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A relação Sociedade-Natureza e a questão agrária no Pontal do Paranapanema, Oeste Paulista, Brasil.

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A relação Sociedade-Natureza e a questão agrária no Pontal do Paranapanema, Oeste Paulista, Brasil.

Bruna Dienifer Souza Sampaio Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT/UNESP Bruna_jenny@hotmail.com

Edson Sabatini Ribeiro Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT/UNESP Edson.sabatini@gmail.com

INTRODUÇÃO

O processo de ocupação do território brasileiro, especialmente no Pontal do Paranapanema - SP foi marcado por profundas disputas de terras, desigualdades sociais e constante desmatamento que serviu como alicerce para a plantação de monoculturas, como o café e, mais recentemente, a cana-de-açúcar. Esse processo histórico e as contradições do atual modelo de desenvolvimento das elites (sistema de produção capitalista com altas taxas de desmatamento, utilização de insumos e agrotóxicos, grande produção de resíduos sólidos etc.) serve como suporte para a atual crise agrária e ambiental brasileira.

Em relação à problemática ambiental no Brasil, Chies e Colavite (2012) afirmam que “deve ser vista como um tema transversal e ao ser abordado no ensino de Geografia, quando associado à questão agrária se evidencia a concentração de terra, o predomínio da monocultura, e o não cumprimento à legislação ambiental vigente”. Para entender as relações sociedade-natureza em países em desenvolvimento, Passos (1996) salienta que deve considerar outras questões como a crise econômica (desemprego; inflação), a crise social (desigualdades; pobreza) e a crise moral (corrupção).

Assim, o presente trabalho busca apresentar uma perspectiva de integração sobre

a questão agrária e a questão ambiental, tendo como recorte territorial o Pontal do

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Paranapanema, localizado no extremo oeste paulista. A partir de um resgate histórico da situação agrária do Pontal do Paranapanema, juntamente com o debate ambiental, busca- se demonstrar a importância dessa relação sociedade-natureza, principalmente nos assentamentos rurais que utilizam os Sistemas Agroflorestais.

A metodologia consistiu em revisões bibliográficas sobre o tema em questão, pesquisas sobre autores que fazem a relação entre a questão agrária e ambiental, e por fim, a realização da interface da Política Ambiental com a Política de Reforma Agrária no Brasil. Espera-se que esse artigo enriqueça os debates no XIX Encontro Nacional de Geógrafos – ENG, de modo, que possam criar soluções para esses conflitos socioespaciais que é a luta pela terra e sanar a crise estrutural, principalmente em relação à questão ambiental.

A POLÍTICA AMBIENTAL E A POLÍTICA DE REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL A Política Ambiental compreende um conjunto de normas, leis e ações públicas que visam a preservação ambiental em um determinado território (PENA, 2018). Segundo Ferreira e Sales (2016) “a política ambiental praticada em um país indica o modo como os recursos naturais são utilizados e adequados para o desenvolvimento de atividades econômicas que geram impactos potencialmente degradantes”.

Conforme Moura (2016) a política ambiental brasileira teve início em 1930 com os debates sobre a gestão dos recursos naturais, especialmente com a normatização pioneira do Código das Águas (1934), o Código Florestal brasileiro (1934; 1965) e a criação de áreas ambientalmente protegidas – os Parques Nacionais (em 1937). Além disso, foi criada a primeira instituição a se tratar do assunto em nível nacional – a Secretaria Especial de Meio ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior.

Para Moura (2016) entre 1930 a 1960 não havia uma política ambiental de fato

no Brasil, mas sim, políticas setoriais que consideravam a questão ambiental, com foco

na exploração dos recursos naturais. Já em 1980, tem-se o estabelecimento da Política

Nacional do Meio Ambiente (Lei nº6.938/81) que criou o Sistema Nacional do Meio

ambiente (SISNAMA) e estabeleceu os princípios, as diretrizes, os instrumentos e

atribuições para os diversos entes da Federação que atuam na política ambiental nacional.

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Conforme Ferreira e Sales (2016) na Política Nacional do Meio ambiente, “o licenciamento ambiental se consolidou como instrumento de gestão encarregado de regular a relação entre produção e meio ambiente, assegurando a prevenção e o controle dos impactos ambientais resultantes do processo produtivo”.

Segundo Moura (2016) a política ambiental ainda era concentrada na esfera central do governo, somente a partir da Constituição Federal de 1988 ocorreu maior descentralização da política ambiental e estruturação de instituições estaduais e municipais de meio ambiente.

Ferreira e Sales (2016) apresenta uma análise histórico-institucionalista sobre o processo de evolução das políticas ambientais no Brasil contemporâneo, de maneira a identificar o papel atribuído ao meio ambiente em relação às estratégias de desenvolvimento econômico adotadas pelo Estado. Os autores identificam quatro abordagens estratégicas básicas da política ambiental brasileira, são elas: 1) a administração dos recursos naturais, iniciada em 1930, que refletia uma visão de sistema econômico pouco integrado com as questões ambientais; 2) o controle de poluição industrial, com o surgimento do primeiro órgão ambiental brasileiro voltado exclusivamente à questão ambiental – a Secretaria Especial de Meio Ambiente, criada em 1973; 3) o planejamento territorial para conduzir uma política ambiental mais integrada com o processo de planejamento de longo prazo; e 4) a Política Nacional do Meio Ambiente que expressa uma gestão integrada dos recursos naturais.

A governança compreende a multiplicidade de atores sociais. Apesar dos evidentes avanços na estruturação institucional e no estabelecimentos de importantes marcos legais, Moura (2016) aponta os desafios a serem superados no que se refere ao aperfeiçoamento das funções da governança ambiental e da aplicação de seus princípios, dentre eles: investimento em planejamento, avaliação e mecanismos de prestação de contas e transparências; estrutura de governança fragmentada em que é necessária a articulação e comunicação entre as demais instituições cujas políticas afetam o meio ambiente; dentre outras.

Moura (2010) trabalha com uma perspectiva diferenciada sobre a legislação

ambiental aplicada aos assentamentos de reforma agrária, com foco no licenciamento

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ambiental, evidenciando a importância de associar a justiça social com a conservação ambiental. Conforme o autor, existe uma contradição da Política Ambiental com o modelo de desenvolvimento das elites, pois, esse modelo está pautado em altas taxas de desmatamento dos biomas (especialmente no Cerrado e Caatinga), consumo de agrotóxicos de maneira exorbitante, produção em grande quantidade de esgotos domésticos e industriais sem tratamento e etc. Assim, a execução da política ambiental possui graves incongruências, como o licenciamento dos assentamentos rurais – Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – criou a Resolução nº 289 do ano de 2001 a qual definia parâmetros específicos.

Conforme a Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964 - Estatuto da Terra, que regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola. Considera a Reforma Agrária como um “conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade”. Além disso, considera a Política Agrícola como:

O conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do país (BRASIL, 1964).

À desapropriação por interesse social tem por fim: [...] f) efetuar obras de renovação, melhoria e valorização dos recursos naturais; h) facultar a criação de áreas de proteção à fauna, à flora ou a outros recursos naturais, a fim de preservá-los de atividades predatórias. (BRASIL, 1964, Art. 18.) O assentamento é uma criação do Estado, que se dá através da política de reforma agrária baseada na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Terra de 1964.

De acordo com Fernandes (2008) a reforma agrária é uma política territorial que

serve para minimizar a questão agrária. No Brasil, um dos fortes obstáculos das políticas

de reforma agrária é o agronegócio, em que aos sistemas das corporações multinacionais

desafiam os movimentos camponeses, impedindo assim, a reforma agrária.

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A estrutura da Política Agrária possui três pilares: (1) Controle democrático (Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Plano Nacional de Reforma Agrária, Cédula da Terra, Banco da Terra, Crédito Fundiário de Combate à Pobreza, Programa Agrário Brasileiro, PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar); (2) Atores ou Instituições Envolvidas (famílias assentadas, MST – Movimento sem-terra - organização política, INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (principal segmento do Estado); (3) Legislação Fundiária Brasileira (Lei de Terras/1850: Lei nº 601/1850; CF/1934: Código rural; CF/1946: Desapropriação por interesse social; Estatuto do trabalhador rural/1963: Lei nº 4212/63; Estatuto da Terra/1964: Lei nº 4504/64; MST /1980– Movimento dos trabalhadores rurais sem-terra;

CF /1988: Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária Arts. 184 – 191).

A reforma agrária proporciona a desconcentração e democratização da estrutura fundiária; produção de alimentos básicos; geração de ocupação e renda; combate à fome e à miséria; interiorização dos serviços públicos básicos; redução da migração campo- cidade; promoção da cidadania e da justiça social; diversificação do comércio e dos serviços no meio rural; democratização das estruturas de poder.

A Lei Federal nº8.171/1991, sobre a Política Agrícola estabelece a obrigatoriedade de recomposição da reserva florestal legal das propriedades e assentamentos rurais. Tem como um dos objetivos (art.3) “IV - proteger o meio ambiente, garantir o seu uso racional e estimular a recuperação dos recursos naturais”. Com isso entramos na discussão sobre os Sistemas Agroflorestais em assentamentos rurais.

SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM ASSENTAMENTOS DO PONTAL DO PARANAPANEMA

Os sistemas agroflorestais (SAFs) são combinações do elemento arbóreo com herbáceas e/ou animais, organizados no espaço e/ou no tempo, os sistemas de produção agrícola são sistemas vivos (STEENBOCK; VEZZANI, 2013). Conforme a Instrução Normativa MMA nº5 de 8 de setembro de 2009:

V - Sistemas agroflorestais - SAF: Sistemas de uso e ocupação do solo em que

plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas,

arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de

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manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações entre estes componentes.

Steenbock e Vezzani (2013, p.10) enfatiza sobre a prática agroflorestal, envolve

“captar entender como os processos vitais, os ciclos biogeoquímicos e as relações ecológicas estão acontecendo, identificando como potencializá-los para o aumento de fertilidade, produtividade e biodiversidade naquele espaço”.

Ainda segundo os autores, o sistema agroflorestal é um sistema vivo, com a sua configuração em forma de redes, onde ocorrem os fluxos de energia e matéria.

O sistema agroflorestal é, portanto, um sistema vivo e, como tal, a sua configuração é na forma de redes dentro de redes; onde ocorrem os fluxos de energia e matéria, movidos pela energia solar; onde os elementos que compõem o sistema estão numa cooperação generalizada, interligados por alianças e parcerias; onde a diversidade imprime maior capacidade de funcionamento e orienta para a manutenção de um estado estável, mantendo (e até melhorando) a função do ecossistema.( (STEENBOCK; VEZZANI, 2013, p.25).

No Estado de São Paulo existem sistemas agroflorestais pioneiros, são eles:

Cooperafloresta (1996); Fazenda São Luiz – Mutirão Agroflorestal (1997). No Pontal do Paranapanema tem-se os projetos: Projeto Café com Floresta (2001) do IPE- Instituto de Pesquisas Ecológicas

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; ESALQ (1999-2011) com enfoque nos corredores de restauração da paisagem fragmentada, SAFs para uma agricultura familiar sustentável (Biodiversidade, Agroecologia e uso Múltiplo), Bioenergia com Biodiversidade e Segurança Alimentar.

O Projeto do Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPE organizou sistemas agroflorestais nos municípios: Teodoro Sampaio, Mirante do Paranapanema (este também possui o projeto organizado pela Estrela Dalva) e Euclides da Cunha. O Projeto Engenho II organizou os SAFs no município de Presidente Epitácio. Estes compõem a região do Pontal do Paranapanema.

A ocupação do Pontal do Paranapanema se deu pelos grandes proprietários rurais através da grilagem e muita violência. Predominava, o pensamento de que a terra era gratuita e um bem a ser usufruído (FERRARI LEITE, 1988). Segundo Leonidio (2009), a situação do Pontal do Paranapanema está na origem de ocupação, “onde as reservas

1 http://www.ipe.org.br/projetos/pontal-do-paranapanema/1447-sistemas-agroflorestais-safs

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florestais restringem-se a cerca 5,3% do original, as terras griladas e devolutas compõem cerca de 40% de seu território e os números da violência contra pequenos posseiros e sitiantes não param de crescer”. (LEONIDIO, 2009, p.45).

Assim, a história de ocupação do pontal se deu de maneira conflitante e diferenciada, propiciando a atuação de um dos maiores movimento sociais do país - o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, que faz atualmente do Pontal um dos locais mais conhecidos em todo o país devido os conflitos pela posse de terra e a intensa degradação ambiental. (RODRIGUES, 2005).

Segundo Beltrame et al. (2006) a Reserva do Pontal foi intensamente destruída

através do processo de ocupação do solo, sem quaisquer preocupações ambientais,

restando apenas paisagens florestais fragmentadas. Tem-se destaque a área florestai

protegida por lei: o Parque Estadual do Morro do Diabo (36.000 ha) na Figura 1 e a

recente Estação Ecológica do Mico Leão Preto.

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Figura 1. Parque Estadual do Morro do Diabo.

Fonte: Bruna D.S. Sampaio e Edson S. Ribeiro, nov./2013; Google Earth, 2018.

Conforme dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, no Relatório de Assentamentos Geral da Superintendência Regional de São Paulo foram assentadas 5.834 famílias nos municípios que compõe o Pontal do Paranapanema, até dezembro de 2017.

Tabela 1. Total de Famílias assentadas até Dezembro de 2017.

Municípios Total de famílias assentadas *Dez/2017 ÁREA PA

Caiuá 421 10258,826

Euclides da Cunha Paulista 491 6446,476

João Ramalho 29 7995,1555

Marabá Paulista 255 8763,8555

Martinópolis 121 9265,0955

Mirante do Paranapanema 1534 8409,3918

Piquerobi 83 8676,5918

Presidente Bernardes 250 8804,7818

Presidente Epitácio 335 8909,9178

Presidente Venceslau 369 8199,3049

Rancharia 174 6960,3144

Rosana 739 6392,6647

Sandovalina 190 7349,4647

Teodoro Sampaio 843 7165,5647

Fonte: Dados do Incra São Paulo, 2017. Disponível em: http://www.incra.gov.br/sp

De acordo com a Tabela 1, tem-se destaque para o maior número de assentados os municípios de: Mirante do Paranapanema, Teodoro Sampaio, Rosana, Euclides da Cunha e Caiuá.

A Lei Federal nº8.171/1991, dispõe no capitulo VI sobre a proteção ao meio

ambiente e a conservação dos recursos naturais. O Poder Público (art.19) deverá: II -

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disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; III - realizar zoneamentos agroecológicos que permitam estabelecer critérios para o disciplinamento e o ordenamento da ocupação espacial pelas diversas atividades produtivas, bem como para a instalação de novas hidrelétricas; IV - promover e/ou estimular a recuperação das áreas em processo de desertificação, dentre outros. Além disso, concederá incentivos especiais proprietário rural que (art.103): I - preservar e conservar a cobertura florestal nativa existente na propriedade; II - recuperar com espécies nativas ou ecologicamente adaptadas as áreas já devastadas de sua propriedade. Um dos incentivos é IV - o fornecimento de mudas de espécies nativas e/ou ecologicamente adaptadas produzidas com a finalidade de recompor a cobertura florestal.

Através, da discussão sobre a Política agrícola e Política Ambiental observa-se a importância fundamental da atividade agrária conservativa, com o uso de Sistemas Agroflorestais que permitem assegurar a conservação dos recursos naturais e a proteção da atividade agrária com redução ou eliminação do uso de agrotóxicos.

O movimento de luta pela terra juntamente com os movimentos ambientalistas é uma nova visão a ser debatida articulando o meio ambiente com a reforma agrária, ambas com a visão sócio-política para um futuro melhor, de igualdade e qualidade de vida a todos seres humanos. Com vistas à construção de uma sociedade sustentável, com a democratização do acesso aos recursos naturais e ao desenvolvimento e fortalecimento de formas conservacionistas de uso e apropriação destes recursos.

São vários exemplos, de práticas de Sistemas Agroflorestais

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que contribuem para a conservação dos recursos naturais, estes podem ser verificados em assentamentos rurais do Pontal do Paranapanema através do Projeto IPE, pois essa região tem o grande desafio de recuperar a cobertura vegetal de áreas protegidas, devido ao processo histórico de destruição da floresta, afim de minimizar os impactos e ampliar a conectividade da paisagem rural fragmentada, através da recomposição das áreas de Reservas Legas e de Preservação Permanente. (CANUTO, 2017, p.75).

CONSIDERAÇÕES

2 Nelson Correa: http://www.agrofloresta.net/tag/nelson-correia/

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O processo de produção orgânica e agroflorestal torna-se fundamental nos assentamentos de reforma rural, principalmente com o Incentivo do Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPE que incentiva os pequenos produtores rurais a aderirem a essa prática, de maneira a incentivar pontos de florestas, no caso, Mata Atlântica juntamente com o plantio da lavoura, minimizando assim, o uso de agrotóxicos.

Portanto, os sistemas agroflorestais para a recomposição das reservas florestais rompe com os métodos tradicionais de agricultura, de maneira a unir o desenvolvimento socioeconômico ao processo de restauração ambiental. Sendo considerada um processo que tem como protagonismo o agricultor e gestores públicos, ou seja, a governança com diversos atores sociais para as soluções dos conflitos socioespaciais que é a luta pela terra e sanar a crise estrutural, principalmente em relação à questão ambiental, considerando a tríade da questão social, econômica e ambiental.

Assim, não importa apenas produzir, mas sim, conservar as fontes produtivas naturais e o uso e manejo dos recursos naturais. Quebrando esse paradigma de domínio e exploração humana sobre a natureza e trazendo novas perspectivas para superar a atual crise ambiental, com a concepção preservacionista e alternativas para uma nova relação Homem/Sociedade-Natureza.

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