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Tradução C-551/18 PPU - 1. Processo C-551/18 PPU. Pedido de decisão prejudicial. Hof van Cassatie (Tribunal de Cassação, Bélgica) 29 de agosto de 2018

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Tradução C-551/18 PPU - 1 Processo C-551/18 PPU

Pedido de decisão prejudicial Data de entrada:

29 de agosto de 2018 Órgão jurisdicional de reenvio:

Hof van Cassatie (Tribunal de Cassação, Bélgica) Data da decisão de reenvio:

29 de agosto de 2018 Recorrente:

IK

29 de agosto de 2018

Hof van Cassatie van België (Tribunal de Cassação da Bélgica) Acórdão

[Omissis]

IK, natural de Bree, nascido a 29 de dezembro de 1970, detido no estabelecimento prisional de Wortel, [omissis], à ordem do Strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas),

recluso, demandante,

representado pelo advogado [omissis], com escritório em 8700 Tielt, [omissis], endereço que o demandante escolhe como domicílio.

I. TRAMITAÇÃO NO HOF VAN CASSATIE

O recurso de cassação é interposto contra a sentença do Strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) de Antuérpia de 31 de julho de 2018.

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O demandante apresenta as alegações, em seis fundamentos, apensas ao presente acórdão. [Omissis]

II. PROCESSO ANTERIOR E DADOS RELEVANTES Resulta dos autos [omissis]:

1. No acórdão contraditado do hof van beroep (Tribunal de Recurso) de Antuérpia, de 1 de fevereiro de 2013, o demandante foi condenado a uma pena de prisão principal de três anos, por um crime de atentado ao pudor de um menor de menos de dezasseis anos, sem violência nem ameaça, de forma continuada (violação dos artigos 372.°, n.° 1, 374.°, 378.° e 382bis do Código Penal). Pelo mesmo crime, foi ainda condenado, no mesmo acórdão, à pena acessória de colocação à ordem do tribunal (terbeschikkingstelling), nomeadamente do strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas), por um período de dez anos.

2. Em 27 de agosto de 2014 um advogado-geral junto ao hof van beroep (Tribunal de Recurso) de Antuérpia emitiu um mandado de detenção europeu com base no referido acórdão, elaborado segundo o formulário anexo à Decisão-quadro 2002/584/JAI do Conselho, de 13 de junho de 2002, relativa ao mandado de detenção europeu e aos processos de entrega entre os Estados-Membros (a seguir Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu) e anexo à lei de 19 de dezembro de 2003, relativa ao mandado de detenção europeu (a seguir Lei relativa ao mandado de detenção europeu). Aí faz-se referência à medida privativa da liberdade aplicada, de três anos (de que ainda faltam cumprir 968 dias), são descritas as infrações segundo a natureza, a qualificação legal e as disposições legais aplicáveis e apresenta-se uma explicação dos factos. No mandado de detenção europeu não se refere a medida de sujeição à ordem do Tribunal de Execução das Penas pelo período de 10 anos, a que o demandante também foi condenado no referido acórdão.

3. A secção de cooperação internacional do rechtbank Amsterdam (Tribunal de Primeira Instância de Amesterdão), em decisão de 8 de março de 2016, remetendo para o referido mandado de detenção europeu e após determinação de que foi requerida a entrega com vista à execução da pena privativa de liberdade pela duração de três anos a que foi condenado no referido acórdão do hof van beroep (Tribunal de Recurso) de Antuérpia, no pressuposto de que estava preenchido o requisito da dupla incriminação do facto e que não existiam motivos de recusa que pudessem impedir a entrega, autorizou a entrega do demandante à Bélgica, com vista ao cumprimento da pena privativa de liberdade em território belga, devido ao facto pelo qual a entrega foi requerida.

4. O demandante foi, nessa sequência, entregue à Bélgica e aí encarcerado em estabelecimento prisional. A detenção fundamentava-se na condenação, pelo referido acórdão do hof van beroep (Tribunal de Recurso) de Antuérpia, na pena de três anos de prisão, pelo que o final da pena se estipulava em 12 de agosto de

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2018, bem como na recomendação, no mesmo acórdão, de sujeição posterior à disposição do tribunal, por um período de dez anos.

5. Nos termos do artigo 34bis do Código Penal, a colocação à disposição do tribunal é uma pena acessória que, nos casos previstos na lei, pode ou deve ser aplicada para proteger a sociedade de pessoas que tenham cometido crimes graves contra a integridade de outras pessoas. Esta pena acessória é aplicada depois de cumprida a pena de prisão principal. A execução da pena acessória é regulada pelos artigos 95.°, n.° 2, a 95.°, n.° 30, inclusive, da lei de 17 de maio de 2006 relativa ao estatuto jurídico externo das pessoas condenadas a uma pena privativa de liberdade e aos direitos reconhecidos à vítima no quadro das modalidades de execução das penas (a seguir: lei relativa à execução das penas). Segundo o artigo 95.°, n.° 2, da lei relativa à execução das penas:

- a pena acessória decretada, de colocação à ordem do tribunal, tem início após o cumprimento da pena principal;

- o strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) determina, antes de concluído o cumprimento da pena principal, se o condenado e colocado à ordem do tribunal vai continuar privado de liberdade, ou se vai ficar em liberdade, sujeito à vigilância do tribunal;

- o condenado e colocado à ordem do tribunal é privado da sua liberdade se, na sua esfera, subsistir o risco de cometer infrações penais graves atentatórias da integridade física de terceiros que, em caso de colocação em liberdade sob vigilância, não possam ser evitadas através da imposição de determinadas condições.

6. O diretor do estabelecimento prisional de Wortel e o ministério público, nos termos do artigo 95.° n.os 3 e 4, da lei relativa à execução das penas, emitiram parecer no sentido da privação de liberdade.

7. O strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) de Antuérpia ouviu o demandante e o respetivo advogado, em sede de audiência, em 21 de junho de 2018 e em 19 de julho de 2018.

8. O advogado do demandante alegou, em suma, no strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) que, atendendo a que o mandado de detenção europeu emitido pela Bélgica não faz qualquer referência à pena acessória de colocação à disposição do tribunal, a entrega efetuada pelos Países Baixos não poderia ter qualquer relação com essa pena e o strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) não poderia ordenar uma pena privativa de liberdade para execução da pena acessória de colocação à ordem do tribunal.

9. O Ministério Público [belga] no strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas), em 2 de julho de 2018 e ao abrigo do artigo 27.° da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu, requereu às autoridades holandesas a concessão de uma permissão adicional para o cumprimento da pena acessória de

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colocação à ordem do tribunal aplicada ao ora demandante pelo período de dez anos. As autoridades holandesas não deferiram tal pedido, por entenderem que uma permissão adicional com base na referida disposição da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu e no artigo 14.°, n.° 3, da Lei holandesa de execução do mandado de detenção europeu e dos procedimentos de entrega de detidos, apenas poderia ser concedida para julgamento ou exercício da ação penal na sequência de qualquer outra infração que não aquela pela qual a entrega foi permitida, o que não é o caso vertente.

10. O strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) de Antuérpia, em sentença de 31 de julho de 2018, declarou improcedente a pretensão do demandante. É efetivamente aceite que o mandado de detenção europeu emitido pela Bélgica apenas faz menção à pena de prisão principal de três anos, e não à pena acessória de colocação à ordem do tribunal, mas também se considera que as informações que um mandado de detenção europeu deve conter, com base no artigo 2.°, §4, da Lei relativa ao mandado de detenção europeu, não são prescritas sob cominação de nulidade, mas sim para permitir que a autoridade requerida decida da execução do mandado de detenção europeu, e nada aponta para que a referência relativa à pena acessória de sujeição à disposição do tribunal (TBS) implique qualquer fundamento para a recusa do pedido, pelo que nem o mandado de detenção europeu de 27 de agosto de 2014, nem a sentença do rechtbank (Tribunal de Primeira Instância) de Amesterdão, de 8 de março de 2018, nem qualquer disposição pode obstar à execução da pena acessória de colocação à ordem do tribunal. O strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) decidiu pela privação da liberdade.

11. Para execução da sentença, o demandante encontra-se detido em estabelecimento prisional, onde permanecerá preso até que o strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) tome nova decisão.

12. Em 3 de agosto de 2018, o demandante interpôs um recurso de cassação da sentença do strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) de 31 de julho de 2018 e em 7 de agosto 2018 apresentou as alegações.

III. DECISÃO DO HOF VAN CASSATIE

Apreciação

Primeiro fundamento

13. Neste fundamento, o demandante alega a violação do artigo 2.°, § 4, da Lei relativa ao mandado de detenção europeu: a sentença ordena a execução da pena acessória de colocação à ordem do strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) a que o demandante foi condenado no acórdão do hof van beroep (Tribunal de Recurso) de Antuérpia, ao passo que o demandante não é entregue para cumprimento dessa pena; o mandado de detenção europeu emitido

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pelo Ministério Público belga apenas refere a condenação do demandante à pena de prisão; relativamente à pena acessória de colocação à ordem do tribunal, também não existe qualquer mandado de detenção europeu emitido pela Bélgica e a entrega pelo juiz holandês com base no mandado belga de detenção europeu não pode ter aí qualquer influência; o strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) não pode regularizar a falta de um mandado de detenção europeu para a pena acessória de colocação à ordem do tribunal; também não é relevante a remissão para o artigo 2.°, §4 da Lei relativa ao mandado de detenção europeu.

14. Nos termos do artigo 2.°, n.° 1, da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu, um mandado de detenção europeu pode ser emitido, quando tiver sido decretada uma pena ou aplicada uma medida de segurança, por sanções de duração não inferior a quatro meses. O artigo 3.° da Lei relativa ao mandado de detenção europeu tem o mesmo alcance.

Segundo o artigo 8.°, n.° 1, da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu, o mandado de detenção europeu é emitido segundo um formulário que consta do anexo à Decisão-quadro e contém, entre outras, as seguintes informações: c) indicação da existência de uma sentença com força executiva, d) a natureza e qualificação jurídica da infração, e) uma descrição das circunstâncias em que a infração foi cometida e f) a pena proferida. O artigo 2.°, §4, da lei relativa ao mandado de detenção europeu tem, mutatis mutandis, a mesmo redação.

O artigo 27.°, n.° 2, da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu dispõe que, exceto nos casos previstos nos n.os 1 e 3, uma pessoa entregue não pode ser sujeita a procedimento penal, condenada ou privada de liberdade por uma infração praticada antes da sua entrega diferente daquela por que foi entregue. O artigo 37.° da Lei relativa ao mandado de detenção europeu tem idêntica redação.

Nos termos do artigo 1.°, n.° 3, da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu, a presente Decisão-quadro não tem por efeito alterar a obrigação de respeito dos direitos fundamentais e dos princípios jurídicos fundamentais consagrados pelo artigo 6.° [TUE].

15. As informações definidas no artigo 8.°, n.° 1, alíneas c), d), e) e f) da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu têm de permitir que a autoridade judiciária de execução verifique se estão cumpridos os requisitos quanto à forma e às condições fundamentais para a entrega, com base num mandado de detenção europeu emitido e/ou se, eventualmente, existem razões para se considerar um motivo para a recusa da entrega, incluindo o respeito pelos direitos fundamentais e princípios jurídicos fundamentais consagrados pelo artigo 6.° [TUE].

16. À luz do fundamento apresentado pelo demandante, dos procedimentos anteriores elencados, dos dados relevantes do processo e das considerações atrás referidas, surge a questão de saber:

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- se basta que uma autoridade judiciária emitente refira, no mandado de detenção europeu, somente a pena privativa de liberdade aplicada e, portanto, não a pena acessória aplicada pela mesma infração e na mesma decisão judicial, como a pena acessória de colocação à ordem do tribunal, a qual apenas conduzirá à privação efetiva da liberdade após a execução da primeira pena privativa de liberdade, e apenas após decisão expressa do strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) nesse sentido;

- se a questão for respondida afirmativamente, se a entrega pelo Estado-Membro da autoridade judiciária competente para a execução com base num mandado de detenção europeu, que apenas faça referência à pena privativa de liberdade aplicada e não à pena acessória de colocação à ordem do tribunal, a qual foi aplicada pela mesma infração e na mesma decisão judicial, tem o efeito de, no Estado-Membro da autoridade judiciária emitente, se poder passar à efetiva privação da liberdade em cumprimento dessa pena acessória;

- se a questão for respondida negativamente, se o facto de a autoridade judiciária emitente não referir a pena acessória de colocação à ordem do tribunal no mandado de detenção europeu tem o efeito de a pena acessória, da qual se pode presumir que a autoridade judiciária não tinha conhecimento, não poder levar à efetiva privação da liberdade no Estado-Membro emitente do mandado.

17. Essas questões apenas podem ser respondidas mediante interpretação do artigo 8.°, n.° 1, alínea f), da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu.

Portanto, nos termos do artigo 267.°, n.° 2, TFUE, há fundamento para colocar ao Tribunal de Justiça da União Europeia as questões formuladas no dispositivo.

18. Atendendo a que o demandante está detido e a que a resposta às questões colocadas é determinante para a sua situação de reclusão e respetiva continuidade, o Hof van Cassatie requer que o Tribunal de Justiça da União Europeia se pronuncie com a maior brevidade possível, conforme o artigo 267.°, último parágrafo, TFUE e o artigo 107.° do Regulamento de Processo do Tribunal de Justiça, de 25 de setembro de 2012.

19. A apreciação dos fundamentos do recurso é suspensa até que o Tribunal de Justiça da União Europeia se pronuncie sobre as questões a seguir formuladas.

Dispositivo

O Hof (Tribunal de Cassação)

decide suspender qualquer decisão até que o Tribunal de Justiça da União Europeia profira decisão prejudicial sobre as seguintes questões:

1. Deve o artigo 8.°, n.° 1, alínea f), da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu ser interpretado no sentido de que basta que uma autoridade

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judiciária emitente refira, no mandado de detenção europeu, a pena privativa de liberdade aplicada e, portanto, não a pena acessória aplicada pela mesma infração e na mesma decisão judicial, como a colocação à ordem do tribunal (terbeschikkingstelling), a qual apenas conduzirá à privação efetiva de liberdade após a execução da primeira pena privativa de liberdade, e apenas depois de uma decisão expressa do strafuitvoeringsrechtbank (Tribunal de Execução das Penas) nesse sentido?

2. Em caso de resposta afirmativa à primeira questão, deve o artigo 8.°, n.° 1, alínea f), da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu ser interpretado no sentido de que a entrega pelo Estado-Membro da autoridade judiciária competente para a execução, com base num mandado de detenção europeu, que apenas faça referência à pena privativa de liberdade aplicada e não à pena acessória de colocação à ordem do tribunal (TBS), a qual foi aplicada pela mesma infração e na mesma decisão judicial, tem o efeito de, no Estado-Membro da autoridade judiciária emitente, se poder passar à efetiva privação da liberdade em cumprimento dessa pena acessória;

em caso de resposta negativa à primeira questão, deve o artigo 8.°, n.° 1, alínea f), da Decisão-quadro relativa ao mandado de detenção europeu ser interpretado no sentido de que o facto de a autoridade judiciária emitente não referir, no mandado de detenção europeu, a pena acessória decretada de colocação à ordem do tribunal tem por efeito que a pena acessória, da qual se pode presumir que a autoridade judiciária não tinha conhecimento, não pode levar à efetiva privação da liberdade no Estado-Membro emitente do mandado?

[Omissis]

O presente acórdão foi proferido [omissis] pelo Hof van Cassatie (Tribunal de Cassação), secção de turno, [omissis] em audiência pública em 29 de agosto de 2018.

Referências

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