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Palavras chave: Dependência de recursos, Vínculos políticos, Informação contábil, Accruals.

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1 Gerenciamento de Resultados Contábeis e Conexão Política: Evidências no Brasil

PAULO HENRIQUE NOBRE PARENTE Universidade Federal da Paraíba ARIANE FIRMEZA MOTA Universidade Federal da Paraíba PAULO AMILTON MAIA LEITE FILHO Universidade Federal da Paraíba Resumo

As empresas têm adotado diversas estratégias para reduzir as incertezas, as dependências externas e aumentar os recursos que necessitam, uma dessas estratégias confere à conexão política. Empresas conectadas podem ser beneficiadas de diversas formas, uma vez que estaria sobre o controle do mercado e blindadas pelo governo em mercados com baixo monitoramento, fazendo com que a qualidade da informação possa ser prejudicada. Nesse sentido, a estudo tem por objetivo de investigar o efeito da existência de conexão política no gerenciamento de resultados contábeis das empresas de capital aberto do Brasil. Para tanto, foi utilizada uma amostra de 253 empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa no período entre 2013 e 2015. Para a proxy de gerenciamento de resultados contábeis foi utilizado o modelo de Jones Modificado, enquanto que para a proxy conexão política foi utilizada variável dummy para a existência de doações políticas. Para o alcance do objetivo do estudo, foi realizada análise de regressão linear múltipla com utilização de erros robustos, além da análise descritiva e de correlação dos dados, bem como análise de comparação de médias. Os resultados do estudo evidenciam que não existe diferença entre o gerenciamento de resultado entre empresas com e sem conexão política. Além disso, rejeitou-se a hipótese de que os gestores de empresas com vínculos políticos estariam mais propensos a apresentar comportamentos oportunistas e gerenciar os resultados contábeis, partindo dessa motivação para manter laços políticos. Esta pesquisa pretende contribuir para a disseminação de estudos corporativos que aliam contabilidade, mais especificamente gerenciamento de resultados, e conexão política.

Palavras chave: Dependência de recursos, Vínculos políticos, Informação contábil, Accruals.

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2 1 INTRODUÇÃO

A escolha por métodos contábeis e o uso da discricionariedade na definição de apropriações contábeis não são apenas funções das normas e da legislação, dependem também do comportamento dos gestores, o qual responde a incentivos econômicos para produzir relatórios contábeis com atributos de qualidade (Coelho & Lima, 2009). Agindo na maximização de seus interesses, gestores podem assumir comportamento oportunista, apoiando práticas contábeis que assegurem o objetivo de aumento dos lucros reportados (Coelho & Lopes, 2007).

Tal intervenção proposital no processo de evidenciação externa de agregados contábeis com a intenção de obter ganho privado, ao invés de, simplesmente, permitir a neutralidade do processo (Dichev & Skinner, 2000) denomina-se gerenciamento de resultados contábeis.

Nessa direção, as empresas são capazes de tudo que estiver ao alcance para reduzir as incertezas, as dependências externas e aumentar os recursos que necessitam, remetendo à perspectiva de dependência de recursos para explicar a ocorrência de conexão política e seus potenciais efeitos na organização. Uma das formas de alcançar tais objetivos é manter vínculos políticos, já que o governo intervém nas políticas econômicas e públicas do país (Wu, 2011; Xu, Tihanyi & Hitt, 2014). Desse modo, nas empresas conectadas politicamente, os resultados apropriados discricionariamente pela gestão da empresa podem ser blindados pelo governo.

Essa blindagem ocorre na forma de benefícios com seus laços políticos (Bliss, Gul e Majid, 2012). Uma das implicações refere-se à qualidade da informação contábil (Claessens, Feijen & Laeven, 2008), já que a empresa conectada politicamente pode manter controle sobre o ambiente em que atua e os gestores dessas empresas poderiam divulgar informações contábeis de qualidade inferior (Chaney, Faccio & Parsley, 2011). Ou seja, os gestores podem tentar esconder ou atrasar a evidenciação de informações, com a intenção de prejudicar, de forma intencional, os investidores da empresa (Chaney et al., 2011, Leuz, Nanda & Wysocki, 2003).

A literatura tem reportado que empresas conectadas politicamente podem ser prejudicadas em diversos aspectos, como, por exemplo, o aumento da restrição financeira (Chan, Dang & Yan, 2012), elevação das taxas de auditoria (Bliss & Gul, 2012; Wahab, Zain, James & Haron, 2009; Yang, 2013) e baixa qualidade da informação contábil (Chaney et al., 2011). Essas evidências podem mostrar, a priori, a relevância da informação contábil em contextos em que as empresas estão conectadas politicamente.

Na medida em que os grupos políticos garantem proteção às empresas conectadas, a informação contábil não é afligida, uma vez que as empresas poderiam se importar menos com sua qualidade e investir tempo inferior à necessária para melhorar os accruals (Claessens et al., 2008).

Ademais, o contexto histórico do Brasil, no qual o governo tem atuação central na economia e estreita relação com a classe empresarial brasileira, sugere que a relação empresa- governo concede certos privilégios a grupos empresariais (Samuels, 2015), como, por exemplo, o acesso preferencial a financiamentos com juros abaixo daqueles praticados pelo mercado. Acredita-se, portanto, que empresas conectadas politicamente assumem altos riscos financeiros e são propensas a gerenciarem seus resultados (Claessens et al., 2008).

Uma das formas mais evidentes de conexão política está na doação efetuada pelas empresas às campanhas eleitorais. Camilo, Marcon e Bandeira-de-Mello (2012) afirmam que através da doação de campanha, a empresa despende recursos na expectativa de maximizar retornos, sendo esta prática considerada uma forma de investimento. Nessa direção, a relação clientelista é evidente quando a conexão política ocorre via doação de recursos financeiros e

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3 tais doações são utilizadas em troca de benefícios diretos ou indiretos às empresas privadas (Lazzarinni, 2011).

Nessa perspectiva, questiona-se: empresas brasileiras conectadas politicamente apresentam maiores níveis de gerenciamento de resultados contábeis? A hipótese do estudo, por sua vez, está circunscrita na afirmação de que os gestores de empresas com laços políticos estariam mais propensos a apresentar comportamento oportunista e, com isso, gerenciar mais fortemente os resultados contábeis. Objetiva-se, portanto, investigar o efeito da conexão política no gerenciamento de resultados contábeis das empresas de capital aberto do Brasil listadas na BM&FBovespa.

Considerando os escândalos corporativos recentes, a destacar a Operação Lava Jato, que é definida pelo Ministério Público Federal (MPF), como a maior investigação de corrupção já realizada no país (Brasil, 2014) e a lacuna existente na literatura sobre o tema, quanto à análise entre conexão política e gerenciamento de resultados, essa pesquisa pode explicar a qualidade da informação contábil, mais especificamente o gerenciamento de resultados, em empresas conectadas politicamente no contexto de mercado emergente, como o Brasil.

Diferente das pesquisas nacionais, a literatura sobre conexão política no contexto da contabilidade apresenta-se ainda limitada. As pesquisas têm investigado a relação da conexão política com a intangibilidade (Sena, Marcon & Lana, 2016), diversificação de grupos brasileiros (Costa, Bandeira-de-Melo & Marcon, 2013) e desempenho empresarial (Camilo, Marcon & Bandeira-de-Melo, 2012). Por outro lado, a literatura tem comparado o gerenciamento de resultados contábeis a partir de categorias relevantes, como, por exemplo, empresas de capital fechado e aberto (Coelho & Lima, 2009). Consideramos relevante também investigar, comparativamente, o gerenciamento de resultados contábeis a partir de empresas com e sem conexões políticas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conexão política sob a perspectiva da informação contábil

Conexão política configura-se como o relacionamento entre firma e/ou indivíduo com o governo através da participação governamental no controle e/ou na propriedade da empresa, da participação de político ou ex-político como membro do governo na alta gestão administrativa ou da realização de doações a campanhas eleitorais (Camilo, 2011).

A literatura tem buscado explicar as razões pelas quais as firmas se conectam politicamente. A teoria da dependência de recursos tenta relacionar a empresa com o ambiente (Camilo et al., 2012). Conforme destaca Pfeffer (1972), as empresas podem mitigar as incertezas do ambiente através das definições estratégicas da firma, uma vez que a esta é percebida como um componente atuante, capaz de contestar a influência do ambiente, através do uso de estratégias voluntárias (Aldrich & Pfeffer, 1976; Pfeffer, 1972).

Dessa forma, entende-se que a empresa não apresenta capacidade de, sozinha, gerar os recursos que lhe são necessários para garantir sua permanência no mercado, os quais são obtidos por sua atuação com o ambiente (Aldrich & Pfeffer, 1976). A interação que a empresa desenvolve junto ao ambiente ajuda a combater os fatores competitivos, auxiliando a captação de recursos, que poderão ajudar a melhorar o desempenho da firma (Pearce II, 1983). Dentre as estratégias insere-se à realização de conexões políticas (Pfeffer & Salancik, 2003).

A conexão política desempenha um papel significativo nas maiores e mais importantes firmas mundiais, percebendo-as como um recurso valioso pelas empresas (Fisman, 2001).

Desse modo, as empresas atuam nas imperfeições do mercado, em que o governo, como agente regulamentador, poderia interferir no processo de concorrência de mercado, de modo a beneficiar determinada empresa (Macedo & Machado, 2015).

As conexões políticas entre empresas e grupos políticos pode ser justificada, em termos econômicos, uma vez que os vínculos são percebidos como investimentos (Snyder, 1990). A

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4 relação, todavia, é recíproca, pois de um lado as empresas almejam algum tipo de benefício político, enquanto que, de outro lado, os partidos/candidatos esperam que as empresas encarem as contribuições como um suporte relevante para vencer as eleições (Snyder, 1990).

Àqueles que consideram as conexões políticas um investimento, classificam-nas como de risco elevado, uma vez que o retorno na forma de favores específicos não está claramente especificado, adicionando um custo de oportunidade de perda total do investimento realizado (Iikuza, 2015). No Brasil, o sistema político é estruturado de forma que se tornem possíveis os compromissos estabelecidos entre as empresas e os beneficiados, que retribuem o investimento através de favores futuros (Samuels, 2015).

Nesse sentido, a literatura tem apontado que a conexão política pode apresentar diversas implicações positivas ou negativas sobre a firma (ver Tabela 1). Dentre as implicações tem-se a qualidade da informação contábil (Chaney et al., 2011), ao qual dar-se ênfase para o gerenciamento de resultados. Reitera-se que a qualidade da informação contábil pode ser avaliada por um ou por um conjunto de propriedades: persistência, conservadorismo, gerenciamento de resultados qualidade da estimação dos accruals, transparência, nível de disclosure (Paulo, 2002).

Duas perspectivas podem ser utilizadas para explicar a relação entre a conexão política e a qualidade da informação contábil. A primeira, refere-se à possibilidade de que as empresas conectadas politicamente poderiam estar sujeitas a controle e monitoramento extensivos, que poderia, de fato, estar associadas a uma melhor qualidade de rendimentos (Chaney et al., 2011). Por outro lado, os autores afirmam que a qualidade da informação contábil de empresas conectadas politicamente pode ser mais pobre do que empresas semelhantes não conectadas.

Normalmente, empresas politicamente conectadas obtêm ganhos com suas ligações políticas (Bliss & Gul, 2012; Claessens et al., 2008; Dinç, 2005), além dos pagamentos que realizam. Com isso, os gestores podem tentar esconder ou atrasar o relato de informações, com a intenção de enganar intencionalmente os investidores (Chaney et al., 2011; Leuz et al., 2003).

De modo a exemplificar, Leuz e Oberholzer-Gee (2006) reportaram que maior transparência, quando associada ao financiamento externo, torna mais difícil para as empresas conectadas politicamente extrair favores políticos, em especial àqueles de legalidade duvidosa. Nesse sentido, pode-se compreende que como consequência, as empresas conectadas politicamente provavelmente escolherão ser ou permanecer menos transparentes ao captar capital internamente (Leuz & Oberholzer-Gee, 2006). Estudos semelhantes mostram que empresas com conexão política apresentam restrições financeiras (Chan et al., 2012).

Evidências expõem também que a auditoria das empresas se apresenta mais custosa quando as empresas se apresentam conectadas politicamente (Bliss & Gul, 2012; Wahab et al., 2009; Yang, 2013). A literatura apresenta ainda que a presença de membro político no conselho de administração pode ter impacto negativo sobre a atividade bancária (Carretta, Farina, Gon & Parisi, 2012). Além disso, Faccio, Masulis e McConnell (2006) constataram que empresas com laços políticos têm implicações negativas no desempenho.

Tais evidências podem indicar que, devido a uma menor necessidade de responder às pressões de mercado para majorar a qualidade da informação, as empresas conectadas politicamente divulgam informações contabilísticas de qualidade inferior (Chaney et al., 2011).

Na medida em que os grupos políticos fornecem proteção às empresas conectadas, a informação contábil de baixa qualidade não é penalizada, se importando menos com a qualidade da informação a ser divulgada, bem como investindo menos tempo na retratação com precisão seus acréscimos (Claessens et al., 2008). A baixa qualidade da informação deve-se à falta de atenção por parte dos gestores da empresa.

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5 Considerando que as empresas intentam reduzir os riscos e as incertezas das dependências externas e aumentar os recursos que necessitam, uma das formas para obtê-las inclui a realização de vínculos políticos, já que o governo interfere nas políticas econômicas e públicas do país (Wu, 2011; Xu et al., 2014). Nesse sentido, os resultados apropriados discricionariamente pela gestão das empresas conectadas politicamente podem ser blindados pelo governo, cuja proteção pode ocorrer como uma forma de benefício (Bliss et al., 2012).

A conexão política pode afetar a empresa de diversas formas, como, por exemplo, o aumento da restrição financeira (Chan, Dang & Yan, 2012), elevação das taxas de auditoria (Bliss & Gul, 2012; Wahab, Zain, James & Haron, 2009; Yang, 2013) e baixa qualidade da informação contábil (Claessens et al., 2008; Chaney et al., 2011). Para esta última, justifica-se pelo fato de as empresas conectadas politicamente manter maior controle sobre o ambiente e, nesse sentido, os gestores dessas empresas poderiam divulgar informações com qualidade inferior (Chaney et al., 2011). Sendo assim, os gestores podem manipular a evidenciação de informações em detrimento dos investidores da empresa (Chaney et al., 2011, Leuz, Nanda &

Wysocki, 2003).

Empresas com laços políticos estariam blindadas pelo governo, sendo resguardas as ações decorrentes do comportamento oportunista do gestor. Quanto maior a proteção às empresas conectadas por grupos políticos, maior a probabilidade de a informação contábil ser afetada; as firmas estariam propensas a majorar os accruals (Claessens et al., 2008). Desse modo, é esperado que empresas conectadas politicamente levem vantagens em relação às demais, favorecendo ao gerenciamento de resultados contábeis. Nesta direção, configura-se a seguinte hipótese:

H1: Gestores de empresas com laços políticos estão mais propensos a apresentar comportamentos oportunistas e gerenciam mais fortemente os resultados contábeis.

2.2 Estudos anteriores sobre conexão política

Após extenso levantamento bibliográfico, verifica-se que a literatura tem evidenciado que a conexão política de empresas está relacionada com valor de mercado da firma (Li &

Xia, 2013), custo da dívida (Bliss & Gul, 2012), estrutura de propriedade (Chan et al., 2012), custo de capital (Boubakri, Cosset & Saffar, 2012); qualidade da informação contábil (Chaney et al., 2011), auditoria (Gul, 2006; Wahab et al., 2009; Yang, 2013), resgastes corporativos (Faccio; Masulis; McConnell, 2006), qualidade dos subsídios do governo (Wu & Cheng, 2011), governança corporativa (Fan, Wong & Zhang, 2007), normatização contábil (Correia, 2014), ativos intangíveis (Sena et al.), estratégias de financiamento (Chen, Shen & Lin, 2014;

Claessens et al., 2008; Leuz, Oberholzer-Gee, 2006), custos e atividades bancários (Carretta et al., 2012; Houston, Jiang, Lin & Ma, 2014), influência política (Dinç, 2005), empresas recém privatizadas (Boubakri, Cosset & Saffar, 2008), grupos empresariais (Costa et al., 2013), rotatividade do gestor (You & Du, 2012) e desempenho da firma (Li, Meng, Wang &

Zhou, 2008).

Nesse sentido, os estudos têm evidenciado diversos resultados dos potenciais impactos da realização de conexões políticas pelas empresas, considerando a diversidade de estudos sobre o tema. O resumo do que a literatura internacional tem investigado sobre conexão política está evidenciado no Tabela 1.

Tabela 1 – Estudos empíricos nacionais e internacionais sobre conexão política

Autores Objetivo Principais Resultados

Dinç (2005)

Investigar o efeito da conexão política de bancos sob propriedade do governo em

mercados emergentes.

O estudo aponta evidências de que os bancos estatais aumentam seus empréstimos em anos eleitorais em relação aos bancos privados. O aumento verificado é de

aproximadamente de 11% da carteira total do empréstimo de um banco de propriedade do governo.

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Gul (2006)

Análise do papel da economia política nos relatórios financeiros e de auditoria.

Os resultados mostram que há um aumento maior nas taxas de auditoria para empresas com conexões políticas

quando comparada com as demais como resultado da crise financeira asiática. No entanto, há um declínio nas

taxas de auditoria para empresas politicamente conectadas após os controles de capital serem

implementados.

Leuz, Oberholzer-Gee

(2006)

Examinar o papel da conexão política nas estratégias de financiamento das empresas a

longo prazo indonésias.

Empresas com forte conexão política tem menor probabilidade de ter títulos estrangeiros negociados

publicamente. Como resultados, as estimativas e consequências no desempenho do financiamento externo

são severamente tendenciosos com arranjos domésticos.

Faccio, Masulis e McConnell

(2006)

Analisaram a probabilidade de resgate governamental de

empresas conectadas politicamente em 35 países.

As empresas politicamente ligadas são significativas mais susceptíveis de ser resgatadas do que demais empresas. Além disso, entre as empresas resgatadas, aquelas que estão politicamente ligadas apresentam um desempenho financeiro significativamente pior do que os

seus pares.

Fan, Wong e Zhang (2007)

Analisar a relação entre CEO conectados politicamente,

governança corporativa e desempenho das empresas recém privatizadas chinesas.

As empresas com CEO conectados politicamente apresentam desempenho inferior em 18%, quando comparado com as demais empresas. Empresas com

CEO conectados politicamente tendem a nomear membros políticos para o conselho de administração.

Claessens, Feijen e Laeven

(2008)

Analisar a relação entre as conexões políticas e preferências no acesso às finanças, sob a perspectiva do

papel das contribuições de campanha.

Os resultados evidenciam que empresas brasileiras que fornecem contribuições de campanha tiveram retornos mais altos do que as empresas que não fizeram nas

eleições de 1998 e 2002.

Li et al. (2008)

Examinar o papel da afiliação com o partido comunista chinês no poder das operações

de empresas privadas.

Os resultados mostram que a participação do partido comunista em empreendedores privados tem um efeito

positivo no desempenho de suas empresas, quando o capital humano e outras variáveis relevantes são

controladas.

Boubakri, Cosset e Saffar

(2008)

Analisar a extensão de conexão política em empresas

recentemente privatizadas.

As empresas politicamente conectadas são geralmente incorporadas nas principais cidades, estão altamente

alavancadas e operam em setores regulados. A probabilidade de observar conexões políticas nessas empresas está positivamente relacionada à propriedade

residual do governo e negativamente relacionada à propriedade estrangeira.

Wahab et al.

(2009)

Analisar se os investidores institucionais e a conexão política estão associadas a taxas mais elevadas de

auditoria na Malásia.

Foi encontrada uma relação positiva entre a propriedade institucional e a taxa de auditoria e contataram que as

taxas de auditoria são mais elevadas em empresas conectadas politicamente.

Chaney, Faccio e Parsley (2011)

Analisaram a qualidade dos lucros reportados por

empresas conectadas politicamente.

Os resultados sugerem que, devido a uma menor necessidade de responder às pressões de mercado para

aumentar a qualidade da informação, as empresas conectadas politicamente divulgam informações

contabilísticas de qualidade inferior.

Wu, Cheng e Cheng (2011)

Examinar o impacto das conexões políticas gerenciais

no acesso a um recurso externo específico: subsídios

governamentais na China.

As conexões políticas gerenciais têm impacto positivo significativo na obtenção de subsídios governamentais,

apenas quando a reputação gerencial é elevada ou quando o desempenho anterior é superior.

Chan, Dang e Yan (2012)

Analisar a relação entre as conexões políticas, propriedade e restrições

As empresas politicamente conectadas não apresentam restrições de financiamento, enquanto as empresas sem conexão experimentam restrições significativas. As

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financeiras das empresas chinesas.

empresas familiares não controladas têm maiores constrangimentos do que as empresas estatais não

ligadas.

Boubakri Guedhami, Mishra & Saffar

(2012)

Analisar a relação entre a conexão política e o custo de

capital das empresas.

Verificou-se que as empresas politicamente conectadas têm um custo de capital mais baixo do que seus pares não conectados politicamente. Constata-se ainda que as conexões políticas são mais valiosas para empresas com

vínculos mais fortes com o poder político.

Bliss e Gul (2012)

Examinar se os investidores institucionais e a conexão política estão associada às taxas de auditoria mais

elevadas.

Foi encontrado uma relação positiva entre propriedade institucional e taxas de auditoria, embora o impacto

econômico seja mínimo. Além disso, os autores constatam que as taxas de auditoria são mais elevadas

para as empresas politicamente conectadas.

Carretta et al.

(2012)

Investigar se os políticos que atuam no conselho de administração para os bancos

influenciam o desempenho, empréstimos e comportamentos de risco.

Os resultados da pesquisa sugerem que os políticos que ocupam cargos executivos no conselho de administração

parecem exercer um impacto negativo sobre a atividade bancária.

You e Du (2012)

Investigar a relação entre a rotatividade forçada do CEO

na china e resume as consequências econômicas das

conexões políticas no âmbito da governança corporativa.

Os resultados mostram que os CEO politicamente conectados são menos prováveis de serem demitidos e

que a sensibilidade da movimentação forçada para o desempenho da empresa é mais fraca para os CEO

conectados do que para os demais.

Camilo, Marcon e Bandeira-de-

Melo (2012)

Examinar a relação entre a conexo política e o desempenho das empresas

brasileiras listadas na BM&FBovespa.

Os resultados da pesquisa apontam que a conectividade com o ambiente político aumenta o valor da firma. As ações políticas são percebidas pelo mercado e refletidas

nesses indicadores, que estão associados ao risco e à incerteza.

Li e Xia (2013)

Investigar a relação entre a conexão política e o valor da

empresa chinesa.

Os resultados mostram que o crescimento das empresas ligadas à política tem um impacto insignificante no valor

da empresa. Antes da crise financeira, as ligações políticas têm impactos insignificantes no valor da empresa, no entanto, após a crise, as ligações políticas têm impactos positivos significativos no valor da firma.

Costa, Bandeira-de- Melo e Marcon

(2013)

Analisar a influência da conexão política na diversificação dos grupos

brasileiros.

Os resultados mostram forte evidência para colocar a abordagem da economia política como uma explicação

alternativa plausível à diversificação dos grupos empresariais brasileiros.

Yang (2013)

Analisar se a conexão política adiciona valor para as empresas de auditoria.

Os resultados mostram que depois que seus parceiros são nomeados para o Comitê, as firmas de auditoria aumentam significativamente suas taxas de auditoria de IPO e a quota de mercado e reduzem significativamente

o risco de rejeição de IPO para seus clientes.

Correia (2014)

Investigar se empresas e executivos com conexões

políticas de longo prazo incorrem em custos mais

baixos com as ações de fiscalização da SEC.

As empresas conectadas politicamente, em média, são menos susceptíveis de estarem envolvidas nas ações de

aplicações da SEC e enfrentam penas mais baixas se forem processadas pela SEC.

Houston et al.

(2014)

Analisar se as conexões políticas das empresas listadas no EUA afetam os custos e os

termos dos contratos de empréstimos.

As conexões políticas aumentam o valor das empresas norte-americanas e reduzem os custos de monitoramento

e o risco de crédito enfrentados pelos bancos, o que, por sua vez, reduz o custo da dívida do mutuário.

Chen, Shen e Lin (2014)

Investigar se as conexões políticas melhoram o acesso

das empresas ao

Os resultados evidenciam que empresas politicamente ligadas obtêm tratamento preferencial para empréstimos

bancários, elas se beneficiam mais dos bancos públicos

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financiamento. do que dos bancos privados.

Sena et al.

(2016)

Investigar a influência da conexão política nos ativos

intangíveis.

Os principais resultados mostram uma forte influência positiva das doações às campanhas eleitorais nos ativos

intangíveis das empresas, apresentando relações estatísticas significantes e com grande poder explicativo.

Fonte: elaborado pelos autores.

A literatura tem demasiadamente analisado as principais implicações para as empresas que apresentam vínculos políticos, impactos que se estendem desde a relação com a política macroeconômica do país, como política de financiamento externo e seu custo de captação (Boubakri et al., 2012; Chen et al., 2014; Claessens et al., 2008; Correia, 2014; Leuz et al., 2006; Wu et al., 2011, dentre outros) até aspectos nos limítrofes da organização, como efeitos sobre o desempenho e o valor da firma (Camilo et al., 2012; Li & Xia, 2013), inclusive sob aspectos comportamentais do CEO’s (Houston et al., 2014; You & Du, 2012). Outros estudos têm centrado em aspectos estritamente contábeis (Bliss & Gul, 2012; Chaney et al., 2011;

Gul, 2006; Sena et al., 2016; Wahab et al., 2009; Yang, 2013), sua maioria no contexto da auditoria.

Pode-se se tornar relevante investigar como se comporta o gerenciamento de resultados contábeis a partir de grupos conectados politicamente, sendo esperado menor preocupação com a qualidade da informação contábil em empresas com conectividade política. Isso porque a literatura internacional tem iniciado a análise sobre o tema (Claessens et al., 2008; Chaney et al., 2011), todavia não recaindo em mercados emergentes, inclusive em empresas brasileiras.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A população do estudo inclui todas as empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa e para composição da amostra final, foram excluídas 112 empresas financeiras e fundos, 163 empresas sem informação e 65 empresas que apresentaram outliers, resultando em 253 empresas. Deste total, 54 empresas apresentam-se conectadas politicamente através da doação de campanha.

Ressalta-se que o período de análise dos dados foi determinado em função do objetivo de investigar o efeito da existência de conexão política no gerenciamento de resultados contábeis das empresas de capital aberto do Brasil. Considerando que doações de campanha foram realizadas em 2014, a análise de dados também compreendeu o gerenciamento de resultados ocorrido antes e após o pleito eleitoral, ou seja, em 2013 e 2015.

Os dados da pesquisa que se referem à conexão política – doação de campanha – são referentes ao ano de 2014, período em que as doações de campanha foram realizadas a grupos e candidatos políticos.

A literatura propugna que a conexão política é evidente quando ocorre através das doações efetuadas pelas empresas às campanhas eleitorais (Lanzzarini, 2011). Para verificar a existência de tais doações, buscou-se no website do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através de consulta pelo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa, os montantes doados à campanha eleitoral pelas companhias listadas na BM&FBovespa.

Para mensuração da variável de conexão política, atribuiu-se ‘1’ para a empresa que apresentou doação de campanha para, pelo menos, um candidato político nas eleições de 2014, e ‘0’ caso contrário.

Para estimação do gerenciamento de resultados contábeis, utilizou-se o modelo proposto por Dechow, Hutton, Kim & Sloan (2012). Tal metodologia fornece versão aprimorada do modelo Jones Modificado, um dos modelos frequentemente utilizados na literatura na intenção de mensurar o montante dos resultados apropriados discricionariamente pela gestão

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9 das empresas. O modelo está descrito na Equação 1. As informações para composição das variáveis foram coletadas no software Economática®.

Em que:

TAt representa aos accruals totais no período t, ponderado pelo ativo total em t-1;

ATt-1 representa ao ativo total em t-1;

ΔRt representa à variação das receitas líquidas entre t-1 e t, ponderado pelo ativo total em t-1;

ΔCRt representa à variação das contas a receber entre t-1 e t, ponderado pelo ativo total em t-1;

PPEt representa o saldo da conta ativo imobilizado;

TAt-1 representa os accruals totais no período t-1, ponderado pelo ativo total em t-2.

εt representa o termo de erro da regressão.

A estimação dos accruals (TAt) se deu pela abordagem do fluxo de caixa apresentada na Equação 2:

Em que:

TAt corresponde aos accruals totais no período t;

EBXIt corresponde aos resultados antes dos itens extraordinários e operações descontinuadas da empresa no período t;

CFOt corresponde ao fluxo de caixa operacional evidenciado diretamente na Demonstração do Fluxo de Caixa da empresa no período t;

ATt-1 corresponde aos ativos totais no período t-1.

Os accruals são classificados em discricionários e não discricionários. O primeiro é explicado pelas variáveis independentes do modelo; enquanto que o segundo, os accruals não discricionários, são obtidos pelos erros contidos na regressão. Desse modo, quanto mais próximo de zero for o erro, menor será o accrual discricionário, ou seja, o gerenciamento de resultado. De forma contrária, quanto mais o erro se afastar de zero, independente da direção, maior é o nível de gerenciamento de resultado.

De início, realizou-se a análise descritiva do gerenciamento de resultados contábeis e da conexão política, bem como se verificou a existência de diferença estatística do gerenciamento de resultados a partir das empresas conectadas politicamente e as demais no período de 2013 a 2015, utilizando teste de comparação de média.

De modo a verificar o efeito da existência de conexão política no gerenciamento de resultados contábeis, utilizou-se de regressão linear múltipla com erros robustos, recorrendo- se ao método dos mínimos quadrados ordinários. Nesse estudo, foram utilizados três modelos econométricos para investigar a relação entre o gerenciamento de resultados contábeis e a conexão política. Inicialmente, formulou-se a seguinte equação-base do estudo:

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10 Em que:

GRit corresponde ao gerenciamento de resultado da empresa i no tempo t;

CPit corresponde à conexão política da empresa i no tempo t;

CONit representam as variáveis de controle: desempenho, tamanho, alavancagem e governança corporativa da empresa i no tempo t;

β0 representa o termo constante;

βi representa os coeficientes angulares da empresa i;

εit corresponde ao erro do modelo da empresa i no tempo t.

Nos demais modelos, considerou-se a defasagem temporal do gerenciamento de resultados. De início, investiga se o gerenciamento de resultados contábeis em 2014 (t) é afetado pela existência de conexão política também em 2014 (t). Todavia, nos demais modelos analisam-se a relação entre os constructos, no entanto com a variável gerenciamento de resultados contábeis em 2013 (t-1) e 2015 (t+1). Verifica-se com isto o gerenciamento de resultados antes e após o período eleitoral.

As variáveis de controle do estudo – desempenho, tamanho, alavancagem e governança – foram utilizadas a partir do que a literatura tem considerado (Boubakri et al., 2012; Chaney et al., 2011; Gul, 2006). Dessa forma, o desempenho da empresa foi medido pelo retorno sobre ativos (ROA), o tamanho da empresa foi medido através do logaritmo do ativo total, alavancagem foi medido através da razão entre o total de dívidas e o ativo total e, por fim, a governança corporativa foi medida sob a forma de dummy, ao qual atribuiu-se ‘1’ para as empresas participantes de algum nível diferenciado de governança corporativa e ‘0’, caso contrário.

A variável ROA tem a finalidade de controlar o viés que pode haver entre o GR e o desempenho da empresa. Para Dechow, Sloan e Sweeney (1995), os testes de gerenciamento de resultados podem ser mal especificados se as acumulações discricionárias forem correlacionadas com o desempenho da empresa.

A variável Tamanho pode ter efeito positivo ou negativo sobre o GR. Para Hochberg (2012), as demonstrações financeiras de empresas maiores são mais complexas, podendo constituir um aspecto facilitador para o gerenciamento de resultados. Por outro lado, tais empresas estão sujeitas a serem acompanhadas por analistas de mercado, o que poderia reduzir as oportunidades de GR.

De forma similar à variável Tamanho não há uma expectativa clara para a variável Alavancagem. Porém, para Morsfield e Tan (2006), empresas mais alavancadas possuem incentivos para manipular positivamente os resultados, com o intuito de evitar a violação de cláusulas contratuais de dívidas; contudo, essas empresas também enfrentam maior monitoramento dos detentores desses títulos. Além disso, Iudícibus e Lopes (2004) apontaram evidências de que empresas com níveis altos de alavancagem também apresentavam maiores níveis de GR.

Por fim, a variável Governança foi incluída uma vez que baixos níveis de governança corporativa podem sinalizar assimetria de informações entre gestores e investidores e índices maiores de gerenciamento de resultados dado o comportamento oportunista dos gestores (Bowen, Rajgopal & Venkatachalam, 2008).

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Realizou-se análise descritiva das variáveis a fim de caracterizar a amostra e investigar o comportamento univariado das variáveis do estudo. A Tabela 2 apresenta os resultados descritivos no período de análise.

(11)

11 Tabela 2 – Análise descritiva das variáveis do estudo entre 2013 e 2015

Variáveis Média DP CV Mínimo Máximo

GR -0,064 0,207 -3,239 -0,839 2,519

CP 0,213 0,410 1,924 0,000 1,000

ROA 3,498 6,794 1,942 -28,700 36,800

TAM 6,231 0,837 0,134 0,602 8,561

ALA 1,319 4,612 3,497 -35,200 64,500

GOV 0,455 0,498 1,094 0,000 1,000

Fonte: Elaborada pelos autores.

De modo geral, o gerenciamento de resultados contábeis apresenta-se, em média, próximo de zero, indicando, portanto, menor o accrual discricionário das empresas brasileiras. O coeficiente de variação é relativamente alto, descrevendo a heterogeneidade da amostra em relação à média, indicando que as empresas da amostra gerenciam bastante seus resultados contábeis.

Ressalta-se que cerca de 20% das empresas apresentaram conexões políticas. Inseridas nesse grupo, o setor de Construção e Engenharia se destaca como o mais representativo, que da totalidade de 52 empresas, dez são do setor de construção civil, enquanto que o restante se encontra distribuído entre os demais setores da BM&FBovespa.

O ROA de aproximadamente 350% demonstra o retorno do capital próprio investido nos ativos da empresa; o elevado desvio-padrão desta variável demonstra valores extremos em relação ao conjunto. O tamanho do ativo, por sua vez, apresenta baixa dispersão observada através do desvio-padrão e do coeficiente de variação. Em geral, apesar de heterogêneas, os valores dos ativos das empresas amostradas não são dispersos da média.

Os níveis de alavancagem, por outro lado, apresentam-se dispersos, evidenciando forte acesso às fontes de financiamento de uma parte, e escassez de outra. Quanto à participação nos níveis de governança, cerca de 50%, estão listadas nos segmentos de listagem da BM&FBovespa.

Para verificar a existência de diferença entre o gerenciamento de resultados contábeis entre as empresas com e sem conexão política, utilizou-se do teste de diferença entre médias, cujos resultados são demonstrados na Tabela 3.

Tabela 3 – Comparação do nível de gerenciamento de resultados contábeis a partir da existência de conexão política entre 2013 e 2015

Período Grupo de Empresas N Média Valor-p

2013 Conectada 54 -0,063 0,637

Não conectada 199 -0,030

2014 Conectada 54 -0,079 0,462

Não conectada 199 -0,070

2015 Conectada 54 -0,097 0,172

Não conectada 199 -0,078

*, ** e *** representam níveis de significância de 10%, 5% e 1%, respectivamente.

Fonte: Elaborada pelos autores.

De acordo com a Tabela 3, se aceita a hipótese nula de que não há diferença estatística entre as médias de gerenciamento de resultados contábeis entre os dois grupos. Nesta análise, já se descarta a hipótese de que empresas com vínculos políticos estão sujeitas a maiores níveis de gerenciamento de resultados. Os valores médios do gerenciamento de resultado, decorrentes do erro de regressão (resíduos), apesar de não significantes, são todos negativos.

Muito embora os resultados não tenham se mostrado significativos, as empresas conectadas politicamente apresentam maiores níveis de gerenciamento de resultados,

(12)

12 apresentando, pelo menos, indícios que essa diferença, em amostras maiores ou em outros grupos empresariais, possa se tornar significativa.

A literatura tem indicado que as empresas conectadas têm obtido certos privilégios, embora possam apresentar menores níveis de qualidade dos resultados reportados (Chaney et al., 2011; Claessens et al., 2008).

Para concluir a análise descritiva que ajuda a prescrever os resultados da análise de regressão, apresenta-se a análise de correlação na Tabela 4.

Tabela 4 – Análise de correlação entre as variáveis do estudo entre 2013 e 2015

Variáveis GR CP ROA TAM ALA GOV

GR 1,000

CP -0,086 1,000

(0,172)

ROA 0,005 0,007 1,000

(0,937) (0,838)

TAM -0,134 ** 0,095 *** -0,030 1,000

(0,033) (0,009) (0,406)

ALA 0,036 0,020 0,081 ** 0,041 1,000

(0,569) (0,586) (0,026) (0,264)

GOV -0,104 * 0,222 *** 0,043 0,489 *** 0,036 1,000

(0,099) (0,000) (0,242) (0,000) (0,326)

*, ** e *** representam níveis de significância de 10%, 5% e 1%, respectivamente.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação às variáveis chaves desta pesquisa – gerenciamento de resultados e conexão política – apresentam-se correlacionadas com ambas as variáveis tamanho e governança corporativa. Quando associada ao gerenciamento de resultados, o Tamanho e a Governança corporativa têm sinais negativos, indicando que quanto menor o tamanho e quando não listadas nos segmentos de governança da BM&FBovespa, maior o gerenciamento de resultados.

Para Hochberg (2012), as demonstrações financeiras de empresas maiores são mais complexas, podendo constituir um aspecto facilitador para o gerenciamento de resultados.

Porém, tais empresas estão sujeitas ao monitoramento e normas do mercado de capitais, o que poderia reduzir as oportunidades de gerenciamento. Bowen, Rajgopal e Venkatachalam (2008) defendem que a governança corporativa a relação do sinal só pode ser negativa em relação ao gerenciamento de resultados, dada o comportamento oportunista dos gestores em detrimento de investidores.

Com relação à conexão política, as variáveis Tamanho e Governança se apresentam positiva e significantemente relacionadas. Esta associação confirma a alegação de Camilo, Marcon & Bandeira-de-Melo (2012) de que ocorre associação positiva entre o tamanho das firmas – que teriam acesso facilitado a políticos – e a conexão política; muitas delas, inclusive, possuem em seu board grupo de político e ex-políticos. Existe também associação positiva da conexão política em relação aos níveis de governança. Pinheiro, De Luca e Vasconcelos (2016) verificaram que empresas com baixa conexão política estão associadas ao segmento novo mercado da BM&FBovespa. Além disso, encontraram uma associação entre alta conexão política e o novo mercado, contrariando o argumento de Zheng, Singh e Chung (2015), de que quanto mais desenvolvida for a empresa no mercado de capitais, menor será a dependência de relações políticas.

(13)

13 Investiga-se através da regressão linear múltipla, o efeito da conexão política no gerenciamento de resultados contábeis antes, durante e após a doação de campanha efetuada à grupos políticos. Os resultados estão evidenciados na Tabela 5.

Tabela 5 – Efeito da conexão política no gerenciamento de resultados contábeis entre 2013 (t- 1) e 2015 (t+1)

Variáveis GR(t-1) GR (t) GR(t+1)

CP -0,020

(-0,70)

-0,004 (-0,41)

-0,016 (-1,38)

TAM -0,233

(-1,27)

-0,001 (-1,93)

-0,012 (-1,69)*

ROA -0,002

(-0,86)

-0,000 (-0,36)

0,000 (0,98)

ALAV 0,001

(0,34)

0,000 (0,26)

-0,001 (-0,85)

GOV 0,156

(1,23)

-0,011 -0,98

-0,007 (-0,85)

Constante 1,357

(1,21)

-0,006 (-0,21)

-0,002 (-0,06)

Observações 253 253 253

Teste F 0,8403 0,0339** 0,0488**

18,42% 3,00% 3,00%

* e ** representam níveis de significância de 10% e 5%, respectivamente. Teste t informado entre parênteses.

Fonte: Elaborada pelos autores.

Observa-se na Tabela 6 que em nenhum dos modelos a conexão política foi capaz de explicar o gerenciamento de resultados ocorrido antes, durante ou após as doações de campanha, assim como as variáveis de controle, com exceção do tamanho da empresa (TAM), que apresentou relação negativa e significante a 10%, sugerindo que quanto maior o tamanho médio das empresas, menores os níveis de gerenciamento de resultados contábeis no ano de 2015. Nesta direção, Lin e Rong (2012) afirmam que o tamanho da companhia é amplamente adotado para substituir o custo político, portanto, quanto maior a empresa, menor o grau de gerenciamento de resultados.

Nesse sentido, reitera-se que os resultados da pesquisa não evidenciam relação entre os constructos, contrários ao que a literatura tem defendido, que empresas com vínculos políticos tenderiam a manipular mais fortemente os resultados contábeis (Claessens et al., 2008;

Chaney et al., 2011).

O R², em geral, evidenciou o baixo poder explicativo dos modelos, muito provavelmente, em decorrência de variáveis omitidas que explicassem o gerenciamento de resultados. Sobretudo, tal indicação pode ser relaxada, uma vez que não pretende analisar outras variáveis e não tem a intenção de fazer previsões (Wooldridge, 2008).

De modo contrário, Braam, Nandy, Weitzel e Lodh (2015) afirmaram que firmas conectadas politicamente são mais propensas a substituir a gestão de resultados reais pelo gerenciamento de informações manipuladas, quando comparada com as empresas não conectadas em razão do maior sigilo e potencial para mascarar favores políticos. Nesse sentido, quando há forte monitoramento público no país e, portanto, maior risco de detecção de ações oportunistas, tais empresas recorrem a estratégias de gestão de ganhos reais menos detectáveis (Braam et al., 2015). Tal justificativa pode ter afetado a validade do modelo, no sentido que empresas conectadas politicamente não seriam motivadas a gerenciar resultados já que o custo político assumido seria suficiente.

Em geral, os estudos no Brasil verificaram a significância sobre variáveis de gerenciamento de resultados contábeis em período amostral limitados ao ano de 2012,

(14)

14 podendo o momento político no período compreendido entre 2013-2015 ter inibido a significância sobre a variável de gerenciamento de resultados.

Por exemplo, Curpertino, Martinez e Costa Jr. (2016) analisaram dados de 1989 a 2012, sendo a principal contribuição demonstrada através da relação negativa entre o gerenciamento de resultados com uso de atividades operacionais reais e a rentabilidade futura; Bressan, Bressan e Silva (2016) identificaram gerenciamento de resultados em cooperativas brasileiras no período de 2001 a 2011; Macedo e Kelly (2016) constataram ocorrência de gerenciamento de resultados através da provisão para crédito de liquidação duvidosa como accrual específico no período de 2006 a 2012 em instituições financeiras; Holanda e Coelho (2016) afirmaram que as empresas no período de 1998 a 2010 estão propensas a gerenciarem seus resultados frente às características de estrutura de propriedade.

5 CONCLUSÕES

Diante das premissas e pressupostos apontados pela literatura sobre a relação entre o gerenciamento de resultados e a conexão política, bem como suas motivações e consequências, o objetivo do estudo compreendeu a avaliação do efeito da conexão política no gerenciamento de resultados contábeis das empresas brasileiras de capital aberto do Brasil.

O estudo utilizou como proxy de gerenciamento de resultados as acumulações discricionárias correntes, provenientes dos modelos Jones Modificado. A conexão política foi verificada através da doação de recursos às campanhas eleitorais referentes ao ano de 2014. A análise dos dados compreende o período entre 2013 e 2014, cujo objetivo foi de identificar o comportamento do gerenciamento de resultados antes, durante e após a empresa se conectar politicamente.

Desde a análise univariada foi possível observar que não havia associação entre as variáveis, à exceção das variáveis de controle Tamanho e Governança, as quais não foram confirmadas na análise de regressão.

Através da regressão múltipla permitiu-se rejeitar a hipótese de que uma das vantagens de manter laços políticos estaria no gerenciamento de resultados contábeis. O R², no entanto, apresentou baixo poder explicativo dos modelos, muito provavelmente, em decorrência de variáveis omitidas que explicassem o gerenciamento de resultados, todavia tal indicação pode ser amenizada, uma vez que não pretende analisar outras variáveis e não tem a intenção de fazer previsões (Wooldridge, 2008).

Outra explicação que pode justificar a rejeição da hipótese está no trabalho de Braam et al. (2015). Os autores propugnam que firmas conectadas politicamente são mais propensas a substituir a gestão de resultados reais pelo gerenciamento de informações manipuladas do que as empresas não conectadas em razão do maior sigilo e potencial para mascarar favores políticos. Em nível macro, os autores apontam também que quando existe forte monitoramento público e, como consequência, maior risco de detecção de ações oportunistas, as estratégias de gestão de ganhos reais podem ser menos detectáveis.

Embora a literatura apresente diversos benefícios decorrentes da realização de conexões políticas (Boubakri et al., 2012; Chen et al., 2014; Claessens et al., 2008; Correia, 2014; Leuz et al., 2006; Wu et al., 2011), contrapontos podem ocorrer, como a possibilidade de perda de qualidade e elevação das taxas de auditoria (Bliss & Gul, 2012; Chaney et al., 2011;

Claessens et al., 2008), não verificado na presente pesquisa.

Deve-se ressaltar que a inevidência do efeito da existência de conexão política no gerenciamento pode estar relacionada ao fato de que no Brasil, as ações de monitoramento sobre as ações das organizações podem se apresentar baixa, facilitando que contratos informais possam ser realizados com consentimento apenas das partes envolvidas, com benefícios futuros (Samuels, 2015). Como consequência para a contabilidade, a perda da qualidade da informação contábil (Chaney et al., 2011). Caso contrário, quando há forte

(15)

15 monitoramento público a detecção de ações oportunistas é alta, fazendo com que as empresas recorram a estratégias de gestão de ganhos reais com menores níveis de detecção (Braam et al., 2015).

Outro destaque que se faz, refere-se a medida para conexão política. Camilo et al.

(2012) afirmam que a doação de campanha eleitoral representa uma das formas mais evidentes de conexão política, que representa uma relação clientelista de troca de benefícios diretos e indiretos entre o governo e as empresas (Lazzarinni, 2011). Todavia, convém ressaltar que outras formas de conexão política, menos explícitas, possam ocorrer, a saber: a participação governamental no controle e/ou na propriedade da firma e a participação de político ou ex-político como membro do governo na gestão administrativa da empresa (Camilo, 2011), não verificadas no estudo.

Os resultados do estudo podem contribuir para a literatura a análise entre a conexão política e o gerenciamento de resultados contábeis no Brasil, mercado em desenvolvimento e com baixo monitoramento das ações dos gestores, em período sensível da política pública (Brasil, 2014). Em termos práticos, a não identificação de relação entre o gerenciamento de resultados e a conexão política pode fortalecer a ideia de que os laços políticos podem ocorrer implicitamente no Brasil, diferentemente dos resultados que a literatura tem reportado em países desenvolvidos (Chaney et al., 2011; Claessens et al., 2008).

Ademais, verifica-se que, no Brasil, trabalhos que encontraram resultados significantes para a ocorrência de gerenciamento de resultados, ainda são necessários. O estudo se limitou à análise entre os constructos entre 2013 e 2015, considerando a conexão política explícita através da doação de campanha eleitoral. Considerando as limitações do estudo, sugere-se que uma análise considerando formas implícitas de conexão política – propriedade governamental e participação de (ex)político – e o gerenciamento de resultados, podendo expandir a análise para as demais medidas de qualidade da informação contábil. Uma análise interessante a ser realizada seria comparar a qualidade do lucro reportado das empresas conectadas politicamente as demais nos períodos eleitorais anteriores.

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