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II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

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II Congresso Nacional de Formação de Professores

XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES DO PROJETO GURI – POLO DE SÃO CARLOS-SP NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Joana Rostirolla Batista De Souza, Domitila Shizue Kawakami Gonzaga, Silvany Ellen Risuenho Brasil

Eixo 5 - A formação de professores na perspectiva da inclusão - Relato de Experiência - Apresentação Oral

Após o surgimento da demanda da atividade que discursasse a respeito da inclusão escolar, partiu do Projeto Guri a procura por profissionais que fossem capacitados para realização de atividades a respeito do tema em questão. Entre as partes (equipe administrativa e profissionais da educação especial) ficou decidido que as atividades contemplariam os educadores, equipe administrativa, alunos e pais. Participaram da atividade onze educadores musicais, três funcionários da equipe administrativa do Polo e a psicóloga responsável pelas atividades de desenvolvimento social da regional São Carlos. As atividades foram desenvolvidas no período entre maio e julho de 2013. Os temas contemplados na intervenção com a equipe administrativa e os educadores foram: 1) A definição de deficiência; 2) Os tipos de deficiências e o aprofundamento nos principais casos do Polo: a) Paralisia Cerebral; b) Deficiência Visual; c) Autismo e d) Síndrome de Down e uma conclusão reflexiva. O trabalho em questão foi denominado “A inclusão do educador na inclusão”. Uma das profissionais participou de quatro atividades com as crianças sobre a deficiência auditiva e em especial a Língua Brasileira de Sinais. Ainda, as profissionais facilitaram um encontro com o grupo de Coral da APAE do município com os alunos do Polo. Por fim, foi enviado um convite aos pais para que comparecessem ao Polo para conversa juntamente às profissionais para relato dos encontros com os educadores, bem como explicação das atividades com os alunos e promover momento de reflexão sobre a temática. Foi percebido que em alguma esfera, todos os públicos se sentiram forçados ao exercício de reflexão, em especial sobre suas crenças e comportamentos. Palavras-chave: Educação Inclusiva; Formação continuada; Trabalho colaborativo.

Trabalho Completo

Ficha Catalográfica

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FORMAÇÃO CONTINUADA DE EDUCADORES DO PROJETO GURI – POLO DE SÃO CARLOS-SP NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO

INCLUSIVA

Domitila Shizue Kawakami Gonzaga; Joana Rostirolla Batista de Souza; Silvany Ellen Risuenho Brasil. Universidade Federal de São Carlos -UFSCar .

Neste trabalho, relatamos a experiência de uma intervenção realizada no polo de São Carlos do Projeto Guri, no interior do estado de São Paulo. A estratégia central utilizada foi a formação continuada de professores com o seguinte enfoque: deficiências física, sensorial e intelectual; e Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD).

O Projeto Guri é um programa de educação musical administrado pela organização social de cultura Amigos do Guri e que oferece diversos cursos ligados ao desenvolvimento musical nos períodos de contraturno escolar. A organização, desde 2004, é responsável pela gestão do programa em mais de 360 polos de ensino situados no litoral e interior do estado de São Paulo e recebem cerca de 30 mil alunos por ano. Atualmente, o projeto (idealizado pelo governo do estado) é o maior programa sociocultural brasileiro (ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO PROJETO GURI).

Quatro anos após a iniciativa, houve o lançamento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que visou concretizar a construção de sistemas educacionais inclusivos no Brasil. Essa política pública prevê que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas e levou a um movimento dos alunos público-alvo das escolas especiais para as escolas regulares. O documento define que esse público é formado por alunos com deficiência, TGD e/ou altas habilidades/superdotação – alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) (BRASIL, 2008). Mundialmente, o conceito de educação inclusiva já vem sendo preocupação de instituições como a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) há tempos, a qual, em 1994, realizou a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, que resultou na publicação da Declaração de Salamanca. Nesta, postulou-se que o principio fundamental da escola inclusiva é que o ensino seja garantido em escolas regulares para todos os alunos independente de qualquer dificuldade ou diferença dos mesmos (UNESCO, 1994). Sabe-se que o discurso da

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educação inclusiva iniciou, no Brasil, no final da década de 1990 (MENDES, 2009).

Dessa forma, esses alunos passaram a ser inseridos nas escolas de ensino regular, como garante a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LBD (BRASIL, 2010a) e prevê o Plano Nacional de Educação – PNE (BRASIL, 2010b). Entretanto, mesmo divergindo em questões centrais, diversos autores da educação especial concordam que os professores brasileiros são formados para o ensino de alunos com um determinado padrão, ditos “alunos ideais”, e não para atender as especificidades de cada educando, o que diverge do conceito de educação inclusiva e de todo esse movimento (MANTOAN, 2004; MENDES, 2009; VITALINO, 2009).

Por isso, discute-se muito, atualmente, a formação dos professores e o despreparo dos mesmos para receber o público-alvo da inclusão (CAPELLINI e MENDES, 2004; TOYODA et al., 2007; JESUS, 2008). Para a UNESCO (2003) a formação de professores qualificados para práticas inclusivas é “vital” para a campanha da educação inclusiva, sendo a formação desenvolvida no espaço regular considerada a mais urgente.

A desinformação em relação às pessoas com deficiência constitui barreira para a inclusão educacional. Assim, informar os professores sobre dados em relação a esse grupo, características, causas mais comuns, possibilidades de prevenção, legislação, estratégias de aprendizagem, é o primeiro passo para a promoção da inclusão (CAPELLINI; MENDES, 2004).

Em contrapartida, Berbel (2011) lembra que nas ultimas décadas estudiosos da Educação tem discutido muito se as informações bastam para que os alunos de qualquer nível de ensino participem integral e efetivamente da vida em sociedade. Para a autora, o problema da transmissão de informação, que é sim essencial, mas não o suficiente, promove a manutenção do “já existente”. As informações são apenas retidas ou memorizadas e os alunos permanecem apenas na condição de expectadores do mundo, ou seja, despotencializados e condicionados. Será que a formação continuada de professores apenas naquele sentido de informar sobre as mais diversas facetas das deficiências é suficiente para a promoção da instituição de ensino inclusiva?

Com base no exposto até aqui, a experiência relatada neste trabalho teve como objetivo central realizar a formação em serviço de profissionais da educação que atuam no Projeto Guri da subsede do município de São Carlos (SP). Mas foi além, complementando essa formação continuada de

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professores com ações que envolveram os próprios alunos e os pais e/ou responsáveis por eles.

O Projeto Guri, especialmente o polo do qual se trata este relato, vem seguindo a tendência nacional de abertura para a inclusão de alunos com NEE. A partir dessa demanda surge a necessidade de intervenção que, neste caso, se baseou nos princípios do trabalho colaborativo, especificamente da consultoria colaborativa de três profissionais – duas psicólogas e uma terapeuta ocupacional.

Local

Esta experiência aconteceu nas dependências da unidade do Polo São Carlos (SP) do Projeto Guri.

Participantes

Participaram da atividade 11 educadores musicais, três funcionários da equipe administrativa do Polo e a psicóloga responsável pelas atividades de desenvolvimento social da regional São Carlos.

Período

As atividades foram desenvolvidas no período entre os meses de maio a julho de 2013.

Descrição da experiência:

Após o surgimento da demanda da atividade que discursasse a respeito da inclusão escolar, partiu do Projeto Guri a procura por profissionais que fossem capacitados para realização de atividades a respeito do tema em questão. Desta maneira, foram realizadas reuniões que contemplaram a equipe administrativa e as três profissionais da intervenção para que se conversasse a respeito das atividades que seriam propostas ao Polo como um todo.

Entre as partes, ficou decidido que o que seria anteriormente uma atividade relacionada apenas aos alunos do Projeto Guri, passou a contemplar os educadores, equipe administrativa, alunos e pais. As atividades realizadas com cada público estão resumidamente apresentadas na Tabela 1.

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Tabela 1 – Público-alvo, resumos e objetivos das atividades

Público-alvo Atividade Objetivo

Educadores e equipe administrativa Reunião com os temas propostos: O que são as deficiências; Como um educador pode

lidar com elas?

Sensibilizar os educadores para a temática da inclusão e proporcionar espaço de reflexão para produção em grupo do que seriam as atividades desenvolvidas com os alunos Alunos Vídeos explicativos; atividades lúdicas envolvendo a temática da inclusão e discussão em grupo acerca das

atividades propostas.

Proporcionar um olhar diferenciado para os limites e possibilidades

que são encontrados para as pessoas portadoras de deficiências, em especial os tipos encontrados em sala de aula. Pais Vídeos explicativos e conversa com as profissionais da intervenção. Apresentação de um aluno do Polo, com cegueira, juntamente a um educador, no piano. Explanar as atividades realizadas durante os

dois meses com os educadores, equipe administrativa e alunos

e fomentar discussão crítica a respeito da

temática.

A Tabela 1 apresenta resumidamente as atividades propostas com os diferentes públicos, bem como a intenção da atividade.

A atividade com os educadores e equipe administrativa foi composta por dois encontros, com a finalidade de contemplar todos os educadores. Esta condição foi necessária já que não são todos os educadores que estão no Polo todos os dias, sendo que, frequentemente, as aulas dos instrumentos musicais são divididas em duplas: segunda/quarta e terça/quinta-feira. Assim sendo, foi necessário que as profissionais se encontrassem com os professores em um dia que estivessem no Polo e também que não estivessem em aula.

O encontro com os educadores contemplou: 1) A definição de deficiência; 2) Os tipos de deficiências e o aprofundamento nos principais casos do Polo: a) Paralisia Cerebral; b) Deficiência Visual; c) Autismo e d) Síndrome de Down e uma conclusão reflexiva. O trabalho em questão foi denominado “A inclusão do educador na inclusão”, uma vez que estava sendo trabalhado com

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educadores musicais, muitas vezes foi trabalhada a condição da deficiência em músicos conhecidos.

A atividade das crianças foi realizada pela própria equipe administrativa, que, após o processo de sensibilização proposto pelas profissionais, pôde produzir e aplicar encontros idealizados em conjunto. Ainda, uma das profissionais participou de quatro atividades com as crianças sobre a deficiência auditiva e, em especial, a Língua Brasileira de Sinais.

Os momentos propostos com as crianças contemplaram todas as aulas de todos os instrumentos e também todas as faixas-etárias.

Ainda, as profissionais facilitaram um encontro com o grupo de Coral da APAE do município com os alunos do Polo, o qual proporcionou um maior encontro com uma condição que unia tanto o grupo escolhido quando o Polo do Projeto Guri, que são crianças envolvidas com a música.

Por fim, foi enviado um convite aos pais para que comparecessem ao Polo para conversa juntamente às profissionais para relato dos encontros com os educadores, bem como explicação das atividades com os alunos e promover momento de reflexão sobre a temática. Ao final do encontro, um aluno com deficiência visual, que é aluno de teclado do Polo, se apresentou aos pais e educadores presentes ao lado de um dos educadores.

Principais Impressões

Foi percebido que, em alguma esfera, todos os públicos se sentiram forçados ao exercício de reflexão, em especial sobre suas crenças e comportamentos. Os educadores questionaram e participaram bastante das atividades, de maneira produtiva e agregadora. Contudo, de alguma forma, retornavam à questão da dificuldade em lidar com a inclusão e das dificuldades de ministrar aula com um aluno com necessidades educacionais especiais (NEE).

Os alunos, em contrapartida, apresentaram pequenas mudanças, mas consideráveis nos hábitos referentes aos colegas NEE dentro e fora do espaço do Pólo. Os pais apresentaram a mesma reação e relataram mudanças nos discursos de seus filhos em suas casas.

A conclusão principal para o relato de experiência é a necessidade de proporcionar pontes essenciais da universidade com a rede, ainda que a comunidade não esteja carente de profissionais capacitados, a rede possui lacunas referentes a profissionais que tenham a função de auxílio em questões específicas como a inclusão.

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Referências

ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO PROJETO GURI. Quem somos. 2014. Disponível em: <http://www.projetoguri.org.br/quem-somos/>. Acesso: 30/01/14.

BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina-Pr, v.32, n.1, p.25-40, jan/jun. 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

Brasília: MEC/SEESP, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

LBD – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 5 ed. Brasília:

Edições Câmara. 2010a.

BRASIL. Ministério da Educação. Projeto de Lei no 8.035-B de 2010. PNE -

Plano Nacional de Educação. Brasil: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. 2010b.

CAPELLINI, V. L. M. F.; MENDES, E. G. Formação continuada de professores para a diversidade. Educação. v.54, n.3, p.597-615, set/dez, 2004.

JESUS, D. M. Formação de professores para a Inclusão Escolar: instituindo um lugar de conhecimento. In: MENDES, E. G.; ALMEIDA, M. A.; HAYASHI, M. C. P. I. Temas em Educação Especial: conhecimentos para

fundamentar a prática. Araraquara-SP: Junqueira&Marin; Brasília-DF:

CAPES-PROESP, 2008.

MANTOAN, M.T.E. Caminhos pedagógicos da Educação Inclusiva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

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MENDES, E. G. Prefácio. 2008. In: DALL’AQUA; M. J. C.; ZANIOLLO, O. Z. (org.). Educação Inclusiva em Perspectiva: reflexões para a formação de

professores. Curitiba: Editora CRV, 2009.

TOYODA, C. Y. et al. O contexto multidisciplinar da prática da Terapia Ocupacional frente ao paradigma da inclusão escolar. Cadernos de Terapia

Ocupacional da UFSCar, São Carlos, SP, v.15, n. 2, p. 121-130, 2007.

UNESCO. Declaração de Salamanca sobre princípios, política e práticas

na área das necessidades educativas especiais. Salamanca, 1994.

Brasília: UNESCO. 1998.

UNESCO. Open File on Inclusive Education: Support Materials for Managers and Administrators. Brasília: UNESCO. 2003.

VITALINO, C.R. As possibilidades de inclusão de conteúdos sobre a educação de alunos com necessidades educacionais especiais nas disciplinas do curso de pedagogia. In: DALL’AQUA; M. J. C.; ZANIOLLO, O. Z. (org.). Educação Inclusiva em Perspectiva: reflexões para a formação de

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