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A importância do Design e da Qualidade em empresas de mobiliário de Paços de Ferreira

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Academic year: 2021

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Qualidade em empresas de mobiliário de Paços de Ferreira

Diana Filipa Ribeiro Freitas

Orientadores

Professor Doutor Gilberto Santos Mestre Demétrio Matos

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas Integrados de Gestão: Qualidade,

Ambiente e Segurança no Trabalho.

Maio, 2015

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Qualidade em empresas de mobiliário de Paços de Ferreira

Diana Filipa Ribeiro Freitas

Orientadores

Professor Doutor Gilberto Santos Mestre Demétrio Matos

Maio, 2015

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Nome: Diana Filipa Ribeiro Freitas Endereço eletrónico: dfr_freitas@sapo.pt Tel./Telem.: 914 482 500 / 255 138 801 Número do Bilhete de Identidade: 13762304 Título da dissertação □ /Trabalho □

A importância do Design e da Qualidade em empresas de mobiliário de Paços de Ferreira

Orientador(es):

Professor Doutor Gilberto Santos Mestre Demétrio Matos

Ano de conclusão: 2015

Designação do Curso de Mestrado:

Sistemas Integrados de Gestão: Qualidade, Ambiente e Segurança no Trabalho

Nos exemplares das Dissertações de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação de Provas Públicas, e dos quais é obrigatoriamente enviado exemplares para depósito legal, deve constar uma das seguintes declarações:

1. É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

2. É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA

DISSERTAÇÃO/TRABALHO (indicar, caso tal seja necessário, nº máximo de páginas, ilustrações, gráficos, etc.), APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

3. DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, ___/___/______

Assinatura: ________________________________________________

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RESUMO

No âmbito da dissertação, apresento uma realidade atual das empresas do concelho de Paços de Ferreira, a nível do Design e dos sistemas de gestão da qualidade.

Atualmente as empresas por vezes têm custos elevados e uma perca significativa de clientes sem entender o verdadeiro porquê, isso simplesmente acontece pela falta de inovação, criatividade e dos processos adequados de atuação do mercado. Acontece também por falta de uma busca de informação derivada pela falta de sensibilização das mesmas.

Com este estudo verificam-se os benefícios de terem Design de maneira a poderem responder às necessidades da evolução constante dos mercados e das exigências dos potenciais clientes, e com isso dá-se relevância à implementação de um sistema de gestão da qualidade, que tem como objetivo, o aumento da satisfação do cliente e da produtividade, a redução de custos, a diminuição dos defeitos e, por conseguinte, a autoconfiança dos colaboradores e uma procura constante da melhoria contínua. E os benefícios também da certificação do sistema de gestão de qualidade, dando credibilidade e garantia ao ser clientes. Com este trabalho, são expostas três empresas pacenses típicas, nas quais uma delas se destaca positivamente, dando o exemplo através da importância nos mercados que atuam, pois esta tem um departamento de Design e tem linhas de mobiliário próprio que estão reconhecidas internacionalmente. Quanto ao sistema de gestão de qualidade esta empresa tem implemento e certificado, pois a satisfação do cliente melhora a opinião e avaliação que possam fazer sobre eles e assim, exaltando a imagem e estima nos mercados de atuação. Temos outra empresa que dá importância ao Design, mas estes não estão sensibilizados para a implementação do sistema de gestão da qualidade, pois para eles isso representa apenas custos acrescidos sem benefícios.

Nota-se a falta de informação e de interesse, pois já pensaram e acabaram por abandonar a ideia. A outra é uma micro empresa, que está dependente dos clientes, pois estes só realizam mobiliário projetado pelos próprios. Portanto, o que o cliente pretender terá que lhes levar o projeto e todos os detalhes e eles realizam. É uma empresa precária pois não tem autonomia e não são uma ameaça para as outras empresas.

Com este estudo, pretende-se verificar a viabilidade de um gabinete de apoio às empresas de mobiliário de Paços de Ferreira ao nível do Design e dos Sistemas de Gestão da Qualidade.

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PALAVRAS-CHAVES: Empresas; Design; Briefing; Sistemas de Gestão da Qualidade; Certificação.

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SUMMARY

In my dissertation, I present the actual reality of enterprises in Paços de Ferreira when it comes Design and quality management of services.

Nowadays enterprises have, sometimes, elevated costs and a significant loss of costumers, without understanding why. That happens simply because of the lack of innovation, creativity and because of the inadequate processes of acting in the market. It also happens due to a deficient search of information, derived by lack of awareness to the cause.

With this study it is verified the benefits of Design in order to answer the needs of constant evolution of the markets and the requirements of potential clients. Therefore it is also given importance to implementation of systems of management of quality of the services, that has as objectives: increasing the costumers satisfaction and productivity; cost-cutting and boosting collaborators self-esteem.

With this work, there are exposed three typical Paços de Ferreira enterprises, where one actually stands apart from the others for good, because it has a Design department, a system of management of quality and it’s recognized internationally.

There is another enterprise that gives importance to Design, but it is not sensitized with the importance of implementing a system of management of quality. For them it’s just another expense without return.

It’s clearly that exists a lack of information and interest.

The other enterprise is a micro one and depends mostly on the costumers, because they only work with furniture projected by themselves. So the costumer has to tell them what they want in order for them to make it. It’s a precarious enterprise because it has no autonomy and it’s not a threat for another enterprises. With this study, it is pretended to verify the viability of a support office to Paços Ferreira furniture companies in terms of Design and Quality Management Systems.

KEY WORDS: Enterprises; Design; Briefing; Quality Manegement Systems;

Certification

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação aos meus pais, por todo o esforço e sacrifício, que fizeram, para garantir a conclusão de mais uma etapa minha vida académica.

Sem vocês não teria conseguido.

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AGRADECIMENTOS

Começo desde já agradecer pelas condições, pela confiança, pela partilha e pelo profissionalismo e apoio pela parte de todo a instituto.

Ao Professor Doutor Gilberto Satos e ao Mestre Demétrio Matos, pela disponibilidade, auxílio, empenho, orientação, profissionalismo, referência e confiança em mim depositada desde o início.

A todas as empresas do concelho de Paços de Ferreira que colaboram a para a realização deste estudo. Em particular quero agradecer a colaboradora Hélia Dias, administrativo/SIG da empresa AM CLASSIC, por toda a disponibilidade e por toda a colaboração que desde o início foi muito recetiva e muito prestável.

Aos meus pais, o meu muito obrigada pelo apoio incondicional e por todo o sacrifício para me ajudarem a formar e ser a pessoa que sou hoje.

À minha prima Daniela, o meu muito obrigado, pela amizade, pela confiança incondicional, pelo companheirismo nas longas jornadas.

Aos meus outros familiares e amigos, o meu obrigado por me tem incentivado e me terem dado todo o apoio

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SGQ - Sistemas de Gestão de Qualidade

PDCA - Plan, Do, Check, Act N. A. – Não Aplicável

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ÍNDICE GERAL

RESUMO... 3

SUMMARY ... 5

DEDICATÓRIA ... 6

AGRADECIMENTOS ... 7

LISTA DE ABRIVIATURA E SIGLAS ... 8

ÍNDICE GERAL ... 9

ÍNDICE DE FIGURAS ... 11

ÍNDICE DE TABELAS ...12

ENQUADRAMENTO E MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO ... 13

OJETIVOS DO ESTUDO ... 14

DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ... 15

1. REVISÃO DE LITERATURA...16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DE PAÇOS DE FERREIRA COMO A CAPITAL EUROPEIA DO MÓVEL ...16

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO DESING E AS SUAS COMPETÊNCIAS …... 20

1.2.1 DESIGN E BRIEFING ... 23

1.3 SISTEMAS DE GESTÃO DE QUALIDADE/CERTIFICAÇÃO EM PORTUGA……… 27

1.3.1 SISTEMAS DE GESTÃO DE QUALIDADE/INTRODUÇÃO ... 27

1.3.2 METODOLOGIAS DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE ... 30

2. METODOLOGIAS ADOTADAS PARA A INVESTIGAÇÃO ... 37

2.1 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ... 37

2.1.1 METODOLOGIA ... 37

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2.2.1 DEFINIÇÃO DOS MODELOS DE EMPRESAS ... 39

2.2.2 PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO NAS EMPRESAS………... 40

3.RESULTADOS ... 41

3.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 41

3.2 DADOS RECOLHIDOS E O SEU PROCESSAMENTO ... 41

3.3 REFLEXÃO SOBRE OS DADOS RECOLHIDOS ... 41

CONCLUSÃO ... 54

BIBLIOGRAFIA... 55

BIVLIOGRAFIA DE SITES ... 57

ANEXO ... 58

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO ... 58

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 01. Símbolo Certificação de Sistemas. Fonte: SGS _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 28 Figura 02: Ciclo de Deming (PDCA) | Adaptado: Tese Dórisa Pereira _ _ _ _ _ _ _ _ 30 Figura 03: Fonte a Norma NP EN ISO 9001:2008 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 31

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 01: Principais objetivos regentes de uma empresa _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ 29 Tabela 02: Requisitos da Norma NP EN ISO 9001:2008 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 35 Tabela 03: Amostra de resultados _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 42 Tabela 04: Análise Swot da Empresa Modelo _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 47 Tabela 05:Análise Swot da Média Empresa _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 48 Tabela 06: Análise Swot da Micro Empresa _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 48

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ENQUADRAMENTO E MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO

Ao longo dos anos pude verificar que várias empresas pacenses têm vindo a encerrar e outras a atravessar várias dificuldades. Várias têm vindo a dispensar colaboradores, apesar do concelho ser conhecido como "Capital do Móvel" e atualmente ter criado a marca "Capital Europeia do Móvel" com o intuito de potenciar a indústria do mobiliário.

Como, podemos verificar, o Design rodeia a nossa vida quotidiana o que torna o papel do designer indispensável nas empresas, para os processos de criação de mobiliário.

As metodologias de desenvolvimento de produto são ferramentas essenciais diante de um mercado tão competitivo, concorrido e restrito.

Os constantes desafios e exigências colocados às empresas, tais como a diminuição dos custos, a conquista de novos mercados e a qualidade dos seus produtos e serviços, fazem com que a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) seja encarada como um passo fundamental à superação desses desafios e exigências.

De facto, o ideal seria que todas estas diretrizes e disciplinas se envolvessem harmoniosamente, para que assim as empresas se tornem mais humanizadas e rentáveis.

A falta de comunicação e sensibilidade muitas vezes é que causa entraves tanto para o Design como para o funcionamento do sistema da qualidade. É necessário que estas saibam exatamente o que estão a fazer e todos os envolvidos compreendam as implicações que determinadas decisões têm sobre o trabalho dos outros departamentos.

Nos mercados atuais, as empresas pacenses ainda têm lacunas, e não estão a conseguir acompanhar a evolução e atingir os vários mercados.

Logo, com este estudo pretende-se ver quais as necessidades reais e os eventuais problemas, de forma a tentar arranjar forma de os solucionar ou minimizar, com o intuito primordial de contrariar a decadência das empresas do concelho de Paços de Ferreira.

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OBJETIVOS DO ESTUDO

O principal objetivo consiste na realização duma investigação nas empresas do setor do mobiliário, no concelho de Paços de Ferreira, quanto ao impacto do sistema de gestão da qualidade e do Design para a sua sustentabilidade.

Após o levantamento de casos de sucesso, pretende-se evidenciar e potencializar os mesmos de maneira a serem um exemplo para outras empresas.

As empresas que não têm Design deve-se entender o porquê e tentar sensibilizar as mesmas para o real impacto do Design no mercado atual.

As empresas que não possuem sistemas de gestão de qualidade deve-se verificar quais os verdadeiros benefícios do referido sistema.

Sensibilizar as empresas, que não utilizem os referidos sistemas, para os respetivos benefícios, nomeadamente o facto de torná-las mais competitivas, proporcionando-lhes novos clientes e novos mercados.

Pretende-se ainda estudar a viabilidade da criação de um gabinete de apoio às empresas a nível do Design e do sistema de gestão de qualidade e respetiva certificação.

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DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação para obtenção do grau de mestre é constituída por três capítulos.

Numa primeira fase, primeiro capítulo, desenvolve-se o enquadramento histórico e as temáticas sobre o Design e os sistemas de gestão de qualidade. Ambiciona-se, neste capítulo, mostrar cronologicamente, a evolução das empresas no concelho de Paços de Ferreira bem como os pilares fulcrais para esse desenvolvimento, e descrever as temáticas usadas, de forma a verificar o impacto que estas exerceram nas empresas e a sua importância para alcançar os objetivos desejados.

No segundo capítulo descreve-se a metodologia adotada para o estudo de investigação.

Também se procede à exposição do questionário usado para a recolha dos dados e como decorreram as visitas às empresas.

Por último, no terceiro capítulo, é onde se expõe a análise dos dados adquiridos na aplicação dos questionários realizados. Simultaneamente exibe-se de que forma se procedeu ao processamento dos dados recolhidos, assim como, apresentam-se as ilações percecionadas aquando da reflexão sobre as variáveis em estudo. A apresentação de propostas de melhoria para cada uma das empresas tipo que apresento foi um complemento oportuno no contexto da dissertação.

Posto isto, prossegue-se para o desenvolvimento aprofundado e especificado dos elementos constituintes deste trabalho de dissertação sobre o Design e a aplicabilidade de Sistemas de Gestão da Qualidade no contexto das empresas de Mobiliário no concelho de Paços de Ferreira.

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1.REVISÃO DA LITERATURA

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DE PAÇOS DE FERREIRA COMO A CAPITAL EUROPEIA DO MÓVEL

Em 1881 o Inquérito Industrial origina a primeira fonte sistematizada de que o concelho dispõe para conhecer o que seria a sua indústria nos finais do século XIX.

Numa primeira fase, que se sabe que deu origem a todo o processo de industrialização, as serrações de madeira, que disseminavam ao longo do rio Ferreira, e seus afluentes, recorriam à força motriz das águas, colmatando, desta feita, a carência de qualquer outro meio propulsor.

Desde sempre que o trabalho na madeira contribuiu para desenvolver e fomentar muitas profissões tradicionais. A persistência numa tradição de trabalhadores de madeira como os carpinteiros, tamanqueiros e manufatureiros de fuso, traduzir-se-á na preferência pela indústria do mobiliário tão característica deste concelho, nos dias de hoje.

No que compete a uma fábrica de mobiliário propriamente dita, os primórdios da indústria madeireira podem ser encontrados na freguesia de Freamunde. Pode ler-se numa notícia de 10 de Junho de 1920, no jornal “O Progresso de Paços de Ferreira” (Jornal, 1920) onde é referida a instalação, em casa própria, da nova oficina de Mobiliário e Material Escolar e fábrica de moagem sob a firma Pereiras, Barros & Cª Lda., na rua do Comércio.

No mesmo ano, a 16 de Setembro, principiou a construção da fábrica Albino de Matos, Sucessores Lda.. O seu fundador, Albino de Matos, era professor e pedagogo, e iniciou o fabrico específico de mobiliário escolar, com destaque para as caixas métricas e sólidos geométricos usados no ensino da Geometria. E foi tal o sucesso dos seus produtos pedagógicos que, três anos depois, aparece associado à fábrica Pereiras & Barros, Lda., sob a designação Albino de Matos, Pereiras & Barros, Lda..

Já no ano de 1926, e continuando na freguesia de Freamunde, António Pereira da Costa deixa a sociedade Albino de Matos, Pereiras & Barros, fundando a Fábrica do Calvário, onde o fabrico de mobiliário escolar e material didático é a sua principal atividade.

Estas são as empresas que mais se destacaram, pelo relevo e posição que assumiram no mercado através da indústria de material escolar e de móveis domésticos. Contudo,

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importa salientar que por toda a freguesia e, até mesmo, por todo o concelho são numerosas as oficinas de tamancaria.

As fábricas, acima enumeradas, tornaram-se pioneiras da indústria de marcenaria em Paços de Ferreira, afirmando-se como verdadeiras escolas de formação, onde diversos operários adquiriram conhecimentos conseguindo, posteriormente, estabelecer-se por conta própria.

É neste seguimento, que foram surgindo um grande número de micro empresas, de carácter familiar, onde o fabrico do móvel era realizado na própria casa do trabalhador, este assumia todas as etapas de produção, desde o preparo da matéria-prima, a madeira, até ao acabamento final, através do recurso a ferramentas manuais. Tudo aponta que os primeiros artefactos que estes trabalhadores convencionaram foram cadeiras, que, após a sua produção, eram levadas à cabeça pelas mulheres para os locais de venda.

No entanto, convém caracterizar a maneira como surgiu a indústria do mobiliário. Houve, de facto, uma passagem da agricultura à industrialização, mas esta não implicou a eliminação do trabalho agrícola, pois este continuou a ser a principal fonte de sustento de muitas famílias.

A busca e a necessidade de ferramentas de trabalho para estas oficinas originou o aparecimento de metalúrgicas especializadas no fabrico de formões, ferros para plainas e garlopas, na medida em que os ferreiros já não conseguiam fabricar, de forma a satisfazer uma necessidade cada vez mais especializada, as ferramentas precisas para a produção dos produtos.

Nos anos sessenta do século XX, devido ao aumento da construção civil de novas e melhoras habitações, observa-se um aumento do consumo e uma consequente procura de mobiliário doméstico. A indústria de Paços de Ferreira vê-se na contingência de dar uma resposta produtiva e de qualidade às exigências do mercado em que se encontrava. O melhoramento e incremento de uma nova tecnologia mecânica de produção possibilitou a construção dos produtos de forma correta, rápida e barata.

Esta nova tecnologia originou o surgimento do móvel em série, levando a um consequente aceleramento do processo de desenvolvimento da região e da própria indústria do mobiliário, catapultando o fornecimento de mobílias aos principais mercados, centros

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urbanos e, naturalmente, os emigrantes abriram as portas à internacionalização do móvel pacense.

Após o 25 de Abril, dá-se um grande crescimento da indústria, levando ao registo da marca "Capital do Móvel". O aumento dos salários e linhas de crédito mais acessíveis possibilitam a aquisição de imóveis, e consequentemente, a uma maior procura de mobiliário que garantia a comodidade dos indivíduos. A indústria rapidamente organiza- se para dar resposta à procura, aumentando a produção.

É certo que, há anos atrás registava-se uma preparação para a situação de melhoria das condições de vida, contudo, não se previa ser tão repentina, daí a necessidade de se colocar ao dispor dos indivíduos um sistema de pagamento à peça, que rapidamente se generalizou.

Por vezes, o fabrico do mobiliário faz-se por componentes ou, então, completo. O processo de adaptação foi assimilado de forma rápida e natural por parte dos fabricantes, e a especialização tornou-se uma forte aliada para a vanguarda e fidelização no mercado.

Nunca alheios ao estilo e à época que representam nas suas peças, as indústrias estabeleceram uma forte relação com o Design, representando, este, o complemento lógico e indispensável para cada móvel que se crie.

Grandes quantidades de madeira são usadas por esta indústria, onde, em tempos mais remotos, eram habituais as chamadas “madeiras nobres” para conceber as mobílias.

Contudo, devido à escassez dessa matéria-prima, atualmente, e devido à crescente sensibilização ecológica, os fabricantes começaram a laborar com madeiras de categorias inferiores e a melhorar as técnicas de trabalho para que, desta forma, pudesse ficar garantida a qualidade da peça elaborada.

Porém, uma iniciativa do Município de Paços de Ferreira proporcionou não só o impulso do setor no que respeita à produção, como fomentou a aproximação de critérios de qualidade e desenho. A criação de uma feira onde fosse possível mostrar ao mercado o que melhor se fazia, em termos de mobiliário, no concelho. Esta ideia foi uma aposta bem conseguida por parte dos responsáveis do município, fazendo aumentar exponencialmente o volume de negócios das empresas de Paços de Ferreira. A primeira feira de Setembro denominava-se “Feira Agrícola e Industrial de Paços de Ferreira”, tendo sido inaugurada a 8 de Setembro de 1984 pelo Exmo. Presidente da República

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A Feira, onde o visitante pode comprovar a qualidade e a variedade da produção de mobília das empresas, não tardou a constituir um marco de referência do setor, onde a industria do mobiliário possibilitou a notoriedade necessária à sua projeção no espaço europeu, a ponto de ter saído das instalações, até então improvisadas, da Escola Secundária de Paços de Ferreira, para o moderno e desenvolvido Parque de Exposições de Paços de Ferreira, onde anualmente são realizadas duas feiras, sendo uma delas realiza na última semana de Março e primeira de Abril, e a outra na última semana de Agosto e primeira de Setembro.

Com o tempo, o mobiliário de Paços de Ferreira tem-se transformado numa atividade moderna e competitiva, onde a preocupação com a inovação está presente nas fábricas de produção de mobiliário, sendo prova disso mesmo, os sucessivos concursos de Design como a 1ª Bienal Internacional de Design de Mobiliário, e o recurso a nomes sonantes como Siza Vieira, Mestres José Rodrigues, Sena da Silva, Adalberto Dias, Alcino Moutinho, João Carreira, Eduardo Souto Moura e José Bernardo Távora.

Neste contexto, o desafio do mercado único europeu obrigou os industriais a juntar esforços no sentido de reestruturar e modernizar as suas unidades fabris, apostando na formação profissional dos seus recursos humanos, especializando setores de produção com conhecimento científico e técnico de novas metodologias de trabalho, para que, com isto, pudessem acompanhar o progresso tecnológico e estético, bem como, o desenvolvimento económico face à concorrência.

O concelho de Paços de Ferreira é atualmente uma referência impreterível no fabrico de mobiliário, onde a concentração de um elevado número de unidades de produção, a comercialização de móveis, a qualidade das madeiras e o Design inovador, fizeram com que este concelho se afirmasse a nível nacional e internacional, conquistando o título de

“A Capital Europeia de Móvel em 2014”.

Com a construção da autoestrada A42, o concelho encontra-se extremamente próximo dos principais eixos viários nacionais e internacionais, posicionando-se estrategicamente num polo para cativar o investimento imobiliário e empresarial, possibilitando o crescimento da zona a nível económico, demográfico, cultural e social.

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1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO DESIGN E AS SUAS COMPETÊNCIAS

Pode-se dizer que a origem do Design remonta ao séc. XVIII com a Revolução Industrial e com o surgimento da produção mecanizada. Antes disso, os objetos eram manufaturados, o que significa que a conceção e realização de um objeto estava, frequentemente, a cargo de um criador individual. Com o aparecimento do processo industrial de fabrico e a divisão do trabalho, o Design (conceção e planeamento) foi separado da execução.

O primeiro pensamento que entrou no Design, não tinha nenhum fundamento intelectual, teórico ou filosófico, traduzindo-se num pequeno impacto nos processos industriais e na própria sociedade.

Contudo, no séc. XIX o Design evoluiu com William Morris, que tentou unir teoria e prática.

"... as pessoas deviam habitar num ambiente compatível com o seu temperamento, viver numa casa decente, com mobília decente (...) se não pudermos comprar um mobília boa e sólida, façamo-las nós próprios." (William Morris, cit. Dias, S. & Lage, A.).

Apesar do seu processo de fabrico artesanal, também projetou para máquinas, tendo em conta a necessidade dos valores estéticos e funcionais aos produtos, mesmo desconfiando da má gestão das máquinas. Esta tentativa não foi bem-sucedida devido a proceder ao fabrico artesanal de mobiliário, a construção era feita manualmente, mas em contrapartida, o mobiliário tinha uma estética que revolucionava pela simplicidade, qualidade dos materiais e funcionalidade.

Contudo, as suas ideias reformistas tiveram impacto fundamentalmente no desenvolvimento do Movimento Moderno.

O Design moderno, propriamente dito, apareceu no séc. XX quando pessoas como Walter Gropius conseguiram integrar a teoria e a prática através de novos meios de produção.

Tentando unir o idealismo social e a realidade comercial, e dar uma resposta adequada à cultura tecnologia emergente, Gropius fundou a Bauhaus (Escola de Artes) em 1919.

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Na Bauhaus, o Design moderno consistia em produzir trabalhos que unisse aspetos intelectuais, práticos, comercias e estéticos, através da exploração de novas tecnologias.

Em 1921, surgiu o Atelier de Mobiliário ou Carpintaria, proposto por Gropius como mestre da forma. Neste atelier, cedo sentiram a necessidade de que os seus produtos fossem normalizados.

Em 1928, Hannes Meyer assume o cargo de diretor da Bauhaus. Com Gropius, os objetos eram restringidos às formas e cores típicas. Todo o mobiliário produzido no atelier de Meyer assume a flexibilidade como característica-chave (dobragem, articulação, ajustagem e armado em várias posições), assim favoreciam a rentabilização do espaço.

Mesmo a Bauhaus tendo importância de novas formas de pensar sobre o Design, desenvolveu apenas algumas ideias necessárias para o sucesso da integração da teoria do Design no processo industrial. Os princípios foram mais tarde desenvolvidos pela Nova Bauhaus, de Chicago, fundada por Lázló Moholy-Nagy em 1937 e na Hochschule für Gestaltung, Ulm, fundada em 1953. Ambos foram importantes para unificação da teoria do Design com a prática em relação aos métodos industriais do produto.

No séc. XX, os produtos, estilos, teorias e filosofias do Design tornam-se diversificados.

Isto devido à crescente complexidade do processo do Design. No decorrer do séc. XX, o Design existiu como caraterística importante da cultura e da vida quotidiana. O Design é visto como um instrumento para melhorar a qualidade de vida. Esta alteração é devida ao consumo, gosto, alterações de imperativos comerciais e morais de inventores, designers, fabricantes, progresso tecnológico e variações de tendências nacionais do design.

É importante lembrar que os produtos do Design não podem ser totalmente compreendidos fora dos contextos social, económico, político, cultural e tecnológico que levaram á sua conceção e realização.

O estilo e o Design são dois conceitos totalmente distintos; o estilo é a aparência e tratamento da superfície, às qualidades expressivas do produto (antirracionalismo); o Design é para resolver o problema, tem que ser global na sua amplitude e simplificação e essência (Funcionalismo).

O séc. XX carateriza estes conceitos, estilos, movimentos, designer, escolas, empresas e instituições que deram forma ao cursos da teoria e à prática do Design, deram avanço ao

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técnicos, influenciando o gosto, aplicado as artes decorativas, à cultura e à sociedade em geral. Uma das aéreas de atividade foi Design de mobiliário.

Atualmente, o Design atravessa um momento de mudança, não desaparecendo os projetos mais tradicionais, mas com o evoluir dos tempo já há um reconhecimento que o Design é mais amplo, existindo uma tendência de responder a problemas críticos que até aos tempos de hoje nunca se tinha visto incluído.

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1.2.1 DESIGN E BRIEFING

Atualmente, estamos rodeados pelo trabalho de Design. Produtos, serviços e mesmo estruturas políticas. Está moldado de acordo com objetivos específicos, e que constituem uma base de reflexão acerca de como podemos sentir inspiração a agir, acerca daquilo que poderemos efetivamente chegar a alcançar.

Hoje em dia, a palavra Design não é apenas para descrever os processos criativos subjacentes à conceção e ao planeamento de produtos manufaturados, mas também de outros elementos muito menos tangíveis, como organizações corporativas, atividades sociais, ministérios governamentais, e até sistemas de leis.

O Design passa a ser visto por muitas pessoas como um processo de visualização de uma atividade que conduz a um resultado específico e útil. O termo Design torna-se de tal modo atrativo que tem sido apadrinhado por várias empresas cujas metas e propósitos deveriam ser contestadas. O problema destas empresas é adotarem estratégias de Design para abordarem problemas sociais e estarem a criar falsos modelos de Design ativos, já que não têm em conta o facto das suas próprias atividades serem cúmplices dos problemas que tais estratégias procuram solucionar.

Um fator essencial para o sucesso das empresas é a aposta nos seus colaboradores, sendo adotado como princípio fundamental o melhoramento contínuo e a flexibilidade à mudança. Deverá existir um trabalho diversificado e dinâmico impulsionado por um espírito inovador, onde direcionam e utilizam o Design como ferramenta para melhorar e enriquecer a vida das pessoas, através dos seus produtos. Além disso, existe uma preocupação em integrar a interdisciplinaridade baseada no trabalho de equipa com o apoio de profissionais de outras áreas. O uso de ferramentas metodológicas de planeamento e desenvolvimento do projeto reúnem as condições necessárias para uma análise detalhada e pormenorizada, o que facilita o processo de criatividade, refletindo- se em respostas criativas e inovadoras que possam resultar em novos recursos que permitam adicionar valor ao produto. Numa conceção futura, o Design analisa o comportamento do consumidor e a interação deste com o possível produto ou serviço.

Desta projeção poderá surgir um processo criativo, onde ideias para novos produtos ou serviços surgirão.

Dispor de uma equipa técnica especializada e fortemente motivada, apostando na

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de novos produtos. O Design deve ser utilizado como uma ferramenta que guia a inovação através do desenvolvimento de novos produtos unido a uma comunicação de imagem/identidade própria, bem definida, forte e única que resulta numa boa orientação estratégica que mantem a competitividade no mercado em que está inserido.

O Design pode ser avaliado a um nível interior, no contexto da organização de clientes e consultoras, bem como, a um nível exterior, englobando o contexto social, cultural e económico. Nisto compete referir que é imprescindível existir uma constante preocupação em estabelecer e manter um equilíbrio entre o Design e o cliente, pois é necessário ouvir as motivações do público, bem como, baseando-se em valores como os custos, a qualidade e a satisfação, e até mesmo a combinação dos três, seja possível dar resposta às necessidades pretendidas. Para que tal ocorra, a constante atualização é imprescindível.

No meu ponto de vista a frase “ Dificuldades dominadas são oportunidades ganhas”

(Best, K. cit. Winston Churchill, 2009), é o pensamento que um designer deverá ter sempre em mente.

O Design atua a nível da estratégia corporativa, em que é transmitida uma visão da estratégia de negócio, em que se pode fazer uma auditoria de Design, e ao nível operacional, no aperfeiçoamento do processo.

O Briefing de Cliente, sendo claro e completo, reúne dados sobre os objetivos deste e das necessidades para o projeto. O Briefing de Design é uma fase processual onde compete analisar os problemas e fazer um aprofundamento dos objetivos pretendidos. Existindo uma equipa de designers, procede-se a uma análise de pontos fortes e fracos para que possa ser feita uma distribuição de tarefas.

A partir do Briefing de Design começa-se a usar o brainstorming, prototipagem, observação e programação arquitetural, para a problematização. A gestão do projeto passa por transformar as estratégias de Design em resultados. É necessário quantificar, hierarquizar todos os critérios como o custo, tempo e recursos utilizados.

A importância do Design verifica-se na redução do custo dos processos de produção, na preocupação com o meio ambiente, evitando desperdícios desnecessários e supérfluos, recorrendo à reutilização, a peças desmontáveis e a integração de fontes de energia renováveis, visando a sua sustentabilidade.

Para o sucesso do Design é necessário quantificar os benefícios materiais e os imateriais

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para justificar a sua contratação. Depois de um projeto, deverá ser reavaliada a estratégia de Design estudando os pontos negativos e positivos que podem levar a criar novos valores, como a simplicidade, honestidade, inovação, transparência, responsabilidade e sustentabilidade. O gestor do projeto deve fazer uma escolha das melhores ideias, dando desta forma o devido valor ao designer ou à equipa de design pelo seu trabalho.

O termo briefing é desconhecido para vários empresários, pois, infelizmente, para muitos deles o Design respeita apenas à parte estética, esquecendo-se que o briefing do Design é um projeto inovador e estratégico. Cada empresa tem o seu próprio modo de atuar, devendo o briefing adaptar-se ao local em que está inserido. O briefing deve proceder à elaboração de uma lista, onde, procede à descrição da sua aplicabilidade ao longo do processo, não descurando os aspetos técnicos e orçamentos. O tamanho é conforme a complexidade do produto deve ser preciso e o mais completo possível.

O briefing diferencia-se da proposta de projeto na medida em que este contém mais informação.

O briefing é uma forma de contacto entre as partes do projeto, também é onde se estabelecem os prazos das várias etapas do projeto. O briefing deve ter várias estratégias que podem ser aplicadas quer para a empresa quer para o Design. O briefing pode sofrer alterações, mas mantendo sempre os pontos essenciais, por vezes é mesmo necessário que este sofra alterações.

Para a criação do briefing existem elementos essenciais para obter sucesso, que são:

Natureza do projeto e contexto - consiste na descrição geral das necessidades da empresa, incluindo: Justificativas; Objetivos do projeto; Resultados desejáveis; Responsabilidades pelo projeto. Análise sectorial - consiste no enquadramento da empresa, considerando os seguintes aspetos para a realização de um bom enquadramento: Lista de produtos;

Concorrência; Preços e promoções; Marca; Estudo das tendências; Estratégia da empresa.

Público – alvo - consiste na definição das características do público-alvo: Sexo; Faixa etária; Escolaridade; Classe social; Culturas; Hábitos de consumo; Região; Etc. Portfólio da empresa - consiste na descrição da empresa e as atividades como: Marca, Imagem corporativa; Segmentação do mercado. Objetivos do negócio e estratégias de Design - consiste nos resultados do projeto, descrito na linguagem dos negócios. Objetivos, prazos e orçamento do projeto- é a descrição das fases do produto, especificando: Tempo

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Aprovação, implementação e avaliação - consiste na aprovação do projeto, implementação das necessidades e avaliação do sucesso do projeto. Informações de pesquisas, que consiste- Nas tendências dos negócios; Avanços tecnológicos;

Lançamentos de novos produtos. Apêndice que consiste nos materiais suplementares e Catálogos de produtos; Fotos; Artigos de jornais e científicos; Manuais; Etc.

Na criação do briefing tem que se ter cuidado para não criar demasiadas expectativas, porque para obter produtos novos e inovadores e não cumprir com o briefing, pode levar a perca de credibilidade perante o mercado. Com o briefing concluído fica apenas a faltar a aprovação, que por várias vezes é realizada por alguém externo à área de Design, o que leva a que a apresentação seja objetiva, de maneira a ver a solução que corresponde ao projeto pedido, fundamentando com testes de usabilidade, questionários aos potenciais consumidores, de entre outros. O Design também tem que estar sempre preparado para poder ultrapassar os obstáculos, tem que obter um equilíbrio, sabendo aceitar críticas de maneira a obter resultados melhores.

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1.3 SISTEMAS DE GESTÃO DE QUALIDADE/CERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL

O mercado, cada vez mais exigente, incrementa a competitividade entre as empresas.

Uma gestão eficaz é fundamental para que exista uma satisfação total de todas as partes interessadas, clientes, colaboradores, fornecedores e, nunca esquecendo, o meio evolvente, salvaguardando o bem-estar e subsistência da empresa.

A implementação e certificação de um sistema de gestão da qualidade é um forte aliado no aumento da competitividade das empresas, uma vez que este está vocacionado para a satisfação do cliente, reconhecendo as boas práticas da empresa, assim como, se assume como um “cartão-de-visita” junto de potenciais clientes e do mercado em geral.

1.3.1 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE/INTRODUÇÃO

O sistema de gestão da qualidade (SGQ) define-se como um conjunto de elementos inter- relacionados para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade, estabelecendo políticas e objetivos, meios e processos para atingir as metas estabelecidas.

Isto alcança-se através das normas, as leis, as regras, as diretrizes, as funções e os processos relacionando-os com os seus predicados. (Santos et col.,2013).

Os resultados são atingidos de forma mais eficiente quando as atividades e os recursos associados são geridos como um processo.

Desta forma, podemos definir processo como um conjunto de atividades definidas e inter- relacionadas que transformam materiais (inputs) em produtos finais (outputs), satisfazendo as necessidades dos clientes e atendendo à política da organização.

Para qualificar e validar os processos previamente definidos, deve proceder-se à medição e documentação do desempenho do processo estabelecido, realizando as devidas comparações entre os resultados obtidos. Objetivos e metas devem fazer parte da rotina do sistema de gestão.

A implementação de um sistema de gestão passa pela definição de responsabilidades e regras de trabalho, permitindo uma atuação sistemática e organizada, que se traduz numa

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A certificação passa pelo reconhecimento feito por um organismo certificador, que tendo sempre presente os padrões da norma NP EN ISO 9001:2008, e após auditoria emite um certificado de qualidade e autoriza a utilização do símbolo de certificação.

Figura 01. Símbolo Certificação de Sistemas. Fonte: SGS 2015

A implementação de um sistema de gestão de qualidade e posterior certificação apresenta- se com um fator de melhoria da competitividade, trazendo benefícios para as empresas que assim procedem.

A um nível interno, podemos constatar que nas empresas em que existe a implementação de algum tipo de sistema de gestão, a eficácia é maior, o que se traduz numa consequente, redução de custos, melhoria de métodos de gestão e, ainda aquando das auditorias realizadas pelo organismo certificador, existe a possibilidade de se proceder à dinamização do sistema, bem como, possibilita a melhoria contínua da empresa, aumentando a sua competitividade no mercado.

Por outro lado, a um nível externo, a imagem e a credibilidade da empresa serão reforçadas, pois o cliente e as entidades externas têm uma certificação que comprova a qualidade dos produtos disponibilizados pela empresa. Uma imagem positiva no mercado favorece a subsistência da organização, assim como, abre espaço para um contínuo processo de melhoramento e tentativa de superação das expectativas que o mercado tem sobre estas empresas certificadas e devidamente controladas por um sistema de gestão de qualidade.

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Para que se consiga garantir o sucesso empresarial é essencial que os principais objetivos a reger a empresa seja a satisfação do público-alvo e a prevenção da ocorrência de situações indesejáveis.

Tabela 01: Principais objetivos regentes de uma empresa| Fonte: Elaboração própria

Em suma, é importante salientar que apesar da implementação de um sistema de gestão da qualidade não ser uma obrigatoriedade, esta representa uma real necessidade para as empresas nos dias de hoje, pois a competitividade e o carácter volátil dos mercados representam um verdadeiro desafio para as empresas, posto isto, torna-se pertinente demonstrar e frisar a importância e os benefícios que a aplicação e implementação de um sistema de gestão pode trazer para as empresas.

Satisfação Prevenir

Sistemas de gestão de qualidade.

Satisfação dos clientes A ocorrência de entrega de produtos/serviços não conforme.

Design (nas empresas). Satisfação dos clientes A ocorrência da entrega de um produto funcional.

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1.3.2 METODOLOGIAS DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

No que compete às metodologias usadas na aplicação de um sistema de gestão, as empresas deverão ter como objetivo aplicar sistematicamente a metodologia conhecida como “Plan-Do-Check-Act”, PDCA, ou ciclo de Deming. Este ciclo potencia a melhoria contínua do desempenho da empresa, nomeadamente dos processos, baseando-se na medição e controlo. Este método além de ter a vantagem da redução de custos e tempo despendido, possibilita o surgimento de novas oportunidades de desenvolvimento para a obtenção de resultados satisfatórios.

Figura 02: Ciclo de Deming (PDCA) | (Adaptado de Pereira, 2012)

É observável que esta metodologia baseia-se em quatro fases processuais distintas, em que numa primeira fase, procede-se ao planeamento e definição de objetivos e metas a alcançar e quais as metodologias que possibilitarão o cumprimento desses objetivos;

ainda nesta fase, é importante ter em foco que o principal marco deve ser a satisfação do cliente. Numa segunda fase processual, dá-se seguimento com a implementação e

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das ações implementadas, monitorizando os processos e realizando uma avaliação e comparação dos resultados obtidos. Por último, na quarta fase do processo verificam-se todas as variáveis disponíveis e atua-se em conformidade com os resultados, de forma a operar corretivamente delineando a melhoria contínua do processo. De delinear que esta é uma metodologia cíclica, e deve ser aplicada de forma ininterrupta.

Em seguimento, e contextualizado, apresenta-se uma imagem da aplicação de um modelo de gestão da qualidade por processos.

Figura 03: “Modelo de um sistema de gestão de qualidade baseado em processos”

Fonte a Norma NP EN ISO 9001: 2008

A metodologia, acima apresentada, corresponde a uma filosofia associada à existência de uma cultura de empresa, e à definição de medidas corretivas e preventivas dos erros identificados.

O objetivo de fomentar processos, por parte das empresas, e realizar melhorias deve, sempre, ter em consideração, a satisfação dos requisitos do cliente, a irradicação de

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atingir as metas e objetivos astuciosamente estabelecidos, aquando da integração do sistema.

É pretendida uma abordagem firme, desdobrada em diversos níveis organizacionais, tornando-se fulcral a formação de todos os colaboradores sobre os seus métodos e ferramentas de trabalho. A interiorização, por parte de cada elemento da organização, de uma ideologia de melhoramento contínuo do produto, que assenta na definição de metas de orientação e de mecanismos de deteção e avaliação, processos e sistemas.

De forma específica, a implementação de um sistema de gestão de qualidade, de acordo com a ISO 9001:2008, necessita corresponder a determinados parâmetros concretos.

Numa primeira fase, da definição da estratégia (missão, visão, valores, objetivos, metas), seguindo-se, numa segunda fase, da definição e documentação dos processos, e por fim, numa última fase, a afixação de planos de ação, bem como, medir e acompanhar os resultados obtidos. No processo de implementação de um SGQ é necessário salientar a hierarquização dos documentos essenciais à sua concretização. O registo da qualidade, que se refere às evidências concretas das atividades protagonizadas ou resultados conquistados, as instruções de trabalho, documentos que especificam a nível operacional os processos de realização das atividades, os procedimentos, documentos que detalham como o sistema de gestão é implementado na empresa ou a um produto concreto, bem como, os documentos que dizem respeito a informações consistentes sobre a forma como são realizadas as atividades dentro da empresa; e ainda, o manual da qualidade, documento estratégico que reúne informação concreta, recolhida interna, bem com, externamente, sobre o sistema de gestão da qualidade. A totalidade dos documentos anteriormente salientados permitem a comunicação do propósito e a consistência da ação, contribuem para alcançar a conformidade com as exigências do cliente, assim como, favorecem a melhoria da qualidade, frisão a importância de uma formação adequada, garantem a rastreabilidade e repetibilidade dos processos, e por último, avaliam a eficiência e a contínua adaptação do SGQ implementado pela empresa.

Posto isto, salienta-se que são inúmeros os métodos analíticos utilizados para a melhorias dos processos, bem como, para a resolução de problemas relativos à qualidade, originando objetividade e clareza no trabalho, e essencialmente garante uma administração com assento em dados e factos, descartando simples opiniões.

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Importa demostrar que existem ferramentas de apoio à qualidade, que se traduzem em folhas de registo, onde se encontra descrita a coleta e análise de dados, histograma, onde se procede à análise da variação, diagrama de causa-efeito, diagrama de Pareto, diagramas ou cartas de controlo estatístico do processo, diagrama de correlação ou dispersão, fluxograma, check-list ou lista de verificação e cronograma.

É necessário trabalhar no sentido do cumprimento integral da norma de certificação.

Torna-se necessário ressalvar que os requisitos da norma foram desenvolvidos no sentido da sua aplicação trazer benefícios. Importa demonstrar que, independentemente da metodologia aplicada, os Sistemas de Gestão da Qualidade requerem a incorporação de alguns princípio basilares.

Segundo a normas ISO 9001:2008:

O enfoque no cliente permite conhecer as necessidades correntes e futuras para que seja possível corresponder aos requisitos e sobrelevar as expectativas criadas. Na prática, deve adquirir-se conhecimento e certezas quanto à adequabilidade das necessidades e esperanças dos clientes, assim como, a empresa deve adotar mecanismos de medida da satisfação do cliente para que se possa proceder a ações de melhoria com base nos resultados obtidos. Uma gestão sistemática para fomentar as relações com os clientes é importante.

A liderança, onde os líderes têm a responsabilidade de gerir e unir a empresa, de forma, a que todos os colaboradores se sintam abarcados e motivados para alcançar os objetivos estabelecidos. A liderança deve servir de mediadora de interesses e considerar as necessidades de todas as partes envolvidas, colaboradores, fornecedores, clientes, acionistas, etc., projetar o futuro da empresa, assim como a implementação de metas e a manutenção da confiança dos consumidores e colaboradores. O papel do líder deve assentar na garantia dos recursos necessários para o desempenho das diversas atividades, assim como, deve reconhecer e valorizar o mérito de todos os envolvidos no processo.

Uma vez que as pessoas são a essência das organizações, o envolvimento dos colaboradores requer que todos os estejam envolvidos e motivados, para que estes coloquem as suas aptidões e capacidades ao dispor da empresa. A abordagem sistémica da gestão permite identificar, entender e gerir processos interligados como sistema e contribui para que a organização atinja os seus objetivos com eficácia e eficiência. No

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análise de dados e informações recolhidas, decidir eficazmente. As empresas e os seus diversos fornecedores são dependentes, com isto, importar estabelecer e reforçar as relações de mútuo benefício com fornecedores, pois estas permitem aumentar a capacidade de ambos para criar valor. Estabelecer parcerias e manter boas relações entre fornecedores e empresas é fulcral. Existem alguns fatores que permitem obter o sucesso da empresa. A descentralização do poder e a promoção de um trabalho elaborado em grupo, com a criação de equipas multidisciplinares autónomas e devidamente responsabilizadas; A implementação de uma estratégia de prevenção em detrimento da deteção do erro; Ações de formação, e uma constante procura pelo conhecimento científico e técnico, a todos os níveis da organização; Medição do desempenho, através de métodos mensuráveis, de todas as atividades na empresa; É relevante mostrar que na aplicação da norma NP EN ISO 9001:2008 a empresa deve obedecer a um conjunto de requisitos, que estão representados na tabela 02 representada a seguir.

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Sistema de gestão da qualidade • Requisitos gerais

• Requisitos da documentação

Responsabilidade da gestão

• Comprometimento da gestão

• Focalização no cliente

• Política da qualidade

• Planeamento

• Responsabilidade, autoridade e comunicação

• Revisão pela gestão

Gestão de recursos

• Provisão de recursos

• Recursos humanos

• Infraestruturas

• Ambiente de Trabalho

Realização do produto

• Planeamento da realização do produto

• Processos relacionados com os clientes

• Conceção e desenvolvimento

• Compras

• Produção e fornecimento de serviço

• Controlo do equipamento de motorização e de medição

Medição, análise e melhoria

• Generalidades

• Monitorização e medição

• Controlo do produto não conforme

• Análise de dados

• Melhorias Tabela 02: Principais requisitos da Norma NP EN ISO 9001:2008.

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No que compete à certificação, o prazo adequado para a obtenção da certificação estipula-se em 1 ano. Contudo, nem todas as empresas possuem os mesmos recursos, devendo, nesse caso, os prazos serem alargados. De frisar, que é necessário a empresa cumprir todos os requisitos normativos para que a certificação se proceda, processo que se concretiza com uma auditoria de certificação, tendo, a partir desse momento, a possibilidade de utilizar o símbolo de certificação.

Em suma, certificação do sistema de gestão de qualidade acarreta custos que a empresa deve estar preparada para suportar no curto, médio e longo prazo. Desta forma importa salientar que a implementação desse sistema não constitui uma obrigação para o cliente e, o seu respetivo mercado, deverá, a empresa, ponderar a implementação numa ótica de custo-benefício.

A empresa tem a possibilidade, para que consiga eliminar alguns custos que possam ser elevados para o seu capital, de optar por apenas, implementar o sistema de gestão de qualidade sem solicitar a certificação, contudo, deve estar ciente que os benefícios esperados serão inferiores àqueles que conseguiria se também escolhesse obter a certificação.

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2. METODOLOGIAS ADOTADAS PARA A INVESTIGAÇÃO 2.1 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Este capítulo pretende expor a metodologia utilizada para fins de investigação no âmbito da gestão de sistemas de qualidade e certificação das empresas de Paços de Ferreira.

Numa primeira parte, procede-se à exposição da metodologia, seguido da descrição do questionário realizado. Numa terceira fase realiza-se a definição dos modelos de empresa, que servem de exemplo mais concreto, tornando-se, desta forma, no modelo de cada tipologia de empresa (micro, média e empresa de topo). Por último, é descrito o procedimento e em que termos o questionário foi aplicado.

2.1.1 METODOLOGIA

No ano de 2015, no concelho de Paços de Ferreira, distrito do Porto, região Norte de Portugal, procedeu-se a visita às empresas na área de mobiliário. Neste trabalho de campo presenciaram-se alguns obstáculos, nomeadamente, ausência de recetividade por parte dos responsáveis e rejeição às respostas ao questionário.

Com este questionário pretende-se recolher dados no geral, sobre o funcionamento da empresa e, num contexto mais específico, sobre o departamento de design, bem como, procurar perceber de que forma os sistemas de gestão de qualidade são uma realidade, ou se, pelo contrário, são uma ausência nas empresas do concelho.

Pretende-se ainda verificar quais os pontos positivos e negativos do funcionamento das empresas, de forma a poder aprofundar o conhecimento sobre a realidade vivenciada por estas no mercado de negócios e apresentar formas para provir oportunidades de melhoria.

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2.2 DESCRIÇÃO DO QUESTIONÁRIO

A elaboração do questionário foi concebida em cinco pontos, tendo cada um, um objetivo diferente.

No primeiro ponto, pretende-se obter informações gerais sobre o funcionamento da empresa, bem como recolher dados de forma a contextualizar a empresa no mercado, de que forma surgiram no mercado e qual o tipo de organização que constituem.

Num segundo ponto, adquirir informações mais específicas sobre o Design e de que forma este está presente na realidade da empresa, se esta possui ou não um departamento que se destina à criação de linhas próprias de mobiliário. Isto, tem como finalidade, depreender se o Design traz vantagens ou desvantagens para o mercado do mobiliário e se, o facto das empresas possuírem uma linha própria de mobiliário é vantajoso ou não na procura por parte do comprador.

O terceiro e quarto ponto do questionário destinam-se à recolha de informação sobre os sistemas de qualidade e certificação do mesmo. Aqui, o questionário é dividido em dois, um constituído pelas empresas que possuem SGQ e certificação, o outro, onde estão inseridas as que não possuem qualquer sistema de qualidade.

Por último, no quinto ponto, pretende-se fazer uma junção do Design com a gestão de sistemas de qualidade, abordando a criação de um gabinete de apoio. Qual a viabilidade desse gabinete e se as empresas teriam interesse em recorrer a esse serviço, se estariam dispostas a procurar por informações externas sobre a certificação e quais vantagens de possuir um sistema de gestão de qualidade certificado, bem como, um departamento de Design.

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2.2.1 DEFINIÇÃO DOS MODELOS DE EMPRESAS

Depois de aplicado o questionário e de se proceder à análise dos respetivos dados, concluiu-se que o universo de empresas em Paços de Ferreira era constituído por micro, médias e grandes empresas. Posto isto, tornou-se pertinente, escolher três tipos de empresas mais significativas da tipologia em que se inserem.

Desta forma, a empresa de topo é designada por modelo1, a média empresa por modelo 2 e a micro empresa por modelo 3.

No que se refere ao Modelo 1, é uma empresa de topo, considerada “modelo”, possui departamento de Design, sistema de gestão de qualidade e está certificada. É uma entidade que emprega 160 funcionários e possui uma rede de colaboradores. Este modelo tem ainda um departamento que se foca unicamente no estudo dos mercados e das culturas para as quais trabalha, de modo a adaptar as suas linhas de mobiliário à especificidade do potencial cliente, isto, porque é uma empresa que está inserida no mercado nacional e internacional.

Em seguimento, o Modelo 2 é uma empresa que se insere na tipologia “média empresa”, sendo constituída por 60 funcionários, possuindo um departamento de Design. Contudo esta não possui certificação nem aplica nenhum sistema de gestão de qualidade. Por último, o Modelo 3 caracteriza a micro empresa que é constituída por 6 funcionários, não fazendo parte destes nenhum que desempenha funções relacionadas com Design. É uma empresa que, na maioria dos trabalhos que desempenha, trabalha para outras empresas de maior dimensão ou, por conseguinte, elabora peças por encomenda do cliente, onde é este que apresenta o Design da peça que pretende. Não existe a necessidade, para esta empresa, de proceder à implementação de um sistema de gestão de qualidade, pois consideram um desperdício de dinheiro e o aumento de papelada a que estavam sujeitos não justificaria.

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2.2.2 PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO NAS EMPRESAS

A primeira abordagem às empresas, foi dirigida aos responsáveis, para se poder apresentar o projeto que se pretendia concretizar. Numa fase inicial, foi explicado o questionário que se pretendia aplicar, que matérias ambicionava abordar e se estariam dispostos a responder ao questionário.

Em seguida, e depois de se obter autorização para realizar o questionário, foi indagado junto dos representantes de cada departamento considerado relevante para este estudo, acerca de aspetos gerais da constituição da empresa, de que forma funcionava o departamento de Design, bem como, deslindar de que forma era aplicado e gerido o sistema de gestão de qualidade e de que forma a certificação beneficiava a empresa.

Numa fase final, e na presença de todos os representantes de cada departamento anteriormente mencionados, de forma a aplicar o quinto ponto do questionário, foram abordadas as questões relativas à criação de um gabinete de apoio às empresas de mobiliário de Paços de Ferreira, no que se refere ao Design e ao Sistema de Gestão da Qualidade.

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3. RESULTADOS

3.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O concelho de Paços de Ferreira é conhecido pela produção de mobiliário, tanto a nível nacional como internacional, sendo-lhe, por isso, atribuído o título de “A Capital do Móvel”. Neste seguimento, as empresas, com o apoio do Centro Empresarial de Paços de Ferreira, adotaram políticas industriais inovadoras e sustentáveis, bem como, procederam a um forte investimento económico, de forma a potenciar a internacionalização do setor e da região.

Neste contexto, torna-se proeminente verificar se as empresas mobiliárias possuem, no mercado, mobiliário com Design próprio, se dispõem de sistemas de gestão da qualidade e se a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade nas empresas é uma realidade. É relevante, ainda, constatar se todos os pressupostos anteriormente referidos são observáveis nas empresas.

Desta forma, depreende-se a temática que se pretende abordar, enquadrando os sistemas de gestão de qualidade, bem como o Design no âmbito empresarial e “A Capital do Móvel”.

3.2 DADOS RECOLHIDOS E O RESPETIVO PROCESSAMENTO

De salientar que foram selecionadas três empresas representativas dos tipos de organização que se pode encontrar no concelho. Procurou-se caracterizar o que existe no Concelho de Paços de Ferreira. Assim, foram caracterizadas três das empresas inquiridas.

Os resultados encontram-se na tabela 03 seguinte. São uma amostra dos resultados obtidos de acordo com o questionário a que foram submetidas.

Podemos verificar que no que se refere ao Design, a realidade é que as empresas qualificadas têm profissionais de Design a trabalhar diretamente com eles, por vezes nas próprias instalações. Outras empresas não têm e dependem apenas do que o cliente lhes solicita.

Relativamente aos Sistemas de Gestão da Qualidade e respetiva certificação, verifica-se

(44)

qualidade, diretamente nas suas instalações. Outras, que nem sabem o que isso significa, pois dependem apenas daquilo que o cliente lhes solicita.

Questões Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

QUE TIPO DE EMPRESA SÃO E COMO

SURGIRAM?

Familiar, surgiu pelo pai dos atuais sócios, em 1962, com pequenas dimensões.

Em 1995 dá-se a expansão da pequena empresa ampliando horizontes e atingindo a globalização ao longo dos anos atingindo o estatuto de excelência nacional e

internacional.

Familiar, surge pelo fundador ainda jovem e carpinteiro resolveu aventurar- se criando a sua própria empresa com pouco capital em 1974,

transformando uma pequena carpintaria numa empresa de mobiliário clássico com estatuto no mercado atual.

Familiar, Casal jovem que resolveu arriscar no negócio do mobiliário, no ano de 2008, devido a região ser vocacionada para a produção do mobiliário.

A EMPRESA É CONSTITUÍDA POR QUANTOS FUNCIONÁRIOS?

Cerca de 160 funcionários.

Cerca de 60 funcionários.

Tem 6 funcionários.

QUE TIPO DE PRODUTO FABRICAM ?

Mobiliário de estilo Clássico em Madeira.

Mobiliário Clássico e mobiliário

decorativo (peças soltas).

Mobiliário personalizado à medida, fornecida pelo cliente.

QUAL O/OS MERCADO/OS QUE ATUAM?

Mercado nacional e internacional a grande escala.

Mercado nacional e internacional, num número inferior a atuação no mercado nacional

Mercado nacional na sua maioria e atua no mercado internacional numa minoria.

(45)

TEM

DEPARTAMENTO DE DESIGN?

E TEM LINHA PRÓPRIA?

Sim, tem departamento de Design, com linhas de mobiliário próprio e reconhecidas

internacionalmente. É uma maneira de se distinguir da

concorrência e esperam trabalhar mais neste sentido.

Sim, tem

departamento de Design e com linhas de mobiliário próprio.

Não tem

departamento de Design. Apenas realizam o

mobiliário em que o cliente fornece o projeto, o que torna a empresa muito dependente do cliente.

RECORREM A SERVIÇO EXTERNO DE DESIGN?

Sim. Atualmente a um designer francês, para o desenvolvimento de uma linha

essencialmente para o mercado francês.

Atualmente não recorremos.

Não nunca sentimos necessidade. Só trabalhamos com os projetos dos clientes.

QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES NA EMPRESA NO QUE SE REFERE AO DESIGN?

Prende-se com os testes dos novos artigos e respetivos prazos.

Prende-se ao conhecimento adequado do designer nos

programas adotados pela empresa.

É a nossa dependência do cliente para desenvolver o mobiliário.

GOSTARIA DE TER MAIS APOIO NO QUE SE

REFERE AO DESIGN?

Sim. Ao nível da prototipagem e teste de novos produtos.

Sim. Ao nível de conseguir dar formação aos meus designers.

Não. Pois fazemos apenas o que o cliente necessita.

(46)

OS SEUS MODELOS PRÓPRIOS TEM SAÍDA?

Sim. Vendemos os nossos próprios modelos, e vamos adaptando e fazendo melhoria de forma a termos maior aceitação pelos nossos clientes.

Sim. Vendemos, mas não as quantidades pretendidas.

Vendemos poucos mas vamos

vendendo.

N/A

TEM

DEPARTAMENTO DE SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE?

Sim, temos

implementado desde 2001, de maneira a reorganizar e obter uma melhoria dos processos.

Não, somos uma empresa com falta de informação dos benefícios que nos possa trazer e com falta de

sensibilidade sobre o assunto.

Não, somos uma empresa que não tinha sequer conhecimento da existência de Sistemas de Gestão da Qualidade, passiveis de ser implementados na empresa.

TEM UM SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE CERTIFICADO?

Sim, demos início em 2002 obtendo a certificação em 2003.

A certificação é uma mais- valia e transmite mais credibilidade perante os mercados e os potenciais clientes.

Não, já pensaram mas o facto de ter custos e a falta de informação e sensibilidade fizeram com que a certificação não seguisse o percurso normal.

Não. Podemos verificar que não tinham

conhecimento do que se estava a falar.

(47)

QUAIS OS

BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO?

A certificação é o caminho na procura de melhoria contínua. Para isso é com preocupação de melhorar

continuamente e na forma como cada colaborador, poderá atingir o nível de excelência.

Com isso centralizamos os nosso clientes, tendo como preocupação, satisfazer e até exceder as suas necessidades.

Isso faz com que o cliente faça uma avaliação e tenha uma opinião satisfatória, realçando a nossa imagem no mercado.

A implementação passa pela participação de todos os colaboradores de maneira ativa e empenhada pela

excelência, construindo um futuro mais sólido e mais satisfatório para os nossos clientes, parceiro de negócio e para todos os

colaboradores.

N. A. N. A

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