• Nenhum resultado encontrado

Uma criança é uma criança Proteger as crianças em movimento contra a violência, abusos e exploração

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Uma criança é uma criança Proteger as crianças em movimento contra a violência, abusos e exploração"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

para todas as crianças

Uma criança é uma criança

Proteger as crianças em movimento contra a violência, abusos e exploração

Sumário Executivo

(2)

SUMÁRIO EXECUTIVO

Actualmente, há milhões de crianças em movimento através de fronteiras internacionais – fugindo da violência e de conflitos, de catástrofes naturais ou da pobreza, em busca de uma vida melhor. Centenas de milhares viajam sozinhas. Quando se deparam com poucas alternativas seguras para seguir caminho, as crianças recorrem a rotas perigosas e a contrabandistas para as ajudarem a atravessar fronteiras. As lacunas graves que existem nas leis, políticas e serviços destinados a proteger as crianças em trânsito deixam as crianças refugiadas e migrantes desprovidas de protecção e cuidados. Carenciadas, desenraizadas e muitas vezes sozinhas, as crianças em movimento tornam-se presas fáceis para os traficantes e outros que delas abusam e as exploram.

O número de crianças que se deslocam sozinhas é alarmante

Muitas crianças movimentam-se sozinhas e enfrentam riscos particularmente graves. Em algumas zonas do globo, o número de crianças que viajam sozinhas aumentou exponencialmente. Na perigosa passagem do mar Mediterrâneo Central a partir do Norte de África para a Europa, 92 por cento das crianças que chegaram a Itália em 2016 e nos primeiros dois meses de 2017 não estavam acompanhadas – em 2015 essa percentagem foi de 75 por cento. Em 2015-2016, foram registadas em 80 países pelo menos 300.000 crianças não acompanhadas e separadas que se deslocavam entre fronteiras – quase cinco vezes mais do que em 2010-2011 (66.000). O número total de crianças não acompanhadas e separadas em movimento em todo o mundo é provavelmente muito mais elevado.

Há razões específicas que levam as crianças a lançar-se nestas jornadas sozinhas. Muitas delas procuram juntar-se a membros da família que já vivem noutros países. Outras tentam realizar os anseios das suas famílias que aspiram a que a actual geração de jovens tenha uma vida melhor. As percepções sobre os eventuais benefícios para as crianças que partem, em especial para certos destinos, são disseminados através redes sociais. Outros factores incluem a desestruturação familiar, a violência doméstica, o

casamento precoce e o recrutamento forçado.

Sem percursos seguros e legais, as jornadas das crianças estão pejadas de perigos e exploração

Qualquer que seja a sua motivação, as crianças encontram frequentemente poucas oportunidades para seguir caminho de forma legal. A reunificação familiar, os vistos humanitários e os locais de reinstalação para refugiados, bem como os vistos de trabalho ou de estudante não estão ao alcance da maioria. Mas as barreiras legais à imigração não impedem que as pessoas se desloquem, apenas as levam a recorrer a meios clandestinos.

Nos locais em que as famílias e as crianças desesperadas por migrar encontram obstáculos, o contrabando de seres humanos prospera. Os contrabandistas vão desde indivíduos que ajudam outras pessoas em troca de um determinado montante a redes criminosas organizadas que levam as crianças para situações perigosas e de exploração.

Quando as crianças e as famílias colocam os seus destinos nas mãos de contrabandistas, a transacção pode rapidamente transformar-se numa

situação de abuso ou exploração – especialmente quando incorrem em dívidas para pagar os preços pedidos pelos traficantes. A Europol estima que 20 por cento dos suspeitos de contrabando sob o seu radar têm ligações ao tráfico humano – eles ajudam as crianças a atravessar fronteiras apenas com o intuito de as venderem para exploração, por vezes muito próxima das formas contemporâneas de escravatura.

Algumas rotas são particularmente arriscadas. Num estudo recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de três quartos das 1.600 crianças com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos que chegaram a Itália através da rota do Mediterrâneo Central reportaram experiências como, por exemplo, terem sido detidas contra a sua vontade ou forçadas a trabalhar sem serem pagas em algum momento da sua viagem – o que indica que podem ter sido traficadas ou exploradas de qualquer outra forma. Os traficantes e outros exploradores proliferam especialmente em locais onde as instituições do estado são fracas, onde o crime organizado abunda e onde os migrantes estão retidos e desesperados.

Com a dificuldade dos Estados em gerir as migrações, as crianças escapam entre as lacunas do sistema

Com a chegada de um elevado número de refugiados e migrantes, as crianças que vêm nesses grupos são sistematicamente deixadas em condições que seriam consideradas inaceitáveis para crianças locais. Elas definham em abrigos sobrelotados, acabam em acampamentos improvisados ou expostas aos perigos da vida nas ruas. Por vezes, compatriotas seus obrigam-nas a trabalhar em condições de exploração em troca de abrigo e comida. A desconfiança relativamente às autoridades e o medo da detenção e deportação leva as crianças a não procurarem protecção e apoio. Políticas de fronteira muito rígidas deixam as crianças num limbo e aumentam o risco de exploração

O encerramento de fronteiras e medidas agressivas de retorno fazem com que muitas crianças e suas famílias fiquem retidas em países onde não querem permanecer, onde não são bem-vindas, ou nos quais têm poucas perspectivas. Impossibilitadas de prosseguir ou de voltar para trás, elas ficam encurraladas num limbo prolongado que alimenta a ansiedade, o desespero e a auto-flagelação, como foi documentado entre crianças na Grécia e nas infra-estruturas de controlo australianas em Nauru.

Algumas crianças evitam as autoridades por medo de serem detidas, e ficam a viver nas ruas em condições incríveis, por vezes vendendo sexo ou recorrendo a pequenos delitos para juntarem dinheiro para pagar aos contrabandistas e poderem continuar as suas viagens.

As crianças em movimento são acima de tudo crianças e precisam de protecção

A Convenção sobre os Direitos da Criança protege todas as crianças, onde quer que estejam. Todas as crianças, independentemente do seu estatuto legal, nacionalidade ou ausência desta, têm o direito de ser protegidas contra quaisquer danos, de aceder a serviços essenciais como cuidados de saúde e educação, de estar com as suas famílias e que o seu interesse superior seja o princípio que norteia as decisões que as afectam.

Porém, na prática as crianças em movimento são frequentemente vítimas de violações dos seus direitos devido ao seu estatuto migratório. A forma como são tratadas varia muito de Estado para Estado, e a responsabilidade de zelar por elas recai muitas vezes sobre os países mais pobres. Mesmo crianças que fogem de violência e conflitos muitas vezes não têm a protecção que

precisam, especialmente quando a protecção de refugiados é limitada na lei ou na prática.

Partilhar, não transferir, a responsabilidade de proteger as crianças em movimento

O actual sistema não está a dar resposta às necessidades das crianças refugiadas e migrantes. Os Estados têm a responsabilidade de respeitar os seus direitos e de proteger todas as crianças no seu território, sem excepção. Quando os líderes mundiais adoptaram a Declaração de Nova Iorque sobre Refugiados e Migrantes em Setembro de 2016, reconheceram as

necessidades urgentes e não cumpridas das crianças migrantes vulneráveis – especialmente das crianças não acompanhadas ou separadas – que não preenchem os requisitos necessários para obter protecção internacional como refugiadas e que podem precisar de assistência.

É tempo de agir agora.

Os direitos das crianças não estão confinados às fronteiras nacionais. Onde quer que os conflitos ou as catástrofes, a negligência, os abusos e a marginalização levem as crianças a deslocar-se, os seus direitos

(3)

Actualmente, há milhões de crianças em movimento através de fronteiras internacionais – fugindo da violência e de conflitos, de catástrofes naturais ou da pobreza, em busca de uma vida melhor. Centenas de milhares viajam sozinhas. Quando se deparam com poucas alternativas seguras para seguir caminho, as crianças recorrem a rotas perigosas e a contrabandistas para as ajudarem a atravessar fronteiras. As lacunas graves que existem nas leis, políticas e serviços destinados a proteger as crianças em trânsito deixam as crianças refugiadas e migrantes desprovidas de protecção e cuidados. Carenciadas, desenraizadas e muitas vezes sozinhas, as crianças em movimento tornam-se presas fáceis para os traficantes e outros que delas abusam e as exploram.

O número de crianças que se deslocam sozinhas é alarmante

Muitas crianças movimentam-se sozinhas e enfrentam riscos particularmente graves. Em algumas zonas do globo, o número de crianças que viajam sozinhas aumentou exponencialmente. Na perigosa passagem do mar Mediterrâneo Central a partir do Norte de África para a Europa, 92 por cento das crianças que chegaram a Itália em 2016 e nos primeiros dois meses de 2017 não estavam acompanhadas – em 2015 essa percentagem foi de 75 por cento. Em 2015-2016, foram registadas em 80 países pelo menos 300.000 crianças não acompanhadas e separadas que se deslocavam entre fronteiras – quase cinco vezes mais do que em 2010-2011 (66.000). O número total de crianças não acompanhadas e separadas em movimento em todo o mundo é provavelmente muito mais elevado.

Há razões específicas que levam as crianças a lançar-se nestas jornadas sozinhas. Muitas delas procuram juntar-se a membros da família que já vivem noutros países. Outras tentam realizar os anseios das suas famílias que aspiram a que a actual geração de jovens tenha uma vida melhor. As percepções sobre os eventuais benefícios para as crianças que partem, em especial para certos destinos, são disseminados através redes sociais. Outros factores incluem a desestruturação familiar, a violência doméstica, o

casamento precoce e o recrutamento forçado.

Sem percursos seguros e legais, as jornadas das crianças estão pejadas de perigos e exploração

Qualquer que seja a sua motivação, as crianças encontram frequentemente poucas oportunidades para seguir caminho de forma legal. A reunificação familiar, os vistos humanitários e os locais de reinstalação para refugiados, bem como os vistos de trabalho ou de estudante não estão ao alcance da maioria. Mas as barreiras legais à imigração não impedem que as pessoas se desloquem, apenas as levam a recorrer a meios clandestinos.

Nos locais em que as famílias e as crianças desesperadas por migrar encontram obstáculos, o contrabando de seres humanos prospera. Os contrabandistas vão desde indivíduos que ajudam outras pessoas em troca de um determinado montante a redes criminosas organizadas que levam as crianças para situações perigosas e de exploração.

Quando as crianças e as famílias colocam os seus destinos nas mãos de contrabandistas, a transacção pode rapidamente transformar-se numa

situação de abuso ou exploração – especialmente quando incorrem em dívidas para pagar os preços pedidos pelos traficantes. A Europol estima que 20 por cento dos suspeitos de contrabando sob o seu radar têm ligações ao tráfico humano – eles ajudam as crianças a atravessar fronteiras apenas com o intuito de as venderem para exploração, por vezes muito próxima das formas contemporâneas de escravatura.

Algumas rotas são particularmente arriscadas. Num estudo recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de três quartos das 1.600 crianças com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos que chegaram a Itália através da rota do Mediterrâneo Central reportaram experiências como, por exemplo, terem sido detidas contra a sua vontade ou forçadas a trabalhar sem serem pagas em algum momento da sua viagem – o que indica que podem ter sido traficadas ou exploradas de qualquer outra forma. Os traficantes e outros exploradores proliferam especialmente em locais onde as instituições do estado são fracas, onde o crime organizado abunda e onde os migrantes estão retidos e desesperados.

Com a dificuldade dos Estados em gerir as migrações, as crianças escapam entre as lacunas do sistema

Com a chegada de um elevado número de refugiados e migrantes, as crianças que vêm nesses grupos são sistematicamente deixadas em condições que seriam consideradas inaceitáveis para crianças locais. Elas definham em abrigos sobrelotados, acabam em acampamentos improvisados ou expostas aos perigos da vida nas ruas. Por vezes, compatriotas seus obrigam-nas a trabalhar em condições de exploração em troca de abrigo e comida. A desconfiança relativamente às autoridades e o medo da detenção e deportação leva as crianças a não procurarem protecção e apoio. Políticas de fronteira muito rígidas deixam as crianças num limbo e aumentam o risco de exploração

O encerramento de fronteiras e medidas agressivas de retorno fazem com que muitas crianças e suas famílias fiquem retidas em países onde não querem permanecer, onde não são bem-vindas, ou nos quais têm poucas perspectivas. Impossibilitadas de prosseguir ou de voltar para trás, elas ficam encurraladas num limbo prolongado que alimenta a ansiedade, o desespero e a auto-flagelação, como foi documentado entre crianças na Grécia e nas infra-estruturas de controlo australianas em Nauru.

Algumas crianças evitam as autoridades por medo de serem detidas, e ficam a viver nas ruas em condições incríveis, por vezes vendendo sexo ou recorrendo a pequenos delitos para juntarem dinheiro para pagar aos contrabandistas e poderem continuar as suas viagens.

As crianças em movimento são acima de tudo crianças e precisam de protecção

A Convenção sobre os Direitos da Criança protege todas as crianças, onde quer que estejam. Todas as crianças, independentemente do seu estatuto legal, nacionalidade ou ausência desta, têm o direito de ser protegidas contra quaisquer danos, de aceder a serviços essenciais como cuidados de saúde e educação, de estar com as suas famílias e que o seu interesse superior seja o princípio que norteia as decisões que as afectam.

Porém, na prática as crianças em movimento são frequentemente vítimas de violações dos seus direitos devido ao seu estatuto migratório. A forma como são tratadas varia muito de Estado para Estado, e a responsabilidade de zelar por elas recai muitas vezes sobre os países mais pobres. Mesmo crianças que fogem de violência e conflitos muitas vezes não têm a protecção que

precisam, especialmente quando a protecção de refugiados é limitada na lei ou na prática.

Partilhar, não transferir, a responsabilidade de proteger as crianças em movimento

O actual sistema não está a dar resposta às necessidades das crianças refugiadas e migrantes. Os Estados têm a responsabilidade de respeitar os seus direitos e de proteger todas as crianças no seu território, sem excepção. Quando os líderes mundiais adoptaram a Declaração de Nova Iorque sobre Refugiados e Migrantes em Setembro de 2016, reconheceram as

necessidades urgentes e não cumpridas das crianças migrantes vulneráveis – especialmente das crianças não acompanhadas ou separadas – que não preenchem os requisitos necessários para obter protecção internacional como refugiadas e que podem precisar de assistência.

É tempo de agir agora.

Os direitos das crianças não estão confinados às fronteiras nacionais. Onde quer que os conflitos ou as catástrofes, a negligência, os abusos e a marginalização levem as crianças a deslocar-se, os seus direitos

(4)

UMA AGENDA PARA A ACÇÃO

Proteger as crianças desenraizadas da exploração e da violência

As crianças refugiadas e migrantes são extremamente vulneráveis a violência e abusos, e a cair nas malhas de contrabandistas e mesmo a serem escravizadas por traficantes. A UNICEF pede que sejam criados mais canais seguros e legais para as crianças que migram e procuram refúgio. Combater

o tráfico, reforçar os sistemas de protecção infantil e alargar o acesso a informação e assistência podem ajudar a manter as crianças em segurança. As crianças e as famílias não deviam nunca ser obrigadas a retornar para terem de enfrentar perseguições ou perigo de vida nos seus países de origem.

Pôr fim à detenção de crianças migrantes e refugiadas mediante a criação de alternativas práticas

A detenção é prejudicial para a saúde e bem-estar das crianças e pode afectar profundamente o seu desenvolvimento. A UNICEF faz apelo à

adopção de alternativas práticas. As crianças não acompanhadas e separadas devem ser colocadas em acolhimento familiar, condições de vida independente supervisionada, ou outras modalidades de vida assentes na comunidade. As crianças não devem ser detidas em estabelecimentos de adultos.

Manter as famílias juntas e dar às crianças um estatuto legal

As crianças que viajam sozinhas ou que foram separadas das suas famílias são uma presa mais fácil e mais vulneráveis a violência e abusos. A

UNICEF apela à adopção de políticas mais sólidas para evitar que as crianças sejam separadas dos seus pais e outros membros da família em trânsito; e a procedimentos mais céleres para reunificar as crianças com as suas famílias, incluindo nos países de destino. Todas as crianças precisam de uma identidade legal e devem ser registadas à nascença.

(5)

UMA AGENDA PARA A ACÇÃO

Ajudar a manter as crianças desenraizadas na escola e saudáveis

Muitas crianças refugiadas e migrantes não têm acesso à educação, e muitas delas a cuidados de saúde e outros serviços essenciais. A UNICEF

apela a mais esforços coordenados por parte dos governos, das comunidades e do sector privado para proporcionarem às crianças desenraizadas acesso a uma educação e a serviços de saúde, e a abrigo, nutrição, água e saneamento. O estatuto migratório de uma criança não deve, em caso algum, ser um obstáculo para aceder a serviços básicos.

Pressionar para que sejam tomadas medidas para combater as causas que levam as crianças a abandonar as suas casas

Conflitos prolongados, violência persistente, pobreza e carências levam milhões de crianças a deixar as suas casas. A UNICEF apela a um maior

empenho para proteger as crianças de conflitos e combater as causas subjacentes à violência e à pobreza, incluindo através do acesso à educação, do reforço dos sistemas de saúde e protecção e das redes de segurança social, da criação de mais oportunidades em matéria de rendimento familiar e emprego jovem, e da promoção da resolução pacífica de conflitos e da tolerância.

Combater a xenofobia e a discriminação

As crianças desenraizadas são frequentemente vítimas de discriminação, xenofobia e estigma quer durante os seus percursos quer nos locais de destino. Todos temos um papel a desempenhar no acolhimento de crianças desenraizadas nas nossas cidades e comunidades. A UNICEF apela aos

dirigentes locais, grupos religiosos, ONG, meios de comunicação e sector privado para que ajudem a combater a xenofobia e a promover o entendimento entre as crianças e famílias desenraizadas e as comunidades de acolhimento. Os governos devem também tomar medidas mais robustas para combater a discriminação e a marginalização nos países de trânsito e de destino.

(6)

Números seleccionados de crianças não acompanhadas ou separadas em 2015 e 2016 O número de crianças em movimento sozinhas é alarmante

América do Sul América do Norte África Ásia Europa 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 0 20 40 60 80 100 120 Milhares 18 16 24 39 69 40 60 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 11 13 14 14 25 66 104 0 20 40 60 80 100 120 Milhares 90.000 170.000 100.000 19.000 2010 2011 2012 2013 2014 2015 0 20 40 60 Milhares 4 5 8 11 10 19

Nota: Os números de crianças não acompanhadas ou separadas neste

mapa não podem ser agregados com o fim de obter resultados globais dado poder haver sobreposições entre os grupos descritos abaixo.

crianças não acompanhadas ou separadas pediram asilo na Europa em 2015 e 2016

160.000 crianças não acompanhadas ou separadas pediram asilo na Europa em 2015 e 2016

Nota: “Europa” refere-se aos 28 Estados-Membros da União Europeia e aos quatro países da Associação Europeia de Comércio Livre. Relativamente a 2016, estavam apenas disponíveis dados referentes a 15 países: compreendendo 92% das crianças não acompanhadas ou separadas em 2015. Os dados incluem apenas as crianças requerentes de um primeiro pedido de asilo. Fonte: Eurostat, 2017

crianças não acompanhadas ou separadas pediram asilo noutros países em 2015

Número de crianças não acompanhadas ou separadas que pediram asilo noutros países, 2010-2015

Nota: “Outros” refere-se a países não europeus, cujos dados estão disponíveis (entre 37 e 53 países entre 2010 e 2015).

Fonte: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 2017 crianças não acompanhadas ou

separadas deslocadas

internamente e além-fronteiras no Corno de África em 2015 Nota: Inclui pessoas deslocadas internamente, requerentes de asilo e refugiados no Djibuti, na Eritreia, na Etiópia, no Quénia, na Somália, no Sudão e no Sudão do Sul.

Fonte: Secretaria da Migração Mista Regional (Regional Mixed Migration Secretariat), 2016

crianças não acompanhadas ou separadas foram detidas na fronteira entre o México e os EUA em 2015 e 2016

Número de crianças não acompanhadas ou separadas que foram detidas pelas autoridades na fronteira sudoeste dos EUA, 2010-2016

Nota: Os dados do Serviço de Alfândegas e Protecção de Fronteiras dos Estados Unidos referem-se a anos fiscais, que vão de Outubro a Setembro – e representam o ano em que termina.

Fonte: Serviço de Alfândegas e Protecção de Fronteiras dos Estados Unidos, 2016 a 2017.

(7)

2014 2015 2016 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0 Mortes de migrantes registadas a nível mundial desde 2014

Mais de 21.000 migrantes morreram ao longo das principais rotas de migração mista desde 2014

Mediterrâneo América

do Norte Corno de África SudoesteAsiático Outras regiões Mortes de migrantes registadas por ano e região, 2014-2016

Fronteira EUA-México Nota: Cada círculo representa um incidente com número de mortes variável: 1 –9

mortes (n=1900), 10 –99 mortes (n=262), 100 –750 mortes (n=40), onde n representa o número de incidentes.

Fonte: Missing Migrants Project, Organização Internacional para as Migrações (OIM),

(8)

2015

24%

2016−2017 17.459

Europa3

Sérvia Bulgária Turquia Iraque Síria 58.000 euros

90%

Pago em sistema hawala220% 16% Outro13% Pago em dinheiro 52%

Métodos de pagamento preferidos para serviços de facilitação

$

O contrabando de migrantes prolifera no mundo, onde os regimes de controlo de fronteiras são rígidos, as oportunidades de travessia legal são escassas e as famílias e crianças estão ansiosas ou desesperadas por partir1

Fonte: Europol, Contrabando de Migrantes na UE, 2016: Relatório conjunto Europol-INTEROL sobre Redes de Contrabando de Migrantes, 2016.

Os valores cobrados por contrabandistas de migrantes variam significativamente, dependendo do país de origem e da rota para a Europa Estima-se que 90% dos migrantes irregulares que

entraram na Europa em 2015 recorreram ao serviço de facilitadores em algum ponto da sua viagem. Na maioria dos casos, estes foram prestados por redes de

contrabando de migrantes

A Europol tem informação sobre quase 40.000 contrabandistas suspeitos

Pago pela família na Europa

17.459 novos suspeitos de contrabando de migrantes foram identificados entre Janeiro de 2016 e Janeiro de 2017 - um aumento de 24% a desde 2015.

Os serviços de facilitadores prestados por redes de contrabando de migrantes para entrarem ou se movimentarem no interior da UE geraram 4.7 e 5.7 mil milhões de euros em 2015.

Uma família de cinco pessoas do Afeganistão pode pagar

8.000-11.000 euros...4

... enquanto o valor pago por uma família de oito pessoas da Síria pode chegar a 58.000 euros5 Destino na

Europa

1 Europol, Contrabando de Migrantes na UE, 2016: Relatório conjunto Europol-INTEROL sobre Redes de Contrabando de Migrantes, 2016.

2 O sistema hawala consiste no pagamento de determinado montante a um agente que posteriormente dá instruções a um segundo agente localizado noutro local, para pagar ao receptor final.

3 Centro Europeu para o Contrabando de Migrantes, ‘Relatório de Actividades: Primeiro ano, Janeiro 2016 a Janeiro de 2017’, Nível de Protecção Básico da Europol , Centro da Europol para o Contrabando de Migrantes 2017. 4 Christoper Tidey em entrevista a Maroof (nome alterado), num campo em Pikpa, Lesbos, Grécia, 14 de Março de 2017.

(9)

Estudos recentes indicam que1:

75%

Norte de África e Médio Oriente 8 países = 10% = 10% África Subsariana 11 países Américado Norte 3 países AméricaCentral e Caraíbas 10 países Américado Sul 9 países ÁsiaOriental e Pacífico 8 países

Europa do Leste e Ásia Central 8 países

Europa Central e SudesteEuropeu 14 países

Oestee Sulda Europa 16 países Adultos: 75% Crianças:25% Adultos: 36% Crianças:64% Adultos: 81% Crianças:19% Adultos: 38% Crianças:62% Adultos: 61% Crianças:39% Adultos: 68% Crianças:32% Adultos: 92% Crianças:8% Adultos: 74% Crianças:26% Adultos: 75% Crianças:25%

Percentagens de adultos e crianças entre as vítimas de tráfico detectadas, por região, 2014 (ou mais recente) Para as crianças em movimento, o tráfico representa um sério risco

As crianças representam dois terços das vítimas de tráfico detectadas em algumas regiões

64% 62%

28%

75% das crianças entre os 14 e os 17 anos de idade que chegam a Itália pela rota do Mediterrâneo Central

responderam“sim”

Cerca de 20% das que chegam à Grécia pela rota do Mediterrâneo Oriental responderam “sim”

… a pelo menos um dos cinco indicadores associados ao tráfico e outras práticas de exploração – como serem forçadas a trabalhar ou retidas contra a sua vontade.

As crianças perfazem mais de um quarto das vítimas de tráfico detectadas no mundo em 2014.

Os países da África Subsariana e América Central e Caraíbas detectaram muito mais crianças vítimas do que adultos. Em 2014, as crianças representavam:

64% das vítimas de tráfico detectadas na África Subsariana.

… e 62% na América Central e Caraíbas.

(10)

Outros 8% 20% 8% Exploração sexual 54% Trabalho forçado 38% Trabalho forçado 20% Outros8% Exploração sexual 72% Trabalho forçado 86% Outros7% Exploração sexual 7%

Percentagens de crianças entre as vítimas de tráfico detectadas, por género, anos seleccionados

= 1% = 1% 2004 2006 2009 2011 2014 Raparigas:10% Rapazes: 3% Raparigas:13% Rapazes: 9% Raparigas:17% Rapazes: 10% Raparigas:21% Rapazes: 13% Raparigas:20% Rapazes: 8%

Nenhum país está imune ao tráfico humano

As raparigas representam uma maior percentagem das vítimas de tráfico detectadas do que os rapazes

As principais formas de exploração entre as vítimas de tráfico detectadas diferem segundo o género

As raparigas perfazem 20% das vítimas de tráfico detectadas em 2014, e os rapazes constituem 8%.

As principais formas de exploração entre as vítimas de tráfico do género feminino

detectadas

As principais formas de exploração entre as vítimas masculinas de tráfico detectadas

As vítimas de tráfico são exploradas de várias formas: no geral, as formas de exploração mais comummente detectadas são o tráfico para:

As vítimas são traficadas no interior dos países, entre países vizinhos e entre continentes. Em 2012 – 2014:

Mais de 500 fluxos de tráfico diferentes foram detectados.

Mais de 60.000 vítimas foram detectadas em mais de 100 países e territórios.2 Muitas outras continuam por detectar.

Uma grande maioria das vítimas – 57% – são traficadas

através de no mínimo uma fronteira internacional.3

2 O número total de vítimas de tráfico humano permanece desconhecido, dados os desafios na recolha de dados – em especial nas populações escondidas não detectadas por funcionários governamentais e organizações relevantes. Os últimos dados globais disponíveis sobre casos de tráfico detectados referem-se ao período de 2012 – 2014. O número real pode considerar-se significativamente mais elevado.

3 Dados de casos de tráfico detectados em 2012 – 2014.

(11)

Referências

Documentos relacionados

Tal levantamento ocorreu nos anos de 2018 a 2019, envolvendo uma média de trinta e seis (36) crianças das três localidades. Passemos agora para um panorama ainda que aligeirado

Espera-se, ao final da pesquisa, uma compreensão da infância e do ser criança como modulações culturais; daí irá se originar a produção de um texto (tese) que tem como propósito

Com esta nova realidade chega também uma estranha sensação de que os conceitos e as asserções que considerávamos firmes e inabaláveis estão a sofrer um processo de

Com o tempo, outras crianças e adolescentes se juntaram ao nosso grupo, inclusive meus netos. Nin- guém é músico profissional aqui. Tudo que precisa para integrar a equipe é

O consenso sobre o conceito de letramento é, atualmente, cercado por um contexto ideológico que importa, sobretudo, aos que se preocupam com a avaliação da alfabetização, com

Para compreender a dimensão do trabalho a ser feito com a linguagem oral na escola, é importante ao professor conhecer como as crianças aprendem a falar e a se comunicar, e qual é

No âmbito do Relatório de Estágio contextualizado no decorrer da Prática de Ensino Supervisionado em Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico, com a finalidade

Gráfico 48 - Comparação dos tipos de erro cometidos entre o pré-teste (num total de 7 respostas erradas) e o pós-teste (num total de 2 respostas erradas) no item nº 6..