• Nenhum resultado encontrado

A ARQUITETURA CIVIL RESIDENCIAL COLONIAL BRASILEIRA TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II TH 2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A ARQUITETURA CIVIL RESIDENCIAL COLONIAL BRASILEIRA TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II TH 2"

Copied!
75
0
0

Texto

(1)

A A RQUITETURA C IVIL R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

TEORIA, HISTÓRIA E CRÍTICA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II – TH 2

(2)

A C ASA U RBANA

(3)

A RQ . R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A ARQUITETURA URBANA DEPENDE DO LOTE EM QUE ESTÁ IMPLANTADA.

Geralmente de traçado irregular, lotes com testada estreita e grande profundidade. Não há afastamentos entre os edifícios. A arquitetura define a rua.

Cidade de Goiás – Rua Dom Cândido

(4)

Durante o período colonial o lote urbano tem suas

características bem definidas.

Ruas uniformes, sem calçamentos;

Construções no

alinhamento das vias e paredes laterais sobre os limites dos terrenos;

As casas eram urbanas ou

rurais – não haviam casas

urbanas recuadas e com

jardins.

(5)

Padronizações com relação às fachadas:

dimensões e número de aberturas, altura dos pavimentos e alinhamentos com as edificações vizinhas – Cartas Régias ou posturas municipais.

Mesmo os palácios dos governadores, na Bahia, Rio de Janeiro e Belém, eram construídos no

alinhamento das vias públicas.

Paço Imperial.

Rio, 1743

(6)

A UNIFORMIDADE DOS TERRENOS CORRESPONDIA À UNIFORMIDADE DOS

PARTIDOS ARQUITETÔNICOS.

Mesmo internamente é possível observar a

repetição de modelos: a sociedade era bastante homogênea.

A casa urbana no Brasil colonial seguia um único padrão, determinado por questões parcelárias e ambientais.

Quanto ao sistema parcelário, o lote urbano era

sempre estreito e profundo, variando a largura

de 5 a 8 metros

(7)

AS RUAS

Este esquema envolvia a própria ideia que se fazia de via pública.

Numa época em que as ruas ainda não tinham calçamento, nem havia passeios – recursos mais recentes de definição e

aperfeiçoamento do tráfego – não seria possível pensar em

ruas sem prédios (ruas sem edificações

definidas por cercas

eram as estradas).

(8)

As ruas eram o traço de união entre conjuntos de prédios e por eles era definida espacialmente.

Nesta época eram ainda desconhecidos os

equipamentos de precisão de topografia e os traçados das ruas eram feitos por meio de cordas e estacas.

Não poderiam ser mantidos por muito tempo se não

fossem feitas edificações.

(9)

A CASA URBANA

A impressão de monotonia era ainda acentuada pela

ausência de verde.

Com a falta de jardins, acentuava-se a impressão de

concentração, somente atenuada quando os galhos dos pomares derramavam-se

sobre os muros.

(10)

A CASA URBANA

As casas eram alinhadas pela divisa frontal e geminadas nos dois lados – casas em correnteza –criando a

chamada rua corredor.

Isto em parte se deve à precariedade das técnicas construtivas.

Sabendo-se que a taipa de pilão, ou o pau-a-pique eram vulneráveis à chuva, um dos modos de protegê-las das intempéries era colar empena com empena, restando apenas duas fachadas expostas.

Os beirais e varandas se incumbiam da proteção destas.

(11)

Os mais importantes fatores determinantes das

formas arquitetônicas de nossa arquitetura colonial são de ordem econômica e técnica.

A escolha das técnicas construtivas, muitas vezes a sua má realização, e a relativa fragilidade das nossas construções têm sua explicação na escassez de

recursos alocados na construção mesmo dos mais importantes edifícios.

Somente a partir de 1630 aproximadamente podemos falar de algum padrão mais definitivo com relação à construção. É nessa época, por exemplo, que a

cobertura vegetal começa a ser substituída pela telha cerâmica.

No desenho a seguir estão representados os tipos

mais utilizados:

(12)

Meia água Telhado de

duas águas

Telhado de quatro águas

Telhado de quatro águas com lanternim

Claustro

Pavilhão em L

Varanda Alpendrada

Varanda Puxada

(13)

A “meia-água” (1) era geralmente utilizada em construções de menor

importância, como o rancho e a cozinha.

O telhado de duas águas (2) era muito utilizado em

construções urbanas, sobretudo em casa

geminadas, um padrão dos mais comuns nas cidades, nas casas de porta e janela, meia-morada, sobrados, etc.

O madeiramento do telhado, neste caso consistia apenas nas terças transversais e

caibros.

(14)

O telhado de quatro águas (3) era a cobertura mais

comum nos pavilhões, o tipo construtivo mais utilizado

para construções de maior porte, como casas-grandes, equipamentos públicos

menores e mansões.

Uma variante deste é o telhado de quatro águas com lanternim (4), que objetivava melhor

iluminação e ventilação do

telhado, bem como o uso

alternativo desta área.

(15)

O claustro (5) era a forma preferida para

construções que aspiravam maior monumentalidade.

Com as limitações de

largura impostas pelas

técnicas construtivas,

desde que os vão eram

vencidos apenas com

vigas de madeira, o que

determinava uma largura

de algo em torno de 6 m

para as alas,

(16)

e ainda a necessidade de melhor iluminação e

ventilação dos compartimentos

praticamente impunha o pátio central.

Esta solução era bem adequada para edifícios de maior porte, como

palácios, paços, e outras construções maiores para equipamentos públicos.

Eram colocados sempre em centro de terreno,

assim como os pavilhões.

(17)

O pavilhão composto em forma de “L” (6) era uma solução intermediária entre o pavilhão e o claustro. Era utilizada quando se dispunha de terrenos de boa largura para casas-grandes, mansões urbanas, etc.

A varanda alpendrada (7) ou puxada (8) era solução comum em todos os

partidos, desde a casa

mais simples do sertanejo

até as mais sofisticadas.

(18)

A casa mais simples que poderemos encontrar é a

chamada casa de porta e janela, composta apenas de sala, quarto, varanda e cozinha.

A circulação para os compartimentos dos fundos se dá

pelo quarto. Considere-se porém que nenhuma pessoa

não pertencente ao convívio familiar era admitida para

além da sala.

(19)
(20)

Variações podem acontecer com o acréscimo de alcovas, compartimento do qual não temos

conhecimento, mas que era muito comum,

atendendo aos padrões de então de preservação da intimidade e proteção da família.

Hoje pensamos que nenhum compartimento

habitável pode prescindir de um vão de iluminação e ventilação.

Este, porém, é uma ideia recente, criado pelos higienistas do século XIX.

Estes propuseram a substituição do conceito de

ventilação química (volume de ar por pessoa) dos

compartimentos então adotado pelo conceito de

ventilação física (circulação de ar).

(21)

A setorização de usos bastante clara, que se reproduz até mesmo nos sobrados.

Cidade de Goiás – Rua Dom Cândido, 37

(22)

Casa à Rua Dom Cândido, 37 – Goiás. 01. corredor; 02. sala, também destinada ao comércio em alguns casos; 03.

alcovas; 04. varanda; 05. dependências (cozinha,

alojamentos, depósitos); 06. banheiro (intervenção recente);

07.quintal próximo

02 02

03

03 03 04

05 05 06 05

01 07

(23)

Os exemplares mais ricos acentuavam

esta tendência:

maiores dimensões, maior número de peças, sem chegar a caracterizar um tipo

distinto de habitação.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(24)

As coberturas eram em telhados de duas águas, lançando parte das águas de chuva sobre a rua e outra para o quintal.

Evitava-se, deste modo, o uso de calhas ou qualquer sistema de captação e condução de águas pluviais.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(25)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

O SOBRADO

Distinção importante a

respeito do termo sobrado – no início designava um

espaço que “sobrou”, acima do forro (sótão) ou abaixo do soalho (porão habitável).

Geralmente abrigavam lojas destinadas ao comércio no térreo e a moradia nos

pavimentos superiores.

(26)

O SOBRADO

• O sobrado urbano, um dos tipos de residência mais persistentes de nossa história da habitação individual.

• O termo sobrado hoje em dia designa o prédio com mais de um pavimento, não pressupondo a existência de pisos intermediários.

• Acrescentaríamos que o número de pavimentos

de um sobrado é geralmente dois, e não mais que

três.

(27)

As repetições não se davam somente nas

fachadas,

mostrando que os padrões oficiais

apenas completavam uma tendência espontânea, as plantas, deixadas ao

gosto dos proprietários apresentavam

sempre uma

grande monotonia.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(28)

As salas de frente e as lojas

aproveitavam as aberturas

sobre a rua, ficando as aberturas dos

fundos para a iluminação dos

cômodos de permanência das

mulheres

e locais de trabalho.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(29)

Entre estas partes de iluminação natural ficavam as alcovas, destinadas

à permanência à noite, onde dificilmente penetrava a luz

natural.

A circulação se dava por um corredor

longitudinal que conduzia da porta

de entrada aos fundos.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(30)

Esse corredor era central (nas casas maiores) ou

encostado a uma das

paredes laterais (nas casas menores).

1. Loja

2. Corredor de entrada independente da loja 3. Salão

4. Alcovas

5. Sala de estar ou varanda

6. Cozinha e serviços

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(31)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(32)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

(33)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

O SOBRADO

Dos mais antigos no Brasil temos aqueles conhecidos sobrados o da a casa nº 28, da rua do Amparo e a casa nº 7 do Pátio de São Pedro, ambos em Olinda, e

datando provavelmente das primeiras décadas do século XVII.

Sobrado na rua do Amparo, Olinda

(34)

Sobrado na rua do Amparo, Olinda

• Trata-se de uma casa situada em terreno com grande aclive, razão porque o pavimento inferior, da rua do Amparo é bem menor.

• Temos aí a loja de comércio.

• Geralmente, nas áreas mais povoadas dos centros urbanos, o pavimento inferior era dedicado ao comércio.

• A casa de residência se desenvolve unicamente no

sobrado, onde temos a sala, o santuário, as alcovas e

nos fundos a sala de jantar e cozinha, dando o quintal

para a ladeira da Misericórdia.

(35)
(36)

Casa n.7, Pátio de São Pedro, Olinda

• No sobrado do Pátio de São Pedro temos um programa mais completo, pois se trata não somente de terreno plano como também de um lote de esquina.

• A planta apresentada reflete possivelmente as transformações de uso atualizadas, pois nota-se uma casa já melhor equipada.

• Temos no pavimento térreo uma loja melhor dotada

de espaços, com armazém e grande depósito, e os

compartimentos dos fundos servindo à residência,

com a sala de engomar, um compartimento que

somente desaparece das casas brasileiras com o século

XX já avançado, e a senzala urbana, que se

transformou em quarto de criado.

(37)

Casa n.7, Pátio de São Pedro, Olinda

• Já temos ai banheiro e W.C., integrados ao corpo da construção, embora com acesso por fora.

• No pavimento superior, por se tratar de uma casa de esquina. temos quartos, uma alcova e a camarinha, pequena alcova ou quarto.

• A técnica construtiva destes sobrados é a mais

simples do período colonial, utilizando-se nas

paredes o pau-a-pique, a taipa de pilão ou

alvenaria de adobe ou tijolos cerâmicos,

dependendo do local.

(38)

O SOBRADO

• As coberturas eram de telha cerâmica sobre madeiramento que raramente incluía tesouras, sendo mais comum apenas terças e caibros.

• O piso intermediário era sempre de frisos de madeira sobre peças transversais.

• Em alguns casos fazia-se um piso suplementar

ocupando todo o espaço disponível ou apenas parte

dele.

(39)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Outras variações correspondiam ao aparecimento de

águas furtadas ou camarinhas. Mesmo assim, colocados

de forma a evitar a necessidade de rufos ou calhas.

(40)

Portas

Portada da Igreja de São Francisco de Assis, por Antônio Francisco Lisboa.

Ouro Preto/MG.

Porta com folhas de pinázios.

A

RQUITETURA

R

ESIDENCIAL

C

OLONIAL

B

RASILEIRA

(41)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

AS CASAS TÉRREAS x OS SOBRADOS

As diferenças fundamentais entre a casa térrea e o sobrado consistiam no tipo de piso: assoalhado no

sobrado e de “chão batido” na casa térrea.

Além disso, habitar um sobrado significava riqueza e uma casa térrea, pobreza. Por esta razão, os pavimentos térreos dos sobrados, quando não eram utilizados

como lojas, deixavam-se para acomodação dos

escravos e animais ou ficavam quase vazios.

(42)

T

ERRA

B

ATIDA

Sítio do Padre Inácio. Cotia – SP (1690)

LADRILHOS DE BARRO

Casa da Hera;

Vassouras – RJ (séc. XIX)

Tabuado corrido

(43)

JANELAS

A

RQUITETURA

R

ESIDENCIAL

C

OLONIAL

B

RASILEIRA

(44)

T IPOS DE VERGAS

Janelas com verga reta Verga em

arco de círculo

Verga

redonda ou arco pleno

Vergas ogivais

Vergas triangulares

A

RQUITETURA

R

ESIDENCIAL

C

OLONIAL

B

RASILEIRA

(45)

C ASA RURAL

(46)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

AS CHÁCARAS

Esta era um outro tipo de mora urbana que localizava-se na periferia dos centro urbanos com o intuito de

oferecer maior comodidade às famílias.

Conseguiam reunir as vantagens de localização com as de abastecimento dos serviços das casas rurais.

Solução preferida pelas famílias abastadas, onde

realizavam por meio do cultivo de aves e porcos, pomares, legumes, hortaliças; os quais contavam com a presença de

curso d’água.

Assim, essas famílias utilizavam-se da chácara no dia-a-

dia e as casas urbanas em ocasiões especiais.

(47)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

O PROGRAMA DE NECESSIDADES

A invariabilidade da casa urbana correspondia a um padrão de vida ou modo de vida na sociedade colonial

que, “imutável” por razões sociais, econômicas e culturais, sustentava programa de necessidades muito

semelhantes às casa rurais.

Em correspondência quase que direta, constatam-se zonas bem definidas, que recebiam dimensionamentos e

tratamentos arquitetônicos diferenciados:

Área social, área íntima e área de serviços.

(48)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

O PROGRAMA DE NECESSIDADES

A área social – sala – era o ambiente onde se procedia o contato do mundo doméstico com o mundo exterior, era

lugar dos contatos sociais. Domínio do homem, do chefe da família, ela podia receber ornatos e decorações mais

elaborados, distinguido-a do restante da casa, que era restrito ao mundo familiar.

A área íntima – alcovas e varanda – (sala do convívio

familiar) eram domínio das mulheres e dos filhos.

(49)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

O PROGRAMA DE NECESSIDADES

A área de serviços – cozinha, despensa, quartos de serviços e o quintal – (situados fora da casa ou como

apêndice dela) eram espaços, senão exclusivos,

fundamentalmente de escravos. Estes ambientes eram extremamente despojados e neles não se econtravam

intenções de animação do espaço.

Vão distinguir entre si, a casa urbana da rural, nos traços predominantes do espaço construído, a constância formal

e estética, funcional e construtiva. De acordo com as

necessidades do campo alguns ambientes serão incluídos.

(50)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA BANDEIRISTA OU RURAL

Sítio do Padre Inácio. Cotia – SP (1690)

(51)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA BANDEIRISTA OU RURAL

Aspectos importantes sobre o programa de necessidades da casa bandeirista:

* Mantem-se praticamente inalterado por cerca de dois séculos;

* Poucas diferenças entre as casas rurais e as urbanas;

* Importância do resguardo da família – segregação da mulher;

* União da experiência indígena com a tradição

portuguesa.

(52)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA BANDEIRISTA OU RURAL

Fatores condicionantes do partido arquitetônico (forma) da casa bandeirista

- Influência Indígena: agenciamento das dependências de serviço (espalhadas em torno da casa principal);

- A hospitalidade (obrigação social): necessidade de quarto de hóspedes com acesso independente;

- Presença das capelas integradas e independes do corpo da casa.

- Faixa de recepção: corredor situado junto à fachada.

(53)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Sítio Santo Antônio.

São Roque – SP (1640)

A casa do Sítio de Santo Antônio foi construída em 1640, por Pedra Vaz de Barros.

Originalmente possuía oratório interno, mas em 1681 foi dada provisão para a construção da capela. No século XIX pertencia a Antônio Joaquim da Rosa, Barão de Piratininga.

(54)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Sítio Santo Antônio.

São Roque – SP (1640)

A capela, a pequena distância da casa, é também de taipa de pilão sobre embasamento de pedra

Talvez o mais belo exemplar de casa bandeirista brasileira, constitui-se de um vasto retângulo erguido em taipa de pilão com telhado de quatro águas, de extrema horizontalidade e grande predomínio de cheios sobre vazios.

(55)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA BANDEIRISTA OU RURAL

O sítio bandeirista é um caso especial na arquitetura

colonial do segundo século. Constitui-se por ser um tipo de edifício dos mais interessantes, pois, em que pese a

precariedade dos meios construtivos, tem um desenho clássico dos mais rigorosos, podendo mesmo ser

comparado as plantas de Palladio (maneirista). Guardam entre si características muito próprias e semelhanças que

autorizam falar de um tipo arquitetônico. O Sítio do Padre Inácio e o Sítio do Mandu, em Cotia, e Sítio Querubim em São Roque são os melhores exemplos. Nos três temos, salvo variações, na parte frontal uma varanda, uma capela e

o célebre quarto de hóspedes.

(56)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Casa do Padre Inácio - Cotia

A sala ocupa o lugar central e os quartos, a lateral. Nos fundos

uma outra varanda, possivelmente uma área de serviços, não necessariamente

uma cozinha, que podia ser externa à construção.

(57)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Sítio do Mandu

A construção era sempre de taipa de pilão, telhados de barro assentes sobre madeiramento do

tipo caibro armado. O espaço abaixo do telhado era

aproveitado como depósito ou mesmo como abrigo de serviçais.

(58)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Villa Angarana. Palladio. 1570

Desenho clássico dos mais

rigorosos, podendo mesmo ser comparado as plantas de

Palladio (maneirista). Guardam entre si características muito próprias e semelhanças que autorizam falar de um tipo arquitetônico.

(59)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

Partido arquitetônico:

Casa sem desníveis

internos, terra batida – terreno plano;

Presença do corredor

(alpendre) – influência da arquitetura tradicional

portuguesa ou da loggia (galeria) à moda de

Palladio.

A sala central tem sempre

a largura do corredor.

(60)

Capela

Quarto Hóspedes Alpendre Sala

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

(61)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

Alpendre

Apesar da designação possui maior similaridade com um corredor, pois é um

espaço reentrante, espaço de transição.

(62)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

Espaços reentrantes (que não avançam para além do corpo da edificação).

Solar de Bertiandos – Ponte de Lima, PT. Século XVIII.

Casa Alpendrada, solução da arquitetura popular portuguesa.

(63)

Capela

Possuía um dispositivo para permitir que as mulheres assistissem às cerimônias a partir do espaço interior

da casa. Uso de treliças (muxarabis).

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

(64)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

As capelas rurais, com os seus altares consagrados, deveriam ficar completamente desempedidos de todos os usos domésticos, livre de proximidades promíscuas e independentes quanto ao seu acesso.

Assim, passou a fazer parte da faixa netra de recepção, o

que não impedia que as mulheres da casa participassem

das celebrações, através de grades ou treliças (muxarabis)

dispostas na parede lateral contígua às acomodações

íntimas.

(65)

Quarto de hóspedes

A hospitalidade era uma obrigação social, que garantia a sobrevivência da comunidade.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

A porta da frente não se abre para a parte principal da casa, onde a família vive, de modo que qualquer pessoa que passe por ali, qualquer viajante, tem o direito de abrir a porta, entrar no quarto e passar a noite ali. Agora, os quartos são dispostos de tal modo que as pessoas que lá ingressam, nunca atingem o coração da família: será apenas um viajante, jamais um hóspede verdadeiro.

(66)

Sala

Área de distribuição que permitia acesso às

camarinhas (quartos) periféricas e à área dos fundos, onde ficavam as dependências de serviço. Muitas vezes

se relacionava como estenção do alpendre e de seus usos.

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

(67)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

As cozinhas (geralmente haviam mais de uma) situavam- se em volumes anexos.

Não existiram fogões com chaminés semelhantes às casas portuguesas – a taipa não permitia tal construção.

Os sótãos sobre as camarinhas eram utilizados para

armazenagem do excedente da produção.

(68)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

A casa bandeirista da roça era uma casa pulverizada, toda fraccionada em inúmeras construções – satélites do núcleo familiar, cada qual com sua especialidade. Um partido

“aberto”. Ao lado da casa principal de moradia

propriamente dita, ficavam a cozinha geral, os quartos para

os criados subalternos dos hóspedes importantes, os

depósitos de gêneros, os paióis, o moinho de trigo ou

milho, a casa de fazer farinha, o monjolo, o galinheiro, o

curral, a moenda de fazer garapa (rapadura e cachaça), a

senzale e o pomar. Tudo protegido por cercas de madeira

ou muros de taipa. Esta fragmentação está mais para a

sistemática indígena do que para a tradição ibérica.

(69)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

Cobertura: estrutura de madeira, coberta com telhas

tipo capa e bica, telhado de quatro águas.

(70)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO As pilastras do alpendre e os

cachorros do beiral, esculpidos em canela-preta são de belíssimo

trabalho.

Nessa casa, como em outros dos melhores exemplares do período, há

uma elegância de proporções e um requinte dentro de extrema e

simplicidade que não deixam de nos

evocar certos traços da grande

arquitetura moderna no Brasil.

(71)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

(72)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

As casas bandeiristas possuía pouco mobiliário, algumas caixas de madeira, raras mesas, alguns bufetes, escabelos (banco pequeno de apoio para os pés), escassas cadeiras e

camas ou catres (pequeno leito de lona).

O partido arquitetônico fragmentado da construção rural era lotado próximo das localizações de nascentes ou ribeirões a meia encosta, acompanhando as curva de nível.

Local de onde também poderia se acompanhar todos os

afazeres dos empregados – escravos.

(73)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

(74)

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

A CASA DO PADRE INÁCIO

(75)

Bibliografia:

LEMOS, Carlos. Casa Paulista: história das moradias anteriores ao ecletismo trazido pelo café. São Paulo: Edusp, 1999.

VAZ, Maria Diva A. Coelho & ZÁRATE, Maria Heloísa Veloso. A casa goiana: documentação arquitetônica. Goiânia: Ed. da UCG, 2003.

MOUTINHO, Mário. Arquitectura Popular Portuguesa. 3 ed.

Lisboa: Editorial Estampa, 1995.

COLIN, Silvio . Tipos e padrões da arquitetura civil colonial.http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2011/02/2 8/tipos-e-padroes-da-arquitetura-civil-colonial-i/

A RQUITETURA R ESIDENCIAL C OLONIAL B RASILEIRA

Referências

Documentos relacionados

 Os cuidados nas celas para evitar fuga de presos remonta-se à tecnica construtiva de taipa de pilão reforçada, no seu interior com peças de madeira na vertical..  As estruturas

 Toda arquitetura colonial foi construída através de métodos construtivos do velho mundo, pois para se fazer arquitetura é preciso construir e para isso são necessários

 Toda arquitetura colonial foi construída através de métodos construtivos do velho mundo, pois para se fazer arquitetura é preciso construir e para isso são necessários

No caso do inglês, isso é ainda mais fácil, já que nos deparamos com essa língua a todo momento - em músicas, filmes, notícias, séries… As possibilidades são muitas, e você

Nosso compromisso fundamental com a integridade empresarial está descrito no Código de Conduta e estabelece expectativas sobre os empregados da Statkraft, bem como sobre os

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

diversas atividades econômicas dentro da malha urbana, assim como o uso que se faz das vias, acontecem de forma diferente em cada cidade.  Os traçados urbanos de origem muçulmana

• Fechar as uniões roscadas para cabos não utilizadas com tampões à prova de pressão. • As uniões roscadas para cabos, os tampões de fechamento e os tampões têm que cumprir