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Avaliação da autoimagem e da autoestima em pacientes que fizeram abdominoplastia após a cirurgia bariátrica

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Academic year: 2022

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Avaliação da autoimagem e da autoestima em pacientes que fizeram abdominoplastia após a cirurgia bariátrica

1. RESUMO

A obesidade caracteriza-se como um grande problema de saúde pública, tornando-se uma doença crônica associada a várias comorbidades. Intervenções cirúrgicas têm sido empregadas no tratamento da obesidade. Sugere-se que possa haver melhorias da autoimagem e qualidade de vida em pessoas submetidas após 3 anos à cirurgia bariátrica a curto e longo prazo. Desta forma o objetivo deste trabalho será avaliar os aspectos da autoimagem, autoestima e qualidade de vida de mulheres submetidas, após 3 anos, à cirurgia bariátrica do tipo Bypass Gástrico em Y de Roux e, cirurgia reparadora, denominada, abdominoplastia. Foram selecionadas 9 mulheres com mais de 18 anos. O trabalho foi realizado virtualmente, através do google forms (http://gg.gg/pesquisacirurgiabariatrica). Houve um questionário de identificação com perguntas sociodemográficas, sobre a cirurgia e sobre a saúde, aplicada a Escala de Autoestima. Os dados foram compilados no Software Excel

2. INTRODUÇÃO

A obesidade é reconhecida como um dos maiores desafios de saúde pública do século 21. Atualmente mais de 2,1 bilhões de pessoas, aproximadamente 30% da população mundial, estão com sobrepeso ou obesos. Caso a prevalência de obesidade continue em sua trajetória atual, quase a metade da população adulta do mundo vai estar com sobrepeso ou obesos até 2030 (Dobbs et al., 2014).

Atualmente 55,7% da população adulta do Brasil estão com excesso de peso e 19,8% é obesa. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013, indica que, dentre os adultos com diabetes, 75,2% têm excesso de peso e, entre os adultos com hipertensão, 74,4% têm excesso de peso. Assim, o Brasil atingiu a maior prevalência de obesidade (19,8%) em adultos nos últimos treze anos. Entre 2006 e 2018, o percentual cresceu 67,8%. (Vigitel Brasil, 2018).

A cirurgia bariátrica (CB) é reconhecida como um tratamento eficaz para a obesidade mórbida, por manter uma redução ponderal estável em longo prazo e reduzir comorbidades, com impacto favorável na mortalidade (Buchwald, Avidor, Jensen, Pories, Fahrbach et al., 2004). A cirurgia bariátrica realizada por laparoscopia se tornou técnica preferencial, por ser minimamente invasiva, levando a menor trauma cirúrgico, com

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diminuição da morbidade e do tempo de recuperação pós-operatório (Shimon, Keidar, Orgad, Yemini, Carmeli, 2018). A cirurgia bariátrica tem indicação bem estabelecida nos casos de IMC > 40 kg/m2 ou IMC > 35 kg/m2 com comorbidades (Costa, Yamaguchi, Riccioppo, Pinho-Junior, 2014). O bypass gástrico e a gastrectomia vertical representam as técnicas mais utilizadas atualmente.

As cirurgias podem ser divididas em cirurgias restritivas ou mista, as cirurgias restritivas são aquelas onde o único órgão modificado é o estômago e que visam provocar a redução do espaço para o alimento dentro da cavidade gástrica, assim, com uma pequena quantidade de comida o paciente terá a sensação de saciedade. As mais comuns são:

gastroplastia vertical com bandagem, balão intragástrico e bandagem gástrica ajustável por vídeo (Damasco,Tock, 2005). A colocação do balão intragástrico é um procedimento endoscópico, e tem utilização reconhecida como método terapêutico restritivos, utilizado como auxiliar no preparo pré-operatório para outros procedimentos bariátricos. Já as cirurgias mistas, além do estomago, o intestino do paciente também é alterado. (Mansini, Garrido, Ferraz, Barroso et al., 2006). Neste grupo, além do fator restritivos que provoca a sensação de saciedade com uma pequena quantidade de alimento, também existe um fator disabsortivo, o qual é conseguido pela diminuição do local de absorção de nutrientes no intestino delgado. As técnicas mistas mais conhecidas são: derivação biliopancreatica com gastrectomia distal (cirurgia de Scopinaro) e derivação gastro jejunal em Y-de-Roux (cirurgia de Fobi-Capella) (Damasco,Tock, 2005).

A qualidade de vida foi definida pela Organização Mundial da Saúde como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (The WHOQOL Group, 1995). Do ponto de vista psicossocial os indivíduos obesos vivenciam prejuízos significativos os quais afetam múltiplos aspectos de suas vidas (Paul, 2001). Em função desses diversos prejuízos, bem como das diferentes formas de discriminação, as pessoas obesas têm experimentado problemas relacionados à depreciação e à insatisfação com a imagem corporal (Nogueira e Sarlion, 2005). As mulheres são mais suscetíveis aos padrões impostos pela mídia, buscam mais os tratamentos para a obesidade e, também, apresentam maior frequência de distúrbios alimentares e psiquiátricos (Matos et al., 2002).

O abdome participa intimamente na definição do contorno corporal. A abdominoplastia é o procedimento que corrige o contorno corporal e traz qualidade de vida ao eliminar cirurgicamente o excesso de pele da região abdominal, assegurando uma

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maior definição à região dos flancos e cintura. Consiste em uma larga incisão na região hipogástrica, estreitamento do músculo abdominal e recolocação da pele. Porém, a resposta do organismo do indivíduo é de suma importância para obter os resultados esperados, quanto a recuperação e, também, sobre o aspecto cicatricial. Durante a regeneração da pele devido a lesão intencional, pode ocorrer o agravamento de alguns fatores e, com isso, torna-se prejudicial em determinado período do processo cicatricial, como por exemplo, o alargamento da espessura incisional, aparecimento de hérnia, queloide, fibrose, entre outros. (Dr. Diego Pedroso, 2017).

Em nossa sociedade, a relação do indivíduo com seu corpo ganhou importância significativa, fruto da expressão psíquica, de uma identidade social e de um modo devida.

A exigência de uma aparência magra e as formas de emagrecimento vêm sendo mais enfatizadas, muitas vezes em prejuízo da saúde do sujeito (Nozaki & Rossi, 2010).

3. OBJETIVO

Avaliar a autoimagem e a autoestima de pacientes que fizeram abdominoplastia após a cirurgia bariátrica

4. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de campo quantitativo com delineamento transversal que foi realizado em um grupo de 9 indivíduos, do sexo feminino, com idade de 18 anos ou mais que se submeteram, após 3 anos, à cirurgia bariátrica do tipo Bypass Gástrico em Y de Roux.

Os participantes foram selecionados por conveniência e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (Número do Parecer:

4.728.724 e CAAE xxxxxxx). O trabalho seguiu as normas éticas para pesquisas com seres humanos, estabelecidas pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº466/2012. Os dados foram coletados em ambiente virtual através de um google forms (http://gg.gg/pesquisacirurgiabariatrica).

Nesta pesquisa foi utilizado o questionário sociodemográfico e questionário específico, com perguntas de múltipla escolha e questões abertas elaboradas pelos pesquisadores, sobre a idade, sexo, estado civil, se tem filhos e quantos, escolaridade, renda familiar e profissão. Também foi questionado sobre o processo da cirurgia bariátrica, com perguntas como, se já foi feito a cirurgia bariátrica, a quanto tempo fez o procedimento, e como o indivíduo considera que está a sua saúde.

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O questionário específico foi elaborado pelos pesquisadores por meio de uma escala Likert, categorizando em 1. Nunca; 2. Raramente; 3. Ocasionalmente; 4.

Frequentemente; 5. Muito frequente. As perguntas pontuadas na pesquisa: "se o indivíduo acha que come com consciência", "qual a frequência que come assistindo TV ou mexendo no celular", "se come mais quando está estressado e ansioso", "se a comida gera sentimentos positivos (conforto, satisfação, alegria, alívio)", "se a comida gera sentimentos negativos (culpa, vergonha, tristeza, angústia)", "o quanto a comida é prazerosa para o indivíduo", "o quanto se sente bonito", e "o quanto as redes sociais interferem na maneira como se vê".

A Escala de Autoestima de Rosenberg foi desenvolvida, originalmente em inglês (Rosenberg Self-Esteem Scale - RSES), por Morris Rosenberg, em 1965, como uma escala de avaliação da autoestima global, aplicada em 5.024 indivíduos, englobando universitários e idosos de Nova Iorque. Rosenberg (1965) considera que a autoestima é a autoavaliação pessoal, a qual implica sentimento de valor, englobando um componente predominantemente afetivo, expresso em uma atitude de aprovação/desaprovação em relação a si mesmo. Partindo desta concepção, o instrumento é constituído por 10 questões com conteúdo referentes aos sentimentos de respeito e de aceitação de si mesmo.

Utilizamos a Escala de Autoestima de Rosenberg, adaptada por Sbicigo et al (2000).

No entanto, metade dos itens é enunciada positivamente, sendo que as opções de resposta representam os números descritos, e a outra metade negativamente, cujos números das respostas devem ser: concordo totalmente = 1; concordo = 2; discordo = 3;

discordo totalmente = 4. Assim, cada item pode receber uma pontuação de no mínimo 1 e no máximo 4. A soma das respostas dos 10 itens fornece o escore da escala, cuja pontuação total oscila de 10 a 40, sendo que a obtenção de uma pontuação alta reflete autoestima elevada. Conforme Simonetti (1989), a autoestima satisfatória é definida como escore maior ou igual a 30 na referida Escala.

5. DESENVOLVIMENTO

Neste estudo de campo foi aplicado em 9 mulheres um questionário sociodemográfico e um questionário específico, com perguntas de múltipla escolha de caráter pessoal e abertas, como idade, sexo, estado civil, escolaridade, renda familiar, dentre outros sob estas caraterísticas. Também, principalmente, e em maior ênfase, foi questionado sobre o processo da cirurgia bariátrica, desde a realização do procedimento funcional, até o procedimento estético, caso fosse realizado, denominado, abdominoplastia por excesso de pele, e como o indivíduo considera que está a sua saúde.

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O questionário específico foi elaborado pelos pesquisadores por meio de uma escala Likert, categorizando a resposta das pacientes em 1. Nunca; 2. Raramente; 3.

Ocasionalmente; 4. Frequentemente; 5. Muito frequente.

6. RESULTADOS PRELIMINARES

A amostra foi composta por 9 mulheres. Dentre elas, apenas 1 respondeu que realizou a cirurgia reparadora, abdominoplastia, concomitantemente a cirurgia bariátrica, as demais responderam que realizaram a abdominoplastia após um período de recuperação da cirurgia bariátrica. Também, apenas 1 não fez uso de meia anti-trombo, 1 fez uso no início do pós-operatório até um prazo de 6 meses, e a maioria utilizou somente no hospital.

Em relação ao aspecto cicatricial, 22,2% das respondentes não obtiveram o resultado esperado, e 77,8% obtiveram o resultado esperado. Observado as respostas negativas, 1 indivíduo teve alteração quanto ao alargamento cicatricial, 1 indivíduo manifestou quelóide na incisão e, 2 indivíduos que apesar da resposta satisfatória ao aspecto cicatricial, manifestaram outras alterações incisionais NE.

7. FONTES CONSULTADAS

Borille, Giuliano; Netto, Rafael; Carvalho, Lauro A.; Steffen, Níveo; Ely, Pedro B.;

Otimização da marcação da incisão na dermolipectomia abdominal com emprego de molde padronizado; Ver. Bras. Cir. Plast. vol.27 no.4; São Paulo; 2012.

Dini, Gal M.; Milani, Jean; Albuquerque, Luciana G.; Oliveira, Mario F.; Filho, Ivan D.

A. O. S.; Iurk, Lauren K.; Ferreira, Lydia M.; Aumento mamário por meio da incisão da abdominoplastia: estudo prospectivo 100 casos; Ver. Bras. Cir. Plast. vol.28 no.1; São Paulo; 2013.

Frois, E., Moreira, J., & Stengel, M. (2011). Mídias e a imagem corporal na adolescência:

o corpo em discussão. Psicologia em Estudo, 16(1), 71-77.

Nozaki, V. T., & Rossi, N. M. (2010). Imagem corporal:cirurgiabariátrica.Revista Saúde e Pesquisa, 3(2), 185-191.

Sbicigo, Juliana; Bandeira, Denise; Dell’aglio, Débora. Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR): validade fatorial e consistência interna. Rio Grande do Sul, ano 2010, v. 15, n. 3. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pusf/v15n3/v15n3a12.pdf.

Pruzinsky, T., & Edgerdon, M. (1990). Body image change in cosmetic plastic surgery.

In T. F Cash & T Pruzinsky (Orgs.), Body images development, deviance, and change (pp. 217-236). Nova Iorque: The Guilford Press.

Referências

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