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Setor de Bens de Capital 1

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Academic year: 2021

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Setor de Bens de Capital1

A indústria de Bens de Capital (BC) que produz máquinas e equipamentos é tradicionalmente reconhecida como um componente estratégico de um padrão de desenvolvimento rápido e sustentado, em função dos papéis que desempenha nos processos de acumulação de capital e geração e difusão do progresso técnico.

Considerando os diversos aspectos econômicos existentes no início dos anos 90 e das mudanças institucionais dessa década, verificou-se uma difusão tecnológica diferenciada nas empresas (paradigma microeletrônico), e alteraram-se as condições de sobrevivência e desenvolvimento no setor, ampliando a heterogeneidade entre os fabricantes de bens de capital e os produtos ofertados.

A oferta de bens de capital mecânicos no Brasil mostra maior competitividade em produtos de média e baixa intensidade tecnológica, e que são caracterizados por serem intensivos em insumos e em mão-de-obra, pois o Brasil além de possuir uma boa oferta de aço, possui ainda baixos salários. Existem várias empresas, tanto nacionais quanto estrangeiras, explorando esses mercados.

Em outro extremo estão os bens de capital sob encomenda, geralmente envolvendo um conjunto muito mais complexo de conhecimentos técnicos e de produção. Nesses segmentos predominam as empresas de capital estrangeiro.

Empresas multinacionais definiram que o Brasil se constitui na sua base produtiva para atendimento do mercado sul-americano. Nesses casos, os produtos fabricados no Brasil estão entre os menos sofisticados da pauta de produção dessas empresas. Outro conjunto de bens de capital são produzidos no Brasil em função da existência de algum mercado interno relevante ao mesmo tempo em que o custo de transporte é significativo.

Nesses casos, a proximidade física do mercado reduz os custos de transportes. Durante a década de 90, as cadeias produtivas da indústria de Bens de Capital sofreram um grande processo de internacionalização devido à abertura econômica e às crises econômicas ocorridas nesse período. Outro fator, é que alguns componentes que constituem elos de cadeias produtivas são importados, o que fragiliza a indústria nacional. Outros problemas enfrentados por essa indústria são: pequena escala de produção; capacidade técnica limitada em engenharia de produto e processo, e baixo nível de automação eletrônica de processos.

O setor de bens de capital foi um dos quatro setores escolhidos como estratégico pelo governo Lula em seu primeiro mandato, com a redução do IPI (Imposto sobre Produto

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Texto produzido pela Subseção do DIEESE CNM/CUT – FEM-CUT/SP. Técnicos responsáveis: Rafael Serrao e André Cardoso.

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Industrializado) para cerca de 390 tipos de máquinas e equipamentos a partir de 2004 (Decreto 4955), que sofreram nova redução e/ou isenção total em 2005 (Decreto 5468). Nesse período foram criadas também linhas especiais de financiamento para compra de máquinas e equipamentos.

O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado no início de 2007 alterou o tempo de depreciação de máquinas e equipamentos, incentivando as empresas a trocarem máquinas antigas por novas, alterou algumas medidas fiscais e creditícias que favorece todos os setores, além do que, esse setor deve ser beneficiado indiretamente com o aumento da demanda de máquinas e equipamentos pelos setores de infra-estrutura que serão o foco do programa.

O cenário futuro promete manter o setor aquecido no país, o PAC 2, assim como os grandes eventos esportivos programados para ocorrer no país (Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol), demandarão a indústria de máquinas e equipamentos.

QUADRO 1

Indicadores econômicos da indústria de bens de capital

Indicador Bens de Capital

Pessoal ocupado (dez/10) 478.762

Remuneração média produção (dez/2010) R$ 1.529,11

Exportações (2010) R$ 16,2 bilhões

Importações (2010) R$ 43,8 bilhões

Saldo da BC (2010) R$ -27,6 bilhões

Faturamento (2010) R$ 71,8 bilhões

Consumo aparente (2010) R$ 99,5 bilhões Capacidade ociosa (dez/2010) 17,7%

Fonte: RAIS 2009; CAGED 2010 e Abimaq.

Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

O setor de bens de capital (máquinas e equipamentos) é um dos com maior presença no território nacional: os 478.762 trabalhadores (21,4% do ramo metalúrgico) estão distribuídos por 1.721 municípios. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro são as unidades da federação com grandes concentrações de trabalhadores, isto é, nesses estados estão presentes os municípios com mais de 10 mil ocupados (Mapa 1).

MAPA 1

Distribuição geográfica dos trabalhadores do setor de bens de capital Brasil, 2010*

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Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010.

Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

Nota: para 2010 o dado apresentado refere-se ao CAGED de dezembro, no momento de divulgação da RAIS 2010 o total de emprego pode ser diferente por razões de ajustes tradicionalmente feitos pelo MTE.

O Sudeste e o Sul representam juntos aproximadamente 80,0% do emprego da indústria de bens de capital, com respectivamente, 63,2% e 27,8% do total de ocupados. Na esfera estadual destacam-se: São Paulo (46,7%); Rio Grande do Sul (12,9%) e Santa Catarina (8,6%) (Tabela 1).

TABELA 1

Distribuição dos trabalhadores do setor de bens de capital segundo unidade da federação e grandes regiões

Brasil, 2010* Unidade da Federação e

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4 CENTRO-OESTE 10.597 2,2 DF 1.435 0,3 GO 5.776 1,2 MS 1.601 0,3 MT 1.785 0,4 NORDESTE 23.977 5,0 AL 1.358 0,3 BA 8.611 1,8 CE 3.580 0,7 MA 1.205 0,3 PB 980 0,2 PE 5.996 1,3 PI 348 0,1 RN 1.330 0,3 SE 569 0,1 NORTE 8.485 1,8 AC 58 0,0 AM 4.643 1,0 AP 133 0,0 PA 1.352 0,3 RO 2.044 0,4 RR 17 0,0 TO 238 0,0 SUDESTE 302.471 63,2 ES 10.596 2,2 MG 36.931 7,7 RJ 31.313 6,5 SP 223.631 46,7 SUL 133.232 27,8 PR 30.148 6,3 RS 61.806 12,9 SC 41.278 8,6 Total 478.762 100,0

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010.

Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

Nota: para 2010 o dado apresentado refere-se ao CAGED de dezembro, no momento de divulgação da RAIS 2010 o total de emprego pode ser diferente por razões de ajustes tradicionalmente feitos pelo MTE.

A presença de mulheres no setor de bens de capital (13,0%) também fica abaixo da média nacional do ramo (17,2%) (Gráfico 1).

GRÁFICO 1

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Brasil, 2010*

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

Nota: para 2010 o dado apresentado refere-se ao CAGED de dezembro, no momento de divulgação da RAIS 2010 o total de emprego pode ser diferente por razões de ajustes tradicionalmente feitos pelo MTE.

Como nos demais setores a indústria de bens de capital concentra parcela significativa dos ocupados na produção (58,7%). As ocupações da área administrativa aparece com 13,3% dos ocupados e as áreas de apoio à produção e serviços gerais com 12,8% do total de trabalhadores (Tabela 2).

TABELA 2

Distribuição dos trabalhadores do setor de bens de capital segundo ocupação Brasil, 2010*

Ocupação Nº Trab. %

Áreas administrativas 55.595 13,3

Áreas de apoio a produção e serviços gerais 53.767 12,8

Gerência 10.642 2,5

Produção 245.708 58,7

Técnicas (médio e superior) 53.135 12,7

Não especificado 13 0,0

Total 418.860 100,0

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT. Nota: para 2010 o dado apresentado refere-se ao CAGED de dezembro, no momento de divulgação da RAIS 2010 o total de emprego pode ser diferente por razões de ajustes tradicionalmente feitos pelo MTE.

A idade dos trabalhadores se distribui de maneira bastante homogenia, entretanto destaca-se que em comparação com os demais setores o número de jovens (20,1%) é grande (Gráfico 2).

87,0 13,0

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GRÁFICO 2

Distribuição dos trabalhadores do setor de bens de capital segundo faixa etária Brasil, 2009

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

O setor de bens de capital possui a característica de ser o que menos conta com trabalhadores em grandes empresas (somente 17,9% está em estabelecimentos com mais de 500 trabalhadores), ao passo que a faixa de maior ocorrência é a de 10 a 99 trabalhadores (42,9%) (Tabela 3).

TABELA 3

Distribuição dos trabalhadores do setor de bens de capital segundo tamanho do estabelecimento

Brasil, 2009

Faixa de trabalhadores Nº trab. %

Até 9 trabalhadores 43.288 9,9 De 10 a 99 trabalhadores 185.601 42,6 De 100 a 499 trabalhadores 128.694 29,5 Acima de 500 trabalhadores 77.962 17,9

Total 435.545 100,0

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

Ao analisar a remuneração média dos trabalhadores da produção, observa-se que os homens recebem em média 53,4% mais que as mulheres, resultado da diferença entre R$ 1.548,80 e R$ 1.009,55, tal como exposto pela Tabela 4.

20,1 19,6 28,3 20,0 11,5 0,5 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Até 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 64 anos Acima de 65 anos

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TABELA 4

Remuneração média dos trabalhadores da PRODUÇÃO do setor de bens de capital segundo unidade da federação

Brasil, 2010*

Gênero Rendimento médio Diferença

homem/mulher

Mulher 1.009,55

53,4

Homem 1.548,80

Total 1.529,11

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT. Nota: para 2010 o dado apresentado refere-se ao CAGED de dezembro, no momento de divulgação da RAIS 2010 o total de emprego pode ser diferente por razões de ajustes tradicionalmente feitos pelo MTE.

A Tabela 5 mostra que 46,7% dos metalúrgicos do setor de bens de capital possuem ensino médio completo e 15,6% ensino fundamento completo. Já o percentual de trabalhadores com superior completo é menor: 9,3% do total.

TABELA 5

Escolaridade dos trabalhadores do setor de bens de capital Brasil, 2009 Escolaridade Nº trab. % Analfabeto 649 0,1 5º ano incompleto 6.858 1,6 5º ano completo 15.904 3,7 9ª incompleto 34.028 7,8

Ensino Fundamental completo 68.097 15,6 Ensino Médio Incompleto 42.901 9,8 Ensino Médio completo 203.566 46,7 Superior incompleto 23.232 5,3 Superior completo 40.310 9,3

Total 435.545 100,0

Fonte: RAIS 2009 e CAGED 2010. Elaboração: Subseção DIEESE – CNM/CUT-FEM/CUT.

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