RELATÓRIO FINAL
Estágio Profissionalizante (6º ano)
2016/2017
Gisela Castanheira dos Reis
Aluna nº 2011473 | Turma 7
Universida
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2 Gisela Castanheira dos Reis | a2011473 | 6º ano
Índice
I. Introdução ... 3
II. Atividades desenvolvidas ... 3
a) Saúde Mental ... 4
b) Medicina Geral e Familiar ... 4
c) Pediatria ... 5
d) Ginecologia e Obstetrícia ... 5
e) Cirurgia Geral ... 6
f) Medicina Interna ... 6
III. Reflexão Crítica ... 7
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I. Introdução
Os estágios clínicos do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) visam a
integração e a aplicação na prática clínica dos conhecimentos adquiridos ao longo do
curso, promovendo o aumento gradual e duradouro da autonomia. Este ano exigiu a
consolidação de competências já adquiridas e que os novos conhecimentos fossem
postos em prática, tornando-se um verdadeiro exercício de profissionalização e
preparando o futuro médico para a prática clínica.
O presente relatório pretende apresentar, de modo sucinto, as atividades
desenvolvidas e fazer uma análise retrospetiva do trabalho realizado ao longo do 6º
ano do MIM. Este ano é composto por seis estágios parcelares – Saúde Mental,
Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral e
Medicina Interna –, abrangendo assim diversas áreas médicas e cirúrgicas.
Este documento está dividido em quatro secções: 1. a apresentação do objetivo e
organização do relatório final; 2. o corpo de trabalho, com descrição dos objetivos e das
atividades desenvolvidas em cada um dos estágios; 3. a análise e reflexão crítica ao 6º
ano do MIM; 4. os anexos, referentes às atividades extracurriculares desenvolvidas ao
longo do ano letivo 2016/2017.
II. Atividades desenvolvidas
Os estágios parcelares do 6º ano visam a aprendizagem e o treino de
competências técnicas e humanas, consolidando e aperfeiçoando o trabalho
desenvolvido ao longo do MIM. Como objetivos transversais a todos estes estágios
destaco a integração nas atividades das equipas médicas, o aperfeiçoamento da
colheita de dados e do raciocínio clínico, a aquisição de experiência na tomada de
decisões (diagnósticas e terapêuticas), o ganho progressivo de confiança e autonomia
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trabalho em equipa e de comunicação com outros profissionais de saúde e com o
doente/família.
Nesta secção pretendo descrever sucintamente os estágios efetuados e os
objetivos específicos para cada um deles.
a) Saúde Mental
(12/09/2016 a 07/10/2016 – 4 semanas)O meu estágio de Saúde Mental decorreu no Serviço de Reabilitação e Residentes
do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a regência do Prof. Doutor Miguel
Xavier e tutelado pela Dr.ª Safira Hanemann. Para estas semanas, estabeleci como
objetivos específicos: contactar com as principais patologias psiquiátricas e conhecer
os princípios gerais de atuação, observar e praticar as técnicas de entrevista clínica e
aprender a distinguir quadros psiquiátricos de doença orgânica, bem como do
funcionamento psicológico normal de cada indivíduo. O estágio teve início com os
seminários lecionados na Faculdade, sendo discutidos casos clínicos de cariz
extremamente prático e aplicáveis a qualquer especialidade clínica. O restante estágio
decorreu no CHPL, tendo acompanhado a minha tutora no internamento, assistido às
reuniões de serviço, às Consultas Externas e de Reabilitação e à reunião de triagem
dos doentes. Tive ainda oportunidade de ir ao Serviço de Urgência, podendo contactar
com a doença na sua fase aguda.
b) Medicina Geral e Familiar
(10/10/2016 a 04/11/2016 – 4 semanas)O meu estágio de Medicina Geral e Familiar decorreu na U.S.F. Santo
Condestável, sob a regência da Prof.ª Doutora Isabel Santos e tutelado pela Dr.ª
Carolina Resende. Estabeleci como objetivos específicos para este estágio:
compreensão da dinâmica existente entre o médico de família, o doente e os familiares,
contacto com um espectro alargado de problemas de saúde e reconhecimento da
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saúde e na prevenção e tratamento da doença. Durante o estágio assisti sobretudo a
consultas de Saúde do Adulto e Consulta do Dia, mas também de Saúde Infantil e
Juvenil, Materna, Planeamento Familiar e Diabetes, e pude conduzir autonomamente,
mas sempre com supervisão, várias consultas. Pude ainda acompanhar a equipa de
enfermagem na realização de domicílios. O estágio terminou com a apresentação do
meu diário do exercício orientado.
c) Pediatria
(07/11/2016 a 02/12/2016 – 4 semanas)O meu estágio de Pediatria decorreu no Serviço de Infeciologia do Hospital Dona
Estefânia, sob a regência do Prof. Doutor Luís Varandas e tutelado pelo Dr. João
Neves. Os objetivos estabelecidos foram: contactar com as patologias mais frequentes,
conhecendo as especificidades da apresentação pediátrica; saber avaliar o normal
desenvolvimento, inclusive interpretando curvas de percentis e metas de
aprendizagem, detetando precocemente eventuais desvios; e melhorar as técnicas de
comunicação com a criança e seus familiares. Neste estágio acompanhei a equipa
médica na sua atividade diária na Enfermaria e no Serviço de Urgência e assisti a
Consultas de Imunodeficiências Primárias. Pude ainda visitar o Serviço de Cardiologia
Pediátrica, no Hospital Sta. Marta, e assistir a duas sessões sobre Imunoalergologia.
No seminário dos alunos, em conjunto com dois colegas, apresentei o caso clínico
“Síndrome de Hipereosinofilia”.
d) Ginecologia e Obstetrícia
(05/12/2016 a 13/01/2017 – 4 semanas)O meu estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital São Francisco
Xavier, sob a regência da Prof.ª Doutora Teresa Ventura. O estágio dividiu-se em duas
semanas de Ginecologia, nas quais não tive um tutor atribuído, e duas de Ginecologia
e Obstetrícia, sendo a minha tutora a Dr.ª Alexia Toller. Estabeleci como objetivos
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e nos diferentes trimestres de gestação e conhecer as principais medidas de prevenção
e de atuação. Durante o estágio acompanhei a equipa na Enfermaria de Ginecologia,
nas consultas de Obstetrícia, Diagnóstico Pré-Natal, Patologia Fetal e Ginecologia e no
Bloco Operatório. Pude participar no Serviço de Urgência, onde estive no Balcão de
Admissões e na Sala de Partos. Assisti ainda às sessões clínicas, tendo apresentado
na última sessão, em conjunto com um colega, um artigo de revisão sobre a Doença
Trofoblástica.
e) Cirurgia Geral
(23/01/2017 a 17/03/2017 – 8 semanas)O meu estágio de Cirurgia Geral decorreu no Hospital das Forças Armadas, sob a
regência do Prof. Doutor Rui Maio e tutelado pelo Dr. Pedro Hart Campos. Para estas
semanas, estabeleci os seguintes objetivos: adquirir autonomia na avaliação do doente
no pré e pós-operatório, conhecer o diagnóstico e abordagem das principais patologias
cirúrgicas, saber distinguir os casos com indicação cirúrgica, nomeadamente
urgente/emergente, e assistir e participar em cirurgias. A primeira semana decorreu no
HBA, com várias sessões teóricas e teórico-práticas. Durante as semanas seguintes,
acompanhei a minha equipa no quotidiano da Enfermaria, na Consulta Externa, no
Bloco Operatório e na Pequena Cirurgia. Pude observar autonomamente os doentes na
enfermaria, elaborar notas de entrada, de alta e diários clínicos. Pude participar em
cirurgias como 2ª ajudante e/ou instrumentista e realizar outros procedimentos,
inclusive acompanhando a equipa de Enfermagem. No HFAR, pude ainda visitar o
Centro de Medicina Hiperbárica. No Mini-Congresso, apresentei com os meus colegas
o caso clínico “Pé Diabético e um Tratamento a 15 Metros de Profundidade”.
f) Medicina Interna
(20/03/2017 a 19/05/2017 – 8 semanas)O meu estágio de Medicina Interna decorreu no Serviço de Medicina 2 do Hospital
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Furtado. Os objetivos que estabeleci para este estágio foram: contactar com as
patologias mais frequentes e adquirir autonomia no acompanhamento destas
situações; melhorar o raciocínio clínico e a capacidade de resolução de problemas;
aprender a identificar e hierarquizar situações com carácter emergente; integrar-me na
equipa médica, no seu quotidiano e melhorar a comunicação com os outros
profissionais e com o doente. Durante este estágio consegui uma boa integração na
equipa e senti-me como mais um elemento ativo, observando doentes, elaborando
notas de entrada, diários clínicos e uma nota de alta, e discutindo-os posteriormente
com a equipa, propondo o plano a instituir em cada caso, com aumento progressivo da
autonomia. Pude ainda acompanhar o meu tutor no Serviço de Urgência, onde tive
oportunidade de atender sozinha, mas com supervisão, doentes no Balcão de
Atendimento. Pude também assistir aos seminários que decorreram na Faculdade. No
final do estágio apresentei, em conjunto com dois colegas, um trabalho para o Serviço
de Medicina 2, sobre o tema “Hipertensão Pulmonar”.
III. Reflexão Crítica
Uma vez concluídos os estágios parcelares do 6º ano do MIM, impõe-se uma
revisão do trabalho desenvolvido, não só ao longo do presente ano mas de todo o
curso, uma vez que o Estágio Profissionalizante só é possível com uma base de
conhecimentos sólida e coerente, combinada com valores, atitudes e aptidões
desenvolvidos nos anos anteriores. Foi com grande expectativa que parti para os
estágios, num ano que visa a profissionalização e crescente autonomia e
responsabilidade do estudante, consistindo numa ponte para o exercício da Medicina
enquanto futuros médicos e revelando-se fundamental na nossa formação. Posso
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Ao iniciar este ano, houve dois objetivos pessoais que estabeleci: integrar-me na
equipa médica, procurando ter um papel ativo nas atividades desenvolvidas e
mostrando-me capaz de uma maior autonomia e desenvoltura na prática clínica; e
demonstrar uma atitude pró-ativa na identificação das necessidades de aprendizagem
e no investimento na atualização e melhoria das aptidões clínicas.
No global, penso que alcancei os objetivos a que me propus, quer ao nível dos
objetivos gerais, comuns a todos os estágios, como sejam a consolidação de
conhecimentos, ganho de autonomia, aperfeiçoamento do raciocínio
hipotético-dedutivo ou o treino de aptidões e da comunicação, bem como da generalidade dos
objetivos específicos para cada estágio. Como aspeto positivo gostaria de realçar o
bom rácio tutor/aluno, que possibilitou uma melhor transmissão de conhecimentos, o
estabelecimento de uma melhor relação tutor-aluno e permitiu que realizasse uma
maior variedade de procedimentos. Gostaria também de salientar a disponibilidade de
todos os tutores com os quais contactei, o que permitiu que usufruísse ao máximo das
oportunidades que se apresentaram, promovendo uma melhoria das minhas aptidões e
uma excelente integração nos serviços em que estive colocada.
Analisando com mais detalhe os estágios individualmente, alguns destaques
merecem ser feitos. No meu primeiro estágio, de Saúde Mental, tive oportunidade de
contactar com uma grande variedade de patologias psiquiátricas e com a sua
abordagem, principalmente na integração do doente e promoção do seu papel ativo na
sociedade e estratégias de resolução aplicadas a cada caso. Como ponto menos
positivo saliento a especificidade dos serviços em que somos colocados, que cria
inevitavelmente alguns limites àquilo com que podemos contactar. Dito isto, gostaria de
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possível no Serviço de Reabilitação e Residentes. No entanto, apesar das limitações
inerentes, considero que o estágio foi bastante diversificado e proveitoso.
O estágio de Medicina Geral e Familiar foi, para mim, dos mais importantes na
aquisição de uma autonomia e desenvoltura crescentes, tendo-me sido permitido
participar de uma forma bastante ativa nas atividades desenvolvidas na U.S.F. e
sempre com uma evidente preocupação na minha formação médica. Fui totalmente
integrada na equipa e pude realizar consultas autonomamente com posterior supervisão da
minha tutora. Penso que consegui melhorar a minha abordagem biopsicossocial do doente
e a noção de, mesmo que o médico se baseie na evidência científica, é necessário
compreender o doente em todos os seus aspetos antes de tomar qualquer decisão,
assumindo uma perspetiva mais próxima do indivíduo.
Em relação à Pediatria, faço um balanço globalmente positivo do estágio. É
evidente a contribuição que este estágio teve na minha formação, tendo sido possível
contactar com um grupo bastante abrangente de patologias e uma melhoria franca nas
minhas aptidões e no à-vontade com que lido agora com a criança e a sua família.
Gostaria, no entanto, de ter tido mais oportunidades de frequentar o SU, o que não foi
possível por motivos inerentes à organização do serviço, bem como de ter tido um
maior contacto com as restantes especialidades pediátricas.
Acerca da Ginecologia e Obstetrícia, o facto de não ter um tutor atribuído durante
a componente inicial de Ginecologia, embora tenha permitido fazer a rotação por várias
valências, dificultou a integração na equipa e não permitiu que me fosse atribuída tanta
autonomia. Na segunda componente, acompanhei a Dr.ª Alexia Toller na sua prática
clínica, tanto Ginecológica como Obstétrica, tendo existido uma preocupação constante
com a minha formação. No entanto, a existência de vários Internos de Ano Comum e
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globalmente, um estágio observacional, o que não é o desejado num estágio que se
pretende profissionalizante.
Acerca da Cirurgia Geral, o meu estágio foi bastante proveitoso e com uma
grande componente prática, tendo participado ativamente no quotidiano da Enfermaria
de Cirurgia e tendo participado em várias cirurgias como 2ª ajudante e/ou
instrumentista. Tive oportunidade de aprender imenso e apenas lamento o facto de
praticamente não ter contactado com a Urgência, uma vez que no HFAR as urgências
funcionam por chamada, diferente do que acontece noutros hospitais.
Por fim, em relação ao estágio de Medicina Interna, considero que foi bastante
produtivo, quer na aquisição progressiva de autonomia que no desenvolvimento de
boas relações interpessoais, conseguindo acompanhar todo o progresso dos doentes,
comunicando regular e eficazmente com eles e também com as equipas médicas, de
enfermagem e administrativas, que me integraram e ajudaram em tudo o que precisei.
Foi, sem dúvida, um dos estágios onde notei uma maior evolução.
Em termos globais, considero que, através do trabalho realizado ao longo deste
ano, cumpri os objetivos a que me propus e a evolução que senti em mim como futura
médica e como pessoa permite-me olhar para o futuro com expectativas elevadas.
Nesta reta final da minha pré-graduação em Medicina sinto-me capaz identificar as
minhas necessidades de aprendizagem, assumir a responsabilidade pela formação
contínua e demonstrar iniciativa para tal. Procuro ser recetiva ao feedback e às críticas,
compreender os pontos fortes, as vulnerabilidades pessoais e áreas que necessitam
ser aperfeiçoadas, reconheço-me no limiar da minha carreira.
Termino com uma palavra de apreço à Faculdade de Ciências Médicas e a todos
os docentes, funcionários e colegas, por estes anos inesquecíveis de profundo
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IV. Anexos
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c) iMed Conference
–
Clinical Mind Competition
Este ano, eu e a minha colega, Ana Rita Cunha, ficámos em 1º lugar no Clinical Mind Competition. O
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