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PODER JUDICIÁRIO

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Academic year: 2022

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Registro: 2013.0000756489 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0030614-08.2005.8.26.0068, da Comarca de Barueri, em que é apelante MAURICIO ANTONIO DA SILVA, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram parcial provimento ao apelo, a fim de reduzir a sanção penal para quatro anos de reclusão, mais o pagamento de dez dias- multa, bem como para modificar o regime de cumprimento de pena para o semiaberto.V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores RACHID VAZ DE ALMEIDA (Presidente), CARLOS BUENO E FÁBIO GOUVÊA.

São Paulo, 5 de dezembro de 2013.

RACHID VAZ DE ALMEIDA RELATOR

Assinatura Eletrônica

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Relatora: Rachid Vaz de Almeida Apelação: 0030614-08.2005.8.26.0068 Apelante: Mauricio Antonio da Silva

Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo Comarca: Barueri

Juiz de 1ª Instância: Peter Eckschmiedt

EMENTA

APELAÇÃO CRIMINAL ROUBO MAJORADO Conjunto probatório suficiente para manter a condenação Reconhecimento pessoal efetuado pela vítima e confissão judicial, ainda que parcial Desclassificação para o crime de furto tentado Inadmissibilidade Anúncio do assalto com simulação de porte de arma Afastamento da majorante Possibilidade - Regime prisional Modificação, conforme orientação jurisprudencial contida na Súmula 440, do e. STJ PARCIAL PROVIMENTO.

MAURICIO ANTONIO DA SILVA foi condenado a cumprir penas de cinco anos e quatro meses de reclusão, mais o pagamento de treze dias-multa, em regime inicial fechado, pela prática do crime de roubo majorado pelo emprego de arma e concurso de agentes (fls. 224/226).

O acusado apelou buscando a desclassificação para o crime de furto simples (fls. 259/261).

O Ministério Público se manifestou pelo parcial provimento ao apelo, a fim de afastar a causa de aumento (fls. 263/266), no que foi secundado pela Procuradoria-Geral de Justiça (fls. 270/276).

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É O RELATÓRIO.

O apelante foi condenado porque, nas condições descritas na denúncia, mediante grave ameaça exercida com simulação de emprego de arma, subtraiu a quantia de R$ 113,00 pertencente à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM.

A materialidade e a autoria restaram induvidosas.

Segundo apurado, o réu se aproximou da bilheteria e, mediante grave ameaça, anunciou o assalto. As filmagens do local do crime (fls. 07/11) permitiram a identificação do acusado, sendo o mesmo capturado pouco menos de um mês depois dos fatos, oportunidade em que foi reconhecido pelo funcionário da empresa-vítima como autor do roubo (fls. 13).

Silente na delegacia (fls. 14), o réu admitiu a prática delitiva em juízo, conquanto sob a escusa de que não estava armado e de que não intimidou a vítima (fls. 32).

O ofendido, ouvido em juízo, corroborou os fatos descritos na inicial, imputando ao réu a prática do delito. Mais uma vez, o reconheceu como sendo o autor do assalto (fls. 193).

A conduta do acusado se subsume ao delito de roubo, não prosperando a tese defensiva desclassificatória.

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Isto porque, o acusado fez menção de estar armado, colocando a mão sobre a cintura. A vítima foi categórica nesse sentido e somente entregou a quantia em dinheiro porque se sentiu intimidada.

A ameaça perpetrada pelo réu teve o condão de atemorizar o ofendido e, portanto, não há de se falar em crime de furto. Caracterizada a elementar da grave ameaça, tenho como escorreita a capitulação legal, à exceção da majorante do emprego de arma.

Com efeito, o réu simulou o porte de arma de fogo. Porém, não há prova segura de que estivesse efetivamente armado. A vítima não viu a arma de fogo e, de outro lado, o artefato também não aparece nas imagens capturadas no local.

Nesse aspecto, como bem ressaltado pelo Ministério Público, com o endosso da Procuradoria-Geral de Justiça, a causa de aumento referente ao emprego de arma de fogo não restou comprovada durante a instrução, razão pela qual, a majorante deve ser afastada.

A dosimetria comporta reparo.

A pena-base, fixada no mínimo legal, torna-se definitiva nesse quantum à míngua de outras causas ou circunstâncias modificadoras.

O regime prisional deve ser alterado, haja vista que as circunstâncias judiciais não são desfavoráveis ao acusado. Em atenção a

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Súmula 440, do Colendo Superior Tribunal de Justiça, altero o regime de cumprimento de pena para o semiaberto, deixando de estabelecer o mais brando em razão da gravidade concreta do delito, consubstanciada na periculosidade e na ousadia do réu em anunciar o roubo durante o dia e em local de intensa movimentação de pessoas.

Pelo exposto, meu voto é pelo parcial provimento ao apelo, a fim de reduzir a sanção penal para quatro anos de reclusão, mais o pagamento de dez dias-multa, bem como para modificar o regime de cumprimento de pena para o semiaberto.

RACHID VAZ DE ALMEIDA Relatora

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