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Implementação do Sistema de Gestão Ambiental no Centro e Gestão de Tratamento de Resíduos Químicos UFRGS

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Academic year: 2021

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Implementação do Sistema de Gestão Ambiental no Centro e Gestão de

Tratamento de Resíduos Químicos – UFRGS

Darci Barnech Campani

Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Saneamento Ambiental – IPH/UFRGS, Professor Adjunto do Dep. de Eng. Mecânica da UFRGS, Coordenador do Sistema de Gestão Ambiental da UFRGS Av. Paulo Gama, 110 – 5° andar – Prédio da Reitoria – Campus Centro – CEP 90.046-900 – Porto Alegre,

RS – BRASIL – Telefone: (55) (51) 3308.3619 - Fax: (51) 3308.4190 – e-mail: campani@ufrgs.br

Maria do Carmo Ruaro Peralba

Diretora do CGTRQ/IQ/UFRGS, Professora Adjunto do Dep. de Química Inorgânica Av. Bento Gonçalves, 9500 Caixa Postal 15003 – CEP 91.501-970 – Porto Alegre, RS – BRASIL

Telefone: (55) (51) 3308.6792 – Fax: (51) 3308.7304 – e-mail: mcarmo@iq.ufrgs.br

Régis Antonio Konzen Heitling

Químico com ênfase Tecnológica – Chefe da Divisão Técnica do CGTRQ/IQ/UFRGS Av. Bento Gonçalves, 9500 Caixa Postal 15003 – CEP 91.501-970 – Porto Alegre, RS – BRASIL

Telefone: (55) (51) 3308.7362 – Fax: (51) 3308.7304 – e-mail: konzen@iq.ufrgs.br

Cláudia Leites Luchese

Acadêmica do curso de Engenharia Química, Bolsista de Gestão Ambiental, da UFRGS Av. Bento Gonçalves, 9500 Caixa Postal 15003 – CEP 91.501-970 – Porto Alegre, RS – BRASIL

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Implementação do Sistema de Gestão Ambiental no Centro e Gestão

de Tratamento de Resíduos Químicos – UFRGS

RESUMO

A Universidade tem a importante missão de formar profissionais de alto nível profissional associado ao comprometimento da qualidade ambiental. Desta forma, cada vez se empenha em amenizar impactos ambientais que possam vir a causar danos ao meio ambiente. Diante disso, este trabalho teve por objetivo efetuar levantamentos sobre os aspectos e impactos ambientais encontrados no Centro de Gestão e Tratamento de Resíduos Químicos, Órgão Auxiliar do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, onde através de um Sistema de Gestão Ambiental – SGA, passou a melhor identificar e destacar com a utilização do FMEA (Failure Mode and Effects Analysis), os riscos ambientais a serem atacados com ordem de prioridade. Com a intenção de priorizar os mesmos, utilizou-se o FMEA conforme proposto por Andrade (2000) com pequenas alterações, visando sua aplicação à realidade da Universidade. Os resultados obtidos com a aplicação da ferramenta apresentaram como principal ação recomendada investir em melhorias e equipamentos apropriados, além de ressaltar a falta de comprometimento das pessoas geradoras do resíduo químico.

ABSTRACT

The university has the important mission of forming high level professionals as well as being committed to the environmental quality. Therefore, a crescent effort has been made in order to minimize environmental impacts. The present work aimed to point out environmental impacts found in the Center for Management and Treatment of Chemical Residues of the Institute of Chemistry – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, were the Environmental Management System, through the use of a Failure Mode and Effects Analysis (FMEA) is leading to a better identification of the environmental hazards and to the establishment of a priority to solve them. In order to establish the priority the FMEA was adapted from that proposed by Andrade (2000) taking into account the university reality. The results obtained by the use of that tool showed that the main action to be taken was to invest in adequate equipments and improvements, besides pointing out the lack of commitment of those responsible for generating chemical residues.

1. INTRODUÇÃO

A gestão ambiental designa ações em determinados espaços que enfatizam os aspectos ambientais. Quando voltada para organizações pode ser definida como sendo um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente, através da eliminação ou minimização de impactos ambientais e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, re-alocação ou desativação de empreendimentos ou atividades.

O objetivo maior da Gestão Ambiental deve ser a busca permanente da melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho, de qualquer organização

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pública ou privada. Essa busca é, portanto, um processo de aprimoramento constante do SGA de acordo com a Política Ambiental proposta pela alta direção e avalizada pela organização. A implementação do SGA é fundamental para o desenvolvimento da Política Ambiental, pois atua como ferramenta para estabelecer práticas e procedimentos apropriados em direção à meta do desenvolvimento sustentável, e faz parte de um esforço integrado e contínuo de toda organização, na busca pela excelência ambiental.

A escolha do FMEA como ferramenta foi feita em função da priorização que ela possibilita através da aplicação de índices de criticidade, os quais agregam valores para que possam ser avaliados os maiores riscos ambientais associados às facilidades de implementar ações corretivas.

Com base nestas idéias implementamos o SGA no CGTRQ da UFRGS, utilizando a ferramenta do FMEA.

2. METODOLOGIA

Com base no trabalho de Andrade (2000) que analisa a aplicação de uma ferramenta já existente para Análise de Falha e seus Efeitos (FMEA), realizamos algumas melhorias na proposta e buscamos implementação do SGA, através dos passos que seguem:

1. Definição dos ambientes há serem considerados.

2. Visitas e estudos coletivos para levantamento e identificação dos aspectos e impactos ambientais apresentados pelo CGTRQ.

3. Identificação do espaço a ser analisado.

4. Discussão e elaboração de itens explicativos que fixam os índices de criticidade. 5. Identificação das causas dos aspectos/ impactos ambientais (identificam-se as causas

potenciais geradoras de aspectos/ impactos ambientais).

6. Identificação dos controles atuais de detecção das falhas ou causas.

7. Desenvolvimento dos Planos de Ações (Ações Recomendadas: são estipuladas ações de prevenção ou correção a serem tomadas a fim de sanar ou conter aspectos e impactos ambientais).

8. Atribuição dos valores índices de criticidade.

2.1. Gravidade do impacto

Avalia a gravidade de um impacto ambiental de um modo potencial de falha ao meio ambiente, que é estimado de 1 a 10 conforme a Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Diretrizes para classificar o índice de gravidade do impacto.

1-2 Dificilmente será visível. Muito baixa para ocasionar um impacto no meio ambiente.

3-4 Não-conformidade com a política de Gestão Ambiental da Universidade. Impacto baixo ou muito baixo sobre o meio ambiente.

5-6 Não-conformidade com os requisitos legais e normativos. Potencial de prejuízo moderado ao meio ambiente.

7-8 Sérios prejuízos a saúde das pessoas diretamente envolvidas com as tarefas. 9-10 Sérios riscos ao meio ambiente.

2.2. Ocorrência da causa

Trata-se da probabilidade de ocorrência de uma especifica causa/mecanismo, conforme a Tabela 2 abaixo na escala de 1 a 10.

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1-2 Remota É altamente improvável que ocorra.

3-4 Baixo Baixa probabilidade de ocorrer em 1 semestre. 5-6 Moderado Razoável probabilidade de ocorrência em 1 semestre. 7-8 Alto Ocorre com regularidade mais de uma vez por semestre.

9-10 Muito Alto Grande possibilidade de ocorrer cada vez que executada a tarefa.

2.3. Grau de detecção

Estabelece em uma escala de 1 a 10 a relação entre a detecção e a solução de uma ocorrência conforme a Tabela 3 abaixo.

Tabela 3 – Diretrizes para classificar o grau de detecção.

1 Detecção rápida e solução rápida.

2 Detecção rápida e solução a médio prazo. 3 Detecção a médio prazo e solução rápida. 4 Detecção rápida e solução a longo prazo.

5 Detecção a médio prazo e solução a médio prazo. 6 Detecção a longo prazo e solução rápida.

7 Detecção a médio prazo e solução a longo prazo. 8 Detecção a longo prazo e solução a médio prazo. 9 Detecção a longo prazo e solução a longo prazo. 10 Sem detecção e/ ou sem solução.

2.4. Facilidade de implantação da ação recomendada

Relaciona numa escala de 1 a 10 os custos, o número de pessoas envolvidas e o tempo gasto para a aplicação do plano de ação conforme a Tabela 4 abaixo.

Tabela 4 – Diretrizes para classificar a facilidade de implantação da ação recomendada.

Custo Número de pessoas Tempo

1 Não existe tecnologia ou o custo da mesma é inviável.

2 Alto Todas Alto

3 Alto Apenas envolvidas com a tarefa. Alto

4 Alto Todas Baixo

5 Alto Apenas envolvidas com a tarefa. Baixo

6 Baixo Todas Alto

7 Baixo Apenas envolvidas com a tarefa. Alto

8 Baixo Todas Baixo

9 Baixo Apenas envolvidas com a tarefa. Baixo

10 Mínimo custo ou custo benefício de retorno imediato.

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Este índice é obtido pela simples multiplicação dos valores estimados para cada um dos 4 índices anteriores, fornecendo uma escala hierarquizada para cada aspecto / impacto analisado, variando de 1 a 10000. Foram destacados como itens de prioridade para implantação do plano de ações aqueles que possuíam IRA mais alto, seguindo uma ordem decrescente de prioridade.

Para continuação do trabalho as próximas etapas há serem seguidas são:

a) Detalhamento do Plano de Ações (através dos itens que apresentaram maior criticidade, o plano de ação será detalhado).

b) Aplicação do Plano de Ações.

c) Revisão do Plano de Ações (melhoria contínua).

A partir da aplicação do Plano de Ação, deverão ser recalculados os índices de criticidade, analisando os efeitos da aplicação, logo corrigidos os planos que não obtiverem alterações significativas. Os que conseguirem ser efetivos pela aplicação da própria ferramenta terão seu índice reduzido, passando então a agir nos itens conforme a nova escala de criticidade, obtendo de tal forma a melhoria contínua.

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Tabela 5 - Análise de impacto ambiental no CGTRQ Aspecto Impacto Ambiental Gravidade de Impacto Ocorrência da Causa Grau de Detecção Facilidade de Implantação da Ação Recomendada

IRA Plano de Ação

1.3 Limpeza do setor Sujeira e poluição

visual 5 8 4 3 480

Contratação de pessoal específico para realizar a limpeza

1.4 Água imprópria para consumo

Comprometimento da saúde das pessoas

5 8 4 8 1280 Instalação de filtro

1.5 Insumos de processos Possíveis danos à

saúde 8 9 4 3 864

Instalação de coifas com exaustão interligadas num lavador de gases

1.6 Uso de papel, digitação, etc...

Comprometimento da oferta de energia e recursos naturais 1 8 2 8 128 Conscientização e informação 1.7 Banheiros Geração de

resíduos 1 8 1 6 48 Conscientização e informação constante

2. Armazenamento de resíduos químicos na unidade geradora dos resíduos

Comprometimento da saúde e segurança das pessoas

8 10 2 8 1280

Investir em conscientização e reeducação. Implantar um limite para quantidade de entrega diária dos resíduos químicos, impedindo que haja acúmulo de resíduos químicos. Não aceitar rótulos com informações erradas e /ou imprecisas. Construção de um site e/ou cartilhas, explicativos e

esclarecedores 3. Transporte dos resíduos até o CGTRQ

Comprometimento da saúde e segurança das pessoas

8 10 2 8 1280

Investir em conscientização e reeducação. Divulgação das regras através de um site explicativo e folders esclarecedores

4. Recebimento de resíduos químicos

Comprometimento da saúde e segurança das pessoas

8 8 2 6 768 Manutenção, projeto para melhorias e treinamentos

5. Entrega de embalagens vazias

Aspecto visual e comprometimento da saúde

5 8 2 6 480 Manutenção, estudo para melhorias, conscientização e reeducação

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6. Caracterização dos resíduos químicos (avaliação) Comprometimento da saúde e segurança das pessoas 8 10 2 6 960

Conscientização e reeducação, treinamento e maior comprometimento pelo professor responsável e pelo gerador do resíduo químico

7. Pré-tratamento : Casa de Manipulação de Resíduos químicos

Comprometimento da saúde e segurança das pessoas

10 10 2 3 600 Uso de equipamentos específicos para a realização dessa tarefa

8. Armazenamento provisório dos resíduos químicos Comprometimento da saúde e segurança das pessoas 10 10 4 3 1200

Projeto de melhoria e implantação de novas colunas de destilação. Maior freqüência de envio dos resíduos químicos aos seus locais de destino mais apropriados, minimizando os riscos. Área coberta para armazenagem dos resíduos recicláveis (MPR). Manutenção, reparos, melhoria dos equipamentos e requisição de serviços. Permanecer dentro das especificações adequadas e legais permitidas. Isolar a área de trabalho do CGTRQ da mata ciliar que o circunda, impedindo assim o alastramento de possíveis conseqüências do trabalho realizado em tratamento dos resíduos químicos

9. Tratamento dos resíduos químicos no CGTRQ 9.1 Descontaminação de embalagens

Comprometimento da saúde e segurança das pessoas

8 10 2 3 480 Projeto para melhorias de local, instalações, equipamentos, métodos, reuso de água 9.2 Recuperação de solventes orgânicos

passíveis de purificação (destilação)

Comprometimento dos recursos naturais

1 10 1 3 30 Permanecer sempre dentro das especificações legais Total do IRA 9878

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3. RESULTADOS

A Tabela 5, apresenta um resumo da análise de impacto ambiental no CGTRQ. Com a aplicação do FMEA obteve-se a priorização dos aspectos e impactos ambientais, que foram quantificados através do IRA, que representa não só os maiores riscos ambientais como também associa as facilidades de implementar uma ação corretiva de modo a obter uma maior efetividade. Através da análise feita temos um elevado índice de risco no armazenamento de produtos inflamáveis, é importante ressaltar também que nossa análise mostrou grande falta de comprometimento e consciência da fonte geradora do resíduo químico, dificultando ainda mais o processo realizado pelo CGTRQ.

4. CONCLUSÃO

Conforme proposta por Andrade (2000), a utilização do FMEA, aplicado ao Sistema de Gestão Ambiental, mostrou-se eficaz na detecção da criticidade dos vários aspectos e impactos, auxiliando na determinação de prioridades.

O acréscimo de mais um item na montagem do índice de criticidade agregou mais efetividade para o processo de decisão do SGA.

Em relação à metodologia e análise do FMEA, foram feitas unificações no plano de ação, com relação a ações recomendadas que possuíam o mesmo caráter de aplicação, salientando que a necessidade de investimentos é o fator determinante que aparece em nossa análise. As causas potenciais que aparecem com os maiores IRA’s são a falta de comprometimento dos responsáveis geradores pelos resíduos químicos, que são tóxicos, voláteis e perigosos e exigem muita responsabilidade.

5. CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

ANDRADE, M. R. S. Uma metodologia de análise dos aspectos e impactos ambientais através da utilização do FMEA. In: ENEGEP, 2000, USP/POLI-SP.

MOREIRA, M. S. Estratégia e implantação do Sistema de Gestão Ambiental (Modelo ISO14000). Editora DG.

NBR ISO 14001: Sistemas de Gestão Ambiental: especificações e diretrizes para uso. ABNT, Rio de Janeiro, 1996.

CORRÊA, V. A. A identificação de problemas, passo inicial para implantação de um sistema de qualidade ambiental. O caso do campus do vale da UFRGS. In: V Simpósio de Qualidade Ambiental. Gestão Integrada do Ambiente, 2006, Porto Alegre. Anais p.56.

Parecer Técnico proposto pelo Engenheiro Químico César A. Leal, PhD, em 2005.

CAMPANI, D. B. et al. A Gestão Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. In: AIDIS, 2006.

Referências

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