de sujeito capaz de fazer mudanças e questionar a sua própria prática, sendo necessário que ele tenha conhecimento dos problemas socioeconômicos e culturais, para se autoavaliar e poder fazer mudanças de acordo com a realidade presente dos seus alunos. (SILVA et al, s/d).

Construir o currículo com base nessa tensão não é tarefa fácil e irá certamente requerer ao professor nova postura, novos saberes, novos objetivos, novos conteúdos, novas estratégias e novas formas de avaliação. Será necessário que o docente se disponha e se capacite a reformular o currículo e a prática docente com base nas perspectivas, necessidades e identidades de classes e grupos subalternizados. (MOREIRA, CANDAU, 2003, p. 157).

Salienta-se que o professor é um instrumento de fundamental importância na construção pessoal e intelectual do aluno, quando o mesmo mostre seus ensinamentos de forma ética e moral. Neste sentido, (FREIRE, 2013, p.58), discorre que,

O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu

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lugar” ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência. É neste sentido que o professor autoritário que, por isso mesmo, afoga a liberdade do educando, amesquinhando o seu direito de estar sendo curioso e inquieto, tanto quanto o professor licencioso, rompe com a radicalidade do ser humano – a de sua inclusão assumida em que se enraíza a eticidade.

3. PERCURSO METODOLÓGICO

No que se referem aos aportes metodológicos da presente pesquisa, estes foram divididos em etapas, visando uma melhor dinâmica para a compreensão e difusão das áreas estudadas. Assim as etapas são as seguintes:

Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica visando alicerçar as temáticas trabalhadas, ou seja, organizou-se uma coleta de dados em artigos, livros, revistas e entre as áreas do saber científico, para que através disto fosse possível efetuar uma fundamentação teórica da pesquisa e uma sustentação das discussões que seriam realizadas posteriormente. Ainda destaca-se que as principais temáticas trabalhadas nesta fase vêm ao encontro da proposta inicial do estudo, como Cartografia, Cartografia Escolar, Práticas Pedagógicas, Cartografia aplicada nos anos inicias do ensino, bem como pesquisas relacionadas à oficina didática a ser aplicada para os alunos do ensino fundamental.

Na segunda etapa, realizou-se a elaboração do material didático para ser aplicado na oficina, e foi necessário cartolina, tesoura, lápis de cor, régua, impressão, base digital cartográfica, para o desenvolvimento do material, que se tornou um jogo da memória e um mapa de identificação de regiões.

Posterior a isto, obteve-se a reambulação de campo, e se efetuou uma visita na Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, que teve como ideia central apresentar os diferentes métodos e técnicas de Cartografia para um melhor aprendizado dos alunos do ensino fundamental.

A partir das atividades desenvolvidas na Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, aplicou-se 15 questionários juntos aos alunos, visando averiguar a aceitação em relação às atividades desenvolvidas, bem como as suas deficiências cartográficas.

Após todas estas etapas concluídas, estabeleceu-se o perfil do grupo de alunos observados, bem como suas carências em relação ao conteúdo cartográfico.

Para melhor compreensão, elaborou-se um fluxograma (figura 01) com os procedimentos metodológicos que nortearam a pesquisa.

Figura 01: Fluxograma dos procedimentos metodológicos

Org.: Matheus Eduardo Souza Teixeira e Roberto Barboza Castanho (2014).

4. APONTAMENTOS ACERCA DA PRÁXIS

O estudo teve como resultado uma avaliação de novos métodos e técnicas de ministrar o conteúdo de Cartografia voltado aos anos iniciais, uma vez que foram desenvolvidas atividades com o globo terrestre, estudos de mapas temáticos, recortes em revistas e jornais, entre outros procedimentos adotados.

Neste contexto, destacam-se algumas atividades que foram desenvolvidas com os alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, aproveitando o ensejo da realização da Copa do Mundo da FIFA (Fédération Internationale de Football Association). Ações como identificação de países, continentes e bandeiras

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das equipes participantes foram alguns dos temas abordados, relacionando a Cartografia Escolar com o momento em que os estudantes estão vivenciando no Brasil. Contextualizando o território brasileiro, procurou-se organizar na oficina de “Regiões e produção industrial”.

Nas fotos 01 a 04, pode-se observar a elaboração da oficina de identificação das regiões, e com a utilização de lápis coloridos, os alunos identificaram as Regiões Geográficas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a produção industrial de cada rótulo selecionado.

Foto 01: Vista parcial de embalagens de produtos e base cartográfica utilizada na oficina de “Regiões e Produção Industrial”.

Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Foto 02: Estudantes realizando a atividade de identificação das regiões na base cartográfica. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Foto 03: Base cartográfica parcialmente colorida pelos alunos. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

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Foto 04: Vista parcial de alguns alunos durante a realização da oficina proposta. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Em outro momento, dando continuidade ao processo de ensino-aprendizagem versou-se sobre o tema Cartografia Criativa e propôs-se uma atividade relacionando as bandeiras dos Países participantes da Copa do Mundo, com identificações destes no globo terrestre através de uma metodologia denominada de “jogo da memória”, conforme se observa nas fotos 05 a 08.

Foto 05: Momento de preparação do material didático para a oficina “Cartografando a Copa do Mundo”. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Foto 06: Momento de preparação do material didático para a oficina “Cartografando a Copa do Mundo”. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

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Foto 07: Material da oficina “Cartografando a Copa do Mundo”. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Foto 08: Momento registrado durante a realização da oficina “Cartografando a Copa do Mundo”. Fonte: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

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Após a realização das oficinas, utilizou-se de um instrumento avaliativo com os alunos participantes, buscando observar o grau de entendimento geográfico dos mesmos, bem como estabelecendo os pontos positivos e negativos da atividade proposta.

Assim, na primeira indagação (Você gostou da atividade desenvolvida?), obteve-se 93% na opção sim e 7% na alternativa não (gráfico 01), levando a crer que se obteve um alto índice de aceitação no que tange aos aspectos da atividade desenvolvida.

Gráfico 01: Tabulação da primeira pergunta do questionário. Org.: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Já na segunda indagação (Você tinha conhecimento das bandeiras dos países da Copa do Mundo de 2014), alcançou-se 33% na opção sim e 77% na alternativa não (gráfico 02). Nota-se que a maioria não tinha conhecimento das bandeiras dos países participantes da Copa do Mundo de 2014.

Gráfico 02: Tabulação da segunda pergunta do questionário. Org.: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

A terceira pergunta do questionário foi definida da seguinte forma (Você aprende melhor quando a atividade é desenvolvida com novos métodos e técnicas?), sendo contabilizados 93% na alternativa sim e 7% na opção não (gráfico 03). Observa-se uma aceitação no que se refere à intervenção de práticas pedagógicas desta natureza para uma melhor compreensão do aluno nas séries iniciais.

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Gráfico 03: Tabulação da terceira pergunta do questionário. Org.: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

Neste sentido, a última indagação do questionário, fundamenta-se na seguinte pergunta (Qual o grau de dificuldade da oficina em sua opinião?), onde 73% das respostas foram “fácil”, 20% responderam a alternativa “médio” e 7% denominam a atividade proposta como “difícil” (gráfico 04). Nota-se através dos resultados, que os alunos tiveram uma facilidade para desenvolver a oficina, consequentemente, obtém-se um apoio considerável no quesito didático pedagógico, utilizando-se métodos alternativos como este aplicado.

Gráfico 04: Tabulação da quarta pergunta do questionário. Org.: Matheus Eduardo Souza Teixeira (2014).

5. PALAVRAS FINAIS

Assim, pode-se dizer que é no desenvolvimento das noções espaciais que o aluno estará adquirindo embasamento para a compreensão das representações cartográficas e do espaço geográfico em questão.

Para a contribuição significativa do desenvolvimento da cidadania, o aluno precisa valorizar o aprendizado espacial frente ao espaço percebido, sendo assim, vivenciar, compreender, construir e aprender seus próprios mapas de uma maneira interativa, atrelando isso aos conhecimentos que já possui aos que se acrescenta dentro de sua realidade escolar e também do empírico.

A partir disto, as contribuições da Cartografia tornam-se de suma importância para compreender os elementos da superfície terrestre, correlacionando e analisando diferentes níveis de informação. Deste modo, para contribuir significativamente com o aprendizado da leitura e interpretação de mapas, a criança precisa ter adquirido habilidades ao longo das séries inicias.

Portanto, nota-se uma grande importância das práticas alternativas de cunho pedagógico voltado aos anos iniciais, pois é uma grande contribuição para o conhecimento do aluno que está inserido no ensino fundamental, assim novos métodos e técnicas são necessários para que esse aluno possa assimilar conhecimentos Cartográficos, considerando a complexidade dessa ciência para as crianças.

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