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FERNANDA ALMEIDA DA SILVA ROSA

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Academic year: 2021

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ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL

FERNANDA ALMEIDA DA SILVA ROSA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO E RENDA NO PARANÁ E SUA EFETIVIDADE

GUARAPUAVA, PR 2019

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FERNANDA ALMEIDA DA SILVA ROSA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO E RENDA NO PARANÁ E SUA EFETIVIDADE

Projeto de Dissertação apresentado como requisito Parcial à obtenção do grau de Mestre em Administração, do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGADM), Mestrado Profissional, na área de concentração Estratégia, da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO. Orientador: Prof. Dr. Sílvio Roberto Stefano

Coorientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Lara

GUARAPUAVA, PR 2019

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TERMO DE APROVAÇÃO

FERNANDA ALMEIDA DA SILVA ROSA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO E RENDA NO PARANÁ E SUA EFETIVIDADE

Dissertação aprovada em __/__/____ como requisito parcial para obtenção do grau de Mestra no curso de Pós-Graduação em Administração, área de concentração em Estratégia, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, pela seguinte banca examinadora:

Orientador: Prof. Dr. Silvio Roberto Stefano Instituição: Unicentro

Profª. Dr. Luis Fernando Lara Instituição: Unicentro

Prof. Dr. Luis Miguel Luzio dos Santos Instituição: Uel

Prof. Dr. Marcio Bernardim Instituição: Uel

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer ao Senhor Jesus Cristo e a Nossa Senhora Aparecida por permitirem que eu ter saúde e persistência para iniciar e finalizar mais etapa da minha vida, que faz parte do meu maior sonho a ser realizado.

Quero agradecer ao meu orientador Silvio Roberto Stefano, por acreditar em mim, pela paciência e ajuda em todas as etapas exigidas durante a realização do mestrado.

Ao meu coorientador Luiz Fernando Lara também quero agradecer todas as contribuições e direcionamentos durante a construção e finalização da pesquisa.

Aos professores que compuseram a banca de qualificação, Professor Luis Miguel Luzio dos Santos e Professor Marcio Bernardim, com as suas contribuições e apontamentos, as quais enriqueceram e foram essenciais para a conclusão desta dissertação;

Aos demais professores do PPGADM da Unicentro, os quais contribuíram com seus conhecimentos para a conclusão das disciplinas do mestrado;

Quero agradecer também a professora Marcia Zampier que me apoiou e me ajudou nas etapas que antecederam a entrada no mestrado, com conselhos e ensinamentos valiosos.

Quero agradecer a todos os meus familiares pelo apoio durante o curso, especialmente meus pais e minha irmã que não permitiram que eu desistisse no meio do caminho. Em especial quero agradecer o meu esposo Joilson e minha filha Maria Eduarda pela compreensão e paciência em todos os momentos. Obrigada por sempre apoiarem as minhas escolhas!

Agradeço também ao meus amigos e colegas que me apoiaram e ajudaram de alguma forma durante as aulas, durante a elaboração do trabalho. Quero agradecer especialmente a minha amiga Mariele Krüger que me ajudou nas horas que eu mais precisei com o meu computador, com as impressões e entregas e principalmente com o apoio moral e emocional.

À empresa Employer Trabalho Temporário pela disponibilização de alguns dias e horas do meu expediente de trabalho, para que eu pudesse dedicar-me as pesquisas e conclusão desta dissertação, o apoio e motivação de todos os colegas de trabalho.

À universidade Unicentro pela oportunidade e a todos os profissionais que contribuíram direta ou indiretamente com seus préstimos para que mais esta etapa fosse concluída.

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ROSA, F. A. da S. Políticas públicas de emprego e renda no Paraná e sua efetividade. 2019. 118f. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, 2019.

RESUMO

Com o objetivo de enfrentar as deficiências do mercado de trabalho, o governo procura desenvolver políticas públicas de emprego e renda voltadas para a qualificação profissional, inclusão produtiva e promoção do micro-empreendedorismo. A qualificação profissional, em especial, advinda de estudos econômicos, é vista como investimento em capital humano. A teoria do capital humano, originária desse pensamento, defende que quanto mais uma pessoa investe em conhecimento, maiores suas chances de alcançar melhores posições no mercado de trabalho e também aumentar a renda. Nesse contexto, o problema de pesquisa desta dissertação foi o de investigar Quais são as relações entre as políticas públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa/PR e o emprego formal, à luz da teoria do capital humano? O objetivo de pesquisa foi analisar as políticas públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa e suas relações nos níveis de emprego formal no período de 2015 a 2017. No que se refere aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa caracterizou-se como descritiva, com abordagem de métodos mistos e a coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários. Para análise utilizou-se da técnica de análise do conteúdo e testes estatísticos diversos. Primeiro esta pesquisa buscou compreender quais órgãos estão por trás do desenvolvimento e prática das políticas públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa, especialmente as voltadas á à qualificação profissional. Além de apresentar os órgãos, a pesquisa também permitiu conhecer as políticas ou projetos existentes na cidade para a população. No segundo momento, o objetivo foi levantar a opinião dos trabalhadores e empresas, a respeito das políticas públicas ofertadas atualmente. Os resultados mostraram que quatro instituições públicas estão envolvidas com as políticas de emprego e renda da cidade, sendo elas a Agência SINE, a Sala da Qualificação, o Serviços de Obras Sociais e o Conselho Municipal do Trabalho. No que diz respeito aos resultados da pesquisa com os trabalhadores, as respostas dos questionários apontaram que os pesquisados estão satisfeitos com as políticas atuais e têm consciência da importância da qualificação profissional na hora de conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Nas entrevistas realizadas com os representantes das empresas, ficou evidente o interesse e a satisfação com as políticas, principalmente as voltadas a qualificação profissional. Por fim, foi apresentada uma agenda com algumas sugestões para melhorar as políticas atualmente oferecidas.

Palavras-Chave: Mercado de trabalho. Políticas Públicas de Emprego e Renda. Qualificação

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ROSA, F. A. da S. Public policies for employment and income and its effectiveness in

Paraná state. 2019. 118f. Dissertation (Master's Degree in Administration) - Post-Graduation

Program in Administration of the State University of the Center-West, Guarapuava, 2019.

ABSTRACT

Aiming at tackling the deficiencies in the job market, the government seeks to develop public policies for employment and income directed to professional qualification, productive inclusion and promotion of micro-entrepreneurship. The professional qualification, specially arisen from economic studies, is regarded as investment in human capital. The theory of human capital, originated from this thinking, defends that the more a person invests in knowledge, the greater his/her chances to reach better positions in the job market and, also to increase his/her income. In this context, the research issue of this dissertation was to investigate the relations between the public policies of employment and income in Ponta Grossa city and the formal employment, according to the theory of human capital. The objective of this study was to analyze the public policies of employment and income in Ponta Grossa city and its relations with the levels of formal employment from 2015 to 2017. In relation to the methodological procedures, this research was characterized as descriptive, with mixed methods approach and the data collection took place through semi-structured interviews and questionnaires. For the analysis, the technique of interpreting the content and diverse statistical tests were used. Firstly, this research seeks to understand which organizations are behind the development and practices of public policies for employment and income in Ponta Grossa city, especially the ones oriented to professional qualification. In addition to presenting the institutions, the research also disclosed the existing policies or projects in the city for the population. In a second moment, the objective was to collect the opinion of workers and companies about the public policies currently offered. The results showed that four public institutions are involved with employment and income policies of the city, namely SINE agency, the Qualification Room, Social Project Services and Municipal Council for Work. In terms of results of the research with the workers, the answers for the questionnaires pointed out that the surveyed ones are satisfied with the current policies and are aware of the importance of professional qualification when requesting a position in the job market. In the interviews carried out with the companies’ representatives, the interest and satisfaction with the policies was evident, mainly the ones related to professional qualification. Lastly, an agenda with some suggestions to improve the currently offered policies was presented.

Keywords: Labor market. Public Policies of Employment and Income. Professional

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ROSA, F. A. da S. Políticas públicas de empleo y renta en Paraná y su efectividad. 2019. 118f. Disertación (Maestría Profesional en Administración) - Programa de Postgrado em Administración de la Universidad Estadual del Centro-Oeste, Guarapuava, 2019.

RESUMEN

Con el objetivo de enfrentar las deficiencias del mercado de trabajo, el gobierno busca desarrollar políticas públicas de empleo y renta dirigidas a la cualificación profesional, inclusión productiva y promoción del micro-emprendedor. La cualificación profesional, en especial, proveniente de estudios económicos, es vista como inversión en capital humano. La teoría del capital humano, originaria de ese pensamiento, defiende que cuanto más una persona invierte en conocimiento, mayores sus posibilidades de alcanzar mejores posiciones en el mercado de trabajo y también aumentar los ingresos. En este contexto, el problema de investigación de esta disertación fue el de investigar ¿Cuáles son las relaciones entre las políticas públicas de empleo y renta en la ciudad de Ponta Grossa / PR y el empleo formal, a la luz de la teoría del capital humano? El objetivo de investigación fue analizar las políticas públicas de empleo y renta en la ciudad de Ponta Grossa y sus relaciones en los niveles de empleo formal en el período de 2015 a 2017. En lo que se refiere a los procedimientos metodológicos, esta investigación se caracterizó como descriptiva, el abordaje de métodos mixtos y la recolección de datos ocurrió a través de entrevistas semiestructuradas y aplicación de cuestionarios. Para el análisis se utilizó la técnica de análisis del contenido y pruebas estadísticas diversas. En primer lugar esta investigación buscó comprender qué órganos están detrás del desarrollo y práctica de las políticas públicas de empleo y renta en la ciudad de Ponta Grossa, especialmente las dirigidas a la calificación profesional. Además de presentar los órganos, la investigación también permitió conocer las políticas o proyectos existentes en la ciudad para la población. En el segundo momento, el objetivo fue levantar la opinión de los trabajadores y empresas, respecto a las políticas públicas ofrecidas actualmente. Los resultados mostraron que cuatro instituciones públicas están involucradas con las políticas de empleo y renta de la ciudad, siendo ellas la Agencia SINE, la Sala de Calificación, los Servicios de Obras Sociales y el Consejo Municipal del Trabajo. En lo que se refiere a los resultados de la investigación con los trabajadores, las respuestas de los cuestionarios apuntaron que los encuestados están satisfechos con las políticas actuales y son conscientes de la importancia de la calificación profesional a la hora de conseguir una colocación en el mercado de trabajo. En las entrevistas realizadas con los representantes de las empresas, quedó evidente el interés y la satisfacción con las políticas, principalmente las volcadas a la calificación profesional. Por último, se presentó una agenda con algunas sugerencias para mejorar las políticas actualmente ofrecidas.

Palabras clave: Mercado de trabajo. Políticas Públicas de Empleo y Renta. Calificación

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LISTA DE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Estrutura do estudo...24

Figura 2: Palavras-chave do estudo bibliométrico...26

Figura 3: Classificação das políticas públicas de emprego e renda...36

Figura 4: Interação das fontes de dados, instrumentos de pesquisa e técnica de análise de dados...49

Figura 5: Instrumentos e público alvo pesquisado...50

Figura 6: Modelo teórico de estudo...52

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1: Expectativas dos trabalhadores quanto ao futuro profissional após participarem de

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Autores mais relevantes da pesquisa bibliométrica...27

Quadro 2: Temas e subtemas que se relacionam com a temática mercado de trabalho...30

Quadro 3: Características metodológicas dos trabalhos relacionados ao mercado de trabalho...31

Quadro 4: Revistas que publicaram os artigos analisados sobre mercado de trabalho e políticas públicas de emprego no período de 2013 a 2017...32

Quadro 5: Categorias de análise do conteúdo...54

Quadro 6: Técnicas de análise estatística...54

Quadro 7: Objetivos e síntese do método de pesquisa...55

Quadro 8: Perfil dos respondentes dos órgãos intermediadores...57

Quadro 9: Síntese das categorias de análise por órgão público pesquisado...59

Quadro 10: Síntese dos resultados das categorias e subcategorias das políticas públicas encontradas...65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização do perfil dos respondentes (questionários válidos)...66

Tabela 2: Renda familiar...67

Tabela 3: Situação Trabalho...68

Tabela 4: Cruzamento entre “estar trabalhando no momento” e “ocupação atual ou anterior”...68

Tabela 5: Qualificação...69

Tabela 6: Empregabilidade: vida pessoal...71

Tabela 7: Causas do desemprego...73

Tabela 8: Correlação entre as variáveis socioeconômicas...75

Tabela 9: Renda versus gênero...76

Tabela 10: Trabalho versus perfil sociodemográfico...76

Tabela 11: Qualificação versus perfil sociodemográfico...77

Tabela 12: Empregabilidade versus perfil sociodemográfico...77

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACIPG Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa

CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEBRAC Centro Brasileiro de Cursos

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CMT-PG Conselho Municipal do Trabalho de Ponta Grossa - PR

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CODEFAT Conselho de Gestão do Fundo de Amparo ao Trabalhador

CREST Centro de Pesquisa em Economia e Estatística

EAD Educação a Distância

EnANPAD Encontro Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração

ENSAE École nationale de la statistique et de l'administration économique

FASPG Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa

FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador

FHC Fernando Henrique Cardoso

GRTE Gerências Regionais do Trabalho e Emprego

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMO Intermediação de Mão de Obra

IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MT Ministério do Trabalho

OCDE Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OIT Organização Internacional do Trabalho

PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PIS Programa de Integração Social

PLANFOR Plano Nacional de Educação Profissional

PlanTeQs Planos Territoriais de Qualificação

PNQ Plano Nacional de Qualificação

PPGADM/ UNICENTRO

Programa de Pós-graduação em Administração/ Universidade Estadual do Centro Oeste Paraná

ProEsQs Projetos Especiais de Qualificação

PRONATEC Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico

PSD Programa Seguro Desemprego

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

SEFOR Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional

SEJU Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SESI Serviço Social da Indústria

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SINE Sistema Nacional de Emprego

SMICQP

Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional

SOS Serviço de Obras Sociais

SPE Sistema Público de Emprego

SPELL Scientific Periodicals Eletronic Library

SQ Sala da Qualificação

SRTE Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego

ST Secretaria do Trabalho

UFPR Universidade Federal do Paraná

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 16 1.1 OBJETIVOS ... 19 1.1.1 Objetivo Geral ... 19 1.1.2 Objetivos Específicos ... 19 1.2 JUSTIFICATIVA ... 20 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ... 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 24 2.1 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA ... 24

2.2 MERCADO DE TRABALHO E POLÍTICAS PÚBLICAS ... 31

2.3 TEORIA DO CAPITAL HUMANO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO E RENDA ... 39

2.4 MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO: UMA VISÃO DE 2003 A 2018 ... 45

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 47

3.1 EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA ... 47

3.2 CLASSIFICAÇÃO E COLETA DE DADOS ... 48

3.3 MÉTODO DE TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ... 52

3.3.1 Método qualitativo ... 52

3.3.2 Método quantitativo ... 53

3.4 OBJETIVOS E SÍNTESE DO MÉTODO DE PESQUISA ... 54

4 RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES ... 56

4.1 DELINEAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO E RENDA: ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS INTERMEDIADORES ... 56

4.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO E RENDA: VISÃO DOS USUÁRIOS ... 65

4.2.1 Trabalhadores - Análises Estatísticas Descritivas ... 65

4.2.1.1 Coeficientes de correlação de Spearman ... 73

4.2.1.2 Testes de Qui-quadrado ... 75

4.2.2 Empresas – Análise qualitativa... 77

4.3 ACHADOS DA PESQUISA ... 86

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 92

5.1 CONCLUSÕES ... 92

5.2 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO ... 95

5.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E OPORTUNIDADES DE ESTUDOS FUTUROS ... 97

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APÊNDICE “A” ... 105 APÊNDICE “B” ... 109 APÊNDICE “C” ... 111 APÊNDICE “D” ... 112 APÊNDICE “E” ... 113 APÊNDICE “F” ... 114

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1 INTRODUÇÃO

Pesquisar as políticas públicas de emprego e renda implica apresentar no estudo uma visão mais específica sobre as estratégias governamentais utilizadas com o objetivo de beneficiar a população. Neste sentido, a escolha do tema está relacionada ao interesse de analisar a efetividade das estratégias governamentais pertinentes às práticas de emprego e renda adotadas atualmente. Tal efetividade engloba o estudo das práticas desenvolvidas, bem como a opinião dos atores envolvidos. Considerando que cada Estado e Município possui, além das políticas federais, suas próprias políticas, optou-se por pesquisar as políticas públicas de emprego e renda direcionadas à qualificação profissional da cidade de Ponta Grossa, no Estado do Paraná.

Estudar o mercado de trabalho requer entender o contexto e a história que envolve o país de referência. Assim é preciso delinear algumas referências como: o grupo estudado, o tipo de vínculo de trabalho, se é assalariado ou não, além do contexto geopolítico inserido (OLIVEIRA; PICCININI, 2011). Isso explica as diversas realidades do mercado de trabalho existentes nos países.

O mercado de trabalho brasileiro, por exemplo, ainda reflete a história do trabalho no país, principalmente no que se refere aos direitos e às questões salariais. De acordo com Baltar e Krein (2013) no Brasil falta estruturação do trabalho assalariado, o que se reflete no número de trabalhadores informais. Além disso, o sistema de proteção social possui deficiências e não consegue contemplar todos os seguimentos da sociedade.

Além disso, conforme Colbari e Rainha (2014), as últimas três décadas foram acompanhadas de variações nas condições macroeconômicas e de mudanças técnico-organizacionais, que impactaram diretamente na configuração do mercado de trabalho brasileiro exigindo assim novas providências do governo. Neste sentido, com o objetivo de amenizar os problemas do desemprego, o crescimento das formas atípicas e/ou precárias de trabalho, a exclusão social e pobreza, o governo federal, por meio de políticas públicas, vem criando programas de qualificação profissional, de inclusão produtiva e de promoção aos pequenos empreendimentos.

De acordo com McKenzie (2017), algumas políticas são consideradas tradicionais nas economias e geralmente são divididas em três categorias principais: formação profissional, subsídios para as organizações e intermediação de mão de obra. No Brasil, atualmente, entre as principais políticas públicas de emprego e renda desenvolvidas em nível federal e estadual, destacam-se o Sistema Nacional de Emprego (SINE); Políticas de Juventude; Intermediação de

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Mão de Obra (IMO) do SINE e Qualificação Profissional. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2017b).

Para a qualificação profissional, um dos focos desta pesquisa, foi criado primeiramente o Plano Nacional de Educação Profissional (PLANFOR), que mais tarde deu origem ao atual Plano Nacional de Qualificação (PNQ), com o objetivo principal de integrar as políticas do mercado de trabalho com as ações de qualificação profissional. Assim, para que o PNQ seja executado com êxito, ele foi implementado por meio de duas estratégias: a) os Planos Territoriais de Qualificação (PlanTeQs); e b) os Projetos Especiais de Qualificação (ProEsQs). O primeiro por meio de convênios com as Secretarias Estaduais de Trabalho ou de Arranjos Institucionais Municipais, e o segundo no âmbito do Programa do Seguro-Desemprego (MARINHO; BALESTRO; WALTER, 2010).

Para garantir que as políticas públicas de emprego cheguem até os trabalhadores, o governo brasileiro dispõe de uma série de órgãos públicos. Em nível federal tinha-se o Ministério Trabalho (MT), que a partir de 01/01/2019 no governo do presidente Bolsonaro, foi incorporado no Ministério da Economia tornando-se Secretaria de Trabalho (ST), órgão da administração federal direta, responsável por diversos assuntos relacionados ao mercado de trabalho, inclusive pelo PNQ. Nos estados, os órgãos responsáveis pela execução, supervisão e monitoramento de ações relacionadas às políticas públicas de trabalho e emprego, são as Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE), as Gerências Regionais do Trabalho e Emprego (GRTE) e as Agências Regionais. No Estado do Paraná esses órgãos estão ligados a Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos (SEJU). Além desses órgãos, destacam-se as agências do SINE e a Unidade Móvel do Trabalhador (UMT), um serviço criado para facilitar a vida dos trabalhadores que moram em cidades que não dispõem de um posto de atendimento do trabalho (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2017a).

Apesar do grande aparato governamental construído para manter o equilíbrio do mercado de trabalho brasileiro, houve no ano de 2017 uma alteração na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com a lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. “A lei, amplamente reconhecida como reforma trabalhista, altera, cria ou revoga mais de cem artigos e parágrafos da CLT.” (CARVALHO, 2017, p. 81). Entre os principais pontos reformulados é possível destacar o artigo 611-A que trata da prevalência dos acordos coletivos sobre a lei, dando abertura para a flexibilização da jornada de trabalho e da remuneração. Além deste, no artigo 443 foi criado o trabalho intermitente; no 477 foram alterados vários pontos relacionados a rescisão contratual, individual ou coletiva, além de criar a figura da rescisão de contrato recíproca. (CARVALHO, 2017).

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Os dados estatísticos a partir dessas alterações indicam que houve um leve recuo na taxa de desocupação no último ano, passando de 12,7% no ano de 2017, para 12,3% em 2018 (IBGE, 2019c). Apesar disso, o número de ocupados em vagas formais passou de 34 milhões em 2016 para 33,321 milhões em 2017, quase 800 mil vagas formais perdidas (IBGE, 2018). Já o número de pessoas trabalhando por conta própria ou sem carteira passou de 90,6 milhões em 2017 para 91,9 milhões em 2018 (IBGE, 2019a), indicando o crescimento do trabalho informal na economia e consequente precarização do trabalho.

O Estado do Paraná fechou o ano de 2018 com a menor taxa de desocupação do ano, 7,8% registrada no último trimestre, sendo que no primeiro, segundo e terceiro trimestres as taxas ficaram em 9,6% , 9,1% e 8,6% respectivamente. Se comparado ao ano de 2017, dois trimestres apresentaram taxas maiores, sendo o segundo 9,1% e o terceiro 8,6%, ficando as taxas dos demais trimestres (1º e 4º) mais baixas que o referido ano, sendo, 10,3 % no primeiro, 8,3% no quarto (IPARDES, 2019b). No que diz respeito ao número de empregos formais, 2018 fechou com o maior índice desde 2015, apresentando uma recuperação de 40.256 postos de trabalho (IPARDES, 2019c). Isso aponta que a economia paranaense estava contrária a economia nacional que encolheu no último ano.

Ambos os cenários apresentados envolvem três variáveis importantes: a formação do mercado de trabalho, o papel do governo por meio das políticas públicas e dos órgãos de regulamentação e variação nas taxas de emprego formal e desemprego. Assim, o mercado de trabalho é formado por pessoas e organizações empresariais - chamados aqui de usuários das políticas, que dependem do governo, com os seus agentes e atores, para regulamentação das relações, criação e implementação de políticas públicas de emprego.

As três variáveis, citadas anteriormente, quando analisadas no campo da economia, fazem parte de um dos fatores que determinam o crescimento econômico, o trabalho, explicado como as faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos (VIANA; LIMA, 2010). Lukács conceitua o trabalho como “[...] atividade humana que transforma a natureza nos bens necessários á reprodução social” (LUKÁS apud LESSA, 2002, p.27). Já para Marx e Engels, existe o trabalho e o trabalho abstrato, “o primeiro corresponde à ‘eterna necessidade’ de ‘intercâmbio orgânico’ com a natureza , já o segundo é uma necessidade para a reprodução do capital.” (LESSA, 2002, p.31). Assim, o trabalho analisado no campo da economia, é aquele chamado de abstrato, considerando o seu fim que é a produção de valor. No entanto ele também pode ser considerado uma das engrenagens da reprodução social.

Considerando a análise de Solow (1956) sobre os fatores clássicos do crescimento econômico – terra, capital e trabalho, uma nova teoria surgiu com o intuito de explicar o

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crescimento econômico que tinha como foco o investimento em capital humano. A teoria do capital humano, como é chamada, tem como precursor Mincer (1958). Seus estudos afirmam que o investimento na formação das pessoas (trabalhadores) afeta diretamente a distribuição de renda pessoal. Da mesma forma, Schultz (1964) e Becker (1993) concordam que quanto mais uma pessoa investe em educação e aperfeiçoamento profissional, mais aumenta sua produtividade, gerando riqueza e crescimento econômico.

Diante do atual cenário do mercado de trabalho no Paraná, no que tange à geração de empregos formais, e sabendo que as políticas públicas são um meio de ajudar os desempregados a se inserirem novamente no mercado, principalmente por meio da qualificação profissional, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: Quais são as relações entre as políticas

públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa/PR e o emprego formal, à luz da teoria do capital humano?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar as políticas públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa e suas relações com os níveis de emprego formal no período 2015 a 2017.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) identificar as políticas públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa e o papel dos atores e agentes do mercado de trabalho com relação à elas;

b) analisar a efetividade das políticas públicas voltadas para a qualificação profissional de Ponta Grossa na visão dos usuários;

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1.2 JUSTIFICATIVA

O foco principal deste estudo, as políticas públicas de emprego do Estado do Paraná, foi selecionado por estar alinhado com o Projeto de Pesquisa fomentado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cujo título é “Mercado de trabalho e Políticas Públicas de Emprego e Renda: um Estudo Longitudinal no Estado do Paraná”. Além disso, pela possível contribuição para geração de dados e conhecimento sobre o mercado de trabalho e as políticas públicas de emprego e renda na cidade de Ponta Grossa, nos anos de 2015, 2016 e 2017, e para o desenvolvimento de novas abordagens de políticas públicas de emprego e renda.

Destaca-se ainda, a aderência desta dissertação com a linha de pesquisa de Estratégia do PPGADM-UNICENTRO, à qual está vinculada, isso porque está voltada ao estudo das estratégias governamentais adotadas para manter o mercado de trabalho em equilíbrio, por meio das políticas públicas de emprego e renda.

É possível verificar ainda, que o tema foi pouco tratado nas pesquisas em nível de mestrado nos últimos cinco anos. Em uma pesquisa no catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) foram encontrados apenas duas dissertações com foco semelhante. A primeira, de Silva (2014) tratava especificamente da oferta e demanda de vagas disponíveis no SINE da cidade de Curitiba/PR. Já a segunda, de Borges (2017), trata da relação entre o programa seguro desemprego e a qualificação profissional na cidade de Fortaleza/CE. Isso revela que ainda são escassos os estudos que abordam as políticas públicas de emprego e renda voltadas à qualificação profissional, que tenham uma visão holística do assunto, ou seja, que incluam a parte que oferece e a que se beneficia da mesma.

Nas pesquisas acadêmicas dos últimos 5 anos, o resultado foi semelhante. Após um estudo bibliométrico realizado nas bases EBSCOhost e Periódicos CAPES, entre os meses de outubro e dezembro de 2017, usando como palavra-chave os termos “Job Market”, “Labor Market” e “Labour Market”, verificou-se que foram publicados, nos últimos 5 anos, mais de 1500 artigos em língua inglesa, mas apenas 162 tratando da temática políticas públicas. Considerando que os artigos encontrados são de diversas partes do mundo, então o número de pesquisas, principalmente na temática políticas públicas, ainda é baixo. Quanto aos artigos nacionais, foram pesquisadas as bases SPELL® Scientific Periodicals Electronic Library e Periódicos CAPES, usando como palavra chave “Mercado de trabalho”, sendo selecionados 18 artigos que efetivamente tratavam do tema, e desses nenhum tratava especificamente de

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políticas públicas. Estes resultados evidenciam que ainda são incipientes os estudos nessa área, demonstrando a importância teórica deste trabalho para a academia, podendo contribuir para as pesquisas na área.

O mercado de trabalho é parte integrante da economia de mercado, cuja principal função é distribuir a força de trabalho entre atividades econômicas, profissões, territórios, empresas e, além disso, exerce mais duas funções socioeconômicas: alocar a renda da população por meio de pagamento e apoiar as atividades de emprego, criando formalmente oportunidades de usar o direito de trabalhar e de melhorar profissionalmente (BERZINSKIENE; JUOZAITIENE, 2011).

Dessa forma, o desenvolvimento de uma economia depende do bom funcionamento do mercado de trabalho, o que justifica a afirmação de McKenzie (2017, p. 1) que “[...] os empregos são a principal preocupação política dos formuladores de políticas em muitos países”. Entre as várias maneiras de manter o funcionamento do mercado de trabalho favorável economicamente, estão as instituições, regulamentos e políticas públicas.

Além de influenciar na economia, o fato das instituições do mercado de trabalho existirem em sociedades democráticas, sugere que elas recebam apoio público e que sejam percebidas como melhorando o bem-estar para a maioria dos cidadãos. As instituições do mercado de trabalho são geralmente consideradas como intervenções políticas ou organizações coletivas, que regulamentam os salários e a empregabilidade. Exemplos incluem sindicatos, legislação sobre salários mínimos e proteção ao emprego, seguro desemprego e políticas ativas do mercado de trabalho (HOLMLUND, 2014).

Para Clasen, Clegg e Goerne (2015) o termo políticas ativas do mercado de trabalho abrange uma série de programas públicos destinados a aumentar o emprego, permitindo que as pessoas ingressem em empregos e alcancem uma melhor correspondência entre oferta e demanda de trabalho. Crépon e Van den Berg (2016) complementam afirmando que elas são massivamente utilizadas com o objetivo de melhorar os resultados do mercado de trabalho dos indivíduos fora do trabalho, ou seja, os desempregados ou desocupados.

Entre as principais políticas públicas de emprego e renda do governo brasileiro, destaca-se o PNQ, que é orientado à inclusão social, que entende a qualificação profissional como uma relação social, que proporciona aos trabalhadores, além do conhecimento, maior autonomia no processo de trabalho e maiores salários. Isso reflete também nos propósitos empresariais, pois, quanto mais qualificado o empregado, maior a produtividade e competitividade no mercado (MARINHO; BALESTRO; WALTER, 2010).

(22)

Ao enfatizar essa visão, tal política vem ao encontro de teorias que tratam da relação entre educação e trabalho. De acordo com Castro (2006), ao escrever Riqueza das Nações, Adam Smith foi o primeiro a discutir que o aumento da produtividade está diretamente relacionado à educação. A partir de então, muitos outros trabalhos foram desenvolvidos relacionando educação e trabalho, afirmando não apenas sua relação com a produtividade, mas também com a remuneração percebida, com o desemprego, entre outros.

Entre as teorias que surgiram a partir da obra Riqueza das Nações, está a teoria do capital humano, que se apresenta como uma alternativa de desenvolvimento político e econômico, pois seus pressupostos defendem que o investimento em capital humano faz com que as pessoas sejam mais produtivas, tenham salários melhores, influenciando assim o progresso econômico (VIANA; LIMA, 2010). Essa teoria defende que quanto mais educação/especialização possui um indivíduo, maior seria sua aceitação no mercado de trabalho, já que sua produtividade deveria ser maior. Com uma produtividade maior os ganhos das empresas seriam elevados, bem como seu próprio nível de renda.

Essa relação entre investimento para formação de pessoas e a distribuição de renda, foi proposta primeiramente por Mincer (1958), precursor da teoria do capital humano. O aumento da renda tem influência direta na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos bem como no desenvolvimento da economia.

Neste sentido, um mercado de trabalho com políticas públicas de emprego e renda que cumprem o papel de auxiliar no desenvolvimento do mercado, principalmente por meio da educação e qualificação, reflete diretamente no crescimento da produtividade, no aumento da renda, na redução da pobreza e na melhoria da qualidade de vida. Assim, entender quais são as políticas públicas ativas, bem como sua efetividade, se torna imprescindível para que sejam traçadas novas estratégias de desenvolvimento para o mercado de trabalho.

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

O presente estudo está organizado em 5 capítulos:

- O Capítulo 1, formado pela introdução, com o contexto, delimitação do tema, problema de pesquisa, objetivos e justificativa;

- O Capítulo 2, destinado à fundamentação teórica, apresenta quatro subtítulos: o item 2.1 apresenta o levantamento da base teórica do estudo; o item 2.2 trata da temática mercado de trabalho e políticas públicas de emprego e renda; o 2.3 discute a teoria do capital humano e

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as políticas públicas de emprego, integrando as teorias; por fim o 2.4 trata brevemente da realidade do mercado de trabalho brasileiro no período de 2013 a 2018.

- O Capítulo 3, composto pela metodologia do estudo. - O Capítulo 4, que apresenta a análise dos dados coletados. - O Capítulo 5, destinado às considerações finais;

Por fim, encontram-se as referências utilizadas, os apêndices e os anexos. Na figura 1 está representada a estrutura proposta.

Figura 1: Estrutura do estudo

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

Este capítulo discorreu sobre o contexto atual e o problema central do estudo, acompanhado dos objetivos geral e específicos, além das justificativas que embasam a escolha do tema. Por fim, foi apresentado a estrutura final referente aos capítulos apresentados nesta dissertação. No capítulo a seguir, apresenta-se o referencial teórico, composto de uma análise bibliométrica sobre o tema mercado de trabalho e políticas públicas, além de dois tópicos que abordam os principais conceitos e autores que tratam das respectivas temáticas.

Capítulo 1 • Introdução; • Objetivos; • Justificativa; • Estrutura da dissertação. Capítulo 2 Referencial teórico: • Análise bibliométrica; • Mercado de trabalho e políticas públicas; • Teoria do capital do humano e políticas públicas de emprego e renda. Capítulo 3 Procedimentos metodológicos Capítulo 4 Discussão e Análise dos dados

Capítulo 5 Considerações Finais; Referências; Apêndices e Anexos

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta os fundamentos teóricos do presente estudo, que engloba os principais conceitos sobre o mercado de trabalho e políticas públicas de emprego e renda, discutindo sua relação com a teoria do capital humano. Para cumprir esse objetivo, este capítulo inicia-se com a análise bibliométrica das publicações recentes sobre o tema mercado de trabalho e políticas públicas de emprego; em seguida apresenta o quadro teórico a respeito dos dois temas, e na sequência discorre sobre a teoria do capital humano na perspectiva das políticas públicas de emprego e renda.

2.1 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA

Para a elaboração do referencial deste estudo, foi realizada uma pesquisa bibliométrica como método de pesquisa, a qual se caracteriza como uma técnica quantitativa de medição de produção e difusão do conhecimento científico (ARAÚJO, 2006). Além disso, a metodologia bibliométrica utilizada foi a análise de citações (WORMELL, 1998; VANTI, 2002), que considera no universo das produções selecionadas análises como: autores mais citados, ou autores que tiveram mais produções durante um determinado período, procedência geográfica e institucional dos autores, tipo de documento mais utilizado, periódicos mais citados, bem como seu “core”, entre outros (ARAÚJO, 2006). A análise de citações é considerada útil para a pesquisa pois, além de constituir uma importante fonte de informação, por meio dela é possível identificar possíveis elos entre autores e instituições. Além disso, contribui para o fortalecimento do aporte teórico, apresentando o reconhecimento da contribuição científica dos autores pelos demais cientistas. (FORESTI, 1989).

Baseando-se nesta metodologia, as produções consideradas são provenientes de publicações internacionais e nacionais, disponíveis nas bases EBSCOhost, PERIÓDICOS CAPES e SPELL. A escolha desses repositórios justifica-se pela grande abrangência nacional e internacional e na disponibilização de textos completos, por parte dos mesmos, e ainda por abarcarem várias áreas de estudo.

Definiu-se que os artigos de interesse seriam aqueles que tratassem do mercado de trabalho, a partir das palavras-chave apresentadas na figura 2. A busca foi realizada nos próprios sites dos repositórios, entre os meses de outubro e dezembro de 2017.

(25)

25

Figura 2: Palavras-chave do estudo bibliométrico

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Para cumprir com a metodologia de citações utilizou-se das informações contidas no Google acadêmico. Desta forma, dos artigos internacionais encontrados, considerou-se os que foram citados pelo menos uma vez em outro artigo, totalizando 1593. Sobre as publicações nacionais, foram selecionados 24 artigos que efetivamente tratavam do tema desta pesquisa, no entanto apenas 18 tinha pelo menos uma citação.

Dos 1593, foram selecionados 20 artigos para análise. Sendo 10 os mais citados entres eles, e os outros 10 escolhidos conforme o foco deste trabalho, políticas públicas de emprego e renda. Os últimos deveriam abordar temas relacionados às instituições, leis e políticas públicas do mercado de trabalho, a seleção aconteceu a partir da leitura do resumo de cada pesquisa. Das publicações nacionais, foram analisados os 10 artigos que contabilizaram o maior número de citações em outros artigos. O Apêndice ‘A’ apresenta o quadro 12 que relaciona os 30 artigos com seus respectivos títulos, base de origem, ano, número de citações juntamente com as conclusões e contribuições. O quadro 1 apresenta os autores dos referidos artigos.

Labour Market Job Market Labor market

Políticas públicas de emprego/ Labor market policies/ Labor market institutions/

Labor market regulations Mercado de trabalho

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Quadro 1: Autores mais relevantes da pesquisa bibliométrica.

Autores dos artigos mais citados no período pesquisado Ano de publicação

Artigos mais citados

David H. Autor; David Dorn; Gordon H. Hanson 2013

David H. Autor; David Dorn 2013

Bruno Crépon; Esther Duflo; Marc Gurgand; Roland Rathelot; Philippe Zamora 2013 Kory Kroft; Fabian Lange; Matthew J. Notowidigdo 2013

David H. Autor 2013

Paul Gertler; James Heckman; Rodrigo Pinto; Arianna Zanolini; Christel

Vermeerch; Susan Walker; Susan M. Chang; Sally Grantham-McGregor 2014

Rafael Dix-Carneiro 2014

Christopher Jepsen; Kenneth Troske; Paul Coomes 2014 Henry S. Farber; Robert G. Valletta 2015 Eric A. Hanushek; Guido Schwerdt; Ludger Woessmann; Lei Zhang 2017

Artigos que tratam sobre instituições, leis e políticas públicas do mercado de trabalho Niklas Potrafke 2013

Sabina Avdagic; Paola Salardi 2013

Gebhard Flaig; Horst Rottmann 2013

Olivier J Blanchard; Florence Jaumotte; Prakash Loungani 2014

Gordon Betcherman 2014

Bertil Holmlund 2014

John P. Martin 2015

Jochen Clasen; Daniel Clegg; Alexander Goerne 2015 Bruno Crépon; Gerard J. Van den Berg 2016

Óscar Afonso 2016

Artigos Nacionais

João B. Pamplona 2013

Pedro Feliu; Mariana Kato; Gary Reiner 2013

João Sabóia 2014

Carlos H. Corseuil; Miguel Foguel; Marcos Hecksher 2015

Liana M. da F. Carleial 2015

Paulo Baltar; Eugenia Leone 2015

Fernando A. M. de Mattos 2015

Josiane Brighenti; Fellipe Jacomossi; Márcia Zanievicz da Silva 2015 Maria Cristina Cacciamali I; Fabio Tatei 2016 Letícia R. Comazzetto; Sílvio J. L. Vasconcellos; Cláudia M. Perrone; Julia

Gonçalves 2016

Fonte: dados da pesquisa (2017).

Sobre os autores que se distinguem pelo número de publicações no período pesquisado, destacam-se três economistas e professores: David H. Autor, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), David Dorn, da Universidade de Zurich (Suíça) e Bruno Crépon pesquisador do Centro de Pesquisa em Economia e Estatística (CREST) e professor associado da École nationale de la statistique et de l'administration économique (ENSAE) e da École Polytechnique. O primeiro citado participou de três dos dez artigos selecionados com mais citações, sendo um sozinho, outro com David Dorn (2013), e um terceiro com David Dorn

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e Gordon. H. Hanson (2013). Assim, o segundo, David Dorn, da Universidade de Zurich (Suíça), participou como coautor de dois artigos. Por fim Bruno Crépon, também se destaca por participar de dois artigos, o primeiro em conjunto com Esther Duflo; Marc Gurgand; Roland Rathelot; Philippe Zamora (2013) e o segundo com Gerard J. Van den Berg (2016).

Considerando o primeiro bloco do quadro, ou seja, as produções científicas internacionais, baseando-se no número de citações, optou-se por destacar cinco delas. Duas se destacaram com mais de 1.000 citações cada: 1) The Growth of Low-Skill Service Jobs and the

Polarization of the US Labor Market e 2) The China Syndrome: Local Labor Market Effects of Import Competition in the United States. Cabe ressaltar que ambas foram publicadas na Revista

American Economic, no ano de 2013, e que a motivação para a realização dos estudos está na desigualdade salarial existente nos Estados Unidos.

O primeiro artigo, escrito por Autor e Dorn (2013), tem como principal contribuição que o aumento das ocupações nas áreas de serviço por trabalhadores com baixa escolaridade, resulta da baixa substituição destas ocupações pela tecnologia, pois depende fortemente da destreza, comunicação interpessoal flexível e proximidade física direta. Já o segundo artigo citado, escrito por Autor, Dorn e Hanson (2013), trata do impacto das importações chinesas no mercado de trabalho americano, no período que vai de 1990 a 2007. Como resultado, observou-se que a crescente importação aumenta o deobservou-semprego, diminui a participação da força de trabalho e reduz os salários nos mercados de trabalho locais.

Já no segundo bloco, o grupo que trata sobre as políticas públicas de emprego, três trabalhos se destacam pelo maior número de citações: 1) Labor market regulations: What do

we know about their impacts in developing countries?, publicado no jornal The World Bank

Research Observer; 2) Globalization and labor market institutions: International empirical

evidence, publicado no Journal of Comparative Economics e 3) Labor market policies and IMF advice in advanced economies during the Great Recession, publicado em IZA Journal of Labor

Policy.

O primeiro artigo, desenvolvido por Betcherman (2014), revisa a literatura e enfoca os impactos dos salários mínimos e legislação de proteção ao emprego, dois tipos importantes de regulamentação do mercado de trabalho, sobre emprego, renda e produtividade. Na segunda pesquisa, Potrafke (2013) se utiliza de dados de painel de cerca de 140 países disponíveis no Instituto Fraser, o autor considera especialmente a variação entre os países, os resultados do seu estudo apontam que os aspectos individuais da globalização podem influenciar as instituições do mercado de trabalho e, por sua vez, o emprego e os salários, além disso, os efeitos induzidos pela globalização podem diferir entre as regiões. Por fim, o terceiro e mais citado, escrito por

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Blanchard, Jaumotte e Loungani (2014), analisa as recomendações do FMI para as economias avançadas enfrentarem os problemas do mercado de trabalho decorrentes da crise, tanto para os países do programa como para outros em geral.

Por fim no terceiro bloco, chamado “Artigos Nacionais”, os autores dos três primeiros artigos mais citados, conforme informações disponíveis na plataforma Lattes do CNPq, todos possuem experiência na área de economia. O primeiro tem como autor João Sabóia que atualmente é professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e atua principalmente em temas relacionados mercado de trabalho, desigualdades sócio-econômicas e indústria brasileira. Seu artigo tem como título “Baixo crescimento econômico e melhora do mercado de trabalho – Como entender a aparente contradição?”. O objetivo era a discussão e entendimento do aparente desencontro entre o comportamento da economia e do mercado de trabalho em determinado período, mostrando as principais causas que poderiam explicar a continuidade da melhora do mercado de trabalho.

O segundo trabalho foi desenvolvido por três autores, sendo eles: Carlos H. Corseuil, técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), pesquisador na áreas de: emprego, abertura comercial, diferenciais de salário, demanda por trabalho e pobreza; Miguel Foguel pesquisador do IPEA que atua com trabalhos voltados aos temas: economia do trabalho, salário mínimo, pobreza, desigualdade e avaliação de programas sociais; e por fim Marcos Hecksher, assessor especializado do IPEA e doutorando em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) vinculado ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O artigo que contribui para o tema estudado nesta pesquisa tem como título “Efeitos dos pisos salariais estaduais sobre o mercado de trabalho: uma nova abordagem empírica”, o qual contribui com uma nova metodologia para identificar efeitos de tratamento em unidades agregadas.

O terceiro, de Liana M. da F. Carleial (2015), professora titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), atuante em temas como: economia política, desenvolvimento regional, mercado de trabalho, redes de firmas e economia solidária. Seu trabalho tem como título “Política econômica, mercado de trabalho e democracia: o segundo governo Dilma Rousseff”, e apresenta como objetivo as consequências do ajuste fiscal implementado pelo segundo governo Dilma sobre as tendências do mercado de trabalho brasileiro.

Sobre os temas de destaque, julgou-se importante apresentar os principais subtemas que se relacionam com o tema principal “mercado de trabalho”. Na pesquisa internacional, especialmente, no universo dos 1593 artigos levantados, entre os subtemas mais pesquisados estão: “Mercado de trabalho/ leis; instituições; regulamentações; programas; políticas ativas”,

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com 162 trabalhos, “Mercado de trabalho/ imigração; migração; refugiados”, com 161, “Mercado de trabalho/ educação”, com 147 e “Mercado de trabalho/ gênero; maternidade e paternidade”, com 117 artigos.

O quadro 2 apresenta os subtemas que se relacionam com o tema principal Mercado de Trabalho com base nos 20 artigos mais citados (sendo os 10 nacionais e os 10 internacionais) selecionados para análise. Foram excluídos dessa análise os artigos escolhidos que tratavam das políticas públicas de emprego e renda, pois todos tratam do mesmo subtema.

Quadro 2: Temas e subtemas que se relacionam com a temática mercado de trabalho.

Assuntos Quantidade de

estudos internacionais

Quantidade de estudos nacionais

Mercado de trabalho/ educação 2

Mercado de trabalho/ leis; instituições; regulamentações;

programas; políticas ativas 1

Mercado de trabalho/ importações 1

Mercado de trabalho/ polarização e ocupações de baixa

habilidade 1

Mercado de trabalho/ jovens 1

Mercado de trabalho/ desemprego 1

Mercado de trabalho/ saúde 1

Mercado de trabalho/ dinâmica 1

Mercado de trabalho/ modelo - habilidades para tarefas 1

Mercado de trabalho/ análise da dinâmica e governo 3

Mercado de trabalho/ economia 2

Mercado de trabalho/ gerações 1

Mercado de trabalho/ informalidade 1

Mercado de trabalho/ profissão 1

Mercado de trabalho/ salário 1

Mercado de trabalho/ gênero 1

Fonte: dados da pesquisa (2017).

Na pequena amostra selecionada, nota-se a grande diversidade dos subtemas que se relacionam com o tema principal mercado de trabalho. O que mais se destacou nos estudos internacionais mais citados foi o subtema “educação”, com duas pesquisas. A primeira que trata do impacto da educação profissional recebida ao longo da vida, conforme a idade e a educação recebida. A segunda investiga a relação entre ter um certificado ou diploma de uma faculdade comunitária e o aumento nos ganhos salariais. Já nos estudos nacionais, o destaque foi para o subtema “análise da dinâmica e governo”, com 3 trabalhos. Ambos analisam e avaliam, a partir de dados de painel a evolução do mercado de trabalho brasileiro no período que abrange o governo do presidente Lula e da presidenta Dilma.

Além de apresentar os temas que mais se destacaram entre as principais publicações, foram destacados os tipos de abordagens metodológicas utilizadas pelos pesquisadores nos 30

(30)

artigos selecionados. Para tal elaborou-se o quadro 3, com as características de cada estudo, o qual aponta os tipos de abordagens e a quantidade de estudos encontrados:

Quadro 3: Características metodológicas dos trabalhos relacionados ao mercado de trabalho.

Metodologia Quantidade de estudos

internacionais

Quantidade de estudos nacionais

Quantitativa/ analise de dados 9 1

Quantitativa 1 0

Quantitativa/ pesquisa experimental 1 0

Qualitativa/ pesquisa documental 6 8

Quantitativa/ pesquisa com survey 1 1

Quantitativa/ pesquisa documental e survey 1 0

Ensaio teórico 1 0

Fonte: dados da pesquisa (2017).

Nas pesquisas internacionais destacam-se os estudos classificados, nesta pesquisa, como abordagem quantitativa de procedimento análise de dados, com 9 trabalhos. Essa classificação consiste nas pesquisas que se caracterizam por construírem análises estatísticas utilizando uma base de dados pré-existentes, como as governamentais ou empresariais. Já nos estudos nacionais a abordagem qualitativa de procedimento pesquisa documental se destaca com o maior número. Nestas também há uma base de dados ou informações pré-existentes, no entanto, a análise não é estatística, mas reflexiva ou descritiva.

Por fim no quadro 4 foram destacadas as revistas que publicaram os 30 artigos analisados. Dos trabalhos internacionais, três revistas tiveram mais de 1 trabalho no universo analisado: a revista IZA Discussion Paper com 3 artigos, que pertence ao Institute of Labor Economics (IZA); a American Economic Review, da American Economic Association, com 4 artigos; e por fim a The Quarterly Journal of Economics editada no departamento de economia da Universidade de Harvard. Dos nacionais, a revista Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, publicou 5 dos dez estudos analisados.

Quanto ao fator de impacto das revistas, disponível no InCites Jornal Citation Reports (JCR), em 2016 a American Economic Review obteve 40.031 citações e fator de impacto 4.026, já a The Quarterly Journal of Economics obteve 20.930 citações e fator de impacto 6.662. Quanto ao Qualis, a primeira é classificada como A1 na Plataforma Sucupira (2018), já a segunda não consta na plataforma. As revistas do IZA não constam nas bases pesquisadas. Sobre a revista brasileira Estudos Avançados o qualis é B2. Conclui-se, a partir desses dados,

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que as revistas de destaque publicam artigos de qualidade e de impacto para a construção do conhecimento acadêmico e profissional.

Quadro 4: Revistas que publicaram os artigos analisados sobre mercado de trabalho e políticas públicas de emprego no período de 2013 a 2017

Revistas Internacionais Quantidade

de Estudos Revistas Nacionais

Quantidade de estudos

IZA Discussion Paper 3 Estudos Avançados 5

American Economic Review 2 Economia Aplicada 1

The Quarterly Journal of Economics 2 Psicologia: ciência e Profissão 1 Journal of Labor Economics 1 Revista Brasileira de Estudos de

População 1

IFAU - Institute for Evaluation of

Labour Market and Education Policy 1 Boletim Meridiano 1 The Journal of Human Resources 1 Enfoque: Reflexão Contábil 1 Journal of Comparative Economics 1

The World Bank Research Observer 1 Socio-Economic Review 1

Labour Economics 1

Empirica 1

Journal of Social Policy 1

Economic Modelling 1

Science 1

WTO Staff Working Paper 1 J Labour Market Res. 1

Fonte: Dados da Pesquisa (2017).

Após a apresentação dos autores dos artigos mais citados nos últimos cinco anos, parte-se para a fundamentação teórica propriamente dita, iniciando com o tema mercado de trabalho e políticas públicas e, na sequência, teoria do capital humano e políticas públicas de emprego e renda, com o intuito de dar suporte teórico para aplicação da pesquisa.

2.2 MERCADO DE TRABALHO E POLÍTICAS PÚBLICAS

Ao longo da história, o trabalho deixou de ser visto como um peso ou castigo e passou a ser uma exigência para a sobrevivência do indivíduo no mundo capitalista dominante. Em um contexto histórico-filosófico-religioso, o termo trabalho era visto como significado de sacrifício, esforço, lide. No Antigo Testamento, representava uma punição. Na Antiguidade, o trabalho era fragmentado de acordo com as condições de poder e posse, estando o trabalho penoso destinado aos escravos, pobres e marginalizados. Tempos depois, na Idade Média, aos

(32)

servos era dada a obrigação pelo trabalho a ser aplicado nas terras e, também, pela fidelidade ao seu suserano. A partir do século XV, com a Reforma Religiosa Protestante e o Renascimento Cultural, o significado de trabalho sofreu profundas alterações sendo pregado como requisito à salvação e promovido como libertação. Nos séculos XVIII a XX, com a Revolução Industrial, as relações do mercado de trabalho se tornam evidentes, nela os salários são a recompensa oferecida em troca da mão de obra. No século XXI, o sentido do trabalho carrega termos como obrigação, dever, responsabilidade, competências (BERTONCELO; JUNQUEIRA, 2018).

Apesar dos seus vários significados ao longo da história da humanidade, o trabalho, em outra perspectiva, pode ser visto como base necessária para o desenvolvimento do homem social. Conceito discutido primeiro por Marx e posteriormente por Lukács (2012), que presumem que o trabalho é antes de tudo o ponto de partida que permite ao homem se conhecer e formar suas próprias opiniões e valores. No entanto, o marxismo apresenta a desconstrução feita pela sociedade capitalista do que deveria ser o trabalho. Marx (2011) discute que por meio da apropriação do trabalho alheio, o capitalismo constrói a sua riqueza, tornando os trabalhadores alienados ao aumento da produtividade como princípio da sua riqueza social capitalista.

O trabalho criticado pelo marxismo é aquele chamado de assalariado ou trabalho abstrato necessário para a reprodução do capital. Neste o trabalhador se obriga a vender a força de trabalho ao capital, em troca de determinado salário para sobreviver. “A força de trabalho do operário assalariado só se pode trocar por capital multiplicando o capital, fortalecendo o poder de que é escrava. Multiplicação do capital é, por isso, multiplicação do proletariado, isto é, da classe operária.” (MARX, 1849, p.157). O autor entende que no momento que o valor recebido pelo assalariado é menor do que o valor real da mercadoria produzida, existe a exploração que é utilizada como base para o aumento do poder do capital. O restante do valor é o que enriquece o patrão e faz girar o capitalismo, multiplicando o capital.

Expostos os significados do trabalho, nota-se que sua evolução ao longo do tempo, diante das mudanças econômicas e principalmente pelo fortalecimento do capitalismo, deu origem ao mercado de trabalho. De acordo com Oliveira e Piccinini (2011) existem várias visões do mercado de trabalho na literatura. Entre as mais importantes estão a de Adam Smith e Karl Marx, pertencentes às interpretações clássicas, outra interpretação chamada de abordagem neoclássica e por fim a abordagem keynesiana.

Nas interpretações clássicas as relações de trabalho se dão a partir da oferta e demanda, nas quais Smith e Marx são os protagonistas. Smith vê o mercado de trabalho como um espaço onde ocorrem trocas entre empregados e empregadores (OLIVEIRA; PICCINI, 2011). A teoria

(33)

de Smith, fundador da economia política, afirma que a divisão do trabalho é a base da riqueza das nações. De acordo com ele a divisão do trabalho gera a especialização do trabalhador na área e torna ele mais produtivo, ao invés de trabalhar para produzir tudo o que necessita, o trabalhador deverá produzir para trocar e no final obterá mercadorias com um melhor padrão. A partir dessa ideia Smith descreve sua teoria a respeito do excedente da produção, do preço ou valor de cada produto, que deve variar conforme seu grau de complexidade. Além do preço Smith também trata das definições de renda: a renda auferida no trabalho é denominada salário; a renda obtida por meio do patrimônio ou capital investido (empregador) chama-se lucro; por fim a renda de uma pessoa que empresta capital para outra é denominada juros.

Já Marx entende que nesta troca há exploração do empregado, tendo em vista o seu menor poder diante do empregador (OLIVEIRA; PICCINI, 2011). Em Das kapital (1867), além da ideia de exploração, Marx afirma que para obter êxito, o capitalismo precisa ter um mercado de trabalho funcional, onde deve haver oferta de mão de obra suficiente para atender as demandas empresariais. A partir dessa colocação Marx acrescenta mais dois pontos: primeiro que a busca pelo aumento da produtividade tem como consequência a recorrente introdução de tecnologia, que levaria a substituição de mão de obra. Segundo, para que o sistema não sofra colapsos, o capitalismo providenciou um excedente de mão de obra, trabalhadores recrutados em momentos de picos econômicos. (PRONI, 2014)

De acordo com o pensamento marxista, no sistema capitalista o desemprego (excedente de mão de obra) além de ser resultado do processo de acumulação capitalista, possui formas peculiares e tem funções próprias. As formas são flutuante, latente e estagnada. A primeira caracteriza-se pelos trabalhadores que ora são demitidos ora são readmitidos em maior ou menor quantidade. A segunda são trabalhador substituídos por inovações tecnológicas que substituem a mão de obra. A terceira abrange os trabalhadores informais ou com ocupação irregular, com os menores salários, caracterizam como excluídos das empresas (AQUINO, 2008).

Já a função do desemprego na economia capitalista, de acordo com Marx, são duas: 1) reserva de mão de obra, para atender as necessidades do capital em determinados ciclos econômicos; 2) regulador de salários, uma vez que há exército reserva a competição por vagas de trabalho se torna acirrada, e nessa corrida ganha quem oferece o melhor serviço pelo menor preço (CRUZ, 2013).

A interpretação chamada de abordagem neoclássica discute questões como a formação profissional e a produtividade individual, que se relacionam diretamente com a oferta de trabalho, e também, com a remuneração oferecida (OLIVEIRA; PICCINI, 2011). As teorias

(34)

neoclássicas que abordam o tema mercado de trabalho não explicam satisfatoriamente as causas concretas do desemprego, nela o mercado de trabalho é basicamente uma construção teórica baseada na ideia de forças em equilíbrio (PRONI, 2014).

Por fim, a abordagem keynesiana em uma perspectiva diferente, afirma que a relação entre oferta e demanda de trabalho é definida principalmente pelas necessidades da empresa, ou seja, não é o valor do salário que define a contratação, e sim a demanda de produção existente (OLIVEIRA; PICCINI, 2011). No que diz respeito ao desemprego, a teoria keynesiana defende o pleno emprego como forma de ativação da economia. Para alcançar o pleno emprego, precisam existir três condições:

a) nível adequado de demanda efetiva (o consumo, o investimento privado e o gasto público) para manter a renda nacional num patamar que assegure trabalho para todos; b) locação controlada de novos empreendimentos (com preferência para as pequenas empresas) de modo a permitir uma oferta de empregos adequada em cada região do país; e c) mobilidade do trabalho organizada para ajustar melhor a oferta e a demanda de trabalho (em especial, oportunidades de emprego para jovens entrando no mercado de trabalho e transferências forçadas para desempregados sem chance de obter um emprego naquela região). Ou seja, era preciso intervir nas forças de mercado, com medidas simultâneas pelo lado da oferta e da demanda. (PRONI, 2014, p. 10). De modo geral todas as abordagens apresentadas a respeito do mercado de trabalho discutem o se funcionamento e destacam a questão do desemprego no sistema desde o início do capitalismo. Alguns entendem como necessidade do sistema outros como algo que precisa de solução. Assim há uma classificação sobre os tipos de desemprego das economias capitalistas:

"[...] i) o voluntário: onde a situação em que o desemprego é a opção do indivíduo, por considerar que é melhor ficar “parado” em função da remuneração oferecida; ii) o friccional: decorrente do desajustamento temporário entre a oferta e a procura de mão-de-obra no mercado de trabalho; iii) o estrutural: resultado de um excesso não temporário de mão-de-obra em relação às possibilidades de geração de emprego da economia e o tecnológico: decorre da adoção de novas tecnologias na atividade produtiva, provocando redução no volume de mão-de-obra empregada ou tornando obsoletas certas habilitações –fechamento de postos de trabalho (POCHMANN, 2001)." apud STEFANO, NOGUEIRA, COSTA, (2006, p. 115).

Grande parte da literatura que aborda o assunto mercado de trabalho, descreve pouco sobre o termo em si e explora razoavelmente seu funcionamento e suas relações. No entanto, por meio do seu conceito é possível compreender além da definição, também suas relações de funcionamento. No Dicionário da Língua Portuguesa (RIOS, 2010), o termo “mercado” significa lugar público utilizado para negociação, já “trabalho” é o oficio ou profissão de uma pessoa; desta forma, “mercado de trabalho” significa lugar de negociação de um ofício ou profissão.

Juntando o conceito com a realidade atual, é possível afirmar que o mercado de trabalho envolve indivíduos chamados de trabalhadores, os quais oferecem sua mão de obra em

Referências

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