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UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO MPA

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA

LUÍS HENRIQUE NÓBREGA DE FARIA GOMES

FATORES INFLUENCIADORES DA EMPREGABILIDADE DE ALUNOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

NATAL/RN 2020

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LUÍS HENRIQUE NÓBREGA DE FARIA GOMES

FATORES INFLUENCIADORES DA EMPREGABILIDADE DE ALUNOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Dissertação de Mestrado

apresentado ao Programa de Pós- Graduação Scricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, linha de pesquisa: Gestão Estratégica,

ORIENTADORA: Prof. Dra. Eliana Andréa Severo

NATAL/RN 2020

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LUÍS HENRIQUE NÓBREGA DE FARIA GOMES

FATORES INFLUENCIADORES DA EMPREGABILIDADE DE ALUNOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Dissertação de Mestrado

apresentado ao Programa de Pós- Graduação Scricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, linha de pesquisa: Gestão Estratégica.

ORIENTADORA: Prof. Dra. Eliana Andréa Severo

Aprovado em: 14/01/2020

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Eliana Andréa Severo Orientadora

Universidade Potiguar - UnP

Prof. Dr. Manoel Pereira da Rocha Neto Examinador

Universidade Potiguar - UnP

Prof. Dra. Cristine Harmann Nodari Examinadora

Universidade Potiguar - UnP

Prof. Dr. Júlio Cesar Ferro de Guimarães Examinador externo

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

NATAL/RN 2020

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RESUMO

Em um País onde os índices de desemprego são crescentes é natural que a empregabilidade seja o principal anseio e objetivo dos estudantes das Instituições de Ensino Superior (IES). Mas o simples fato de ter a formação acadêmica, não é mais suficiente para que os egressos sejam absorvidos pelo mercado de trabalho. Além de uma crise econômica e política que perdura no Brasil, as profissões passam por mudanças radicais, o que vem dificultando a oferta de empregos. A empregabilidade significa habilidades, competências e comportamentos que sejam atrativos e atendam às necessidades do mercado de trabalho. Diante desse cenário, o estudo teve como objetivo analisar os fatores influenciadores na empregabilidade de alunos das IES. A metodologia utilizada tratou-se de uma pesquisa de caráter quantitativo e descritivo, por meio de uma survey, em uma amostra de 411 alunos de IES. Nesse contexto, o estudo analisou se os fatores como ensino da inovação, ensino do empreendedorismo, a utilização de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, a gestão de competência e a inteligência emocional, influenciam na empregabilidade dos alunos egressos das IES. Para análise e interpretação dos dados utilizou-se a análise fatorial confirmatória e a regressão linear múltipla, os dados foram validados através dos testes beta, KMO, teste de esfericidade de Barlett, foram analisadas também a média, o desvio padrão, comunalidade e as cargas fatoriais das variáveis investigadas, para análise de confiabilidade dos dados utilizou-se o alfa de Cronbach e a matriz de correlação de Pearson. Os resultados encontrados confirmam que o ensino de inovação, ensino do empreendedorismo, metodologias ativas de ensino e aprendizagem, gestão de competências e inteligência emocional influenciam positivamente na empregabilidade dos egressos das IES. Destaca-se a confirmação que a inteligência emocional exerce um efeito moderador na empregabilidade. Como contribuição acadêmica, a pesquisa desenvolveu um modelo de análise de fatores antecedentes a empregabilidade e trouxe um framework que foi confirmado após a realização da análise estatística. Gerencialmente o estudo proporcionou ao mercado de trabalho informações para minimizar a lacuna existente, entre as habilidades disponibilizadas pelas IES e a real necessidade requerida pelo mercado profissional. A pesquisa também mostrou sua relevância social, proporcionando aos jovens egressos das IES, informações e ferramentas para potencializar sua inserção no mercado de trabalho. Diante dos resultados, ressalta-se a importância das IES implementarem ferramentas para que seus alunos tenham acesso a todos esses fatores, maximizando sua inserção no mercado de trabalho como também sua permanência.

Palavras-chave: Empregabilidade. Ensino Superior. Inovação. Inteligência

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ABSTRACT

In a country where unemployment rates are increasing, it is natural that employability is the main desire and objective of students at Higher Education Institutions (HEIs). But the simple fact of having an academic background is no longer enough for graduates to be absorbed by the job market. In addition to an economic and political crisis that endures in Brazil, the professions are undergoing radical changes, which has made it difficult to offer jobs. Employability means skills, competences and behaviors that are attractive and meet the needs of the labor market. In view of this scenario, the study aimed to analyze the factors that influence the employability of students from HEIs. The methodology used was a quantitative and descriptive research, through a survey, in a sample of 411 HEI students. In this context, the study analyzed whether factors such as teaching innovation, teaching entrepreneurship, the use of active teaching and learning methodologies, competence management and emotional intelligence, influence the employability of students graduating from HEIs. For analysis and interpretation of the data, confirmatory factor analysis and multiple linear regression were used. The data were validated using the beta tests, KMO, Barlett's sphericity test, the mean, standard deviation, commonality and loads were also analyzed. factorials of the investigated variables, Cronbach's alpha and Pearson's correlation matrix were used for data reliability analysis. The results found confirm that the teaching of innovation, the teaching of entrepreneurship, active teaching and learning methodologies, skills management and emotional intelligence positively influence the employability of graduates of the HEIs. The confirmation that emotional intelligence has a moderating effect on employability stands out. As an academic contribution, the research developed a model of analysis of factors antecedent to employability and brought a framework that was confirmed after carrying out the statistical analysis. Managerially, the study provided the job market with information to minimize the existing gap, between the skills provided by HEIs and the real need required by the professional market. The research also showed its social relevance, providing young graduates of the HEI, information and tools to enhance their insertion in the labor market. In view of the results, it is emphasized the importance of HEIs to implement tools so that their students have access to all these factors, maximizing their insertion in the labor market as well as their permanence.

Keywords: Employability. University education. Innovation. Emotional intelligence.

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Dedico este trabalho aos jovens estudantes do nosso país, que sonham com um futuro melhor e mais digno, por meio de uma educação de qualidade que possa maximizar sua inserção no mercado de trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar ao grande arquiteto do universo, Jesus Cristo e a todos seus anjos e espíritos de luz, que nos permitiram e nos protegem nesta existência.

Aos meus filhos, Adson Henrique e Emilly Beatryz, pela compreensão da ausência como pai para que pudéssemos concluir essa missão.

Aos meus pais, Cícero Gomes e Maria Teresinha, que nunca mediram esforços na construção do alicerce emocional e dos princípios dignos que hoje sustentam minha vida.

A minha esposa Rédja Russély, pela total dedicação, cuidado, compreensão e apoio, cruciais para a conclusão desta caminhada.

Nossa gratidão a todos os professores que nos agraciaram com seu vasto conhecimento e experiências de vida, em especial ao professor e coordenador Walid que nunca mediu esforços em busca da excelência para nosso curso.

Nosso agradecimento especial aos professores Júlio, Manoel e Cristine que contribuíram de forma especial aceitando fazer parte das nossas bancas e engrandecendo nosso trabalho com suas sugestões e observações.

Agradecer de coração a professora Eliana Andréa Severo, por ter aceitado o desafio de nos orientar nesta missão. Não temos palavras para mensurar tamanha gratidão, pela dedicação, amizade, sensibilidade e todos os ensinamentos que nos foram repassados durante esta caminhada. Fica aqui nossa imensa gratidão ao profissional excepcional que a Sra. é, mas em especial ao ser iluminado, humano e amigo, um verdadeiro anjo de luz que tive a honra e o prazer de conhecer.

Agradecer a todos nossos colegas de turma, em especial, Ênio, Fernando, Arícia e Robson, que nos acolheram e nos ajudaram sempre que necessitamos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Conceito do Projeto de Dissertação ... 17

Figura 2- Estrutura social da Tríplice Hélice ... 24

Figura 3- Mapa mental do referencial teórico ensino da inovação. ... 26

Figura 4- Perfil dos Universitários em relação ao empreendedorismo no Brasil ... 28

Figura 5- Principal motivação do trabalho com base no perfil do aluno ... 29

Figura 6- Perfil do aluno empreendedor no Brasil ... 30

Figura 7- Mapa mental do referencial teórico ensino do empreendedorismo. ... 31

Figura 8- Características das metodologias ativas de ensino ... 35

Figura 9- Mapa mental do referencial teórico metodologias ativas de ensino e aprendizagem. ... 36

Figura 10- As inteligências múltiplas de Howard Gardner ... 37

Figura 11- Modelo de competência emocionais de IE ... 38

Figura 12- Mapa mental do referencial teórico inteligência emocional ... 41

Figura 13- Competências para o século XXI ... 43

Figura 14- Mapa mental do referencial teórico gestão de competências ... 45

Figura 15- Mapa do mercado de trabalho brasileiro. ... 46

Figura 16- Os componentes essenciais da empregabilidade... 49

Figura 17- Mapa mental do referencial teórico da pesquisa e seus relacionamentos 50 Figura 18- Resultado da regressão dos construtos ... 79

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Questionário ... 55

Tabela 2- Média e Desvio Padrão ... 59

Tabela 3- Resultado KMO, Teste de Barlett e o Alfa de Cronbach de todas as variáveis da pesquisa ... 60

Tabela 4- Matriz de Correlação de Pearson para o construto Empregabilidade ... 60

Tabela 5- Matriz de Correlação de Pearson para o construto Ensino da Inovação ... 61

Tabela 6- Matriz de Correlação de Pearson para o construto Ensino do Empreendedorismo ... 61

Tabela 7- Matriz de Correlação de Pearson para o construto Inteligência emocional ... 62

Tabela 8- Matriz de Correlação de Pearson para o construto Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem. ... 62

Tabela 9- Matriz de Correlação de Pearson para o construto Gestão de Competências. ... 63

Tabela 10- Validação dos dados para o construto Empregabilidade... 64

Tabela 11- Análise Fatorial intrablocos para o construto Empregabilidade. ... 65

Tabela 12- Validação dos dados para o construto Ensino da Inovação. ... 65

Tabela 13- Análise Fatorial intrablocos para o construto Ensino da Inovação ... 66

Tabela 14- Validação dos dados para o construto Ensino do Empreendedorismo .... 66

Tabela 15- Análise Fatorial intrablocos para o construto Ensino do Empreendedorismo ... 67

Tabela 16- Validação dos dados para o construto Inteligência Emocional ... 68

Tabela 17- Análise Fatorial intrablocos para o construto Inteligência Emocional ... 68

Tabela 18- Análise Fatorial intrablocos para o construto Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem ... 69

Tabela 19- Análise Fatorial intrablocos para o construto Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem ... 70

Tabela 20- Análise Fatorial intrablocos para o construto Gestão de Competências .. 70

Tabela 21- Análise Fatorial intrablocos para o construto Gestão de Competências .. 71

Tabela 22- Fase 1 da regressão linear múltipla ... 72

Tabela 23- Fase 2 da regressão linear múltipla ... 73

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Tabela 25- Teste Beta de EMP com medEP ... 75

Tabela 26- Teste Beta IE com medEP ... 76

Tabela 27- Teste Beta de MA com medEP ... 77

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ... 15 1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO ... 17 1.2.1 Objetivo Geral ... 17 1.2.2 Objetivos Específicos ... 17 1.3 JUSTIFICATIVA ... 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 22 2.1 ENSINO DA INOVAÇÃO ... 22 2.2 ENSINO DO EMPREENDEDORISMO ... 26

2.3 METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM ... 32

2.4 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ... 36

2.5 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS NA EMPREGABILIDADE ... 42

2.5.1 A EMPREGABILIDADE ... 45

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ... 52

3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 53

3.2 TÉCNICA DE COLETA DOS DADOS ... 53

3.3 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS ... 56

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 58

4.1 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA ... 58

4.2 ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS ... 58

4.4 ANÁLISE FATORIAL INTRABLOCOS ... 63

4.5 REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA ... 71

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 81

REFERÊNCIAS ... 85

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1 INTRODUÇÃO

As preocupações dos jovens universitários, profissionais e do próprio mercado de trabalho sobre as incertezas do futuro das profissões e consequentemente sobre o perfil, competências e habilidades que serão exigidas do profissional pelo mercado de trabalho, instiga uma investigação que consiga identificar fatores que possam influenciar na empregabilidade.

As informações cooptadas pela pesquisa devem auxiliar o direcionamento dos jovens universitários que precisam entender melhor essa realidade, assim como para as Instituições de Ensino Superior (IES), que podem utiliza-las para implementar metodologias que possibilitem aos seus egressos uma maximização de sua empregabilidade e para o mercado de trabalho que vai ter a sua disposição profissionais com as habilidades que atendam às suas necessidades.

Através desta pesquisa, buscou-se analisar se os fatores como inovação, empreendedorismo, o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, gestão de competências e a inteligência emocional podem influenciar de forma individual ou conjunta sobre empregabilidade dos graduandos ao saírem das IES.

A inovação, segundo Schwab, (2019), é uma das molas propulsoras das mudanças do mundo das profissões. Druker (1985), por sua vez, afirma que a inovação é uma ferramenta indispensável do empreendedorismo e essencial em todos os indivíduos e organizações, que buscam desenvolver novas atividades ou produtos e serviços, ou ainda melhorar os processos já existentes.

Neste cenário, é coerente afirmar que a inovação e o empreendedorismo são relevantes para o mercado de trabalho, pois exercem um papel de diferenciador de uma forma individual e profissional (CRIPE; MANSFIELD, 2003).

Percebe-se a importância do graduando em ter acesso ao desenvolvimento de habilidades como empreendedorismo e o espírito inovador, podendo ser utilizada técnicas como metodologias ativas de ensino e aprendizagem. A convivência de alunos com as metodologias de aprendizagem ativa pode auxiliar na superação de obstáculos complexos em todos os campos, o que facilita a percepção do conhecimento e competência para escolhas que proporcione a realização dos objetivos (MORAN, 2018).

Consequentemente o aprendizado de forma mais ativa leva também ao desenvolvimento de habilidades sócio emocionais. O desenvolvimento da

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Inteligência Emocional (IE), de acordo com os estudos de Neves (2017), demonstram que as habilidades de IE, como otimismo, assertividade, o trabalho em equipe, e empatia são as mais valorizadas pelos empregadores.

A gestão dessas competências se faz necessário começar desde do curso de graduação sempre com o objetivo de despertar no aluno as habilidades necessárias para atender as necessidades do mercado, maximizando assim sua empregabilidade. Segundo Draganidis e Mentzas (2006), quando se utiliza com eficiência a gestão de competência, oferece ao aluno a identificação do conhecimento, habilidades, comportamentos e todos os recursos que serão exigidos para atender as necessidades das organizações, potencializando sua inserção e permanência no mercado de trabalho.

A preocupação é potencializada quando se analisa os índices de desemprego crescente do Brasil, além do contexto de mudanças e insegurança no mercado de trabalho. O país vive um momento de incertezas econômicas, sociais e políticas, com base em dados, a taxa de desemprego do país continua alta, a pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD CONTÍNUA, 2019) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstra que o Brasil finalizou o terceiro trimestre de 2019 com a taxa média de pessoas desocupadas de 11,8%, o que representa 12,5 milhões de brasileiros. Esse cenário reverbera em toda a sociedade, e revela um anseio da maioria dos jovens, que é a possibilidade de sonhar com um futuro seguro e a garantia de um emprego digno.

Huang e Turner (2018) afirmam que todos os esforços e investimentos no ensino superior devem ter a empregabilidade dos seus egressos como centro das atenções, ainda afirmam que o sucesso das IES será mensurado pela taxa de empregabilidade dos seus alunos, já que a expectativa do mercado é que as universidades preparem seus egressos para atender às demandas de uma economia globalizada.

Esse alerta está ressoando nas IES, que precisam compreender a necessidade de milhares de cidadãos que têm a expectativa de conquistarem não só um diploma, mas habilidades técnicas e comportamentais, necessárias para terem garantidas sua empregabilidade. Por esse motivo, o processo de escolha de uma IES está se tornando mais complexo e o potencial de empregabilidade é um dos principais parâmetros para a predileção da carreira profissional, mas diante da instabilidade econômica e política e as incertezas dos futuro das profissões, é

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urgente que as IES disponibilizem para seus alunos ferramentas que garantam, além das capacidade técnicas que a profissão exige, habilidades complementares que possam maximizar a empregabilidade de seus egressos.

De acordo com Pham e Saito (2019), os empregadores ainda não estão satisfeitos com a qualidade dos egressos das IES e sugerem que ao se investir para a maximização no desenvolvimento de habilidades para ampliar o potencial de empregabilidade, seja com em consonância com as expectativas e necessidades do mercado de trabalho.

Em um cenário de instabilidade profissional, há uma grande insegurança por parte de todos os profissionais, tanto aqueles que já estão inseridos e que temem pela sua permanência, como as gerações que estão se preparando para ingressar e encontram um mercado envolto de inovações, e termos como Indústria 4.0, Transformação Digital, Inteligência Artificial e Mercado Disruptivo, que representam tendências que são alicerces para os pilares em todas as áreas profissionais, isso vem provocando instabilidade, pois não se consegue mais prever com segurança o que o futuro reserva para as profissões.

Fazendo uma análise do contexto histórico, sobre as IES no Brasil, no final do século XX e início do século XXI, houve uma revolução no ensino superior, proporcionando um grande aumento de IES, em especial de instituições privadas (ALTBACH; REISBERG; RUMBLEY, 2009).

Segundo a última pesquisa sobre o ensino superior no Brasil, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2017), o país possui 296 IES públicas e 2.152 privadas, o que representa 87,9% da rede.

Em relação aos ingressos de alunos nas IES, em 2017, houve um registro de 322.249 novos alunos nas instituições no Brasil. Desse total, a pesquisa também analisou o número de concluintes em 2017 que foi de 1.199.769 (INEP, 2017).

Contudo, percebe-se que esse cenário de crescimento do número de IES e consequentemente de pessoas com formação profissional, destoa dos índices de empregabilidade. Neste contexto, existe um lapso no processo de implementação e execução de estratégias para maximização da empregabilidade para os alunos das IES.

Verifica-se uma distorção entre o crescimento do número de formandos e o índice de desemprego, natural seria que com o crescimento do número de IES, ou

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seja, com mais pessoas qualificadas no mercado, o índice de desemprego tendesse a diminuir.

Neri (2001), afirma que a empregabilidade é uma aptidão de um indivíduo de conseguir emprego, ou seja, que o profissional deve possuir requisitos, que possa maximizar a sua capacidade para ser empregado.

Nesse contexto, o estudo teve como objetivo analisar os fatores influenciadores na empregabilidade de alunos das IES do Rio Grande do Norte (RN). Coerentemente, o estudo analisou como o ensino da inovação, o ensino do empreendedorismo, as metodologias ativas de ensino e aprendizagem, a gestão de competências e inteligência emocional podem influenciar no potencial de empregabilidade de um indivíduo.

A Dissertação está estruturada em cinco capítulos: o Capítulo 1 apresenta a introdução; o Capítulo 2 o referencial teórico, que abordará temas sobre, o ensino da inovação, o ensino do empreendedorismo, metodologias ativas, gestão de competências, inteligência emocional e empregabilidade, os quais sustentarão teoricamente as discussões inerentes ao problema da pesquisa; o Capítulo 3 são descritos os procedimentos metodológicos; o Capitulo 4 resultados e discussões; e, o Capítulo 5 as considerações finais.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

O emprego tem o poder de exercer uma grande influência na dignidade humana, de combater diretamente o estado de pobreza de uma pessoa, oportunizar a realização de sonhos, combater as desigualdades sociais e diminuir a violência. Mas essa realidade parece cada dia mais distante. Com o passar das décadas, observa-se um agravamento do desemprego, o aumento dos subempregos, desigualdades e injustiças. Além de toda problemática social existente em relação ao desemprego, ainda existe outro fator complicador, o futuro das profissões está envolto de um grande processo de mudança, reflexo de uma transformação impulsionada pela evolução tecnológica influenciada pela inteligência artificial, processos de inovações, automação de processos e as necessidades de uma nova sociedade.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com Ministério de Trabalho e Emprego, realizou em 2016 no Brasil o primeiro diálogo nacional sobre o

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futuro do trabalho. Na ocasião, destacou que o trabalho é a essência da vida, e exaltou a importância de se prover e garantir, diante de tantas mudanças, as condições para o emprego (OIT, 2016).

Em 2016, um estudo da universidade de Oxford, concluiu que mais 47% das profissões que existem hoje, irão desaparecer por causa da informatização e automação, é provável que isso mude a natureza do trabalho e as habilidades exigidas pelo mercado (FREY; OSBORNE, 2017).

O relatório The future of jobs report 2018 apresentado no Fórum Mundial Econômico em 2018, mostra que a incerteza do futuro das profissões com o advento de novas tecnologias e tendências, modificam completamente os modelos de negócios existentes hoje, os empregadores pesquisados para este relatório esperam que, até 2022, as habilidades necessárias para executar a maioria dos trabalhos sejam totalmente diferentes das atuais (WORLD ECONOMIC FORUM, 2018).

Nesse novo contexto de mercado, as habilidades profissionais desejadas excedem a capacitação técnica, os profissionais terão que demonstrar características flexíveis, que exerçam o senso crítico, que sejam criativos, empáticos e com disposição para mudanças, além de desenvolver multitarefas e facilidade para solucionar problemas (MEIRA, 2013).

Evidencia-se assim, uma lacuna entre o que as IES estão oferecendo para o desenvolvimento de habilidades com o objetivo de maximizar a empregabilidade de seus egressos, com as necessidades e exigências do mercado de trabalho, já que este, encontra-se em constantes mudanças (PAIS-MONTES et al., 2019).

Conforme Bettencourt (2014), a educação pode não ser o único fator influenciador da empregabilidade, mas é o mais importante, existe uma ligação forte entre educação e emprego.

Com base nessa realidade, surge dentro de um mercado incerto e envolto com as inovações tecnológicas, o potencial da capacidade humana como o diferencial do futuro. Fomentando a discussão do papel das IES em prover as ferramentas e habilidades para que seus egressos estejam preparados para essa mudança, com o objetivo de se inserirem no mercado de trabalho e se manterem empregados.

Assim, o estudo se propôs a analisar os fatores influenciadores na empregabilidade dos alunos de IES. Nesse contexto estudo norteia-se embasado

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em uma questão de pesquisa: Quais os fatores influenciadores na empregabilidade dos alunos de Instituições de Ensino Superior (IES)?

1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar os fatores influenciadores da empregabilidade de alunos das Instituições de Ensino Superior (IES).

1.2.2 Objetivos Específicos

a) identificar os fatores influenciadores da empregabilidade dos alunos de IES;

b) mensurar as relações entre os fatores antecedentes e o potencial de empregabilidade;

c) desenvolver um modelo de análise de fatores antecedentes que contribuam para a empregabilidade.

Figura 1- Conceito do Projeto de Dissertação

(18)

Perante o exposto, a Figura 1 apresenta os conceitos abordados na Dissertação, considerando os seus elementos chave: ensino da inovação, ensino do empreendedorismo, metodologias ativas de ensino e aprendizagem, gestão de competências, inteligência emocional e potencial empregabilidade.

1.3 JUSTIFICATIVA

As consequências da automação do emprego, impulsionada pelos constantes avanços tecnológicos, vêm impactando em uma ruptura no mercado de trabalho, trazendo consequências sociais a médio e longo prazo. O mundo assiste a um processo de profundas mudanças nas ocupações profissionais, todos os dias novas funções são criadas e outras desaparecem. O grande desafio é identificar quais habilidades são necessárias para maximizar a empregabilidade mesmo diante das incertezas do futuro dos empregos.

A pesquisa procurou identificar se fatores como ensino da inovação, ensino do empreendedorismo, o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, gestão de competências e a inteligência emocional podem influenciar na potencialização, de forma individual ou conjunta, sobre a empregabilidade dos graduandos egressos das IES.

Destaca-se que as mudanças no mundo do emprego criam um cenário de grandes oportunidades para as economias com maior potencial de desenvolvimento da inovação (OIT, 2016). Ratificando a importância do desenvolvimento do processo de inovação e empreendedorismo nas IES. Para Faria e Campos (2018), as IES devem compreenderem que o desenvolvimento da capacidade de inovação e empreendedorismo está intrinsicamente relacionado com o sucesso dos seus egressos.

Para facilitar o desenvolvimento das competências que envolvam inovação e empreendedorismo, uma alternativa seria a utilização de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, que além de desenvolver tais competências, auxiliam os alunos na conquista de habilidades sócio emocionais. Segundo Valente (2018), as metodologias ativas são uma opção pedagógica com o objetivo de conceder ao aluno uma aprendizagem por descoberta, investigação e resoluções de problemas.

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De acordo com Salovey e Mayer (1990), as habilidades de Inteligência Emocional (IE), desenvolvem no aluno a criatividade, empatia, motivação, persistência, resolutividade e o planejamento do futuro. Através dessas habilidades e uma eficiente gestão de competência, focada no desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo, é possível potencializar a empregabilidade dos alunos das IES.

Segundo Peters et al. (2019), desde 2012, houve uma crescente preocupação das IES nas políticas de ensino, abordando o tópico empregabilidade, destacando-se a teoria que o indivíduo pode destacando-ser moldado dedestacando-senvolvendo habilidades que tenham como objetivo atender as exigências do mercado de trabalho.

Uma análise publicada pelo governo do Reino Unido em 1987, intitulada

Higher Education: Meeting the Challenge, já mostrava a relação entre os baixos

índices da educação superior e o baixo desenvolvimento econômico e competitivo do Reino Unido em relação a outras economias desenvolvidas. A análise ainda destacava a urgência de formar jovens com habilidades acadêmicas e profissionais com o foco nas competências, valores e comportamentos, buscando atender as necessidades do mercado de trabalho, para que fossem capazes de ajudar no crescimento econômico do país (ZULAUF, 2006).

O estudo New Vision for Education: Fostering Social and Emotional Learning

Through Technology realizado em 2015 pelo Fórum Econômico Mundial (WEF),

expôs ao mundo as habilidades e competências que os alunos precisam desenvolver para ter sucesso profissional no século XXI. Através desse estudo, foi possível perceber a lacuna existente entre as habilidades necessárias para que os jovens facilitem sua empregabilidade e as reais habilidades que os alunos estão aprendendo em sala de aula. O mesmo estudo demonstra que a aprendizagem tradicional, em que os alunos são ouvintes passivos, sem o estímulo a inovação e ao empreendedorismo e sem o desenvolvimento de habilidades sócio emocionais, está completamente divergente das necessidades exigidas para garantia da inserção desses alunos no mercado de trabalho.

Neste contexto, o curso superior deve ser planejado de uma forma que possa contemplar e combinar o ensino de matérias técnicas específicas com o desenvolvimento de habilidades e competências que possam ser utilizadas em qualquer área de trabalho (FALLOWS; STEVEN, 2000).

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Com base nos estudos realizados na universidade de Oxford por Frey e Osborne (2017), o avanço da tecnologia vem impactando trabalhadores que não se qualificam, realocando-os para ocupações que exigem inteligência criativa e social, obrigando que esses os trabalhadores adquiram tais habilidades para manterem sua empregabilidade.

Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE), a responsabilidade das IES com a empregabilidade de seus egressos deve ser o motivador para o desenvolvimento de práticas metodológicas para potencializar nos alunos comportamentos e habilidades necessárias para adentrar no mercado de trabalho de forma ativa, em espacial, através do desenvolvimento de comportamentos e habilidades sócio emocionais, através do ensino empreendedor, inovador, em que o aluno se coloque em uma posição ativa e se desenvolva técnico e emocionalmente (SEBRAE, 2016).

As exigências do mercado de trabalho atual requer das pessoas características mais ativas, empreendedoras, inovadoras, autônomas, com competências múltiplas, além de características sócio emocionais como empatia, saber trabalhar em equipe, capacidade de aprender, adaptação as mudanças, está disposta a enfrentar novos desafios e em permanente aprendizado, para enfrentar toda essa mudança no mercado de trabalho é necessário que os jovens estudantes tenham, durante sua formação, o desenvolvimento dessas habilidades, para que possam potencializar sua inserção e permanência no mercado de trabalho (SEBRAE, 2016).

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as características comuns que serão exigidos para os novos empregos serão baseados em equipes multidisciplinares e a execução do trabalho em rede, com uma diminuição drástica do trabalho repetitivo, o que irá levar ao desparecimento de várias funções (OIT, 2016).

Diante deste contexto, a pesquisa se propôs identificar os principais fatores que possam influenciar na empregabilidade dos alunos ao saírem do ensino superior. Assim, a pesquisa tem relevância para a academia, pois vai ocasionar um diagnóstico de habilidades e pré-requisitos para auxiliar os egressos das IES a maximizar seu potencial de empregabilidade, bem como irá se propor um framework teórico para a análise dos temas, assim como a validação das escalas, as quais poderão ser utilizadas por outros pesquisadores.

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Gerencialmente, será disponibilizado para as organizações, funcionários mais qualificados e que atendam às suas necessidades, diminuindo os custos com treinamentos e capacitações. Entretanto, a maior contribuição do estudo está atrelada a importância para sociedade, em especial os jovens egressos das IES, que irão dispor de informações e ferramentas para potencializar sua empregabilidade.

Diante dos fatos, a pesquisa analisa os fatores sócio emocionais que podem desenvolver as habilidades que o mercado de trabalho busca. Tendo como base a ideia do desenvolvimento da inteligência emocional nos alunos de IES, utilizando como instrumento as metodologias ativas de ensino e aprendizagem, onde se busca transformar o aluno é um protagonista, despertando no graduando a maximização do potencial de gestão de suas competências e habilidade inerente a sua vida profissional e consequentemente o desenvolvimento de sua capacidade de empreender e inovar.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ENSINO DA INOVAÇÃO

Schumpeter (1934), foi um dos primeiros autores que trata desse tema, o autor reflete que, a função total da inovação é quando o seu fruto gera uma invenção, e que esta possa gerar riqueza.

A inovação é a principal força e o instrumento chave para um crescimento socioeconômico e a mola propulsora para o desenvolvimento de uma nação (ARROW, 1972; DRUCKER, 1985; BANKOLE; BANKOLE, 2017)

De acordo com Sauermann e Cohen (2010), existe uma relação robusta e positiva entre o desenvolvimento da inovação e os fatores sócios econômicos, ou seja o resultado financeiro e o estatus social, incetiva o desenvolvimento da inovação, o reflexo é que a possibilidade de atingir um nível alto e valisoso de empregabilidade impulsiona o desempenho dos pesquisadores no desenvolvimento de inovações.

Segundo Schumpeter (1942), não é a falta de inovação que limita o desenvolvimento econômico de uma sociedade, e sim os interesses sociais e econômicos. Mas inovar não é um processo simples, é socialmente muito complexo, é necessário que no meio dessa revolução tecnológica, exista o mínimo de controle nas mudanças provocadas, com o objetivo de acompanhar o impacto social que será causado (SCHWAB, 2019).

Conforme Schwab (2019), as inovações tecnológicas serão as responsáveis por mudanças históricas em todo mundo. O autor ainda ressalta o crescimento, nunca antes percebido, na rapidez como a inovação vem impactando no desenvolvimento e em rupturas significativas que mudarão drasticamente a natureza do emprego em todos os setores e ocupações, consequentemente isso gera uma grande incerteza em relação ao fim de vários postos de trabalho.

O mercado de trabalho valoriza a prática e disseminação da inovação e o seu protagonismo no desempenho das atividades de serviço, elevando o padrão da inovação nesse setor (GALLOUJ; WEINSTEIN, 1997).

Etzkowitz e Leydesdorff (2000) afirmam que a inovação é um processo contínuo, a consideram uma transição sem fim, ou seja, o desenvolvimento da

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inovação é um processo permanente, não pode ser finalizado, estará sempre sendo aperfeiçoado.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com Ministério de Trabalho e Emprego, no primeiro diálogo nacional realizado no Brasil sobre o futuro do trabalho, em 2016, destacou que, as mudanças que ocorrem nas profissões está exercendo um movimento do emprego em nível global, desenvolvendo uma condição muito favorável para que a maioria desses novos empregos sejam capitaneados por economias com potencial de desenvolvimento de inovação (OIT, 2016).

Para Schumpeter (1934) e Schwab (2019), as mudanças que destroem, podem ser as mesmas que constroem. Schwab (2019), mostra duas vertentes para o impacto que as inovações tecnológicas podem provocar no mundo do trabalho, uma perspectiva positiva, onde os trabalhadores que tem seu posto de trabalho sucumbido pela tecnologia, terão a oportunidade de se reposicionar no mercado criado pelas próprias inovações tecnológicas, que irão desencadear uma nova era de prosperidade; e uma perspectiva negativa, em que a revolução causada pelas inovações tecnológicas irão provocar um caos social e político, gerando uma escala maciça de desempregos tecnológicos. Mas o autor afirma que, no final, o resultado deve ser um equilíbrio entre estes dois cenários, mas para isso é necessário que haja um grande trabalho para que os profissionais possam desenvolver as habilidades necessárias para serem reposicionados e manterem sua empregabilidade.

No conceito de tríplice hélice, desenvolvido por Etzkowitz e Leydesdorff (2000), a inovação necessita de três pilares, as universidades, as indústrias e os governos, para ser possível um desenvolvimento bem sucedido. Ainda, de acordo com os autores, a principal justificativa para que a inovação esteja precedida dessa estrutura tríplice é garantir o desenvolvimento socioeconômico com base no conhecimento, com o objetivo de fortalecer a interação entre o governo, a universidade e a indústria. Nesta estrutura, o governo seria o financiador, a universidade como a fonte de conhecimento e a indústria como a fonte que iria absorver o processo e seus operadores (ETZKOWITZ; LEYDESDORFF, 2000).

O resultado da interação entre governo, universidades e indústria, no desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo, Figura 2, é o crescimento econômico e social, através do conhecimento e por meio do processo de interação,

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outras instituições são criadas com base na demanda, estas são chamadas organizações híbridas (ETZKOWITZ; ZHOU, 2017).

Figura 2- Estrutura social da Tríplice Hélice

Fonte: Etzkowitz e Zhou (2017, p. 41).

De acordo com Etzkowitz e Zhou (2017), o conceito da tríplice hélice define as IES como fonte principal do empreendedorismo, tecnologia e inovação, contradizendo outras teorias que enfatizam apenas o papel da indústria e do governo no processo da inovação. Para os autores, é através das IES com a dedicação no desenvolvimento, e disseminação do conhecimento criativo sob a forma de ideias e tecnologia que se dará uma grande transformação da era atual.

O investimento na inovação reflete no aumento de performance para as organizações e as IES exercem um papel fundamental nesse contexto, quando oferecem aos alunos oportunidade de desenvolver a competência da inovação em seu currículo, atendendo a uma necessidade não só dos graduandos, mas em especial das exigências do mercado (GUIMARÃES et al., 2013).

Conforme Severo et al. (2019), a educação precisa conceber processos de inovação para que possa auxiliar no desenvolvimento das pessoas e, consequentemente do país, já que a inovação é uma habilidade que maximiza o

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empreendedorismo, levando o egresso a ter uma atitude mais proativa, contribuindo para o desenvolvimento da economia local.

Com base nesse contexto, identifica-se que a prestação de serviço e a metodologia oferecida pelas IES são determinantes para o desenvolvimento da inovação e contribuem de forma eficiente para o processo de aprendizagem dos seus alunos (GUIMARÃES et al., 2019). Ainda segundo os autores, diante da necessidade das IES pela busca do seu posicionamento no mercado, pode utiliza-se desse serviço como diferencial competitivo, a inovação gera qualidade e compromete os alunos, elevando a credibilidade da instituição de ensino, maximizando a retenção dos seus alunos e podendo aumentar a captação de novos. De acordo com Audy (2017), existe uma ligação forte entre o desenvolvimento da inovação e as IES, ou seja, a universidade, através do ensino da inovação e do ambiente onde está sendo desenvolvida essa prática, deve exercer um papel importante dentro do processo de crescimento econômico e desenvolvimento social da região.

O ensino da inovação é essencial e abrangente, em especial, como diferencial competitivo, as IES ainda não conseguem atender a essa necessidade de uma forma satisfatória, mas essa lacuna pode ser sanada, através de estratégias de desenvolvimento e práticas pedagógicas como ferramentas que possibilitem avaliar e estimular a capacidade de um indivíduo desenvolver tal habilidade (KEINÄNEN; URSIN; NISSINEN, 2018).

Conforme Guimarães et al. (2019), existe uma grande influência entre as instituições que realizam e desenvolvem práticas de inovações com o aumento na procura e retenção dos alunos, mas a inovação só como aprendizagem não é suficiente, é necessário que a instituição de ensino envolva o graduando em seus próprios projetos de inovações.

Segundo a pesquisa realizada pelo SEBRAE (2016), o aluno universitário no Brasil ao empreender pouco se interesse em desenvolver algo inovador, 70% desses empreendimentos criados por alunos de IES, que são empreendedores já existem no mercado nacional e 17% já existem no mercado regional, com base nesses dados, a pesquisa indica que o graduando brasileiro não possui um perfil inovador, ou seja, esses alunos não mostram um perfil de indivíduos que possam modificar o mercado de trabalho ou sua região (SEBRAE, 2016).

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Figura 3- Mapa mental do referencial teórico ensino da inovação.

Fonte: Elaboração própria (2019).

A Figura 3 apresenta os principais autores que foram abordados na pesquisa teórica advir do ensino da inovação, os quais proporcionaram maior compreensão sobre esta temática.

2.2 ENSINO DO EMPREENDEDORISMO

O empreendedorismo acolhido como um processo de constante transformação, em que o nascimento de algo novo só se daria com a destruição de outro que já existisse (SCHUMPETER, 1934), foi chamado de destruição criativa pelo economista austríaco Joseph Schumpeter, no século passado, sendo a primeira definição conhecida do termo empreendedorismo. Com o avanço dos estudos, a

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percepção de empreendedorismo se tornou mais ampla e positiva, deixando de ser observada apenas como um evento para se tornar uma característica estratégica (HULT; SNOW; KANDEMIR, 2003).

Neste contexto, o empreendedorismo ganha maior relevância quando se destaca na sociedade contemporânea como um elemento diferenciador de uma forma individual e profissional, segundo os estudos de Cripe e Mansfield (2003), o ser humano necessita de competências para se relacionar com seus negócios, outros seres humanos e consigo mesmo, ou seja, a autogestão. Ainda segundo os autores, o desenvolvimento dessas competências está intrinsicamente determinada pela necessidade endógena que o indivíduo objetiva para o seu desenvolvimento, em especial provocados pelos estímulos ambientais, desenvolvendo-se um ciclo onde a sociedade influencia positivamente a capacidade do indivíduo de empreender, onde posteriormente esse mesmo indivíduo participa ativamente para o incremento econômico e social desta sociedade.

Conforme Onstenk (2013), o empreendedorismo é um dos principais fatores para a criação de empregos e desenvolvimento econômico, e também para o desenvolvimento pessoal, dando a possibilidade do indivíduo de ter sua realização e garantir sua cidadania.

Para Eckhardt e Shane (2003), o empreendedorismo não pode ser definido através das pessoas, mas sim, com base nas percepções e informações que elas tem sobre as oportunidades. Ainda segundo os autores, muitos estudiosos entendem o empreendedorismo como uma ação de equilíbrio, mas para o sucesso do empreendedorismo é necessário que haja um desequilíbrio adequado. O equilíbrio é suspenso totalmente através de ações de pessoas que buscam obter lucros, ou seja, o acontecemento que gera o desequilíbrio e cria a oportunidade, também fecha as oportunidades já existentes (SCHUMPETER, 1934).

Segundo McKeever, Jack e Anderson (2015), os empreendedores fazem parte e contribuem para o desenvolvimento de uma região, estão inseridos numa rede de estrutura social, recursos e oportunidades, exercendo socialmente papéis importantes, através do empreendedorismo há uma renovação da identidade do lugar.

Para Faria e Campos (2018) as IES entendem que o sucesso de uma educação profissionalizante está associado ao desenvolvimento da capacidade de inovação e empreendedorismo e que para isso, é necessário a implementação e

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dinamização de uma educação proativa, exercendo um despertar e a construção de mentes empreendedoras. Ainda conforme os autores, o professor do ensino superior deve estar preparado para ser um estimulador ou treinador de habilidades empreendedoras, ou seja, desenvolver atividades profissionais que estimule o sucesso pessoal, acadêmico e profissional dos alunos, a partir do despertar e construção das suas mentes empreendedoras.

Há uma necessidade de uma competência empreendedora para que se possa ter capacidade de desenvolver intervenções e metodologias para o ensino do empreendedorismo, essas competências exigem a experiência do empreendedor concatenado com a experiência nas metodologias de ensino (BIRD, 2019).

Conforme Huq e Gilbert (2017), nos últimos tempos as IES estão sendo cobradas com base nas competências e habilidades do seus egressos, o mercado de trabalho espera que os graduados possam sair das universidades prontos para o trabalho empreendedor, essa perspectiva exauta a importância do estudo do empreendedorismo na influência da empregabilidade dos egressos. Ainda de acordo com os autores, o efetivo sucesso no ensino do empreendedorismo nas IES, depende que os professores adotem metodologias de ensino centradas no aluno.

Segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, (2016), dos alunos que estão cursando graduação no Brasil, 5,7% já são empreendedores, 21% tem a intenção de empreender no futuro, ou seja, são possíveis empreendedores, mas a grande maioria, 73,3% não demonstram nenhum interesse em empreender Figura 4.

Figura 4- Perfil dos Universitários em relação ao empreendedorismo no Brasil

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O aluno que empreende já faz parte do ambiente de negócios, diferentemente daquele aluno que é um potencial empreendedor, este ainda não está inserido no mercado, mas tem um nível de envolvimento maior do que aqueles que não desejam se tornarem empreendedores (SEBRAE, 2016). A pesquisa também afirma que esses dados reforçam a importância das IES de desenvolver mecanismos para incentivar e envolver seus alunos com o empreendedorismo, já que 29,9% dos graduandos que não são empreendedores afirmam que não empreendem porque nunca atentaram para esse assunto (SEBRAE, 2016).

Um dado interessante da pesquisa realizada pelo SEBRAE (2016), sobre o empreendedorismo nas universidades brasileiras, é o fato que independente do perfil do aluno, todos tem como objetivo profissional ser independente e melhorar sua renda pessoal, Figura 5.

Figura 5- Principal motivação do trabalho com base no perfil do aluno

Fonte: (SEBRAE, 2016) 4ºedição da pesquisa empreendedorismo nas universidades brasileiras.

Segundo Bergmann et al. (2018), os estudantes universitário em geral, sente a necessidade que as IES, sempre que possível, inclua conteúdos que ajude a desenvolver o empreendedorismo com o objetivo de trazer para o aluno um

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processo de criação de sentido, mais importante do que o conteúdo, e que o próprio ambiente das IES seja influenciador para o empreendedorismo.

O clima organizacional e social das IES exerce uma influência substancial no comportamento e nas atividades exercidas por seus estudantes, diante disso, é necessário que as IES desenvolvam ações para criar um clima empresarial com o intuito de estimular o empreendedorismo de seus alunos e pesquisadores. (WALTER et al., 2013).

Diante disso, a pesquisa SEBRAE (2016) detectou que os jovens empreendedores são influenciados por pessoas mais experientes, ou seja, a figura do mentor, que pode ser desempenhada por professores, transmitindo através do conteúdo, novas ideias, valores, atitudes e sempre que possível, colocando o aluno como protagonista para que ele possa desenvolver essas habilidades na prática, o que ajudará também a auxilia-lo no apoio na tomada de decisões.

Figura 6- Perfil do aluno empreendedor no Brasil

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Ainda com base na pesquisa de empreendedorismo nas universidades brasileiras SEBRAE (2016), há um grande movimento internacional das IES que já reconheceram a importância da educação empreendedora sobre a inovação e no desenvolvimento econômico e social de uma comunidade, uma região e até mesmo um país Figura 6. É necessário desenvolver estratégias para que as IES brasileiras também tenham essa percepção e sejam as provedoras de empresas inovadoras transformando tudo ao seu redor, maximizando a empregabilidade de seus egressos e proporcionando a geração de vários empregos.

Figura 7- Mapa mental do referencial teórico ensino do empreendedorismo.

Fonte: Elaboração própria (2019).

A Figura 7 demonstra o modelo mental dos principais autores utilizados para o estudo sobre o ensino do empreendedorismo, deste modo é apresentada de forma cronológica para uma maior compreensão desta temática.

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2.3 METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Segundo Dewey (1980), o principal objetivo da educação é de formar cidadãos competentes e criativos, para que tenham habilidades capazes de gerenciar sua própria liberdade. O autor afirma que a educação deve propor uma aprendizagem ativa, ou seja, aprender fazendo.

De acordo com Diesel, Baldez e Martins (2017), existe um discurso constante no ambiente educacional entre professores e alunos, os professores alegam frustração por não conseguir a atenção e envolvimento dos alunos durante as aulas, e os alunos reclamam de aulas rotineiras, desinteressantes e sem nenhuma dinâmica, mesmo quando são utilizados recursos tecnológicos, já que a tecnologia é apenas uma ferramenta. Diante dessa problemática, os autores afirmam que as IES devem incentivar seus professores utilizem novas metodologias de ensino, no qual o aluno esteja em um papel mais ativo, incentivando-os e motivando-os.

A aprendizagem ativa faz parte da vida do indivíduo desde do nascimento, com o objetivo de enfrentar os obstáculos complexos em todos os campos, o que facilita a percepção de conhecimento e competência para escolhas que leve a realização profissional e pessoal (MORAN, 2018).

Segundo Valente (2018), as metodologias ativas são consideradas uma opção pedagógica com o objetivo de exaltar o processo de aprendizagem no aluno utilizando a aprendizagem por descoberta, investigação ou resolução de problemas, mas esse tipo de abordagem vai de encontro com as metodologias de ensino tradicionais que são centradas nos professores.

As metodologias ativas podem ser exercidas através de diversas ferramentas e estratégias, como: aprendizado por pares; aprendizagem por meio de projetos ou de problemas; aprendizagem por times; escrita através das disciplinas; estudo de caso; pensamento compartilhado em pares; sala de aula invertida e ensino híbrido (VALENTE, 2018).

Kane (2004) destaca que a aprendizagem de forma ativa e participativa resulta no desenvolvimento do pensamento crítico e independente, estimula os alunos a assumir a responsabilidade do seu aprendizado, desenvolve no aluno a participação de várias atividades abertas como, projetos , discussões, exercícios de dramatização e vários outros, com o objetivo de garantir que eles tenham um papel protagonista e menos passivo na atividade de transferência do conhecimento. Ainda

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sobre a ótica de Kane (2004), a função do educador continua primordial, nesse caso, ele passa a ser o responsável por organizar atividades de aprendizagem apropriadas, nas quais os alunos possam explorar e desenvolver sua base de conhecimento e pensamento crítico.

Fidalgo-Blanco et al. (2019) destacam que o objetivo principal de todas as metodologias ativas é incentivar os alunos a se tornarem protagonistas participando de forma ativa do processo de aprendizagem, ajudando os colegas, propondo reflexões, tomando decisões e desenvolvendo conhecimentos. Os autores também afirmam que o processo ativo de aprendizado é uma ferramenta eficiente como base da teoria do construtivismo, cujo o conceito principal está fundamentado na aprendizagem construída, através de novos conhecimentos partindo do conhecimento já existente, observando a interação social e se relacionando com o ambiente, dando ao aluno uma percepção sobre a realidade.

Nesse contexto, a tecnologia tem sido uma grande aliada como ferramenta na aplicabilidade das metodologias ativas de ensino, ao mesmo tempo que, possibilita o desenvolvimento de técnicas para aplicação de uma abordagem ativa em sala de aula (HASSAN et al., 2018).

A combinação do conteúdo educacional do educador com as experiências do aluno usando ferramentas tecnológicas e com o objetivo de proporcionar um aprendizado colaborativo, garante o desenvolvimento do conhecimento e das habilidades do aluno, conseguindo formar trabalhadores mais qualificados e com habilidades que maximizarão sua empregabilidade (HASSAN et al., 2018).

De acordo com Duminelli et al. (2019), a utilização das metodologias de ensino capazes de reforçar o aprendizado e de desenvolver habilidades necessárias para atender o mercado de trabalho, são importantes para que os egressos tenham um potencial maior de empregabilidade, as metodologias ativas ou metodologias inovadoras são práticas que dinamizam e potencializam o trabalho do professor e o aprendizado do aluno, além de envolve-lo como coautor do processo de aprendizado. Ainda segundo os autores, a utilização das metodologias ativas de ensino e aprendizagem podem contribuir de forma efetiva e inovadora para o sistema de ensino das IES que ainda praticam o ensino tradicional.

A maioria das metodologias de ensino utilizadas pelas IES são ainda tradicionais, tem como função apenas preparar os alunos de intelectualmente, ou seja, 90% através de conceitos e aulas expositivas, depois ficam na expectativa que

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estes alunos obtenham sucesso no mercado de trabalho, negligenciando a ideia que a aquisição do conhecimento tem como base a capacidade cognitiva, pessoal e social, que só são desenvolvidas com eficiência, através de cooperação, participação ativa e o desenvolvimento de habilidades empreendedoras (MORAN, 2018).

De acordo com Severo et al. (2019), os professores universitários enfrentam uma grande dificuldade para estimular e atrair os alunos para o conhecimento que está sendo transmitido, a grande quantidade e diversidade de informações disponíveis hoje, através dos mais diversos meios tecnológicos, está dispersando o aluno do foco principal do aprendizado, diante deste problema se torna primordial que as IES busquem meios para ajudar seus docentes no exercício da magistério com foco principal no envolvimento do aluno como agente ativo no processo de aprendizado, promovendo sua autonomia, ajudando e estimulando na obtenção do conhecimento e no desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais.

A grande problemática está na formação do docente do ensino superior, a maioria não tem formação que lhes preparem para o exercício da profissão, são formados, da graduação até o doutorado com o foco em suas áreas de especialidade, mas quando estes profissionais vão exercer a docência, daquela área específica, no qual ele tem total conhecimento, sente muitas dificuldades de atrair o aluno, por lhes faltarem habilidades e o conhecimento em metodologias de ensino e aprendizagem, como por exemplo as metodologias ativas (SEVERO et al., 2019).

Diante desta problemática a pesquisa de Wanner e Palmer (2015), já chamava atenção para o papel do professor, mesmo no processo de ensino mais ativo, pois só o processo em si não será eficiente se não houver um acompanhamento e avaliação efetiva com objetivo de proporcionar uma experiência de aprendizagem significativa para o aluno. Os autores ainda destacam que o principal obstáculo enfrentado pelos docentes é a falta de apoio e comprometimento das IES em relação a implantação das metodologias ativas de ensino e aprendizagem.

A percepção do conhecimento através da aprendizagem ativa necessita do envolvimento de toda a IES, e de seus agentes, em especial do professor, para que se possa desenvolver atividades educacionais, implantar estratégias de ensino, metodologias de ensino e abordagens pedagógicas que tenham como principal

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objetivo despertar e desenvolver o pensamento crítico do discente durante o processo de aprendizado (HUNG, 2015).

Moran (2018), afirma que a tecnologia é a principal aliada para o processo de desenvolvimento de metodologias ativas, através da tecnologia há uma integração temporal, nesse ambiente é onde hoje acontece o processo de ensino e aprendizagem, como interligação virtual mas profunda e constante com o mundo real, na verdade não devem ser visto como ambientes paralelos, mas como um sendo a extensão do outro, ou seja uma sala de aula que se estende, se mescla e se hibridiza constantemente.

Quando se utiliza alguns dos métodos que a aprendizagem esteja focada no aluno, o professor deve se tornar um mediador, o que passa a exigir mais dedicação durante o planejamento das aulas, do mesmo modo os alunos necessitarão se dedicar mais aos momentos em sala de aula (SEVERO et al., 2019).

Figura 8- Características das metodologias ativas de ensino

Fonte: Diesel et al. (2017).

Diante desse contexto Diesel et al. (2017), afirmam que as metodologias ativas de ensino e aprendizagem são ferramentas com foco nas estratégias de métodos ativos e são caracterizadas pela colocação do aluno como ator principal, promovendo a autonomia do aluno, transformando o professor em um mediador e facilitador no processo de ensino, além de propiciar a problematização da realidade dos alunos diante dos problemas internos e externos, trazendo constante reflexões.

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Ainda segundo os autores essas características se relacionam e não podem ser isoladas, conforme ilustrado pelos autores na Figura 8.

Figura 9- Mapa mental do referencial teórico metodologias ativas de ensino e aprendizagem.

Fonte: Elaboração própria (2019).

A Figura 9 revela o mapa mental, representando os principais autores abordados no estudo sobre metodologias ativas de ensino e aprendizagem os quais trouxeram ao estudo uma compreensão sobre esta temática.

2.4 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Segundo Howard Gardner (1995), autor da teoria das inteligências múltiplas, existem oito tipos de inteligências, mas a grande maioria das pessoas só tem uma ou duas delas, ele ainda afirma que são muito raras as pessoas que apresentam

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mais de duas inteligências. O autor explica que essa distinção é o que faz com que algumas pessoas tenham habilidades para uma determinada área e dificuldades em outras. Para Gardner (1995), um dos fatores que contribui para determinar os tipos de inteligências em um indivíduo é a genética, mas também essas inteligências podem ser desenvolvidas através do ambiente em que a pessoa convive e por meio das suas experiências de vida.

Inicialmente Gardner (1995), estabeleceu sete tipos de inteligências: lógico-matemática, linguística, cinestésica, espacial, musical, intrapessoal e interpessoal., depois o autor acrescentou a inteligência natural e a existencial e sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só, formando oito tipos de inteligências conforme a Figura 10. Segundo o autor, são as inteligências existencial, interpessoal e intrapessoal que juntas formam a inteligência emocional (GARDNER, 1995).

Figura 10- As inteligências múltiplas de Howard Gardner

Fonte: Adaptado de Gardner (1995).

Conforme os estudos de Salovey e Mayer (1990), a Inteligência Emocional (IE) de um indivíduo está diretamente relacionada com a capacidade de controlar e descrever seus próprios sentimentos assim como o dos outros.

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O modelo da Figura 11, foi proposto por Boyatzis, Goleman e Rhee (2002), para representar as inteligências emocionais e sociais, este modelo se baseia em duas dimensões de ação da IE, uma intrapessoal, ou seja a autoconsciência e o autogerenciamento, e a outra é a interpessoal, onde temos a consciência social e gestão de relacionamentos (BOYATZIS et al., 2002).

Figura 11- Modelo de competência emocionais de IE

Fonte: Adaptado de Boyatzis, Goleman e Rhee (2002).

Em 1995, Goleman, influenciado pelos estudos de Salovey e Mayer, publica a obra Inteligência Emocional, trazendo o conceito de duas mentes, a racional e a emocional, explicando a importância dessas duas mentes trabalharem juntas e harmonicamente. Após 10 anos da primeira publicação, o autor destaca a importância da inteligência emocional (IE) no mundo dos negócios, chegando a defini-la como uma das ideias empresariais mais influente da década e que as empresas passaram a utilizar o Quociente Emocional (QE) para contratar, promover e desenvolver seus empregados (GOLEMAN, 2012).

Goleman, ainda define que a IE é responsável por cinco habilidades básicas, autoconsciência, autogestão, automotivação, empatia e habilidade social, onde as três primeiras são intervenções consigo mesmo, e as duas últimas são as relações com o ambiente externo (GOLEMAN, 2012).

AUTOCONCIÊNCIA CONSCIÊNCIA SOCIAL

AUTOGERENCIAMENTO GESTÃO DE

RELACIONAMENTOS INTELIGÊNCIA

EMOCIONAL

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Segundo Goleman (2012), um dos principais aspecto que determina a IE é a autoconsciência, através dela pode haver um melhor entendimento das situações que se apresentam ao seu entorno no ambiente de trabalho, lhe dando a possibilidade de analisar e decidir qual a melhor forma de falar, tomar decisões e ter atitudes, agindo então para benefício próprio.

De acordo com Salovey e Mayer (1990), a habilidade no controle das emoções e sua forma de utilização pode potencializar de forma positiva o planejamento do futuro, ser mais criativo, saber direcionar sua atenção e sua empatia, ter motivação e persistência em momentos difíceis.

Segundo Di Fabio e Saklofske (2014), o gerenciamento das carreiras profissionais, diante das constantes mudanças e incertezas sobre o futuro das profissões, tem gerado uma ansiedade nos profissinais e mais ainda nos jovens acadêmicos, gerando uma grande incerteza sobre quais habildiades e carreira seguir, diante disso, oberva-se que os indivíduos com maior compreensão emocional tem mais facilidade para enfrentar as dificuldades relacionadas a carreira profissional. Ainda segundo os autores, pessoas que desenvolveram melhor sua IE, tem maior controle sobre suas emoções, integrando de forma mais equilibrada as experiências emocionais com a forma como ela age, sendo IE uma vantagem no processo de exploração e tomada de decisão na carreira (DI FABIO; SAKLOFSKE, 2014).

Goleman (1999), em sua obra, trabalhando com a inteligência emocional, alerta para as mudanças no mercado de trabalho, principalmente sobre as habilidades e parâmetros que são esperados pelas organizações. O autor afirma que critérios como a inteligência, formação acadêmica ou o grau de especialização, não são mais suficientes, cada vez mais as organizações exigem também habildiades sócio-emocionais, ou seja, a maneira como lidamos com nós mesmos e com os outros. Ainda, para o autor, são esses critérios os mais utilizados para decisões de admissões, demissões e promoções.

De acordo com os estudos de Neves (2017), através de uma pesquisa realizada com o objetivo de identificar quais as competência da IE que os empregadores mais valorizam se chegou a conclusão que o otimismo é a mais importante competência, pois é essencial ao indivíduo para que o mesmo tenha controle de seus sentimentos, enfrentando com mais eficiência as situações

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adversas. Ainda segundo a pesquisa as demais competências que foram identificadas são a assertividade, o trabalho em equipe e a empatia.

As pesquisas realizadas com ênfase no desenvolvimento de competências emocionais vêm produzindo conhecimentos que pode colaborar para a reformulação da educação em vários contextos, podendo de forma equilibrada e harmônica, trazer o exercício de uma aprendizagem em que se possa proporcionar através do ensino um conhecimento cognitivo e o emocional (FARIA; CAMPOS, 2018).

Segundo Goleman (1999), no que se refere a forma como a IE influencia nas organizações, revela ineficiência nos treinamentos oferecidos pelas empresas, que de forma equivocada adotam os mesmos modelos acadêmicos, esse erro gera grandes prejuízos financeiros e não atingem os resultados esperados. Ainda segundo o autor, é necessário a implantação e utilização de metodologias que possam desenvolver a IE.

O Quociente de Inteligência (QI) é difícil de ser alterado por meio de experiências ou do aprendizado, diferentemente da IE que podem ser desenvolvida e aperfeiçoada durante todo o ciclo de vida do indivíduo, diante deste contexto cada pessoa teria uma inteligência cognitiva, que está mais relacionada com o raciocínio e a lógica e uma inteligência emocional que está mais voltada as relações sociais, criatividade, flexibilidade de adaptação e liderança (SANTOS; ALMEIDA; LEMOS, 1999).

As emoções individuais desempenham uma importante função durante toda a vida escolar e profissional das pessoas, a deficiência de habilidades de IE interferem de forma progressiva no contexto escolar, na vida social e principalmente na carreira profissional, diante desse contexto a IE vem se tornando um dos assuntos mais debatidos em todas as esferas educacionais, propiciando uma grande mudança nas metodologias tradicionais de ensino (LLIBRE GUERRA et al., 2015).

Os resultados da pesquisa realizada por Udayar et al. (2018) mostra que existe uma grande influência das habilidades de IE como mediadora na empregabilidade e nas questões de tomadas de decisões durante a carreira profissional.

Silva et al. (2019) esclarecem que o potencial de liderança de um indivíduo está relacionado com a forma como ele lida com suas emoções e com as pessoas da sua equipe, ou seja, é a utilização da IE, como habilidade, que propicia ao líder saber utilizar suas emoções e a dos outros em seu benefício, motivando sua equipe

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