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RELATÓRIO ANUAL DE ACOMPANHAMENTO DOS MERCADOS DE COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS

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RELATÓRIO ANUAL DE ACOMPANHAMENTO DOS

MERCADOS DE COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS

(2)

ÍNDICE

1. Sumário ... 6

2. Objecto e Método ...11

3. Sector das Comunicações Electrónicas em Portugal...13

4. Serviços de Comunicações Electrónicas...16

4.1 Comunicações Fixas de Voz ...17

4.1.1 Mercado Retalhista ...20

4.1.2 Mercado Grossista ...24

4.1.3 Conclusões ...26

4.2 Comunicações Móveis de Voz ...27

4.2.1 Mercado Retalhista ...29

4.2.2 Mercado Grossista ...33

4.2.3 Conclusões ...33

4.3 Acesso à Internet em Banda Larga...34

4.3.1 Mercado Retalhista ...38

4.3.2 Mercado Grossista ...39

4.3.3 Conclusões ...44

5. Cooperação Institucional entre Autoridades ...44

6. Bibliografia ...47

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Prestadores de SFT em actividade ...19

Tabela 2: Margem bruta média para uma chamada local...26

Tabela 3: Prestadores do serviço de acesso à Internet...36

Tabela 4: Preços da oferta grossista “Rede ADSL PT” – mensalidade do acesso local ...41

ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1: Receitas de telecomunicações em % do PIB, 1985 a 2005...17

Gráfico 2: Linhas telefónicas principais por cada 100 habitantes ...18

Gráfico 3: Operadores de SFT em actividade ...18

Gráfico 4: Principais concorrentes de SFT ...18

Gráfico 5: Quota de mercado do operador incumbente nas chamadas locais (minutos)...19

Gráfico 6: Quota de mercado do operador incumbente nas chamadas nacionais (minutos)..19

Gráfico 7: Quota de mercado do operador incumbente nas chamadas internacionais (minutos) ...20

Gráfico 8: Preço das chamadas locais na rede fixa, incumbente ...21

Gráfico 9: Preço das chamadas nacionais na rede fixa, incumbente ...22

Gráfico 10: Cabaz de serviços telefónicos fixos nacionais, clientes residenciais (1998-2006) ...23

Gráfico 11: Cabaz de serviços telefónicos fixos nacionais, clientes não residenciais (1998-2006)...23

Gráfico 12: Cabaz de serviços telefónicos fixos internacionais, clientes residenciais (1998-2006)...24

Gráfico 13: Cabaz de serviços telefónicos fixos internacionais, clientes não residenciais (1998-2006) ...24

Gráfico 14: Preço da terminação local de chamadas em redes telefónicas públicas fixas (incumbente), período de pico ...25

Gráfico 15: Preço da terminação de chamadas em trânsito simples em redes telefónicas públicas fixas (incumbente), período de pico ...25

Gráfico 16: Preço da terminação de chamadas em trânsito duplo em redes telefónicas públicas fixas (incumbente), período de pico ...25

Gráfico 17: Taxa de penetração do STM ...27

(3)

Gráfico 19: Operadores de rede móvel 3G ...28

Gráfico 20: Prestadores de STM ...28

Gráfico 21: Quotas de mercado do STM, em número de clientes ...29

Gráfico 22: Preços de chamadas on-net em planos pré-pagos do STM ...30

Gráfico 23: Diferencial de preços: chamadas on e off-net...31

Gráfico 24: Cabaz nacional de STM – pequenos utilizadores, 2006 ...31

Gráfico 25: Cabaz nacional de STM – médios utilizadores, 2006...32

Gráfico 26: Cabaz nacional de STM – grandes utilizadores, 2006...32

Gráfico 27: Preço da terminação de chamadas em redes móveis públicas no período de pico ...33

Gráfico 28: Preço da terminação de chamadas em redes móveis públicas no período fora de pico ...33

Gráfico 29: Taxa de penetração da banda larga...34

Gráfico 30: Quota de mercado por tipo de tecnologia de acesso à Internet em banda larga.35 Gráfico 31: Alojamentos cablados...36

Gráfico 32: Quota de mercado do operador incumbente vs. entrantes para o acesso à Internet em banda larga ...37

Gráfico 33: Quota de mercado do operador incumbente vs. entrantes para o acesso à Internet em banda larga através de DSL ...37

Gráfico 34: Mensalidade de ofertas de banda larga ...38

Gráfico 35: Lacetes locais desagregados e linhas grossistas DSL ...40

Gráfico 36: Percentagem de acessos grossistas no total de linhas RTPC activas...41

Gráfico 37: Preços da desagregação de lacetes – instalação ...42

Gráfico 38: Preços da desagregação de lacetes – mensalidade...42

Gráfico 39: Preços da desagregação de lacetes – preço médio mensal ...43

Gráfico 40: Preços da desagregação de lacetes – margem bruta média mensal ...43 ANEXO DE TABELAS

(4)

PREFÁCIO

Ao abrigo dos poderes de supervisão de mercados, a Autoridade da Concorrência tem acompanhado de forma regular diversos mercados, seleccionados segundo o critério da importância para a economia e para os consumidores.

O sector das comunicações electrónicas contribui de forma significativa, e com um impacto crescente, para o aumento da competitividade da economia e para a difusão da tecnologia, constituindo um sector chave para o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na informação.

De salientar que as receitas do sector das comunicações electrónicas em Portugal, em 2005, correspondiam a 7,3 mil milhões de Euros, ou seja, aproximadamente

5% do Produto Interno Bruto (PIB)1, o que demonstra bem do seu impacto na

economia portuguesa e, consequentemente, do seu impacto sócio-cultural.

Decorridos aproximadamente 7 anos sobre a total liberalização da prestação de serviços de comunicações electrónicas em Portugal, as questões concorrenciais e, em particular, o controlo concorrencial ex-post, assumem cada vez maior relevância, constituindo garantia do funcionamento eficiente e competitivo destes mercados.

Neste contexto, a Autoridade da Concorrência publica pela segunda vez um Relatório sobre os serviços de comunicações electrónicas, apresentando de forma compilada e organizada um conjunto de dados na expectativa de que estes possam constituir uma ferramenta útil para os diferentes agentes de mercado como o são para a própria actividade da Autoridade.

O presente Relatório visa avaliar a evolução da concorrência nos mercados de comunicações fixas de voz, de comunicações móveis de voz e de acesso à Internet em banda larga, em Portugal, através da comparação de uma síntese de indicadores – taxas de penetração, quotas de mercado, preços, entre outros – em

(5)

Portugal e numa selecção de países de entre os antigos 15 Estados-Membros da União Europeia, escolhidos segundo o critério de “melhores práticas”.

Lisboa, Outubro de 2007

O Presidente da Autoridade da Concorrência Prof. Doutor Abel M. Mateus

(6)

1. SUMÁRIO

O presente Relatório anual tem por objecto avaliar a evolução da concorrência nos mercados de comunicações fixas de voz, de comunicações móveis de voz e de acesso à Internet em banda larga, em Portugal.

O documento compara uma síntese de indicadores para os mercados identificados, em Portugal e numa selecção de países de entre os antigos 15 Estados-Membros da União Europeia (UE-15), registando, em particular, a evolução no período entre 2004 e 2006.

Em termos gerais, verifica-se que no mercado de comunicações electrónicas português:

(i) embora a situação concorrencial no mercado de telefonia móvel tenha

evoluído de forma mais favorável, a concorrência nos mercados da telefonia fixa e do serviço de acesso à Internet em banda larga continua incipiente, comparativamente com os restantes países;

(ii) os preços2, para as comunicações fixas de voz e para o acesso à Internet em

banda larga, não obstante uma diminuição dos mesmos no período entre 2004 e 2006, são também dos mais elevados de entre o conjunto de países analisado. Para os serviços de comunicações móveis de voz, a situação não é, no entanto, tão desfavorável;

(iii) continuam a registar-se níveis de concentração de mercado significativos nas comunicações fixas de voz, comunicações móveis de voz e acesso à Internet em banda larga, sendo as quotas de mercado em Portugal das mais elevadas do conjunto de países considerado, não obstante uma diminuição das mesmas no período entre 2004 e 2006;

(iv) com excepção das comunicações móveis de voz, as taxas de penetração para as comunicações fixas e para o acesso à Internet em banda larga são

2 O presente Relatório apresenta comparações de preços ponderados e não ponderados pelas Paridades de Poder de Compra (PPC). Assim, no texto, os preços são identificados apenas em Euros no caso de preços nominais e em Euros/PPC para os preços ponderados.

(7)

significativamente mais reduzidas em Portugal do que nos restantes países analisados, muito embora se tenha registado um aumento da taxa de penetração para o acesso à Internet em banda larga no período entre 2004 e 2006.

Relativamente às comunicações fixas de voz, observa-se que em Portugal:

(i) o preço das chamadas nacionais aumentou ligeiramente de 23,2

cêntimos de Euro para 23,5 cêntimos de Euro no período entre 2004 e 2006 (embora ao considerarem-se os preços em PPC, a tendência registada seja de diminuição de preço), sendo, em 2006, o mais elevado do conjunto de países considerado, cerca de 2% superior à média da UE-15 excluindo o nosso país (o desvio face à média aumenta para 28% ao considerarem-se os preços em PPC) e 93% superior ao do país com o preço mais reduzido, a

Suécia;

(ii) o preço das chamadas locais diminuiu no período entre 2004 e 2006 (de 15,5 cêntimos de Euro para 14,8 cêntimos de Euro), contudo, em 2006, é também o mais elevado do conjunto de países considerado, situando-se 12%

acima da média da UE-15 excluindo o nosso país (o desvio face à média

aumenta para 44% ao considerarem-se preços em PPC) e 59% acima do

preço da Grécia ou do Luxemburgo, países que apresentam o preço mais

reduzido;

(iii) o preço do cabaz nacional para clientes residenciais decresceu aproximadamente 17% no período entre 2004 e 2006; contudo, o seu preço em 2006 (32,52 Euros) é superior ao de qualquer outro país considerado, situando-se aproximadamente 10% acima da média dos 25 antigos Estados-Membros da União Europeia (UE-25) e 28% acima do preço na

Suécia (país onde se regista menor preço);

(iv) o preço do cabaz nacional para clientes não residenciais diminuiu cerca de 36% no período entre 2004 e 2006, situando-se ligeiramente abaixo da

média da UE-25. Não obstante, o preço do cabaz em Portugal, em 2006

(56,38 Euros), é superior em 45% ao do Luxemburgo, país que regista o menor preço;

(8)

(v) o preço do cabaz internacional para clientes residenciais decresceu

49% no período entre 2004 e 2006 (1,01 Euros, em 2006), estando contudo acima da média da UE-25 em 12% e situando-se 98% acima do preço na Suécia (país com menor preço);

(vi) o preço do cabaz internacional para clientes não residenciais

decresceu 44% no período entre 2004 e 2006 (0,83 Euros, em 2006),

situando-se, no entanto, acima da média da UE-25 em 26% e acima do

preço na Suécia (país com menor preço) em 152%;

(vii) as quotas de mercado do operador incumbente para as chamadas na rede telefónica pública num local fixo são superiores a 70%, em Dezembro de 2005, apresentando um desvio face à média das quotas de mercado dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país de aproximadamente 27%

para as chamadas nacionais e de 61% para as chamadas internacionais (não obstante uma diminuição das quotas de mercado no

período entre Dezembro de 2003 e Dezembro de 2005 de 83% para 74% e de 75% para 73% para as chamadas nacionais e para as chamadas internacionais, respectivamente);

(viii) a taxa de penetração diminuiu entre 2000 e 2005 (de 43,1 para 40,4), sendo, em 2005, a mais reduzida do conjunto de países considerado, com um desvio face à média das taxas de penetração dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país de cerca de -22%.

No que concerne às comunicações móveis de voz, refira-se que em Portugal:

(i) embora o nível de concentração do mercado seja elevado e superior ao

dos restantes países considerados, o diferencial de preços face à média da UE-15 excluindo o nosso país não é tão elevado como no caso da telefonia fixa e a taxa de penetração é significativa;

(ii) o operador líder de mercado apresenta, em Outubro de 2006, uma das

quotas de mercado mais elevadas do conjunto de países considerado (não obstante uma diminuição da quota de 52% em Junho de 2004 para 46%),

apresentando um desvio face à média das quotas de mercado dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país de aproximadamente 10%;

(9)

(iii) o índice de concentração C23 (cerca de 86%), em 2006, é o mais

elevado do conjunto de países considerado;

(iv) o preço das chamadas off-net no terceiro trimestre de 2006 é cerca de

60% superior ao das chamadas on-net em planos pré-pagos;

(v) os preços para as chamadas on-net em planos pré-pagos não sofreram

alteração entre o quarto trimestre de 2004 e o terceiro trimestre de 2006

(0,63 Euros), situando-se 15% abaixo da média da UE-15 excluindo Portugal, mas 125% acima do preço na Dinamarca, Estado-Membro que apresenta o menor preço. Ao considerarem-se preços em PPC, Portugal apresenta preços acima da média, embora se registe uma tendência de diminuição de preço;

(vi) o preço do cabaz nacional de STM4 para pequenos utilizadores em 2006

(12,34 Euros) situa-se 11% abaixo da média da UE-25, embora seja aproximadamente 83% superior ao preço na Dinamarca, país que apresenta o preço mais reduzido;

(vii) para os médios utilizadores, o preço do cabaz nacional de STM (32 Euros, em 2006) está 10% acima da média da UE-25 e corresponde a

cerca do dobro do preço na Finlândia (país que apresenta o preço mais

reduzido);

(viii) no que respeita aos grandes utilizadores, o preço do cabaz nacional de

STM (49,5 Euros), é superior à média da UE-25 em 2%, situando-se 63% acima do preço na Finlândia, Estado-Membro que apresenta o preço mais

reduzido;

(ix) a taxa de penetração aumentou de 2004 para Outubro de 2006 (de 90% para 113%), sendo, em 2006, uma das mais elevadas da Europa, e situando-se acima da média das taxas de penetração dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país e acima das taxas dos restantes países considerados com excepção do Luxemburgo.

(10)

No que respeita ao acesso à Internet em banda larga, em Portugal:

(i) a mensalidade de acesso à Internet em banda larga diminuiu de 2004 para

2006 (de 38 Euros para 29,4 Euros), mas é a mais elevada do conjunto de países analisado para a velocidade de 2 Mbps, situando-se 7% acima da

média da UE-15 excluindo o nosso país e cerca de 134% acima do país com o preço mais reduzido (Países Baixos). Ao considerarem-se preços em

PPC, a situação é ainda mais desfavorável ao consumidor português;

(ii) a quota de mercado em Outubro de 2006 é a mais elevada de entre os vários operadores incumbentes considerados (não obstante uma redução de quota de 79% em Julho de 2004 para 69%), cerca de 31% superior à

média das quotas de mercado dos incumbentes dos Estados-Membros da

UE-15 excluindo o nosso país;

(iii) a taxa de penetração aumentou entre Julho de 2004 e Outubro de 2006 (de 6,4% para 13,5%); contudo, Portugal apresenta a penetração mais

reduzida do conjunto de países considerado, com um desvio face à média

das taxas de penetração dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país de cerca de -28% e de -55% face à taxa de penetração dos Países

Baixos, país com a penetração mais elevada para este serviço.

Por último, no que se refere aos mercados grossistas de comunicações electrónicas (fixas de voz, móveis de voz e de acesso à Internet em banda larga), que permitem o acesso à rede do operador incumbente por parte dos operadores alternativos e a interligação entre as várias redes de comunicações, regista-se que em Portugal:

(i) o preço da terminação de chamadas na rede fixa diminuiu no período

entre 2004 e 2006, sendo que, com excepção da terminação ao nível local, a

terminação em trânsito simples e em trânsito duplo situam-se acima da média da UE-15 excluindo o nosso país em 6% e em 20%,

respectivamente;

(ii) não obstante uma redução da margem bruta média para uma chamada

local no período entre 2004 e 2006, o nosso país possui a segunda margem bruta mais elevada para o nível de interligação local e a

(11)

terceira margem bruta mais elevada para os níveis de interligação em trânsito simples e em trânsito duplo;

(iii) os preços da terminação de chamadas em redes móveis, por intervenção regulatória, diminuíram significativamente entre 2004 e 2006. Em 2006, o preço em Portugal, no período de pico, encontrava-se alinhado com a

média dos 15 Estados-Membros da União Europeia excluindo o nosso país,

apresentando um desvio de apenas 2%. No período fora de pico, esse

desvio face à média correspondia a cerca de 15%;

(iv) as ofertas “Rede ADSL PT” e de desagregação do lacete local registaram uma melhoria significativa em termos de preços no período entre 2004 e 2006, em face da intervenção regulatória.

Em particular no que respeita às comunicações fixas e de acesso à Internet em banda larga, saliente-se a importância do acesso ao lacete local por parte dos operadores alternativos (em face da morosidade e do volume dos investimentos necessários ao desenvolvimento de infra-estrutura de acesso ao cliente final), de modo a que o consumidor final possa beneficiar de ofertas diferenciadas em termos de preços e de qualidade dos serviços prestados.

2. OBJECTO E MÉTODO

O presente Relatório, realizado ao abrigo dos poderes de supervisão de mercados da Autoridade da Concorrência (AdC), tem por objecto avaliar a evolução da concorrência nos mercados de comunicações fixas de voz, de comunicações móveis de voz e de acesso à Internet em banda larga, em Portugal.

Com esse fim, aplica-se uma metodologia específica, utilizada igualmente no Relatório respeitante ao ano de 2004 e publicado em Julho de 2005 pela AdC, baseada na comparação de uma síntese de indicadores nos mercados anteriormente identificados, em Portugal e numa selecção de países de entre os antigos 15 Estados-Membros da União Europeia (UE-15).

Os países escolhidos, para além de Portugal, correspondem a uma selecção fixa e a uma selecção variável de Estados-Membros. O Reino Unido e a Suécia, países cuja

(12)

contexto da UE-15, constituem a selecção fixa5. Os países que integram a selecção variável incluem os outros dois Estados-Membros da UE-15, que apresentem os

preços retalhistas mais reduzidos nos vários mercados identificados.

Em termos de indicadores, para os mercados e países seleccionados, será

apresentada informação de preços em Euros6, visando a medição indirecta dos

níveis de concorrência nos vários países, face à indisponibilidade de dados quanto às margens de preço menos custo marginal.

Em particular, no que respeita aos mercados de retalho, apresentar-se-ão comparações de preços e cabazes não ponderados e ponderados pelas Paridades de

Poder de Compra (PPC)7, permitindo os primeiros avaliar os níveis relativos de

concorrência e os últimos apreciar o preço teórico para o consumidor corrigido das diferenças de poder de compra entre consumidores de diferentes países.

De facto, estamos perante um sector de bens não transaccionáveis, ou seja, não é possível para uma grande parte dos serviços uma empresa competir sem ter uma presença directa no mercado do consumidor.

As taxas de correcção de PPC igualizam o poder de compra de diferentes moedas no seu país de origem para um determinado cabaz de bens e serviços, permitindo, desta forma, proceder a comparações de preços que têm em conta as diferenças de rendimento e de custo de vida das populações.

Os preços grossistas serão apresentados sem qualquer ponderação, à semelhança do que foi adoptado para o Relatório de 2004.

5 Cf. na Tabela seguinte as datas de liberalização do SFT.

País Data País Data País Data

Alemanha 01-01-1998 Finlândia 1994 Luxemburgo 01-01-1998

Áustria 01-01-1998 França 1998 Países Baixos 01-01-1998

Bélgica 01-01-1998 Grécia 01-01-2001 Portugal 01-01-2000

Dinamarca 1996 Irlanda 01-12-1998 Reino Unido 1991

Espanha 01-12-1998 Itália 01-01-1998 Suécia 01-07-1993

Fonte: Tarifica; OCDE (para a Dinamarca, Finlândia e Reino Unido).

6 Registe-se que para a Dinamarca, o Reino Unido e a Suécia, a conversão da informação de preços para

Euros, para o ano de 2006, foi realizada com base nas taxas de câmbio constantes do Report on

Telecoms Price Developments from 1998 to 2006 da Teligen (isto é, DKK 7,46; £ 0,67; e SEK 9,35). A informação de preços relativa ao ano de 2004 tem por base o anterior Relatório da AdC.

7 As correcções para PPC constantes do presente Relatório, excepto quando expressamente indicado, são

baseadas no Report on Telecoms Price Developments from 1998 to 2004 e no Report on Telecoms Price

Developments from 1998 to 2006, ambos da Teligen, tendo como referência os Estados Unidos da América.

(13)

Para além da informação de preços, para os mercados e países identificados, serão ainda comparados indicadores relativos às taxas de penetração dos serviços, às quotas de mercado e às margens brutas, sem prejuízo da inclusão de outros dados de carácter mais específico, sempre que se justifique.

A informação apresentada para cada país, excepto quando expressamente indicado, será respeitante aos operadores incumbentes nesses países.

Em termos de fontes de informação principais, para além dos relatórios da Comissão Europeia sobre os mercados de comunicações electrónicas e dos dados publicados pelo regulador sectorial, utiliza-se informação estatística recolhida e compilada por empresas especializadas, nomeadamente a Tarifica, a Cullen

International e a Teligen.

Todos os dados constantes do presente Relatório sob a forma de Gráfico encontram-se igualmente em Anexo em formato Tabela, seguindo exactamente a mesma numeração.

3. SECTOR DAS COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS EM PORTUGAL

A liberalização do sector das telecomunicações em Portugal surge na esteira de um movimento de liberalização mais amplo, designadamente a nível europeu e internacional.

Em ambos os casos referidos – ao nível europeu e internacional – perspectivou-se a promoção da concorrência no mercado, partindo de um cenário em que as infra-estruturas de rede eram detidas e exploradas em regime de monopólio, para uma estrutura de mercado susceptível de garantir o acesso às redes pelos operadores concorrentes.

Em Portugal, anteriormente à liberalização da prestação de serviços de comunicações electrónicas, o Grupo PT apresentava-se como o operador incumbente, sem conhecer uma pressão concorrencial significativa.

Após a liberalização total da prestação de serviços de comunicações electrónicas que, em Portugal, apenas se realizou em 2000, uma vez que o nosso país

(14)

beneficiou de uma derrogação8, a introdução de concorrência na prestação de

serviços de comunicações fixas passou a poder realizar-se através do desenvolvimento de uma infra-estrutura de rede própria ou mediante o acesso à rede do operador incumbente.

Com efeito, houve operadores alternativos que optaram por desenvolver

infra-estrutura própria, em particular operadores de rede de televisão por cabo9, sem

que, porém, as suas redes tenham ainda hoje uma dimensão nacional e comparável com a rede de cobre ou de televisão por cabo do operador incumbente.

No entanto, a dificuldade de replicação de infra-estrutura, em particular da rede de acesso ao cliente final detida pelo Grupo PT, face à morosidade e volume dos investimentos necessários, determinaram que muitas das empresas, presentes nos mercados em causa, apresentassem serviços fixos em banda estreita ou em banda larga de retalho baseados no acesso à rede de cobre do operador incumbente, acesso este regulado pelo ICP-Autoridade Nacional de Comunicações (ICP-ANACOM).

A prestação de serviços no mercado de retalho, baseada no acesso à rede fixa comutada (rede de cobre), pode assim concretizar-se através de acesso indirecto ou através da desagregação de lacetes locais.

O acesso indirecto constitui a solução que exige um menor investimento por parte de um potencial concorrente, sendo certo, porém, que a desagregação do lacete local, ao permitir a gestão do mesmo e consequente diferenciação de preços e qualidade dos serviços prestados, apresenta-se como a forma mais completa de concorrência, na ausência da replicação da infra-estrutura.

Saliente-se, neste contexto, que o Grupo PT – através da PT Comunicações, S.A.

(PTC) – possui a rede fixa comutada (rede de cobre)10, constituindo uma empresa

verticalmente integrada que opera simultaneamente nos mercados grossistas (oferecendo serviços aos operadores seus concorrentes) e retalhistas (oferecendo serviços ao cliente final).

8 O pacote regulamentar europeu que previa introdução da plena concorrência no mercado das

telecomunicações nos vários Estados-Membros tinha como data limite o ano de 1998.

9 Refira-se que só recentemente foram disponibilizados serviços de televisão sobre a rede de cobre,

nomeadamente, serviços de IPTV (Internet Protocol Television).

10 A PTC adquiriu a propriedade da rede básica de telecomunicações em contrato cuja minuta foi

aprovada – juntamente com a minuta da alteração do contrato de concessão do serviço público de telecomunicações – pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 147/2002, de 26 de Dezembro.

(15)

Por outro lado, para além de deter a rede fixa comutada (PTC), o Grupo PT detém ainda, numa situação atípica no contexto europeu, a única rede de televisão por cabo de âmbito nacional (TV Cabo Portugal, S.A.), assim como a principal rede de comunicações móveis (TMN – Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A.), possuindo, nos mercados dos serviços suportados nestas redes, quotas muito acima das registadas pelos demais concorrentes.

Na medida em que o Grupo PT detém as três infra-estruturas de rede acima referidas, a concorrência entre serviços baseados nas três plataformas distintas, em particular nas plataformas de cobre e de cabo, poderá ser prejudicada na exacta medida em que o incumbente não tem incentivos em oferecer serviços tradicionalmente suportados numa das redes em qualquer uma das outras (ao contrário do que sucede com alguns dos seus concorrentes, que procuram oferecer serviços de triple-play recorrendo apenas a uma das infra-estruturas de rede). Refira-se que até hoje o Grupo PT nunca disponibilizou serviços grossistas de acesso à rede de distribuição de televisão por cabo.

Relativamente aos serviços de comunicações móveis, existem actualmente três operadores de rede em actividade no mercado nacional, designadamente, a TMN, a Vodafone Portugal – Comunicações Pessoais, S.A. (Vodafone) e a Optimus – Telecomunicações Móveis, S.A. (Optimus).

Importa referir ainda que uma forma de concorrência nos serviços móveis, frequente noutros países, corresponde à entrada no mercado retalhista de empresas que operam sobre as redes móveis de terceiros. Recentemente, alguns operadores móveis portugueses disponibilizaram acesso à sua rede a terceiros. Durante o ano de 2006, em Portugal, foi ainda lançada uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) visando a aquisição do controlo exclusivo pela Sonaecom, SGPS, S.A., sobre a Portugal Telecom, SGPS, S.A. e PT Multimédia – Serviços de Telecomunicações e Multimédia, SGPS, S.A.

A Autoridade da Concorrência adoptou uma decisão de não oposição à operação de concentração, acompanhada da imposição de condições e obrigações com vista a

(16)

assegurar a manutenção de uma concorrência efectiva11. Não obstante, a operação

de aquisição projectada pela Sonaecom acabou por não se concretizar.

4. SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS

Durante a última década, a indústria de telecomunicações tem contribuído de forma significativa, e com um impacto crescente, para o aumento da competitividade da economia e para a difusão da tecnologia, constituindo os serviços de comunicações electrónicas, assim como as infra-estruturas que os suportam, factores chave no desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na informação. Em 2005, a dimensão do mercado de serviços de telecomunicações, no contexto da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), correspondia a aproximadamente 1 milhão de milhões de dólares, continuando os serviços de voz a ser determinantes em termos da evolução destes mercados. De entre os serviços de voz, verifica-se que os serviços móveis assumem uma cada vez maior importância em termos da estrutura das receitas, contribuindo com cerca

40%. Simultaneamente, os serviços de voz sobre IP (VoIP)12 têm vindo a exercer

uma pressão significativa no sentido da descida dos preços13.

De acordo com o Gráfico 1, observa-se que as receitas de telecomunicações em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), a partir de 1990 e até 2005, apresentaram, em Portugal, um crescimento sempre superior à média da OCDE e à generalidade dos países da UE-15.

11 Decisão da AdC disponível em:

http://www.autoridadedaconcorrencia.pt/Conteudo.asp?Processo=190&ProTree=2&ID=678.

12 VoIP, Voice over Internet Protocol.

(17)

Gráfico 1: Receitas de telecomunicações em % do PIB, 1985 a 2005

Portugal vs. OCDE UE-15

1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 1985 1990 1995 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 % Port ugal OCDE 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 1985 1990 1995 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 % Alemanha Áust ria Bélgica Dinamarca Espanha Finlândia França Grécia Irlanda It ália Luxemburgo Países Baixos Portugal Reino Unido Suécia OCDE

Fonte: Information and Communications Technologies, OECD Communications Outlook, 2007.

No contexto da UE-15, Portugal apresenta o PIB per capita (PIBpc) medido em PPC mais reduzido (70,4 em 2006), registando um desvio de cerca de -35% face à média (cf. Tabela 41 do Anexo).

Também em termos demográficos, Portugal regista uma significativa disparidade face aos restantes Estados-Membros, com uma população cerca de 61% inferior à média da UE-15 excluindo Portugal, em Janeiro de 2006, e uma densidade populacional aproximadamente 29% inferior à média das densidades dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país, em 2004 (cf. Tabela 42 e Tabela 43 do Anexo).

4.1 COMUNICAÇÕES FIXAS DE VOZ

No que concerne às comunicações fixas de voz, serão apresentados, em primeiro lugar, dados de carácter geral, seguindo-se a análise de um conjunto de indicadores relativos a preços, cabazes e margens brutas para os mercados retalhista e grossista.

Os países que integram a selecção variável correspondem à Alemanha, Grécia e Luxemburgo, que apresentam os preços mais reduzidos para os cabazes de serviços telefónicos fixos nacionais (cf. Gráfico 10 e Gráfico 11 infra)14.

Tal como pode ser observado no Gráfico 2, no período entre 2000 e 2005 e com excepção da Alemanha e da Grécia, o número de linhas telefónicas principais por

(18)

cada 100 habitantes diminuiu nos vários países considerados, apresentando Portugal a penetração mais reduzida (40,4 em 2005) e um desvio face à média das taxas de penetração dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país de cerca de -22%.

Gráfico 2: Linhas telefónicas principais por cada 100 habitantes

0 10 20 30 40 50 60 70 80

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia

2000 2005 UE-15 s/ P T - 2005

Fonte:União Internacional das Telecomunicações

(

UIT)15, em 31.05.2007.

Segundo a Comissão Europeia (Gráfico 3 e Gráfico 4), registam-se igualmente disparidades entre Portugal e os restantes países analisados no que respeita ao número de operadores em actividade e ao número de principais concorrentes.

Gráfico 3: Operadores de SFT em actividade Gráfico 4: Principais concorrentes de SFT16

0 20 40 60 80 100 120 140

Alemanha Grécia Luxemburgo Portugal Reino Unido Suécia 2004 Jul-06 0 2 4 6 8 10 12

Alemanha Grécia Luxemburgo Portugal Reino Unido Suécia 2004 Dez-05

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

As diferenças encontradas no que se refere ao número de operadores em actividade e ao número de principais concorrentes para os países considerados são porventura

15 Disponível em

http://www.itu.int/ITU-D/icteye/Reporting/ShowReportFrame.aspx?ReportName=/WTI/MainTelephoneLinesPublic&RP_intYear= 2005&RP_intLanguageID=1.

16 Empresas que conjuntamente com o incumbente detêm uma quota de 90% no mercado de telefonia

(19)

explicadas pelas diferenças populacionais entre os mesmos, não traduzindo necessariamente diferenciação ao nível das condições concorrenciais.

Em Portugal, embora o número de prestadores de SFT tenha diminuído no período entre 2000 e 2006, essa diminuição não foi contudo significativa. Enquanto que, em 2000, existiam 14 prestadores de SFT em actividade, em 2006, o seu número correspondia a 13 prestadores (cf. Tabela 1).

Tabela 1: Prestadores de SFT em actividade

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

14 14 13 12 12 14 13

Fonte:ICP-ANACOM, Estatísticas, em 24.09.2007.

Relativamente a quotas de mercado do SFT por tipo de chamada, de acordo com a informação disponível nos Gráfico 5, Gráfico 6 e Gráfico 7, verifica-se que, de uma forma geral, os vários operadores incumbentes considerados perderam quota de mercado entre 2004 e 2006.

Gráfico 5: Quota de mercado do operador

incumbente nas chamadas locais (minutos) incumbente nas chamadas nacionais (minutos)Gráfico 6: Quota de mercado do operador

0% 20% 40% 60% 80% 100%

A lemanha Grécia Luxemburgo Port ugal Reino Unido Suécia

Dez-03 Dez-05 UE-15 s/ P T* - 2005

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Alemanha Grécia Luxemburgo Port ugal Reino Unido Suécia

Dez-03 Dez-05 UE-15 s/ P T* - 2005

A média, em 2005, exclui a Áustria, a Dinamarca e

a Suécia, face à indisponibilidade de informação. A média, em 2005, exclui a Dinamarca e a Suécia, face à indisponibilidade de informação.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

(20)

Gráfico 7: Quota de mercado do operador incumbente nas chamadas internacionais (minutos) 0% 20% 40% 60% 80%

Alemanha Grécia Luxemburgo Port ugal Reino Unido Suécia

Dez-03 Dez-05 UE-15 s/ P T* - 2005

A média, em 2005, exclui a Suécia, face à indisponibilidade de informação.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

Refira-se, no entanto, que a Alemanha e o Reino Unido são os países em que os incumbentes apresentam quotas de mercado mais reduzidas, ao contrário da Grécia, do Luxemburgo e de Portugal.

De facto, para as chamadas nacionais a Grécia, o Luxemburgo e Portugal apresentam quotas de mercado para o incumbente sempre superiores a cerca de 70% para os dois anos considerados (cf. Gráfico 6).

Já no que se refere às chamadas internacionais, para Portugal e para o Luxemburgo, as quotas de mercado não registaram alteração significativa no período entre 2004 e 2006, mantendo-se igualmente acima dos 70% (cf. Gráfico 7).

Ainda de acordo com os Gráficos supra, Portugal apresenta um desvio face à média das quotas de mercado para o incumbente dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país de cerca de 27% para as chamadas nacionais e de aproximadamente 61% para as chamadas internacionais, em Dezembro de 2005. Releve-se que, não obstante a Grécia e o Luxemburgo apresentarem quotas de mercado elevadas para o operador incumbente, conforme se observará adiante, são os países que oferecerem dos preços mais reduzidos aos consumidores finais.

4.1.1 MERCADO RETALHISTA

Seguidamente, analisam-se os preços por chamada e de cabazes para o SFT, recorrendo a comparações internacionais realizadas com base: (i) nos preços por tipo de chamada na rede telefónica pública fixa constantes do European Electronic

(21)

Communications Regulation and Markets 2006 (12th report), da Comissão

Europeia; e (ii) nos vários cabazes de serviços de telefonia fixa nacional e internacional, para os clientes residenciais e não residenciais, elaborados pela

Teligen, de acordo com as definições da OCDE.

Quanto aos preços das chamadas locais, segundo a Comissão Europeia (Gráfico 8), verifica-se que, apesar da diminuição de preço registada entre 2004 e 2006, Portugal continua a apresentar o preço mais elevado do conjunto de países considerado (14,8 cêntimos de Euro, em 2006).

De salientar que embora o desvio face à média da UE-15 excluindo Portugal se tenha reduzido no período entre 2004 e 2006, Portugal apresenta, em 2006, um desvio de aproximadamente 12%. Este desvio aumenta para cerca de 44% ao considerarem-se os preços em PPC.

Da comparação entre o preço das chamadas locais em Portugal e no país com o preço mais reduzido (Grécia ou Luxemburgo), verifica-se que o preço em Portugal é cerca de 59% superior.

Gráfico 8: Preço das chamadas locais na rede fixa, incumbente

Preços em cêntimos de Euro Preços em cêntimos de Euro/PPC

0 5 10 15 20

Alemanha Grécia Luxemburgo Port ugal Reino Unido Suécia cent.€ 2004 2006 UE-15 s/P T - 2006 0 5 10 15 20 25

Alemanha Grécia Luxemburgo Portugal Reino Unido Suécia cent.€/PPC

2004 2006 UE-15 s/P T - 2006

Preços para chamadas de 3 minutos no período de pico, IVA incluído

.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

Também no que concerne às chamadas nacionais, conforme o Gráfico 9, Portugal regista, em 2006, o preço mais elevado (em 2004, apenas a Alemanha apresentava um preço superior) do conjunto de países considerado, i.e., 23,5 cêntimos de Euro, verificando-se inclusivamente um ligeiro aumento do preço das chamadas nacionais de 2004 para 2006 no nosso país. Em PPC a tendência é, contudo, de diminuição de preço.

(22)

Releve-se que Portugal apresenta, em 2006, um preço cerca de 93% superior ao do país com o preço mais reduzido (Suécia) e o desvio face à média da UE-15 excluindo o nosso país é de 2%, aumentando para cerca de 28% ao considerarem-se os preços das chamadas nacionais em PPC.

Gráfico 9: Preço das chamadas nacionais na rede fixa, incumbente Preços em cêntimos de Euro Preços em cêntimos de Euro/PPC

0 10 20 30 40

Alemanha Grécia Luxemburgo Port ugal Reino Unido Suécia cent.€ 2004 2006 UE-15 s/P T* - 2006 0 10 20 30 40

Alemanha Grécia Luxemburgo Portugal Reino Unido Suécia cent.€/PPC

2004 2006 UE-15 s/P T* - 2006

Preços para chamadas de 3 minutos no período de pico, IVA incluído.

A média, em 2006, exclui o Luxemburgo, face à indisponibilidade de informação.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

Uma vez analisados os preços por tipo de chamada, examina-se em seguida o preço dos cabazes nacionais e internacionais em função do tipo de cliente: residencial e não residencial.

Em termos de cabazes de serviços telefónicos fixos nacionais, observa-se, no Gráfico 10, que o preço do cabaz para os clientes residenciais em Portugal é superior ao de qualquer outro país considerado e à média dos 25 antigos Estados-Membros da União Europeia (UE-25).

Entre 1998 e 2006, o preço do cabaz nacional para clientes residenciais decresceu em Portugal aproximadamente 17%, enquanto que para a média da UE-25 essa redução correspondeu a aproximadamente 14%.

Não obstante, o preço do cabaz nacional residencial em Portugal, em 2006 (32,52 Euros), está cerca de 28% acima do seu preço na Suécia (país onde se regista menor preço) e é aproximadamente 10% superior à média da UE-25.

Relativamente aos clientes não residenciais, de acordo com o Gráfico 11, regista-se que, de uma forma geral, o preço do cabaz nacional em Portugal (56,38 Euros, em 2006) tem diminuído, estando em 2006 ligeiramente abaixo da média da UE-25.

(23)

O decréscimo observado no preço do cabaz nacional não residencial em Portugal no período entre 2000 e 2006 foi igualmente superior ao observado para a média da UE-25, cerca de -36% e de -27%, respectivamente.

Contudo, Portugal, em 2006, apresenta um preço do cabaz nacional não residencial superior em 45% ao do Luxemburgo, país que regista o menor preço.

Gráfico 10: Cabaz de serviços telefónicos fixos nacionais, clientes residenciais

(1998-2006)

Gráfico 11: Cabaz de serviços telefónicos fixos nacionais, clientes não residenciais

(1998-2006) 20 25 30 35 40 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 €

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia UE-25 25 35 45 55 65 75 85 95 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 €

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia UE-25

Valores mensais, IVA incluído. Cabaz OCDE. Valores mensais, IVA excluído. Cabaz OCDE.

Média para a UE-25 corresponde a uma média ponderada pela população de cada Estado-Membro.

Fonte: Teligen, Report on Telecoms Price Developments from 1998 to 2006.

No que respeita aos cabazes de serviços telefónicos internacionais, observa-se em Portugal uma diminuição significativa do seu preço tanto para os clientes residenciais como para os clientes não residenciais entre 1998 e 2006 (cf. Gráfico 12 e Gráfico 13).

Enquanto que para os clientes residenciais, em Portugal, essa redução de preço do cabaz internacional se traduziu em 49%, para os clientes não residenciais essa diminuição correspondeu a 44% (comparando com 46% para a média da UE-25 para os dois tipos de clientes).

No entanto, em 2006, o preço do cabaz internacional em Portugal (1,01 Euros para os clientes residenciais e 0,83 Euros para os clientes não residenciais) está ainda acima da média para a UE-25, cerca de 12% para os clientes residenciais e de 26% para os clientes não residenciais.

Por outro lado, o preço deste cabaz em Portugal é significativamente superior ao seu preço na Suécia (país com menor preço), ou seja, cerca de 98% e de 152% para os clientes residenciais e não residenciais, respectivamente.

(24)

Gráfico 12: Cabaz de serviços telefónicos fixos internacionais, clientes residenciais

(1998-2006)

Gráfico 13: Cabaz de serviços telefónicos fixos internacionais, clientes não residenciais

(1998-2006) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 €

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia UE-25

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 €

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia UE-25

Valores por chamada, IVA incluído. Cabaz OCDE. Valores por chamada, IVA excluído. Cabaz OCDE.

Média para a UE-25 corresponde a uma média ponderada pela população de cada Estado-Membro.

Fonte: Teligen, Report on Telecoms Price Developments from 1998 to 2006.

De salientar que, segundo a informação supra, as diminuições registadas foram genericamente mais acentuadas para os cabazes internacionais e para os clientes não residenciais, sugerindo que a concorrência tem sido mais intensa no sector não residencial do que no sector residencial, e também mais intensa para os serviços internacionais do que para os serviços nacionais.

4.1.2 MERCADO GROSSISTA

Considerando que a oferta de serviços no mercado de retalho pode ser suportada quer na construção de infra-estrutura própria de acesso ao cliente final, quer em ofertas grossistas que permitam o acesso à rede do operador histórico, seguidamente analisam-se os preços dos serviços grossistas e as margens brutas que lhes estão associadas.

Em Portugal, tanto a Oferta de Referência de Acesso ao Lacete Local (ORALL), que permite o acesso à rede telefónica pública fixa, como a Oferta de Referência de Interligação (ORI), que oferece, entre outros, serviços de originação e de terminação de chamadas, são susceptíveis de serem utilizadas para a prestação de serviços fixos telefónicos fixos.

Uma vez que a ORALL é actualmente utilizada pelos entrantes sobretudo para efeitos da oferta de serviços de acesso à Internet em banda larga, conjugados ou não com serviços de banda estreita, neste ponto, optou-se por analisar os preços e as margens brutas baseados na ORI.

(25)

Neste sentido, de acordo com a Comissão Europeia (Gráfico 14, Gráfico 15 e Gráfico 16), verifica-se que o preço do serviço de terminação de chamadas diminui de 2004 para 2006, para o conjunto de países considerado, correspondendo no nosso país, em Outubro de 2006, a 0,6 cêntimos de Euro para a terminação local, 0,9 cêntimos de Euro para a terminação em trânsito simples e 1,4 cêntimos de Euro para a terminação em trânsito duplo.

Em Portugal, com excepção da terminação local de chamadas, os preços em 2006 situam-se acima da média da UE-15 excluindo o nosso país, sendo o desvio de 6% para a terminação em trânsito simples e de 20% para o trânsito duplo.

Gráfico 14: Preço da terminação local de chamadas em redes telefónicas públicas fixas

(incumbente), período de pico

Gráfico 15: Preço da terminação de chamadas em trânsito simples em redes telefónicas públicas fixas (incumbente), período de pico

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia

cent.€ Dez-04 Out-06 UE-15 s/P T - 2006 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia

cent.€

Dez-04 Out-06 UE-15 s/P T - 2006

Preços por minuto para chamadas de 3 minutos, IVA excluído.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); Cullen International.

Gráfico 16: Preço da terminação de chamadas em trânsito duplo em redes telefónicas públicas fixas (incumbente), período de pico

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

A lemanha Grécia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia

cent.€

Dez-04 Out-06 UE-15 s/P T - 2006

Preços por minuto para chamadas de 3 minutos, IVA excluído.

Em 2006, a média exclui a Finlândia, pois neste país este serviço não é disponibilizado. Para os Países Baixos, o preço refere-se a Dezembro de 2006.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); Cullen International.

Não obstante, segundo a Tabela 2, e apesar de uma redução da margem bruta média para uma chamada local em Portugal no período entre 2004 e 2006,

(26)

observa-se que o nosso país apresenta das margens brutas mais elevadas do conjunto de países considerado.

De facto, Portugal possui a segunda margem bruta mais elevada para o nível de interligação local e a terceira margem bruta mais elevada para os níveis de interligação em trânsito simples e em trânsito duplo.

Tabela 2: Margem bruta média para uma chamada local17

Local Trânsito Simples Trânsito Duplo Local Trânsito Simples Trânsito Duplo

Alemanha 0,034 0,023 0,015 0,004 0,033 0,022 0,015 0,006 Grécia 0,026 0,012 0,005 -0,006 0,026 0,014 0,009 0,004 Luxemburgo 0,027 0,008 0,008 0,002 0,027 0,009 0,009 0,003 Portugal 0,043 0,029 0,023 0,014 0,041 0,028 0,022 0,012 Reino Unido 0,037 0,029 0,026 0,007 0,038 0,033 0,031 0,025 Suécia 0,033 0,020 0,015 0,014 0,033 0,019 0,025 0,018 UE-15 s/PT 0,037 0,023 0,017 0,009 0,037 0,023 0,019 0,012 Desvio PT face à média 18% 29% 34% 58% 11% 19% 16% -1%

Dez-04 Out-06 Chamada Local Margem Chamada Local Margem

Preços por minuto para chamadas de 3 minutos, em Euros, IVA excluído.

A média para o trânsito duplo, em 2006, exclui a Finlândia, país em que este serviço não é disponibilizado.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); Cullen International.

4.1.3 CONCLUSÕES

Para os serviços de telefonia fixa, conclui-se que Portugal apresenta uma taxa de penetração reduzida, quotas de mercado do operador incumbente elevadas e preços mais desfavoráveis comparativamente com os restantes países analisados. Em particular no que respeita a preços de chamadas e ao preço de cabazes de SFT, apesar de genericamente se verificar uma diminuição de preço em Portugal no período entre 2004 e 2006, o nosso país continua a apresentar dos preços mais elevados para o conjunto de Estados-Membros considerado, sendo normalmente superiores à média.

17 A margem bruta resulta da diferença entre o preço de retalho de uma chamada local e o custo

grossista associado. Idealmente, o custo grossista corresponderia à soma da originação com a terminação de chamadas, mas face à ausência de informação sobre os preços da originação e uma vez que na maioria dos países os preços da originação e terminação são iguais, optou-se por adicionar duas terminações.

(27)

4.2 COMUNICAÇÕES MÓVEIS DE VOZ

Relativamente às comunicações móveis de voz, o presente Relatório integra alguns dados de carácter mais geral, seguidos de um conjunto de indicadores para os mercados retalhista e grossista.

A selecção variável de países corresponde, no que respeita às comunicações móveis de voz, à Dinamarca, Finlândia, Luxemburgo e Países Baixos, por forma a reflectir os preços mais reduzidos tanto no que respeita a planos de preços pré-pagos, como a planos de preços pós-pagos, de acordo com os Gráfico 22 e Gráfico 24 a Gráfico 26 infra.

Releve-se que a informação referente às comunicações móveis de voz constante do presente Relatório respeita aos operadores líderes de mercado nos respectivos países e não necessariamente aos operadores incumbentes.

Tal como pode ser observado no Gráfico 17, a taxa de penetração do Serviço Telefónico Móvel (STM) em Portugal é uma das mais elevadas da Europa, correspondendo a cerca de 113% em Outubro de 2006 e situando-se acima da média das taxas de penetração dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país e acima das taxas dos restantes países considerados com excepção do Luxemburgo.

Gráfico 17: Taxa de penetração do STM

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140% 160% 180%

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia

2004 Out-06 UE-15 s/ P T - 2006

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

De acordo com a Comissão Europeia (Gráfico 18 e Gráfico 19) não se registam diferenças significativas entre Portugal e o conjunto de países considerado no que respeita ao número de operadores de rede móvel de 2.ª e 3.ª Geração (2G e 3G).

(28)

Gráfico 18: Operadores de rede móvel 2G Gráfico 19: Operadores de rede móvel 3G 0 1 2 3 4 5 6

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia Jul-04 Jul-06 0 1 2 3 4 5 6

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia Jul-04

Jul-06

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

Refira-se que, em Portugal, desde a entrada em actividade da Optimus, em 1998, o número de operadores de rede móvel manteve-se inalterado, uma vez que não obstante a emissão, em 2001, de uma quarta licença de rede móvel 3G atribuída à Oniway, esta empresa nunca iniciou actividade.

Segundo a Comissão Europeia (Gráfico 20), no que se refere a prestadores de

serviços móveis18 e, entre estes, os Mobile Virtual Network Operators (MVNO ou

operadores móveis virtuais), no final de 2006 não existiam empresas a operar nesta modalidade em Portugal, ao contrário do que se verificava nos restantes países considerados. Gráfico 20: Prestadores de STM 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Dinamarca Finlândia Luxemburgo Países Baixos

Portugal Reino Unido Suécia Jul-04

Jul-06

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

Recentemente, alguns operadores móveis portugueses disponibilizaram acesso a terceiros à sua rede, não se tendo contudo registado um impacto concorrencial significativo decorrente dessa entrada.

18 Por prestador de serviços móveis (comummente designados operadores móveis virtuais) deve

entender-se entidade autorizada a oferecer serviços móveis com uma marca própria e que utiliza para o efeito a rede de um terceiro. Existem, no entanto, diferentes tipos de operadores móveis virtuais, quer em termos do grau de envolvimento dos mesmos nas várias actividades que constituem a cadeia de valor da indústria de telecomunicações móveis, quer em termos das diferenças respeitantes aos respectivos modelos de negócio.

(29)

Em termos do número de clientes, verifica-se que, em 2006, o operador líder de mercado em Portugal apresenta uma das quotas mais elevadas do conjunto de países considerado, embora no período entre 2004 e 2006 essa quota se tenha reduzido de 52% para 46% por via do crescimento da segunda maior empresa presente no mercado, tal como pode ser observado no Gráfico 21.

Gráfico 21: Quotas de mercado do STM, em número de clientes

0% 20% 40% 60% 80% 100% Dinamarca Jun-04 Dinamarca Oct-06 Finlândia Jun-04 Finlândia Oct-06 Luxemburgo Jun-04 Luxemburgo Oct-06 Países Baixos Jun-04 Países Baixos Oct-06 Portugal Jun-04 Portugal Oct-06 Reino Unido Jun-04 Reino Unido Oct-06 Suécia Jun-04 Suécia Oct-06

QM1 QM2 QMO

QM1: quota de mercado da maior empresa: QM2: quota de mercado da segunda maior empresa; QMO: soma das quotas de mercado das restantes empresas.

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

De salientar que do conjunto de países considerado para o mercado da telefonia

móvel, Portugal é o Estado-Membro em que o índice de concentração C219 é mais

elevado (cerca de 86%).

4.2.1 MERCADO RETALHISTA

Seguidamente, analisa-se o mercado retalhista de comunicações móveis de voz recorrendo a comparações internacionais realizadas com base: (i) nos preços por minuto de chamadas on-net e no diferencial de preços entre as chamadas on e

off-net, em planos pré-pagos, obtidos recorrendo à Tarifica, e (ii) no preço dos cabazes

baseados em planos pós-pagos por perfil de utilizador, elaborados pela Teligen, de acordo com as definições da OCDE.

(30)

Relativamente ao preço por minuto das chamadas on-net em planos pré-pagos de telefonia móvel, observa-se no Gráfico 22 que os preços nominais em Portugal, no terceiro trimestre de 2006 (0,63 Euros), não registaram qualquer alteração face a 2004 e continuam a situar-se abaixo da média da UE-15 excluindo Portugal (cerca de 15%). Contudo, em PPC, embora os preços se situem acima da média, verifica-se uma tendência de diminuição do preço.

Gráfico 22: Preços de chamadas on-net em planos pré-pagos do STM2021

Preços em Euros Preços em Euros/PPC

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia € 4.ºT 2004 3.ºT 2006 UE-15 s/P T - 2006 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia €/PPC

4.ºT 2004 3.ºT 2006 UE-15 s/P T - 2006

Preços para chamadas on-net no período de pico com uma duração de 3 minutos, IVA excluído.

Fonte: Tarifica, Mobile Tariff Benchmarks.

Ainda de acordo com os Gráficos anteriores, e apesar do preço nominal em Portugal estar abaixo da média, regista-se que este é aproximadamente 125% superior ao da Dinamarca, Estado-Membro que apresenta o menor preço.

Em termos do diferencial de preço entre as chamadas on e off-net em planos pré-pagos, refira-se que, no terceiro trimestre de 2006, para o conjunto de países seleccionado, não existe qualquer diferença de preço entre as chamadas on e

off-net na Dinamarca e na Finlândia, enquanto que no Luxemburgo e no Reino Unido

essa diferença é significativa. Em Portugal, o preço das chamadas off-net é cerca de 60% superior ao das chamadas on-net (cf. Gráfico 23).

20 Para 2004, os preços apresentados encontravam-se em USD, tendo sido convertidos para Euros com

base nas taxas de câmbio constantes do documento da Tarifica. Adicionalmente, para a Dinamarca,

Reino Unido e Suécia foram utilizadas as taxas de câmbio de DKK 7,44; £ 0,68; e SEK 9,09, usadas pela AdC no Relatório de 2004.

21 Releve-se que a informação apresentada nos Gráficos para o ano de 2004 não integrava o anterior

Relatório da AdC. Por uma questão de comparabilidade de dados, optou-se por recorrer ao Mobile Tariff

(31)

Gráfico 23: Diferencial de preços: chamadas on e off-net 0% 0% 144% 60% 152% 21% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 140% 160%

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P o rtugal Reino Unido Suécia 3.ºT 2006

UE-15 s/P T - 2006

Chamadas no período de pico com uma duração de 3 minutos.

Fonte: Tarifica, Mobile Tariff Benchmarks.

Uma vez analisado o preço por tipo de chamada, examina-se de seguida o preço de vários cabazes de STM em função do perfil de utilizador: pequenos, médios e

grandes utilizadores, para o ano de 200622.

Para os pequenos utilizadores (cf. Gráfico 24), o preço do cabaz de STM em Portugal (12,34 Euros) está cerca de 11% abaixo da média para a UE-25, em 2006. Não obstante, o preço do cabaz em Portugal é aproximadamente 83% superior ao preço na Dinamarca, país que apresenta o preço mais reduzido.

Gráfico 24: Cabaz nacional de STM – pequenos utilizadores, 2006

0 5 10 15 20 25 30 35 Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s P o rtugal Reino Unido Suécia M édia UE-25 € A ssinatura Tráfego

Valores mensais, IVA incluído. Cabaz OCDE. Média corresponde a uma média simples para a UE-25.

Fonte: Teligen, Report on Telecoms Price Developments from 1998 to 2006.

22 A actualização pela Teligen dos dados referentes aos planos de preços pós-pagos determina que a

estrutura destes, em termos da componente fixa (assinatura) e componente variável (tráfego), possa variar significativamente de estudo para estudo (o plano de preços escolhido é sempre o mais barato

(32)

Para os médios utilizadores, constata-se no Gráfico 25 que, em 2006, o preço total do cabaz em Portugal (32 Euros) é aproximadamente 10% superior à média da UE-25 e cerca do dobro do preço na Finlândia (país que apresenta o preço mais reduzido).

Gráfico 25: Cabaz nacional de STM – médios utilizadores, 2006

0 5 10 15 20 25 30 35 40 Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s P o rtugal Reino Unido Suécia M édia UE-25 € A ssinatura Tráfego

Valores mensais, IVA incluído. Cabaz OCDE. Média corresponde a uma média simples para a UE-25.

Fonte: Teligen, Report on Telecoms Price Developments from 1998 to 2006.

Por fim, no que concerne aos grandes utilizadores de SMT e conforme o Gráfico 26, observa-se que, em 2006, o preço do cabaz em Portugal (49,5 Euros) é superior em 2% face à média da UE-25, situando-se 63% acima do preço na Finlândia, Estado-Membro que apresenta o preço mais reduzido.

Gráfico 26: Cabaz nacional de STM – grandes utilizadores, 2006

0 10 20 30 40 50 60 Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s P o rtugal Reino Unido Suécia M édia UE-25 € A ssinatura Tráfego

Valores mensais, IVA incluído. Cabaz OCDE. Média corresponde a uma média simples para a UE-25.

(33)

4.2.2 MERCADO GROSSISTA

Tendo em consideração que a oferta de serviços grossistas de acesso e originação de chamadas nas redes telefónicas móveis públicas em Portugal é ainda residual, assim como a oferta de serviços no mercado retalhista por operadores móveis virtuais, o enfoque da presente análise respeita apenas aos preços de terminação de chamadas vocais em redes móveis individuais.

Assim, conforme ilustrado nos Gráfico 27 e Gráfico 28, verifica-se que tanto para a terminação de chamadas no período de pico como no período fora de pico assistiu-se em Portugal a uma redução substancial do preço de 2004 para 2006, designadamente por intervenção do regulador sectorial. Assim, em Julho de 2006, o preço em Portugal é de 0,1171 Euros tanto no período de pico como no período fora de pico.

Gráfico 27: Preço da terminação de chamadas em redes móveis públicas no

período de pico

Gráfico 28: Preço da terminação de chamadas em redes móveis públicas no

período fora de pico

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia € Jul-04 Jul-06 UE-15 s/P T Jul-2006 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

Dinamarca Finlândia Luxemburgo P aíses B aixo s

P o rtugal Reino Unido Suécia €

Jul-04 Jul-06 UE-15 s/P T 2006

Preços por minuto calculados com base numa chamada de duração média de três minutos.

Fonte: Independent Regulators Group (IRG), Snapshot of Mobile Termination Rates.

Em Junho de 2006, de acordo com o IRG (cf. Gráficos supra), o preço em Portugal no período de pico encontrava-se alinhado com a média dos 15 Estados-Membros da União Europeia excluindo o nosso país, apresentando um desvio de apenas 2%. No período fora de pico esse desvio face à média correspondia a cerca de 15%. De salientar que quanto mais elevados os preços de terminação de chamadas, maior poderá ser o diferencial de preços entre as chamadas on e off-net.

4.2.3 CONCLUSÕES

(34)

considerados, a taxa de penetração é significativa e o diferencial de preços face à média da UE-15 excluindo o nosso país não é tão elevado como no caso da telefonia fixa.

De salientar ainda, no âmbito do mercado grossista, a significativa redução de preços do serviços de terminação de chamadas vocais em redes móveis individuais registada no período entre 2004 e 2006.

4.3 ACESSO À INTERNET EM BANDA LARGA

No que concerne aos serviços de acesso à Internet em banda larga, após a apresentação de alguns dados de carácter geral, analisa-se um conjunto de indicadores para os mercados retalhista e grossista.

A selecção variável de países corresponde à Itália e aos Países Baixos, por forma a reflectir os preços de acesso à Internet em banda larga mais reduzidos (cf. Gráfico 34 infra).

Relativamente à taxa de penetração da banda larga, de acordo com a Comissão Europeia (Gráfico 29), verifica-se que Portugal apresenta a taxa mais reduzida (13,5%, em Outubro de 2006) do conjunto de países considerado, não obstante o aumento da penetração de 2004 para 2006.

Gráfico 29: Taxa de penetração da banda larga

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Itália Países Baixos Portugal Reino Unido Suécia Jul-04 Oct-06 UE-15 s/ P T - 2006

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

Ainda segundo dados da Comissão Europeia (Gráfico 29), o desvio da taxa de penetração em Portugal face à média das taxas de penetração dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país corresponde a cerca de -28%, sendo que

(35)

a taxa de penetração portuguesa é cerca de 55% inferior à dos Países Baixos, país com a penetração mais elevada para este serviço.

A reduzida taxa de penetração em Portugal poderá estar relacionada, entre outros factores, com a baixa penetração de computadores pessoais nos lares portugueses. No que respeita às tecnologias de acesso à Internet em banda larga, verifica-se que, em Outubro de 2006, para o conjunto de países considerado, a tecnologia

DSL23 predomina relativamente a qualquer outra tecnologia (cf. Gráfico 30).

Em Portugal, conforme ilustrado no Gráfico 30, a penetração da tecnologia DSL aumentou de 2004 para 2006 (à semelhança do que aconteceu também nos outros países considerados), contrariando a situação inicial de predominância da tecnologia por modem de cabo (a penetração da tecnologia DSL em Portugal, em Outubro de 2006, corresponde a 63%).

Refira-se que apenas em 2001 o serviço de acesso à Internet em banda larga passou a ser oferecido em Portugal com recurso à tecnologia DSL, sendo que o acesso por modem de cabo teve início ainda em 1999.

Gráfico 30: Quota de mercado por tipo de tecnologia de acesso à Internet em banda larga

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Itália Jul-04 Itália Oct-06 P aíses B aixo s Jul-04 P aíses B aixo s Oct-06 P o rtugal Jul-04 P o rtugal Oct-06 Reino Unido Jul-04 Reino Unido Oct-06 Suécia Jul-04 Suécia Oct-06

DSL Cabo Outra

Fonte: Comissão Europeia, European Electronic Communications Regulation and Markets 2006 (12th report); 2004 (10th report).

23 xDSL - xDigital Subscriber Line – conjunto de tecnologias de linha digital de assinante, genericamente

denominadas DSL, susceptíveis de transformar linhas de cobre (por exemplo, linhas telefónicas vulgares) em linhas digitais de alta velocidade, passíveis de suportar serviços avançados de maior

(36)

Em termos de cobertura da rede de distribuição por cabo, de acordo com o Gráfico 31, a percentagem de alojamentos cablados em Portugal tem aumentado, correspondendo, em 2003, a 69% (ultrapassada apenas pelos Países Baixos) e situando-se cerca de 15% acima da média das percentagens de alojamentos

cablados dos Estados-Membros da UE-15 excluindo o nosso país24.

Gráfico 31: Alojamentos cablados

0% 20% 40% 60% 80% 100% Itália Países Baixos Portugal Reino Unido Suécia 2001 2003 UE-15 s/ P T - 2003

Fonte: OECD Communications Outlook 2003; OECD Communications Outlook 2005.

Em Portugal, o número de prestadores do serviço de acesso à Internet (em banda estreita e em banda larga) registou o seu valor máximo em 2002 (32 prestadores) e o seu valor mínimo no ano seguinte (25 prestadores, em 2003), não tendo sido observadas variações significativas nos restantes anos em análise (cf. Tabela 3).

Tabela 3: Prestadores do serviço de acesso à Internet25

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

29 30 32 25 30 30 28

Fonte:ICP-ANACOM, Estatísticas, em 24.09.2007.

Quanto às quotas de mercado para o acesso à Internet em banda larga, observa-se no Gráfico 32 que, em Outubro de 2006, com excepção de Portugal e da Itália, os operadores entrantes apresentam uma quota conjunta superior à dos incumbentes nos vários países considerados.

Embora a quota de mercado do operador incumbente em Portugal, que resulta da soma das quotas das empresas do Grupo PT que prestam este serviço sobre a rede de cobre e sobre a rede de cabo, tenha diminuído no período entre 2004 e 2006 (de 79% para 69%), o nosso país apresenta a quota mais elevada para os vários

24 Segundo dados mais recentes, a percentagem de alojamentos cablados, em 2005, em Portugal,

correspondia a 75% (cf. ICP-ANACOM, Anuário Estatístico 2005).

25 A informação relativa ao número de prestadores do serviço de acesso à Internet inclui os prestadores

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